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Helldang e seu trash horror rock do demônio

“Satanás vive pancado… Bebendo whisky, fumando cigarro…”
(Gangrena Gasosa).

Nem com todos esses anos de Siga Bem Caminhoneiro, Sula Miranda rodando as estradas, Roberto Carlos cantando sobre boleias foram capazes de chegarem à estrada maldita que Tião dirige em Helldang. A HQ independente de Airton Marinho e Samuel Sajo. E quando eu falo maldita, é maldita mesmo.

A HQ conta a história de uma banda, que cujo nome é o título da HQ, sem sucesso, que resolve fazer um pacto com alguma entidade do inferno para chegar ao tão sonhado estrelato. Para isso, eles entram em contato com Tião, um demônio caminhoneiro, que será o guia para o ritual satânico. Mas algo dá extremamente errado.

“What is this that stands before me? Figure in black which points at me. Turn around quick, and start to run. Find out I’m the chosen one.” (Black Sabbath)

Helldang é uma HQ trash e de humor negro. Ela tem umas pitadas de criticas sobre o que as pessoas são capazes de fazer para chegar a famigerada fama. Até onde possam descer. No caso da HQ, até o inferno. O foco da banda miserável é chegar ao sucesso, e justamente fazer uma transmissão no Youtube do ritual é a ideia genial. E estúpida.

Airton Marinho já caminha pelos lados do terror já tem um tempo. Ele participou da coletânea O Rei Amarelo em Quadrinhos da Editora Draco na história Maldita Rotina, e em Helldang o mais legal é o absurdo que é colocado nas páginas. Algo como: “CARALHO! Que merda que os caras arrumaram!”. A trama é bem linear, e apesar de ocorrer poucas surpresas, ela é muito divertida, para quem curte o estilo. Lendo a HQ lembrei do extinto Cine Trash da Band, que era apresentado por Zé do Caixão na década de 90. Alias, Helldang seria um filme do José Mojica faria com certeza.

Visualmente, os desenhos são bem legais. Samuel Sajo dá um banho nas paginas. O mais incrível é como os traços mudam conforme a trama vai se desenrolando. Nas cenas de “calmaria”, a arte é comum, bem tranquila de ser ver. Mas quando o encapetamento no roteiro acontece… decapitações, demônios monstruosos e serpentes do inferno agigantam nas páginas. O que dá bastante vida à HQ. E por ela ser em preto e branco, o charme é maior. E o impacto também.

“Mas se essa assinatura é sua, a sua alma impura agora vem pra mim” (Matanza).

Mas nem tudo são flores em Helldang, o maior problema é ela ser curtinha. Fica aquele gostinho de quero mais. Mas entendo que uma HQ de forma independente, e com um preço que é bastante acessível para todos, ela também está no tamanho certo. Mas algumas trombetas infernais estão anunciando a continuação no futuro…

Helldang tem formato 17 x 24 cm, capa cartonada, papel couchê e 24 páginas. Para poder adquirir seu exemplar, acesse a página da HQ clicando AQUI.

 

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As primeiras cavalgadas promissoras de Destination

“Só não gosto de confusão quando estou tomando meu Brandy”

O cenário do quadrinho nacional tem nos presenteado com diversas excelentes produções dos mais variados temas; e o Velho Oeste não tem ficado para trás. Produções como Abutres (Julio Magah e Eduardo Vetillo), Gatilho (Pedro Mauro e Carlos Estefan), Saint Alamo – Balas não sentem culpa (Jonathan Nunes e Rafael Conte) e Balas Contadas (Hiram Miller) são maravilhosos exemplos publicados recentemente.

O cyberpunk também é um estilo que sempre se fez presente. Ultimamente, a Editora Draco publicou Cangaço Overdrive (Zé Wellington, Walter Geovani e Luiz Carlos B. Freitas) e a coletânea Periferia Cyberpunk abordando esse vasto mundo.

Mas e se juntássemos os dois?

Nós temos DestiNatioN.

