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Comece a ler Dylan Dog com sua Nova Série

Em março de 2018 a Mythos Editora começou a publicação de seus novos títulos Bonelli, sendo eles respectivamente: Dylan Dog, Martin Mystère, Nathan Never e Nick Raider. Trazendo histórias clássicas dos personagens com acabamento gráfico fiel ao original (em formato italiano), o plano inicial consistia na publicação de quatro volumes como um teste de mercado. Dando certo, as séries poderiam ser continuadas. Dylan Dog foi um caso de sucesso e agora o Investigador do Pesadelo está estreando sua segunda revista no Brasil, em publicação simultânea com a iniciada no ano passado, e trazendo histórias modernas que funcionam como porta de entrada para novos leitores!

Dylan Dog é um dos personagens mais famosos da Itália, rivalizando até mesmo com o imbatível Tex Willer. Com histórias focadas na investigação do sobrenatural, Dylan lida com coisas misteriosas no seu dia-a-dia, convivendo com seus ótimos e fantásticos coadjuvantes como Groucho Marx e o Inspetor Bloch. O investigador foi criado em 1986 por Tiziano Sclavi e já foi abordado na Torre de Vigilância em um post de apresentação do personagem escrito por Luiz Costa.

Suas aventuras foram publicadas por diversas editoras no Brasil ao longo das últimas décadas, totalizando: 12 números pela Editora Record, 1 pela Editora Globo, 6 pela Conrad, 3 pela Lorentz e 46 pela Mythos. Porém, como citado acima, em 2018 retornou às mãos da Mythos, que vem publicando histórias clássicas e inéditas do herói na revista principal (que já ruma para sua sexta edição) e acabou de dar início à denominada Nova Série do personagem.

Mas quais seriam as diferenças das primeiras revistas para as da Nova Série?

No quinto volume de Dylan Dog, “O Homem Que Viveu Duas Vezes“, o editorial da Mythos apresentou nas páginas finais o novo vilão recorrente, John Ghost, que marcará presença neste reinício. E a Nova Série nada mais é do que um recomeço. O primeiro volume desta revista traz a edição 338 italiana (de 2014), marcada pela tão aguardada (e surpreendente) aposentadoria do Inspetor Bloch, feita pelas mãos da roterista Paola Barbato com arte magistral de Bruno Brindisi, um dos ilustradores recorrentes da revista.

O quinto volume de Dylan Dog apresentou o vilão principal da Nova Série do herói em suas páginas finais.

A aposentadoria de Bloch pega Dylan de surpresa, e agora o investigador terá de se acostumar com a falta de colaboração por parte da Scotland Yard ao mesmo tempo que investiga um misterioso caso onde uma jovem foi assassinada porém continuou viva. Esta trama também traz para a Londres de Dylan um pouco de modernização: agora, os personagens utilizam celulares, tablets e computadores. Tudo é mais moderno, situando as aventuras no nosso presente real.

E o respiro de novidade (que funciona bem para que novos leitores tenham contato com este universo) não é somente estético. Ao longo das próximas edições, como em Dylan Dog Nova Série #2 (edição 339 italiana), os roteiristas apresentam os novos policiais com que Dylan deverá lidar costumeiramente – o inspetor Tyron Carpenter e a sargento Rania Rakim, impactando os leitores antigos e criando novidades para os iniciantes. E enquanto a trama da primeira edição era um pouco mais sentimental (especialmente para fãs antigos, angustiados com as reviravoltas das descobertas de Dylan), a história contada no segundo volume é digna de um filme de terror policial, com uma pitada de discussão social e, claro, um leve humor ácido.

O roteiro desta história é de Gigi Simeoni e a arte é de G. Casertano.

Polêmica, a história contada na edição 339 de Dylan Dog dividiu opiniões na Itália.

A fase atual de Dylan é consistentemente elogiada na Itália, e ao que tudo indica a revista da Mythos Editora seguirá a publicação cronológica a partir da edição 338 original, sem cortes e interrupções. Em paralelo, para os saudosos e admiradores, as histórias clássicas seguirão sendo publicadas na outra revista, possibilitando que todo mês (em alternância, um clássico e uma novidade) os leitores brasileiros possam usufruir das tão queridas histórias do DyD.

E a curiosidade segue atiçada, pois John Ghost ainda não fez sua primeira aparição (entretanto, outra “vilã” famosa de Dylan – e não somente dele – já deu as caras logo na primeira revista da Nova Série). O embate épico entre os dois personagens promete ser inesquecível!

Dylan Dog Nova Série está sendo publicada em formato italiano (21 x 16,8 cm), e cada volume possui 100 páginas. Compre suas edições com desconto na Amazon ou na Loja da Mythos Editora!

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Melhores quadrinhos estrangeiros publicados no Brasil em 2018

O ano de 2018 foi marcado pela publicação de excelentes quadrinhos. Algumas editoras estrearam no mercado, outras consolidaram seus nomes, e em meio a uma crise que atinge todo o setor livreiro do Brasil, os leitores priorizam suas coleções e leituras através de boas indicações e séries/personagens favoritos.

A Torre de Vigilância, para marcar o início de 2019, elencará nesta publicação os 10 Melhores Quadrinhos Internacionais do ano passado na opinião de três redatores da categoria Quadrinhos do site, sendo eles: Marcus Santana, Ricardo Ramos e Gabriel Faria. No total, são 30 (ou quase 30, pois alguns se repetem) quadrinhos indicados.

Os critérios básicos para escolha dos materiais foram: o quadrinho deve ter sido lançado no Brasil em 2018, e deve ser uma obra inédita, nunca antes publicada no país. O motivo é simples: queremos indicar as melhores novidades para o público leitor. Haverá também uma lista elencando as melhores republicações do ano, e outra elencando os melhores quadrinhos nacionais – para dar um destaque único e exclusivo aos autores nacionais -, mas isso ficará para outro dia. Outro critério para escolha dos gibis, é claro, foi o gosto pessoal de cada um dos redatores. Uma das graças em fazer este tipo de levantamento é a divergência (ou não) de opiniões, e o gosto  pessoal sempre influenciará na escolha dos indicados.

Sem mais delongas, vamos às listas:

Marcus Santana

Blacksad – Alma Vermelha

Os dois primeiros volumes de Blacksad saíram pela Panini no Brasil há mais de 10 anos. Na época, A Alma Vermelha já havia sido lançado na Europa, mas as baixas vendas, fruto de uma estratégia mal-sucedida de vender álbuns europeus em bancas fez somente em pleno 2018 os leitores brasileiros terem acesso ao terceiro álbum da série. 

Mesmo que um pouco abaixo de Arctic-Nation, meu volume favorito do personagem, o nível ainda é muito alto. A trama envolvendo pesquisas nucleares, tensões políticas bem parecida com os dias de hoje, uma fórmula secreta e obras de arte é genial. A arte, as cores, a narrativa, a tradução e o projeto editorial deram muito certo.

A aceitação dos leitores pela segunda encarnação de Blacksad por aqui parece ser boa, uma vez que, em menos de um ano e meio, a editora SESI-SP lançou cinco álbuns do gato de sobretudo. Ainda em 2018 saíram  O Inferno, o Silêncio e Amarillo, alcançando assim o último álbum da série lançado até o momento. Agora é esperar por novos volumes, que foram anunciados em 2016 mais ainda não foram lançados.


Verões Felizes – Senhorita Estérel

Nostalgia é a maior inimiga do senso critico. Grande problema ver tantos produtos de entretenimento que mexem com o passado, nos encantamos e achamos que é o máximo simplesmente por isso. 

Verões Felizes conta em cada volume determinado período de férias da família Fálderault. Apesar de breves passagens em 1992, Senhorita Estérel se passa em 1962, antes dos dois primeiros álbuns da série. Em direção à Saint-Étienne, nos aprofundamos mais ainda na origem dessa família que identificamos cada vez mais como nossa. Seus pais, avôs, filhos… nos sentimos em casa. A arte de Jordi Lafrebe é linda. Seus cenários, expressões, cores e etc. Mesmo ser uma diferença imensa entre hábitos, nostalgia aqui tem qualidade. 

