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Editora Comix Zone publica O Demônio de Frankfurt, o seu primeiro livro

Durante a entrevista do editor Thiago Ferreira ao nosso site, ele comentou que existe o projeto da editora Comix Zone para publicações de livros, expandindo seu catalogo que até então era somente de quadrinhos. Bem, o momento chegou, e O Demônio de Frankfurt chegou em grande estilo.

O Demônio de Frankfurt é o primeiro livro da Comix Zone e tem autoria de Ferréz, uma das cabeças pensantes da editora. E quando eu disse antes, que chegou em grande estilo, eu não estava brincando. O livro conta com ilustrações de Lourenço Mutarelli e um caderno de extras com desenhos de Andrei Bressan, Danilo Beyruth, Doug Firmino, Gabriel Bá, João Pinheiro e Marcelo D’Salete. Ou seja, um timaço. Confira a sinopse abaixo:

“O governo brasileiro mandou para a Alemanha setenta e oito autores para representar o Brasil e fazer palestras na Feira Literária de Frankfurt. Dois desses escritores já eram problemáticos e decidiram IR em outra jornada: foram procurar o Demônio. Só um deles voltou.”

Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, é romancista, contista e poeta. Com uma linguagem influenciada pela sua vivência na periferia de São Paulo, Ferréz já publicou diversos livros, entre eles: Fortaleza da Desilusão (1997), Capão Pecado (2001), Amanhecer Esmeralda (2005), Ninguém É Inocente em São Paulo (2006), Deus foi almoçar (2012) e Os ricos também morrem (2015).

O Demônio de Frankfurt tem formato 16.7 x 24 cm, 144 páginas e está em pré-venda com 30% de desconto no site da Amazon, nas versões com e sem bookplate autografado pelo autor.

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Quadrinhos

A editora Comix Zone inicia a pré-venda da belíssima De Mar a Mar – A Descoberta do Pacífico

A editora Comix Zone iniciou a pré-venda De Mar a Mar – A Descoberta do Pacífico, com exclusividade na Amazon Brasil. Publicado originalmente em 1992, a HQ da lenda Enrique Breccia e Cristóbal Aguilar Jiménez, apresenta como o explorador espanhol Vasco Núñez de Balboa se tornou o primeiro europeu a avistar o Oceano Pacífico em 25 de setembro de 1513. Pelas imagens apresentadas pelo editor Thiago Ferreira (e que estão na galeria dessa matéria) é uma das mais belas publicações do ano.

De Mar a Mar – A Descoberta do Pacífico narra os episódios dessa travessia repleta de armadilhas, de tentativas de traição e de confrontos com os povos indígenas, que culminaria com a descoberta de um oceano ainda desconhecido pelos europeus. Ao roteiro envolvente e muito bem embasado de Cristóbal Aguilar Jiménez se unem as sublimes aquarelas de Enrique Breccia. Confira na galeria abaixo:

 

A graphic novel faz parte da coleção Relatos del Nuevo Mundo, que foi publicado originalmente para comemorar os 500 anos da descoberta da América.

De Mar a Mar – A Descoberta do Pacífico tem formato 21 x 28.5 cm, 56 páginas, capa dura e tradução de Pablo Casado. O lançamento oficial será no dia 20 de outubro, mas você pode adquirir o exemplar com um desconto de 30% na pré-venda.

 

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Quadrinhos

Editora Comix Zone inicia a pré-venda da premiada graphic novel Paul em Casa

A editora Comix Zone iniciou a pré-venda de Paul em Casa do quadrinista canadense Michel Rabagliati. A graphic novel, que é a mais pessoal de Rabagliati, é uma das mais elogiadas na carreira do autor e recebeu, em janeiro desse ano, o Prêmio de Melhor Série no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême.

Paul está na casa dos 50 anos, é um cartunista de sucesso com dor na coluna e mora em uma casa que um dia dividiu com sua esposa e filha. O quintal está mal cuidado, cheio de mato. Um balanço está parado, enferrujando lentamente ao lado de uma árvore meio morta que Paul plantou com sua filha de cinco anos. O quarto que pertencia a ela, agora com 18 anos, está praticamente sem uso, especialmente depois que ela decide se mudar para o exterior. O divórcio de Paul após um relacionamento de três décadas não é diretamente mencionado, mas é uma sombra presente.

