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Antologia Baile de Máscaras está em Campanha no Catarse

Já está no ar a campanha de financiamento coletivo para Baile de Máscaras, uma antologia em quadrinhos que tem o intuito de ajudar pessoas necessitadas em meio a pandemia. O projeto é capitaneado pelo ilustrador mineiro Rafa Louzada e está no Catarse.

O ano de 2020 foi varrido pela pandemia de covid-19, o número de óbitos ao redor do globo é gigantesco e o Brasil ocupa hoje o nefasto 2º lugar em número de mortos (perdendo apenas para os EUA) e o 3º em casos totais (somente atrás dos EUA e da Índia). Algumas pessoas conseguem trabalhar em casa e estão, tecnicamente, mais seguros, mas essa é uma realidade de poucos.

A grande maioria da população precisa sair para trabalhar e uma parte tão enorme quanto, perdeu o trabalho que era a principal, e única, fonte de renda familiar. Algumas pessoas estão em caso de vulnerabilidade social e dependem de doações de ONG’s e projetos sociais para viverem com o mínimo de dignidade. É aqui que começa a missão de Baile de Máscaras.

Um grupo de quadrinistas e ilustradores uniram forças e criaram a Baile de Máscaras, uma antologia que reúne histórias curtas e ilustrações com o tema máscaras. Um utensílio de extrema importância no momento em que vivemos, mas que sempre foi repleto de significado em épocas e culturas diferentes.

As histórias, por sua vez, transcendem os aspectos materiais e funcionais desse objeto e as máscaras assumem também formas mais abstratas, próprias da natureza humana, como o ritualismo, a fantasia, a fértil imaginação de uma criança, a mentira em suas inúmeras intenções e muitas outras interpretações, sendo ela um item de proteção individual ou uma construção social.

Baile de Máscaras terá formato 17 x 26 cm, 114 páginas, capa cartonada e para saber mais sobre a campanha, detalhes, recompensas, valores e claro, apoiar, clique AQUI.

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Reanimator: Uma nova tentativa de realizar um velho desejo

Passados 4 anos de seu último lançamento pela Veneta, Juscelino Neco volta com seu terceiro título que, mesmo apresentando diferenças em seu traço, mantém as raízes já fincadas na sujeira e podridão de seu submundo particular.

A forma mais fácil e eficaz de introduzir medo em um ambiente é apresentando-o ao desconhecido. Dentre os campeões na categoria, temos a morte. Não à toa, esta condição que marca o fim da vida levou o Imperador de Roma Constantino I a se converter ao cristianismo, convencido de que seu profeta na terra de fato ressuscitou após ser pregado em uma cruz e, três dias depois de ser dado como morto, escapou do mal irremediável para todos. Se hoje em dia temos a comemoração da Páscoa, Natal e outros feriados cristãos, a culpa em boa parte é pelo medo de morrer.

Tentando vencê-lo, o médico Herbert West cria uma substância parecida em forma e efeito com a heroína, mas a descrença na possibilidade do resultado final o faz ser humilhado e achincalhado por seus companheiros de profissão.

Foto: Reprodução/Veneta

Sem alternativas, West encontra no crime a única forma de progredir com seus estudos de trazer os mortos de volta à vida e, não por coincidência, a semelhança de sua criação com a popular droga ilícita acaba deixando as pessoas vivas que a experimentam “mais vivas ainda”, o que resulta em um consumo inesperado por seu parceiro de empreitada e outras pessoas, fugindo de sua ideia inicial e gerando um novo problema na saúde pública.

Todos os personagens de Reanimator são antropozoomórficos: Ratos, porcos, cavalos, vacas e todos os outros comumente usados como adjetivos que, convenhamos, já atribuímos a algum ser-humano em momentos de nossas vidas, estão lá. Dessa forma, somos tão animais quanto eles e, muitas vezes, mais ainda que os nossos companheiros de reino biológico.

O espaço expressivo de datas entre os lançamentos de Parafusos, Zumbis e Monstros do Espaço (2013), Matadouro de Unicórnios (2016) e Reanimator (2020) mostra também que o tempo contribuiu para a mudança no traço do autor: Juscelino Neco vai de uma arte praticamente em linha clara em Parafusos para um desenho mais hachurado, curvo e com muito uso de preenchimentos em preto aqui em Reanimator.

Foto: Reprodução/Veneta

O preto é tido pelas leis da física como uma “cor egoísta” que absorve todas as outras cores e concentra o calor só para si. A escolha artística para representar o obscuro e underground com o uso cada vez maior do preto por Juscelino mostra que, em todo esse período, o desenhista também foi influenciado por outros, absorvendo para si a influência de outras vertentes mas, diferente do que em teoria deveríamos ter aprendido nas aulas de óptica em Física IV, Juscelino compartilha o que aprendeu conosco e não guarda essa energia armazenada apenas para seu âmbito privado. Caso fosse seguida a rigorosidade científica o preto não é uma cor e sim a ausência de cores, mas o que temos na obra é a junção de elementos e não a subtração de artifícios.

Foto: Reprodução/Veneta

Apesar da inspiração em H P Lovecraft, o que se vê aqui é muito mais a presença do escritor norte-americano como “uma pitada de sal” e com isso a história passa bem longe de ser considerada uma adaptação literária. O prefácio pra lá de sincero escrito por Rafael Campos Rocha já denotava o que estava por vir e Juscelino, apesar de se equilibrar no lombo de Cthulhu tomando todo o cuidado para não cair, maneja as rédeas e tentáculos de seu “mascote” fazendo o que quer com ele.