Lançado oficialmente durante o FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos, DestiNatioN se tornou uma das maiores novidades da feira. Misturando os dois gêneros, a HQ escrita por Alessio Esteves, e com desenhos de Lobo Loss, apresenta um mercenário em busca de vingança, uma religiosa aplacando sua ira por meio da fé e um jovem que só quer conhecer seu ídolo. Ao longo de quatro histórias no melhor estilo pé na porta, soco na cara, o universo de DestiNatioN é introduzido.

“Hora de cair no mal. É o country hardcore funeral!”

O primeiro volume de DestiNatioN é basicamente uma introdução. Em cada história que meio que se interligam, mas ao mesmo tempo são arcos fechados, os mistérios que envolvem os personagens afloram nas páginas e colocam várias pulgas atrás das nossas orelhas. Isso sem contar naqueles que estão começando a terem as suas histórias contadas, deixando a sensação de “ainda vamos ver esse cara de novo” na mente.

A ambientação de DestiNatioN, com seu tom de cor e suas histórias com saloons, prostitutas, brigas e tiros, transporta o leitor para dentro da HQ e, muitas vezes, parece que estamos segurando as músicas da banda Matanza. Aliás em alguns momentos os traços lembram do guitarrista Donida, um dos membros fundadores da banda de country-core.

A arte de Lobo Loss, juntamente com o acertado tom de sépia, ajuda a transportar o leitor para o cenário árido do deserto, aumentando o clima e envolvendo visualmente com as situações e personagens. Algumas outras cores mais fortes aparecem no decorrer das páginas, como o verde nos olhos ou no sangue dos Aracnoides. Igualmente o que acontece com o vermelho, no sangue que explode nas páginas ou nos olhos das maquinas.

Apesar de ser abertamente considerada um cyberpunk, em DestiNatioN, muitas das maquinas, ou membros mecânicos, passam despercebido. Agindo como parte do cenário ou nos movimentos dos personagens. É uma HQ de faroeste com pitadas tecnológicas. Esse é um dos grandes baratos de DestiNatioN, tem a essência da tecnologia futurista, mas que não atrapalha o western. Isso é um dos grandes charmes da HQ.

Outra boa sacada, que nos deixa íntimos em DestiNatioN, são as propagandas de época entre uma história e outra. Cigarros, sabonetes, bebidas, tudo como cartazes dos primórdios do marketing e além, é claro, as capas internas que homenageiam grandes nomes dos quadrinhos mundiais usando referencia de Piada Mortal, Wolverine, entre outras.

“Eu espero que você entenda bem, eu não gosto de ninguém.”

Os personagens apresentados em DestiNatioN são carismáticos, até mesmo aqueles que tomam tiros na cabeça ou na mão. O destaque com certeza é Jeff Van Cypher, um forte candidato a novo queridinho (que ele não leia isso) dos quadrinhos nacionais. Ele é a personificação do personagem mercenário padrão, que persegue o seu alvo implacavelmente, perito com suas armas, experiente, com certo senso de moralidade e sarcástico.

Os quadros, em alguns momentos, lembram tomadas de câmera, mas o que impressiona mesmo são os detalhes no cenário.  As tábuas das casas, os mecanismos sejam de personagens ou dos animais, ressaltam a sutileza do cyberpunk.

“Ergam seus copos por quem vai partir”

Mas, DestiNatioN tem um problema: ela acaba. A introdução a esse mundo tecnológico do Velho Oeste funciona e abre um leque de possibilidades. O universo e o caminho de DestiNatioN já estão abertos, agora é esperar para voltarmos a bater de frente com Jeff Van Cypher e os seus mistérios.

Para mais informações sobre DestiNatioN acesse o perfil oficial AQUI. Ou adquira o seu exemplar no site da Excelsior Comic Shop.

