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O Superman por Zack Snyder: O Centro de um Universo

“Deve existir um Superman? Ele existe.” 

O Superman é um personagem muito mais complexo do que todos imaginam. As pessoas têm uma ideia de que ele é apenas um cara poderoso que sempre salva o dia. Ninguém questiona se ele tem dilemas. Ele é apenas mais um super-herói aos olhos do público. Certa vez, Grant Morrison disse que a bomba atômica era uma ideia e que o personagem era uma ideia melhor.

Eu particularmente compartilho da mesma opinião. É um personagem extremamente completo. Ele é multicultural, calmo, poderoso, questionador e transgressor. Christopher Reeve pode ser o Superman para o público até hoje e dificilmente este texto mudará o senso comum. Entretanto, Henry Cavill é provavelmente o Superman mais completo até hoje. Na verdade, o trabalho de Zack Snyder e toda a sua equipe é provavelmente o mais amplo já realizado com o personagem na história do cinema. Ele é o centro de um universo.

“E se uma criança sonhasse em se tornar algo diferente do que a sociedade havia determinado a ela?”

O elemento de escolha é a discussão central na Krypton de O Homem de Aço. Uma sociedade progressista a qual se torna ambiciosa e utópica buscando pela perfeição com o controle artificial populacional. Isso acaba com toda a liberdade e direito de pensar ou questionar de um indivíduo. Reprodução é um tabu neste planeta e isso está implicitamente expresso nas estruturas e veículos. Jor-El e Lara conceberam Kal-El naturalmente para que ele pudesse escolher o seu destino e fosse uma ponte entre os kryptonianos e a humanidade, perpetuando a espécie de forma pacífica, não utópica. Nele está chance de trazer um amanhã melhor.

Esta versão se inspira na artificialidade do Homem de Aço de John Byrne e na humanidade e progresso do Legado de Estrelas de Mark Waid. É a pior origem do personagem somada à melhor e resulta em algo novo, fantástico e marcante. É interessante ver como este tema, a vida artificial, se repete nos outros filmes com o Apocalipse e com o Superman. Chegaremos lá.

Ele não é apenas de Krypton, ele cresceu na Terra. Diferente de outras versões, Martha e Jonathan Kent não apenas ensinam Clark sobre a bondade, mas sobre proteção. A visão realista se encaixa exatamente neste ponto. Pais tentam proteger os seus filhos todos os dias, por que seria diferente se ele fosse alienígena? Como as pessoas iriam reagir ao um ser de outro planeta caminhando entre nós? Provavelmente não o aceitariam e esse é o medo dos pais de Clark. Ele não salva o seu pai do tornado justamente por causa disso.

Eles não o privam de decidir. Aqui, a escolha é mais comum em relação a Krypton. Então o menino cresce com liberdade, mas precisa encontrar um limite entre isso e os poderes. É alguém vivendo em um mundo de papelão o qual pode desmoronar a qualquer momento se ele não tomar o cuidado. Mas algo que os kryptonianos desconheciam e Jor-El não, são as consequências das escolhas. Jonathan explica isso a Clark com a seguinte frase: “Bom ou mal, você mudará o mundo.” Então para o Superman, escolhas têm um peso muito maior do que as nossas.

Entretanto ao usar seus poderes, ele perde esse limite. Ele sabe das consequências reais a partir do momento no qual ele mata Zod. Isso não é uma descaracterização, já aconteceu nos quadrinhos, mas nunca para moldar o código moral do Superman. É isso o que O Homem de Aço faz: Moldar este código após ele tirar a vida de alguém pela primeira vez. A única forma de definir o que é certo ou errado, é experimentando o errado e consequentemente  aprender com o mesmo.

“Este é o meu mundo. Você é o meu mundo.”

Ao final do primeiro filme, Superman declara ajudar a humanidade, mas deverá ser nos termos deles. Não é o que acontece. Batman vs Superman é basicamente a resposta para O Homem de Aço. O mundo está pronto para ele? Não, pois tudo o que é diferente ou novo é visto por alguns como pavor e ódio. Bruce Wayne não odeia o Superman, apenas tem medo do que ele pode vir a se tornar.

Essa paranoia de que seremos controlados por um deus em breve é o que o afasta cada vez mais de sua humanidade. Enquanto Lex Luthor tem inveja do Superman, pois não acredita que possa existir uma figura perfeita neste mundo e se ela existe, por que não apareceu antes quando ele precisou? Ambos colocam a culpa nele por atos os quais ele não praticou: Destruir Metropolis e o abuso infantil. Por que ele não estava lá?

É exatamente o pensamento das pessoas aqui fora: “Por que ele não levou Zod para fora da cidade?” Ele até tentou, mas o Zod era um guerreiro nato. Questionamos se o Superman precisa sorrir, ou salvar alguém? Ele é incompreendido na película e na realidade. Na maioria das vezes, ele está sendo o cara que faz a coisa certa enquanto negam o poder de auto-afirmação dele. Ele é apenas acusado por aquele incidente na vila africana porque ele interferiu em assuntos políticos. Ele constantemente tenta ser o herói clássico e fazer o melhor o qual ele pode. Mas como Perry White diz: “Não estamos mais em 1938.”

É algo semelhante, se me permitem comparar, ao que Joe Kelly fez em Olho por Olho. Nesta história em quadrinhos, um grupo violento chamado a Elite surge e o mundo passa a considerar o Superman antiquado. Onde está o sonho americano? Você deve estar se perguntando. Está olhando para ele e está o machucando. Talvez não devêssemos comparar as ações de um vigilante com um protetor mundial, mas quanto aos métodos do Morcego no filme? Apenas uma pessoa, além dele, questiona. Chris Terrio e David Goyer inverteram os papeis dos personagens em O Cavaleiro das Trevas. Mas curiosamente, o Superman do filme não se assemelha ideologicamente ao Batman da HQ.

