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Primeiras Impressões | Hanebado!

E cá estamos nós para mais uma temporada repleta de desenhos chineses.

A temporada de Verão promete! Só nesse primeiro dia tivemos a estreia de três animes: um baseado em eroge com lolis, um soft hentai e outro sobre um esporte que ninguém conhece. TOP!

E é sobre esse último que falarei, até porque foi o único que tive coragem de assistir.

Hanebado! é um sobre Badminton que se passa em uma escola, mas especificamente no Ensino Médio.

O anime é produzido pelo estúdio LIDEN FILMS, conhecido pelo anime Terra Formars. A direção está nas mãos de Ezaki Shinpei, que é relativamente novato nesse cargo, porém já dirigiu episódios de Ao no Exorcist e Shingeki no Kyojin.

O que é Badminton, você deve estar se perguntando, meu caro leitor. Eu também não faço idéia.

Segundo o nosso grande amigo Wikipédia, “Badminton ou badmínton[1] é um desporto individual ou de pares, semelhante ao ténis e ao vôlei de praia, praticado com raquete e um volante ou pena que deve passar por cima de uma rede”

Ou seja, é um TÊNIS COM PETECA .

Empolgante, não é mesmo?

De longe um dos pontos que mais me chamaram a atenção, foi o seu clima. O anime já começa no passado com uma partida de Badminton com uma atmosfera pesada e cheia de tensão, mérito para a direção. E então vemos ambas jogadoras se perguntando do porque estão praticando aquele e esporte.

Depois corta para a abertura, que é até legal, mas é alegre e não combina com o resto do episódio.

No resto do episódio, o clima pesado continua, e o elenco de personagens vai sendo apresentado. O drama é muito bem feito e dosado, fazendo com que o espectador o compre.

Temos a inclusão da personagem Hanesaki Ayano, que curiosamente é parte do título internacional do mangá: The Badminton Play of Ayano Hanesaki!. E então temos a primeira virada no episódio.

O anime termina com um gancho para uma partida entre as protagonistas.

Se trocar o “do” pelo “da” eu entro no clube.

Outro ponto positivo de Hanebado!, é a sua direção. Ela é realmente muito boa, você consegue acompanhar o que está acontecendo. Temos takes em câmera lenta, com closes na peteca, que são ótimos. Sem falar que a animação é espetacular, algo que eu espero que se mantenha ao longos dos 13 episódios.

O anime também possui uma cinematográfica incrível.

O grande ponto negativo não poderia ser outro: closes desnecessários nas personagens. Eu sei que reclamar de sexualização em animes não leva a nada, afinal é do Japão que estamos falando, mas não precisava, no meio de uma cena de discussão dramática, focar nas bundas das personagens.

A direção, que como já disse é muito boa, mas direto temos cenas com focos nos peitos das garotas se mexendo. Ok, que esse seria óbvio ter, afinal é o que acontece na vida real por motivos de física, mas, de qualquer forma, não precisa focar.

NOTA PARA ESSA ESTREIA: 8/10

Hanebado! está disponível no Crunchyroll.

EXTRA:

Fontes internas me informaram que o anime é bastante diferente do mangá, trazendo somente os personagens e alguns plots. Fui conferir o primeiro capítulo, e de fato, o anime é quase todo original. É claro que eu não sei como o mangá está atualmente, então não tenho como prever nada. Mas a mudança mais significativa é em relação ao clima. Como eu disse acima, um dos pontos positivos do anime para mim, foi o seu clima mais pesado.

O mangá é bem mais leve e alegre, será que o anime mudará daqui para frente? Resta acompanhar para saber.

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Torre Indica | Animes de 2017

Mais um ano se passou, e mais de 200 animes estrearam. Fica muito difícil escolher o que assistir, ainda mais com cada bomba que aparece durante as quatro temporadas do ano.*cof cof Black Clover cof cof*

Para tentar ajudar os nossos leitores a escolherem algo para assistir, reunimos os três otakus fedidos da Torre de Vigilância, e os forçamos a montar o seu ranque pessoal dos seus dez desenhos japoneses prediletos do ano.

Confira abaixo:

3-Gatsu no Lion

Redator: Pedro Ladino

10 – Ao no Exorcist: Kyoto Saga – Talvez tenha sido uma decepção para a maioria das pessoas, mas como leitor do mangá, eu sei a importância desse arco para o futuro da série. E também sei que ele isolado pode ser um “porre”, mas Ao no Exorcist foi um dos meus primeiros animes e tenho um grande carinho por ele. E teve música do UVERworld na abertura, quer mais alguma coisa? :p
9 – KonoSuba S2 – Continuou com aquele humor galhofa, desligue o cérebro e seja feliz.
8 – Made in Abyss –  Uma das surpresas do ano, e mesmo que eu não tenha curtido tanto, foi melhor que muita coisa que saiu.
7 – Boku no Hero Academia S2 –  Nem sei o que falar desse aqui, o Studio BONES continua mandando muito bem na adaptação do mangá, e estou ansioso para a terceira temporada.
6 – Shoujo Shuumatsu Ryokou – Acho que pode ser considerado o anime surpresa da Fall Season, um slice of life sensacional e relaxante, mas que quando queria passar algo mais extremo, conseguia.
5 – Gamers!  – Meu anime “amorzão” do ano. Tem texto no site sobre ele, mas resumindo: é uma baita surpresa e uma ótima comédia romântica.
4 – Tsurezure Children – Melhor anime da Summer Season, com 12 minutos em cada episódio conseguiu me fazer rir bastante e me deixar bastante feliz enquanto era exibido.
3 – Gintama. e Gintama. Porori-hen – Só porque maratonei tudo esse ano mesmo :p , se tornou um dos meus animes favoritos, e mesmo não sendo as melhores temporadas da obra, estão aqui representando todo o anime. E que venha a última temporada.
2 – Mahoutsukai no Yome (The Ancient Magus Bride) –  O maior hype de 2017, e que, para a surpresa de muitos, conseguiu ser real. Simplesmente mágico, Wit Studio vem mostrando que não é só o “estúdio de Shingeki no Kyojin”.
1 – 3-Gatsu no Lion S02 – Esse aqui realmente não tem o que falar, é uma obra-prima dos animes e essa segunda temporada tem dado cada porrada que meu amigo… Que venha o segundo cour.

Menções honrosas: Just Because!Kujira no Kora wa Sajou ni UtauNet-juu no Susume.

