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Evil Eye (2020): A história se apoia num conceito religioso para abordar relacionamento abusivo

Reencarnação é o processo pelo qual o espírito, estruturando um corpo físico, retorna, periodicamente, ao polissistema material. Esse processo tem como objetivo, ao propiciar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a evoluir.

      –  Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas.

Neste mês de outubro, Amazon Studios junto com Blumhouse Productions lançou sua antologia de filmes formada por: The Lie, Black Box, Nocturne e Evil Eye. Estou aqui para falar brevemente deste último. Afinal, do que se trata esse filme e qual motivo comecei o texto usando uma definição sobre reencarnação? Pois bem, eu explico. A trama mostra a grande preocupação de Usha Kharti quando sua filha, Pallavi, começa a se relacionar com Sandeep. O roteiro resolve fugir do padrão e resolve adicionar esse elemento religioso para trazer mais suspense. Mas e aí, será que deu certo?

O que chama atenção no roteiro é a forma como ele vai lidando com a superstição de Usha, seja no bracelete para combater o mau-olhado ou o mapa astral guardado na gaveta servindo como principal apoio para conhecer os prováveis genros. São coisas simples que vão tomando uma nova proporção aqui. A proteção consegue beirar ao exagero que chega a criar uma atmosfera claustrofóbica para Pallavi e conseguimos sentir esse peso no decorrer da trama.

Usha passou por uma relação abusiva quando era mais jovem e por causa do trauma gerado, ela adotou um sistema rígido para sua filha com potenciais caras para seguir num relacionamento, porém nunca dava o fruto esperado devido a resistência de Pallavi em se acostumar com essa política adotada. O longa não demora muito para apresentar Sandeep e tudo segue bem até algumas coincidências começarem a incomodar essa mãe já bem protetora.

Conforme Usha vai se fechando sobre o avanço bem rápido da relação do casal, o roteiro brinca com os telespectadores sobre a consequência disso. Estamos lidando com um caso de reencarnação ou é apenas fruto da imaginação de uma mãe zelosa? O suspense acaba sendo arrastado até termos uma resposta definitiva sobre a situação, mas foi bem trabalhado. Não tem sustos ou qualquer elemento de horror que te faça pular do sofá, mas a tensão consegue te prender positivamente.

Fica notável como o plot da reencarnação é apenas um pano de fundo para lidar com o assunto delicado da violência doméstica, porém que precisa ser discutido. A ideia de reviver o horror no passado através de um corpo reencarnado é apenas a triste analogia do parceiro não saber lidar com um término, por exemplo, e começar a perseguir constantemente sua ex-parceira por não aceitar essa condição imposta. O terror psicológico que pode ocasionar um fim trágico para a mulher, como quase ocorreu com Usha. Isso é exemplificado no decorrer do filme, o que acaba enriquecendo bastante o debate.

Deixo abaixo o trailer de Evil Eye para atiçar a curiosidade:

Então, envolver religião com relacionamento abusivo deu certo? Deu. Poderia ter dado muito errado, mas o filme conseguiu conduzir bem e como mencionado anteriormente, o assunto religioso foi apenas um coadjuvante para o verdadeiro protagonista na história. Poderia ter sido apenas um filme direto em sua proposta de debater o assunto? Claro que poderia, mas o charme foi exatamente apresentar um pouco desse realismo fantástico. Porém, vale lembrar que a violência doméstica não foi minimizada em nenhum momento.

E dessa forma, me despeço. Que eu tenha conseguido convencê-los a dar uma chance para Evil Eye. Para finalizar: Não se calem. Denunciem! 

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O Dilema das Redes (2020): A utopia e distopia das redes sociais

Desative suas notificações!

Não clique em vídeos recomendados para você no YouTube!

Saia do sistema!

Tenha domínio das redes sociais e não o contrário!

São com esses pedidos que o recente documentário da Netflix encerra o seu debate sobre um assunto atual e amplamente debatido entre diversos níveis da sociedade: a influência das redes sociais nas pessoas. O Dilema das Redes trouxe como convidados os principais representantes ou ex-representantes em inúmeros setores dentro das principais mídias como Google, Facebook, Twitter, Pinterest e Instagram, entre outros. O objetivo da produção era mostrar os dois lados da mesma moeda: apresentar os pós e contra da criação dos principais entretenimentos digitais da humanidade. Posso adiantar que o debate conseguiu ser provocativo o suficiente para reflexão e mostrar a realidade: somos apenas produtos dessa indústria tecnológica.

Se o seu celular está ao seu lado, posso supor que esteja lendo esse texto ao mesmo tempo que se atualiza nas notificações que estão bombardeando seu celular neste exato momento. Aquelas conversas no WhatsApp, os tweets no Twitter, as curtidas no Instagram e os comentários no Facebook de algum meme que você postou ou alguma posição que tomou sobre algum assunto. Mesma coisa quem está usando o PC/Notebook. Ninguém está imune daquela ansiedade quando aparece notificação nova, certo? Aquela tentação de parar o que está fazendo para ver uma dessas mídias. Não precisa ser vidente para adivinhar algo tão óbvio que se enraizou na nossa sociedade nos últimos anos.

“Se você não estiver pagando pelo produto – você é o produto”

Os especialistas não fazem rodeios nos tópicos apresentados e expõem diretamente todo o planejamento feito para mantermos conectados de uma forma cada vez mais intensa e frenética. Aquela sensação de termos tudo, mas ainda assim queremos mais. Muito mais. O documentário ganha muito com essa abordagem e consegue tirar-nos dessa bolha mágica de que as redes sociais só servem para a nossa diversão e criar essa conexão com nossos amigos.