Foto: Reprodução/Veneta

Dentre as diferenças de condução com o autor original, um instrumento muito evidente na narrativa de Reanimator é o humor, que também esteve presente na adaptação cinematográfica de 1985 baseada no mesmo conto. Diversas sacadas são vistas nessa área que por vezes se desvencilha da questão do horror tão famoso de Lovecraft e a história mais se aproxima dos quadrinhos de Gilbert Shelton, Robert Crumb e Simon Hanselmann, autores não publicados apenas pela Veneta, mas por outras editoras por onde passaram os editores que, assim como os que toparam cair no experimento de Mr. West, aceitaram dar vida às doideiras de Juscelino.

Juscelino é, mesmo que de forma subliminar, uma criação de Rogério de Campos. Rogério foi editor das maiores influências de Juscelino em editoras passadas e continua sendo agora na Veneta, editora que além de publicar Reanimator, trouxe vida aos outros já citados títulos do autor. Rogério é como se fosse Mr. West, os quadrinhos são a substância misteriosa e Juscelino é… bem, melhor ele escolher em qual personagem se encaixar.

Foto: Reprodução/Veneta

Mesmo contendo mais de 130 páginas (mantendo a média narrativa do autor que gira sempre entre 100 e 150 páginas) que abrigam não só a história mas também pin-ups de artistas convidados, Reanimator é uma leitura rápida e leve que facilmente pode ser devorada de uma vez só. Assim, não há o que temer aqui: Pode experimentar sem medo.

Reanimator
Juscelino Neco (roteiro e arte)
Howard Phillips Lovecraft (conceito)
152 páginas
22 x 15 cm
R$54,90
Capa cartonada
Veneta
Data de publicação: 10/2020

 

 

 

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Aperta o play e viaje na batida de Na Quebrada – Quadrinhos de Hip Hop

Eu tinha entre dez e onze anos, não me lembro direito, quando minha mãe me presenteou com um vinil. Era o Funk Brasil 1. Ali foi meu primeiro contato para valer com esse tipo de som. Minha veia musical estava começando a ser moldada, obviamente eu era um moleque que escutava de tudo um pouco, os sambas nas festas das minhas tias, os rocks que meus primos ouviam, os forrós dos discos do meu pai, mas sem entender nada direito. O disco tinha raps que são muito diferentes dos que conhecemos hoje em dia. Logo na primeira faixa era uma música do Cidinho Cambalhota com participação da Dercy Gonçalves chamada Rap das Aranhas (uma espécie de continuação de Rock das Aranhas do Raul Seixas). Outros clássicos do funk carioca se decorriam ao longo de suas oito faixas no primeiro disco do icônico DJ Marlboro. Essa sempre foi minha referência para esse tipo de som.

Ao longo dos tempos me encontrei melhor no rock, mais precisamente nos punks hardcores da vida, mas sempre que dava aquela vontade voltava para o Funk Brasil. Até que anos mais tarde, na escola, um amigo me emprestou uma fita cassete. Vale lembrar que estamos situados aqui na década de 90 e esse era o nosso modo de compartilhar músicas. A fita tinha uma penca de raps do RUN-D.M.C. e fiquei tipo: “Puta merda! Que parada foda demais!”. Logo após eu fui conhecer os Racionais MC, e um foi puxando o outro. Até as bandas de rock que na época misturavam com rap ajudaram nesse conhecimento. Como o Planet Hemp, Pavilhão 9, Cambio Negro etc e tal.

Fiz essa pequena introdução para poder falar que Na Quebrada – Quadrinhos de Hip Hop da Editora Draco, me fez ter essa sensação novamente de estar descobrindo um novo mundo. Ao longo das suas 184 páginas me senti não apenas lendo um gibi. E sim escutando um disco de rap. As suas histórias me remeteram a canções e como uma ironia incrível, algumas você pode até cantar. Como Preta Maravilha Contra a União Golpista e Que Nem um Morcego. As letras (ou histórias) falam do cotidiano da comunidade, de preconceitos, de revolução, de correr atrás do seu sonho, de batalhar o seu sonho, a eterna luta contra os poderosos e de evoluir. Mas usando a magia que somente as HQ’s podem proporcionar. E faz todo o diferencial.

A primeira faixa é O Sampleador, com roteiro de Raphael Fernandes e arte de Braziliano, com uma bela história de um rapaz que tem um dom amaldiçoado que atormenta a sua vida. Depois o álbum pula para trama heroica Preta Maravilha contra a União Golpista com arte e texto de João Pinheiro. Aqui somos apresentados a uma super-heroína urbana que está em combate contra os poderosos iniciando uma revolução. A história toda é um grande rap e como disse antes, dá para ler cantando com uma batida imaginária na mente. Que Nem um Morcego do trio Cirilo S. Lemos, Giovanni Pedroni e o rapper De Leve. É a minha preferida da coletânea. A história do cativante Ramiro descobrindo o hip hop e iniciando nas batalhas de MC’s te abraça e te leva para um mundo fantástico. Fechando o “lado A” do disco Na Quebrada, vem a importante Meu Corpo, Minhas Regras escrito pela ótima Larissa Palmieri e com arte de Vitor Flynn. Uma trama cyberpunk que mistura fanatismo religioso, direitos das mulheres, machismo, corrupção e o poder da fake news. Mais atual impossível.

