Lançado em 2017, Dunkirk foi dirigido e escrito por Christopher Nolan, sendo o último lançamento do diretor até o momento. O longa nos mostra a história da Operação Dínamo: a evacuação de diversos soldados aliados que estavam encurralados e sofrendo diversos ataques do inimigo na cidade de Dunquerque, na França. Ao decorrer do longa, observamos a trama a partir de três visões distintas: no mar, através de um soldado britânico lutando para sair vivo de Dunquerque; No ar, por meio dos pilotos da Força Aérea que dão suporte aos soldados presos na cidade e no mar, onde cidadãos comuns oferecem seu barco para auxiliar na evacuação. Dunkirk foi indicado a oito categorias do Oscar e acabou levando três prêmios, dentre eles o de Melhor Mixagem de Som e de Melhor Edição de Som.
Quando fui assistir Dunkirk nos cinemas, tive a oportunidade de conferir o longa em IMAX e devo dizer que foi uma das minhas melhores experiências cinematográficas – não só pela fotografia imersiva e pela trama envolvente, mas também pela total imersão sonora que eu tive assistindo nesse formato. A trilha sonora de Hans Zimmer em conjunto com os tiros e as explosões na guerra, fizeram com que eu sentisse a tensão e o medo em cada momento do filme, como se eu estivesse no cenário. O que Nolan e Zimmer fizeram em Dunkirk é digno de reconhecimento: eles conseguiram criar uma experiência sensorial e imersiva unindo a fotografia ao som. Antes de entrarmos em mais detalhes de como foi feito esse processo, precisamos ter em mente os processos distintos que são a edição de som e a mixagem de som.
A edição de som é responsável por captar todos os sons (ambiente, diálogos, objetos, etc) para o filme. Em Dunkirk no caso, seriam parte desse processo os sons de tiro, bombas, água, avião, dentre outros elementos que causam essa experiência sensorial no telespectador. Esses sons são gravados antes e são colocados no filme durante a pós-produção do mesmo. Na mixagem de som, o som previamente gravado é organizado inserido ao longo do filme. Essa etapa é importante demais, pois afeta a harmonização do longa – por exemplo, se o filme tiver uma Mixagem de Som ruim, teríamos vários ruídos e sons que causariam uma certa confusão na identificação de cada um. No fim das contas, o diferencial da trilha sonora está na mixagem de som.
A trilha sonora do longa foi composta por Hans Zimmer e nela podemos notar barulhos como tique-taques de um relógio, batimentos cardíacos, dentre outros junto com um som crescente que parece aumentar sempre, sem parar de subir. São essas presenças na trilha que marcam o clima de tensão da mesma e contribuem para a imersão do ambiente presente no longa, dando a tensão necessária aos momentos apresentandos durante a trama. Uma breve curiosidade é que foi Nolan quem entregou os barulhos do relógio para Zimmer produzir as trilhas do longa.
A sensação de tensão causada pela trilha é consequência de uma ilusão auditiva na qual faz com que o ouvinte ache que o som está se comportando de uma determinada forma. A ferramenta usada para isso é a Escala de Shepard, sendo ela a responsável pela sensação do aumento da intensidade sonora ao longo do filme. Nessa escala, os tons estão sempre subindo ou descendo e esse efeito é resultado da mistura de escalas, empilhadas entre si – uma escala aguda, uma média e outra grave – com um oitavo entre elas, tocados em repetição. Christopher Nolan já faz uso da Escala de Shepard em diversos filmes anteriores a esse: em Interstellar, Inception e na trilogia The Dark Knight – todas estando em parceria com Hans Zimmer. Inclusive, Nolan já confirmou em uma entrevista que faz uso de fato dessa escala e que escreveu o roteiro de Dunkirk pensando nela. Logo abaixo está um vídeo, que recomendo bastante, falando sobre a trilha do longa e como ela transmite toda a sensação debatida ao longo do artigo – com legenda disponível na configuração.
Dunkirk acaba se tornando uma experiência cinematográfica única ao combinar fotografia e som, fazendo com que o telespectador tenha total imersão no cenário da guerra em Dunquerque. Sem dúvida alguma, vale a pena conferir o longa.
