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Aleister Crowley e o Sagrado Feminino em HQs pela Editora Draco

A Editora Draco resolveu abrir os livros da magia e levar tudo para os quadrinhos em duas graphic novels, uma sobre a maior figura do ocultismo da história e outra sobre histórias sobre o Sagrado Feminino em uma nova campanha de financiamento coletivo no Catarse.

Astrum Argentum de Aleister Crowley é a segunda edição da coleção Escritores Malditos, que começou na ótima Delirium Tremens de Edgar Allan Poe (confira nossa resenha AQUI) em 2018. Agora em uma coletânea em quadrinhos, o editor Raphael Fernandes, profundo conhecedor do tema, reuniu um grupo de artistas para histórias baseadas no Sr. Crowley.

Durante a produção de Astrum Argentum, foram concebidas excelentes histórias com um tema em comum em abordagens diferentes. Então foi Babalon – As Mulheres Escarlate, que reuniu autoras e um autor LGBTQIA+ para contar histórias sobre o sagrado feminino. Aqui estão quatro narrativas que abordam temas como a vida de Estrela Absinto, a descoberta da sexualidade, a ancestralidade feminina e o peso da maternidade.

Astrum Argentum de Aleister Crowley passeia em oito histórias inspiradas na vida e na obra de Crowley, que além de mestre do ocultismo foi também magista, alpinista, poeta, pintor, agente secreto, escritor. Ele viveu muitas vidas em apenas uma. Seja pelas extravagantes polêmicas em torno de sua figura ou pelo legado ofertado aos praticantes de magia do século XX e XXI. A Grande Besta 666 é uma inspiração para muitos artistas, como Alan Moore, Ozzy Osbourne, The Beatles, Grant Morrison, Fernando Pessoa, Led Zeppelin, Neil Gaiman, Raul Seixas, Bruce Dickinson, David Bowie e muitos outros.

Confira abaixo os títulos das histórias de Astrum Argentum de Aleister Crowley com seus artistas envolvidos:

O Maior Mago que já Existiu  (Roteiro: Rogério Faria – Arte: João Sá)
Menina do Anel de Lua e Estrela  (Roteiro: Alexey Dodsworth – Arte: David Arievilo)
Banimento Sombrio  (Roteiro: Raphael Fernandes – Arte: Má Matiazi – Cores: Bruno Brunelli e Má Matiazi)
As Sombras Sussuram  (Roteiro: Caio Domingues – Arte: Gerson Novak)
Crucifixi Ranae  (Roteiro: Rodrigo Ramos – Arte: Sajo – Cores: Bruno Costa)
Artes da Guerra (Roteiro: Felipe Cazelli – Arte: LuCas Chewie)
Bebê do Abismo (Roteiro: José Galindo – Arte: Danilo Dias)
Noite na Abadia (Roteiro: Dana Guedes – Arte: Flávio L. Maravilha)

Já em Babalon – As Mulheres Escarlate, conhecemos um mundo que habita o Sagrado Feminino. Esse conceito milenar, que está ganhando cada vez mais notoriedade, pode representar mais qualidade de vida e autoestima para as mulheres. O Sagrado Feminino oferece ensinamentos sobre as emoções e os ciclos femininos, além de potencializar o entendimento sobre o próprio corpo e o papel da mulher na sociedade.

Confira as histórias e os artistas envolvidos:

Ovo Negro  (Roteiro: Ana Lúcia Merege – Arte: Lara Lobo)
Ascendência  (Roteiro: Camila Suzuki – Arte: Gabriela Rangel)
Mãe das Aberrações  (Roteiro: Jessica Borges – Arte: Roberta Cirne)
Atu XI – Luxúria  (Roteiro e arte: David Arievilo)

As artes da capa em Babalon – As Mulheres Escarlate é de Carolina Jamhour. Já em Astrum Argentum de Aleister Crowley essa arte é de Daniel Canedo.

Vale ressaltar que as duas HQs estão em campanhas juntas. Para saber mais sobre a campanha, valores, recompensas e claro apoiar, clique AQUI.