Virando para o “lado B” de Na Quebrada, começamos com Um Conto de Duas Cidades, onde dois grupos rivais se unem contra um mal comum que ameaça a todos. Um aviso bem real para os dias de hoje. O texto é de Felipe Cazelli e arte de Marc Weslley, com os desenhos mais bonitos da coletânea. Em seguida vem Darréu – A Lei do Mundo, uma divertida e leve trama escrita pelo entregador de gás Alessio Esteves e com artes de  Felipe Sanz. A história de dois meninos que queriam tirar uma onda com os amigos é a mais descompromissada da coletânea, lembrando até aqueles filmes gostosos de assistir como Goonies ou Uma Noite de Aventuras. Já em Olido de Juju Araújo e com o retorno de Braziliano na arte, trata da famosa arte urbana. Assim como a galeria homônima que fica em São Paulo, o texto abraça os traços grafiteiros de Braziliano e apresenta uma trama de poder, busca pelo sucesso e reconhecer suas raízes. O fechamento fica por conta da excelente O Rei do Groove que tem arte e texto de Guabiras. É uma grande homenagem ao hip hop mundial disfarçada em um conto fantástico de um DJ que beirava o fracasso e se torna um dos maiores. A história, em todos os seus quadros têm referências ao hip hop, é uma aula de história sobre o estilo com artistas dos mais variados tipos que contribuíram de alguma forma com o movimento. É bem legal ficar caçando as referências.

Além dos quadrinhos, o volume conta com uma introdução de Alê Santos, contador de narrativas negras (confira seu trabalho em sua conta no Twitter), e comentários do grande Gil Santos, o popular Load, e do rapper Rashid.

Na Quebrada – Quadrinhos de Hip Hop tem na sua maior qualidade o fato de ser um trabalho necessário para a galera. Disseminar essa cultura para o leitor é de suma importância. E tomara que quem venha a ler, passe a se interessar e a consumir as artes que o movimento gera no total. E como disse o meu amigo Gigalovax Cândido, todas as histórias acabam de forma positiva. Apontando que o futuro pode sim ser melhor.

Na Quebrada – Quadrinho de Hip Hop tem formato 17 x 24 cm, 184 páginas e capa em papel cartão. A coletânea está em pré-venda no site oficial da Draco.

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Veneta lança financiamento para Luzes de Niterói, de Marcello Quintanilha

Está no ar o primeiro projeto de financiamento coletivo realizado pela editora Veneta. Luzes de Niterói, de Marcello Quintanilha. De acordo com a divulgação oficial, “A HQ narra as aventuras do jovem Hélcio, inconsequente e promissor ‘beque direito’ (equivalente ao que hoje conhecemos como lateral direito), e seu amigo Noel, portador de uma severa deformidade física, e tem como inspiração passagens da vida do pai de Quintanilha, que foi jogador do time de futebol Manufatora Atlético Clube, emblemática equipe operária do bairro Barreto, em Niterói”. A publicação em capa dura com 240 páginas e formato 17x24cm e papel couché fosco 150g.

Além da edição impressa e nome nos agradecimentos, os apoiadores também podem adquirir pôsteres, obras anteriores e um jogo de futebol de botão ilustrado pelo autor. Todas as opções de apoio estão na página oficial do projeto, clique AQUI e confiraO prazo de apoio se encerra em 05/12/2018 e a entrega prevista é janeiro de 2019.

Luzes de Niterói já foi lançado este ano na França (Éditions çà et là) e Portugal (Editora Polvo) neste último ganhando uma exposição no Festival de BD da Amadora ao lado de outros quadrinistas brasileiros.

Dos trabalhos anteriores de Quintanilha pela editora, Tungstênio (2014), Talco de Vidro (2015) , Hinário Nacional (2016) e Todos os Santos (2018).

Premiado pelo Festival internacional de Angoulême e Rudolph Dirks Award, Marcello Quintanilha publica quadrinhos desde os anos 90, iniciando a carreira na extinta editora Bloch. Com trabalhos desde então publicados também na Polônia, Alemanha, Itália, Espanha e Sérvia.

A Veneta foi fundada em 2012 e desde então se consolidou no mercado nacional, conquistando inclusive em 2014 o Troféu HQMix na categoria Melhor Editora.

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Ler O Jogo Mais Difícil do Mundo é como estar com a Sessão da Tarde nas mãos

Uma época onde ainda a internet não era uma coisa comum na vida de todos, ainda existiam as brincadeiras de rua, que pesquisas escolares eram feitas em livros nas bibliotecas e jogar videogame era dividir com um amigo o espaço no sofá ou rachar a hora na locadora. É assim que nos ambientamos em O Jogo Mais Difícil do Mundo. A HQ de Eduardo Ribas apresenta esse mundo tão comum na década de 90, não de forma tão explicita como Kombi 95 do Thiago Ossostortos, mas essa também não é a intenção do quadrinho. A verdadeira intenção eu vou falar mais abaixo.

 

Na trama o trio de amigos: Joaquim, Ana e JC se metem em uma aposta com Luizinho, o moleque mais mimado e mala do bairro. A aposta consistia em disputar uma partida do jogo mais difícil que tinha na locadora, mas acontece que Luizinho é super-viciado no tal game, e é um dos maiores pontuadores do mesmo. Mas o que o mimado não sabe é que o trio conhece a lenda das Pedras dos Navegadores, artefatos que uma vez unidos podem conceder um desejo para o seu portador. Então, Joaquim, Ana, JC e Gordo (o fofo cachorro de Joaquim), começam a perigosa saga de encontrar as tais pedras. Elas se encontram nas ruínas que estão perto de sua cidade.