 

Shouwa Genroku Rakugo Shinjū S2

Redator: Luis Alex Butkeivicz

10 – Fate/Stay Night Heaven’s Feel Part 1 – A nova entrada na série Fate trás consigo a última rota até então não adaptada do Fate/Stay Night original. Heaven’s Feel será lançado em três partes, mas quanto ao primeiro filme posso afirmar que o mesmo tem êxito em reviver o interesse dos fãs da série na timeline original, algo que não ocorria desde Unlimited Blade Works.
9 – Gamers! – Acredito que tenha sido uma das maiores surpresas do ano, especialmente por quebrar em partes a expectativa de muitos durante sua exibição. Gamers! por si só surpreendeu por ser uma comédia romântica focada em personagens gamers, além da temática de desentendimentos que era recorrente em todos os episódios. O show sucedeu em tirar várias risadas e entregar uma história de amor não muito convencional. Se tratando de Gamers!, entrei pelas referências à jogos e acabei ficando pelo incrível drama multilateral de jovens apaixonados que não sabem se expressar direito.
8 – Kobayashi’s Dragon Maid – Foi certamente um dos pontos altos da temporada de inverno de 2017. Embora tenha começado a assistir apenas como uma forma de ocupar meu tempo, Kobayashi-san acabou se tornando uma incrível experiência me lembrando da sensação de acordar cedo e apenas relaxar assistindo anime enquanto toma café da manhã.
7 – Konosuba S2 – Reconhecendo que a maioria dos shows mencionados nesta lista são de fato continuações, a segunda temporada de Konosuba adentra esta lista com mérito ao trazer de volta o mesmo humor e sátira da primeira temporada, mas também trazendo consigo novos elementos e personagens para o enredo. Konosuba é certamente uma das grande obras do gênero isekai, embora o mesmo já esteva saturado, Konosuba se mantém de pé o satirizar sua própria comédia e personagens de forma que, acho difícil não acabar amando este show.
6 – Kuzu no Honkai – Diante de diversas obras abordando a temática de amor e relacionamentos como um slice of life, focando exclusivamente no desenvolvimento amoroso, Kuzu no Honkai me surpreendeu no início deste ano ao entregar uma história plausível sobre a forma como relacionamentos funcionam e como pessoas lidam com eles. A história se prejudica um pouco devido ao seu elemento de narração que pode ficar um pouco respetivo, porém ela sucede em apresentar um drama através dos diversos personagens.
Kuzu no Honkai é, acima de tudo, uma história de mentirosos. De pessoas incapazes de aceitar seus sentimentos, incapazes de encarar a verdade ou de deixar alguém para trás. Certamente é merecedora desse lugar na lista não apenas pela qualidade da história, como o realismo das relações em que se baseiam.
5 – Boku no Hero Academia S2 – Acredito que não seja necessário citar o hype e qualidade de Boku no Hero Academia, e sua segunda temporada foi ainda melhor. Agora adaptando o Arco do Torneio e do Assassino de Heróis, o anime adapta o mangá com êxito entregando diversos momentos de arrepiar. Definitivamente merecedor de um dos melhores shonens da atualidade, mas não o primeiro lugar dessa lista.
4 – 3-gatsu no Lion S2 –  Entre as diversas histórias que fizeram seu lugar na minha lista de 2017, esta é uma que também fez um lugar no meu coração. Embora as palavras que tenha não sejam o suficiente para expressar a qualidade de 3-Gatsu no Lion, acredito que assim como o primeiro lugar da minha lista é um show que fala por si próprio, com suas próprias palavras. Um drama, uma comédia, uma história que através de personagens bem construídos e uma narrativa consistente cria uma sensação de realismo naquele mundo. Certamente encontrarei as palavras para falar sobre esse incrível obra e sua predecessora, mas por hora, resta apenas minha recomendação
3 – Kizumonogatari Part 3 – Sou incapaz de falar sobre a série Monogatari e seu lugar nesta lista sem falar sobre o esplendor de Kizumonogatari, e a forma majestosa que sua adaptação entrega o início da história de Koyomi Araragi. O último filme da trilogia que constitui a adaptação da novel de Kizumonogatari é o resultado do extenso desenvolvimento do primeiro filme, e ação intensa do segundo que culminaram em uma obra prima. Uma história de sangue, uma história de cicatrizes que, mais tarde neste mesmo ano chegou ao seu fim.
2 – Owarimonogatari S2 – Com o fim da adaptação de Owarimonogatari, fomos deixados apenas com as memórias destes 8 anos dourados que lembraremos com imensa nostalgia. No meu último ano do colegial pude ver a história de Koyomi Araragi chegar ao fim. O último ano de Araragi foi marcado por garotas bizarras e esquisitices, marcado por sangue e tragédia, marcado por compaixão e alegria.
Quando eu pensar nos meus anos do colegial, eu irei lembrar desta história. Uma história que tem um lugar especial no meu coração. Trailer.
1 – Shouwa Genroku Rakugo Shinjū S2 – Uma obra que me surpreendeu pelo enredo maturo, embora que já esperado de um jōsei, e que despertou um grande interesse no próprio Rakugo. Shouwa Genroku não apenas entrega uma história emocionante com personagens trágicos, como orquestra com maestria uma narrativa entrelinhas percebida ao assistir a série pela segunda vez.
Através de uma direção impecável, o show consegue apresentar diversas histórias ao mesmo tempo ao espectador, de forma que, todas se conectam brilhantemente.
Não tenho muitas palavras sobre esse show, mas acredito que isso se deve ao fato de que ele fala por si próprio. Para mim não é apenas um dos melhores shows de 2017 como um dos melhores anime de todos os tempos, junto da sua primeira temporada.

 

Shingeki no Bahamut: Virgin Soul

Redator: Vini Leonardi

10 – Fate/Apocrypha
9 – Koi to Uso
8 – Renai Boukun
7 –  New Game!!
6 – Urara Meirochou
5 – Just Because!
4 – Rokudenashi Majutsu Koushi to Akashic Records
3 – Masamune-kun no Revenge
2 – Princess Principal
1 – Shingeki no Bahamut: Virgin Soul

Comentário do Redator: Dois mil e dezessete foi um ano interessante para os animes, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Tivemos diversas mudanças e permanências descobertas pelo “público”, fazendo as pessoas olharem para seus desenhos com outros olhos.

Tretas industriais a parte, o conteúdo dos animes foi excepcional e trouxe diversas pedras preciosas para a superfície. Alguns diamantes, e algumas pérolas. Apesar dos excelentes títulos, tivemos também alguns péssimos para balancear. Afinal, não poderia ser anime se não fosse ruim. Sabe como é, Japonês é um povo estranho.

A maioria dos que conseguiram uma posição no meu ranque, foram cobertos pelas Primeiras Impressões – quase todas – escritas por mim. Os primeiros três episódios são os mais importantes pois, se eles forem ruins, os seguintes nunca serão assistidos. Então acho que vale a pena dar uma conferida nos posts (que estão linkados no próprio ranque) para ter uma noção de qual jaca você estará metendo o pé.

Destaques para Koi to Uso (9º Lugar) e Akashic Records (4º Lugar), que tiveram um desenvolvimento que foi de encontro às suas impressões iniciais: O primeiro começou forte e desandou um pouco, enquanto o segundo começou cambaleante e conseguiu se firmar no longo prazo. De resto, os títulos conseguiram seguir o que minha intuição previu, e você pode confiar nas postagens. Se você souber o que está assistindo, é claro.

Porém, o caneco vai para uma continuação: Shingeki no Bahamut (Rage of Bahamut) foi o show que mais me surpreendeu esse ano. A cada semana eu dizia pra mim mesmo que “é impossível eles se superarem depois dessa, simplesmente não dá”… E dava! E deu! Toda semana eles me surpreendiam mais e mais. Foi surpreendente do início ao fim, mas em momento nenhum deixou o seu lado carismático e caricato de lado. Conseguiu ser melhor do que a sua primeira temporada (Shingeki no Bahamut: Genesis), que já tinha sido ótima.

Que venha 2018!

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Primeiras Impressões | Urara Meirochou

Começarei a postagem de hoje com uma adivinhação. Confiem em mim, eu treinei tarô com o Abdul, aprendi a ler as águas com os Jinyu e sei consultar uma bola de cristal do jeito que a Sabrina me ensinou. Depois de consultar as estrelas, elas me disseram que “japonês é um povo estranho“.