Fica a torcida para os volumes 4 e 5 serem lançados o quanto antes. Já estamos ansiosos.


Ayako

Poucos autores simplesmente não erram. Osamu Tezuka sequer deu a alguém a chance de apostar um descuido em suas obras. E no Brasil já tivemos algumas chances: Adolf, A Princesa e o Cavaleiro, Buda, Dororo, Kimba… Ainda uma lista tímida  se levarmos em conta que ainda faltam obras como Astroboy, Black Jack, Doutor Tenma e Pukko.

Tezuka conseguia surfar em mares agitados, tratava de temas para todos os públicos e mostrou que HQs lá no oriente não é entretenimento somente para jovens. Ia do infantil ao seinen.

O Japão pós-guerra narrado em Ayako foi o período que justamente popularizou os mangás por lá, devido a ocupação dos EUA no país. Temos uma narrativa mais real que fantástica, diferente de Adolf, que mescla os dois universos.

Não vou negar que, apesar da qualidade imensa, a edição da Veneta é grande e cara. 720 páginas em capa dura não teriam como resultar em outra consequência, mas Tezuka vale o esforço. 


Duas Vidas

Já havia gostado muito de Não Era Você Quem eu Esperava, lançamento anterior desse francês que fala português melhor que muito brasileiro.

Dois irmãos, duas carreiras e duas vidas em colisão. É nada mais que isso.

Toulmé fala de obstáculos e situações complicadas de forma ao mesmo tempo serena, preocupante e cômica. Ponto pra editora Nemo.


Black Dog: Os Sonhos de Paul Nash

A surpresa do ano. Muitos têm seu auge e depois se mantém, apesar de um nível abaixo, regulares.

Não é o caso. Apesar de recente e ter sido um trabalho encomendado por um instituto, considero essa uma obra-prima de McKean.

São sonhos (sim, pensei o mesmo que você a respeito de outro personagem do autor) e reminescências de Paul Nash, artista e militar da Primeira Guerra Mundial. Com suas imagens de conflito, ficou conhecido como artista oficial do período.

A leitura é sensorial. Uma ótima experiência. Obrigado, DarkSide! Inclusive por escolher capa dura, edição que, no reino unido, só saiu em 500 exemplares.


Mort Cinder

Oesterheld é para mim o maior roteirista de HQs que já existiu. Podem tentar copiá-lo, mas não tem como chegar no patamar que ele tinha em combinar palavras em sua narrativa. Eu sinto a tensão do ambiente, o peso das vozes e os efeitos sonoros de cada palavra que ele escreve. É o maior.

Alberto Breccia é um gênio da ilustração. Desenhar assim usando como um dos utensílios LÂMINA DE BARBEAR não é para qualquer um.

A trama? Bom, vou deixar vocês mesmos descobrirem. O assunto poderia ser o que fosse, com esses dois não teria a mínima possibilidade de dar errado.

A edição da Figura é melhor até que a versão argentina, país de origem da HQ, que já saiu na França, Alemanha, Portugal, Espanha, Estados Unidos da América e FINALMENTE no Brasil. 

Ano que vem é o centenário de ambos os autores, então se ainda não os conhecem, a hora é essa.


Crimes e Castigos

Carlos Nine é um autor quase desconhecido no Brasil e quase nada de sua autoria foi publicado por aqui. Reparando esse erro, a Figura lançou este ano essa inesperada edição que por pouco não veio. Crimes e Castigos quase não teve sua meta de financiamento coletivo atingida, e o azar seria nosso.

A narrativa de Nine é similar à de Rodolphe Töpffer e Hal Hoster. Com apenas caixas de texto, o detetive Babously desvenda um mistério que, ao mesmo tempo que conta uma história ao longo da HQ, é recheada de narrativas mais curtas em cada uma de suas aventuras.

Os desenhos de Nine beiram o surreal e misturam erotismo, ação e violência neste volume. Sua construção de página são extremamente criativas e divertidas.

Seria muito bem-vinda a iniciativa de novas histórias do autor, mas acredito que seja muito difícil pois até na Argentina, seu país de origem, o público é muito específico.


Uma Irmã

Bastien Vivés, apesar de muito jovem, já é visto como um dos grandes nomes das Narrativas Gráficas na França. Jovem como sua idade, também é sua introdução no mercado brasileiro: esta é apenas sua segunda HQ publicada por aqui. A primeira, O Gosto do Cloro, saiu em 2012.

Assim como na primeira HQ aqui lançada, o foco de Vivés é um relacionamento ao mesmo tempo instantâneo e incomum. Um garoto tem afeto cada dia maior com uma garota que tem que conviver diariamente devido suas férias. A convivência cresce e suas atividades avançam. Seria inicialmente uma irmã, mas a convivência torna a relação difícil de explicar.

Melhor dizendo, é muito bem descritível graças ao traço de Vivés. Tão leve e puro como uma convivência familiar.

A Editora Nemo há um bom tempo mudou seu perfil de publicações, e tem lançado HQs cada vez mais autorais. Infelizmente projetos como de Hugo Pratt e Enki Bilal não vingaram, mas bom saber que continuam ousando em publicar um material tão exclusivo por aqui.


Paraíso Perdido

Sempre tive um pé atras com adaptações em HQ. Ao meu ver é o mesmo que assistir ao filme ao invés de ler a HQ. Ridículo aos que têm preconceito com quadrinhos mas lotam salas de cinema. É preguiça de ler. Medo de gostar.

Mas é tão bom quando calam nossa boca; recentemente tivemos esse gostinho com Elric da Glénat (publicado no Brasil pela Mythos) e Paraíso Perdido faz exatamente isso novamente. Baseado num poema de John Milton no século XVII, temos aqui o drama de anjos que sucumbiram à uma revolta de Satanás, corrompendo a humanidade e gerando o mundo que até hoje vivemos.

A quase falta de texto não incomoda. Me lembrou bem o que Danilo Beyruth me disse em uma entrevista realizada aqui no site: quando uma arte é tão bem feita que o espaço de tempo é diferente. Passamos mais tempo que de costume apreciando cada página pois Pablo Auladell destrói. Que esse autor esteja mais presente por aqui.

A DarkSide definitivamente veio para ficar no mercado de quadrinhos. Ainda bem.


A Terra dos Filhos

Sinceramente acho que o gênero “pós-apocalíptico” se aproxima do cansaço. Muitos filmes, séries e HQs sobre o mesmo assunto em um curto espaço de tempo os estão tornando cada vez mais previsíveis. No mesmo ano, por exemplo, tivemos os filmes Um Lugar Silencioso e Bird Box. A diferença de um para outro era o sentido a ser evitado.

Finalmente publicado no Brasil, Gipi conseguiu fazer uma obra sem cair na mesmice desse gênero. Dois garotos viajam uma terra arrasada buscando uma coisa apenas: conseguir ler o diário de seu pai.

O trabalho editorial da Editora Veneta é muito bom, inclusive escolhendo uma capa melhor que a versão original.


Ricardo Ramos

Black Hammer

Uma das séries mais elogiadas lá na gringa chegou ao Brasil por meio da Intrínseca, e foi um baita golaço. A premiadíssima obra de Jeff Lemire juntamente com o artista Dean Ormston e o colorista Dave Stewart já arrebatou em 2017 o Eisner na categoria Melhor Série Original, contando a trama de um grupo de super heróis em total decadência.

Até agora a Intrínseca publicou dois volumes: Origens Secretas e O Evento, mas a editora tem em seus planos manter a continuidade da série.


A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 1

Lançado originalmente em agosto de 2013 nos Estados Unidos, A Marcha é a primeira parte de uma trilogia que apresenta a longa batalha do lendário congressista americano John Lewis pelos direitos humanos e civis e a luta pelo fim das políticas de segregação no país. É um retrato sobre o movimento de direitos civis na América, sob a perspectiva de Lewis e a influência que foi exercida sobre ele pelo ícone Martin Luther King.  A obra foi escrita pelo parlamentar norte-americano John Lewis e Andrew Aydin e tem desenhos de Nate Powell.

