Detective Comics Quadrinhos

Dylan Dog | O Investigador de Pesadelos

Dylan Dog
Escrito por Luiz Costa

O que vem à sua mente quando mencionamos a palavra “quadrinhos”? Logicamente, Marvel ou DC. Um outro ainda irá arriscar Image ou Dark Horse. A grande verdade é que se tornou difícil sair desse clichê; talvez por culpa do mercado, ou até mesmo do consumidor que já está habituado a procurar seus personagens preferidos nas bancas e deixar de lado algo novo, algo diferente, algo inusitado. Ou talvez por falta de quem apresente esse algo novo. E é com esse intuito que eu venho aqui, humildemente, escrever essas linhas. Para falar de um dos mais fascinantes heróis(ou, talvez, anti-herói) que já tive o prazer de ler. Seu nome? Dylan Dog. Sim, eu sei, parece uma marca de comida para cães(desculpem, é uma piada recorrente nas histórias), mas este é o melhor Investigador de Pesadelos que você poderá encontrar. Também, pudera: Ele é o único!

Criado por Tiziano Sclavi , um dos maiores ícones dos quadrinhos italianos, tudo começa com uma mulher desesperada e uma horda de zumbis enlouquecidos. Com o título de “A Madrugada dos Mortos-Vivos“(calma, Steve, eu sei que você entendeu…), o primeiro número de Dylan Dog, o Investigador de Pesadelos, em uma tradução literal(Dylan Dog, L’Indagatore dell’Incubo), vem à luz com sua primeira história.

Capa do original italiano do primeiro número de Dylan Dog.

Capa do original italiano do primeiro número de Dylan Dog.

No formato tradicional italiano, ou seja, uma história com início e fim na mesma revista, diferente das costumeiras “grandes editoras”, onde você precisa comprar 5 revistas diferentes para pegar o fio da meada de uma história legal(não é, Marvel?!), a história se desenvolve mostrando toda a gama de influências que ambos possuem dos trash movies. A começar pelo que dá o título à história, passado por “ReAnimator“, este primeiro número foi o que bastou para que a Bonelli investisse pesado no título, dando início a um dos personagens mais queridos da editora, ao lado de Tex Martyn Mystère.

À partir daí, usando muita licença poética, Dylan já enfrentou serial killers, demônios, extraterrestres, fantasmas, lobisomens, fanáticos religiosos, bruxas, anjos, a Morte; já debateu filosofia com Lúcifer, já conversou com entidades milenares anteriores aos dinossauros, já ficou em uma prisão secreta para os piores tipos de assassinos e criminosos. E tudo isso sempre fazendo referências a filmes e livros, desde Eu Sou A Lenda de Matheson, ao Silêncio dos Inocentes.

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Mas nem só de pesadelos escabrosos e monstros abissais vive o Investigador do Oculto. Muitas vezes ele também andou pelo caminho do terror diário, como na excelente história Jhonny Freak, onde ele conhece o garoto Jhonny pelo qual se afeiçoa de forma emocionante, além, é lógico, dos vários amores ao qual se entrega, como todo bom investigador privado.

Dylan Dog é um dos quadrinhos mais consumidos na Itália e completa já 30 anos de história. Entre almanaques e números especiais, já está na edição número 360. No Brasil, houve uma tentativa de importação deste gibi, para fazer companhia ao solitário Tex, porém sem muito sucesso. Foram publicados 12 números pela Editora Record, 1 pela Editora Globo, 6 pela Conrad, 40 pela Mythos(até o momento, a editora que mais trouxe publicações deste título, mesmo que não tenha seguido a numeração da Bonelli) mais 6 edições especiais de coletâneas. E digo isso com bastante tristeza, pois é uma pena que o mercado brasileiro não tenha dado muita importância para um dos personagens mais complexos e com histórias muito bem construídas do quadrinho italiano. Para você, que saiba um pouco de italiano e quer se arriscar, pode tentar comprar através do site da Bonelli (é necessário cadastro), ou procurar no Mercado Livre algum número disponível em português. E eu, permaneço com a esperança de que, um dia, as editoras brasileiras olhem com carinho para o Investigador de Pesadelos.

P.S.: Houve uma tentativa de transformar Dylan Dog em um filme live action, com Brandon Routh, mas eu desaconselho veementemente àqueles que conhecem o quadrinho ou têm vontade de conhecer, por LITERALMENTE não ter nada a ver com o personagem, a não ser o nome e a caracterização. Como divertimento, até passa, mas para fã, é um sacrilégio…

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Sobre o Autor

Luiz Costa

Nerd, geek, programador, leitor ávido de quadrinhos (na verdade sou leitor ávido de qualquer coisa, até de bula de remédio), músico amador, escritor amador, piadista nível prassódia, mememan. Eu ia fazer a piada do Tony Stark de gênio, playboy, blá blá, blá... mas desisti porque ia ficar muito blasé. Prazer, esse sou eu!