O tema da abertura das Primeiras Impressões de 2017 é justamente a adivinhação. Baseado num mangá 4-koma com início de publicação em 2014, cujo autor possui apenas dois one-shots antes desta (que, inclusive, também fez todas as ilustrações presentes nesse post. Dê uma passada no Twitter dele!), temos um anime que envolve magia, misticismo, e tudo isso junto sem levar nada disso a sério.

Se você lembra das minhas primeiras impressões sobre New Game!, então não tenho muito o que acrescentar aqui. Urara Meirochou segue a exata mesma fórmula que o seu colega da editora Houbunsha: pegue uma ambientação qualquer que não seja demasiadamente comum, encha com o maior número possível de garotinhas bonitinhas, dê uma desculpa convincente para o fato de haver zero presença masculina no elenco, e as faça fazer coisinhas bonitinhas ligeiramente relacionadas à ambientação pré-determinada.

E neste aspecto, eu diria que Urara possui a vantagem sobre seu antecessor. Embora o objetivo de ambas as obras sempre tenham sido o de mostrar o dia-a-dia de garotinhas fazendo garotinhagens, muita gente foi atrás de New Game! buscando um documentário sobre a Indústria de Jogos Japonesa, algo próximo a Shirobako, e acabaram se decepcionando e descontando a frustração desse engano em suas opiniões sobre o show. Mas não há como esperar um “retrato realístico” quando a ambientação é a de uma cidade mágica onde garotas mágicas fazem magia. Eu torço para que ninguém espere, pelo menos.

Tfw a waifu faz besteira.
Tfw a waifu faz besteira.

Quem escolhe assistir Urara sabe exatamente o que está em suas mãos. A pessoa que decide dar uma chance para o show sabe que vai encontrar garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas com um pouco de história no plano de fundo. Isso já garante que, embora menos pessoas deem uma chance para a série, as que derem muito provavelmente vão gostar do que verão.

Como qualquer obra desse gênero, Urara é completamente dependente de suas personagens. A série se baseia nelas para manter o espectador interessado. Não é um show que te prende pela história. Apesar de existir sim uma história, ela é fraca, comum e principalmente, previsível. Qualquer um, ao final do episódio dois, consegue prever como será o desfecho dessa trama. Não é surpresa pra ninguém como as coisas vão se desenvolver.

Só que isso se resolve facilmente com o seu elenco. Como já dito, Urara se sobressai como obra por conter personagens carismáticos, com designs cativantes e bem chamativos, ótimo trabalho de dublagem e uma animação fluida que dá vida ao espaço detalhado em que elas se encontram. A própria essência das personagens e os métodos que elas escolheram para realizar as adivinhações já contam muito sobre elas, e essas diferenças interagindo entre si são o brilho do anime. Esse argumento vai ao extremo quando analisamos a protagonista, Chiya: ela foi criada e passou toda a vida nas montanhas, cercada apenas por animais e uma única companheira humana. Isso faz com que tudo seja desconhecido, qualquer acontecimento seja novo e traga uma nova experiência para Chiya. Até mesmo a mais banal das informações serve como mote de não apenas piadas, mas crescimento da personagem.

O elenco é o que agita a trama, as vezes, literalmente...
O elenco é o que agita a trama, às vezes, literalmente…

Apesar de conter um pouco de algo que, forçando a barra, poderia ser chamado de “fanservice” no primeiro episódio, ele pareceu funcionar de forma muito mais natural do que, por exemplo, em New Game!. Lá, dedicarem um episódio inteiro para as personagens irem fazer um check-up pareceu uma simples desculpa esfarrapada para mostrar pele que normalmente não aparece, assim como aquela vez que elas decidiram tomar banho juntas. Já em Urara, todo o foco nessa área acontece por conta da criação animalesca de Chiya, e ajuda a construir a personalidade e comportamento da garota.

Um ponto negativo que eu poderia levantar seria a OST: alguns minutos depois de assistir dois episódios em sequência, parei para conversar sobre o anime e reparei que não conseguia me lembrar de uma única música que tivesse tocado ao longo dos 45 minutos de exibição. Nem abertura, nem encerramento, nem músicas de fundo, nada. Simplesmente não deixou nenhum impacto em mim. Tenho certeza que a OST está lá, e que ajuda a construir uma ambientação para cada cena, mas não é nada memorável.

É um limão. Entendeu? Ela é vidente. Li-mão. HÁ!
É um limão. Entendeu? Ela é vidente. Li-mão. HÁ!

Consegui dar umas boas risadas e gostei bastante das interações mais “sérias” que ocorreram. Definitivamente um show que acompanharei e recomendaria a qualquer um que tenha gostado de New Game!, ou se encontre interessado em garotinhas bonitinhas fazendo garotinhagens com um background levemente influenciador (e acredite em mim, obras desse gênero não são poucas). Um bom começo, onde deixo com 6/10 com grande potencial para ambos os lados.

O show não possui stream oficial em português, mas pode ser encontrado em inglês no Anime Network.

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Como entrar no mundo dos animes | Parte 2: Gênero, número e grau

Se você não leu a parte um, largue de ser louco de querer começar as coisas do meio, e leia-a aqui.

Japonês é um povo estranho. E embora o título de hoje possa fazer parecer que iremos discutir a linguística oriental (que, convenhamos, também é estranha. Sabiam que não existe “espaço” em frases em japonês? Elesescrevemtipoassim, só que com runas lunares), vamos falar mesmo de outro assunto que envolve as três flexões de verbo.

  • GÊNERO
Não, não ESSA discussão de gênero...
Não, não ESSA discussão de gênero…

Da mesma forma que as suas tão queridas séries do Netflix são divididas em categorias, separando-as em coisas como “Romance”, “Terror”, “Psicológico”, “Só quero ver explosões” e “Amostra as teta” (e acho que “Game of Thrones” estaria em todas essas), animes também tem subdivisões, para deixar mais fácil a filtragem de o que você gostaria de assistir, ou o que será um lixo total.

O principal problema das pessoas que tem “preconceito” com anime é a ideia errônea de que todos eles são sobre ou A) Colegiais Seminuas ou B) Ninjas. Embora seja verdade que essas duas categorias cubram uns 90% de tudo que é lançado, ainda tem muita coisa que não cai no estereótipo das lendas urbanas do limbo.

Um dia eu planejo fazer uma série de posts contando detalhadamente sobre o que se trata cada gênero de anime, e o que eles têm a oferecer. Mas esse dia não é hoje, e por isso eu vou apenas explicar resumidamente o que se deve esperar de animações japonesas no geral, e como elas diferem de séries e sitcons americanas ou seja lá onde o Netflix esteja situado.

I) OS TRÊS PRINCÍPIOS DA COMÉDIA:

O primeiro princípio da comédia é a repetição… e o segundo princípio da comédia é a repetição. O humor japonês (não só o dos animes) segue uma vertente bem diferente do que o ocidental. Meu antigo professor de teatro, quando realmente aparecia para dar aulas, costumava dizer que “A verdadeira comédia é a desgraça alheia“, e isso resume bem a perspectiva que nós temos.

Animes diretamente focados na comédia existem, e são uns dos meus prediletos. Como foi dito no início, a repetição realmente é um ponto importante, mas ela sozinha não sustenta séries por mais de 100 episódios, como acontece com Gintama. Paródias também são muito mais comuns do que se espera (até por ser mais fácil de fazê-las, já que o risco de levar um processo por direitos autorais e/ou difamação é bem menor).