Aqui no Brasil A Marcha foi publicada pela Editora Nemo que já anunciou a segunda parte da trilogia para abril. Confira a nossa resenha AQUI.


Visão de Tom King

O tão comentado e elogiado arco de Tom King que reformulou o Visão com um vendaval de inovações na sua mitologia chegou ao Brasil e agradou os leitores. Uma história suburbana que mistura suspense, ficção científica e comédia de erros que dá prazer de ler e reler. É praticamente um thriller bem no estilo de King, com simpatias com os personagens e reviravoltas que aparecem a todo momento durante a leitura. Você pode conferir nossa resenha AQUI.


Drácula

O último trabalho de Mike Mgnola antes de cair de cabeça em Hellboy, a adaptação do filme Bram Stoker’s Drácula, chegou ao Brasil pela Editora Mino. E chegou em grande estilo. A Mino não poupou trabalho para publicar uma lindíssima edição, com uma capa vermelha sangue e a história em preto e branco, que só realçou e valorizou mais a arte de Mignola. A qualidade é tão absurda, que quando você termina a leitura dá vontade de assistir ao filme de Francis Ford Coppola em preto e branco. Um dos melhores trabalhos editoriais lançados no país ano passado.


Asa Quebrada

A obra do escritor espanhol Antonio Altarriba conta a trajetória de sua mãe Petra. Uma mulher calejada de tragédias, que começaram logo quando ela nasceu. Quando a sua mãe morreu quando dava luz a ela, o seu próprio pai a tentou matar e no ato deixou Petra com um braço imóvel permanentemente. Anos depois, ela teve que cuidar do seu pai que ficou paralisado após uma briga. E chegando até salvar a sua vida durante a Guerra Civil Espanhola. Assim como em Arte de Voar, onde Altarriba narra a história de seu pai, a trajetória de Petra se mistura com o momento em que o fascismo da Guerra Civil Espanhola aterrorizava o país.

Tanto Arte de Voar quanto Asa Quebrada foram publicadas por aqui pela Editora Veneta.


Os Vampiros

Baseada em fatos reais, a HQ de Filipe Melo e Juan Cavia apresenta um grupo de soldados portugueses que são destacados durante a guerra colonial para uma missão secreta no Senegal em dezembro de 1972. Mas o clima tenso vai pesando sobre eles que acabam sendo consumidos pela paranoia e pelo cansaço. Os homens enfrentam sucessivos demônios. Tanto os da guerra como os que cada um carrega com si mesmo. A publicação aqui foi da SESI-SP.


A Entrevista

A HQ do italiano Manuele Fior apresenta o psicólogo de meia idade Raniero, que conhece a jovem Dora, uma paciente que se torna uma catalisadora das mudanças que se impõem sobre a sua conturbada vida. Publicado por aqui pela Editora Mino, A Entrevista chegou liderar por um tempo o ranking de vendas na Amazon Brasil.


Juízes Negros: A Queda do Mundo Morto

Não poderia faltar nesta lista de 30 quadrinhos, um do universo do Juiz Dredd, maior e mais famoso personagem dos quadrinhos britânicos. Este, escrito por Kek-W (que já teve uma obra publicada no Brasil, A Lei de Canon) e ilustrado por Dave Kendall, é um prelúdio da vida dos principais inimigos do Juiz Dredd, os Juízes Negros (Morte, Mortis, Fogo e Medo), mostrando como era seu universo que foi destruído posteriormente por sua política de “o crime é a vida, a sentença é a morte”. Com arte fenomenal e história elucidante para os fãs do Bom Juiz, A Queda do Mundo Morto (e todos quadrinhos do Dredd) merece receber destaque por parte dos leitores brasileiros.


Lazarus

Greg Rucka e Michael Lark criam, em Lazarus (da Image Comics) uma história de ação e política deslumbrante. A dupla já havia trabalhado em união na série Gotham Central da DC Comics, e em Lazarus, uma série mais autoral, eles repetem o sucesso e qualidade dessa união tão fantástica, e apresentam muita violência com uma personagem feminina, protagonista, fortíssima. O foco da história está no poder mundial, controlado pelas “famílias”, e cada “família” possui sua espada e escudo, uma pessoa, um protetor denominado Lazarus.

A edição nacional é da editora Devir, que trouxe a série em capa cartão e capa dura, para que os leitores possam escolher o que mais lhe agrada.


Fugir: O Relato de Um Refém

A editora Zarabatana, casa brasileira dos quadrinhos de Guy Delisle, surpreendeu a todos ao trazer em 2018 sua obra sobre o sequestro de um funcionário de uma ONG médica na região do Cáucaso. Delisle narra, de forma angustiante, como Christophe André foi mantido em cativeiro sem saber o motivo do sequestro. Comovente, absurda e rivalizando com suas melhores obras (Pyongyang, Shenzhen e suas Crônicas Birmanesas e de Jerusalém), esta graphic novel de mais de 400 páginas explicita muito bem o motivo de Delisle ser tão celebrado no mundo inteiro.


Gabriel Faria

Paraíso Perdido

Pra mim, o melhor quadrinho de 2018. Sempre tive um fascínio por histórias fantásticas com personagens bíblicos. Tal qual o poema original de John Milton (que li somente após ter lido o quadrinho publicado pela DarkSide), o espanhol Pablo Auladell entrega um espetáculo narrativo e visual que enche os olhos do leitor. Sua arte assemelha-se a pinturas clássicas, o que entrega à obra um charme ainda mais especial.

A história narrada, apesar de simples, é recheada de nuances e significados. O que começa como uma história intrigante torna-se rapidamente um épico de guerra, e o texto rebuscado, apesar de dificultar a leitura no início, passa a ser plenamente legível com velocidade significativa no decorrer das páginas. A edição da editora DarkSide também é um espetáculo visual primoroso.


O Relatório de Brodeck

A estreia do francês Manu Larcenet no mercado nacional veio através da editora Pipoca & Nanquim. E, assim como o quadrinho que citei anteriormente, esta também é uma adaptação de um livro. Uma belíssima adaptação.

Uma história densa, que trata especialmente sobre a crueldade humana, O Relatório de Brodeck mostra a vida de Brodeck, escriba recém-saído da Segunda Guerra Mundial, contando e investigando um assassinato brutal cometido pelos moradores de um vilarejo. A obra original é de Philippe Claudel, e a adaptação de Larcenet destaca-se em grande parte por sua arte sombria e muito expressiva.

O quadrinho é tenso. Angustiante, triste e sofrido. Ele escancara o pior do que há na humanidade, e você sente o impacto de cada momento no decorrer das páginas. Brodeck compete com Paraíso Perdido, pra mim, como melhor publicação do ano. E o cuidado editorial da Pipoca & Nanquim é belíssimo.


Blue Note: Os Últimos Dias da Lei Seca

Publicado na França pela Dargaud e chegando ao Brasil pela Mythos Editora através do selo Gold Edition, Blue Note possui dois álbuns em um, ambos situados na Nova Iorque dos anos 30, quando a Lei Seca foi abolida nos Estados Unidos.

Uma das histórias é focada em um boxeador que retorna a ativa enquanto lida com a máfia e um novo amor, e a outra é sobre um músico que se mudou para Nova Iorque. As duas histórias têm em comum o envolvimento com a venda ilegal de álcool, os clubes de música, e principalmente, gângsteres.

A atmosfera de época traduzida às páginas pela dupla Mathieu Mariolle e Mikaël Bourgouin é simplesmente deslumbrante, e a ligação entre a vida de Jack Doyle (o boxeador) e R. J. (o músico) é belissimamente conduzida. Vincenzo, dono do maior clube da cidade e perigoso mafioso, também é um personagem intrigante, e a ligação entre jazz, boxe e noir torna Blue Note uma das surpresas mais agradáveis do ano.