As notificações são as principais causas para a criação deste grande ciclo vicioso e ansioso ao olharmos as novas mensagens ao longo dia. Só paramos quando não tem mais nada, porém em poucos minutos estaremos repetindo esse processo. Nós estamos seguindo exatamente o propósito desses especialistas convidados e por conta disso, o poder deles se amplifica. A manipulação entra aqui. Somos manipulados todos os dias e vamos continuar sendo. Até porque time que está ganhando não se mexe, não é mesmo?

É nesse viés que a produção da Netflix também explora a saúde mental dos jovens nas redes sociais e a relação com o desenvolvimento de depressão, ansiedade e suicídio. Os comentários depreciativos ou os chamados gatilhos são apresentados de maneira descontrolada nas mídias, ou seja, mostra como não estão prontas para lidar com essa faixa etária. Isso foi muito bem apresentado com a caçula de uma família fictícia que se viu numa situação delicada quando recebeu um comentário ofensivo em seu filtro. Assim como ela, seus entes queridos também apresentam uma grande dependência do celular e de suas redes. E é através do irmão que desenvolvem o outro lado emblemático da tecnologia: o mundo político.

Nos últimos anos, o Facebook presenciou o seu nome ser mencionado diversas vezes na mídia mundial pela forma que lida com as informações de seus usuários e também pelas acusações de influenciar as eleições norte-americanas que elegeram Donald Trump em 2016. É notável como as carreiras políticas estão encontrando essa rede com o objetivo de alavancar suas intenções de voto. Como pontualmente mencionado, a campanha de Jair Bolsonaro foi nela. Temos vistos muitos levantes partidários ganhando seguidores. Discussões intensas são presenciadas diariamente e toda essa bola de neve culminou na cultura das fakes news.

“A verdade é chata.”

Um entrevistado pontua que criaram um sistema que privilegia informações falsas, pois é mais lucrativo às empresas do que dizer a verdade. É isto! É mais gostoso uma mentira bombástica do que uma verdade mediana. Esse mecanismo gera mais engajamento em seus usuários, uma vez que acontece o famoso telefone sem fio. Eu repasso para você e você repassa para seus amigos no WhatsApp em letras garrafais ”URGENTE! FULANO FEZ ISSO” e seus amigos repassam para mais amigos. Vai crescendo como um vírus faminto por mais hospedeiros que repassem a palavra.

 

Mesmo que a família fictícia não tivesse o mesmo impacto dos relatos, a proposta de mostrar o vício nas redes sociais foi explorada de forma pontual. O final do documentário consegue ser ainda mais provocativo com os dizeres sobre os filhos dos especialistas ficarem longe das próprias mídias que criaram e eles dão conselhos para evitar esse crescente poder sobre nós. Os próprios sabem como essa moeda é dividida entre utopia e distopia. Vivemos os dois ao mesmo tempo. Porém, você aí que leu tudo quer esquivar-se dessa manipulação digital? Volte para as frases que abrem este texto. É sério! Você conseguiria?
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Enola Holmes: A sessão da tarde que precisamos

A nova obra distribuída pela Netflix promove uma sessão leve e tranquila. Se tivéssemos filmes como Enola Holmes no programação da Sessão da Tarde estaríamos muito bem servidos. Assistir à história da pequena detetive resulta em uma leveza totalmente necessária por agora. Contudo, sua leveza não é obstáculo para tratar assuntos sérios e pertinentes de maneira correta, com a extrema sensibilidade requisitada por eles.

Enola Holmes é irmã do mais conhecido detetive da literatura e das artes, Sherlock Holmes. Com adaptações, tanto na TV como no cinema, além das diversas edições produzidas por Arthur Conan Doyle, sua fama foi o construindo em um verdadeiro símbolo da cultura. Palavras e expressões como “elementar” e “meu caro Watson” ficaram popularmente conhecidas e usadas ao redor do mundo; a perspicácia do detetive aliada à complexidade das tramas que Doyle concebera o fizeram ser uma figura incontestável, de julgamentos indispensáveis. Através da obra de Nancy Springer, tivemos o surgimento de uma caçula na família Holmes, Enola, onde esta toma o protagonismo para si. E em sua adaptação cinematográfica, Enola é justamente a caçula que toma as rédeas da história, colocando às vezes o próprio “maior detetive da história” no bolso.

E é nessa mudança de protagonismo que Enola Holmes funciona tão bem, como filme e discurso. Millie Bobby Brown, que fez sucesso escandaloso em Stranger Things, interpreta aqui uma menina completamente transgressora das regras sociais impostas na Inglaterra do século XIX. Sua postura é resultado da criação provida pela mãe, Eudoria Holmes (Elena Bonham Carter), que participa de movimentos feministas ingleses enquanto ensina a filha tudo o que for necessário para torná-la uma cidadã exemplar, mas, principalmente, livre. O desaparecimento da mãe, contudo, ocorre de forma repentina e serve como ponto de partida ao desenrolar da trama, fazendo com que Enola saia em uma busca desenfreada. Millie, aliás, é impressionante no papel, conseguindo aplicar um tom equilibrado à personagem, enquanto consegue mostrar rigidez e descontentamento nas horas corretas, também sabe evidenciar as dificuldades e os conflitos internos da protagonista, afinal, é apenas uma garota de 16 anos.