Porém, a verdadeira estrela das cenas de humor em qualquer mídia japonesa são o Boke e o Tsukkomi (E não, não estou falando grego. É japonês, lembra?). Também chamado de “Manzai”, esse tipo de comédia se centra em conversas onde o cara bobo (Boke) fala alguma coisa muito idiota, e o cara sério (Tsukkomi) reage, normalmente de forma exagerada. Isso pode gerar alguns problemas de “choque cultural”, pois a piada em si é a reação do Tsukkomi, e não o que supostamente viria depois. No começo você acaba esperando algo no nível de “O Gordo e o Magro”, onde após a conversação de uma ideia, o Magro acaba sendo convencido e quem se ferra é ele. Olha só, voltamos a desgraça alheia… Pois é, essa última parte se perde quando tratamos de Manzai. É só uma questão de se acostumar (e eu já escrevi um post inteiro sobre isso, lembra?). Isso acaba se tornando especialmente engraçado quando o dublador do Tsukkomi é ótimo em gritar.

Ah, o terceiro princípio da comédia? Bem…

II) UMA FATIA DE VIDA:

Perdão pelo título, não resisti.

Slice of Life” é o maior terror daqueles que não estão totalmente (ou suficientemente) acostumados com a cultura japonesa. É um gênero onde – na maior parte dos casos – não há super-poderes, não há organizações malignas tentando dominar o mundo e nem há ninjas (nem sempre). A trama se desenvolve, como o título sugere, apenas seguindo a vida de um grupo de pessoas. Os temas são tão diversos como o dia-a-dia nos permite, e os dramas são coisas rotineiras, com o objetivo de você conseguir, de certa forma, se espelhar naquela personagem, enquanto ela supera suas dificuldades (ou morre. As vezes elas morrem).

Embora existam alguns seriados onde não há nada de “extraordinário”, e você também acompanha a rotina dos personagens, o que as diferem dos animes (além da cultura fazer com que o dia-a-dia deles seja diferente) é a premissa de muitos dos problemas que se tornam a trama principal. Explico: Como japonês é um povo estranho, você vai ver que uma frase mal entendida numa conversa aleatória no meio do primeiro episódio, vai ser a causa de uma caçada vingativa por trinta e oito episódios, sendo que tudo poderia ser resolvido em questão de minutos, sentando e conversando. Não sou a melhor pessoa pra fazer uma comparação, pois nunca parei pra ver uma série Slice of Life completa, mas pela minha experiência assistindo “Meninas Malvadas” (que se você parar pra pensar, tem uma ambientação bem anime-like, cheia de garotas colegiais), as tramas diárias americanas costumam ser bem mais agressivas.

III) COM GRANDES PODERES, VEM GRANDES…

Mas, se você quer assistir o dia-a-dia de pessoas com a vida muito melhor que a sua, existe Novela pra isso, não é? O negócio é ver gente dando porrada umas nas outras, soltando energia pelas mãos e tal.

Super-poderes em animes costumam ser bem aceitos por vocês, visitantes das áreas menos obscuras da Torre. Isso se dá pois o que mais existe em quadrinhos, comics e HQs (que até hoje eu não sei se existe uma diferença entre os três) são pessoas com habilidades especiais e pouco questionamento sobre elas. Por isso, não me prolongarei muito nessa parte, e só farei o favor de citar Super Sentai pra vocês.

Super Sentai é um negócio muito grande lá no Japão. No ar desde 1975, essa série (com pessoas de verdade, não é uma animação) é o que deu origem à sua cópia ruim: os Power Rangers. Embora fosse mais válido eu citar que animes Shounen de lutinha normalmente são episódicos, com diversos vilões de pouca relevância pro enredo como um todo, apenas para que existam explosões… Acho que falar de Power Rangers é mais fácil e ajuda vocês a associar melhor o que estou dizendo. Além do mais, Super Sentai é uma referência do gênero como um todo, e diversos animes seguem tendências estabelecidas por ele.

Fora que depois eu faço um post sobre isso.

  • NÚMERO:
"Nossos segredos guardados, enfim revelados... nus sobre o sooooooooool!"
“Nossos segredos guardados, enfim revelados… nus sobre o sooooooooool!”

Falando em números… Logo o que vem a cabeça são os grandes. Mas pode desencanar que quando o assunto é desenho, a maior parte deles é pequeno (menos os preços das coisas, mas eu comento sobre isso lá em baixo). E no contexto gramatical que envolve esse post todo, podemos dizer também que é normalmente no Plural.

E já que estamos falando em Números, vou fazer a contagem usando apenas primos. É bom que vocês se acostumam ao enorme apelo familiar que temos nas obras japonesas (e consequentemente, suas complexas árvores genealógicas):

II) VINTE MINUTOS:

Tá, um monte de seriado também tem em média, vinte minutos de duração, e daí? Ah, é bom comentar que todos os animes tem, em média, vinte minutos de duração, né? Afinal, algumas séries tem o dobro do tamanho (e eu dropei Falling Skies por não aguentar assistir um negócio tão longo, mesmo tendo gostado do que vi).

E, embora o subtítulo sugira vinte, também existem os animes chamados “curtas”. Talvez você os curta. Categorias variam, de coisas de três minutos, a coisas de quinze minutos. Um ponto interessante a se notar é que todos, independente de sua duração, precisam ter um tema de abertura e/ou encerramento (que são importantes. Tipo, muito importantes. Posso comentar outro dia sobre). Isso leva a situações onde um curta tem três minutos, mas metade dele é o encerramento, dando um tempo útil de menos de 90 segundos.

Tão curto quanto, será essa parte do post.

III) DOZE EPISÓDIOS:

Até hoje, eu não entendo a lógica (se é que existe uma lógica) do número de episódios que uma série tem por temporada. Cada hora é um número, e cada série tem o seu. Como o Japão é um pouco mais metódico que o ocidente, por lá a coisa é diferente, e temos – quase – tudo nivelado (embora tenhamos programas que começam em horários como 15h37). Dentro de cada temporada (que explicarei no próximo número primo), tudo precisa ter a mesma duração. A programação da TV nipônica é bem mais rígida, e não dá pra simplesmente mudar algo para o horário nobre, só porque começou a fazer sucesso.

Daí o padrão adotado foi o que eu já tinha explicado num post anterior: O número de episódios de um show precisa, necessariamente, ser um múltiplo de 12 + 1. As vezes algumas abominações aparecem, como coisas de 10, 15 ou 18 episódios, mas elas são sempre compensadas na temporada seguinte.

E já que estamos falando de aberrações e episódios, um comentário rápido sobre OVA’s. Sigla pra “Original Video Animation“, são episódios que não fazem parte de uma temporada propriamente dita. Eles normalmente tem a mesma duração de um episódio normal (embora possam ser menores ou maiores), e retratam coisas pouco relevantes para o enredo principal (implicando que os episódios normais são relevantes). Seria o equivalente a “Episódios Especiais” de séries, que contam alguma coisa que aconteceu fora dos acontecimentos da série principal, ou tem algum comentário dos diretores, ou coisas assim. Não vejo série o bastante pra saber se algo mais existe.

V) QUATRO TEMPORADAS:

Não, a palavra “Temporada” acima não tem a mesma semântica que na frase “The Big Bang Theory tem uma porrada de temporadas”. Embora a palavra seja empregada nesse sentido, também para animes (i.e. “Naruto tem uma porrada de temporadas”), o termo, no contexto, implica outra coisa.