 

A arte de O Jogo Mais Difícil do Mundo que Eduardo Ribas faz é uma mistura de mangá com um estilo cartunesco que sempre faz questão de lembrar que temos um produto divertido e colorido em mãos. Com páginas duplas, quadrinhos exagerados que parecem que vão saltar das páginas, o visual da HQ fluí bem dentro da proposta. Mas ao mesmo tempo, o visual colorido típico de um desenho da Cartoon Network, não esconde que a trama é recheada de perigos reais para os personagens, lembrando ao leitor que a história tem sim seu nexo sério.

A maior satisfação de ler O Jogo Mais Difícil do Mundo é o prazer de ler algo leve. Parece que estamos com um filme gostoso da Sessão da Tarde nas mãos. Muitos momentos, é impossível não lembrar de produções como Os Goonies, Conta Comigo, Indiana Jones e Uma Noite de Aventuras. E como nesses filmes, a diversão e aventura rola solta, até que chega um momento que a trama fica séria. E na HQ não é diferente. Algo que nenhum leitor no decorrer da história pensa que vai acontecer.

Divertir. Essa é a intenção da HQ. Com uma aventura de caça ao tesouro tão habituais nas produções Hollywoodianas da década de 80. Em tempos em que as produções estão complexas, com viradas mirabolantes, algo vem “simples” que funciona muito bem, conquista fácil o leitor, que fica ávido para concluir a leitura e chegar logo ao seu final, que deixa um gostinho de quero mais.

O Jogo Mais Difícil do Mundo é uma divertida HQ que vai te fazer lembrar daquele prazer de ler algo com gostinho de infância. Principalmente para quem viveu os anos 80 e 90. É um acerto de mão cheia do Eduardo Ribas.

 

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(Alguns) Quadrinhos Nacionais de 2017 que você deveria conhecer

O ano de 2017 foi de grande destaque no mercado nacional de quadrinhos. Muitas notícias surgindo das grandes marcas como a linha Graphic Novels da MSP, como a divulgação do (fofo) elenco da adaptação para os cinemas da Turma da Mônica, novas editoras e selos surgindo, as editoras investindo tanto em produtos fora do nicho Marvel/DC, trazendo HQs gringas que dificilmente veríamos sendo lançadas aqui no país e o mais legal: lançando com material de qualidade diversos gibis de artistas nacionais. Com excelente qualidade gráfica, ações de marketing em redes sociais e nas feiras especializadas pelo país, HQs digitais que ganharam formatos físico e sem contar o pessoal que vai para o Cartase e no suor e na raça conseguem publicar seu material. Parabéns para todos os envolvidos!

Listamos aqui, algumas HQs que curtimos esse ano. Claro que infelizmente não dá para colocar tudo que vimos/noticiamos/lemos em uma simples matéria. Não é uma lista de melhores do ano, e sim uma forma de compartilhar algumas produções do quadrinho nacional. Vamos tentar ser os mais justos possível!

Peek a Boo: A Masmorra dos Coalas – Alto Astral/Plot! Editorial

Escrita e desenhada pela Psonha, a HQ traz a aventura de Mambay e do vampiro Apolônio contra cogumelos pigmeus zumbis. Sim, isso mesmo! Leitura fácil e bem gostosa, Peek a Boo parece um episódio de A Hora de Aventura nas palmas das mãos, mas sendo um colírio para os olhos.

 


Semilunar – Editora Balão Editorial

Maria é uma menina que sofre de disfemia (gagueira), sendo que ela consegue lidar com essa condição cantando e recitando poesias. A ideia vem de sua mãe, Dolores, uma cantora que nunca conseguiu o sucesso. Maria quer viver de música e tem uma condição tão difícil de lidar, além da mãe, que projeta na filha todos os seus desejos e frustrações. Os roteiros e desenhos são de Camilo Solano. Você pode adquirir seu exemplar no site da editora clicando AQUI.


A Infância do Brasil – AVEC Editora

O quadrinho histórico de José Aguiar, narra seis séculos do nosso país sob o olhar das crianças brasileiras. Sendo um verdadeiro documento do passado, a narrativa viaja da colonização a modernidade, passando pelo período escravagista e industrial. As imagens são de grande destaques na HQ que se assemelha a retratos e pinturas de livros de história que líamos no colégio.


Capitão Feio: Identidade – Panini

Com foco no grande vilão que sempre ronda as aventuras da Turma da Mônica, a HQ dos irmãos Magno e Marcelo Costa, apresenta como um homem sem passado e nem memórias se torna extremamente poderoso e sua relação com a sociedade fica cada vez mais complicada.

 


Demônios da Goetia – Editora Draco

Fechando a “Trilogia de Horror Cósmico”, também chamada de “Trilogia das Cores”, a Draco lançou Demônios da Goetia em Quadrinhos. Assim como os seus sucessores O Rei Amarelo em Quadrinhos e O Despertar do Cthullu em Quadrinhos, um time de artistas, capitaneados pelo editor Raphael Fernandes (o Rei das Costeletas), apresentam oito histórias que mostram como a corrupção humana não tem limites. Toda a trilogia é um presentão!

 


Realezas Urbanas – Alto Astral/Plot! Editorial

Escrita por um time de peso pesados composto por Rebeca Prado, Bianca Nazari, Barbara Morais e Tainan Rocha, Realezas Urbanas é um compilado com três histórias das mais célebres princesas e rainhas dos contos de fadas em meio a reuniões de negócios, a vida moderna e a loucura dos dias de hoje.