Em meio a toda essa turbulência emocional, Paul visita sua mãe doente em seus últimos meses de sua vida. Assim como seu filho, ela se divorciou na meia-idade, após um longo casamento. Ela passou a maior parte dos anos restantes sozinha ou em relacionamentos fracassados. Paul teme que o mesmo possa acontecer com ele, e o namoro online parece apenas piorar as coisas.

Paul em Casa é uma reflexão lúdica, poética e surpreendentemente divertida sobre as perdas e as mudanças às vezes perturbadoras que vêm com a meia-idade e Rabagliati não se esquiva dessas questões íntimas, abordando-as tanto com humor autodepreciativo quanto com tristeza ou dor. E marca o retorno de autor canadense na Comix Zone, a editora debutou no mercado editorial com a excelente A Canção de Roland em 2019.

Paul em Casa tem formato 16.99 x 1.19 x 23.98 cm, 208 páginas e tradução de Fernando Paz. A graphic novel já se encontra em pré-venda na Amazon Brasil com um desconto de 30%.

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Quadrinhos

O Astronauta de Lourenço Mutarelli está em pré-venda pela Comix Zone

A Editora Comix Zone começou mais uma pré-venda e agora temos mais uma reedição de uma obra de Lourenço Mutarelli no horizonte. O Astronauta ou Livre Associação de um Homem do Espaço é uma publicação com uma história peculiar, e ela tem roteiro do Mutarelli e um fotorrealismo fantástico das imagens de Flavio Moraes, Fernando Saiki e Olavo Costa.

Em O Astronauta ou Livre Associação de um Homem do Espaço acompanhamos o protagonista em uma exploração espacial dentro de seu apartamento. O que parecia absurdo em 2010, ano em que o livro foi originalmente publicado, se revelou uma profecia.

A edição tem acabamento de luxo, com formato grande, capa dura com sobrecapa pôster e prefácio assinado pelo jornalista Diego Assis.

O Astronauta ou Livre Associação de um Homem do Espaço formato 21 x 28.5 cm, 64 páginas, om exceção do caderno de extras, em cores), impressas em papel offset de alta gramatura, além de um bookplate exclusivo (não autografado).

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Quadrinhos Torre Entrevista

Torre Entrevista: Thiago Ferreira (Comix Zone)

Era uma vez um alagoano. Ele morava no Canadá e tem uma paixão por quadrinhos. Então ele criou, em 2015, um canal no Youtube. E mesclando boas indicações de quadrinhos, resenhas e bebendo nas lágrimas dos haters, surgiu o sonho de se tornar um editor de quadrinhos e tocar a sua própria editora. Eis que surge Reginaldo Ferreira da Silva, o Ferréz, já conceituado romancista, e assim nasceu uma parceria que ninguém esperava, Thiago Ferreira, o popular Arromboss,ambos lançam a Editora Comix Zone em 2019. 

Com a meta de publicar HQs que fujam do lugar comum, lançar artistas inéditos, histórias boas e com mensagens edificantes, a primeira publicação da Comix Zone foi a Canção de Rolland (2019) do canadense Michel Rabagliati, até então inédito no Brasil. De lá para cá a editora lançou importantes publicações, se tornou a casa da lenda Lourenço Mutarelli, sucesso de críticas, tanto nas histórias quanto na qualidade gráfica e arrebatou o Troféu HQMIX. 

Mas, Thiago sempre fala que um dos pilares mais sólidos na editora é a atuação do canal homônimo no YouTube. Com quase 60 mil inscritos, ele é o elo entre público e editora, que ajuda a impulsionar no sucesso crescente a cada publicação. 

Aqui batemos um papo com o Thiago Ferreira, via áudios de Whatsapp, onde ele falou sobre início da editora, união com o Ferréz, a “missão” da editora, como se tornou a casa do Mutarelli e o seu sonho de princesa. 

1 – O que você está lendo atualmente? 

Em Ondas (Editora Nemo) e Imbatível (Editora Saber Ler). 