O período de aproximadamente treze semanas, onde diversos shows são lançados e estão com número de episódios semelhantes, é chamado de “Temporada”. Como uma pessoa com habilidades medianas em matemática consegue supor, quatro temporadas totalizam 52 semanas, também conhecido como um ano. Outra coisa que temos quatro durante o ano são as estações; daí, as temporadas são batizadas com a estação onde elas ocorrem.

Em Janeiro, temos a Temporada de Inverno; Em Abril, a Temporada de Primavera; em Julho, a Temporada de Verão; e em Outubro, a Temporada de Outono. Vale lembrar que as estações do ano no hemisfério norte são invertidas, por isso a associação mês-estação não faz muito sentido pra nós.

Se há alguma diferença entre as temporadas? Teoricamente, todas são iguais, não havendo nenhuma vantagem ou desvantagem entre escolher uma ou outra pra lançar o seu desenho. Na prática, alguns feriados afetam a competição por vagas em determinados períodos do ano. Por exemplo, coisas lançadas em Outubro terão seus Blurays vendidos próximo ao Natal (e daí a fama de Outubro sempre trazer os melhores shows).

Conhecer o conceito de “Temporada” é importante pois o ano inteiro haverá coisas sendo lançadas, mas se você quiser acompanhar algo desde o início, precisa saber quando elas começam. Também é importante pra saber quando algo em específico vai começar, ou pra se preparar mentalmente pra nova leva de fanboys alucinados que virá poluir suas redes sociais.

  • GRAU:
Nem é bem disso que estamos falando, mas pelo menos tu não apareceu com um termômetro.
Nem é bem disso que estamos falando, mas pelo menos tu não apareceu com um termômetro.

Só percebi que não faço ideia de o que “Grau” significa, gramaticamente, depois que escrevi o resto do post inteiro… Bem, seja lá o que for, vou usar esse espaço pra explicar conceitos que soam diferentes pra quem não conhece o submundo das animações japonesas.

I) Grande parte dos animes são ADAPTAÇÕES:

Esse é um ponto que costuma ser estranho para pessoas que são acostumadas com séries. Embora hoje em dia estejamos tendo bastante conteúdo com origem em outras fontes (vide esses milhões de seriados sobre heróis… Inclusive eu dropei Supergirl no episódio dois), a grande maioria dos roteiros são originalmente escritos para o show.

E enquanto isso pode não ser algo extremamente relevante, é algo que eu gostaria de comentar, pois muitas vezes, o anime pode sofrer com problemas na adaptação de seu conteúdo original para animação. Diversos tipos de problemas, sendo um deles o que eu comentarei a seguir.

II) Grande parte dos animes são objetos de PROPAGANDA:

Dezessete temporadas no ar? Horário nobre na televisão? Alta qualidade de produção? Isso tudo é importante, mas não o foco principal da maioria esmagadora dos animes.

Como comentado acima, a maioria das animações são baseadas em outras coisas. Seja um Mangá (espécie de ‘comic japonês’), uma Light Novel (Uma série de livros curtos, de 100 a 200 páginas, que normalmente possuem linguagem mais leve e com Kanjis menos complexos, daí o nome, ‘light’), uma Visual Novel (Jogo onde você encarna um protagonista e lê a história dele. Opções aparecem em momentos-chave, e fazem você tomar rumos diferentes no desenvolvimento) ou um joguinho de celular, o maior foco dessas adaptações não é o produto novo, mas sim o antigo.

Animes são feitos, acima de tudo, para promover; fazer propaganda; divulgar; jogar panfleto pro alto sobre… A sua obra original. É muito comum que shows acabem em momentos de tensão (malditos cliffhangers!) ou ao fim de um arco que claramente não é o que o encerra. Isso serve para atiçar as pessoas a irem buscar a continuação no seu local de origem.

Às vezes o Cliffhanger é literal...
Às vezes o Cliffhanger é literal…

III) Quem determina a continuação de algo são SUAS VENDAS:

Esqueça essa conversa de ibope, audiência, número de visualizações… Quem manda no negócio dos animes são as vendas posteriores.

Sabe aqueles box com Bluray (ou DVD, se você for macaco velho/pobre, igual eu sou) que contém todos os episódios de uma série, tem uma capinha bonita, e vende por uma fortuna nas Lojas Americanas? O que dá lucro para quem produz os animes é justamente isso.

Um show comum, com 1-cour de duração (12~13 episódios), normalmente venderá quatro ou cinco “volumes” de Blurays. Um volume trará entre um e três episódios da série e normalmente algum bônus como um pequeno especial de cinco a dez minutos, e custa em média uns ¥7,000 (o que dá uns R$230).

Pode parecer caro pra caramba… É porque é caro pra caramba, propositalmente. Não vou me detalhar em como funciona a venda de Blurays no Japão, mas esse artigo da Anime News Network (que está em inglês, infelizmente) se dedica a explicar isso.

Voltando ao assunto, o que importa é que pessoas que compram esses volumes existem, e o que determina o futuro de uma série, é a quantidade de malucos que pagaram o preço de um pulmão por ela.

 

 

 

Inclusive, pegar a audiência desprevenida é o terceiro princípio da comédia.

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Como entrar no mundo dos animes | Parte 1: O Choque Cultural

Japonês é um povo estranho. Vocês devem saber disso. E por isso mesmo que, pessoas que se envolvem demais nesse meio, acabam ficando tão estranhas quanto (veja eu, por exemplo!).

Mas, sendo o mais clichê que consigo pensar, é errado julgar um livro pela capa. Por causa desse ditado mais batido que argamassa na betoneira que estamos aqui hoje reunidos. Eu reuni dados de vários (uns… sete?) de vocês, usuários das partes menos obscuras da Torre, buscando informações relevantes sobre os motivos que os fazem não querer e/ou não terem vontade de assistir animes.

Essa série de posts servirá para quebrar alguns mitos que vocês têm, assim como dar dicas, recomendações ou simplesmente alguns toques, para quem sabe, fazer vocês lerem mais as minhas postagens que faço com tanto carinho.

  • O CHOQUE CULTURAL

Entenderam? Botei em fonte Impact, pois “choque” é um “impacto”… Hahaha.

Isso que eu chamo de CHOQUE CULTURAL.
Isso que eu chamo de CHOQUE CULTURAL.

A primeira coisa que você precisa entender com bastante clareza é: Você VAI estranhar o que está vendo. E isso é absolutamente normal. Muita gente encara essa “estranheza” como uma indicação de que isso não é algo feito pra ela… E embora isso possa ser verdade para alguns, não deve ser a regra.

Deixe-me explicar melhor: Por mais que existam milhões de fãs pelo mundo todo, “Anime” sempre foi (e sempre será) uma coisa feita por Japoneses, para Japoneses. E por conta disso, os ambientes; as situações; os personagens e suas atitudes; tudo isso será feito se baseando na convivência e na cultura de lá.

Sei que com a globalização, a internet e tudo mais, isso pode soar como mentira, mas acredite em mim: O Japão fica DO OUTRO LADO DO MUNDO! Sim, é verdade! Com um raio de 6.371 quilômetros, se traçarmos uma circunferência que passa por São Paulo e por Tóquio, fazemos vários arredondamentos (haha, arredondamentos. Estamos fazendo círculos, haha) e com uma continha que aprendemos na sexta série chegamos a uma distância de estrondosos 18.532,97 quilômetros daqui lá (Que, segundo meus cálculos, dá bem mais que 20.000 Léguas Submarinas. Ou não, nunca li esse livro).