 

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Confira o primeiro Trailer oficial de O Doutrinador

Alguns meses depois de seu teaser ser divulgado, o longa-metragem nacional O Doutrinador ganha seu primeiro trailer completo. Confira:

O filme narra a trajetória de Miguel, um agente federal que vive num Brasil tomado por uma quadrilha de empresários e políticos corruptos. Uma tragédia pessoa o faz eleger a corrupção endêmica sua inimiga, começando assim sua pessoal cruzada contra a corrupção e sua elite política em pleno período de eleições presidenciais. 

O longa-metragem de O Doutrinador, que tem a produção assinada pela Paris Entretenimento e distribuição da Downtown/Paris Filmes, é baseado na HQ homônima de Luciano Cunha, lançada em três partes no anos de 2013 e edição encadernada em 2017, ambas pela Redbox Editora.

Trazendo em seu elenco nomes como Kiko Pissolato, Samuel de Assis, Tainá Medina, Marília Gabriela, Eduardo Moscovis e Helena Ranaldi e direção de Gustavo Bonafé, O Doutrinador tem estreia prevista para 20 de setembro de 2018. A obra também ganhará uma série a ser exibiba pelo canal Space.

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Entrespaço | A arte de repensar a nossa vida

“Mas, sinceramente, valeu a pena? Grande merda, passar por anos de estudos, testes, simulações, se você mal tem a chance de apreciar as estrelas. Caras, vocês foderam com tudo espetacularmente.”

Todos nós temos um sonho. Muitos perseguem para realiza-los. Alguns deixam pelo caminho. E quando você finalmente realiza, mas as pessoas o fazem parecer banal, simples como se não fosse nada de mais? Essa é a principal bandeira de Entrespaço de Daniel de Sousa. Transvestida na trama de um Astronauta, a HQ faz você pensar na vida. No que você realizou no que pode realizar, se valeu a pena todo o esforço e se deixamos as influencias de fora diminuir o que você realizou.

Desenhada e escrita por Daniel de Sousa a partir de um conto que o autor fez em 2011, a trama de Entrespaço, tem a Lua como cenário, um Astronauta precisa recuperar um aparelho perdido no velho satélite. O personagem então começa a pensar e refletir sobre como lutou para chegar até ali, sobre a sociedade como um todo, como somos marionetes para algumas pessoas e de como depois de realizarmos nossos sonhos somos simplificados pelas pessoas.

Um dos pontos fortes de Entrespaço é a arte. Quando o Astronauta se vê sozinho refletindo sobre a vida, Daniel usa bem o fator imensidão espacial para demonstrar como nesses momentos estamos sós. Vou dar um exemplo básico: quando você está na sua cama, antes de dormir e pensa na sua vida, naquela oportunidade que perdeu, no que deixou de fazer, ou aquela vitória que teve. É um momento solitário. É um momento em que você está em intimidade com seus pensamentos. Sozinho. Como se estivesse no espaço.

Eu conheci Entrespaço pelo Twitter (podem seguir o autor no @bomdiavermes )quando ainda estava sendo concebida pelo Daniel. O autor vira e mexe postava artes da HQ e era uma coisa mais linda do que a outra. Logo em seguida veio à campanha vitoriosa no Catarse e, finalmente, o grande lançamento durante o FIQ deste ano. Apoiei a campanha mas não tive como ir ao festival, e daqui de casa, lia os relatos de quem já tinha “consumido” Entrespaço. O que só aumentou minha expectativa. E depois que ela chegou, sim, eu me vi como o Astronauta.

A sua saga para chegar ao seu sonho de criança, com intensivos estudos, treinamentos regados a vômitos e giros em maquinas, até chegar no auge de finalmente ir para o espaço realizar uma missão de apenas 30 minutos. Pode se assemelhar ao que nos temos como sonho também. Quantas e quantas vezes você quer realizar algo, planeja, corre atrás, sofre, vence, pensa em desistir, levanta a cabeça, consegue e vence. Mas as pessoas ao seu redor simplesmente lançam um “não fez mais do que sua obrigação”. “Isso é besteira”. “Você deveria arrumar um trabalho de verdade”. “Olha, isso que você faz não é nada demais”. Banalizam o teu sonho. As suas conquistas.