2 – Eu me lembro de um vídeo seu, um pouco antes de começar a editora, falando sobre fazer o que gosta. Se não me engano você falou que saiu do trampo que estava e ia iniciar em algo que sempre amou fazer, então veio a editora. Passados, acho que três anos, nem vou perguntar se está satisfeito com a decisão porque é óbvio a resposta, mas você achou que em algum momento tinha queimado a largada e antecipado o processo, ou pensa que poderia ter feito antes? 

O tempo foi perfeito. Não saí nem cedo demais e nem tarde demais. o empurrãozinho foi dado pelo meu antigo chefe da agência de marketing, onde trabalhei por seis anos. Sempre tive meus projetos paralelos, sendo o primeiro deles o canal. Quando comecei a “trampar” na editora, eu ainda estava como designer. Só que aos poucos meu chefe começou a reparar que eu estava rendendo cada vez menos no meu trabalho de verdade, porque minhas energias estavam na editora. Então no final de 2019, ele me chamou na sala dele e disse que estava feliz pelos meus projetos pessoais, até porque nunca escondi o que eu fazia, mas eu precisava escolher o que eu queria fazer da vida.

Porque fazer as duas coisas não dava, ele me disse que eu precisava decidir se ia focar no trabalho ou nos projetos pessoais. Essa conversa foi numa sexta-feira, na segunda-feira seguinte eu pedi demissão. Ele entendeu de boa, porque ele sabe o valor e o peso de ter projetos pessoais. Foi no tempo certo, nem cedo demais, nem tarde demais.

3 – Já vão completar três anos que a editora Comix Zone está na ativa, e meio que ela ditou algumas melhorias no mercado, juntamente com a Pipoca & Nanquim, Figura… o que foi bom, porque merecemos sempre melhores histórias e com produtos de grande qualidade. Você acha que tanto o leitor e o mercado estavam preparados para essa “subida de sarrafo”? 

Eu gosto de pensar sim que somos responsáveis por uma melhoria nos quadrinhos publicados no Brasil. Graças a nossa curadoria, eu acho que ajudamos a sofisticar mais o leitor que está pensando menos em quadrinho de super-herói descartável e está dando uma chance para quadrinhos de outros gêneros, de outros países…, mas isso não se deve somente ao trabalho da editora. Se deve muito ao canal do Youtube, que veio muito antes da editora. A editora é de 2019 e o canal existe desde 2015, e essa confiança que construímos ao longo desses anos, fez com que os leitores confiassem nos quadrinhos que nos publicamos. A editora não vive sem o canal, é uma ligação direta. O sucesso vem muito desse vinculo. 

Ferréz

4 – Como foi essa união com o Ferréz? De onde surgiu essa parceria? 

O Ferréz eu só conhecia de nome. Nunca tinha lido nenhum livro dele, mas sabia quem ele era por causa do Instagram. Eu já tinha feito alguns vídeos falando sobre a minha vontade de ser editor de quadrinhos, dos cursos que tinha feito, mas eu sabia que nunca ia conseguir montar uma editora morando no Canadá. E o Ferréz acompanhava o canal, e eu não sabia disso, então um belo dia ele me enviou uma mensagem, isso foi em abril de 2019, depois de assistir um desses vídeos. Ele me perguntou se eu não queria entrar em algum projeto com ele, até então não tinha o papo de editora ainda. Era um projeto ou algo parecido. Então sugeri montar uma editora e ele topou na hora! Parecia até mágica, saca? Sabe aquele lance de duas pessoas que parecem que se conhecem ao mesmo tempo? Foi isso. Tudo comigo e com o Ferréz acontece de forma bem rápida, direta. Não tem isso de reunião, demora e tal… a gente conversa, acerta e faz. E até hoje funciona assim. 

5 – Como rola a escolha das obras para serem adquiridas e publicadas? Rola uma leitura de ambos, ou tem aquilo de “cara, vamos fazer isso aqui que essa parada é boa”. 