Uma Irmã

Assim como o texto do Marcus no início desta postagem resumiu bem, Uma Irmã é um quadrinho leve e puro, e um adjetivo ficou de fora mas acrescento aqui: delicado. História sobre descobertas e uma relação inusitada que poderia facilmente desembocar na pornografia gratuita pura e simples, mas nas mãos de Bastien Vivès, acaba por se tornar um show de empatia e delicadeza.

Vivès possui apenas 34 anos mas é considerado por muitos como um dos prodígios do mercado europeu. E não é pra menos: sua arte e narrativa são muito singelos, e a forma como ele apresenta todos os personagens quase como rascunhos, em traços finos e limpos, colabora para a inocência da história. Ponto positivo para a edição da Nemo, que poderia muito bem se tornar a casa editorial do autor no Brasil. Seria ótimo.


Shangri-La

Um quadrinho polêmico que vem dividindo a opinião de muitos leitores, Shangri-La de Mathieu Bablet me encantou do início ao fim. Para muitos, a história de ficção-científica narrada neste quadrinho foi cheia de problemas: pretensiosa, cansativa, rasa, com desenhos insatisfatórios… Entretanto, todos estes pontos “negativos” para mim são os grandes destaques do quadrinho.

Shangri-La mostra a vida em uma estação espacial após a Terra ter se tornado um planeta inabitável. A estação é dominada pela grande corporação Tianzhu, que controla a vida dos habitantes quase como de forma hipnótica, através do consumo exacerbado de novas tecnologias e controle de créditos. Entretanto, a história da vida “perfeita” na nave rapidamente torna-se questionadora quando a empresa, que possui um plano de criar vida a partir do zero em Titã, uma das luas de Saturno, é posta em cheque por um leque de personagens da estação espacial. E a partir daí inicia-se a investigação e o caos generalizado da vida humana no local.

Esta história é ficção-científica pura, sem tirar nem por: o contexto fantástico e futurista serve para que o autor fale sobre a realidade no momento atual da raça humana. E os questionamentos que ele levanta são realmente pertinentes, além de chocantes em muitos aspectos. Mas o quadrinho não dá respostas: ele apenas questiona. E acho isso um charme especial, pois o leitor deve preencher as lacunas em sua cabeça e mostrar o que absorveu daquilo que leu. A arte de Bablet é linda (apesar de realmente possuir um problema, que é a representação do rosto humano), e a edição da SESI-SP ficou primorosa. Pra mim, uma surpresa positiva.


Um Pedaço de Madeira e Aço

O francês Christophe Chabouté foi um dos destaques de 2017, pra mim, com a publicação de Moby Dick pela editora Pipoca & Nanquim. Agora, este mestre francês da arte em preto & branco retorna por sua casa editorial brasileira com um de seus quadrinhos mais aclamados, Um Pedaço de Madeira e Aço.

Nesta história com mais de 300 páginas, Chabouté mostra a vida e a passagem do tempo com foco em um… Banco de praça. E a história deste banco de praça, frequentado por diversas pessoas (e animais) da cidade onde ele se localiza, inusitadamente é uma das leituras mais emocionantes do ano. Um mestre da perspectiva e narrativa gráfica, o autor consegue, através do banco, mostrar um pouco da vida de cada um que passa por lá, criando um envolvimento único com o leitor. O banco é, assim como “personagem principal”, o único cenário da história, e a passagem de tempo (demonstrada sem textos, pois este é um quadrinho mudo) torna a finalização da leitura uma verdadeira jornada de sentimentos, que vão do riso às lágrimas em algumas viradas de páginas.

Mais Chabouté deverá chegar ao Brasil em 2019, e se a qualidade se mantiver como Moby Dick e Um Pedaço de Madeira e Aço, este autor rapidamente se consagrará como leitura obrigatória por aqui.


Black Hammer

Jeff Lemire segue consolidando seu nome como um dos maiores autores do mercado norte-americano. A cada história é uma surpresa, e a qualidade não cai. Black Hammer, na minha opinião, é o grande destaque das histórias de super-heróis publicadas no Brasil em 2018.

Lemire homenageia todo o legado dos heróis da Marvel e DC através de uma história sombria, cheia de mistérios e constantemente chocante. O plot simples (heróis presos em uma realidade/tempo específica sem saber como voltar para a vida normal), nas mãos do roteirista, cresce de maneira surpreendente e entrega uma leitura que, ao terminar, você sente necessidade de mais. E todos os personagens são memoráveis e carismáticos, representados muito bem através da linda arte de Dean Ormston. O sucesso desta publicação da Editora Intrínseca é merecido, e os leitores brasileiros precisam de mais.


Boa Noite Punpun

Assim como Ayako (já citado pelo Marcus no início desta lista), Boa Noite Punpun é o destaque dos mangás lançados no Brasil em 2018. Inio Asano é, na minha opinião, o melhor mangaká contemporâneo do Japão. No Brasil já tivemos a publicação de algumas obras suas: Solanin, A Cidade da Luz e Nijigahara Holograph. Entretanto, Punpun é sua obra-prima.

Como todos os mangás de Asano, Punpun gira em torno do fator humano. A história, que segue a vida de um garoto chamado Onodera Punpun (representado como uma espécie de passarinho) enquanto ele cresce e convive com amigos e familiares, possui tudo que o autor mais sabe fazer: algo sincero, depressivo, metafórico, imperfeito, delicado… Todas as características que se enquadram nas obras de Inio Asano, em Punpun são trabalhadas com maestria.

O crescimento e as descobertas de Punpun, o convívio com sua família quebrada e seus amigos, sua rotina escolar, seus primeiros sentimentos (como amor e depressão, alegria e tristeza), suas incertezas a respeito do que está acontecendo, seu contato com Deus… Tudo é primoroso. E a edição da JBC, em Formato Big (com mais de 400 páginas), é perfeita. Boa Noite Punpun é uma história aclamadíssima no Japão, e a oportunidade de ler esta obra no Brasil é fantástica.


Gideon Falls

Jeff Lemire surge mais uma vez, agora com uma história bem diferente do que ele conta em Black Hammer, apesar do clima de tensão de ambas as obras. Aqui, temos uma história de terror publicada nos EUA pela Image Comics. E é uma história de terror de primeira categoria.

Ao lado de seu parceiro de outros trabalhos, Andrea Sorrentino, Lemire narra a história de um padre em uma pequena cidade do interior e um rapaz transtornado na cidade, enquanto um misterioso celeiro negro está linkado às suas vidas de forma similar. E a tensão evocada pelas aparições do celeiro e todo o mistério que gira em torno de sua existência são surpreendentemente curiosas. Você quer saber o que está acontecendo a qualquer custo.

A edição da Mino, em capa dura com bom acabamento gráfico, também merece elogios. Um quadrinho que, assim como B.H., os leitores brasileiros precisam de mais!


Réquiem: Cavaleiro Vampiro

O fantástico roteirista Pat Mills (de Guerreiros ABC, Sláine, Juiz Dredd e Marshall Law) mergulha no mercado francês, ao lado do fantástico desenhista Olivier Ledroit, para contar uma das histórias mais criativas presentes nesta lista.

Um nazista morto na guerra, ressuscita como um vampiro em um mundo que é o oposto da Terra (também geograficamente falando), onde o tempo corre ao contrário, cima é baixo, esquerda é direita, água é sangue. Este mundo, chamado Ressurreição, torna-se o lar de Heinrich, que ao renascer assume o posto de Cavaleiro Vampiro, soldado que deve manter a ordem caótica deste universo estranho cheio de lobisomens, zumbis e outros monstros.

Réquiem é a cara de Pat Mills: um quadrinho ácido, violento, e visualmente fantástico graças a maravilhosa arte de Olivier Ledroit. Assim como Blue Note, Réquiem foi publicado pela Mythos Editora através do selo Gold Edition, e foi uma das mais gratas surpresas do ano. Mais volumes virão, se Drácula ajudar.