Desconstruir super-heróis é algo fascinante para mim. Pois ao contrário dos pensamentos majoritários, não se trata de torná-los depressivos ou sombrios. Mas sim, desmembrar as suas características para encontrar a essência daquilo que torna o que eles são. Quadrinhos como: O Cavaleiro das Trevas e Reino do Amanhã e filmes como: Logan e Batman vs Superman são ótimos exemplos de como quebrar personagens e reconstruí-los. É surpreendentemente exatamente o que acontece em Vingadores: Ultimato, dirigido por Anthony e Joe Russo.
Ainda que apresente viagens no tempo, fan services, um grande confronto final e as costumeiras piadas fora de hora, Vingadores: Ultimato é a Marvel Studios como eu nunca a vi: Quebrada. Realmente quebrada. Esse é um filme sobre personagens e como eles tentam seguir em frente, lidando com seus erros e fracassos. Não é tão profundo ou complexo, mas ainda sim, é interessante comentar, em específico, sobre o trio trágico: Homem de Ferro, Capitão América e Thor.
SPOILERS A SEGUIR!
THOR: O DEUS DOS FRACASSOS
Você caiu no conto do Thor Vingativo. Eu também.
Independentemente da qualidade de seus filmes, Thor, é sem dúvidas, o personagem mais trágico da franquia. Conforme o decorrer dos filmes, o personagem acumula inúmeras perdas: Sua mãe, seu pai, seu martelo, seu irmão adotivo, sua irmã e seu lar. Mas não apenas isso, como herói, finalmente fracassa em escala universal. Não sendo o bastante, pensa ter reparado o seu erro durante os primeiros 20 minutos de filme, cortando a cabeça de Thanos. Quando na verdade, ele falhou, de novo.
Isso leva os roteiristas Christopher Markus e Stephen Mcfeely a quebrarem o personagem por completo. O filme realiza um salto temporal de 5 anos e apresenta Thor como um alcoólatra, sem sua escultura física divina. Ele desistiu. Ele simplesmente desistiu. Talvez a postura do Deus do Trovão (Agora, o Deus dos Fracassos) tenha incomodado a muitos fãs, eu incluso. A forma como o filme trata o seu estado melancólico algumas vezes, beira ao ridículo e provoca algumas risadas desnecessárias.
“THOR TRISTE.” – leia com a voz do Hulk em Ragnarok (2017)
Por outro lado, existem cenas as quais aproveitam o potencial do conceito. Quando a narrativa retorna para O Mundo Sombrio (2013), horas antes do assassinato de Frigga, Thor abre o seu coração magoado para sua mãe, a qual afirma: Fracassos o tornam como qualquer um. Ela é responsável por humanizá-lo e fazê-lo enxergar isso. Como ela diz: “Você está aqui para mudar o seu futuro, não meu.” Após o diálogo, há uma cena extremamente simbólica: Thor consegue segurar o Mjolnir. Mesmo com seus fracassos e falhas, ele ainda é digno.
Ao final do filme, cansado de profecias e predestinações, Thor abdica do trono de Asgard e como ele mesmo explica: Passou tempo demais tentando corresponder às expectativas de outras pessoas. Isso é muito bonito e pode ser interpretado como um meta comentário para a situação de seus filmes em que sempre esperava-se um épico, devido ao seu material-base, mas como a abordagem inicial não havia funcionado, Marvel precisou reformular o personagem a partir de Ragnarok, ignorando tudo o que os fãs esperam sobre ele e agora esse arco de revitalização se conclui em Ultimato. Decepcionante para alguns (E eu compreendo), mas uma mensagem bonita e coerente para o personagem estabelecido nos últimos três filmes.
Como um viking.
Thor deixa de ser Deus e se torna homem.
CAPITÃO AMÉRICA: O SENTINELA DA PERSISTÊNCIA
Deus, que homem!