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Quadrinhos

Olho de Vidro – Manguetown, da Editora Draco, está no Catarse

A Editora Draco está com a campanha de financiamento coletivo no Catarse para a HQ Olho de Vidro – Manguetown. Com roteiro e co-criação de Raphael Fernandes, editor da Draco, e com desenhos de Vitor Wiedergrün, vamos saber o que acontecer o que aconteceu com o sobrevivente Bidu poucos antes dos eventos narrados no áudio jogo Olho de Vidro, um podcast co-criado por Rede Geek e Editora Draco.

Confira a sinpose abaixo:

“Enquanto está dando um golpe em uns coitados no bar do Seu Zé, Bidu vê na televisão que a Companhia de Teatro Dionisíaca foi censurada por uma grande corporação de trabalho por aplicativo. A questão é que o grupo é liderado por seu ex-namorado Suzy Star, um artista de inspirações anarquistas. Em um lapso de bondade, Bidu decide ajudar seu antigo amante!”

“A treta está armada! A peça de teatro “Exaustão” é um manifesto anti aplicativos de trabalho e incentiva o público a instalar um bloqueador homônimo para não ser obrigado a trabalhar para a JoyJob a troco de migalhas. É o mesmo bloqueador instalado por Bidu, que terá que encontrar uma solução para ajudar Suzy Star e o atual namorado, além de recuperar o espetáculo sem morrer no ataque dos mercenários da JoyJob. Será que ele consegue?”

Como dito antes, o Áudio Jogo Olho de Vidro é um podcast que oferece uma experiência de imersão total do ouvinte no universo cyberpunk de um Brasil dividido. Com produção e direção da Rede Geek, o projeto roteirizado por Raphael Fernandes, apresenta as aventuras de Bidu em uma São Paulo decadente, futurista e muito cruel.

Com 9 fases, o primeiro episódio vai ao ar em breve, nos principais agregadores. O conteúdo é gratuito e, por ter uma dinâmica de jogo, permite que os ouvintes descubram até 11 finais diferentes para a história. Em seu elenco tem nomes como Thaíde, Nizo Neto, João Gordo, Mel Lisboa entre outros. Você pode conferir o trailer clicando AQUI.

Olho de Vidro – Manguetown tem 24 páginas em preto e branco, formato 24 x 17 cm, capa cartonada e papel de boa qualidade. Porém, tudo isso pode mudar com as metas extras.

Para saber mais sobre as recompensas, valores e para apoiar, clique AQUI.

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Quadrinhos

A HQ Luzia é uma adaptação da literatura brasileira que chega pela Editora Draco

A HQ Luzia é o mais novo lançamento da Editora Draco e caminha para ser um dos quadrinhos mais bonitos do ano. Com roteiro de Zé Wellington e arte de Débora Santos, Luzia é uma adaptação de um clássico da literatura brasileira, intitulado Luzia-Homem do escritor cearense Domingos Olímpio, escrito no ano de 1903.

Confira a sinopse abaixo:

“A Grande Seca, ocorrida de 1877 a 1879, foi o mais devastador fenômeno de estiagem da história do Brasil, e pode ter sido responsável pela morte de até meio milhão de pessoas. Em meio a uma multidão de retirantes no sertão de Sobral, no Ceará, Luzia sonha com uma vida melhor, enquanto lida com a doença da mãe e o assédio de um soldado. Por ter músculos fortes, força incomparável e características masculinizadas, ela ganha a alcunha de Luzia-Homem. Mesmo nesse clima desfavorável, a determinada jovem vê florescer uma nova amizade e também um grande amor.”

A história de Luzia-Homem já chegou ao teatro e ao cinema, em um filme estrelado pela atriz Cláudia Ohana em 1988. O livro descreve as agruras do sertanejo em um dos períodos mais difíceis da história da região Nordeste, enquanto trata de temas como assédio e violência de gênero.

Luzia tem formato 17 x 24 cm, 96 páginas e o preço de capa de R$ 31,90. O quadrinho já se encontra à venda no site da editora Draco, clicando AQUI.