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Papo de Saloon | Tex: O Sinal de Yama

No último Papo de Saloon tive a oportunidade de dar um panorama geral sobre o maior vilão de Tex, o famoso Mefisto. Em Tex: A Volta de Mefisto, o icônico mago ilusionista retornou em toda sua glória numa história escrita e desenhada por dois gigantes da Sergio Bonelli Editore. Mas se você é fã de Tex Willer também deve conhecer o filho de Mefisto, Yama, um bruxo poderoso como seu pai. E onde ele esteve durante tanto tempo, após ter sido derrotado a última vez por Tex e seus pards? Em Tex: O Sinal de Yama vemos justamente isso.

Steve Dickart, o Mefisto, teve um filho com a cartomante Myriam. Este filho, Blacky, herda o legado do pai nos momentos finais de sua vida, adotando o nome de Yama e buscando vingança contra Tex e seus pards. Apesar de agir em nome do pai e recorrendo à ajuda de descendentes maias e astecas, ou por mestres do voodoo, Yama nunca obteve êxito em seus objetivos e, repudiado por seu progenitor, retornou à vida de saltimbanco com sua mãe.

O parágrafo acima resume muito bem tudo o que você precisa saber acerca deste vilão icônico do ranger mais querido dos quadrinhos. Yama sempre foi considerado inferior em poder ao seu pai por magos poderosos e até mesmo por Willer e Carson. Entretanto, em O Sinal de Yama, o vilão está determinado a, de uma vez por todas, dar um fim à vida dos heróis texianos.

Escrita por Mauro Boselli e ilustrada por Fabio Civitelli, Tex: O Sinal de Yama é uma história recente da cronologia do personagem. Este arco teve início na Itália na revista Tex 673 de novembro 2016, sendo publicado até a edição 675. No Brasil, em julho de 2017, a história chegou pela primeira vez às bancas em Tex 573. E por se tratar de uma obra artisticamente impecável desde sua primeira página, em maio de 2018 ela foi compilada no encadernado de luxo com capa dura que é o tema deste Papo de Saloon!

Boselli, um dos gigantes da Sergio Bonelli Editore, também edita o personagem, além de escrever história fantásticas e clássicos instantâneos praticamente 100% das vezes. Nesta história, Boselli bota na mesa todo seu conhecimento da cronologia texiana quando, ao trazer Yama de volta de sua rotina sórdida acompanhando sua mãe, busca toda a mitologia mística das páginas de Tex para criar uma aventura assombrosa com a nata do ocultismo.

Apesar de estarmos acostumados a ler histórias escritas por Mauro Boselli com mais “pé no chão“, como a maravilhosa Patagônia, quando o autor escreve histórias mágicas o nível se mantém da mesma forma. O roteirista trata todos os personagens, obviamente, de forma muito respeitosa, mas ao mesmo tempo cria momentos fantásticos envolvendo monstros das profundezas e fenômenos da natureza que são de arrepiar.

O autor é sagaz em, de forma inusitada, turbinar os poderes de Yama para que ele represente uma ameaça muito maior ao grupo de Tex, tanto quanto seu pai jamais representou. E apesar do tempo de publicação tão espaçado, esta aventura serve até mesmo como uma continuação para a história comentada no último Papo de Saloon, A Volta de Mefisto. O pai de Yama é uma figura essencial para a história do jovem bruxo, e não é deixado de lado neste épico mágico.

Além dos louros dedicados ao texto de Boselli, a outra parte que brilha aos olhos do início ao fim é a arte de Fabio Civitelli, o motivo desta edição existir. Um gigante no domínio de luz e sombras, Civitelli trabalha com tons de preto como poucos artistas da Bonelli. E a decisão editorial da Mythos em publicar esta história em formato gigante, valorizando o desenho do artista, foi acertadíssima. A ideia do encadernado maior que o formato italiano veio desta proeza do desenhista em chamar a atenção do leitor para cada detalhe obscuro.

O artista desenha criaturas Lovecraftianas, espíritos e demônios com a mesma maestria com a qual inunda as páginas com tempestades, furacões, inundações ou somente pessoas conversando. Cada quadro de Civitelli se assemelha a uma pintura, sempre se baseando no contraste do preto com o branco. E desta forma, as 330 páginas de horror e tiroteio fluem tão perfeitamente, de forma quase cinematográfica, que o combinado de roteiro e arte demonstra com perfeição o que ocorre quando se juntam dois autores fantásticos.

Tex: O Sinal de Yama deixa ganchos para uma continuação. Como todas as séries da Bonelli, Tex possui um potencial infinito de como seu universo pode ser explorado, e ter em mãos alguns usos em potencial para figuras tão emblemáticas é importante caso outros autores – ou os mesmos, e isso seria incrível – venham a se aventurar no ocultismo dos Dickart.

O preço sugerido desta edição é R$ 74,90, e seu formato é 27,2 x 20,2 cm. Caso tenha se interessado, clique aqui para garantir o seu com 26% de desconto!

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Terceiro encadernado Deluxe de Mágico Vento chega às lojas em novembro

Em outubro de 2017 a Mythos Editora deu início a coleção Deluxe colorida de Mágico Vento, uma das séries mais consagradas da italiana Sergio Bonelli Editore. Com um lançamento em 2017 e outro em 2018 (em março), em breve chegará às livrarias o terceiro volume da coleção! Confira detalhes abaixo.

Louis Beaumont, um fanático seguidor da seita do Vodu, que veste um velho uniforme de oficial confederado, decapitou com sua espada o pai espiritual de Mágico Vento. Além disso, o fantasmagórico assassino levou a cabeça de Cavalo Manco, e Mágico Vento deverá medir forças com o poder obscuro da Serpente do Vodu para devolver a paz ao velho xamã. Ao mesmo tempo, Poe reúne as provas de uma manobra cínica levada a cabo contra os índios por Howard Hogan, um empresário inescrupuloso, cujo caminho já se cruzou com o do xamã branco.

A série foi criada em 1997 por Gianfranco Manfredi, um dos maiores nomes dos quadrinhos italianos, e foi publicada até 2010 totalizando 131 edições. No Brasil a editora Mythos lançou todos números, e a nova coleção Deluxe republica a saga desde o início, com o diferencial das cores. Cada encadernado compila duas aventuras originais.

Na Itália foram colorizadas as primeiras 25 edições da série, tornando possível a publicação em cerca de 12 encadernados seguindo os mesmos moldes. A arte é de José OrtizGiuseppe Barbatti e Bruno Ramella.

Mágico Vento Deluxe – Volume 3 chega às livrarias em breve. O encadernado possui 200 páginas encadernadas em capa dura e o preço sugerido é R$ 76,90Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido!

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Papo de Saloon | Tex: A Volta de Mefisto

Mefisto, criado por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini, sempre foi o principal antagonista do ranger Tex Willer. Um mago ilusionista poderosíssimo, Steve Dickart (nome real do vilão) enfrentou Tex e seus pards algumas vezes ao longo das décadas, e suas aparições nos quadrinhos da editora italiana Bonelli sempre foram eventos grandiosos.

O personagem rapidamente se caracterizou como a antítese do herói, e a cada retorno suas ações se tornaram mais e mais diabólicas. Em 1983, entretanto, a última desventura do vilão foi contada pelas mãos de seus criadores, que deram um fim à sua vida, e ali estava marcado (pelo menos por enquanto) o encerramento da história desta vil criatura. No mesmo ano, Gian Luigi parece ter esboçado uma história que marcaria o retorno de Mefisto, e esta só foi publicada quase vinte anos depois. Hoje, no Papo de Saloon, falaremos sobre Tex: A Volta de Mefisto.

A Volta de Mefisto foi publicada na Itália em 2002. Os autores escolhidos em 1996 para continuarem os esboços inicias de G. L. foram dois nomes característicos de Tex, peritos no personagem que vinham trabalhando no mesmo há alguns anos: Claudio Nizzi e Claudio Villa. Ainda em 1996, a história começa a ser escrita e desenhada, porém longos atrasos fizeram com que ela fosse publicada somente após a virada do século. E com grande expectativa, esta história atingiu as bancas italianas, chegou ao Brasil em 2004 e retornou recentemente em uma edição de luxo da editora Mythos, totalmente colorida!