Com essa distância toda, é normal de se imaginar que as pessoas que vivem por lá possuem hábitos e costumes diferentes dos nossos. Se dentro do nosso próprio país já existem diferenças culturais marcantes (como aqueles cariocas que chamam erroneamente “bolacha” de “biscoito”), como não haveria com o outro lado do mundo? Se acostumar com o modus operandi dos japonesinhos é o primeiro passo para começar a, de fato, gostar do que você está assistindo.

Não sei o que é mais inimaginável: Essa churrasqueira de Gremlim ou alguém usar luvas de cozinha num churrasco.
Não sei o que é mais inimaginável: Essa churrasqueira de Gremlin ou alguém usar luvas de cozinha num churrasco.

E se parar pra pensar, isso não é tão difícil assim. Você, caro leitor das partes menos obscuras da Torre, o que lia antes de vir pra cá? Alguma notícia sobre The Flash? Quem sabe um comentário sobre o trailer de Batman vs Superman? Pra ser sincero, não importa. Sabemos que, indiferente do que você estava fazendo antes de vir pra cá, essa coisa era, de alguma forma, relacionada com uma cultura estadunidense ou oriunda dela (e se não estava, bem… Só finja que estava e siga o exemplo). Lá, eles fazem coisas completamente diferentes do que nós fazemos aqui no Brasil. E você acha isso normal, você julga isso como algo comum. Tu não sai por ai falando “Nossa, eu não gostei daquele filme lá. Achei muito estranho! Magina que eles foram fazer um churrasco, e só tinha hambúrguer! Quem diabos faz hambúrguer num churrasco?“.

A cultura estadunidense (que faço questão de chamar assim, já que também sou americano e não faço metade das coisas que eles fazem) é tão impregnada no nosso dia-a-dia, que acaba sendo aceita subconscientemente. Nós nem nos questionamos mais quando vemos pessoas comendo bacon no café da manhã, ou correndo pela rua com copos do Starbucks, ou comemorando um feriado em Julho, o mês mais deprimente e sem feriados que existe. Você já se acostumou a lidar com essa diferença. O choque cultural já não é tão grande.

Entenderam onde eu quero chegar? No começo pode ser estranho ver os personagens comendo arroz no café da manhã, ou chamando os conhecidos pelo sobrenome. Pode ser engraçado lidar com todas as garotas usando saia o tempo inteiro, ou casais de namorados morrendo de vergonha de dar as mãos… Mas é uma questão de tempo até você começar a entender que é assim que funciona por lá, e simplesmente passar a aceitar sem levantar questionamentos. Se agora você evita, por se achar a diferentona ali no meio, dê mais uma chance, que você pode acabar gostando.

MAS QUE ABSURDO! NINGUÉM AVISOU QUE ESSE POST ERA 18+?

Como dito acima, esse é apenas o primeiro ponto. Ainda há vários outros para serem levantados, mas que não o faremos nesse post pois depois daquele último sobre a temporada de outono, eu não vou escrever coisas gigantes nunca mais.

Em breve teremos mais.

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Fall 2015: Uma análise da temporada até então

Japonês é um povo estranho, assim como sua programação na TV. Dividindo seu ano em quatro temporadas (e batizando-as com as respectivas estações do ano onde elas acontecem), as séries são alocadas em bloquinhos e se encaixam igual Tetris.

Isso significa que a maioria das séries estão sempre no mesmo número de episódios, numa determinada época. E em dezembro, a maioria dos animes que estrearam em outubro (na famigerada temporada de outono) já passaram de sua metade, e estão caminhando para seu final.

Isso também significa que é um ótimo momento para que pessoas que acham que tem algum conhecimento escrevam textos sem noção nenhuma falando sobre opiniões pessoais de desenhos que ainda estão inacabados. E é ai que eu entro.

Vamos fazer um geralzão na temporada de outubro, comentando como que estão os shows até então, dando dicas e recomendações (daquelas positivas e daquelas negativas) para que você, que pegou o bonde andando, possa ter uma noção de o que poderia assistir.

Lembrando que séries que são continuações não aparecerão. E que as imagens ilustrativas são, muitas vezes, bem enganadoras.

  • Comet Lucifer (MAL)
Isso na cabeça dele era pra ser um óculos?
Isso na cabeça dele era pra ser um óculos?

Comet Lucifer é o primeiro por nenhum motivo além de ordem alfabética. Não há nenhuma razão especial para estar no topo.

Você conhece alguma história que é tão confusa, com um desenvolvimento e consistência tão mal-elaborados, que os próprios personagens não são capazes de agir como um ser humano normal devia? Bem, agora conhece.

Usar do mistério para criar um clima bacana na história é normal. Diversos autores usam disso e se saem muito bem. Inclusive é um dos pontos fortes que eu cito sobre Gangsta. O problema é quando o mistério é grande demais e mantido por tempo demais.

Não há nenhuma, absolutamente nenhuma explicação de o que diabos está acontecendo na história. Sabemos que tem uma guria que está sendo perseguida por caras maus. Fora isso? Mais nada. É episódio atrás de episódio de conflitos envolvendo o protagonista defendendo a princesinha de maníacos, estupradores, sequestradores, líderes de organizações secretas… Mas não entendemos por qual motivo esses caras lutam. Nem os vilões, nem os mocinhos.

Mas ainda dá pra assistir pela animação e ambientação né?“… Não exatamente. As cenas de ação são em 3DCG horrendo e aquele tema de “cores fortes” que o anime passa não é trabalhado muito bem. Um trabalho bem porco do Estúdio 8bit.

  • Concrete Revolutio: Choujin Gensou (MAL)
E ainda por cima usa franja de emo…

Se você está assistindo One Punch Man (o que você obviamente está), a temática desse aqui já está metade construída. Só troque o protagonista careca por um cabeludo (e puxa, o cabelo ainda é rosa cintilante) e a comédia satírica por uma trama mais típica de quadrinhos.

Inclusive, esse é um dos animes mais comic-like dos últimos tempos. Pra vocês, leitores das partes menos obscuras da Torre, isso pode ser um ponto positivo. Os cenários são repletos de pontilhismo; os fundos são feitos com formas bem básicas e pintados com cores sólidas; Todo o resto é extremamente extravagante, com cores espalhafatosas e chamativas. O conjunto da obra realmente parece ter sido tirado de uma história em quadrinhos. Ótimo trabalho do Estúdio Bones.

A história começa tão bobinha como a de One Punch Man (que, no improvável caso de você realmente não estar acompanhando, eu comento mais abaixo), mas com o desenvolvimento, percebemos que existem dois momentos distintos, que são contados paralelamente. Seria o passado e o presente, ou o presente e o futuro? Quando que o “passado” irá explicar o que levou ao “futuro“? São tipos de narrativas típicas de comics e que não se vê todo dia.

  • Dance with Devils (MAL)
O cachorro parece mais carismático que a guria, não?

Pegue todos os pontos ruins de um Reverse-Harém e junte com todos os pontos ruins de um musical cancelado da Broadway. Aí adicione um pouco de Crepúsculo. Cria-se assim Dance with Devils.

Como de praxe, temos uma garota principal sem personalidade alguma, que acaba no meio de um cenário irreal cercada de homens que são mais bonitos, bem desenhados e femininos que ela. Ainda bem que citei Crepúsculo ali em cima, pois até que eles são parecidos.