Enquanto isso, Capitão América, segue um caminho mais comum. Ele é o meu personagem favorito do filme e da franquia. Sua trajetória ao decorrer desses filmes, tentando se adequar uma época a qual ele não pertence, é tão fascinante e trágica para mim. Desde O Soldado Invernal, os Russo provam o quão bem eles entendem Steve Rogers e sua dinâmica complicada com o mundo contemporâneo. Ele não é um homem procurando por uma vida normal, pois o momento em que poderia ter experimentado algo assim, passou. Rogers tem medo que a guerra tenha um fim e perca o seu propósito.
5 anos após Guerra Infinita, Ultimato traz o personagem como um coordenador de um grupo de auto-ajuda para pessoas incapazes de seguir em frente após o genocídio imparcial do Titã Louco. Mas a ironia cruel é: Ele não apenas se sente incapaz, mas não quer superar. É interessante notar como os outros Vingadores parecem diferentes enquanto Steve, continua o mesmo.
Pare! se você chorar, eu choro.
Em um dos melhores diálogos de Vingadores: Ultimato, o personagem diz à Natasha: “Eu vivo dizendo para que as pessoas superem. Alguns conseguem. Mas nós não.”Rogers não suporta o estado de normalidade, ele precisa de um confronto. Um confronto em que eles vençam. Pois como ele mesmo afirma antes da execução do salto temporal: “Esta é a luta de nossas vidas.” Ele só irá parar quando eles puserem um fim a isso. De uma vez por todas.
Mas no decorrer da missão, infiltrado em uma base na S.H.I.E.L.D, ele encontra o amor de sua vida, Peggy Carter, do outro lado da janela, há uma distância entre os dois, a mesma entre o tempo o qual foi congelado e perdeu o encontro prometido. É o passado batendo à porta e lembrando a ele: Talvez seja melhor não superar. Talvez você deva persistir.
[Insira sua legenda triste aqui]
É uma característica a qual casa perfeitamente com o otimismo transmitido pelo Capitão América. Em uma das minhas cenas favoritas da história dos filmes baseados em HQs, as tropas de Thanos estão vindo e o Sentinela da Liberdade está no chão, com seu escudo quebrado. Com muita dificuldade, ele consegue se levantar. Ele está disposto a enfrentá-los sozinho. Provando que ele pode fazer o dia todo. Ele só terá seu fim quando a guerra também tiver.
Ao final de Vingadores: Ultimato, Steve precisa voltar no tempo e devolver as Joias do Infinito. Ele demora a reaparecer, mas logo após, lá está ele, admirando a paisagem. A câmera o revela envelhecido, pronto para passar o escudo adiante. A sua guerra acabou. Ele finalmente experimentou o que tanto almejava: Uma vida simples. Durante cena final do filme (A mais bonita) em que It’s been a Long, Long Time começa a tocar, ele finalmente tem sua dança com Peggy Carter.
“Oh, Capitão. Meu Capitão.”
Steve não é mais um vingador, ele é alguém que não precisa mais superar.
O ALTRUÍSTA PATERNO HOMEM DE FERRO
[Insira seu comentário sobre amá-lo mil milhões ou três mil aqui]
Já o Homem de Ferro, é o personagem com a maior responsabilidade moral em Vingadores: Ultimato. Ele é o profeta o qual não impediu a concretização da profecia. No decorrer dos filmes, Stark cometeu inúmeros erros em decorrência das suas paranoias e seu medos, com o intuito de proteger o mundo de uma ameaça maior a qual ele acreditava estar por vir. Em Guerra Infinita (2018), ele finalmente confronta o demônio o qual atormentava: Thanos. Porém é derrotado e credita 100% da responsabilidade para si, como sempre. O responsável pelos eventos precedentes da aguardada derrotada, foi ele mesmo.
É tudo sobre Tony Stark. Se ele morre, se ele vive. Se é essencial para a missão, para o macguffin e para o clímax, ou não. Se ele deve salvar o mundo, ou já fez bastante por ele. Até mesmo quando não é sobre um ato altruísta, é sobre Stark. Em Ultimato, 60 meses após o estalo, o filme apresenta uma vida perfeita para o personagem. Ele conseguiu tudo o que sonhou: Uma casa no campo e uma família. O arco do Homem de Ferro se fecha nesse exato momento, ou pelo menos é o que aparenta.
Ninguém: Irmãos Russo: Hora de fazer Stark sofrer.