O sonho do Astronauta era estar nas estrelas. Para isso ele dedicou uma vida de estudos e treinamentos. Para chegar finalmente e ir buscar uma peça que ficou perdida na Lua. O modo em que seus superiores tratam a missão que é o auge da vida do Astronauta é o que incomoda. Você chega no seu auge, e as pessoas vão sucateando sua vitória. Por isso a identificação com o personagem fica tão latente.

Mas, Entrespaço, também fala do ligar o f*da-se. Cara, você chegou no seu auge. Realizou o que mais queria. Chegou no resultado depois de tanto tempo de batalha. E aí? Vai deixar por isso mesmo? Vai deixar influências de fora diminuírem ou simplificarem o que foi conquistado? Tem que viver e valorizar o que alcançou. Tem que se orgulhar. Não ser arrogante, mas ser exemplo de quem lutou e conseguiu. O Astronauta não é uma pessoa cheia de si, daquela do tipo “só eu basta”. É um pensador contemporâneo. Que somente resolveu viver o que batalhou para a sua vida.

E você? Vai realizar o que quer para a sua vida? Vai deixar vozes de fora diminuírem o que você faz/fez?

Pense nisso.

Entrespaço tem formato 17 x 26 cm, 36 páginas em P&B com detalhes coloridos e ainda conta com (lindos) extras dos artistas Mario Cau, Eduardo Medeiros, João Pedro Chagas e Fabiano Lima. A HQ é a primeira publicação do Cavernna Comics, e você pode, e deve adquirir seu exemplar na loja online clicando AQUI.

 

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O Santo Sangue | Misticismo, fé e confrontos na nova HQ da Jupati Books

A Jupati Books, selo de quadrinhos da Marsupial Editora, está lançando O Santo Sangue. HQ nacional que mistura o agreste com o realismo fantástico. Com roteiro de Laudo Ferreira (Olimpo Tropical), a produção mistura misticismo, fé e confrontos de dualidades dos personagens.

Na trama de O Santo Sangue, um velho matador, conhecido como Vernio, é contratado por um fazendeiro para eliminar uma figura misteriosa que, segundo ele, causara uma a maldição em sua jovem filha Lucem: o poder curativo por meio de seus fluídos menstruais. Por causa desse dom, a jovem acaba sendo considerada uma santa pela pobre população local. O matador, então, parte para cumprir o seu trabalho, mas, ao invés de simplesmente ter mais uma morte em sua carreira, deverá confrontar a si mesmo.

Além do roteiro de Laudo, O Santo Sangue tem artes de Marcel Bartholo (Carniça). Esse é o primeiro trabalho dos dois juntos.

O Santo Sangue tem formato 20,5 x 27,5 cm, 80 páginas, e o preço de R$ 52,00. No site da editora já começou a pré-venda com desconto, clique AQUI para saber mais.

 

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O Selo Tesla HQ e o promissor título “Os Novos Atlantes”

Como puderam acompanhar nas nossas redes sociais, a equipe da Torre esteve no FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) que aconteceu há alguns dias na cidade de Belo Horizonte. Ao chegarmos no evento e visitarmos diversos artistas, um selo me chamou atenção pelo seu profissionalismo e principalmente por seus materiais apresentados, o Selo TeslaHQ (Para mais informações, acessem o link).

Um desses materiais foi a HQ Dies Irae, que possui uma sinopse extremamente chamativa e imersiva e uma arte maravilhosa:

Capa da HQ Dies Irae

“Amanhã. Numa época onde os limites entre real e virtual são frágeis como a linha que divide verdade e mentira, uma chuva, composta por deuses de diversas culturas humanas, cai sobre o planeta, espalhando destruição e pondo em xeque aquilo que conhecemos por realidade. Enquanto governos tentam manter segredos, pessoas comuns são afetadas de diferentes formas e buscam sentido na luta pela sobrevivência em meio àquela que pode ser a última história da humanidade.”