Como elenco de apoio, temos Sam Claflin e Henry Cavill como Mycroft e Sherlock, respectivamente. Ambos compõem a família Holmes e são irmão de Enola. Por ser o irmão mais velho, Mycroft, devido ao desaparecimento da mãe, se torna responsável pela guarda de Enola e decida colocá-la em um internato. E digo logo de cara que Claflin está ótimo, mesmo com poucas cenas e cumprindo um papel burocrático, o ator tem as feições e os gritos de um verdadeiro malfeitor de um filme infantojuvenil. Do outro lado, temos o nosso detetive Superman – e talvez isso seja suficiente. Diferentemente de Millie, que consegue distanciar Eleven de Enola, Cavill se tornou tão icônico no papel de Superman que não se consegue diferenciá-lo de Sherlock, e a atuação dele, embora não comprometa, pouco ajuda nessa desassociação. Entretanto, não há só lados negativos na interpretação de Cavill, seu figurino e sua maquiagem, além do notório físico do ator, dão imponência à presença de Sherlock no ambiente – repare na cena do internato, onde a luz solar se confunde com a figura de Sherlock; nela, podemos dizer que há realmente um Sherlock Holmes.

Acerca da narrativa, há surpresas agradáveis na direção de Harry Bradbeer. O diretor encontra soluções criativas para o desenvolvimento da história, como o uso fluido dos flashbacks na montagem junto às cenas do presente; quando Enola se encontra em uma enrascada, se lembra imediatamente da mãe a ensinando e a treinando – existe uma passagem particular onde ocorre uma briga física (até onde a classificação 12+ permite), e as cenas do passado e do presente se intercalam criando um ritmo muito satisfatório. Complementando esse sensação, a trilha sonora composta por Daniel Pemberton é animada e eleva o tom aventuresco do filme. Outra solução interessante de Bradbeer é o uso da quebra da quarta parede; quando o autor olha para a câmera e conversa diretamente com o espectador. Millie parece dominar a técnica há anos, conseguindo, através de poucos olhares à câmera, expressar tudo o que ela está passando. E o estilo da movimentação da câmera – captando a ação das cenas juntamente às quebras de Enola – é um ponto altíssimo da cinematografia de Giles Nuttgens (com belo currículo.).

Contudo, o virtuosismo técnico de Enola Holmes esbarra na própria limitação do diretor. A quebra da quarta parede e a montagem dos flashbacks são bem executados, mas usados em excesso constrangedor, porém, compreensível pelo público-alvo. A Enola fala tanto, mas tanto com a câmera, que esse elemento começa a se desgastar e você só quer que a história dê prosseguimento no meio de inúmeras interrupções. Os flashbacks também são excessivos, usados demasiadamente na explicação de QUALQUER momento importante ou decisivo dos mistérios apresentados. Parece que o Bradbeer se acomodou nesses elementos e esqueceu que um filme investigativo também pode ser solucionado e desenvolvido com outros auxílios, sem excessos ou soluções fáceis (presentes aqui).

Em relação ao tema proposto de Enola Holmes, só elogios a serem feitos. A história é sobre emancipação e amadurecimento, onde coloca uma garota tendo que enfrentar diversas opressões, de caráter social principalmente, que ditam normas e regras pautadas em um conservadorismo moral gritante. Mesmo que estes assuntos espinhosos estejam dimensionados a um público mais infantil, o filme não deixa de tratá-lo com a seriedade devida, servindo como incentivo para jovens que buscam viver seus próprios desejos e convicções. Além disso, a mensagem construída no final aquecerá até o coração dos mais velhos, concluindo uma trama marcada por superações e pela busca de autonomia.

Enola Holmes é, indiscutivelmente, a sessão da tarde em sua melhor expressão. Há aqueles que tratarão o filme como um simples conto infantojuvenil – e ele também é isso – e deixarão escapar significados que possam interessá-los. A lição que fica é nunca subestimarmos filmes que, no início, possam parecer que não têm nada a dizer. Esta obra não é o caso, embora passe longe de ser perfeita.Para quem está trabalhando?”, “Inglatera.”, é um bom exemplo de diálogo que reflete a capacidade de um filme infantojuvenil ser tão sutil e, ao mesmo tempo, tão ambicioso ao trabalhar seu discurso. Em tempos difíceis como esse em que vivemos, talvez essa ambição seja o que precisamos.

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‘Tudo Bem’: Curta-metragem brasileiro aborda história de amor no ”novo normal”

Desde março, a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil e a população entrou em quarentena. Eventualmente, se adaptando a realizar as atividades em casa e ao que chamamos de ”novo normal”. Diante desse cenário, nasceu o curta-metragem brasileiro ‘Tudo Bem’.

No curta acompanhamos Hugo (Daniel Rangel) conhecendo Dandara (Heslaine Vieira) uma semana antes da quarentena, com uma breve conversa e sem troca de contato. Quando o período de quarentena se inicia, Hugo começa a pensar se irá conseguir encontrá-la de novo enquanto precisa lidar com os problemas que grande parte das pessoas lidaram durante este período.

Daniel Rangel estrela curta sobre pandemia de Covid: “Emoções à flor da pele” - Quem | EntrevistaAs gravações foram realizadas em apenas dois dias seguindo de forma rígida todos os protocolos de segurança, com o apoio da Prefeitura Municipal de Nilópolis – que foi responsável por isolar a área da gravação para a segurança da equipe. O curta foi dirigido e roteirizado por Caio César.