No momento em que os Vingadores pedem por sua ajuda, Tony imediatamente nega. Ele não está disposto a perder o que ainda lhe resta, sua vida estável. O que leva o espectador, mais uma vez, acompanhar uma jornada do personagem, indo do egoísmo para o altruísmo. Sendo sincero, quando assisti ao filme pela primeira vez, eu pensei: Ele passou por isso em todos os filmes. Por que fazer de novo?
Mas após assistir novamente, eu percebi, há um fator a mais nesse jogo: A paternidade. Para mim, esse aspecto, ao lado da ansiedade por conclusão, carregam o arco do Vingador Dourado na obra. Veja: O que o motiva a aceitar a missão é lembrar do fato de que ele perdeu Peter Parker no espaço. Claro, não é só isso, mas você entendeu. A paternidade é um tema central para o personagem nessa narrativa.
É como Batman perdendo pela primeira vez um Robin.
Ao tentar recuperar o Tesseract nas instalações da S.H.I.E.L.D, ele encontra Howard Stark, seu pai. O roteiro traça uma dinâmica interessante entre os dois, discutindo os temas propostos através de algo simples: O medo de Howard em se tornar um pai. Isso conversa indiretamente com a principal preocupação do Homem de Ferro nesse filme: Sua família. Não apenas isso, mas quando seu pai diz: “Digamos que eu nunca deixei que o bem maior agisse sobre mim.” ele percebe que o mesmo erro não pode ser cometido duas vezes.
Isso se relaciona diretamente com a jornada do egoísmo para o altruísmo. Durante o ato final, o Thanos do passado vem ao presente (Loucura) para impedir que os Vingadores frustrem o seu plano. As pessoas já foram trazidas de voltas pelo estalo de dedos realizado por Hulk, resta apenas um confronto para que a vitória não se transforme em derrota novamente.
Melhor armadura. Tente mudar minha opinião.
Em determinado momento de Guerra Infinita,Doutor Estranho afirma que dentre os 14,000,605 futuros, apenas nesse existe uma possibilidade de vitória. Vingadores: Ultimato apresenta o único jeito. Quando Thanos consegue a manopla, ele realiza o estalo dizendo: “Eu sou inevitável.” Porém logo após, a câmera corta para Stark com as seis joias em mãos, usando a mesma frase dita ao final de seu primeiro filme: “E…eu sou…o Homem de Ferro.” O vilão é finalmente derrotado, a profecia, desfeita, mas com um custo: A morte de seu profeta, o maior protetor da Terra.
Quando Pepper diz: “Você pode descansar agora”, é o momento em o porquê desse sacrifício ser diferente dos outros é compreendido. Sim, esse é o único em que resulta em sua morte, mas essa não é a questão. O ato altruísta de Tony Stark em Ultimato pode ser considerado egoísta, no bom sentido, pois não era apenas sobre vingar o planeta, era antes de tudo, pessoal.
Descanse agora, Homem de Lata.
Com Thanos retornando ao pó, ele finalmente pode acordar de um longo pesadelo e descansar em paz.
“Parte da jornada é o fim.”
Vingadores: Ultimato está em exibição nos cinemas. Confira a crítica aqui.
O diretor Zack Snyder finalmente falou sobre Liga da Justiça. Durante uma sessão de Batman vs Superman com os fãs ontem, o cineasta divulgou os planos originais para a equipe. Assim como também falou sobre algumas cenas deletadas e a mudança de tonalidade após a recepção de BvS.
https://www.youtube.com/watch?v=Yw9AeuiCRpc
UMA VERSÃO MENOS SOMBRIA
“Entenda que nós tínhamos escrito, eu e Chris Terrio tínhamos terminado o roteiro de Liga da Justiça antes de BvS ser lançado. Uma “minoria” não gostou.” – ironizou – “O estúdio disse: “Tem muitas coisas aqui que não queremos que você faça.” Nós o reescrevemos a partir desse, logo, a Liga da Justiça original, não foi filmada. Quero dizer, filmamos muitas coisas, mas não as ideias assustadoras e difíceis. Porque o estúdio pensou: “Isso é insano.” Nós estávamos tão inseguros que pensamos: “Se filmarmos isso, haverá histeria em massa nas ruas.”