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Literatura

Conheça a Coleção Dragão Negro, a mais nova série de livros da Editora Draco

A editora Draco começou a Coleção Dragão Negro, que irá reunir seis noveletas de horror escritas por alguns dos maiores autores da atualidade. A coleção tem inspiração em grandes inspirações para esta primeira temporada da coleção são os filmes da nova safra do horror, como A Bruxa, Hereditário, Relic, Corra, Nós, Melancolia, Corrente do Mal, O Babadook, O Farol, Possessor, Mandy, Aniquilação e outras pérolas do cinema contemporâneo.

O primeiro livro da Coleção Dragão Negro tem o título de Carniça, obra da autora Paula Febbe. A obra vai levar o leitor para Bakhra, um lugar onde as pessoas não morrem e sequer entendem o que isso significa. Porém, a ignorância não os salva das dores e do sofrimento.

A Coleção Dragão Negro é formada por:

Livro 1 – “Carniça”, de Paula Febbe (previsão de entrega: maio/2021)
Livro 2 – “Claroscuro”, de Oscar Nestarez (julho/2021)
Livro 3 – “O Dedo da Santa”, de Jaime Azevedo (setembro/2021)
Livro 4 – “O Receptáculo”, de Larissa Prado (novembro/2021)
Livro 5 – “O Que se Esconde nas Estrelas”, de Marcelo A. Galvão (janeiro/2022)
Livro 6 – “Estação das Moscas”, de Cirilo S. Lemos (março/2022)

Lembrando que são livros exclusivos para aquisição nas campanhas do Catarse e também no site da Editora Draco. Portanto as obras já estão com preço promocional. Os livros serão lançados em campanhas de financiamento coletivo bimestral, o que garante as pessoas poderem ter o “poder aquisitivo” para completar no lançamento. Mas também pode assinar o pacote da coleção completa e receber as obras em casa sem precisar fazer novos apoios. Garantindo o melhor preço sendo que o último livro será mais caro, por causa do número de páginas.

A Coleção Dagrão Negro terá capa dura e edição por Raphael Fernandes e Cirilo S. Lemos. A campanha do primeiro livro, Carniça, já começou e passou de 100% da meta. Para saber mais sobre a campanha, valores, recompensas e para apoiar, clique AQUI.

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Entretenimento Música Quadrinhos

Conheça Mata-Mata, projeto transmídia de Zé Wellington e Rafael Danta

A Editora Draco está lançando Mata-Mata, um projeto transmídia inovador, descrita como uma experiência que abrange diversas mídias diferentes como podcast, trilha sonora, áudio-book e leitura. Mata-Mata tem roteiro e produção de Zé Wellington (Cangaço Overdrive), ilustrações de Rafael Danta (Mandacaru Vermelho e Lâmina Azulada), trilha sonora de Rafael Cavalcante e áudio drama produzido pela 20a20 Produtora.

Em décadas passadas, o Ceará viveu o auge da era da pistolagem. Políticos guerreavam muito além do campo das palavras, utilizando pistoleiros para executar adversários. Esses controversos matadores ganharam fama no período e eram temidos principalmente nas pequenas cidades. E um Pistoleiro retorna da aposentadoria em uma história sobre vingança e família.

O áudio-drama, que foi produzido pela 20a20 Produtora tem a interpretação dos atores Frank Terranova e Alexandre Fontenele. E como também foi escrito mais acima, Rafael Cavalcante produziu uma trilha sonora com oito músicas, confira na playlist abaixo:

                                                                                         

Você pode conferir o ebook gratuito, por tempo limitado, de Mata-Mata no site da Editora Draco, clicando AQUI. O projeto é financiado pela Chamada Pública 003/2020-SECJEL com fundamento na Lei Federal 14.017/2020, Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural.

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Detective Comics Quadrinhos

Apagão, da Editora Draco, Ilumina e Reflete a Mudança da Sociedade Atual

Nos anos de 2014 e 2015, o roteirista Raphael Fernandes imaginou como seria o mundo se caíssemos em um caos total sem luz. Como a sociedade suportaria tendo que abrir mãos de todas as “maravilhas” tecnológicas, que faz mais parte das nossas vidas, e ao mesmo tempo ter as autoridades não se pronunciando sobre a situação. E ao mesmo tempo diversas vozes e grupos surgindo para demostrarem seus ideais e exemplos de como a lei deve ser.