A curadoria é feita 100% por mim. Como moro no exterior tenho acesso ao que está sendo publicado aqui fora. Como novidades e backlist das editoras, o material um pouco mais antigo e monto uma lista das coisas mais interessantes. Eu faço um pitch para o Ferréz. Aquele pitch de elevador de um ou dois minutos com premissa do quadrinho e porque ele seria pertinente. Se ele comprar a ideia, a gente corre atrás, adquire os direitos e publica. Ele não lê os quadrinhos antes, até porque os quadrinhos na esmagadora das vezes são importados e ele não fala nem francês e nem inglês. É uma relação de confiança. Ele confia no meu gosto e que tem se provado as escolhas editorais são bem acertadas. Eu costumo falar que o Ferréz é o meu primeiro cliente, eu faço o pitch e se ele achar interessante corremos atrás para publicar. 

A Canção de Roland foi a primeira publicação da Comix Zone em 2019.

6 – Qual a publicação que te deu mais prazer de fazer? Aquela que te dá um puta orgulho. E aquela que você pensou que fosse estourar demais, tanto na parte financeira quanto na parte de reação da galera e não foi tão bem assim? 

Todos os quadrinhos dão um certo prazer, principalmente quando nós o terminamos (risos). Mas de orgulho… tem uns que gosto mais… gosto de todos (pensativo), Paracuellos e a Grande Farsa são dois que eu gosto muito, recentemente teve O Guarani e Contos Ordinários de uma Sociedade Resignada, porque são dois autores que nunca foram publicados no Brasil antes. E a editora vai, publica, as pessoas falam a respeito deles e eles são sucesso. Isso é o que me dá mais prazer. Ser capaz de colocar no mercado um quadrinho que as pessoas nunca tinham ouvido falar antes. Graças ao trabalho que fazemos no canal, as pessoas confiam, compram e elas adoram. E falam a respeito e passam para frente. Esses são apenas alguns que mais gosto, mas gosto de todos. 

7 – A Comix Zone será destinada para quadrinhos ou teremos também livros publicados? 

Existem sim conversas sobre publicar livros, acho que pode acontecer no futuro, mas não posso confirmar nada. 

8 – Vamos falar de O Golpe da Barata – Tem Fantasmas em Casa. Eu li umas resenhas sobre ela e todas foram bem taxativas: é uma história pesada, mas necessária de ser contada. Como foi o processo de negociação e edição de uma história tão importante? 

O Golpe da Barata é um quadrinho muito importante. É uma aposta da editora. Um quadrinho que vai impactar muita gente, fala de um tema super relevante. O primeiro quadrinho escrito por uma mulher na editora e isso alivia um pouco a gente. Porque, infelizmente, o nosso catalogo era muito masculino, mas sabemos que estamos longe ainda do ideal, mas estamos trabalhando para mudar isso e trazer mais mulheres para o nosso catalogo. Foi um quadrinho super tranquilo de contratar, até porque a Gata Fernandez é autora nova, desconhecida no país, ou seja, não tem muita gente se “estapeando” (risos). Agora eu acho que vai ter mais gente olhando para as obras dela. Essa é a vantagem de olhar para onde ninguém está olhando, encontramos boas histórias de grande relevância sem grandes concorrências. 

9 – No lance de publicar Che, que é um clássico do quadrinho sul americano, pareceu ser um sonho bem antigo de vocês. Essa ainda tem um texto do Guilherme Boulos. Como surgiu a ideia do Boulos criando um texto? 

Eu não digo que publicar o Che era um sonho. Não sei se era para o Ferréz. Mas era uma coisa que ia acontecer, ainda mais depois de publicarmos cinco obras do Breccia no Brasil. Depois de publicar somente material inédito, e chegou a hora de fazer essa reedição. E por se tratar de uma reedição, já que ele tinha sido publicado pela Conrad em 2008, a gente queria fazer algo diferente. A minha ideia logo de cara foi chamar realmente o Boulos. O Ferréz que é muito bem relacionado é amigo do Boulos, ele então fez o convite que foi aceito prontamente. 

Che, de Oesterheld, Alberto Breccia e Enrique Breccia, tem um texto do Guilherme Boulos.

10 – Se lembra de quando falei de “elevar o sarrafo”? Hoje em dia temos diversas editoras trazendo grandes obras e com qualidade ímpar. Além de vocês, tem a Figura, Pipoca, Skript… e umas outras que já tinham um tempo no mercado também apresentando obras que dificilmente veríamos por aqui. A concorrência é grande e boa, como consumidor eu acho muito bom isso. Como manter esse movimento sempre engrenado e que fique acessível financeiramente tanto para editoras e para os leitores? 