‘Tudo Bem’ foi disponibilizado nesta terça-feira (22/09) no Youtube. Confira o curta abaixo:

Acompanhe o projeto no instagram: @curtatudobem

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O Diabo de Cada Dia: A Narrativa Através da Maldade Humana

Baseado no Livro ‘The Devil All The Time’ (traduzido aqui como ‘O Mal Nosso de Cada Dia’), escrito por Donald Ray Pollock, ‘O Diabo de Cada Dia’ estreou essa semana na Netflix. O longa, dirigido por Antonio Campos, se trata de uma adaptação bem fiel da obra original onde acompanhamos diversas tramas que se entrelaçam e que tem como principal motor a maldade humana e suas consequências, fazendo com que a história tome seu rumo e siga em frente até sua conclusão.

Entenda o real significado do final de O Diabo de Cada Dia na NetflixO filme já começa situando o telespectador ao ambiente e a época onde a história se passa, com a narração do autor da obra que deu origem ao título. Diante disso, acompanhamos um veterano de guerra e seu filho, um casal de serial killers e um pastor um tanto como alienador e suas histórias particulares marcadas por tragédias e dramas que, durante a exibição do longa, fazem com que as tramas pessoais se entrelacem.

Diante disso, já podemos elogiar o longa como adaptação e dizer que o principal condutor do longa não é o narrador e nem são os protagonistas que aparecem no decorrer do filme, mas sim a maldade humana, exibida na tela de forma nua e crua, e suas consequências que fazem com que a história se guie cruzando o caminho de todos os personagens envolvidos – da mesma forma que no livro. Há sim algumas alterações, momentos que passam de forma corrida e bastantes cortes na trama, como é típico ocorrer em adaptações – entretanto, a estrutura é a mesma. Afinal, Pollock utiliza a violência como chave e Campos adapta para as telas de forma igual.

A narração em segundo plano feito por Donald Ray Pollock, ao mesmo tempo que é inconveniente em alguns momentos pois serve apenas para tampar alguns buracos de roteiro e acelerar a trama, é válida pois ajuda a história a se situar em algumas ocasiões para quem não leu o livro. De certa forma, pode-se comparar a narrativa de ‘O Diabo de Cada Dia’ com uma típica realizada por Quentin Tarantino em seus longas, um pouco menos elaborada porém que funciona perfeitamente no filme.

O Diabo de Cada Dia", da Netflix, é um violento mergulho na fé | A GazetaO elenco está absurdamente bom. Tom Holland rouba a cena como Arvin, que acaba sendo o elemento principal da história – afinal, no primeiro ato acompanhamos sua infância conturbada e os problemas que seus pais (interpretados por Bill Skarsgård e Eliza Scanlen) enfrentavam, e logo após vemos as consequências provocadas posteriormente. Arvin é o pivô central da trama e Holland consegue manter uma atuação incrível e que cresce conforme o filme se desenvolve.

Robert Pattinson também é destaque ao interpretar um pastor alienador novo na cidade e Jason Clarke consegue passar bem todas as características de seu personagem. O restante do elenco também é marcado por grandes nomes como Sebastian Stan e Mia Wasikowska, porém estes acabam sendo subutilizados e deixados de lado por conta da trama correr em alguns pontos – o que é uma pena, pois é um desperdício de potencial.

O Diabo de Cada Dia: Quem é o narrador? Verdade surpreende fãs da NetflixEntão, é bom?

‘O Diabo de Cada Dia’ é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano. O longa apresenta uma narrativa envolvente que se desenrola e une os personagens da trama através da maldade do homem e suas consequências, que se entrelaçam nas histórias individuais de cada personagem. O elenco está sensacional, com destaque ao Tom Holland e ao Robert Pattinson, que roubam a cena dos demais. Inclusive, esse sem dúvidas é um dos melhores papéis da carreira de Holland. Além disso tudo, a trama é envolvente e prende o telespectador do início ao fim. Resumindo, um ótimo filme que inclusive pode acabar atraindo a curiosidade para ler a obra que o título adaptou – que, inclusive, é uma excelente leitura a ser feita para quem gostou de sua adaptação.

A quem se interessar, o livro foi publicado no Brasil pela Darkside Books e está em promoção na Amazon. Confira clicando aqui.

Nota: 4.5/5

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A Babá: Rainha da Morte homenageia o trash com seu próprio estilo

Em 2017 a Netflix lançou ‘A Babá’, um filme de Terror B – ou seja, trash – onde acompanhamos Cole, de 12 anos, e a relação com sua babá, Bee. Em sua casa, após dar a hora de dormir, ele decide ver por curiosidade o que a Babá faz enquanto ele dorme e presencia Bee com um grupo de amigos assassinando um homem para realizar um ritual e que, para completar ele, o grupo precisa do sangue de Cole. Logo, começa uma caçada onde o garoto precisa sobreviver em sua própria casa.

Com uma trama bem semelhante ao clássico ‘Esqueceram de Mim’ e com uma montagem típica do gênero de Terror B (ou o clássico ”Terrir”), ‘A Babá’ divertiu grande parte do público. Agora, dois anos após seu lançamento, o longa ganhou uma sequência – ‘A Babá: Rainha da Morte’ chegou nessa Quinta-Feira (10/09) no serviço de streaming e conseguiu superar o seu antecessor no trash, se tornando o filme mais insano e violento do ano, até então.