O anime é mais ou menos um “musical“. O que significa que todo episódio, um cara bonitão metido a malvado vai começar a cantar uma música. Mas, diferente de espetáculos bons (ou até de medianos), a sequência ritmada não adiciona em nada à trama, apenas conta, com rimas horríveis, tudo que já aconteceu no episódio, e tudo que já sabemos. Essas cenas são normalmente aquelas que apresentam pontos-chave de qualquer conto –  Por exemplo, o momento que Christine visita o túmulo de seu pai, no clássico “O Fantasma da Ópera” – mas não é o que acontece com a série.

Meu ‘eu’ interior teve uma vontade imensa de ver isso inteiro, só para poder reclamar de tão ruim que é. Mas você não precisa fazer isso, se não quiser.

  • Gakusen Toshi Asterisk (MAL)
Tanta tecnologia e ainda não inventaram um uniforme menos ridículo?

Nada como começar uma história mostrando uma luta totalmente descontextualizada entre dois personagens que eu nunca vi na vida, e com uma cinematografia que tenta juntar dois efeitos e não consegue ser efetivo em nenhum deles.

Escola especial feita pra treinar adolescentes que sem motivo nenhum tem poderes especiais de combate e precisam lutar entre si por também nenhum motivo aparente. Protagonista é especial e diferente de todos em sua volta e não sabemos o porquê. Ele se envolve com diversas garotas que do nada começam a querer entrar em suas calças, e não entendemos também qual a causa dele se importar tanto com elas, já que o mocinho tem um objetivo claro a cumprir e ajudá-las só o atrasa mais e mais.

Não entendo essa paixão do estúdio A-1 Pictures em animar Light novels que são todas parecidas entre si (Sword Art Online estou olhando pra você). De qualquer maneira, esse show se enquadra na descrição que eu dei acima (junto com dezessete milhões de outros), e pode ser a sua dose semanal de clichê genérico, caso queira.

“Essa música é sobre a experiência de assistir Asterisk”

Só saiba que o gênero está melhor representado por outra série, que eu comento abaixo. A diferença? Enquanto Asterisk já foi confirmado como sendo 2-cour (quando o anime passa na TV por duas temporadas, ou seja, terá 24 episódios), Rakudai Kishi no Cavalry, o seu clone-primo-rival terá apenas doze episódios. Se isso será o bastante pra fazer com que o provável “desenvolvimento da trama” compense, temos que esperar.

Tua conta e risco.

  • Heavy Object (MAL)
Tem outro Objeto Pesado que está levantando aqui…

Objetos” é um nome até que bem adequado para as coisas que existem nesse anime. Temos bolas gigantes cheias de canhões que andam por ai em velocidades absurdas e que são as armas definitivas na nova ordem mundial.

Esse aqui é baseado numa Light Novel escrita por Kazuma Kamachi. O nome pode soar familiar, já que é o mesmo cara que escreve a quase epopeia que é a série de To Aru Majutsu no Index. Diferente do irmão famoso, Heavy Object é uma história de ficção científica. O que não muda, porém, é o protagonista sem noção que vence lutas titânicas no melhor estilo Davi e Golias.

E as esporádicas cenas de fan-service totalmente dispensáveis. Que acontecem com uma frequência relativamente alta. Embora sempre no momento certo. Ou devia dizer… “Nunca no momento errado“. Afinal, quando é o momento certo de se ter safadezas bidimensionais?

Se o tema de “um futuro não tão distante” te agrada, pode ser uma boa pedida. Interessados em geopolítica e o xadrez que é o jogo de dominação mundial… Não esperem muito nesse começo; mas acredito fortemente que será um tema bastante abordado no futuro. Vale lembrar que Heavy Object terá 24 episódios para tentar chegar nesse tal “futuro”.

  • Starmyu: High School Star Musical (MAL)
As cores dos cabelos deles acabam me fazendo pensar que eles são tipo power rangers…

Caras, por quê?

Uma versão masculina de todos aqueles animes de idols que são tão famosos (e usados com frequência na tiração de sarro do público geral da animação japonesa). Mas enquanto os personagens são, claramente, do sexo masculino, com aparência e vozes de homens… O jeito que eles agem e as atitudes deles dizem outra coisa.

Se o que faz coisas para homens vender, são “Peitos”… Então o que faz coisas pra mulher vender, são “homens de sexualidade duvidosa“. Não sou uma garota, então não consigo entender o que é tão legal em caras fazendo coisas de mulher. Aceito esclarecimentos, se alguém entender. A área de comentários desta postagem pode ajudar.

  • Lance N’ Masques (MAL)
Olha o tamanho desse cavalo, amigo!
Olha o tamanho desse cavalo, amigo!

Lembra daquilo que eu comentei na resenha de Hazuki Kanon? De que japonês é capaz de transformar qualquer coisa em algo bizarro? Bem…

Contos de cavalaria, grandes representantes da primeira geração romântica européia… Repensados como um paraíso lolicon (Wikipédia te ajuda) em pleno século XXI.

A série tenta muito, mas muito, passar a impressão de que tudo e todos ali são fofinhos, bonitinhos e ingênuos. É algo tão forçado que acaba tornando a atmosfera que eles mesmos queriam criar, em algo insuportável. De forma análoga, a impressão de “mundo fantasioso” que se espera, não é suficiente; você quase não consegue sentir a atmosfera que eles te prometem na sinopse.

Mesmo sendo dirigido por Kyouhei Ishiguro, que fez um trabalho sensacional em Shigatsu wa kimi no uso no ano passado, o show parece não ter consistência o bastante pra se manter. E creio que o fato dele ser baseado em uma Light Novel com apenas dois volumes lançados, seja parte do problema.

  • One Punch Man (MAL)
Opa, spoilers?

Cem flexões, cem abdominais, cem agachamentos e dez quilômetros de corrida… Todo santo dia.

Acho que essa vai ser a parte mais desnecessária do post inteiro. Afinal, metade do planeta Terra já está assistindo One Punch Man. Não tenho porque argumentar motivos para você começar a vê-lo. Mas para as outras 3,6 bilhões de pessoas, segue abaixo.

Sabe todos aqueles esteriótipos e clichês de Shonen? Protagonista extremamente poderoso derrotando inimigos inderrotáveis? “O ser mais poderoso do universo” é derrotado e duas semanas depois alguém cinco vezes mais forte aparece? Esses e outros pontos são levantados e usados de forma impecável numa das obras aclamadas como uma das melhores paródias de gênero que existe.

O fantástico de One Punch Man é que ele pode agradar tanto quem gosta, como quem NÃO gosta de Shounen. Se você gosta, ele é um exemplar recheado de ação, lutas lindamente animadas e uma comédia interessante. Caso não goste… Ele tira sarro de tudo que caracteriza tal classificação e usa um humor requintado para conseguir fazer isso sem ofender os fãs do primeiro exemplo.

Só cuidado que bem… Como tudo que acaba virando excessivamente conhecido… Alguns fãs não são muito agradáveis de lidar.

  • Ore ga Ojou-sama Gakkou ni “Shomin Sample” Toshite Gets Sareta Ken (MAL)
Eu totalmente não roubei descaradamente essa imagem do site da Funimation, juro!

Ufa, respira. Sei que ler o título todo cansou.