 


La Dansarina – Marsupial Editora/Jupati Books

Ganhadora do Troféu HQ Mix 2016 nas categorias Edição Especial Nacional e Roteirista, em La Dansarina de Lillo Parra e Jefferson Costa,  a trama se ambienta em São Paulo durante o ano de 1918, e conta sobre a saga de Petro para enterrar dignamente a sua mãe que faleceu durante um surto de Gripe Espanhola.

 


Gatilho – Independente

Carlos Estefan e Pedro Mauro se unem para contar a história de um caçador de recompensas que chega a uma cidade abandonada em busca de justiça. Mas, para conseguir seu objetivo, terá que enfrentar alguns fantasmas do passado. Para poder adquirir seu exemplar, você pode entrar em contato pelo e-mail: gatilhohq@gmail.com.


Angola Janga – Editora Veneta

A obra de Marcelo D’Salete levou 11 anos para ficar pronta, e se tornou umas das grandes publicações do ano nos quadrinhos nacionais. Angola Janga foi como um reino africano dentro da América do Sul, criada por fugitivos da escravidão, ela cresceu, se organizou e resistiu aos ataques dos militares holandeses e das forças coloniais portuguesas. O seu líder, Zumbi, virou lenda e inspirou a criação do Dia da Consciência Negra.

 


Kombi 95 – Alto Astral/Plot! Editorial

“Anos 90. Regras: Não há regras”. Com o polivalente Thiago Ossostortos no volante, a HQ Kombi 95 faz uma viagem e traz de volta tudo dos anos 90. E quando eu falo tudo é TUDO mesmo! A trama fala sobre um grupo de amigos que investigam a famosa lenda urbana da Kombi que pega crianças, e durante toda a aventura acontecimentos sobre música, comportamento, política, televisão, comidas, modas etc… uma das mais divertidas que li esse ano.

 


A Canção do Cão Negro – AVEC Editora

O segundo volume da excelente série nacional Contos do Cão Negro da dupla Cesar Alcázar e Fred Rubim, traz de volta Anrath, o Cão Negro, comandando o seu próprio navio, ao lado de Aella e Rorik. A trupe parte para uma missão perigosa na Islândia onde vão encontrar com saqueadores vikings e uma criatura mitológica sedutora e mortal.

 


Até o Fim – Geektopia

“Será que a vida simplesmente acaba? Ou o destino vai de acordo com o que cada pessoa acreditou durante toda a vida?” Com essas perguntas sobre a vida pós-morte, o trio Eric Peleias, Gustavo Borges e Michel Ramalho apresentam a lindíssima Até o Fim. Na história, Lilian e seus amigos sofrem um acidente de carro e ela faz um acordo para poder voltar à vida: precisa escolher o destino adequado para a alma de cada um dos seus amigos.

 


A Herança Becker – Zarabatana Books

Marcelo Costa e Magno Costa contam a saga de três irmãos, que após a morte do pai, Hanz Becker, herdam a fortuna, mas também o assassino do pai. Mistério, ódio, medo, dilemas familiares e vingança são os temperos da história.

 


Estudante de Medicina – Editora Veneta

Cynthia B. narra nos quadrinhos toda a sua trajetória no curso de medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Novas responsabilidades, uma nova realidade, amizades, relacionamento com a mãe e novos hábitos não tão saudáveis estão na história.

 


Jurados de Morte

A dupla Iramir Araujo e Beto Nicácio trazem duas tramas em preto e branco ambientadas no Sertão do Nordeste Brasileiro. Conforme os próprios autores falam: Jurados de Morte é uma espécie de acerto de contas de personagens marcados pela rudeza daquela região geográfica com seu destino sempre incerto. Informações para adquirir seu exemplar clique AQUI.


Matei meu pai e foi estranho – Marsupial Editora/Jupati Books

Lançada recentemente, a nova HQ de André Diniz conta a história do menino Zaqueu, que nasceu albino de cabelos e pele mais brancos, em meio de uma família morena. Então em meio a dramas familiares e momentos triviais vemos Zaqueu buscar seu espaço.

 


Despacho – Editora Draco

A antologia “horror bagaceira” Despacho foi organizada por Fernando Barone e Samuel Sajo e um time de artistas, que se inspiraram nas coletâneas de terror dos anos 70, recriaram lendas e mitos brasileiros. Habitam nas páginas figuras folclóricas como Cuca, Cramunhão na Garrafa, Capelobo e até a lenda das páginas do Notícias Populares, o Bebê-Diabo.

 


Eu, Vilão – Overdrive Comics

Publicada de forma independente pelo icônico quadrinista Walter Junior, a HQ mostra a vida de Thomas e Richard depois de um incidente em uma estrada. Criticas aos meios de comunicações que disciplinam as opiniões das pessoas, a trama pergunta na verdade quem é o verdadeiro vilão?

 


Uma Estrela na Escuridão – Marsupial Editora/Jupati Books

André Bernadino adapta o livro homônimo de Gabriel Davi Pierin, que fala sobre a história real do judeu brasileiro Andor, que foi parar no campo de concentração Nazista de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.

 


Turma da Mônica: Lembranças – Panini

Fechando a trilogia que foi iniciada em Laços e seguida por Lições, os irmãos Vitor e Lu Cafaggi trouxeram a turminha mais famosa do Brasil em uma aventura cheia de intrigas, sopapos, planos infalíveis, risadas e, claro, amizades. Vale lembrar que é dessa trilogia que o filme live-action da Turma da Mônica está sendo baseado.