A Babá: Rainha da Morte ganha trailer oficial e confirma data de estreiaNa sequência, dois anos se passaram e Cole sofre as consequências do longa anterior: seus pais acreditam que tudo foi uma alucinação e após inúmeras tentativas de desacreditar o rapaz, planejam enviar ele para uma instituição psiquiátrica. Depois de descobrir os planos do pai, Cole conta para sua amiga Melanie – que estava presente na noite do primeiro filme – e, então, eles decidem fugir para uma festa no lago. Entretanto, o grupo responsável pelo culto retorna e, mais uma vez, ele precisa sobreviver à caçada durante a noite.

O título de fato parece uma sequência desnecessária, afinal, o seu antecessor teve um arco fechado e a trama desse se apresenta solta durante o seu primeiro ato. Porém, após um plot interessante no segundo ato, o longa assume uma personalidade diferente – mesmo que essa reviravolta seja esquecida logo após dez minutos. Infelizmente, o desfecho não é dos melhores, e nota-se que o diretor pretende fazer mais uma sequência com a presença de cena pós-créditos.

A Babá: Rainha da Morte tem ligação com O Exterminador do FuturoAlém disso, a sequência repete a mesma fórmula que o longa de 2017, mas acrescentando mais violência gratuita, mortes estupidamente mais insanas e aumentando o nível das piadas – ou seja, aumentando completamente o nível do trash e, assim como o primeiro, sendo uma homenagem ao gênero. Resumindo, ele pega todos os acertos do primeiro filme e potencializa todo o gore nesta sequência.

McG se preocupa também em apresentar por meio de flashbacks a motivação de cada membro do culto, sendo estas sequências bem engraças de se ver. O interessante também é ver que o título, mesmo utilizando os elementos técnicos que constituem um filme trash, consegue criar seu próprio estilo através da montagem do longa. Quanto ao elenco, não tem muito o que comentar: todos repetem as suas atuações do primeiro filme onde cada um é um clichê que saiu de um filme adolescente norte-americano (e essa é a graça).

A Babá: Rainha da Morte | Conheça o novo filme de terror da Netflix

Então, é bom?

Por mais que apresenta um desfecho relativamente fraco, ‘A Babá: Rainha da Morte’  acerta ao repetir a mesma fórmula  e os acertos que seu antecessor, inclusive superando-o em alguns momentos. É um longa divertido de se assistir e que consegue atingir seu objetivo utilizando elementos técnicos clássicos do gênero de terror trash da forma correta para entreter o telespectador e homenagear o gênero. Por fim, é um filme que diverte o telespectador e que merece ser assistido no seu tempo livre.

Nota: 3/5

 

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Estou Pensando em Acabar com Tudo: Desconfortável e Tedioso

Baseado no livro de mesmo nome e dirigido por Charles Kaufman (conhecido por seu trabalho em Quero ser John Malkovich e em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças), ‘Estou Pensando em Acabar com Tudo’ estreou sexta-feira passada na Netflix e dividiu opiniões: enquanto um lado diz que o filme é excelente, outro diz que o longa é ruim e confuso. E, bom, já é notável pelo título da crítica que me enquadro no segundo grupo.

Ela é famosa: você de onde você conhece estrela de Estou Pensando em Acabar com TudoEm ‘Estou Pensando em Acabar com Tudo’, acompanhamos uma mulher que está viajando com seu namorado, Jake (interpretado por Jesse Plemons), para conhecer seus pais (Toni Collette e David Thewlis). Entretanto, durante a viagem e na casa dos pais, acabam acontecendo eventos estranhos demais. Não dá para falar muito sobre a trama sem dar spoilers e estragar a experiência do longa, então acaba que esse é o básico que se deve saber.

A direção de Charles Kaufman pode ser resumida em cenas longas com diálogos complexos que não chegam a lugar nenhum, tornando-as arrastadas e chatas de serem acompanhadas. Os diálogos entre os personagens e as situações que ocorrem geram diversas dúvidas no telespectador, que se sente perdido diante de tanta informação, e o filme não se preocupa em responder nenhuma delas, empurrando-as em cena porém sem chegar a lugar nenhum. Há até uma tentativa de tentar explicar o contexto do filme por meio de elementos visuais soltos no decorrer da trama, porém acaba sendo falha ao se misturar com outros elementos que não recebem uma resposta concreta.

Junto a isso, o diretor transmite uma atmosfera desagradável como parte de sua narrativa durante as cenas e, usando uma dimensão 4:3 na fotografia, consegue potencializar essa sensação. O grande problema, é que tudo isso em conjunto torna o filme extremamente tedioso e desagradável de se assistir, fazendo com que o telespectador desista em seu início ou queira pular logo para o final. Por fim, tudo isso torna o filme pretensioso demais.

Ficha Técnica | Estou pensando em acabar com tudo (Original Netflix) - Entreter-seKaufman acaba fazendo com que seu filme seja restrito, ou seja, apenas quem leu o livro de mesmo título conseguirá ter uma total compreensão de sua trama e do seu objetivo. Fazendo assim com que o longa falhe como adaptação ao jogar diversos elementos em tela que só fazem sentido para quem teve contato prévio com a obra ou caso o telespectador preste bastante atenção no decorrer do filme, coisa que o diretor não consegue fazer por conta de toda a atmosfera monótona do longa.