O Cruzado de Capa em BvS é a deturpação do sonho americano, enquanto Superman é o próprio. Ele é a verdade e a justiça. Batman é definitivamente oposto disso. Um, está para se tornar, enquanto outro, deixou de ser há muito tempo. Estas são as diferenças entre os dois, não apenas uma comparação superficial – a qual funciona – sobre luz e escuridão. Batman tenta matá-lo, Superman tenta conversar com ele. Ele discorda de seus atos, mas não quer lutar contra ele.

Falamos bastante sobre Superman, política, Luthor e Batman, mas esquecemos de Lois Lane. Provavelmente a segunda personagem mais importante deste universo. Justamente pelo fato dela ser a ponte entre Ka-El e Clark Kent. Lois é a responsável, não apenas por resolver a conspiração, mas por desbloquear a humanidade do Superman. Enquanto ele carrega o mundo sob as costas, ele precisa se apoiar em algo para acreditar em seus ideais: Ela.

Lane é sempre a primeira a ser salva, pois ele tem noção do que acontecerá se ele um dia perdê-la. Pode soar egoísta, mas não é. É apenas uma forma do Superman continuar a fazer o certo e não duvidar de suas escolhas. É como uma proteção. Uma chave, para ser mais exato. Por isso, ele associa o mundo a ela.

Por último, não podemos deixar de falar sobre um tema central nesta trilogia: Vida e morte. Nesses três filmes o homem brinca de deus. Em O Homem de Aço, é o conselho de Krypton e em Batman vs Superman, Lex Luthor. Ele dá vida ao Apocalipse, a criatura criada para matá-lo. A artificialidade versus a naturalidade. Mesmo tendo sido espancado, odiado, humilhado e manipulado, ele se sacrificou por este planeta. Logo após sua morte, o mundo percebeu o seu verdadeiro significado: “Se procura por um monumento, olhe ao seu redor.” Infelizmente era tarde demais.

[O texto será atualizado após o lançamento da Liga da Justiça do Zack Snyder]

 

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Primeiras Impressões | Koi wa Ameagari no You ni

Para abrir esse post, eu poderia falar que japonês é um povo estanho, mas vou deixar isso pra lá. Afinal, nada se encaixa melhor do que citar o nobre compositor e violinista brasileiro Luis Carlinhos, com a música que se popularizou na voz de Tato, vocalista do grupo Falamansa:

Experimente tomar banho de chuva
E conhecer a energia do céu
A energia dessa água sagrada
Nos abençoa da cabeça aos pés”

Baseado no mangá de Jun Mayuzuki, ganhador do 63º Shogakukan Manga Awards, serializado desde 2014 e que conta atualmente com nove volumes, “Koi wa Ameagari no You ni” (lit. “O amor é como o cessar da chuva”) é o show que iremos fazer uma análise precoce hoje. E amigos, acho que “show” é uma palavra perfeita pra isso.

Tudo, absolutamente TUDO no anime é demasiadamente pomposo, e merece o título de “show”. A premissa é o que mais chama a atenção, mas o desenvolvimento, a direção artística e as personagens não ficam para trás, formando um enorme mosaico de coisas espalhafatosas (positivamente falando) que quando juntas, acabam funcionando muito bem. Falemos de cada um desses pontos.

Quando o amor é pelo administrador do grupo

Primeiro, a premissa: Sabemos que o amor não tem barreiras; que não escolhe alguém por aparência, cor, credo ou idade; e que é responsável por muitas ações policiais envolvendo garotinhas que dizem ter 900 anos de idade, mas aparentam ter 12.
Uma garota de dezessete anos e um homem de quarenta e cinco. Esse é o tipo de história que poderia tanto ser um belo conto sobre a luta pelo triunfo do amor, como poderia ser o tipo de história que levanta diversos questionamentos sobre a integridade da mídia “anime” como um todo e geraria polêmicas reportagens no Fantástico.

Felizmente, até então, tivemos personagens extremamente racionais, tendo reações e tomando decisões também racionais, que fizeram com que a trama conseguisse se manter verossímil em seu desenvolvimento. É essa verossimilhança que me deixou tão intrigado (de novo, positivamente) com o show, por me mostrar que não importa o que o autor quiser fazer, ele tentará traçar um caminho que não ofenda a inteligência (e a ética) de ninguém.

Apesar de todos os elogios aos pontos anteriores, nenhum deles chega aos pés da qualidade de sua direção artística. Com Ayumu Watanabe no cargo-chefe, o anime consegue ser lindo e maravilhoso, sem exagerar. Nessa mesma temporada temos Violet Evergarden, que é considerado por muitos como um dos shows de TV mais bonitos da história. Pra mim? Eles exageram demais, tudo é demasiadamente detalhado, é como se eles tentassem demais fazer o negócio ficar bonito, e acaba não soando tão natural.

Já aqui, tudo é naturalmente bonito, os cortes são belos por sua simplicidade e por estarem sempre adequados ao momento. O estilo muda repentinamente, e você é pego de surpresa por isso. Ele muda, mas para algo que retrate bem a situação, e tudo flui perfeitamente. É um bagulho 5000% AESTHETICS o tempo todo. Mesmo quando não tenta ser cinematográfico, o show tem cenas bem animadas e agrada a todos os públicos.

Por fim, mas não menos importante, as personagens: Cara, o que falar dessas pessoas que eu mal conheço e já considero pacas? Todas as personagens são idiotas, mas são idiotas adoráveis. Desde a protagonista que não sabe ajustar o seu temperamento, até o gerente de meia-idade com mania de perseguição. Os secundários também brilham de uma forma incrível, com designs interessantes e personalidades que completam perfeitamente o quadro de pessoas da trama. É um elenco perfeito para uma obra que tenta pagar de hipster sem querer passar longe do palpável.