 


A Teia Escarlate – Editora Draco

Escrita por Raphael Fernandes e desenhada por Clayton InLoco e Daniel Canedo, a trama conta a vida de uma imortal desde a antiguidade ao renascimento. O volume ainda reúne alguns contos escritos por Eduardo Kasse, criador da série Tempos de Sangue.

 


De Volta a Solemnia – Editora Marsupial/Jupati Books

A trama mostra o jovem príncipe Alex I, que parte em uma jornada juntamente com o seu fiel cavaleiro Sir Grimmo e o seu cavalo Acéfalo em busca de um lendário amuleto. A HQ é de Artur Fujita, e foi publicada originalmente em formato digital.


Chico Bento: Arvorada – PaniniO premiado cartunista Orlandeli cria uma história tocante com momentos de amor, dor, humor, mistério e aprendizado. Tudo isso em um lindo visual. Na HQ, o caipira mais famoso dos quadrinhos, leva uma daquelas lições que a vida de vez em quando dá em todos nós, porque nem tudo pode ser deixado para depois.

 


HellDang – Independente

A banda de rock HellDang tem em sua rotina muitos fracassos e shows vazios, então os seus integrantes fazem um pacto com o demônio Amduscias para chegar até a sonhada fama. Só que as coisas saem do controle. Com roteiro de Aírton Marinho e arte de Samuel Sajo, a trama mistura rock and roll, YouTubers e caminhoneiros. Você pode adquirir direto com o autor pelo e-mail: helldanghq@gmail.com


Já Era! – Editora Lote 42

Felipe Parucci, conta a história de Regina, uma publicitária que trabalha muito e ganha pouco. Suas interações sociais são tediosas e vive em um mundo repleto de piras erradas. Cansada, ela vê a oportunidade de comprar um barco e sair navegando sem rumo, em busca de uma razão de existir. Mas ela acaba caindo em uma viagem surreal e encontra a oportunidade de mudar o mundo. Ou pelo menos o mundo dela. A venda no site da editora.


Abutres – Editora Estronho

Eduardo Vetillo e Julio Magah apresentam quatro fora-da-lei, um xerife implacável, um fazendeiro decadente e abutres famintos são as estrelas de um faroeste repleto de violência e mistérios.


Porco Pirata – Editora Mino

O grande Porco Pirata cruza juntamente com o seu bando a costa africana, quando captura Izzy, a filha da grande bruxa Iaci. E vê em sua prisioneira um passaporte para inúmeros tesouros e encantamentos da poderosa anciã. João Azeitona é o autor da HQ.


Open Bar – Panini

A edição definitiva da obra de Eduardo Medeiros conta a história de Barba e Leonardo. Dois amigos que herdam um bar e, por contrato, são obrigados a mantê-lo funcionando em meio a desavenças e amores antigos.


Bilhetes

Na primeira página do álbum, o leitor verá seis bilhetes, cada um contendo uma mensagem. Sendo que cada bilhete pertence a uma das histórias. Eles provocam reviravoltas e mudarão o rumo da vida dos personagens ao surgirem durante a trama. Mas nesse momento o leitor não verá o seu conteúdo. Ou seja, ele não saberá qual bilhete apareceu em cada história. Um time peso pesado produziu Bilhetes: Marcelo Marchi, Paulo Borges, Laudo Ferreira Jr., Marco Antonio Cortez, Augusto Minighit, Jean Diaz, Julius Ohta. Mais informações no site do Paulo Borges.


Devorados – Editora Draco

Para proteger a sua esposa e seu bebê, Duran Draconian, vai enfrentar um ritual arriscado para entrar para a Dragonaria Rubra, uma força de elite que sobrevoa os campos de batalha aplicando a justiça dos homens. Este futuro pai e guerreiro vai ter que superar grandes obstáculos, forjar um elo permanente de sangue com um réptil alado selvagem e encarar o seu monstro interior. O roteiro é da dupla Erick Santos Cardoso e Cirili S. Lemos e os desenhos são de Marcio R. Gotland.

 


À Moda da Casa – Editora Estronho

Baseada nos curtas-metragens Mal Passado e Snuff Said do cineasta Julio Wong, que assina o roteiro juntamente com Ser Cabral, À Moda da Casa narra um conto em que atores morrem ao participarem de filmes totalmente realistas onde as pessoas jantam os corpos das vítimas. A arte é de Kiko Garcia.

Como foi dito aqui antes, é praticamente impossível escrever sobre todas as HQs nacionais de qualidade lançadas em 2017. E lembrando que NÃO é uma lista de os melhores do ano. Acredito que melhor do que fazer listas, é compartilhar boas histórias com outras pessoas. Mas espero que possa ter ajudado o máximo possível em algum direcionamento. Alguns títulos estão bem fresquinhos, pois foram lançados recentemente na CCXP.

E que em 2018 o quadrinho nacional possa estar em patamares ainda maiores, mesmo com toda a concorrência que venha dos “supers” de fora. Tem que ter suor, raça e sangue. Então vamos fazer a nossa parte e prestigiar nossos artistas.

 

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Conheça Angola Janga – Uma História de Palmares

Lançado recentemente pela Editora Veneta, Angola Janga a HQ épica de Marcelo D’Salete, é com certeza uma das grandes publicações do ano nos quadrinhos nacionais. A obra levou 11 anos para ser finalizada depois de um longo e árduo trabalho de pesquisa de Marcelo, que acaba apresentando, como diz o autor, não “a” história de Palmares e sim “uma” história de Palmares.