Ou como eles acham que a lei deve ser.

As edições Apagão – Ligação Direta e Cidade Sem Lei/Luz apresenta no melhor estilo dos quadrinhos de The Walking Dead, onde o ser humano pode chegar e como ele pode se organizar em um lugar sem regras. Ou melhor, em um lugar onde cada um faz a sua própria lei, ideologia, regra e as apresentam como superior em cima das outras. Muitas vezes (ou na maioria delas) essas leis ou ideologias são empurradas goela a força dos mais fracos. Como pequenas ditaduras que se formam por territórios, à la Mad Max, buscando a sobrevivência do mais forte ou simplesmente colocarem para fora o pior de si.

O clima da São Paulo sem luz é aterrorizante e te faz pensar como você sobreviveria naquela situação distopica. A arte de Camaleão é gigante e os personagens, principalmente os Macacos Urbanos, que parecem que vão saltar da página em cada lance de capoeira. A mesma emoção e sentimento temos nas cenas de perseguições, ou nas pancadarias em auto velocidade das Irmãs Canivete. E do mesmo jeito em que os personagens parecem saltar, a arte te leva para vivenciar as ruas escuras e sujas da cidade. O constante pensamento de que não saber o que encontrar virando cada beco escuro ou página faz o leitor aprofundar mais na história.

Eu não li Apagão quando foi lançado. Somente agora consegui ler as HQs e considerando os fatos das gangues, as ideologias de algumas como Guardiões da Moral e dos Filhos de Deus, podemos afirmar que essas gangues já estão por aqui proliferando as suas ideologias. Racistas, nazistas, religiosas ditatoriais e até mesmo narcisistas. O que Raphael Fernandes escreveu lá em 2015 foi uma previsão do que surgiu nos esgotos de alguns fóruns de internet e de pessoas que se reuniam secretamente. E que por meio de personalidades e políticos A e B tiveram a coragem de começar a sair dos seus armários.

 

 

De lá para cá, o universo de Apagão cresceu, ganhou audiobook interativo Apagão – Entre o lobo e o cão. Narrado por Guilherme Briggs, o áudio-jogo se passa durante uma série de protestos políticos contra e a favor do presidente do Brasil. E vemos a jovem Heloísa no meio da calamidade, sendo obrigada a duas escolhas: salvar sua namorada que está presa em no elevador de um hospital próximo, ou voltar para o Capão Redondo e levar a insulina para a sua avó debilitada. O jogo foi produzido pela Rede Geek e você pode conferir AQUI.

E agora mais uma edição intitulada Apagão – Fruto Proibido, com desenhos do Abel e cores da Fabi Marques, e um belo card game Apagão – Ruas de Fúria criado por Gustavo Barreto e que será publicado pela FunBox Editora. O jogo foi ilustrado por Abel e Tiago Palma, além da arte da capa ser do Camaleão. Você pode conferir e apoiar a campanha no Catarse clicando AQUI.

Se algum dia a luz será ligada no universo de Apagão, somente o Raphael Fernandes pode falar. Mas acredito que ainda temos muito o que andar, correr, saltar e discutir sobre as ideologias das gangues e de como assustadoramente elas se aproximam da nossa realidade.

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Literatura

Editora Draco começa a Campanha de Financiamento para Vikings – Nidhogg

A Editora Draco vai levar os leitores novamente para o universo viking! Iniciou a campanha de financiamento coletivo para o livro Vikings – Nidhogg de autoria do Eduardo Kasse. A trama apresenta o fim da Era Viking e conclui a saga iniciada em Vikings – Berserker e que passou pelas HQs Vikings – Noite em Valhala e Vikings – Morte ao Troll.