Esta aventura de cerca de 360 páginas, apesar de trazer de volta um personagem clássico, pode ser lida por novatos no mundo de Tex. Tem início com a irmã de Mefisto, Lily Dickart, tendo ideias de ressuscitar o irmão através do uso dos poderes de um mago indiano. Visando fixar a alma do vilão de volta em um corpo físico, Lily e seu marido milionário seguem suas jornadas enquanto Tex, na aldeia navajo, recebe uma mensagem de mau agouro vinda do vidente e ancião da aldeia, Nuvem Vermelha. Descrente, Tex passa a encarar uma série de acontecimentos bizarros ao mesmo tempo que realiza uma missão da Agência Pinkerton, e o embate com Mefisto aparenta estar cada vez mais próximo.

Claudio Nizzi, o roteirista, segue uma fórmula característica de boa parte de suas histórias: divide os pards em dois núcleos, sendo um composto por Tex e Carson, e outro por Jack e Kit. Eventualmente, os caminhos dos quatro heróis se cruzam, e a reta final tem início. Nizzi, herdando aqui as principais ideias dos esboços de G. L. Bonelli, produz uma história bem amarrada com muito ocultismo, assassinatos e magia negra, e abusa (no melhor sentido possível) dos clichês das histórias “mágicas” do Tex, mas sem deixar de lado a característica investigativa de crimes aparentemente mais simples e palpáveis, quando algumas diligências passam a ser misteriosamente atacadas.

Nizzi também consegue dar vozes específicas para cada um dos personagens desta história. Seu Mefisto, por exemplo, é de extrema fidelidade ao clássico, em seus discursos e atitudes. Os personagens criados para o retorno do vilão, como o Major e o marido de Lily, também desempenham seus papéis de forma interessante e condizente com suas personalidades apresentadas desde o início da história. E outro mérito gigantesco é a arte de Claudio Villa.

Villa, então capista de Tex, também estava envolvido com diferentes projetos e demorou anos para entregar suas páginas finalizadas. Considerado sucessor espiritual de Galep por tentar reproduzir seu estilo (e não dever em nada à memória do grande autor), muitos fãs consideram seu Mefisto tão bom quanto o original, e os elogios não são exagerados. A narrativa de Villa é ágil, e sua arte é limpa e muito cinematográfica, fazendo com que seus personagens possuam feições muito realísticas. E apesar das cores da Sergio Bonelli Editore não possuírem muito apreço de parte dos fãs, elas complementam bem os desenhos deste arco, dando um tom ainda mais real para cada quadro.

O desenrolar da trama, que se dá ao longo de suas mais de 300 páginas, possui um ritmo bem cadenciado e não cansa o leitor em momento algum. Como o retorno do vilão é muito bem estruturado desde o início, firmadas as bases da história, resta ao leitor a curiosidade de saber onde tudo isso vai dar. Os momentos finais, de extrema tensão mental, tiram o fôlego enquanto tudo parece estar perdido. E de forma criativa e inusitada, Nizzi e Villa finalizam o retorno de Mefisto em grande estilo, com um gostinho de quero mais.

A edição de luxo da Mythos, em capa dura e formato italiano (21 x 16 cm), possui acabamento primoroso e textos editoriais interessantes que situam o leitor ao longo de toda a cronologia que levou a publicação d’A Volta de Mefisto, além de mostrar claramente a importância desta história para a Sergio Bonelli Editore. O papel utilizado é o offset, que não deixa as cores brilhantes (tornando-as mais opacas), dando um ar de aventura clássica para cada página.

Resta saber se a editora pretende dar continuidade a este formato, lançando uma nova coleção do ranger mais querido dos quadrinhos, com mais aventuras importantes para a cronologia do personagem e, quem sabe, republicando alguns clássicos em cores. Caso venha a acontecer, o Papo de Saloon definitivamente será um espaço da internet para comentar tais lançamentos!

Se você está interessado em conferir esta edição comemorativa dos 70 anos de Tex, clique aqui para garantir seu encadernado com desconto!

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Quadrinhos

Tex Graphic Novel: Justiça em Corpus Christi entra em pré-venda na Amazon

Um novo encadernado da série Tex Graphic Novel chegará em breve às livrarias, disponível para os fãs texianos de todo o Brasil. Confira detalhes abaixo acerca deste volume com roteiro e arte de consagrados autores da Sergio Bonelli Editore!

A cavalgada da vingança do jovem Tex Willer. Tex quer justiça. Acusado injustamente de ser cúmplice dos ladrões de gado, o jovem vingador deverá enfrentar uma numerosa quadrilha de pistoleiros protegida pelo xerife de Corpus Christi. Em todo o Texas somente três homens estão do seu lado: os rangers Jim Callahan e Dan Bannion e seu irmão Sam. O acerto de contas está próximo, e sem economia de chumbo.

Por muitos anos, Tex ficou atado às amarras cronológicas e dos mesmos moldes de publicação, até que em 2015 foi lançada na Itália a história “O Herói e A Lenda” (L’eroe e La Leggenda), de Paolo Eleuteri Serpieri, dando início a uma série de graphic novels apelidadas de “Tex D’autore“, onde os autores estão livres para reinventarem o personagem da forma que bem entenderem, e sem precisarem necessariamente se ater à cronologia, podendo voltar ou avançar no tempo conforme suas vontades.

Tex Graphic Novel: conheça a linha autoral de Tex.

O roteiro de Justiça em Corpus Christi é de Mauro Boselli, figurinha carimbada nos quadrinhos Tex que já escreveu diversas histórias para a Sergio Bonelli Editore, também supervisionando tudo que é feito com o rangerCorrado Mastantuono, o artista desta edição, é famoso por seu trabalho em Nick Raider e Magico Vento, além dos trabalhos para a Disney.

Tex Graphic Novel: Justiça em Corpus Christi possui 52 páginas encadernadas em formato 27 x 21 cm, com preço de capa de R$ 32,90. Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido!

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Torre Entrevista | Chuck Dixon

O pai de um dos maiores vilões do Batman, prolífico roteirista e uma pessoa dotada de extrema simpatia, Chuck Dixon é um grande nome do mercado de quadrinhos norte-americanos. Algumas de suas obras inéditas foram lançadas no Brasil recentemente, enquanto outras ganharam republicações, e motivados pela cena atual, resolvemos entrevistá-lo para falar um pouco sobre duas histórias em específico:

Primeiramente, gostaria de agradecer por ter aceitado fazer esta entrevista. No período de alguns meses, os leitores brasileiros foram agraciados com os lançamentos de alguns quadrinhos de sua autoria, tais quais as edições de luxo de Robin: Ano Um e Batgirl: Ano Um (pela editora Eaglemoss), e o lançamento da inédita Bane: A Conquista (Panini), bem como a publicação de um encadernado especial de Mundo Invernal (Mythos Editora) compilando as duas aventuras originais ilustradas por Jorge Zaffino, e a recente La Niña. Gostaria de centrar, nesta entrevista, nestes dois quadrinhos citados por último.

Muito obrigado por vir falar comigo!

Chuck Dixon em sua mesa na MegaCon Tampa Bay em 2016. (Reprodução: bleedingcool.com)

Vamos começar falando sobre você. Em quaisquer sites como a Wikipedia ou até mesmo no Dixonverse qualquer um pode encontrar detalhes sobre o início de sua carreira. Entretanto, eu gostaria de saber como você se envolveu com os quadrinhos inicialmente, como leitor, para depois ir trabalhar no mercado.

Quando eu era criança havia quadrinhos em todo lugar. A maioria das casas tinha pilhas deles. Eles estavam na barbearia, farmácia e todo lugar que eu ia. Eu ficava muito doente quando criança, e membros da família traziam quadrinhos para mim como presentes. Eles se tornaram meu mundo. Ainda muito novo, eu estava estudando a “linguagem” dos gibis. Eles também se tornaram meu interesse central. Eu queria criar meus próprios quadrinhos e até desenhei centenas de páginas ao longo do ensino médio. Não havia nada mais que eu queria fazer além de trabalhar com quadrinhos, então arranjei alguns empregos simples para ter condições mínimas e fui para Nova York para ir à Marvel e DC sempre que eu pudesse.