Confira a sinopse:

“Angola Janga, ‘pequena Angola’ ou, como dizem os livros de história, Palmares. Por mais de cem anos, foi como um reino africano dentro da América do Sul. E, apesar do nome, não tão pequeno: Macaco, a capital de Angola Janga, tinha uma população equivalente a das maiores cidades brasileiras da época. Formada no fim do século VXI, em Pernambuco, a partir dos mocambos criados por fugitivos da escravidão, Angola Janga cresceu, organizou-se e resistiu aos ataques dos militares holandeses e das forças coloniais portuguesas. Nesse lugar nasceu um menino, que viria a se tornar um dos maiores símbolos históricos contra a escravidão. Zumbi, que virou lenda e inspirou a criação do Dia da Consciência Negra.”

D’Salete não usa muitos letreiro, mas consegue narrar  os diversos plots que emaranham as dezenas de personagens nas milhares de investidas do governo contra o quilombo e suas lideranças. O que obriga o leitor a ficar atento a cada página. Por outro lado, o autor, colocou textos explicativos, mapas e ilustrações, o que torna a leitura também um ato de pesquisa.

“Um dos objetivos da HQ é propor uma nova leitura sobre a luta dos grupos negros, populares e indígenas contra o modelo colonial baseado em uma forte hierarquia social”, disse D’Saleste ao site UOL. “No Brasil temos uma subcidadania praticada e reafirmada cotidianamente. O poder permanece na mão de poucos. Isso só é possível a partir de estruturas de poder e descriminação eficientes que permanecem desde o período colonial.”

Angola Janga – Uma História de Palmares, tem formato 23,6 x 15,7 x4,1 cm, 432 páginas e está com um desconto de 42% na Amazon Brasil.

 

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Torre Entrevista | Wagner Willian

Em mais uma entrevista feita durante a CCXP, dessa vez conversamos com Wagner Willian. Pintor, quadrinista, fotógrafo… e mais de uma pessoa que condensa todas essas artes em suas HQs. Em seu lançamento O Maestro, o Cuco e a Lenda, Wagner aborda uma narrativa diferente de suas obras anteriores e aqui explica o porquê:

Depois de Bulldogma, agora vem O Maestro, o Cuco e A Lenda. Bulldogma eu vejo com uma história mais adulta, mais densa. Já O Maestro… lembra mais um conto. Por que mudança entre um título e outro?

Eu quis tentar algo diferente do Bulldogma. Não penso em uma série de histórias e seguir o mesmo padrão. Eu gosto de tentar novas formas narrativas, novos conceitos, novos estilos de história. O Maestro… apesar de ser um desenho mais caracteristicamente infanto-juvenil do que o Bulldogma em si, a história também serve para um leitor adulto. Não é tão infantil assim, ela consegue abranger um público maior. Mas a história em si ainda tem sua carga dramática, tem um engine do mal…

Uma coisa engraçada do Bulldogma é que em seu livro derivado O Flerte da Mulher Barbada a sua personagem (Deisy Mantovani) toma vida. Ela é a autora do livro e não você. Como você se sente hoje como um heterônimo dentro dos seus quadrinhos?

A Deisy só me deu frutos positivos. Foi um charme fazê-la. Ela criou uma vida própria como você mesmo falou e acho que acertei meio que na mosca com ela ou ela que me acertou… estamos decidindo ainda quem vem antes e quem vem depois. Mas acho que é meio que sorte também de acertar e transformar o zeitgeist do momento, transpor e colocar voz a um personagem como quis dizer e agir, como o pessoal esperaria que um personagem atual se movimentasse e agisse.

Vendo O Maestro… vejo que seu traço do interior da publicação é diferente do que você, por exemplo, apresenta nos seus quadros. Não só pelas cores mas o estilo é diferente. Por que em quadrinhos você adota essa forma de traço?

Justamente por ser uma outra linguagem. Ela requer a sequencialidade. Outro ritmo e outra leitura. Então, não dava… até daria para outro tipo de história. Mas para o que eu estou fazendo, foge um pouco do conceito que eu faço para pintura em si. Telas únicas e separadas… ela requer o ritmo e velocidade da leitura. Por isso tenho que adaptar o meu estilo e desenho, para funcionar melhor enquanto quadrinho.

Pátria Amada, Salve-se Quem Puder!! 120x80cm. 2013. Autor: Wagner Willian

Uma coisa que a Laerte disse uma vez (no documentário Malditos Cartunistas) é que a movimentação dos quadrinhos vem do cinema. Quando você tem um quadro você tem a obra com uma representação. Nos quadrinhos você tem uma sequência. Para você que faz quadros, qual o maior desafio de transpor essas duas formas de arte?

Entre a pintura e o quadrinho em si? Acho que é a questão do tempo. A questão de saber condensar o tempo. Criar um ritmo desse tempo e condensá-lo. E principalmente, tendo isso em vista, saber fazer a questão do fluxo da leitura. De não emperrar, empacar em um ponto. Então é a questão da movimentação. Quadrinho é muito mais movimentação em si. A questão de passar a página e tal. E isso cria uma matemática própria para isso. Acho que a grande dificuldade é essa: Pensar essa questão de fluxo narrativo. Já que é uma narrativa.

Aos que não foram à CCXP e querem conferir esse lançamento, eis a sua segunda chance! Neste sábado, dia 16 de de Dezembro, das 16h às 19h ocorre o lançamento pós-CCXP na Ugra Press que fica na R. Augusta, 1371 – Consolação, São Paulo – SP. Compareçam!