Confira a sinopse abaixo:

Por volta do ano 1000, a Era Vikings está chegando ao fim. O cristianismo tornou-se a religião mais poderosa da Europa e os povos pagãos estão desaparecendo. Seja porque estão sendo convertidos ou assassinados!
Apesar de a velhice já pesar em seus ombros, a poderosa e respeitada Siv ainda é uma líder forte e governa as suas terras com muita dedicação. Mesmo assim, tem provado mais o sabor da derrota do que da vitória, além de ser odiada pelo rei que anseia pela sua morte. Dela, de outros Jarls que bradam por Odin e dos seus velhos capitães. Parece até que os Deuses abandonaram seus filhos.
Mas essa não é uma história de anciãos. Asgeir, neto de Siv, está no esplendor da juventude, e junto com outros jovens guerreiros que almejam o reconhecimento e os atos heroicos, busca as glórias do passado cantadas pelos skalds. Apesar do clima de pesar, só há um desejo em seus corações: fazer os Deuses voltarem a olhar para Midgard!

Toda a escrita sobre Vikings feita por Eduardo Kasse é bastante elogiada por causa da pesquisa de lugares que existiram de fatos e que os personagem contracenem com figuras reais. Buscando uma experiência única para o leitor.

Vikings – Nidhogg ficará no ar até o dia 5 de novembro, e tem recompensa com frete grátis! Para conferir a campanha, outras recompensas e claro apoiar, clique AQUI.

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Detective Comics Quadrinhos

O Som pesado e macabro de Delirium Tremens de Edgar Allan Poe

“Delirium tremens (DT) é um estado confusional breve, acompanhado de perturbações somáticas, que usualmente acomete usuários de álcool gravemente dependentes em abstinência absoluta ou relativa.”

Um dos grandes palcos do quadrinho nacional é o terror. Nesse estilo, arrisco dizer, que a nossa nona arte é uma das melhores do mundo, com artistas que escrevem e traçam belíssimas histórias que realmente metem medo, criam um sentimento de repulsa, que (às vezes) fazem o leitor concordar com o mal exposto na trama. Além, obvio, das produções muito bem editadas. Como um grande show de sua banda favorita, nossas obras encantam e fascinam. E Delirium Tremens de Edgar Allan Poe da Editora Draco é uma dessas.

Delirium Tremens de Edgar Allan Poe conta com oito histórias que fariam o lendário autor se orgulhar da nossa galera. São contos realmente assustadores, alguns mais, alguns menos, mas dentro de uma proporção que exploram o asco e a repulsa. E outros que fazem você concordar com o mal. A coletânea foi organizada pelo editor Raphael Fernandes, que juntou os roteiristas Dana Guedes, Murilo Zibetti, Antonio Tadeu, Larissa Palmieri, Airton Marinho, Gabriel Correia e Alexey Dodsworth. Os desenhos são por Erick Pasqua, Eder Santos, Ioannis Fiore, Má Matiazi, LuCas Chewie, Ebá Lima, Flávio L. Maravilha e Tiago Palma.

Logo de cara, Delirium Tremens mostra que não veio à passeio. A tenebrosa Smiley Away de Dana Guedes e Erick Pasqua surge como um hit pesado e amedrontador, no melhor estilo de música que uma banda abriria um show levantando o público. A vontade de ler mais sobre o esquizofrênico Eduardo em novas investidas ficou com o final da história. Outra trama que impressiona é Murder. Com roteiro de Alexey Dodsworth e ilustração de Flávio L. Maravilha, a trama segue uma policial que investiga uma série de assassinatos de membros de uma rede de pedofilia. Com uma batida que lembra muito Garth Ennis, a história vai envolvendo não somente no grande mistério mas também no desenvolvimento da personagem principal. É incrível como a história cresce e remonta passado com presente e ainda sobra espaço para críticas sociais. Alexey fez um trabalho impecável nessa história, por colocar tantos elementos e camadas em poucas páginas, como é de praxe em coletâneas.

Se Delirium Tremens de Edgar Allan Poe fosse um show de banda de rock, um dos hits que seriam cantados unissono com a galera seria In Articulo Mortis. O roteiro da Larissa Palmieri é macabro e parece que foi tirado das entranhas de Edgar Allan Poe. A trama, que tem desenho da Má Matiazi, conta a história de Natália, que se apaixona por um hipnotizador. Depois de um grave acidente, a jovem fica sobre o efeito hipnótico do rapaz. Impossibilitada de ter qualquer ação própria. Como um cárcere privado. O que acaba espelhando como um relacionamento abusivo, que infelizmente é a realidade de milhares de pessoas. Larissa Palmieri foi muito bem cirúrgica em reunir um ritmo no melhor estilo de Edgar Allan Poe e dar a sua pitada particular social na trama.