Finalmente, no meio dos anos 80, quase simultaneamente eu chamei a atenção de duas empresas, a Eclipse Comics e a Marvel Comics. Então trabalhei duro para provar que eu era confiável e que poderia apresentar histórias competentes. Logo, fui contratado como roteirista e nunca mais olhei para trás!

Em 1987 você criou a série Mundo Invernal. Alguns textos de sites especializados dos EUA comparam a série original (e suas continuações modernas) com Mad Max, apelidando-a de “Mad Max no gelo.” Gostaria de saber quais foram as influências e inspirações para a criação de Mundo Invernal, e se realmente Mad Max foi parte das mesmas.

A maior influência foi Jorge Zaffino [o artista de Mundo Invernal]. No mesmo instante em que vi seu trabalho, eu soube que eu queria fazer algo cru e perigoso. Uma história pós-apocalíptica situada em um ambiente estéril e hostil pareceu perfeita para o estilo único de Jorge, seu dom de desenhar pessoas reais e suas habilidades em coisas elementares como clima e ação.

Há alguma influência de Mad Max [em Mundo Invernal] mas não nos aprofundamos no lado “punk” daquela série. Era mais algo como o mundo real, e menos fantasioso. Essas pessoas estavam muito ocupadas tentando sobreviver para ficar pensando em estilo!

Capa da edição nacional de Mundo Invernal, da Mythos Editora. (Reprodução: mythoseditora.com.br)

Em um texto seu escrito em 1988 e publicado em Winter World 3, você menciona o fato desta história ser sobre pessoas sobrevivendo sem um rumo exato, e não sobre salvar o universo. Esta é uma característica que se manteve quando a série retornou em 2014?

Com certeza. Eu sempre preferi histórias onde os personagens estavam mais preocupados com seus interesses pessoais do que com objetivos mais altos. Eu consigo me relacionar melhor com alguém tentando sobreviver, procurando comida e abrigo. Eu me relaciono menos com alguém tentando mudar o mundo.

Como foi retomar esta série após tantos anos? Quais foram os principais processos para que você pensasse “ok, Mundo Invernal deveria retornar às comic shops”.

A IDW tinha um interesse real em uma série de TV. Simples assim. Isso permitiu que eles pensassem em me chamar para criar uma nova série de quadrinhos. Pra mim, foi como se o tempo não tivesse passado. Eu estava de volta ao mundo de Scully e Wynn facilmente, como andar numa sala familiar.

Primeira página da série original Mundo Invernal, de 1987. Arte de Zorge Zaffino. (Reprodução: amazon.com.br)

Scully, Wynn e Rah-Rah formam um trio único. Como você descreveria a relação entre Scully e Wynn?

Não é uma relação de pai e filha. Eu suponho que eles sejam mais como irmãos. Apesar dela ser mais nova, Wynn é de um mundo onde todos devem crescer rapidamente. Então, apesar da diferença de idade, eles são equivalentes, iguais. Em um mundo onde você não pode confiar em ninguém, eles contam um com o outro para sobreviver e sabem que eles se apoiam juntos.

Já pensou, alguma vez, em dar maiores detalhes acerca de como o planeta chegou ao ponto que está neste universo? Durante La Niña [história presente no encadernado da Mythos Editora], um dos personagens dá dicas acerca do ocorrido, mas nada muito aprofundado. Esta vontade de contar em detalhes os acontecimentos que congelaram o mundo já passou pela sua cabeça?

Eu nunca quis ir às origens. Fazer isso iria sugerir que há uma solução [para a situação do mundo congelado]. Eu não queria que meus personagens lidassem com nada disso. Eu queria que suas histórias fossem sobre pessoas frágeis em um mundo duro, violento e quase inabitado. Eles não se importam sobre como o mundo chegou onde chegou. Suas únicas preocupações são comida e calor. E as dicas dadas nesta história são apenas teorias.

Capa da primeira edição do retorno de Mundo Invernal, publicada pela IDW em 2014. Arte de Butch Guice. (Reprodução: idwpublishing.com)

Migrando para a DC Comics e as perguntas direcionadas à Bane: A Conquista. Primeiramente, como foi trabalhar com basicamente toda a Batfamília? Você ainda acompanha regularmente o que é feito com os heróis e vilões do Batman?

Eu não mais acompanho os quadrinhos de perto, já que eu não trabalho mais para a DC regularmente. Eu tenho que pensar nas minhas próprias continuidades!

Trabalhar para a DC Comics foi uma tremenda oportunidade pra mim. Eu ainda não acredito que pude brincar naquele playground por tanto tempo! Eu me arrepiava sempre que escrevia “Batman e Robin.” Isso nunca foi embora!

Bane é, talvez, sua criação mais famosa para o universo do Batman. Como foi ver seu personagem adaptado duas vezes nos cinemas (Batman e Robin em 1997 e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge em 2012), e quais as impressões que ambas as adaptações lhe passaram como “pai” deste personagem?

A primeira versão (vivida por Jeep Swenson) teve o melhor visual de todos. Mas ele foi interpretado como um viciado em um filme muito ruim. O Cavaleiro das Trevas Ressurge foi muito melhor, mostrando o Bane como um intelectual. Mas ainda não foi o que Graham Nolan e eu tínhamos em mente.

Capa do segundo e último volume da série Bane: A Conquista, que está atualmente nas bancas em lançamento da editora Panini. (Reprodução: hotsitepanini.com.br/dc)

Atualmente, Bane: A Conquista está sendo publicada no Brasil. Sobre esta série, como foi retornar à sua cria após tanto tempo, e quais foram seus principais objetivos com o desenvolvimento desta história?

Graham e eu tínhamos mais histórias para contar. Quando começamos, foi como se nem um dia tivesse passado desde a última vez. Nós “lidamos” com o Bane melhor que qualquer um pois nós o criamos. Há muita profundidade lá.

Conhece o Brasil? Se não, gostaria de conhecer?

Eu gostaria de conhecer. Meu grande amigo Sergio Cariello mora não muito longe de mim aqui na Flórida. Ele fala sobre ter crescido no Brasil o tempo todo.

Em que você está trabalhando atualmente? Poderia dar algumas dicas do que virá no futuro?

Estou trabalhando em uma nova série do Van Helsing para a Zenescope, e também em uma série chamada Avalin para a ArkHaven, uma nova empresa. E tenho muitos projetos que ainda não foram anunciados, incluindo uma graphic novel para a Marinha dos Estados Unidos.

Van Helsing vs. The Werewolf #2, da editora Zenescope. Arte de Mike Lilly. (Reprodução: blog.zenescope.com)

Chuck, gostaria de agradecer imensamente a atenção depositada para responder estas perguntas, e tenho certeza que os fãs brasileiros irão gostar de ler suas respostas. Por fim, queria pedir que mande algum recado para os leitores daqui, e também aproveitar o espaço para lhe desejar todo o sucesso do mundo!

Para todos meus amigos brasileiros, muito obrigado por ler e curtir meu trabalho! Acreditem, eu gosto de ter minhas histórias sendo desfrutadas em cada canto do mundo!

Acessem meu site em https://dixonverse.wordpress.com/ e conheçam Bad Timeshttps://amzn.to/2yrs5bC

Agradecimentos ao Roberto Nicácio pela colaboração.

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Papo de Saloon | Tex Edição Histórica 103

Tex Willer, personagem criado em 1948 por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, é publicado no Brasil de forma ininterrupta desde os anos 70. Passando por várias editoras ao longo dos anos e contando mensalmente com diversas revistas publicadas em banca, tornou-se sem delongas o herói da editora italiana Bonelli de maior influência no Brasil. Um fenômeno que se estendeu para o mundo todo e um dos personagens de westerns mais longevos da história dos quadrinhos, agora, Tex também será o tema central da coluna Papo de Saloon, dedicada inteiramente às análises esporádicas de quadrinhos do ranger!