Mesmo diante de todos esses elementos negativos, há coisas boas no filme: as atuações do elenco estão excelentes. Jessie Buckley e Jesse Plemons interagem bem e conseguem transmitir toda a estranheza da situação através dos diálogos e de suas expressões, assim como David Thewlis e Toni Collette estão sensacionais como os pais de Jake. Outro ponto positivo é a fotografia do longa, a dimensão 4:3 ajudaria bastante na narrativa se ela fosse bem estabelecida pelo diretor.

I'm Thinking of Ending Things review – A haunting highwire act

Então, é bom?

Estou Pensando em Acabar com Tudo‘ é um filme bastante restritivo, voltado apenas para o público que leu a obra original e não se preocupando em explicar o contexto e a finalidade do título. Com isso, conforme passa sua exibição de 2 horas, a trama se desenrola e parece não responder nenhuma dúvida do telespectador para que, no fim, o deixe com a sensação de tempo perdido durante a exibição do título. Por mais que o elenco esteja muito bom, com destaque ao papel de Toni Collette, e que a fotografia em 4:3 ajude na narrativa que o filme possui, ‘Estou Pensando em Acabar com Tudo‘ se resume a ser apenas um longa desconfortável, tedioso e pretensioso para quem não leu o livro – se consolidando como umas das piores experiências cinematográficas que eu tive durante esse ano e este período de quarentena, fazendo com que eu nem tenha vontade de ler a obra adaptada.

Por fim, na minha opinião, quando uma adaptação não consegue trazer as ideias e os objetivos da obra principal para as telas: seja contando a história de forma acelerada ou com detalhes que apenas quem leu o livro irá sacar (como é o caso deste título), ela acaba falhando como uma adaptação ao todo e já não pode ser considerado um bom trabalho para o público geral.

Essa é a crítica de quem não leu o livro, espero que quem tenha lido possa ter uma experiência melhor do que a minha, onde tive vontade de largar o filme em diversos momentos.

Nota: 1.5/5

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Host: Um Terror Moderno em Tempos de Pandemia

Terror original do serviço de streaming Shudder, Host chegou como uma grande surpresa em 2020. Gravado durante o confinamento causado pela atual pandemia e dirigido totalmente a distância por Rob Savage, o longa se passa durante uma chamada no aplicativo Zoom e conta com uma trama simples, porém bem trabalhada.

Movie Review - Host (2020)

A trama de Host gira em torno do momento em que estamos vivendo, onde seis amigos decidem se reunir no Zoom para realizar uma sessão espírita com uma médium. Porém, durante a sessão, algo dá errado e com isso eventos paranormais começam a acontecer na casa de cada um. O roteiro e a trama são bem simples, entretanto, são bem desenvolvidos durante o curto tempo de tela que o filme possui.

Com inspirações em Amizade Desfeita (2014) e até mesmo em Bruxa de Blair (1999), o diretor Rob Savage trabalha o terror exibindo-o através de manifestações paranormais vistas através da câmera dos envolvidos e em suas reações. Contudo, como o filme se passa no Zoom – aplicativo que se tornou essencial em tempos de pandemia tanto para o trabalho como para os estudos – e provavelmente será assistido através do computador ou de outro dispositivo móvel, o longa trás uma imersão ao telespectador.

No início, somos apresentados ao grupo de amigos e ao ritual enquanto no fim acompanhamos todas as consequências do evento, com alguns sustos previsíveis e outros jump scares inevitáveis. O diretor também utiliza ferramentas do próprio aplicativo para transmitir o terror, através do uso de fundos e de efeitos presentes nele. Foi um trabalho muito bem feito e como foi dirigido a distância, digno de parabéns. As comparações são inevitáveis, portanto, Host consegue trabalhar melhor a ideia que foi apresentada em 2014 com Amizade Desfeita.

Host: The History Of Seances Explained (& What The Movie Gets Right)A exibição de Host dura em média 56 minutos, que acaba sendo o tempo de uma reunião gratuita do aplicativo. É difícil afirmar que o diretor fez isso propositalmente para maior imersão ou não, mas acaba que o tempo é aliado ao longa ao mesmo tempo que prejudica o seu desenvolvimento.

Se, por um lado, o tempo de duração auxilia na imersão ao mostrar o aviso da plataforma de que faltam 10 minutos para acabar a reunião e a contagem regressiva no topo da tela durante os últimos segundos de filme, do outro lado torna o começo do filme bastante corrido para que o terror paranormal se inicie logo.

Além disso, depois de um tempo os incidentes paranormais se tornam um pouco previsíveis e até mesmo exagerados, algo típico do gênero, enquanto outros pegam o telespectador de surpresa.

Host | República do MedoEntão, é bom?

Por mais que Host apresente um roteiro e efeitos visuais simples, o longa consegue trazer uma imersão que os filmes atuais do gênero não trouxeram durante os seus 56 minutos de exibição – o fato de que utilizaram a pandemia do novo coronavírus como background para a trama acontecer via Zoom ajuda na imersão. Além disso, o título também se prova ser não apenas um terror paranormal, mas também um terror psicológico (por parte do telespectador) durante sua execução. Host é um excelente filme para ser visto, de preferência no seu computador e com fones de ouvido no último volume para uma melhor experiência.

Nota: 4.5/5

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Torre Indica | Filmes para assistir sobre a II Guerra Mundial

Os mais aficionados em eventos históricos não abrem mão daquele conteúdo que reconta algum momento pretérito e podem conhecer mais sobre o que aconteceu através de diversas mídias como séries, filmes e documentários. Produções baseadas em eventos reais nos aguçam a curiosidade e somos transbordados por vários sentimentos. Ficamos tristes, surpresos e horrorizados com as malezas do mundo. A II Guerra Mundial foi assim e até hoje é relembrada por esses sentimentos. Tivemos inúmeras produções que tocaram direto na ferida e outras que honraram o valor patriótico em tempos de guerra. Estou aqui para apresentar alguns para vocês.