Na linha de macabro misturado com repulsa, temos a interessante O insólito caso de vossa excelência deputado Mendes, com roteiro de Gabriel Correia e desenhos de Ebá Lima. Na trama apresenta um mundo muito conhecido da política podre brasileira, com o deputado Mendes como protagonista. A história se mistura em flashbacks de uma grande orgia em Brasília às vésperas de uma grande votação para o Brasil. E assim temos um grande grupo de políticos misturados. Os desenhos fortes de Ebá Lima fazem o leitor olhar cada detalhe da página, mas o asco que ela espuma provoca desvio de olhares ao mesmo tempo. É uma experiência visual interessante, teve momentos em que era difícil encarar um quadrinho dessa história.

E para o encerramento desse show, nada melhor do que algo icônico. Butim que foi escrito por Raphael Fernandes e ilustrado por Tiago Palma é uma cereja (a mais) nesse bolo de Delirium Tremens de Edgar Allan Poe. A trama coloca o leitor no olhar de um velho que é odiado pela família, mas que tem uma grana guardada. Quando ele é morto, o protagonista quer descobrir quem o matou. A partir daí uma agonia salta das páginas pelos excelentes desenhos do Tiago Palma. A captação do feeling agônico do texto escrito por Raphael Fernandes pelo desenhista é uma das grandes sacadas e remete ao leitor sentir o que é ver a autopsia do próprio corpo. Com um protagonista totalmente estático, vemos o mundo e as pessoas se movimentarem ao seu redor com expressões, trejeitos e diálogos. Possivelmente uma das mais criativas histórias que li no segmento de terror nos últimos tempos.

No apanhado geral, Delirium Tremens de Edgar Allan Poe é uma coletânea que nenhum fã do gênero e do aclamado autor pode colocar defeito. Mas assim como em qualquer show de rock, de qualquer banda, tem umas notas desafinadas. Algumas histórias não estão à altura das outras, mesmo assim são deveras interessantes  e no final formalizam uma publicação de grande qualidade no quadrinho nacional. O que é uma das características da Editora Draco.

Delirium Tremens de Edgar Allan Poe tem formato 17 cm X 24 cm, 184 páginas e capa dura.

 

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Quadrinhos Torre Entrevista

Entrevista | Raphael Fernandes, da Draco e um dos operários do quadrinho nacional

A Editora Draco está completando dez anos e com uma baita história de sucesso junto com ela. Sempre investindo em produtos inéditos e nacionais, a Draco já arrebata prêmios, grandes publicações, aborda um tom crítico (e necessário) e uma legião de fãs.

Esse ano, a Draco caiu de vez no mundo do Catarse. Em uma cruzada de praticamente uma campanha por mês, e todas elas bem sucedidas, a editora vem publicando grandes obras em diversos temas e gêneros. Batemos um papo com Raphael Fernandes, editor da Draco, já foi editor da MAD no Brasil, roteirista e um dos grandes “operários” do quadrinho nacional. Falamos sobre Catarse, sobre a Draco e sobre projetos futuros. Da editora e pessoal.

1 – Rapha, a Draco já andou por terrenos do Catarse no passado, mas em 2019 caiu de vez nessa estrada do financiamento coletivo. A campanha dupla de Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções é a quinta do ano, como surgiu essa ideia de abraçar de vez a plataforma?

Raphael: Nosso principal objetivo como editora é alcançar o maior número de leitores com nossas histórias originais. Por isso, nós estamos nas grandes livrarias, na Amazon e em muitas das feiras de literatura, quadrinhos e cultura pop. Sentíamos que uma grande parcela do nosso público estava consumindo apenas nas plataformas de financiamento coletivo. Também percebemos que não é só uma questão de venda, mas de um conjunto de ações que apresentam o projeto da melhor maneira possível: vídeos, imagens, releases, muitas postagens etc. Tudo isso, ajuda a chegar em um número ainda maior de leitores. O financiamento coletivo é um caminho inevitável e o Catarse tem sido um grande parceiro.