Inclusive, obras com títulos gigantes e que servem como 80% da sinopse são bem comuns no Japão. Essa, por exemplo, se traduz para “História onde eu fui raptado por uma escola de madames para ser um ‘exemplo de pessoa comum’“.

O negócio é tão imbecil quanto soa, não tenha dúvida disso. O estúdio Silverlink, conhecido por fazer obras maravilhosamente bem animadas, parece estar usando todos os recursos que possui com o próximo anime da lista, e não sobrou muito pra esse. O que foi uma ótima escolha, se me permitem dizer

“Como podemos mostrar o quão sem noção essa guria é? / Faça ela ficar empolgada ao jogar um Vita”

Apesar de uma premissa… digamos… “inovadora” (aspas são importantes. Eu gosto de aspas), a série não vai muito além do esteriótipo que o gênero passa. Metade das cenas são de fan-service totalmente desnecessário e a outra metade são de piadas saturadas.

Mas tem umas referências legais.

  • Rakudai Kishi no Cavalry (MAL)
Sabe que eu já vi essa imagem umas vinte vezes, mas só reparei que a roupa da Stella tá rasgada agora?

Se você já viu pelo menos, digamos, uns quinze animes em toda a sua vida, a chance de você ter passado por um tipo que eu gosto de chamar de “Harém Escolar Mágico Genérico” é bem grande.

Gosto bastante desse nome, e me orgulho de tê-lo criado, pois é muito auto-explicativo. Rakudai Kishi no Cavalry é, sem dúvida, um exemplar do gênero Harém Escolar Mágico Genérico. E isso diz mais do que eu precisaria. Porém, eu não estaria citando a regra geral de forma tão esquiva assim, se não fosse pra dizer que temos uma possível (destaque para a probabilidade que essa palavra trás) exceção.

Diferente de Asterisk, citado acima nesta postagem, Rakudai é uma ovelha negra em diversos pontos. Ele basicamente “corrige” diversos absurdos que são corriqueiros no gênero, e com isso, transforma a obra em algo que é mais realista dentro de seu próprio universo.

Fora que temos personagens muito queridos por todos. Um exemplo é a nossa Princesa de um País longínquo de cabelo rosa genérica No.2, a dona Stella Vermilion. Sua popularidade é comprovada por esse tweet que está totalmente dentro do contexto:

Isso claramente está falando da personagem de Rakudai Kishi no Cavalry.

E minha consciência, de redator e de fã, ficaria pesada demais, se eu não citasse as maravilhas que a Silverlink está fazendo. Cada iene adquirido com a venda de objetos baseados em garotinhas de oito anos em poses e posições suspeitas (NSFW) foram bem investidos.

Para todos os outros detalhes, vide comentário sobre Asterisk. É sério.

  • Subete ga F ni naru (MAL)
Meias coloridas são legais, mas por favor, use os pares…

Por algum motivo, o sub-título desse aqui é “The perfect insider” (que se traduziria pra algo como “O informante/infiltrado perfeito“). Seria algum spoiler descarado que você só percebe depois de assistir? Seria uma localização ruim? Seria o resultado de japoneses tentando soar cult ao usar inglês? Sexta, no Globo Repórter.

Com uma apresentação de trama e personagens muito bem estabelecida desde os primeiros instantes do episódio inicial, você pode julgar rapidamente se esse é um show para você ou não. Em poucos momentos você consegue entender que o clima do anime será pesado o tempo inteiro, você percebendo ou não.

Direta e indiretamente, a série aborda temas existencialistas filosóficos que eu, particularmente, não recomendaria para pessoas que estão passando por momentos instáveis na vida. Apenas para evitar a fadiga. Porém, dependendo da sua mentalidade, o tema pode soar tão imbecil que a série pode vir a ser uma comédia. Coisa normal em temas muito “profundos“.

  • Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai (MAL)
Vento: funciona em apenas 20% dos personagens de anime.

Ah, é verdade. Temos um terceiro Harém Escolar Mágico Genérico nessa temporada. Como poderia me esquecer? Para mais informações no gênero, conferir Asterisk e Rakudai, acima. Você acham que eu estou brincando, né? Bem que eu queria. Bem que eu queria…

O que temos de diferente é que aqui nós treinamos caçadores de magos, e não magos em si. Super inovador, não? Um grupo militar cheio das maiores, mais poderosas e tecnológicas armas de fogo disponíveis para a humanidade… E um protagonista usando uma espada. Como eu sempre digo, o protagonista tem que ser diferente, não tem? É quase que uma vontade de querer ser hipster.

Um dos pontos a ressaltar é que, até então, a série tem sido muito episódica. Não houve um grande desenvolvimento da trama real, de o que fará a história andar. E como serão só doze episódios, ser episódico até o oitavo não é muito interessante. Mas justamente por ser desse jeito, pode acabar sendo algo mais leve de assistir, já que não existe um compromisso tão grande de ambas as partes.

  • Valkyrie Drive: Mermaid (MAL)

Bem… Uma série de ação… Muito… “Animada”… Onde garotas se divertem… Juntas… E se unem… para batalhar pelo que sonham… Com vigor e suor em seus rostos…

Pera ai, elas tão NUMA IGREJA?!

Tá bom, é um bagulho lésbico. Felizes?

Temos várias gurias que andam por ai brigando entre si, e metade delas se transformam em armas quando são “estimuladas” pela outra metade. Não podíamos esperar menos de uma obra original enviada pro estúdio ARMS (que produziu obras-primas do gênero, como Queen’s BladeHyakka Ryouran. Se é que me entende).

Bobo” tem sido uma palavra que eu vejo sendo usada com frequência pra descrever esse anime. Mas não o bobo de ingênuo. Mas sim o bobo de… ridículo. E a maioria é assim mesmo, então tudo bem. Temos uma premissa sem pé nem cabeça, cujo único intuito é manter o declínio populacional japonês; uma animação razoável que provavelmente será melhor nos blurays; uma tempestade sem fim de censura que pode ser evitada usando vídeos de canais pagos; entre outros pontos.

É uma boa escolha caso você queira se divertir.

Se é que você me entende.

  • Young Black Jack (MAL)
A cabeça dessa menina não é proporcional não…

Uma mistura entre Doctor House e Surgeon Simulator. Favor não confundir com a adolescência daquele ator que fez Escola de Rock.

Ver um graduando em medicina com perícia em facas, em plena guerra do Vietnã. É isso o que você terá que lidar. Citei Surgeon Simulator ali em cima porque metade dos episódios vão ser quase iguais ao jogo: Um cara aleatório aparece na frente do médico com pouco ou nenhum contexto e ele irá cortá-lo ao meio.

Normalmente, em seriados médicos, o drama é construído a partir da sua afeição para com o personagem que está quase morrendo. Por gostar do personagem, por acabar se apegando a ele, que você torce para que a cirurgia dê certo, para que ele se recupere, e coisas do gênero. Só que não é bem assim que funciona em Young Black Jack. Acabamos assistindo aqueles programas didáticos que passam no Discovery.

E quando ele não está cortando pessoas que nunca vimos antes, Jack está por ai refletindo sobre assuntos pouco relevantes, e passando horas num mesmo lugar. Se prepare para encarar a mesma sala por quinze minutos.

E isso resume os lançamentos de outubro. Me façam prometer que eu nunca mais vou fazer uma postagem tão grande quanto essa, por favor. Quaisquer dúvidas, procurem no Google, não sou seu empregado.

Nah, até respondo. Só comentar aí. Comenta, vai. Por favor.