“ALGO A MAIS. ALGO SOMBRIO”
Logo após, Snyder falou sobre como a sequência do pesadelo em A Origem da Justiça, estava diretamente conectada à trama de Liga da Justiça:
“É uma longa história. A verdade é que a sequência do pesadelo nesse filme sempre foi minha ideia . Tudo isso seria eventualmente explicado. Isso é uma surpresa? E nós terminaríamos em um futuro, onde Darkseid dominou a Terra, Superman foi corrompido pela Anti-Vida e poucos membros da Liga sobreviveram a este mundo. Batman, um Cyborg danificado estavam trabalhando em uma equação para fazer com que o Flash viajasse pelo tempo para avisar Bruce. Vocês sabem.”
“É A LOIS LANE. ELA É A CHAVE.”
A importância de Lois Lane para a narrativa original também foi exposta durante o evento:
“Isso provavelmente está no trailer, não no filme, em que Bruce diz: “Eu estava aqui, quando Barry Allen veio até mim e disse que Lois Lane era a chave.” Ela era, para o Superman. Logo após, Mulher-Maravilha diz: “Todo coração tem um.” Ele responde: “Acho que é algo mais. Algo sombrio.” Se Lois fosse assassinada, Superman sucumbiria à equação Anti-Vida. Caso fosse a responsabilidade de Bruce protegê-la, ele ficaria bravo com ele. Por isso, ele disse: “Ela era o meu mundo e você a tirou de mim.”
SALTOS TEMPORAIS
“Nós chegamos com esse conceito de viagem temporal que não é uma física incrível e não faz sentido. Contudo, você precisaria pular no tempo quando a Terra estivesse relativamente no mesmo ponto. Porque caso você o fizesse e não estivesse na mesma posição no espaço, você pularia para o espaço e morreria. Então, tinham apenas duas janelas para fazer isso. Cyborg questiona ao Batman: “Qual das duas nós deveríamos usar?” e Bruce está tipo: “Qual janela você teria aberto, caso não perguntasse? ” E ele responde: “Essa.” E ele diz: “Use a outra. Pois essa já foi usada e Barry Allen parou na minha caverna falando coisas sem sentido.” E ele precisa pular, antes do momento em que Darkseid chega à Caverna através de um tubo de explosão e mata Lois.”
RESUMINDO…
Originalmente, Liga da Justiça seria um filme dividido em duas partes. Após a recepção do embate entre o Cavaleiro das Trevas e o Homem de Aço, Warner Bros mudou sua abordagem. O filme passou a ser composto por apenas uma parte, com a proposta de ser uma aventura ao melhor estilo Jack Kirby. Após uma tragédia pessoal, Snyder precisou se afastar da produção e Joss Whedon assumiu as refilmagens do filme.
Lançada em novembro, Liga foi mal recebida, não apenas pela críticas, mas também pelos fãs os quais iniciaram uma campanha sob a hashtag #ReleaseTheSnyderCut, com o intuito de que o corte original do filme fosse lançado. Snyder confirmou a existência do filme original, filmado por completo, mas sem VFX finalizado, cabendo apenas ao estúdio decidir se será lançado ou não.
Para saber sobre tudo o que acontece no cinema, fique ligado na Torre de Vigilância.
Criada por Yukito Kishiro e publicada nos anos 90, Gunnm (Battle Angel Alita) não é uma obra cyberpunk tão conhecida para o grande público como Ghost in The Shell ou Akira são. O cineasta James Cameron, vem querendo há um bom tempo, adaptar a história para os cinemas. Entretanto, com o advento de Avatar, um marco para o cinema blockbuster, o projeto foi quase esquecido. Quase. Robert Rodriguez, amigo de longa data de Cameron, se candidatou para dirigir a adaptação e concretizar sua visão. Anos depois, Alita: Anjo de Combate finalmente chega aos cinemas.