*A lista não segue uma ordem de preferência*

A Conquista da Honra (2006) 

Fevereiro de 1945. Apesar da vitória anunciada dos aliados na Europa, a guerra no Pacífico prosseguia. Uma das mais importantes e sangrentas batalhas foi a pela posse da ilha de Iwo Jima, que gerou uma imagem-símbolo da guerra: cinco fuzileiros e um integrante do corpo médico da Marinha erguendo a bandeira dos Estados Unidos no monte Suribachi. Alguns destes homens morreram logo após este momento, sem jamais saber que foram imortalizados. Os demais permaneceram na frente de batalha com seus companheiros, que lutavam e morriam sem qualquer ostentação ou glória.

Pelas informações do Estadão Acervo, essa é a mais simbólica fotografia da Batalha do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. A imagem foi capturada em 23 de fevereiro de 1945 (completou 75 anos em 2020) pelo fotógrafo Joe Rosenthal durante a Batalha de Iwo Jima, e mostra soldados americanos fincando a bandeira dos Estados Unidos no Monte Suribachi, ponto mais elevado da ilha japonesa. A foto rendeu ao autor o prêmio Pulitzer de 1945. A posse da estratégica ilha do Pacífico, situada a 1.200 km de Tóquio, só aconteceu no final de março de 1945. Os combates ali travados estão entre os mais violentos da Segunda Guerra.

A Lista de Schindler (1993)

A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, “armador”, simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna, mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.

Numa matéria realizada pelo site DW para divulgar a biografia sobre Oskar Schindler, o autor da obra (David M. Crowe) levantou a ideia da Lista nunca ter existido. Pelo menos não a referida lista apresentada no romance de Thomas Keneally e que serviu de fonte para o filme de Steven Spielberg. Para os interessados, a biografia se chama Oskar Schindler – O relato não narrado de sua vida, atividades durante a guerra, e a verdadeira história por trás da lista.

A Vida é Bela (1997)

Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido (Roberto Benigni) e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele tem que usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.

A trama é bastante emotiva em mostrar de forma descontraída a rotina do pai em entreter o seu filho para que não perceba o horror da guerra.  Assim, consegue transmitir uma mensagem de pureza e inocência sobre o que acontece ao redor do personagem. É simplesmente uma mensagem de amor de pai para filho.

Até o Último Homem (2016) 

Desmond Doss (1919-2006) foi um militar norte-americano. Foi socorrista de guerra recebendo Medalha de Honra por salvar a vida de mais de 75 homens de infantaria durante a Batalha de Okinawa em 1945. Soldado Desarmado é um livro de memórias sobre o herói militar da II Guerra Mundial. A obra foi escrita por Frances Doss, segunda esposa do soldado e lançado aqui no Brasil em 2016. No filme, ele foi interpretado por Andrew Garfield.

Cartas de Iwo Jima (2006)

Assim como A Conquista da Honra, o diretor Clint Eastwood ficou responsável por este filme. Os dois retrataram a mesma batalha, porém por óticas diferentes. Isso foi um fator interessante e enriquece ambas as tramas. Cartas foi baseado num livro que relata a descoberta de cartas dos combatentes numa escavação.

Corações de Ferro (2014)

Durante o final da Segunda Guerra Mundial, um grupo de cinco soldados americanos é encarregado de atacar os nazistas dentro da própria Alemanha. Apesar de estarem em quantidade inferior e terem poucas armas, eles são liderados pelo enfurecido Wardaddy (Brad Pitt), sargento que pretende levá-los à vitória, enquanto ensina o novato Norman (Logan Lerman) a lutar.

A trama explorou os efeitos psicológicos que o personagem do Lerman foi sofrendo e como a sua inocência foi sendo fragmentada ao tentar lidar com os horrores que presencia ao seu redor.

Dunkirk (2017)

O longa retrata a Operação Dínamo, um resgate que tinha como objetivo a retirada de 45 mil ingleses presos na praia de Dunquerque (França) sob o ataque dos inimigos alemães. Os soldados ingleses estavam do outro lado do Canal da Mancha sob a mira constante por terra, mar e ar. Os civis foram essenciais para o resgate e o milagre de Dunquerque aconteceu.

O Menino do Pijama Listrado (2008)

O filme explorou a amizade inusitada entre Bruno (Asa Butterfield) e Shmuel (Jack Scanlon) de uma forma cativante. A inocência das crianças foi um ponto catalisador de toda a emoção que o telespectador sentiu e temendo um desfecho cruel dessa relação linda e singela.

O Pianista (2003)

Inspirado nas memórias do pianista Wladyslaw Szpilman, o filme mostra como foi sua vida sob o regime nazista e a rotina dele no Gueto de Varsóvia. Belíssimo longa que rendeu 3 Oscar, 2 BAFTAs, 6 Césars e a Palma de Ouro.

Pearl Harbor (2001)

O longa mostrou o triângulo amoroso formado entre Rafe, Evelyn e Danny antes do famoso bombardeio japonês em Pearl Harbor. Este ataque à base naval aconteceu em 7 de dezembro de 1941 e marcou o início do conflito entre EUA e Japão.