Minha única recomendação é: Dá uma chance pra esse negócio, venha de coração e mente abertas, e você não vai se arrepender de tentar. Você pode até não gostar, mas com certeza será uma experiência única. Pra mim, acho difícil alguma outra estréia bater essa, e carimbo um 8/10 para o começo dessa história que olha… Ainda tem muito chão pra andar, e muita água pra cair do céu.

O show pode ser assistido por assinantes da Amazon Prime.

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Detective Comics Quadrinhos

Ler O Jogo Mais Difícil do Mundo é como estar com a Sessão da Tarde nas mãos

Uma época onde ainda a internet não era uma coisa comum na vida de todos, ainda existiam as brincadeiras de rua, que pesquisas escolares eram feitas em livros nas bibliotecas e jogar videogame era dividir com um amigo o espaço no sofá ou rachar a hora na locadora. É assim que nos ambientamos em O Jogo Mais Difícil do Mundo. A HQ de Eduardo Ribas apresenta esse mundo tão comum na década de 90, não de forma tão explicita como Kombi 95 do Thiago Ossostortos, mas essa também não é a intenção do quadrinho. A verdadeira intenção eu vou falar mais abaixo.

 

Na trama o trio de amigos: Joaquim, Ana e JC se metem em uma aposta com Luizinho, o moleque mais mimado e mala do bairro. A aposta consistia em disputar uma partida do jogo mais difícil que tinha na locadora, mas acontece que Luizinho é super-viciado no tal game, e é um dos maiores pontuadores do mesmo. Mas o que o mimado não sabe é que o trio conhece a lenda das Pedras dos Navegadores, artefatos que uma vez unidos podem conceder um desejo para o seu portador. Então, Joaquim, Ana, JC e Gordo (o fofo cachorro de Joaquim), começam a perigosa saga de encontrar as tais pedras. Elas se encontram nas ruínas que estão perto de sua cidade.

 

A arte de O Jogo Mais Difícil do Mundo que Eduardo Ribas faz é uma mistura de mangá com um estilo cartunesco que sempre faz questão de lembrar que temos um produto divertido e colorido em mãos. Com páginas duplas, quadrinhos exagerados que parecem que vão saltar das páginas, o visual da HQ fluí bem dentro da proposta. Mas ao mesmo tempo, o visual colorido típico de um desenho da Cartoon Network, não esconde que a trama é recheada de perigos reais para os personagens, lembrando ao leitor que a história tem sim seu nexo sério.

A maior satisfação de ler O Jogo Mais Difícil do Mundo é o prazer de ler algo leve. Parece que estamos com um filme gostoso da Sessão da Tarde nas mãos. Muitos momentos, é impossível não lembrar de produções como Os Goonies, Conta Comigo, Indiana Jones e Uma Noite de Aventuras. E como nesses filmes, a diversão e aventura rola solta, até que chega um momento que a trama fica séria. E na HQ não é diferente. Algo que nenhum leitor no decorrer da história pensa que vai acontecer.

Divertir. Essa é a intenção da HQ. Com uma aventura de caça ao tesouro tão habituais nas produções Hollywoodianas da década de 80. Em tempos em que as produções estão complexas, com viradas mirabolantes, algo vem “simples” que funciona muito bem, conquista fácil o leitor, que fica ávido para concluir a leitura e chegar logo ao seu final, que deixa um gostinho de quero mais.

O Jogo Mais Difícil do Mundo é uma divertida HQ que vai te fazer lembrar daquele prazer de ler algo com gostinho de infância. Principalmente para quem viveu os anos 80 e 90. É um acerto de mão cheia do Eduardo Ribas.

 

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Detective Comics

Multiplicidade: Quando o Superman conhece a Liga da Justiça Encarnada

O Renascimento do Superman resgatou tudo o que o herói representava: Verdade, justiça e esperança. Peter Tomasi e Patrick Gleason estão escrevendo o título mais divertido da iniciativa até hoje. Além de uma estrutura simples, a revista lida com questões complexas como: o herói não pertencer a cronologia. Essa questão começa a ganhar mais transparência em Multiplicidade, uma história que envolve o incrível Multiverso de Grant Morrison. 

 

Esse é um grande desafio para dupla. Depois de Multiversity, ninguém teve coragem de utilizar os conceitos da obra e a Liga da Justiça Encarnada. Todo cuidado é pouco. Tomasi e Gleason explicam conceitos complexos com muita simplicidade. Os diálogos expositivos contextualizam perfeitamente a obra do escocês aos novos leitores. Quando eles não explicam, então os artistas mostram com clareza. O encontro entre o Homem de Aço e a equipe de heróis protetora de universos é simplesmente épico. Multiplicidade traz boas e divertidas interações entre personagens desconhecidos. 

O roteiro também cria novos personagens como o vilão Profecia e seus seguidores chamados Coletores. O vilão não é tão bem desenvolvido, mas apresenta motivações extremamente plausíveis e pode ser bem aproveitado no futuro. O grande problema aqui é o tempo. O arco dura apenas 3 edições. Isso não é o suficiente para justificar algumas decisões durante o ato final. Tomasi e Gleason tomam algumas decisões as quais com certeza afetarão o rumo de Multiversity Too. Morrison será obrigado a reescrever o roteiro de novo (coitado).

Assim como Multiversity, Multiplicidade leva bem a sério o significado do seu nome. A história conta com múltiplos artistas: Ivan Reis, Ed Benes, Jorge Jimenez, Clay Mann e Tony Daniel. Cada um traz seu estilo único para essa aventura. A arte destoa, mas nunca perde a qualidade. Além disso, eles tiveram a responsabilidade de definir o visual de algumas terras nunca vistas.

Multiplicidade foi publicado entre as edições 8 e 9 da revista mensal do Superman pela editora Panini. É uma divertida história para aqueles que assim como eu, gostariam de rever o que Morrison criou, nas mãos de outro roteirista. Tomasi e Gleason seguem com o mistério cronológico do Superman enquanto se divertem bastante escrevendo esse título extremamente descompromissado. Não é perfeita, mas está muito longe de ser uma história ruim. 

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Gameplay Games

Review | Monster Hunter: World

Monster Hunter: World foi idealizado com grande dedicação da Capcom. Tentando tornar o jogo mais acolhedor para novos jogadores, inclusive no Ocidente, enquanto deveria manter o padrão de qualidade para a base de fãs já vasta e dedicada. Um jogo cheio de variedade, profundidade, e desafios.

Desde muito tempo, romances e filmes retratam a descoberta do desconhecido, como Jurassic Park, Viagem Ao Centro da Terra. E essa mesma ânsia é o que te move em Monster Hunter: World. Explorar um continente esquecido, com megafauna selvagem e não classificada, detectar, capturar ou matar seres desconhecidos. É também, indiscutivelmente, uma oportunidade única de sobreviver em um local completamente inexplorável anteriormente.

Para os fãs de Dark Souls, Nioh e de outros jogos que desafiam suas habilidades, o cartão de visita é sua gameplay complexa. Para ser o caçador mais eficaz da Quinta Frota, você deve compreender todas as minúcias, cada arma, item, peça de armadura, ataque e habilidade, enquanto você pesquisa este Novo Mundo, esperando aprender sobre tudo que o cerca e entender por que os monstros dentro dele se comportam da maneira um tanto quanto curiosa.

E não se engane, achando que essas são as únicas coisas com que se preocupar em aprender em Monster Hunter: World. Há centenas de coisas para aprender, cada uma com diferentes estatísticas anexadas que você pode apreciar e comparar. Isso pode parecer intimidador no começo, mas o jogo faz um trabalho brilhante de flexibilizar os jogadores em seus sistemas de gameplay. Grande parte dessa complexidade não está nas primeiras horas do jogo, deixando-o livre para caçar os incríveis monstros do mundo em seus belos ambientes, sem se preocupar com os detalhes.

Os jogadores do PS4 Pro e Xbox One X tem um motivo a mais pra embarcarem nessa jornada pelo desconhecido. Ambos possuem opções gráficas adicionais. Você pode escolher priorizar imagens, taxa de quadros ou resolução, dependendo da sua preferência. Você pode escolher entre ter um ambiente mais exuberante, um desempenho mais estável ou os visuais mais nítidos.

A abertura de poucas horas de Monster Hunter: World, trás pequenos tutoriais que introduzem a área e a mecânica do jogo. A entrega de informação durante a primeira hora de gameplay é tão estimulante que quase se aprende por osmose. Obvio que muitas informações passarão despercebidas, dado a quantidade de coisas a compreender, mas você aprenderá ao longo do caminho, sem nenhuma dificuldade extrema.

É uma ótima oportunidade para os recém-chegados aprenderem por si mesmos. Para os especialistas, as informação ainda está disponível, mas só se torna essencial mais tarde, quando os monstros se tornam uma verdadeira ameaça e você deve se tornar mais estratégico em suas caças. Nesse momento, você ficará tão imerso no mundo de Monster Hunter, que utilizará de todo o conhecimento adquirido sem pensar, independentemente do seu nível de habilidade.

O combate é tão divertido e gratificante, que vai ser um dos pontos mais bem comentados daqui a alguns anos, dificilmente envelhecerá. O combate com cada monstro é variado, e cada batalha será diferente da última. Graças aos vibrantes ecossistemas do mundo, você nunca sabe exatamente o que está por vir. O combate é a jóia de toda a gameplay. Ao contrário de muitos outros RPG, o rank e nivelamento não está vinculado ao seu personagem. Em vez disso, você melhora matando mais monstros, saqueando suas carcaças. Isso, por sua vez, permite que você construa armas e armaduras mais fortes, melhorando a defesa e o ataque contra os animais maiores.

Ou seja, haverá momentos em que você encontrará monstros tão formidáveis, tão gigantescos que será impossível vencê-los. Então o mais sensato a se fazer é retornar para locais já explorados, continuar a caça contra inimigos menores para adquirir mais materiais e melhorar seu arsenal. E caso, mesmo com um inventário vasto, você sinta dificuldade em desafiar os tais monstros grandiosos, você pode se unir com outros três jogadores e trabalhar juntos, embora executar essa ação de união seja um pouco complicada às vezes.

VEREDITO:

Monster Hunter: World não segue um caminho diferente, ele mantém a fórmula que funcionou por muito tempo. O que ele faz é tornar a série mais convidativa. Uma integração quase perfeita entre sistemas de combate que antes eram incompreensíveis para os amadores. Desde que o título foi anunciado pela primeira vez no ano passado, ficou claro que a Capcom estava tentando algo mais elaborado que seu antecessor. E foi o que conseguiu.

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Serial-Nerd

Torre indica | Séries para assistir durante o carnaval

Hey! Você mesmo! Se a curiosidade o te fez vim aqui é porque pretende passar boa parte da folia em casa, acertei? Caso a resposta seja sim, fiz uma modesta lista de séries veteranas e novatas para todos aproveitarem esta semana de recesso.

Dark

Se você é adepto à história envolvendo viagens no tempo, esta aqui é uma boa pedida. Dark é a primeira produção alemã da Netflix e conta a história de quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade. Suas vidas pacatas são completamente atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros das suas famílias começam a ser desvendados. A segunda temporada já foi confirmada, mas sem data de lançamento.

9-1-1

Tendo Ryan Murphy (Glee, American Horror Story, American Crime Story e Scream Queens) como criador, a série novata mostra a dura rotina de bombeiros, policiais e os operadores por trás deste número (9-1-1) para resgatarem todas as vítimas com vida. Angela Bassett (Pantera Negra e Missão: Impossível – Efeito Fallout) e Peter Krause (Six Feet Under) integram o elenco. Com poucos episódios exibidos, já demonstrou bastante fôlego para deixar o telespectador se contorcendo na cadeira ou sofá com as histórias.

Peaky Blinders

A trama mostra a Grã-Bretanha de 1919, onde uma cruel gangue prospera no rescaldo da Grande Guerra, com o aumento do comércio ilegal de armas e de atividades do submundo do crime. Tom Hardy e Cillian Murphy integram o elenco. Ela é exibida pelo canal BBC Two desde 12 de setembro de 2013 e já foi renovada para a quinta temporada.

Glacé

Para quem gosta de suspense, esta pode ser uma escolha boa. A sinopse diz: Uma terrível descoberta sobre um mistério escondido há anos muda os rumos de uma pacata cidade francesa. Quando outros segredos começam a vir à tona, o comandante Martin Servaz (Charles Berling) inicia uma investigação sobre esses eventos, o que se revelará muito mais sombrio e perturbador do que ele mesmo possa imaginar.

Altered Carbon

A recente produção da Netflix mostra o futuro, onde a sociedade se acostumou à prática da troca de corpos. Após armazenar a consciência de uma pessoa, ela pode ser transferida a outra capa, podendo viver várias vidas. O mercenário Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman) acorda após 250 anos em outro corpo. Além de se adaptar a esta situação e à nova sociedade, ele é contratado por um homem riquíssimo para descobrir o autor de seu próprio assassinato.

Star Trek: Discovery

Essa é uma das produções mais comentadas atualmente e se você ainda não assistiu, a hora é essa. A história mostra que após um século de isolamento, a Federação e o Império Klingon entram em guerra, e as ações de uma oficial da Frota Estelar estão no centro do conflito.

Doctor Who

O Doutor é um Senhor do Tempo – um alien de um planeta distante chamado Gallifrey, que tem dois corações e aproximadamente 900 anos. Em sua nave espacial, a TARDIS, ele atravessa as barreiras do espaço-tempo lutando contra inimigos e criando aventuras com seus companheiros, que sempre escolhe para viajar junto. Quando ele está prestes a morrer, se regenera e renasce em outro corpo inteiramente novo.

Twin Peaks

Mark Frost e David Lynch criaram um mundo bastante peculiar, que mesmo depois de anos de sua estreia em 1990, serve como referência para algumas produções televisivas e cinematográficas. Ela consiste de duas temporadas e um filme dividido em duas partes, servindo de prequel para a trama da série. No final do ano passado, aconteceu o grande revival e trazendo nostalgia para quem acompanhou o show da Showtime.

Black Lightning

A mais nova produção da CW destaca Jefferson Pierce é um pai de família que precisa voltar a atuar como o justiceiro Black Lightning (Raio Negro) quando a violência de gangues ameaça o futuro de sua comunidade e sua filha se torna obcecada com a execução da justiça. Ele precisa agir com cuidado, entretanto, pois a polícia está á sua procura.

Black Sails

Ambientada vinte anos antes dos eventos que se sucedem no livro Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, acompanha as aventuras do Capitão Flint (Toby Stephens) e sua tripulação. Os ataques brutais e os saques cometidos pelos marujos quase provocam a sua extinção, e Flint procura refúgio na ilha de New Providence, uma espécie de paraíso pirata definido tanto por seus ideais iluministas quanto pela assombrosa brutalidade. Em sua jornada, o Capitão acaba ganhando um jovem e falante agregado para sua equipe: um certo John Silver (Luke Arnold).

Sopranos

Chefe da máfia e pai de família, Tony Soprano (James Gandolfini) começa a ter ataques de pânico e decide procurar a ajuda de uma profissional, Dra. Jennifer Melfi (Lorraine Bracco). Ele discute sua intimidade e a vida no crime, revelando o desconforto da mulher, Carmela Soprano (Edie Falco), com as suas atividades profissionais. Enquanto tenta proteger os filhos, Meadow (Jamie-Lynn Sigler) e Anthony Junior (Robert Iler), o mafioso irá enfrentar uma investigação federal e a possível traição de um membro da família.

The Wire

Um grupo de policiais liderados pelos detetives Jimmy McNulty (Dominic West), Bunk Moreland (Wendell Pierce) e Kima Greggs (Sonja Sohn), sob o comando do tenente Cedirc Daniels (Lance Reddick) tenta combater o mundo do tráfico em Baltimore, liderado pelo perigoso Stringer Bell (Idris Elba). Eles têm como principal arma no combate: as escutas telefônicas.

Black Mirror

Isso é tão Black Mirror! Se você ainda não ouviu/leu essa frase, é melhor sair dessa caverna, meu jovem. Anteriormente da BBC e atualmente sendo da Netflix, a série explora de todos os jeitos como a tecnologia afeta as nossas vidas e de todos ao nosso redor, chegando até a modificar a sociedade. As quatro temporadas estão disponíveis no canal de streaming. Vá logo assistir para perceber que tudo isso é tão Black Mirror.

Mindhunter

Opa, mais uma da senhorita Netflix e com razão merece um espacinho na lista. Mindhunter conta a história de Holden Ford (Jonathan Gross) e Bill Tench (Hold McCallany), dois agentes do FBI que possuem um plano ambicioso em mente: desenvolver a primeira pesquisa nos EUA sobre a mente dos assassinos. Para isso, eles precisam ganhar a confiança dos detentos e superar uma série de desafios. A primeira temporada possui um ritmo lento, porém agradável. É interessante entender os crimes sob as óticas dos detentos e como os personagens principais são afetados ao serem inseridos nesse trabalho bastante pesado.

A lista chegou ao fim, vigilantes. Agora é preparar a pipoca e o refrigerante para iniciar o Bloco dos Seriadores na avenida mais perto de sua residência.

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The Cloverfield Paradox: Seria a Partícula de Deus a resposta para tudo isso?

Cloverfield é uma franquia que sempre gostou de surpreender e entregar várias surpresas ao seu telespectador, surpreendendo o seu público do inicio ao fim. Entretanto, isso não se resume apenas nas histórias de seus filmea, mas também, em seu excelente e glorioso marketing.

Como já era de se esperar, as coisas não foram nada diferentes em relação ao terceiro filme. The Cloverfield Paradox, que já tinha sido anunciado há cerca de um ano com o subtítulo de The God Particle (A Partícula de Deus), teve ontem (04/02/2018) o seu primeiro trailer disponibilizado durante o Super Bowl (National Football League, campeonato que define o campeão da liga da temporada de 2017), e de surpresa, tivemos a revelação, que o longa estrearia hoje (05/02/2018) na Netflix.

Na trama, um grupo de astronautas testemunha o desaparecimento do planeta Terra após um acidente envolvendo um acelerador de partículas. Após algum tempo, eles descobrem que foram parar em um universo paralelo.  É aí que os problemas começam.

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Após dez anos de lançamento da primeira película e quase dois anos em relação a estreia de Rua Cloverfield, 10Paradox veio com a proposta de responder todos os enigmas deixados pelos outros dois longas. Apesar de recompensar o seu público com algumas respostas, ele deixa outras dúvidas no ar, um prato cheio para os fãs de teorias.

Sua história é a mais louca de toda a trilogia, e que segue um rumo mais direcionado para o sci-fi, mas claro, sem perder a sua famosa identidade. Mesmo se aproximando de longas-metragens também situados no espaço, alguns pequenos atos são repletos de mesmices e pequenas linguagens repetitivas, dando a sensação que em certas partes algumas coisas já foram vistas, lembrando um pouco filmes como: Vida, Interestelar, Passageiros e Alien. Talvez seja um dos pontos mais negativos do filme.

Em compensação, as atuações do esplêndido elenco está mais do que ótima. Os personagens entregam uma ótima mescla de sentimentos, dando a sensação de veracidade, além é claro, do clima claustrofóbico de estar há tanto tempo no espaço. 

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O drama é quem prevalece o tempo todo em sua atmosfera de ficção. É interessante mencionar que The Cloverfield Paradox possui dois momentos distintos. No vazio do espaço, o diretor Julius Onah, muitas cores, exaltando a beleza do espaço, lembrando um pouco, o estilo de filmagem de Hang The DJ (para mais informações, clique aqui), um dos principais episódios da quarta temporada de Black Mirror. Já nas perspectivas vistas pelo marido da personagem da atriz Gugu Mbatha-Raw, que está em nosso planeta, a paleta caminha para um lado mais sombrio e sujo, dando aquele clima de medo real que mais de oito bilhões de pessoas estão tendo com a atual situação.

Sua trilha sonora não é a das mais agradáveis, o que é um ponto positivo. Você sente a tensão no ar a todo momento.

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Tudo acaba fazendo sentido no final, explodindo a sua cabeça e fazendo você querer mais de tudo isso que o produtor J. J. Abrams construiu. Temos algo mais palpável agora para estabelecer algumas respostas para os 2 filmes anteriores.

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Em Outubro desse ano, será lançado Cloverfield Overlord (título provisório)que está prometendo ser o filme mais diferenciado da franquia. Na história, um grupo de paraquedistas americanos aterrissam em  um território alemão na véspera do dia D. O que eles não contavam, é que a linha de combate dos inimigos, está infestada de bizarrices e de experimentos sobrenaturais.

O ano está apenas começando, mas sem dúvidas, The Cloverfield Paradox é uma das maiores e mais surpreendentes surpresas de 2018, cumprindo a sua promessa de agradar os amantes da sétima arte que adoram um bom filme de terror ”diferenciado”. Pare tudo o que você estiver fazendo, ligue agora o seu computador, celular ou TV e vá direto assistir. 

Espero que tenha gostado, até a próxima. E cuidado ao mexer com um acelerador de partículas.

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Os segredos de um amor sensível de Me Chame Pelo Seu Nome

Perfeição, admiração, sutileza e sofrimento são as quatro principais características que melhor descrevem o filme Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name) do diretor italiano Luca Guadagnino. O drama contemporâneo está concorrendo a quatro indicações no Oscar, que são: Melhor Ator, Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original, e sendo sincero, não será difícil para o longa levar para a casa ao menos duas estatuetas, já que a trama consegue criar um laço com o seu telespectador, ou seja, consegue transmitir com facilidade os sentimentos dos personagens ao decorrer de sua trajetória um tanto quanto parada e necessária.

Na trama, nós conhecemos um rapaz de 17 anos chamado Elio, que enfrenta suas férias de forma apática na casa de seus pais na Itália. Mas, tudo muda com a chegada de Oliver, um acadêmico que veio passar cerca de dois meses na casa da família para ajudar o patriarca com a sua pesquisa.

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Como a  excelente canção original diz: ”Eu te amei pela última vez, É um vídeo? É um vídeo?” É exatamente o que o filme retrata quando a atração de Elio pelo Oliver é descoberta, que mesmo tendo dificuldades para se assumir para os seus pais, amigos e outras pessoas que tem uma relação afetiva com a família, o personagem vivido por Timothée Chalamet se poupa de seguir uma linha de raciocínio mais comum e chata, indo para o lado mais natural da situação, que, apesar de perceber desde o início a opção sexual do personagem, tudo é tratado de uma forma mais leve e em alguns casos, mais realistas.

É perceptível que Guadagnino dirigiu um projeto cinematográfico para premiações e não para ser exibida em salas de cinemas comuns. Isso fica claro com a sua fotografia um pouco quanto sem foco, que lembra bastante as técnicas de filmagens usadas na década de 70 à 90. Outro fator que dá indicio de algo mais contemporâneo, é a sua história longa e arrastada, que em certos momentos, lembra a narrativa de um livro de romance dramático, tando que faz com quem estiver o assistindo, deseje que tudo aquilo acabe logo e que parta para outra. Mas é claro, tudo feito de uma maneira proposital.

Só que no segundo ato em diante, é que tem-se uma mudança drástica no cenário e ambientação, mas, antes disso, tudo é apresentado no ponto de vista de apenas uma cidade com diferentes lugares, onde os personagens gostam de passar as suas férias e até mesmo relaxar.

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O jeito como o drama e a tristeza são tratados aqui, é muito mais que uma simples experiência cinematográfica, provando que é possível sentir melancolia e mal-estar sem fazer grandes cenas marcantes, demonstrando assim, os fatores apenas por simples e subjetivos olhares. O amor do protagonista pelo personagem secundário do excelente Armie Hammer é desenvolvido com mais calma e sutileza, se diferenciando dos famosos filmes de romance onde os dois personagens principais já demostram compaixão um pelo outro logo em seu epílogo.

Apesar de não ter uma marcante trilha sonora, as Mystery of Love  e Visions Of Gideon, ambas compostas pelo músico Sufjan Stevens, criam uma ambientação mais melosa e  harmônica  em situações mais tensas e fortemente marcantes. Pode-se dizer o mesmo dos clássicos dos anos 80, que são tocados em situações mais descontraídas e alegres.  

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Me Chame Pelo Seu Nome não é uma simples história de amor que foi adaptada através de um livro do mesmo nome. Não! Ele é mais do que isso, pois conta os segredos  de um amor sensível através de um ponto de vista menos clínico e mais humano possível. Após o seu desfecho, permanece na mente de quem assistiu e consegue de forma pontual te fazer pensar e refletir em suas pequenas ações afetivas com outra pessoa. Pode ficar tranquilo, pois isso será usado para o bem e não para o mal.

Espero que tenha gostado, até a próxima e bendito seja os mistérios do amor.

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Your Name é um filme deslumbrante sobre o encontro de duas almas gêmeas

Você acredita no amor ou que um dia, por ventura, duas almas gêmeas possam se encontrar e viverem felizes para todo o sempre? Bem, caso a sua resposta for não, Your Name (Kimi No Na Wa no original) te fará acreditar até o seu final, que a chama da paixão é nada mais nada menos, que dois fios entrelaçados nesse destino chamado vida. Já, se a sua resposta for sim, coloque os seus fones de ouvidos, escolha a sua melhor música e me acompanhe até o fim.

Desde que me conheço por gente, sempre amei a cultura japonesa e suas filosofias, mas, nunca fui de ficar divulgando o tal fato para as pessoas, principalmente quando se trata de um garoto de apenas 17 anos, que o único anime que ele viu até o final foi Death Note e One Punch Man, e mais nenhum. Porém, ao ver várias críticas e comentários de conhecidos a respeito de Your Name nesse vasto universo paralelo chamado internet, tenho que admitir que a minha atenção para as animações japonesas que eram quase nula, se transformaram em algo que nem eu mesmo consigo explicar, já que o filme prende o seu telespectador antes mesmo do espectador dar o play.

Mitsuha mora em uma pequena cidade no Japão e seu maior desejo é se mudar para Tókio com o objetivo de ganhar a vida. Já Taki, é um jovem rapaz que seu maior sonho é ser um arquiteto de sucesso. Entretanto, em um belo dia, a vida dos dois jovens acabam se entrelaçando, causando uma bela ”confusão” que em seu epílogo, acaba sendo a coisa mais maravilhosa que já aconteceu na vida deles

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Kimi No Na Wa, é vendido de maneira proposital como um drama que te fará chorar do início ao fim, sem precedentes. Isso precisamente, não deixa de ser uma verdade, mas o diretor Makoto Shinkai insere uma paleta de gêneros que acaba se fundindo com romance meloso da película, tendo como resultado, uma nova cor totalmente chamativa e linda.

Your Name, começa mais como uma comédia do que uma história de relacionamento propriamente dito. Temas comuns da adolescência como: puberdade, curiosidade a respeito de seu próprio corpo e dentre outros, é tratado com uma fórmula mais ”casual” e simples, tirando ótimas e boas gargalhadas de quem estiver assistindo. Problemas de relacionamentos também são trabalhados com mais sutilezas e menos ambiguidades, que mesmo sendo algo mais puxado pelo o lado da mesmice, é fácil se identificar com os seus dizeres e tais atitudes dos personagens.

Já a sua parte mais triste e melancólica, demora um pouco mais para dar as caras, entretanto, quando os fatores finalmente aparecem de uma maneira mais discreta que o normal, aí sim, temos uma mescla de drama e romance, que apesar de ser considerado algo clichê e piegas, é tratado com mais originalidade e sutileza que o comum. Como por exemplo, o relacionamento de Mitsuha com seu pai, que mesmo tendo como foco uma história de amor entre dois jovens, o anime acaba explorando o outro lado da moeda, mesmo que seja de relance.

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Agora indo para o lado mais técnico da coisa, se você odeia músicas japonesas por acharem elas ”chatas” demais, seu ódio sumirá instantaneamente quando a película for iniciada. Com traços originais e comuns do oriente, sua trilha sonora mistura elementos de filmes renomados (como Interestellar, por exemplo) com algo mais natural e original, lembrando em algumas ocasiões, a música Sad Machine, do DJ Porter Robinson (para mais informações, clique aqui). Contudo, quem assiste ao filme, tem em mãos uma trilha sonora totalmente tocante e emocionante, que adentrará em seu coração e te fará chorar  no momento que os sonetos forem até os seus ouvidos.

Já, a direção de arte de Kimi No Na Wa, é simplesmente fantástica, no qual  conta com movimentos mais delicados e menos ”brutos”, algo que é bem comum dos animes. As paletas de cores que abusam mais de tons claros e suaves, mais precisamente, de gamas como: roxo, azul, vermelho e branco. Pode-se dizer que então, tem-se uma obra de arte sendo transmitida ao telespectador.

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Tenho que admitir que foi um pouco difícil fazer essa coluna em forma de crítica sem dar nenhum spoiler, dando inúmeros argumentos para que você se jogue de corpo e alma na animação, portando, é muito importante que você vá conferir ao filme com a sua cabeça limpa e em paz.

O tema, já foi abordado em diversos outros filmes, que mesmo sendo algo comum de se ver em mega produções, ,ele é contado a partir de um ponto de vista mais humano e realista, mesmo tendo uma bolha envolta de sua ficção não tanto superficial.

Mesmo sem querer, Your Name transmite uma mensagem de persistência e força ao seu espectador, que mesmo em horas, dias, semanas, meses e até anos difíceis, é importante que você nunca se deixe entregar para aquilo que lhe faz mal e te deixa pra baixo, mas pelo ao contrário, você deve se jogar nos braços do destino e sempre deve manter a cabeça erguida em situações não muito boas.

Eu tenho que te admitir que quando eu terminei a animação e desliguei a minha TV, eu não conseguia pensar em mais mais nada, a não ser em coisas boas e que um dia, eu serei feliz ao lado da minha ”alma gêmea”. Bom, depois que você leu essa coluna, apenas quero que você curta o momento e aproveite a sua vida ao máximo, pois um dia dois meteoros irão fazer com que o seu destino se entrelace com o de outra pessoa.

Então é isso, espero que tenha gostado, até a próxima e se for realmente possível voltar no tempo, que segundas chances sejam feitas.

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Detective Comics

Eu Sou Suicida: “A escolha de um garoto. Para morrer.”

Em um dia normal como esse, Tom King tomou uma decisão polêmica: Dizer que Bruce Wayne já tentou suicídio. Esse fato deixou muitos fãs do Homem-Morcego divididos, pois talvez o roteirista estivesse passando dos limites. Entretanto, toda a ousadia é justificada em Eu Sou Suicida. Uma das histórias mais importantes do personagem nos últimos tempos. Na trama, Batman precisa resgatar o Pirata Psíquico para ajudar Gotham Girl. Para isso, o Morcego reunirá um time de vilões desconhecidos para invadir Santa Prisca, a nação de Bane. Nesta equipe temos: Tigre de Bronze, Pierrô, Colombina, Ventríloquo e Mulher-Gato

Em Eu Sou Gotham, o careca já provava escrever bem o personagem com um bom toque de ironia e exagero, tal como Grant Morrison alguns anos antes o escreveu. Agora, ele se distancia do estilo do escocês e explora a mente de Bruce Wayne. O Batman de King é frágil e não superou a morte dos pais, tal como outras versões do personagem. Entretanto, ele tem um fator a mais: O fator suicida. O seu Bruce é o mais frágil nesses 80 anos de existência na ficção. O roteirista compara o ato de vestir o manto do Morcego ao suicídio. “É a escolha de um garoto. Para morrer.” como Wayne diz durante a narrativa. Tudo isso através de uma carta. E aí entra outro fator essencial para a história: Selina Kyle

Ele fez o que poucos tiveram coragem. Aprofundar a relação entre a Mulher-Gato e o Batman. Não são apenas beijos em cima dos prédios, são duas pessoas sofrendo. A carta dela se complementa com a dele. King cria o romance perfeito. O Morcego precisa da Gata e vice versa. É um dos momentos mais tocantes e sensíveis da história do Cruzado de Capa. É claro que o roteirista não se foca apenas nos dois, ele também lida com o seu “Esquadrão Suicida”. Ele faz isso magistralmente. Todos os membros tem uma função na história, que cedo ou tarde, é revelada e surpreende o leitor. O destaque vai para o uso do Ventríloquo. A abordagem usada para esse vilão desconhecido é icônica. 

Outro destaque vai para Mikel Janín. Provavelmente o melhor artista do título até então. Os desenhos de Janín ao lado das cores de June Chung beiram a perfeição. É uma mistura de 2D com 3D muito eficiente e atraente. O jeito como a arte brinca com os layouts e os enquadramentos é genial. Passar as páginas e continuar a leitura é uma tarefa difícil. Os desenhos são muito bonitos e repleto de detalhes. É uma verdadeira aula de narrativa gráfica.

O arco também discute sobre alguns temas como a dependência das drogas. O personagem utilizado para representar isso é o Bane. O personagem é dependente do veneno para sua felicidade. É uma abordagem trágica e interessante. Essa dramaticidade se entrelaçará com a tragédia de Wayne em Eu Sou Bane, o próximo grande arco da revista. Por aqui, a história foi publicada entre as edições 6 à 8 da mensal do Morcego pela editora Panini. Eu Sou Suicida é a parte mais tocante da trilogia planejada por King. Adiciona camadas ao personagem enquanto desenvolve uma divertida e excelente história de assalto. O Batman não poderia estar em melhores mãos.