É… hoje em dia a gente tem muita editora brigando por um dinheiro de público que é bem reduzido. A gente sabe que o quadrinho no Brasil é algo muito de nicho, mas temos o nosso trunfo que é o canal que rola desde 2015, repito, a editora não seria nem de perto tão bem sucedida se não fosse esse relacionamento estreito com o público. No canal do Comix Zone são quase 60 mil consumidores em potencial. E acho que uma editora para ser bem sucedida hoje, precisa do público e ter um material diferenciado. Mas também não adianta ter um material diferenciado se não saber trabalhar aquilo, não souber atingir as pessoas para quem o produto é destinado. Como eu disse, a editora e o canal andam juntos, mas sim o mercado fica cada vez mais concorrido a medida em que mais editoras surgem e o poder de compra do brasileiro fica cada vez menor. 

Thiago além de analises de quadrinhos e anúncios da Comix Zone, também lida com o amor dos haters em seu canal do Youtube.

11 – Qual seria o “sonho de princesa” que você gostaria de publicar pela Comix Zone? 

Meu Sonho de Princesa…. já realizamos alguns, temos tantos outros que gostaríamos de realizar e que vamos realizar. Mas não posso falar porque tem editora por aí querendo “furar os nossos olhos” (risos). O que posso passar é que tem um quadrinho escrito por Mark Russell ilustrado por um brasileiro e que vamos publicar e estou muito animado. Tem outro quadrinho, na verdade é uma série contratada, escrita e desenhada por Marc-Antoine Mathieu, o autor de Deus em Pessoa, que eu sou apaixonado desde que li pela primeira vez, e que vocês mal perdem por esperar. É algo impressionante e que será publicado ainda esse ano. 

12 – O Ferréz falou lá no Flow Podcast, e em algumas outras ocasiões, que o grande barato ou “missão” da Comix Zone é poder publicar coisas que passariam batidas por aqui, ou momentos da história que são esquecidas de propósito. Por exemplo, O Guarani, em todo meu ano letivo, apenas dois professores contaram esse episódio. Agora tem esse, digamos, resgate com Che de Oesterheld e Breccia. Você acha que essa é a principal “missão” da editora ou não tem nada disso, o lance é publicar boas histórias. 

O Ferréz está certo! Uma das grandes missões que temos na editora é aumentar a bibliodiversidade. Não só no nosso catalogo, mas nos quadrinhos do Brasil como um todo. O maior tesão que eu tenho é mostrar para o público um quadrinhista, em um lugar totalmente estranho que ele nunca tinha ouvido falar e tornar aquele nome conhecido e desejado. O que eu mais gosto é quando alguém chega e me fala: “nossa, eu não conhecia isso e preciso desse quadrinho”. O que eu mais gosto é publicar gente nova. 


13 – Vocês se tornaram a casa do Lourenço Mutarelli. E aposto que muitos leitores mais novos, nem conheciam a obra dele tanto assim. A importância de apresentar Mutarelli para essa galera mais nova é imensa. Foi algo pensado trazer o Muta desde o começo da editora e que foto é aquela lá que você postou essa semana marcando o Mutarelli? Pode adiantar algo? 

Publicar a obra do Mutarelli não era necessariamente algo que passava na nossa cabeça quando a gente abriu a editora. Mas quando foi, mais ou menos, na altura do nosso segundo lançamento, alguém do nosso grupo no facebook, em um post sobre catalogo, falou: “Pô, o Ferréz é amigo do Lourenço. Porque vocês não falam com ele para republicar os quadrinhos dele?” Na hora meus olhos brilharam! Eu falei com o Ferréz, como eu disse antes, não somos de conversinha. A gente fala e faz. Falei com ele, eram oito da manhã, duas horas depois, Ferréz me retorna e fala que tinha conversado com o Lourenço e estava tudo certo (risos). Por que o Ferréz é assim. E ele é muito amigo do Lourenço. Tem muitos trabalhos, como o Capa Preta, que o Lourenço não tinha menor vontade de republicar. E ele só permitiu porque ele é amigo do Ferréz. E assim nos tornamos a casa do Lourenço Mutarelli. E em setembro teremos mais uma republicação dele que será o Astronauta ou Livre Associação de um Homem no Espaço, que tem a peculiaridade de ser um quadrinho escrito pelo Lourenço, mas que não foi desenhado por ele. O quadrinho teve um processo bem interessante que envolveu mais três pessoas além do próprio Lourenço. Foi publicado pela primeira vez pela Zarabatana e será republicado em uma edição de aniversário com muito extra bacana e um projeto gráfico que vai deixar a galera babando. 

