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Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #12

Escrito por Vini Leonardi

Acabou! Hoje foi o último episódio, e com isso, teremos a última resenha semanal de “The Detective is Already Dead“. Se você me acompanhou até aqui, agradeço a parceria! E se chegou depois, fico surpreso de ter chegado até aqui… As resenhas anteriores, como sempre, seguem:  #01 | #02 | #03 | #04 | #05 | #06 | #07 | #08 | #09 | #10 | #11.

Numa tentativa de encerrar a temporada com chave de ouro, o animê acabou mostrando exatamente todos os problemas que os assombraram ao longo de toda sua exibição. Se for para fazer um elogio, porém, poderia dizer que pelo menos eles foram consistentes nesses pontos? Vamos comentar o episódio da semana, e dar um apanhado geral do show!

Captura de tela do episódio 12 de "The Detective is Already Dead", mostrando Kimihiko

Pois é, Kimihiko. Terminou. Para o bem ou para o mal, não tem mais resenha semanal. (Reprodução: Twitter Oficial, @tanteiwamou_)

Episódio 12: “Aqueles três anos estonteantes que passei com você”

A primeira metade fez uma construção completa: da preparação emocional com o flashback; ao reencontro surpreendente; passando pela já clássica interação entre Kimihiko e Siesta que eu tanto elogiei; chegando ao clímax com uma nostálgica onda de memórias; e encerrando com uma pose épica enquanto um discurso sobre o poder da amizade é narrado ao fundo; tudo isso enquanto enfrentam um lagarto gigante dentro de um navio em chamas. Honestamente, a ideia inteira da cena é perfeita.

Faço questão de destacar, porém, que apenas a “ideia” é perfeita. Mais uma vez, temos um problema de execução por parte do animê, que tirou grande parte do impacto que a cena precisava ter. Os movimentos são desengonçados; o monstro não tem a presença ameaçadora nem a coreografia que precisava ter para fazer sua existência ali relevante; toda a conversa entre os dois protagonistas teve sua importância diminuída pois eles falavam sobre coisas que aconteceram apenas dois episódios atrás… Foi um desastre de direção do início ao fim.

Na segunda metade, destaco mais uma escolha estranha por parte do autor: Sério mesmo que depois de tudo que aconteceu, nem o Kimihiko nem a Charlotte conseguiram chegar à conclusão de que a Siesta já tinha planejado morrer desde o começo? Para quem estava escrevendo uma história sobre protagonistas absurdamente poderosos, as duas pessoas que mais passaram tempo ao lado da “Lendária Detetive” não terem herdado nem uma fração da esperteza dela… soa um pouco estranho. Faz até parecer que a ideia era emburrecer as pessoas ao redor de Siesta, para que a sua inteligência parecesse maior.

Por fim, o encerramento pareceu servir como um soco no estômago, um último recado de que o show poderia ter sido bom, mas continuou no “quase” a temporada inteira. A apresentação de slides com o que aconteceu nos doze episódios nos mostrou como tivemos pouca coisa acontecendo de fato, com mais episódios de preparação de terreno do que terrenos sendo usados. O meta-comentário do Kimihiko, de que “É muito cedo para chamar isso de um epílogo” me causou uma reação visceral de ódio: Estou acostumado a adaptações de Light Novel terminarem com uma enorme placa de “vá ler o material original“, mas “The Detective is Already Dead” se esforçou para, em doze episódios, mostrar a menor quantidade possível de material. Esse final foi um grande dedo do meio para quem acompanhou o animê, quase como uma confirmação de que ele fez todas as coisas erradas propositalmente, e não por incompetência.

Captura de tela do episódio 12 de "The Detective is Already Dead", mostrando Nagisa com os olhos azuis

Não sei nem mais o que colocar na legenda das imagens da “Nagisa”… Coitada, a protagonista menos protagonista da história da ficção… (Reprodução: Twitter Oficial, @tanteiwamou_)

Considerações Finais (Dessa vez, “finais” mesmo)

Depois de três meses, eu confesso que fiquei confuso. Será que foi mesmo culpa do show? Será que “The Detective is Already Dead” que está errado, com uma direção e execução falhas? Ou será que sou eu que não tenho mais paciência para esse tipo de ladaínha? Gostaria de dizer que sou eu, mas o próprio anime me desmentiria. Veja o primeiro episódio! Leia os comentários que eu fiz sobre ele, lá atrás! Eu adorei a ladaínha, achei super legal toda a parte brega e exagerada que fizeram. Eu também vejo isso acontecendo em outros shows! A única explicação acaba caindo, de novo, na direção e na execução dos episódios 2 a 12. Uma pena.

Com uma aparência de “história de detetive“, mas uma proposta de “história de protagonista absurdamente poderoso“, o animê acabou arranhando a superfície de ambas as partes, sem se aprofundar em nenhuma delas. Coisas “genéricas” funcionam, mas só funcionam quando elas são genéricas o suficiente para abrangir um público enorme, fazendo com que essa grande área superficial compense a falta de profundidade. “The Detective is Already Dead” não foi nem largo, nem fundo, e acabou sendo um show que não agrada tanto quanto poderia.

Por outro lado, uma rápida pesquisa te mostra que a adaptação deu uma chacoalhada bem grande na Light Novel, trocando grandes blocos de ordem e trazendo uma visão bem diferente da mesma história. Se você ficou frustrado com o modo como o animê apresentou as aventuras de Siesta, Kimihiko e Nagisa, talvez a versão original seja justamente o que você precisa. Afinal, como já comentei antes, a realidade normalmente muda de acordo com a expectativa que você tem.

Captura de tela do episódio 12 de "The Detective is Already Dead", mostrando Siesta

A cara de todos os envolvidos no comitê do animê, ao ver que todo o plano de empurrar as pessoas para a Light Novel deu certo, mesmo que pelos motivos errados (Reprodução: Twitter Oficial, @tanteiwamou_)

E como a história terminou, acho justo fazer o que sempre fazemos e dar uma nota para o que acabamos de assistir: Para mim, “The Detective is Already Dead” fica com um 2,5/5,0, e eu nunca tive tantas postagens para esclarecer o meu ponto, quanto como hoje.

O animê, agora completo, está disponível na Funimation, com legendas em português.

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Sobre o Autor

Vini Leonardi

Cavaquinho na roda de pagode da Torre. Químico de formação, blogueirinho por diversão e piadista de vocação. "Acredito que animês são a mídia perfeita para a comédia, e qualquer tentativa de fazer um show sério é um sacrilégio", respondeu ao ser questionado sobre o motivo de nunca ter visto Evangelion.

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