2 – Quando se fala de Catarse, a gente sabe que é um “risco” que se corre. Do tipo se a campanha não for bem, se não chegar no planejado mesmo. Por exemplo, sabemos que o 100% é o top. Mas sabemos que podemos passar dessa marcar e ficar melhor ainda. Existe esse “receio” de não chegar? E se não chegar (vamos bater na madeira três vezes) tem um planejamento “coringa” para isso? Tipo uma reserva para completar a verba da campanha, ou algo assim?

Raphael: Depende muito, Ricardo! A real é que se o projeto não alcançar nem 50%, não faz sentido completar a grana. O Catarse nos ajuda a lançar as publicações com redução de riscos e também já com um número bacana de leitores de saída. Nós estamos no meio de uma crise editorial que deixou todas as editoras com problemas de caixa, as campanhas têm nos ajudado a sair dessa situação e conquistar novos leitores.

3 – Na Draco, vocês já estão bem carimbados na plataforma do Catarse, mesmo assim quando a campanha começa deve rolar aquele frio na barriga, do tipo “será que é esse o projeto correto para lançar agora?”. Como ocorre as escolhas dos projetos para irem nas campanhas?

Raphael: Para falar a verdade, quanto mais a gente faz, menos óbvio fica a produção e a escolha de um projeto. Por exemplo, nós tivemos relativa facilidade em arrecadar a meta mínima com as quatro primeiras obras, mas nessa campanha recente percebemos que não está tão fácil. A escolha das obras está relacionada com uma mistura de sua relevância cultural com o potencial de público da mesma. O frio na barriga vai do começo ao fim, acredite!

4 – Até agora, qual foi o projeto mais “tranquilo” que teve e o mais “tenebroso”?

Raphael: Eu ia dizer “Cyberpunk – Relatos recuperados de futuros proibidos”, mas só conseguimos bater as metas extras nos dois últimos dias. Para falar a verdade, nenhum deles foi tranquilo. Estamos seguindo um modelo muito próprio de campanha: 20 dias apenas, meta inicial baixa e o máximo de divulgação e buzz possível. Reduz o tempo do meio da campanha, mas torna todos os dias relevantes, não há descanso.

5 – Indo para Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções… fale um pouco desses projetos, de como foi reunir o Airton e o Zanetic e o estalo de fazer um gibi de herói brazuca.

Raphael: Esses projetos estão em andamento há alguns anos! Trabalhamos com esses autores em diversas coletâneas e percebemos que era hora de lançar HQs de fôlego de ambos. Porém, com a crise do mercado, as obras coloridas foram sendo adiadas. Até que com o sucesso das outras campanhas no Catarse, percebi que era hora de colocar esse material pra rodar. Como as HQs tem certa sinergia e dividem um mesmo tipo de público, além dos caras serem amigos, acreditamos que poderia ser muito bacana juntar em uma mesma proposta. Por enquanto, tem dado muito certo!

6 – Está virando uma “tradição” do segundo semestre, uma onda de projetos de quadrinhos no Catarse. E todos os tipos de gêneros, alguns muito bons, outros nem tantos… às vezes acho que os leitores ficam meio que perdido em tanta coisa boa para apoiar. Essa onda de projetos é benéfica, mesmo sabendo que muitas pessoas têm que escolher qual projeto apoiar por causa de grana?

Raphael: Acredito que a onda é benéfica, mas cada campanha tem que trazer novos leitores e também incentivar que apoiem outros artistas. Nós fazemos parte da Coesão Independente, grupo de editoras indie que trabalham em conjunto, e nós ajudamos muito. Sinto que falta uma união maior dos autores de quadrinhos, mas uma boa parcela já colabora muito com as campanhas. E não falo de dinheiro, mas de divulgar o trabalho um do outro. Menos retroalimentação e mais troca de leitores.

7 – Eu pergunto benéfica do tipo: o Catarse é a melhor solução, a melhor forma ou é a forma que temos para publicarmos o que queremos?