O objetivo do ataque foi a conquista e expansão territorial sobre as ilhas do Pacífico (informações retiradas do site História do Mundo). A resposta dos Estados Unidos veio com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, encerrando o sangrento conflito. O Japão realizou cerimônia simbólica para os 75 anos deste lançamento na semana passada.

O Resgate do Soldado Ryan (1998)

Capitão Miller (Tom Hanks) desembarcou na Normandia no dia 6 de junho de 1944 para resgatar o soldado James Ryan. Esse dia entrou para a História como o famoso Dia D. Soldados dos Aliados desembarcaram nas praias da Normandia para a grande ofensiva contra as tropas nazistas (informação histórica retirada do site DW).

 

Posso mencionar também os seguintes filmes: Tora! Tora! Tora!, 1945, Paraíso e mais inúmeros documentários sobre o tema (como Segunda Guerra Mundial em Cores pela Netflix). No mundo televisivo, não poderia deixar de mencionar Band of Brothers e The Pacific, duas minisséries excelentes da HBO.

É isto! Espero que tenham gostado e influenciado para que assistam ou até revejam algumas obras cinematográficas e televisivas. Fiquem bem e até a próxima, vigilantes.

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Scooby! O Filme tem de tudo, menos a essência de Scooby-Doo

Adiado inúmeras vezes, Scooby! O Filme foi lançado esta semana digitalmente em serviços de streaming. A nova animação da Mistérios S/A tem o objetivo de mostrar as origens da amizade entre Salsicha e Scooby e da equipe, entretanto derrapa e perde seu foco no decorrer dos 90 minutos de tela.

Scoob! writer explains the maybe-origin of the Hanna-Barbera ...A trama da animação é ambientada nos dias atuais e tem o objetivo de ser uma história de origem: logo no início vemos o encontro de Salsicha e Scooby, assim como o encontro deles com Velma, Daphne e Fred e, após resolverem seu primeiro caso juntos, eles se unem e fundam a Mistérios S/A. Alguns anos depois, Salsicha e Scooby são abduzidos pelo herói Falcão Azul e eles acabam se vendo em uma aventura para impedir que o vilão Dick Vigarista libere o Cérberus na Terra. A história do filme é bem básica mas o roteiro atrapalha o seu desenvolvimento e, como resultado,  acaba inserindo elementos demais menos o principal: a essência de Scooby-Doo.

Por ser um filme de origem, é esperado que haja mais desenvolvimento dos personagens e isso acaba sendo deixado de lado ao resumir todo o encontro dos personagens em apenas dez minutos de tela. Logo após esses dez minutos, vemos uma transição incrível – homenageando a abertura do desenho – da equipe se tornando jovem e assumindo os visuais clássicos. Infelizmente, a partir disso, o filme perde seu rumo ao entregar o mistério principal logo no início do longa e se tornando uma aventura genérica levando o nome de um dos clássicos da Hanna Barbera. Ou seja, é um filme de Scooby-Doo sem ter um mistério para ser resolvido e que se preocupa apenas em apresentar novos personagens e novos arcos sem finalizar os que já foram expostos em tela.

Novo filme da franquia ''Scooby!" estreia nesta quinta em cinema ...Durante toda a exibição do longa, há uma homenagem ao desenho original onde observamos diversos elementos visuais presentes no desenho original, entretanto, o principal erro da animação é querer estabelecer um universo cinematográfico da Hanna Barbera, abrindo diversos arcos e não trabalhando nenhum deles – com a introdução de diversos personagens conhecidos, dentre ele o Falcão Azul, o Dick Vigarista e outras referências. O filme foca tanto nisso que acaba deixando de lado os verdadeiros protagonistas da história e isso é uma pena, pois os personagens são bem fiéis ao material original.

Por mais que tenha os problemas citados acima, Scooby! é um filme extremamente divertido e que acaba cativando o telespectador. Os fãs que acompanhavam os desenhos talvez estranhem a nova roupagem mas com certeza vão se sentir nostálgicos com algumas referências e em momentos em que, visualmente falando, a animação faz referências ao desenho, ao mesmo tempo que o longa cumpre seu papel como uma introdução para um novo público infanto-juvenil.

People Are Seriously Divided Over Zac Efron's New Movie 'Scoob ...Outro ponto positivo é a dublagem da animação, Guilherme Briggs substitui Orlando Drummond como Scooby-Doo e mantém todo o tom que seu antecessor tinha nas obras passadas – sendo assim, uma linda homenagem ao dublador que hoje tem 100 anos de vida.

Por fim, Scooby! O Filme é um filme que apresenta tudo do universo de Hanna Barbera mas falha em trabalhar e em desenvolver o universo principal no qual o longa se baseia – nesse caso, os desenhos de Scooby-Doo. Entretanto, por mais que a direção falhe nesses aspectos, a animação atinge seus objetivos principais e é bem divertida de se assistir.

Nota: 3/5

SCOOBY! O Filme é uma história de origem dos famosos personagens da série animada da Hanna Barbera. Salsicha e Scooby tem uma conexão instantânea envolvendo comida em seu primeiro encontro, e logo se unem aos jovens detetives Fred, Velma e Daphne para formar a Mistério S/A. Só que, após resolver centenas de casos, eles encontram o desafio de impedir o “apocãolipse”, que virá quando o fantasma do cão Cerberus for liberado no mundo.

Scooby! O Filme está disponível para aluguel e compra nas principais plataformas digitais.