14 – E na vibe de quadrinhos nacionais, existem possibilidades de mais autores nacionais serem publicados pela Comix Zone? 

Estamos com um quadrinho original sendo produzido por uma pessoa absolutamente brilhante, mas que não posso entrar muito em detalhes e outro projeto que estou louco para mostrar para vocês. E a gente pensa sim na produção de quadrinhos nacionais e vai rolar. Até porque a Comix Zone é uma editora multinacional, com o Ferréz no Brasil e eu aqui no Canadá, e quero muito licenciar quadrinhos para publicar aqui no exterior. Sobretudo na Europa, principalmente na França, Canadá e EUA. 

 15 – Para encerrar, meu chapa, qual os projetos do Thiago e da Comix Zone para esse resto de 2021? 

Veja, eu sou um homem simples. Tudo que eu quero é continuar publicando quadrinho legal, continuar apresentando quadrinhistas incríveis para o público brasileiro, continuar vendendo gibi e fazer essa máquina girar, quem sabe em breve expandir a equipe, contratar um designer talentoso para dividir a produção comigo. Por que tá foda (risos). Mas não tenho o que reclamar, 2021 tem sido um ano incrível e espero que siga assim até o final. 

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Editora Comix Zone começa a pré-venda de O Golpe da Barata – Tem Fantasmas em Casa

Durante a live de resenhas no canal do Youtube do Universo HQ, Thiago Ferreira, editor da Editora Comix Zone, anunciou o lançamento de O Golpe da Barata – Tem Fantasmas em Casa, graphic novel argentina de autoria da Gato Fernández. A trama é uma autoficção que narra a infância de uma sobrevivente de abuso sexual intrafamiliar.

Confira a sinopse abaixo:

“Entre bichos de pelúcia falantes, ratos antropomórficos e bidês celestiais, acompanhamos o cotidiano da menina Lucía, alter ego da autora, e sua relação com a mãe, o irmão e com Alberto, seu pai e algoz.”


O Golpe da Barata – Tem Fantasmas
em casa é uma história de diversas camadas. Além do fato do abuso familiar, a graphic novel lida com depressão. O próprio título é baseado em uma expressão francesa Avoir le cafard (ter a barata em tradução literal), que significa estar deprimido, no fundo do poço.

Pupila das lendas Carlos Trillo e Horacio Lalia, Cecilia “Gato” Fernández é uma das maiores revelações dos quadrinhos argentinos contemporâneos, como revela essa história que precisou usar toda sua força pessoal e criativa. Obra ganhadora do Concurso de Letras 2020 do Fundo Nacional das Artes do Ministério da Cultura da Argentina, O Golpe da Barata já foi publicado na Itália, na França e na Espanha.

O Golpe da Barata – Tem Fantasmas em Casa tem formato 19 x 25.5 cm, 112 páginas coloridas, capa dura e tradução de Jana Bianchi.

Você já pode adquirir O Golpe da Barata – Tem Fantasmas em Casa com 30% de desconto na pré-venda na Amazon Brasil.

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Quadrinhos

Little Tulip, de Jerome Charyn e François Boucq, é a nova publicação da Comix Zone

Depois de publicar Boca do Diabo, a editora Comix Zone traz para o Brasil mais uma obra de Jerome Charyn e François Boucq. Little Tulip foi produzida 25 anos depois da primeira HQ da dupla e reúne em uma trama de corrupção, morte e vingança. Confira a sinopse abaixo:

“Um serial killer assombra as ruas de Nova York, um perseguidor de mulheres que deixa um gorro de Papai Noel na cena de seus crimes. Pavel, um imigrante russo, colabora com as investigações policiais como desenhista. No entanto, a verdadeira ocupação de Pavel é como tatuador, e os assassinatos do chamado ‘Mau Velhinho’ evocam memórias do inferno onde ele aprendeu seu ofício: um gulag siberiano que destruiu sua infância e despedaçou sua família.”