Raphael: Sem dúvida, o Catarse é uma ótima plataforma de financiamento de um projeto. No entanto, a Draco sempre atua em diversas frentes: grandes livrarias, Amazon, comic shops e o próprio site da editora. Essa é uma das melhores formas de publicar, mas tem que ter outras cartas na manga.

8 – Saindo um pouco do Catarse, quais são os planos para o futuro da Draco?

Raphael: Estamos completando dez anos e lançando o máximo de coisas para celebrar com nossos leitores! Ainda haverá muitas surpresas, mas estamos esperando tudo ficar pronto para ir anunciando. Há até a possibilidade de uma festa. A agenda está muito cheia com CCXP, Horror Expo e Bienal do Livro do Rio! Alguns spoilers: as gangues estarão de volta, o treinamento só começou, parecia fantasia mas não era, uma estreia dramática, um épico sobre a guerra.

9 – E os planos do Raphael Fernandes? Quem te acompanha nas redes sociais, sabe que assunto é o que não falta para você. Teremos novos roteiros? Alguma coisa, quem sabe (vou dar uma dica se possível) relacionada ao rock? E o Fuzz Tarot, volta à ativa quando?

Raphael: AHHAHA! Gosto de produzir, me faz uma pessoa mais feliz! Estou sempre escrevendo novas histórias e no momento tenho trabalhado em alguns dos projetos da Draco pra 2020. No entanto, existe uma possibilidade de lançar uma ou duas HQs longas novas esse ano. Vai depender de alguns fatores, mas acredito ser plenamente possível. Sobre o rock, tenho um projeto, mas vai ficar pro futuro. Já sobre o Fuzz Tarot, só voltar será em outra plataforma que não o Instagram. Porém, continuo lendo tarot pra galera!

A campanha dupla de Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções, já se encontra com 66% da meta alcançada. Para saber mais detalhes como valores, recompensas e claro para apoiar, clique AQUI.

 

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Mangá

Tools Challenge | Conceituado mangá chega ao fim em campanha no Catarse

E toda trajetória tem o seu fim, levando em conta a velha máxima, o aclamado mangá Tools Challenge, série escrita e desenhada pelo premiado Max Andrade, encontrou o seu final. Tools Challenge é a maior série do tipo feita por um autor na história do quadrinho nacional, ela começou de forma independente até a terceira parte quando começou a ser publicada pela Editora Draco. O mangaká tem mais de 700 páginas publicadas contando todos os volumes até agora. A publicação será viabilizada via Catarse.

Tools Challenge – Sayonara Bye Bye marca a despedida da série, onde revela o destino dos principais personagens da trama. Para quem não conhece, a história gira em torno de Raion, um jovem que precisa recuperar sua ferramenta de nascença e evitar sua morte prematura. Para isso, ele deve enfrentar outras pessoas que nasceram com ferramentas especiais – as Série Ouro – em um obscuro e ilegal campeonato de lutas chamado Tools Challenge. Isso tudo com forte influência de mangás clássicos de porrada como Yu Yu Hakusho e Dragon Ball, com pitadas dos mais atuais Hunter x Hunter e One Piece!

Para esse fechamento com chave de ouro, foi convocado um baita time para contar histórias escritas e desenhadas por Max Andrade. Jun Sugiyama, Eduardo Capelo, Kaji Pato, Ichirou, Rafa Santos, Eudetenis, Wagner Elias, Perobense, Felipe Dias, Heitor Amatsu, Fabiano Ferreira, João Mausson e João Eddie, fazem parte de Tools Challenge – Sayonara Bye Bye.

Serão dez histórias no total, com mais um capítulo final. Todas elas terão capas internas feitas por Simone Beatriz, Roberto F., YOS, Cah C. Poszar, Adriana Yumi, Murilo Araújo, Dani Bolinho, PJ Kaiowá, Thiago Spyked e Marcelli Ibaldo.

Tools Challenge – Sayonara Bye Bye terá formato 14 x 20 cm, papel pólen bold e capa cartão. Para saber tudo sobre a campanha, que ficará no ar até o dia 27 de junho, como recompensas (que incluem até a coleção completa), valores e como apoiar é só clicar AQUI.