Cameron e Rodriguez
No ano de 2564, muito tempo após A Queda, o Doutor Dyson Ido (Christoph Waltz) encontra a cabeça de uma cyborg em meio ao ferro-velho da Cidade de Ferro, desprezado pela elitista cidade voadora Zalem. Logo após, o cientista utiliza o corpo e o nome de sua filha, Alita, para reconstruí-la. Sem noção de quem ela foi, Alita (Rosa Salazar) embarca em uma jornada por auto-descoberta, pontuada por paixões, combates e decepções, como toda aventura com uma pitada de coming of age.
Coming of age é um termo em inglês utilizado para filmes sobre amadurecimento. Um exemplo recente do termo em blockbusters, é Mulher-Maravilha. A personagem começa a projeção com uma visão de mundo preto e branca e a finalização, com uma visão mais cinza, mais ambígua. O roteiro de Cameron trabalha de forma simples e com bastante competência todos os aspectos da jornada da personagem-título. Ela é o centro da narrativa.
Captura de movimento da protagonista pela WETA
Talvez isso explique porque o elo mais fraco da produção resida nos outros personagens, moldados por diálogos expositivos e arcos dramáticos que não se permitem uma dose de aprofundamento. O que é sinceramente uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que é compreensível os realizadores terem escolhido esse método de comunicação com o público, os personagens continuam rasos. Contudo, todas as performances funcionam. Ido, Chiren (Jeniffer Connelly), Vector (Mahershala Ali), Hugo (Keean Johnson), Zarpan (Ed Skrein) e o monstruoso Grewishka (Jackie Earle Haley), giram em torno da protagonista e a afetam, de alguma forma, solidificando sua jornada.
Mas a alma de Alita está na impressionante performance de Rosa Salazar, acompanhado da perfeita captura de movimento pela WETA. Enquanto a empresa de efeitos visuais torna a heroína foto realista e convence ao público de que ela existe em meio aos seres de carne, é Salazar quem dá alma à personagem. Entre cada espaço de cada diálogo, lá está o olhar, de vez em quando inocente, ou guerreiro, mas sempre determinado, transmitido por ela. Toda a intensidade humana está ali, seja na tensão, ou na calmaria. Ela é a conexão perfeita com a audiência.
O trabalho inteiro da WETA é digna de aplausos. É um dos trabalhos visuais digitais mais fluídos dos últimos no cinema blockbuster. O que imediatamente faz com que o espectador considere re-assistir ao filme mais algumas vezes apenas para apreciar o trabalho insano do VFX na película.
Assim como a surreal capacidade da WETA em trazer veracidade ao mundo de Anjo de Combate, o diretor Robert Rodriguez sabe como coordenar muito bem todos os elementos, o seu olhar na direção é veloz e ágil para as cenas de ação (Tão brutais quanto as do material-base). Já a trilha sonora composta por Junkie XL não foge do básico, com exceção de algumas faixas, como por exemplo: Motorball, onde entrega toda a adrenalina necessária para a grande corrida no ato final.
Por fim, Alita: Anjo de Combate é um sopro de ar fresco para o blockbuster. É uma narrativa honesta, sem grandes pretensões, mas nada raso que faça residir um vazio em seu coração. É um filme de ação, com uma protagonista de ação. Os diálogos poderiam ser menos expositivos e o filme poderia ter encontrado seu ritmo antes de seus 40 minutos iniciais, mas é um espetáculo visual que carrega tanta humanidade e sinceridade, que será impossível não sair do cinema clamando por mais.
Discussão encerrada. Bumblebee é um reboot da franquia Transformers. A informação vem da Hasbro durante a Toy Fair 2019, onde descreveu a produção como “um novo universo de histórias”. Logo, a ideia de que o filme era um prelúdio, como havia sido confirmado pelo produtor Lorenzo Di Bonaventura, foi contradita.
Inicialmente, Bumblebee funcionaria como um prólogo para o filme de 2007. Na época, a Paramount possuía uma sala de roteiristas tentando expandir a mitologia dos Robôs Disfarçados. O primeiro passo dessa expansão foi O Último Cavaleiro. Contudo, o quinto filme da franquia, não agradou a crítica nem o público. A película arrecadou mais de 605 milhões de dólares em bilheteria. Um número extremamente baixo comparado ao seu antecessor: A Era da Extinção, com mais de um bilhão de dólares arrecadados.
Sorria e acene, Bee. Sorria e acene.
Com grande aprovação por parte da imprensa e a da audiência e com uma bilheteria extremamente de 458 milhões de dólares, Bumblebee incentivará a Paramount a explorar mais os Robôs Disfarçados. De acordo com o Deadline, o Autobot amarelo ganhará um segundo filme. Uma aventura solo de Optimus Prime e uma animação em Cybertron também estão em desenvolvimento.
Confira nossa crítica do filme. Para saber sobre tudo o que acontece com os Robôs Disfarçados, fique ligado na Torre de Vigilância.
Fandango, site americano de vendas de ingressos, liberou inúmeras imagens de alguns dos principais lançamentos de 2019, são eles Rocketman (31 de Maio), Scary Stories to Tell in the Dark (9 de Agosto), Aladdin (24 de Maio), Isn’t It Romantic (14 de Fevereiro), Cemitério Maldito (5 de Abril), Shaft (14 de Junho), Dumbo (29 de Março), A Maldição da Chorona (19 de Abril), Pets: A Vida Secreta dos Bichos 2 (7 de Junho), Artemis Fowl (9 de Agosto), Captive State (29 de Março), Shzam! (5 de Abril), Capitã Marvel (8 de Março) e Vidro (17 de Janeiro).
E por falar em Capitã Marvel, um dos filmes citados nessa matéria, a Disney confirmou que o ator Jude Law dará vida ao personagem Marv-Ell na película da heroína. Nos quadrinhos, ele é um super-herói com poderes da raça alienígena Kree que concede a Carol Danvers as habilidades da civilização alienígena.
Fundado por Paul Yanover em 2012, no Brasil, Fandango é conhecido pelo famoso aplicativo e site Ingresso.com, que comercializa inúmeros bilhetes para cinema, shows, teatros e afins.
Para futuras informações e críticas dos filmes mencionados acima, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
Enquanto jornalistas não acreditam em uma versão do diretor de Liga da Justiça, alguns fãs, o fazem. Desde seu lançamento, as mudanças ocorridas na produção, têm sido palco para longas discussões entre os fãs. Apesar da Warner Bros não ter se pronunciado em relação a isto, muitos membros da produção o fizeram. Desta vez, foi Jason Momoa, o qual tocou no assunto. Em entrevista ao Chris Van Vliet, o ator foi perguntado sobre onde Aquaman está situado na cronologia:
“Acho que se passa imediatamente após Liga da Justiça.”
“Um dia após, uma semana após?”
“Sim, pois no corte de Zack, nós tivemos uma cena onde eu estava com Vulko e Mera. E eu digo que eu preciso ir para casa e eles dizem que há uma força vindo, que eu preciso ajudá-los. Eu respondo algo do tipo: “Preciso visitar o meu pai.” Então, eu entro na caçamba de uma caminhonete e bebo um gole de alguma coisa e ela vai embora. Esse era tipo, o fim de Liga da Justiça. Depois, corta para mim, indo para casa e nadando em direção a um submarino.”
O corte teatral de Liga da Justiça termina com Arthur mergulhando no oceano. Muito diferente do final original descrito por Momoa, trazendo ligação direta com o seu filme solo. Apesar de não ter ido para o corte final, a cena pode ser encontrada em um dos vídeos de divulgação do filme, falando sobre os personagens. Confira:
Se um dia veremos o filme original da Liga da Justiça, isto é um mistério. Entretanto, ainda há muito a ser descoberto. Aquaman é dirigido por James Wan e chega aos cinemas brasileiros no dia 13 de dezembro. Para saber sobre tudo o que acontece no cinema, fique ligado na Torre de Vigilância.
A Paramount Pictures divulgou um novo vídeo de Bumblebee. Nele, o diretor Travis Knight e o elenco, falam sobre os visuais dos robôs no filme. E como eles foram inspirados em G1, a primeira geração de Transformers. Confira:
“1987. Refugiado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia, um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condição de uso, é encontrado e consertado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld), às vésperas de completar 18 anos. Só quando Bee ganha vida ela enfim, nota que seu novo amigo é bem mais do que um simples automóvel.”
Bumblebee chega aos cinemas brasileiros no dia 25 de dezembro. Para saber sobre tudo o que acontece no cinema, fique ligado na Torre de Vigilância.
Um novo comercial de Aquaman foi divulgado, mostrando pela primeira vez, Orm trajado como o Mestre dos Oceanos. Confira a prévia:
https://www.youtube.com/watch?v=8hYoke1FPb0&t=64s
“Da Warner Bros. Pictures e do diretor James Wan, chega a aventura que expande o vasto e visualmente incrível mundo subaquático dos sete mares: Aquaman, com Jason Momoa no papel-título. O filme revela a história de origem do meio-humano, meio-atlante Arthur Curry, e o leva para a jornada de sua vida – que não apenas vai forçá-lo a encarar quem ele realmente é, mas descobrir se ele é digno de quem nasceu para ser… um rei”.
Aquaman chega aos cinemas brasileiros no dia 13 de dezembro.
Existem dois tipos de silêncio ao deixar uma sala de cinema: O negativo, de desinteresse em relação ao que foi assistido, aquele constrangedor o qual não procura sequer, buscar pela mensagem transmitida. E o positivo, de impacto em relação ao que foi testemunhado, não apenas assistido, aquele silêncio, o qual faz perder nos seus próprios pensamentos e sentimentos, remoendo e refletindo até a hora de voltar para casa. Nasce Uma Estrela definitivamente se enquadra na segunda opção. O remake deste clássico, é poético, emocionante e arrebatador.
A alma do filme está nos protagonistas, verdadeiros lados opostos de uma mesma moeda, também conhecida como arte. De um lado, temos Jackson, um músico bem sucedido e com vários problemas envolvendo drogas. Do outro lado, temos Ally, uma jovem garçonete tímida com o sonho de se tornar uma cantora. O acaso entrelaça o destino dos dois e uma linda história de amor começa. Ela progride alcançando o sucesso , enquanto ele afunda nas drogas.
Nasce Uma Estrela é um filme sobre sucesso e lama. As duas concepções são exploradas de forma extrema durante a narrativa. Qual o preço do sucesso? Perder sua identidade e originalidade em prol daquilo que as pessoas anseiam, ou ser autêntico, ter algo a dizer, mas não ser compreendido? Há uma discussão sobre subjetividade e liberdade artística muito grande aqui. Até onde podemos afundar? É possível se reerguer? Se sim, como? Nasce Uma Estrela não apenas tece comentários sobre a indústria do entretenimento, seu principal pilar está no romance, na história de amor entre dois personagens com problemas diferentes, doando-se um ao outro no decorrer da narrativa.
Devoção e entrega, são dois adjetivos para descrever a química existente entre Lady Gaga, entregando uma personagem sonhadora, o lado mais positivo do filme e Bradley Cooper, entregando um personagem melancólico e problemático, sendo impossível determinar quando o personagem se encontra em seus momentos de sobriedade ou alucinação, a dupla é excelente, mas Cooper é quem definitivamente entrará na corrida do Oscar e arrancará as lágrimas da audiência com sua poderosíssima atuação e direção.
Este é o primeiro filme dirigido pelo ator e ele, sinceramente, não aparenta ser tão novato assim. Priorizando o silêncio, closes e movimentos de câmera agitados, Cooper traz um filme o qual parece ter vida, pulsando constantemente. Os momentos de maior destaque com certeza residem nas cenas envolvendo shows, com uma grande quantidade de flashes em cima dos personagens, neste sentido de dar vida ao filme, a edição de som, também é perfeita, assistir a obra na tela grande, é como assistir o seu músico favorito ao vivo, mas sob uma perspectiva muito mais pessoal.
Falando em perfeição, o aspecto mais poderoso e o qual será levado pelo espectador após o final da projeção, é a trilha sonora, a qual não apenas é literalmente “música para os ouvidos”, mas tem um propósito gigantesco dentro da narrativa e nos dizeres dos seus personagens.
É muito cedo para afirmar se esta versão de Nasce Uma Estrela é realmente um clássico, mas é um daqueles dramas sobre sucesso e lama o qual definitivamente merece seu ingresso e algumas indicações ao Oscar.