Publicada originalmente em 2017 pela editora Dover Publications, Little Tulip foi considerada pelos críticos na época como uma experiência linda, envolvente, sua perspectiva é destemida e seu uso da linguagem é poético e poderoso.

Little Tulip tem formato grande, capa dura com verniz localizado, 88 páginas em cores, impressas em papel couché de alta gramatura e tradução de Fernando Paz. Além de um marcador de páginas exclusivo, a HQ tem um desconto de 30% na pré-venda na Amazon Brasil.

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Contos Ordinários de uma Sociedade Resignada é o mais novo lançamento da editora Comix Zone

Contos Ordinários de uma Sociedade Resignada é o mais novo lançamento da editora Comix Zone. A graphic novel de autoria do turco Ersin Karabulut já está em pré-venda na Amazon com 30% de desconto e com um bookplate, não autografado, exclusivo.

Com a poesia, o imaginário e o caráter sombrio de um Edgar Allan Poe, Ersin Karabulut nos apresenta o retrato de uma sociedade que renunciou aos seus sonhos diante da servidão familiar e dos poderes políticos e financeiros. Uma coletânea de fábulas poéticas e perturbadoras que servem de advertência e representam a vitalidade da história em quadrinhos turca

 

Considerado pela crítica gringa como uma mistura improvável de Black Mirror com Contos da Cripta, Contos Ordinários de uma Sociedade Resignada tem o retrato de uma sociedade inflada pela crueldade e egoísmo, em histórias curtas e poderosas. A publicação foi indicada ao prêmio francês Utopiales BD em 2018.

Contos Ordinários de uma Sociedade Resignada tem acabamento de luxo, com formato grande, capa dura com verniz localizado, 80 páginas em cores, impressas em papel couché de alta gramatura e é imprópria para menores de 18 anos. A tradução é de Fernando Paz e Érico Assis.

 

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A experiência incrível, insólita e única em Mundo Pet de Lourenço Mutarelli

Para começar a falar de Mundo Pet é necessário saber o que não se trata apenas de uma coletânea de histórias. E sim são fragmentos de uma viagem insólita que mescla utopia, aversão as coisas tradicionais, mistério e um tanto de autobiografia de seu autor Lourenço Mutarelli. Aliás, peço aqui permissão para poder falar de Mutarelli, essa é minha primeira resenha sobre o escritor e penso que ainda preciso conhecer muito mais para poder falar sobre. Mas no bom clichê de toda resenha, nesse momento eu preciso escrever: “vamos lá!”.

E o temível clichê é muito presente nessas histórias. Mas não como uma falta de ousadia e inventividade do autor, mas porque ele deve estar ali mesmo. Como um personagem. Assim como a repulsa, o medo, a satisfação, a inocência, a alegria, o choro. Como a vida e a morte. Todos esses elementos e um pouco mais estão presentes em Mundo Pet. Um mundo criado por Mutarelli em cima de experiências próprias e que bizarramente em algum momento você reconhece alguma dessa experiência. Que pode ter acontecido com algum conhecido ou até mesmo com você.

Ler Mundo Pet é um exercício fora da caixinha. Não é como ler os quadrinhos que estamos acostumados a ler normalmente. E nem estou falando dos imbecis tradicionais super-heróis. Hoje o leitor brasileiro tem uma gama de diferentes formas de leitura, não tem a necessidade de ficar datado a Marvel/DC e suas tradicionais ideologias e modos de contar histórias. E para ler Mundo Pet você tem que abraçar o mundo que não está acostumado a ler, assistir e viver. Mas que está presente em todo momento em todos os lugares. Só insistimos ignorar com nossa presunção e arrogância.

Quando você abraça a leitura de Mundo Pet, que confesso pode ser difícil pela ausência de similaridades que muitos não tem ou não estão acostumados a ter, um novo campo de visão te encontra, te abraça e te beija como um amante desconhecido. Um beijo que te leva para casos bizarros em que você não sabe se torce para o protagonista das histórias se darem bem ou para simplesmente acontecer algo para terminar suas agonias. Como para Alfredo Consuelo em Crianças Desaparecidas ou para José Manoel Rotundo, vulgo Risadinha, em A Ninguém é Dado Alegar o Descobrimento da Lei.

Nesse misto de sentimentos existentes nas histórias de Mundo Pet, nos pegamos em sua arte diferente, bizarra e linda, nos espelhando em situações e casos. Lourenço Mutarelli escancara as portas da alma, revelando um sujeito fora dos padrões, sedimentado e esmagado por momentos irreversíveis da condição humana. Assim como em Kafka, a degradação humana se dá de maneira insólita, a partir de situações absurdas apresentadas como algo definitivo, incontornável e familiar.

Como em toda coletânea algumas histórias se destacam mais do que as outras. Mas em Mundo Pet, acredito que, a experiência de leitura de cada leitor faça que suas escolhas de histórias preferidas fique muito individual. Da minha parte eu destaco: Estampa Forjada, Meu Primeiro Amor, Dossiê Stick Note e a história que dá o nome a coletânea, Mundo Pet.

As histórias de Mundo Pet foram publicadas entre os anos de 1998 e 2000 originalmente para o site Cybercomix. Em 2004, a Devir Brasil chegou a publicar Mundo Pet. E agora ficou a cargo da editora Comix Zone, em um belo trabalho de resgate das obras em quadrinhos de Lourenço Mutarelli, que iniciou em Capa Preta (2019), trazer a experiência única de Mundo Pet para os leitores.

É uma experiência diferente, que raspa no fundo da alma e da sua mente. Mas é uma grande experiência. Grande e única.

 

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Carlos Trillo e Alberto Breccia em dose dupla pela Comix Zone

A editora Comix Zone começou duas pré-vendas, com os trabalhos da renomada dupla de autores: o argentino Carlos Trillo e o uruguaio Alberto Breccia. Viajante de Cinza e Um tal Daneri, serão publicados, respectivamente em junho e julho, aumentam o catalogo da editora que tem publicado interessantes quadrinhos sul-americanos no Brasil. Confira o detalhes das publicações:

Viajante de Cinza 

Publicado originalmente entre 1978 e 1980, Viajante de Cinza é uma obra de transição para Trillo e Breccia, que permite vislumbrar os processos pelos quais eles alcançaram as posteriores evoluções de seus ofícios. Esta edição compila todos os episódios existentes da série e visa respeitar ao máximo a arte original.

Aqui conhecemos Cornelius Dark, que é enviado de volta para a prisão, após uma fuga malsucedida, e como castigo por seu comportamento, é colocado na solitária. Profundamente atormentado pelo isolamento, Dark vai utilizar a imaginação para escapar de sua terrível realidade e, desse modo, tentar manter a sanidade. Ele se tornará um viajante imaginário. Dark vai acessar projeções de momentos históricos marcantes e vai participar ativamente de acontecimentos que, sem afetar o curso natural da história universal, terá grandes consequências para ambas as partes envolvidas. Cruzado onírico, confidente, amante platônico, amigo: Cornelius Dark vai se tornar tudo o que a sua realidade o proíbe de ser.

Viajante de Cinza tem formato 21 x 28,5 cm, 96 páginas, capa dura, R$ 69,90


Um tal Daneri

Daneri é uma espécie de detetive que foi importante em outros tempos e que agora perambula por ruas repletas de tristeza, desilusão e violência, guiando-se por um código moral próprio. Testemunha e cúmplice de enganos trágicos e paradoxos estranhos, ele se vê envolto em histórias em que o destino e a morte, o amor e a vingança, a coragem e a covardia se entrelaçam, borrando seus limites.

Um tal Daneri é a primeira colaboração entre os dois autores. As histórias compiladas neste volume foram publicadas originalmente entre 1974 e 1978, e partem do gênero noir para estabelecer um jogo de ecos borgianos entre a ficção e a realidade da época, inevitavelmente marcada pela ditadura argentina.

Um tal Daneri tem formato 21 x 28,5 cm, 54 páginas, capa dura, R$ 59,90

Ambas edições tem tradução da Jana Bianchi.