Outro dos materiais, que é inclusive o principal motivo dessa matéria, foi o encadernado Os Novos Atlantes, que sem dúvida nenhuma já chamava a atenção com seu acabamento super bem feito e em capa dura, coisa que não vemos com muita frequência em títulos brasileiros.

Capa da HQ Os Novos Atlantes

Novos Atlantes é aquele tipo de título que, sem dúvida alguma, te leva novamente à sua infância e te traz um clima completamente nostálgico ao ler (É realmente impossível não se lembrar da primeira fase dos Power Rangers, quando se lê o encadernado), mas ao mesmo tempo, não se parece com uma história que envelheceu e que pode não funcionar para o público atual, pelo contrário, ela é emocionante do início ao fim.

Trazendo uma história de origem, em que são misturados alienígenas, outros planetas e antepassados de milhões de anos atrás (me expliquem como isso poderia ser ruim?), o ritmo da estória é bastante fluido e divertido, e possui uma arte sensacional. É aquele tipo de leitura que você começa e assusta quando acaba.

Heróis apresentados

Os heróis trazidos pelo título também não pecam em nada. São jovens, que após algumas revelações sobre seus antepassados, se transformam e ganham super poderes ligados à sua história e origem (Como disse antes realmente se parece muito com Power Rangers, do início ao fim).  Dentre os poderes apresentados temos uma telepata (Amazona), um garoto com capacidade de se multiplicar e se teleportar (Quantum) , outro garoto que consegue se comunicar com todos os tipos de seres vivos , até mesmo bactérias (Raoni), um cientista com capacidade de manipular todos os elementos da tabela periódica (Mercúrio) e um garoto que possui uma armadura indestrutível (Argo), além de outros personagens que possuem fortes poderes e estão sempre presentes na estória.

Para não soltar spoilers do título, e estragar a sua experiência ao ler, finalizo por aqui e já digo que Os Novos Atlantes é um título perfeito pra você dar aquela descansada com gostinho de infância depois daquele dia corrido do trabalho.

O título, dos brasileiros Ismael Chedid, Adan Marini e Frank Tartarus está disponível em algumas livrarias como a Saraiva e também clicando AQUI, no site da Tesla HQ 

 

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Cidade de Sangue | Conheça a nova HQ de Julio Shimamoto e Márcio Jr

Será lançada durante o FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos 2018, a graphic novel Cidade de Sangue escrita por Márcio Jr. e com desenhos de Julio Shimamoto, um dos grandes nomes dos quadrinhos nacionais.  A edição foi financiada pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás.

A trama de Cidade de Sangue conta a história de Carlão, um repórter de um grande jornal, que cobre as noticias das páginas policiais, mas que não aguenta mais o cotidiano da violência após tantos anos de trabalho. O que reflete e acaba deflagrando uma crise no seu casamento. Até que então Paula, começa a trabalhar como a nova fotógrafa na mesma seção policial que Carlão, e os dois começam um relacionamento tórrido e de paixão mórbida, inflamado pelas cenas de crime e violência que os cercam. Mas as coisas começam a sair do controle quando Carlão se torna o principal suspeito de um dos crimes que cobria para o jornal.

 

Para a edição, Julio Shimamoto utilizou o seu experimentalismo gráfico ao fazer todas as páginas com ferro de solda sobre papel de fax. As cores de Cidade de Sangue são por Tiago Holsi. E a publicação é a estreia da MMarte Produções como editora de quadrinhos. A MMarte é famosa por sua atuação no mercado audiovisual e como produtora de animações autorais.

Cidade de Sangue tem o formato 21 x 30 cm, capa dura, 148 páginas e o preço é de R$ 40,00. Você pode conseguir o seu exemplar entrando em contado pelo e-mail: marciomechanics@hotmail.com.

 

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Indomável | HQ será lançada no FIQ 2018

O jornalista Igor Marques e o designer Lúcio Guimarães estarão lançando no FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte deste ano, o quadrinho Indomável. A trama acompanha a história de uma jovem trambiqueira que não perde uma oportunidade de aplicar golpes seja lá em quem for.

Maria Luiza, também conhecida como Malu, é uma jovem Inquieta e revoltada que não aceita muitos questionamentos, autoridades e tenta resolver a sua vida do seu próprio jeito. O que acaba criando atrito com pessoas à sua volta.

“Ela é chata e estranha. As pessoas olham para ela com desconfiança pois Malu não segue alguns padrões sociais,” disse Marques. “Ela quer fazer as coisas do próprio jeito e isso incomoda, mas é o que a torna mais especial”.

A produção de Indomável durou três anos entre desenvolvimento e debates sobre ideias. E foi inspirada na infância e adolescência que os autores viveram nos anos 90, onde acompanharam a ascensão dos animes na televisão aberta e o pop punk no cenário musical do mundo.

Indomável faz parte do coletivo de quadrinhos Carrapato Estrela e a dupla de autores, Igor Marques e Lúcio Guimarães, estarão na mesa 169 do evento. O FIQ acontecerá entre os dias 30 de maio e 3 de junho em Belo Horizonte.

 

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Gatilho | Graphic Novel de faroeste vai se tornar uma trilogia

Durante a sua participação do podcast Confins do Universo 048 – Era Uma Vez no Oeste, o desenhista Pedro Mauro confirmou que Gatilho, HQ ilustrada por ele e escrita por Carlos Estefan, lançada no ano passado, vai se tornar uma trilogia. Confira AQUI.

“Já estamos trabalhando na segunda edição, e a história está praticamente fechada. Vou começar a desenhar daqui a pouco, e está ficando muito legal”, disse Pedro. “A trilogia é uma homenagem ao pistoleiro sem nome, e já temos uma ideia de como será a terceira edição”.

Publicada de forma independente no ano passado, Gatilho, conta a história de um caçador de recompensas chegando a uma cidade abandonada em busca de justiça. Mas, para conseguir o que quer, precisará enfrentar muito mais do que o homem que procura… terá que enfrentar fantasmas do passado.

A publicação se tornou um sucesso imediato e já está chegando a sua terceira tiragem. O planejamento é lançar o segundo volume na CCXP desse ano e o terceiro no mesmo evento, em 2019.

Confira a nossa análise sobre Gatilho AQUI.

Fonte: Universo HQ.

 

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Justiça e vingança se misturam em Gatilho

“Não estou atrás de Deus, velho… vim pelo diabo!”

Faroeste sempre foi um gênero muito por querido por todos. Quem nunca, no seu imaginário infantil, sonhou em ser um cowboy, salvar diligencias e trens de ataques de famigerados bandidos, adentrar no saloon e se aventurar no deserto? O Brasil sempre foi um grande consumidor desse nicho, com games como o ancestral Sunset Riders e Red Dead Redemption, diversos filmes, até novelas (Bang Bang exibida pela Rede Globo em 2005) e quadrinhos gringos como Tex e Lucky Luke. Mas faltava materiais dos nossos quadrinhistas. Como eu disse, faltava.

Bem que na verdade, nós sempre fizemos muito sobre o nosso Velho Oeste. Que aqui seria o Cangaço. Gedeone Malagola quadrinizou As Aventuras de Milton Ribeiro, baseado no clássico filme nacional O Cangaceiro (1954). Emir Ribeiro, em 1979, criou Severino, protagonista da HQ O Cangaceiro. A maior referência desse universo, Lampião, ganhou uma versão na Nona Arte por Flávio Colin em Mulher-Diaba no Rastro do Lampião (um clássico dos quadrinhos nacionais).

 

E podemos citar também: A Guerra do Reino Divino (Jô Oliveira), Lampião, Era o Cavalo do Tempo Atrás da Besta da Vida (Klévison Viana), O Capitão Rapadura (Mino), as obras de Henfil, Xaxado (Cedraz), Cangaceiros, Homens de Couro (Wilson Vieira, Eugênio Colonnese e Mozart Couto). Mais recentemente, Bando de Dois (Danilo Beyruth), a EXCELENTE Jurados de Morte (Beto Nicácio e Iramir Araujo). E está em produção a coletânea Sangue no Olho da Editora Draco, que vai focar no tema.

Mas faroeste temos poucas coisas, onde posso destacar, a revista independente Bill The Kid & Outras Histórias (Arthur Filho), Abutres (Julio Magah e Eduardo Vetillo) publicada pela Editora Estronho e Gatilho a produção independente de Pedro Mauro e Carlos Estefan.

E Gatilho é incrível.

Apesar de evidentes referências a produções de western das décadas de 60 e 70, o andamento é bem diferente do que estamos acostumado a ver no gênero. Para começar esqueça a tradicional trama de mocinho e vilão. Em Gatilho é o mal que provoca ações que desencadeiam mais formações do mal. Aqui sabemos que o mal pode fazer. E o que ele faz é germinar ainda mais o mal. Na batida da velha máxima “olho por olho”, tão normal em uma terra árida onde se resolve tudo na bala e na brutalidade, a sutileza é o ponto forte da HQ. A trama começa quando um caçador de recompensas chega a uma pequena e esquecida cidade em busca de justiça. Mas para atingir o seu objetivo, precisa enfrentar fantasmas do passado.

Gatilho tem uma levada bem misteriosa na sua leitura, que não entrega o jogo em nenhum momento e coloca pistas e sutilezas em seus quadros. O leitor tem que prestar bem atenção na linda arte de Pedro Mauro para não deixar passar nenhum detalhe. E como é rica de detalhes. A história vai misturando presente e passado com transições simples como um gesto, uma mosca, um garoto tocando gaita, uma paisagem ou na posição dos personagens.

Por diversas vezes temos a impressão de estarmos “lendo um filme” de western. Mas com diálogos melhores do que de algumas produções cinematográficas. Parece que uma trilha sonora até soa em nossas cabeças por tão profundo que mergulhamos no mundo da HQ. O clima de homens fortes que não tem nada a perder (mas sempre perdem algo) é representada com palavrões, cenas fortes como de abuso sexual, tensão, violência e mortes que vão ditando o ritmo do ótimo suspense escrito por Carlos Estefan, roteirista da Mauricio de Sousa Produções, em seu segundo trabalho autoral. O PLOT TWIST funciona, chega provocar certo choque. Apesar de que se o leitor ficar atento, ele descobre logo de cara. Mas mesmo assim não deixa de funcionar. Ele completa toda a estrutura que o roteiro vai construindo ao longo da trama e fecha com chave de ouro.

A arte de Pedro Mauro é um espetáculo a parte em Gatilho. Com belíssimos jogos de luzes e sombras e incríveis ângulos cinematográficos. O artista prende o leitor, que como disse lá em cima no texto, tem que ficar atento, em riquezas de detalhes em cada quadro. A cena do saloon é fantástica! O bar cheio, cada personagem ali dentro com ações e trejeitos únicos. É um colírio para os olhos. Pedro já é um velho conhecedor do Velho Oeste desde quando desenhava na Editora Taika e em trabalhos na icônica Bonelli Editore e parceiro do roteirista Gianfranco Manfredi (Criador de Mágico Vento). Durante a CCXP do ano passado, trocamos uma ideia com o desenhista, confira AQUI.

Gatilho é um colírio para os amantes do western spaghetti, dos filmes de Sergio Leone, dos quadrinhos de Sergio Bonelli e tantos outros ícones como Clint Eastwood e Charles Bronson. Uma leitura agradável, com artes impressionantes e que faz o leitor repetir a dose logo após o término. Pois sempre há um detalhe novo que passa despercebido no mundo de sutilezas escondidas em Gatilho.

Gatilho tem 64 páginas e o valor de R$ 35,00 e pode ser adquirida pelo e-mail: gatilhohq@gmail.com