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Overdrive Comics | A volta as aventuras de Overgirl e Feedback

E um clássico do quadrinho nacional está de volta! O artista Walter Junior está trazendo as novas aventuras dos super-heróis Overgirl e Feedback. A dupla que estrelou a graphic novel Semideuses em 1993 vão completar 25 anos em 2018 e a revista Overdrive vai comemorar a data.

Walter Junior é um dos fundadores do mitológico fanzine Saga, que já arrebatou dois troféus HQMIX.  A revista Overdrive é uma publicação do selo Overdrive Comics do próprio Walter. Esse ano foi publicado a graphic novel Eu, Vilão pelo selo.

“Overgirl e Feddback estão de volta! Em meio ao passado nebuloso, nossos heróis tentam levar a vida aproveitando seus poderes para isso. Durante uma investigação espacial, uma anomalia chega à Terra, em busca de uma certa ‘essência’. Essa história é o pontapé inicial de uma trama que vai desvendar as origens não apenas dos heróis, mas de toda a vida existente no universo”, diz a sinopse da trama.

 

A ideia é que a revista Overdrive traga sempre histórias inéditas, contando a vida de Overgirl e Feedback após os eventos de Semideuses. Em paralelo, uma curta história no final vai mostrar os acontecimentos que foram a base fundamental da origem os heróis. Apesar da continuidade na trama em geral, a intenção é sempre manter histórias “fechadas” por edição, mesmo que uma complete a outra. Pois quem começar a leitura em algum numero já avançado vai compreender o que está acontecendo.

Overdrive #1 tem formato 17 X 26 cm, capa couchê verniz, 32 páginas coloridas e o preço de R$ 9,90. A publicação será quadrimensal e o seu pré-lançamento acontece na Comic Com Portugal em Porto, durantes os dias 14 e 17 de dezembro.

Mais informações no site do Walter Junior e no site da Overdrive Comics.

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Marsupial Editora lançará seis graphic novels brasileiras na CCXP 2017

Foi divulgado o pacotão da Jupati Books, selo de quadrinhos da Marsupial Editora, de seis graphic novels que serão lançadas na CCXP 2017, que acontecerá no próximo mês de dezembro. Os títulos já se encontram em pré-venda na Amazon.

As graphic novels foram aprovadas em 2016 no ProAc -Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, um concurso de apoio a projetos de criação e publicação de histórias em quadrinhos no estado de São Paulo.

São as publicações:

Uma Estrela na Escuridão

A HQ de André Bernadino adapta o livro homônimo de Gabriel Davi Pierin, que conta a história real do Judeu Brasileiro Andor, que durante a Segunda Guerra Mundial foi parar no campo de concentração Nazista de Auschwitz.  A edição tem formato 17 x 26 cm e 112 páginas.


In The Flowers

A obra de Christo Silveira fala sobre um rapaz que vive preso em uma rotina com hábitos autodestrutivos, até que ele acha que a solução dos seus conflitos possa estar em um novo relacionamento. Porém quando a garota que ele considera ideal começa a se transformar em algo assustador a sua expectativa vai por água abaixo. Formato 27,5 x 20,5 cm e 64 páginas.


Desastres Ambulantes

Lucio Diaz cresceu ouvindo as incríveis histórias do seu pai, que foi um piloto da Força Aérea morto durante a Segunda Guerra Mundial. Um certo dia ele recebe uma carta que diz que o seu pai ainda está vivo e quer conhece-lo. Lucio então parte para uma vertiginosa jornada sobre a verdade onde envolve discos voadores e outros mistérios. A HQ de Guilherme Smee e Romi Ferreira tem formato em 17 x 26 cm e 48 páginas.


O Sinal

O autor Orlandeli conta a história de um homem preso em uma vida sem qualquer expectativa, onde espera por um sinal para que tudo possa mudar. Um dia, o tal sinal finalmente aparece, mas ele jamais poderia imaginar o que isso ia realmente significar. O Sinal tem formato 17 x 24 cm e 96 páginas.


Monstruário – Volume 1

Em um mundo onde medos e monstros são parte indissociável da identidade da população, Lúcia Drummond, é a pessoa responsável para digitalizar as antigas fichas dos Registros Civis de Monstros para o bando de dados do governo. Entre colegas inconvenientes e uma rotina tediosa e burocrática, ela descobre uma velha ficha de uma pessoa sem monstro. Ou seja, ela não tem medo. Monstruário – Volume 1 é de autoria de Lucas Oda e Mario Cau e tem formato 20,5 x 27,5 cm e 112 páginas.


De Volta a Solemnia

A HQ de Artur Fujita apresenta o jovem príncipe Alex, que para poder ajudar a sua mãe, a rainha Stella, parte juntamente com seu fiel cavaleiro Sir Grimmo e seu cavalo Acéfalo, em busca de um lendário amuleto e acaba se deparando com várias versões de si mesmo que tem o mesmo objetivo: o trono de Solemnia. O único que pode resolver essa confusão é um poderoso dragão que Alex tem que encontrar. A graphic novel tem formato 15,2 x 21,6 cm e 140 páginas.

 

Como já dito antes aqui, todas as obras será lançadas oficialmente na CCXP 2017, e estarão no estande da Marsupial Editora e nas mesas dos artistas que vão participar do Artist’s Alley. Você que for para o evento, passe por lá e prestigie o quadrinho nacional.