Para dar início e marcar a estreia desta coluna com pé direito, foi selecionada uma história clássica e impressionante, desenvolvida pelos autores originais do personagem citados acima, G. L. Bonelli e Galep. Publicada originalmente na Itália em Tex 207/209 (jan/mar de 1978) e chegando ao Brasil pela primeira vez em Tex Coleção 259/261 (ago/out 2008), a história A Águia e o Relâmpago, republicada em Tex Edição Histórica 103 da Mythos Editora, serve como ótima porta de entrada para novos leitores, ao mesmo tempo que traz de volta elementos que agradam os fãs de longa data, inclusive se utilizando de piadas costumeiras das aventuras para criar situações diferentes e inusitadas.

Tex Willer e Kit Carson aceitam a missão de investigar uma série de assaltos a uma linha de diligências que transporta ouro extraído da mina Golden Well, de propriedade de John Walcott. Esta linha, que faz o caminho entre as cidades de Silverton e Durango, está sendo alvo preciso e constante de um grupo de bandidos que não deixa vítimas, porém um dia, assassina um dos passageiros da diligência e rouba seu anel entalhado com uma águia e um relâmpago. O passageiro morto era sobrinho de um velho conhecido de Tex e Kit, e isto motiva os rangers a darem cabo dos malfeitores para resolver a situação.

A investigação de Tex e Kit os leva ao rico e diabólico banqueiro da cidade de Durango, Paul Brady, que parece ter alguma motivação específica para armar golpes direcionados à mina Golden Well. Brady e o chefe do bando de assalto, Tom Horan, possuem uma relação de negócios que podem ser lucrativos para ambos, e os heróis devem também descobrir até onde as garras de Brady e Horan chegam nas duas cidades e dentro da mina de John Walcott.

Conforme os pards descobrem detalhes das ações criminosas e quem são os envolvidos, detalhes estes que não serão citados aqui para preservar as surpresas da aventura, um plano mirabolante começa a tomar forma, e seu sucesso dependerá de todas as partes benignas agindo corretamente.

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Tex Edição Histórica 103: A Águia e o Relâmpago apresenta uma estrutura clássica de algumas histórias do Tex. Infiltrados em uma cidade dos possíveis bandidos, se utilizando de nomes falsos e bolando planos para encurralar os diabos, Tex e Kit contam com o apoio (na outra cidade, e revezando) de Kit Willer e Jack Tigre, tornando esta uma aventura completa com os quatro pards agindo juntos. E ao longo de toda a história, o texto de G. L. Bonelli é desenvolvido com maestria típica do autor, que gosta de aprofundar os mínimos detalhes que farão sentido no decorrer das revelações e tiroteios.

É criado para esta história um elenco de apoio extremamente carismático, com destaque especial para o velho Pop, dono da estrebaria de Silverton, e também para o xerife de Durango. Todos, heróis e vilões com características visuais únicas, cortesia da arte extremamente competente de Galep, possuem seu ‘tempo de tela’ e desenvolvimento, fazendo com que a investigação dos assaltos às diligências não seja algo superficial. E os quatro pards, agindo como rebeldes durões para manter seus disfarces, soltam pérolas impagáveis em quase todo momento da aventura, especialmente quando resolvem socar gratuitamente alguns canalhas e salafrários.

Como quase toda história de Tex e seus amigos, o enredo parece simples, porém seu desenvolvimento é rico de uma forma que prende a atenção do leitor do começo ao fim. Para fãs mais antigos, por exemplo, há brincadeiras como o fato de Kit Carson ganhar uma aposta feita com Tex, algo que nunca ocorre nas histórias, onde Kit simplesmente afirma algo como “só apostaria se fosse um louco com vontade de perder!”

E a reta final da história, repleta de ação e conclusões, alcança momentos de tirar o fôlego (quase que literalmente) dignos de bons filmes de ação, culminando no desfecho inesperado para a história de alguns dos protagonistas (do lado bom ou mau?) desta aventura.

Tex Edição Histórica 103 foi publicada no formato típico da maioria dos quadrinhos Tex no Brasil (13,5 x 17,6 cm) e compila a aventura completa que foi lançada originalmente dividida em três partes. Totalizando 268 páginas repletas de tiroteios, brigas, muitas viagens à cavalo e larápios covardes, esta edição custa R$ 26,90 e está disponível para compra na Loja da Mythos Editora, que pode ser acessada clicando aqui.

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Sequência de Área Cinzenta será lançada pela editora Mythos


A série Área Cinzenta, publicada na Inglaterra pela 2000 AD e no Brasil pela Mythos Editora, terá um novo encadernado tupiniquim lançado em breve. O segundo volume deste título de sucesso chegará às livrarias em novembro. Confira detalhes abaixo!

A ÁREA DOS VIZINHOS É SEMPRE MAIS CINZENTA… Após o confronto com a entidade cósmica destruidora de mundos conhecida como “Deus-Estela”, seis oficiais da Exotransferência Controlada da Terra acabam indo parar acidentalmente no Planeta Natal, um local onde ELES são os alienígenas a serem alocados em uma Área Cinzenta junto com vários outros refugiados interestelares. Cabe ao Capitão Adam Bulliet conseguir lidar tanto com sua equipe, os outros extraterrestres aglutinados e a própria ETC do Planeta Natal, para encararem os desafios presentes nesta Área Cinzenta alien e uma ameaça devastadora que se encaminha para aniquilar todos eles.

Área Cinzenta é uma criação do roteirista Dan Abnett (Guardiões da Galáxia), e as histórias deste volume foram feitas pelas mãos do artista Mark Harrison. Publicada originalmente na consagrada revista britânica 2000 AD (casa do Juiz Dredd e outros personagens famosos do quadrinho inglês), Área Cinzenta alcançou um sucesso inesperado no mercado nacional.

O primeiro volume foi lançado pela editora em 2016. As histórias misturam conceitos do filme Distrito 9 com Juiz Dredd (apesar desta publicação não fazer parte do universo do Dredd), e outras aventuras sci-fi.

Área Cinzenta: O Deus Estrela possui 148 páginas encadernadas em capa dura e formato 25,9 x 18,7 cm. O preço sugerido é R$ 72,90. Clique aqui para garantir sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido.

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Mythos lança nova Edição Histórica do Hellboy contendo muitas aventuras inéditas

A coleção Histórica do Hellboy, publicação de sucesso da Mythos Editora, chegará ao seu nono volume com a publicação de Krampusnacht e Outras Histórias, onde Mike Mignola retorna com uma constelação de artistas convidados e seu 13° prêmio Eisner. Confira detalhes abaixo!

A coleção Hellboy Edição Histórica está de volta com um volume muito especial, quase inteiramente formado por aventuras inéditas, e que marca a estreia no Universo Hellboy de dois fenomenais artistas convidados: Adam Hughes ilustra Krampusnacht – história que valeu a ele e a Mike Mignola mais um prêmio Eisner, e o rei do grafite e do nanquim, Gary Gianni, é o ilustrador de Mar Silencioso. E mais renomados ilustradores: Tim Sale, Michael Avon Oeming e Richard Corben. Certamente um dos melhores lançamentos de 2018.

Em 2017, os volumes 7 e 8 da Edição Histórica, Paragens Exóticas e A Feiticeira Troll, deram continuidade à coleção que por anos possuiu apenas 6 volumes. A ideia da editora Mythos é compilar nesta série todas as aventuras terrenas de Hellboy, prévias ao arco composto por Caçada Selvagem, Clamor das Trevas e Tormenta e Fúria, culminando em sua morte. Este volume apresentará diversas histórias inéditas. A Coleção Histórica do personagem é a porta de entrada perfeita para o universo do Garoto do Inferno.

Quer saber tudo sobre o personagem e qual a ordem de leitura correta dos encadernados? Leia nosso Guia de Leitura do Hellboy clicando AQUI.

Hellboy: Edição Histórica Volume 9 – Krampusnacht e Outras Histórias possui 180 páginas encadernadas em capa dura no formato 26 x 17 cm, com preço sugerido de R$ 74,90. Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido!