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A Canção do Cão Negro da AVEC Editora chega às livrarias

O segundo volume da excelente série nacional Contos do Cão Negro, da AVEC Editora, já está disponível. A Canção do Cão Negro chegou às livrarias!

Um ano após derrotar o viking Ild Vuur e um monstro de eras imemoriais, Anrath, o Cão Negro, agora comanda seu próprio navio. Ao lado de Aella, a guerreira, e Rorik, o gigante saxão, ele embarca em uma missão perigosa na Islândia, que irá resultar em um novo confronto com saqueadores vikings. Porém, esta batalha acabará colocando Anrath nas garras de uma criatura mitológica sedutora e mortal.

Em 2015 a AVEC Editora publicou o primeiro volume da série nacional Contos do Cão Negro, dos autores Fred Rubim e Cesar Alcázar, com um encadernado muito elogiado pela crítica. O primeiro volume foi mencionado por muitos como um “tom de quadrinho europeu criado no Brasil.”

Ficou interessado? Confira nossa resenha de O Coração do Cão Negro clicando aqui!

Alcázar já havia publicado em 2014 o livro A Fúria do Cão Negro, situado neste universo que agora é desenvolvido em quadrinhos. O autor também escreveu Bazar Pulp: Histórias de Fantasia e Aventura e Horror. Fred Rubim, formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria, é ilustrador freelancer e artista da série Le Chevalier em quadrinhos, dando vida ao encadernado Le Chevalier: Arquivos Secretos. Para visitar o portfólio do artista, clique aqui.

A Canção do Cão Negro – Volume 2. Série Contos do Cão Negro possui 64 páginas encadernadas em capa cartão no formato 28 x 21 cm, com preço sugerido de R$ 39,90.

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Seis séculos de história retratados em A Infância do Brasil

A Infância do Brasil, obra de José Aguiar publicada pela AVEC Editora, é uma narrativa única. Ao apresentar um quadrinho histórico narrando seis séculos do nosso Brasil, o autor decide com maestria situar a perspectiva em um lado pouco explorado: o das crianças brasileiras.

Da colonização a modernidade, passando pelo período escravagista e industrial, A Infância do Brasil é um verdadeiro documento do passado, com imagens fidedignas que se assemelham a retratos e pinturas de livros, e texto apurado, com nuances de cada momento da nossa língua portuguesa em que a narrativa está situada.

A premissa desta série, publicada inicialmente como uma webcomic entre 2015 e 2016 e agora compilada em uma belíssima edição impressa, é lidar com o lado mais delicado e chocante da nossa história, criando paralelos com o Século XXI e levantando questionamentos sobre as diferenças entre passado e presente. Será que a situação mudou para melhor? Evoluímos como sociedade, ou as coisas não sofreram tantas alterações no decorrer das eras?

José Aguiar, dono de uma arte única complementada pelas lindas e vivas cores de Joel de Sousa, parte de uma característica em comum que é a presença de nomes iguais conforme o tempo passa, fechando um arco ao longo dos seis capítulos. A forma como o autor retrata a infância é crua e reflexiva desde as primeiras páginas. A escolha aqui é por mostrar o lado do povo brasileiro (pessoas NASCIDAS no Brasil, não colonizadores) mais sofrido, encarando problemas que construíram a sociedade como a temos hoje e que estão presentes nas fundações desta construção.

Fome, miséria, violência física e moral, trabalho e saúde são alguns dos temas explorados, dentre muitos outros como o abandono e questões familiares, modernas ou não e sempre remetendo a perda da infância.

Entre os momentos mais chocantes e memoráveis destacam-se o capítulo sobre a Lei do Ventre Livre, baseado em um relato histórico real, o caso da mãe que cria seu filho na cadeia, e a abordagem do presente, comparando a vida boa de um casal com a misérias nas ruas.

A leitura deste quadrinho desperta o desejo de saber mais. Aprender mais sobre o passado, encarar outras realidades e descobrir quais características estão marcadas com ferro quente no âmago do nosso país. A sofrida perspectiva das crianças é um sopro de criatividade na forma de abordar a história, tornando-se um relato que poderia ser aplicado nas escolas como material didático.

Nos extras são apresentados textos contextualizando cada um dos períodos da HQ, destacando ainda mais o caráter fidedigno da retratação histórica. Um dos grandes destaques dos quadrinhos nacionais mais recentes, com temática relevante e desenvolvimento único, a obra de José Aguiar merece ser lida por todos. Recentemente A Infância do Brasil foi indicado ao Troféu HQMIX 2016 na categoria Web Quadrinhos.

A Infância do Brasil possui 96 páginas encadernadas em capa brochura no formato 28 x 21 cm, com preço sugerido de R$ 49,90.

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A Infância do Brasil, de José Aguiar, chega às livrarias pela AVEC Editora

Contando a história do Brasil em quadrinhos, na perspectiva das pessoas comuns e lidando com casos como abuso, abandono e descaso, José Aguiar lança A Infância do Brasil, uma emocionante história que chega em breve às livrarias pela AVEC Editora. Confira os detalhes abaixo!

Em A Infância do Brasil, o premiado quadrinista José Aguiar lança seu olhar sobre a História do Brasil não pela perspectiva dos grandes eventos, mas pela das pessoas comuns, pelo viés da infância. Nela o autor atravessa nossa história cheia de contradições, abusos, descaso, abandono, entre outras situações que insistem em não ficar para trás. A Infância do Brasil é sobre refletir o presente a partir do nosso passado para, quem sabe, projetarmos um futuro melhor.

Esta edição ainda conta com prefácio da historiadora Mary del Priore e textos finais sobre o contexto histórico de cada capítulo.

José Aguiar é um quadrinista paranaense, autor de obras como Nada Com Coisa Alguma, FolheteenDom Casmurro: de Machado de Assis, além de publicações como Vigor Mortis Comics e Quadrinhópole. Também é o autor de Quadrinhofilia, que posteriormente viria a se tornar sua editora independente pela qual algumas de suas obras citadas foram publicadas, e é um dos criadores do personagem O Gralha. A Infância do Brasil é sua primeira publicação na AVEC Editora, contendo seu selo autoral da Quadrinhofilia.

A série em seis capítulos surgiu inicialmente como uma webcomic, lançada entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016, e compilada agora neste volume impresso pela AVEC. As cores são de Joel de Souza.

O autor é vencedor do Ângelo Agostini e Troféu HQMIX, além de ter sido vencedor do I Concurso Internacional de Quadrinhos do Senac-SP. Na França, desenhou a série Ernie Adams e também ilustrou páginas para a coletânea Un Jour de Mai.

A Infância do Brasil possui 96 páginas em papel couché fosco, encadernadas em capa cartão no formato 21 x 28 cm, custando apenas R$ 49,90. Atualmente encontra-se em pré-venda no site da editora, ou através da Amazon.

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O Coração do Cão Negro | Um ótimo quadrinho nacional de bárbaros

O mercado de quadrinhos possui alguns títulos, personagens e séries de bárbaros. Conan, Red Sonja e quadrinhos de Esteban Maroto são alguns exemplos da temática muito bem utilizada. Em O Coração do Cão Negro, primeiro volume da série Contos do Cão Negro publicada pela AVEC Editora, temos um ótimo gibi produzido por autores nacionais com a temática de bárbaros, com boas reviravoltas e belíssima arte!

Cão Negro é uma série criada por Cesar Alcázar. Com o livro A Fúria do Cão Negro, publicado em 2014, o autor nascido em Porto Alegre e fã de Robert E. Howard deu início a este universo que viria a se tornar, posteriormente, uma série em quadrinhos que narra as aventuras do anti-herói e protagonista Anrath.

Arte da capa do primeiro volume, O Coração do Cão Negro.

Mercenário irlandês conhecido como “Cão Negro de Clontarf”, Anrath foi criado entre os vikings e possui um passado sombrio, cheio de tragédias que o destinaram a se tornar um renegado. Contratado pelo misterioso Inglês para encontrar um medalhão chamado “Coração de Tadg”, Anrath lida com as consequências de seu passado, enfrentando guerreiros que desejam a vingança e encarando horrores inimagináveis.

A sinopse acima detalha muito bem o teor da história presente neste primeiro volume. Nada revolucionária dentro do gênero espada e feitiçaria, porém dentro dos padrões de qualidade das melhores séries do gênero, a narrativa contém todos os clichés típicos da temática. O grande destaque fica para o jeito que é apresentada a aventura, de forma muito bem narrada, com roteiro e arte de qualidade acima da média!

Arte não finalizada de um dos quadros da história.

O estilo remete a  bons quadrinhos europeus, padrão das séries da AVEC Editora. Situado na Irlanda, este primeiro volume serve como uma introdução ao universo, apresentando Anrath, seu passado e personagens coadjuvantes. A personalidade do protagonista é o padrão dos bárbaros, sendo forte, exímio guerreiro e muito calado. E toda a apresentação à mitologia do Cão Negro é belissimamente ilustrada por Fred Rubim.

Nesta que é sua primeira publicação no mundo das HQs, Rubim, nascido em Porto Alegre e formado em Desenho Industrial, dá um show nas ilustrações. Utilizando muito bem as sombras, uma técnica semelhante ao que Mike Mignola faz em seus quadrinhos, o artista dá vida e movimento aos cenários e personagens, provando sua versatilidade especialmente quando comparado a outro quadrinho de sua autoria, Le Chevalier: Arquivos Secretos. Nesta série, sua arte parece uma fusão entre Mignola e John Buscema.

Sem um estilo caricato e mais simples, indo mais para o lado realístico e cinematográfico, o ilustrador retrata com fidelidade alguns objetos do período em que a aventura se passa (1022 D.C.), como vestimentas de guerreiros (escudos, elmos, espadas) e também barcosconstruções. O estilo real dos personagens e animais fascina o leitor no decorrer das páginas, e quando o lado sobrenatural entra em cena, o visual torna-se fantástico e destoante, com cores que se destacam entre os quadros, separando o normal do fantasioso.

Quadro da segunda página da história.

O texto de Cesar Alcázar é apresentado como uma aventura de ação típica, porém o domínio do passado e características de cada um dos personagens deixa claro que este é seu universo, com seus personagens e criaturas emprestadas da literatura fantástica. A narrativa segue um padrão que reveza entre presente e passado, com alguns flashbacks, e guarda as principais reviravoltas para as páginas finais, onde os mitos criam vida.

A personalidade de Anrath e a forma como ele age com relação aos seus inimigos e companheiros, antigos ou recentes, é um charme para fãs deste tipo de história. Sua lenda está relacionada a belas mulheres, de anos que se passaram ou da atualidade, e seus inimigos são motivados pelo ódio gerado por graves erros. A forma como Anrath encara o sobrenatural, no entanto, difere-se de personagens como o Conan, que nutre certa aversão por feitiçaria.

Anrath entra em ação.

A violência também é marcante, com batalhas, mortes e muito sangue. Anrath é um habilidoso guerreiro, que ataca todo aquele que vier ceifar sua vida, agindo sem piedade contra seus inimigos. A sensação de que este anti-herói já possui uma fama pré-definida atiça a curiosidade para que mais de seu passado seja mostrado, abrindo possibilidade para histórias da sua juventude, entre os vikings, e períodos posteriores. Quem sabe até um álbum de origem. Ou podemos continuar simplesmente da forma que está, com sua vida sendo apresentada aos poucos para os leitores.

O Coração do Cão Negro é mais uma prova do ótimo desempenho dos autores nacionais em criarem boas histórias, séries e personagens que não devem em nada para os quadrinhos publicados no exterior. Com boa mitologia, texto bem escrito e revisado e arte de ponta, o primeiro volume desta série é um dos grandes destaques dos quadrinhos brasileiros, e a edição e acabamento gráfico apresentados também são de ótima qualidade. Um segundo volume já foi anunciado e está previsto para ser lançado ainda em 2017.

Contos do Cão Negro Vol. I: O Coração do Cão Negro possui 64 páginas encadernadas em capa cartão no formato 28 x 21 cm, com preço de capa de R$ 39,90.

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Vem aí: Pesadelos Terríveis, RPG baseado no universo da HQ Beladona

Baseado na premiada HQ Beladona de Ana Recalde e Denis Mello, Pesadelos Terríveis é um jogo de terror que expande este universo ficcional. Este é um RPG de mesa no qual cria-se coletivamente um conto que flerta com terror, loucura e mistério, e será lançado em breve pela AVEC Editora. Confira os detalhes abaixo.

Pesadelos Terríveis é um jogo de fácil aprendizagem destinado àqueles que não se furtam de seguir em busca do sobrenatural que se espreita em Nosso Mundo ou de Fugir dos perigos criados no Mundo dos Pesadelos. Em entrevista, o autor Jorge Valpaços declara ser fã da história em quadrinhos, e um dos requisitos para a criação do jogo foi a acessibilidade, podendo ser jogado por pessoas inexperientes neste tipo de imersão.

Valpaços é parte do Lampião Game Studio, sendo um dos responsáveis gabaritados por outros jogos como Déloyal e Odú. Para criar Pesadelos Terríveis o autor teve que trabalhar com ideias como suspense, terror e horror, balanceando-os com elementos como ansiedade, dúvida, receio, etc. O nome do jogo surgiu das experiências de Samantha em Beladona, que tinha pesadelos terríveis ao longo da narrativa.

Confira abaixo algumas páginas de preview do livro:

 

A diagramação ficou por conta de Vitor Coelho, com o projeto supervisionado pelo editor Artur Vecchi. A previsão de lançamento é para o final do mês de junho, já podendo ser adquirido em pré-venda na AVEC Store ou na Amazon.

Pesadelos Terríveis: Beladona RPG possui 144 páginas em papel Lux cream 90g, encadernadas com capa cartão no formato 21 x 28 cm, com verniz localizado e preço de capa sugerido R$ 39,90.

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Detective Comics Quadrinhos

Guardiã | A Detetive do Sobrenatural de Robbert Damen

Casos sobrenaturais acontecem em uma Londres vitoriana, especialmente durante as noites cheias de nevoeiros e na presença de pessoas influentes. A Guardiã, criação do holandês Robbert Damen, é uma investigadora da Scotland Yard responsável por lidar com o paranormal, confrontando criaturas bizarras que desafiam a lei. As histórias desta forte personagem feminina chegaram ao Brasil pela AVEC Editora em um álbum que compila três aventuras fechadas cheias de ação, humor e reviravoltas!

A revista holandesa Eppo, resultado de uma fusão entre as revistas Pep e Sjors, possui uma extensa história que vem desde os anos 70. Em 1975, a Eppo foi criada como uma revista semanal, publicada até 1988, quando tornou-se quinzenal até ser cancelada em 1999 (durante todo este período, com nomes diferentes do atual). Dez anos depois, em 2009, a revista foi ressuscitada. No semanário surgiram grandes séries como Storm, Roel Dijkstra e Franka, sendo que em 2012 Damen deu início à sua série da Guardiã.

Imagine Sherlock Holmes com alguns poderes mágicos investigando somente casos que fogem do normal, indo da magia ao licantropismo. A Guardiã, detetive do sobrenatural, é uma personagem feminina forte que vive suas investigações em uma época muito marcante, especialmente por conta da visão machista exacerbada que a sociedade tinha da mulher. Sendo a protagonista e principal investigadora da organização policial britânica, a heroína quebra paradigmas retratados com fidelidade histórica, e com carisma e charme únicos, desvenda os três mistérios deste primeiro álbum.

As histórias da Guardiã são divididas em figuras centrais que dão nome às aventuras. Sir Godfried, Srta. Banning e Doutor Lowe são, de alguma forma, os principais enigmas que e detetive deve solucionar, usando seu bastão mágico e seu conhecimento adquirido ao longo de uma extensa carreira. O passado da Guardiã e tudo que a cerca é bem misterioso: não sabemos praticamente nada sobre sua vida, sendo que apenas uma figura familiar é apresentada no decorrer do álbum. “De onde ela veio? Como se tornou o que é hoje? Como funciona seu bastão mágico?” são algumas das perguntas que ficam abertas na cabeça do leitor, aumentando o desejo de conhecer mais sobre este mundo.

A arte de Robbert Damen, que iniciou sua carreira nos anos 90 como colaborador de publicações independentes e tornou-se posteriormente argumentista e ilustrador da revista semanal do Pato Donald, é típica do quadrinho europeu de linha clara, muito marcante no mercado franco-belga, onde com traços suaves o autor passa expressão e fidelidade aos cenários da época em que a série está situada, no século XIX. Suas personagens femininas são sensuais enquanto os homens são volumosos ou nobres, e as cores são competentes para criar a atmosfera ideal em cada um dos cenários, indo do raiar do dia ao sombrio e temeroso aspecto da madrugada.

A principal diversão das histórias da Guardiã é acompanhar sua narração de pensamento, como uma espécie de diário, sempre um passo adiante da polícia comum. Apesar de curtos, os relatos se desenvolvem agradavelmente guardando plot twists para o meio e para o final das investigações. Uma leve dose de humor se faz presente em alguns diálogos, e as cenas de ação sempre são muito bem retratadas. Especificamente na terceira história, há uma sequência com uma carruagem na chuva que é lindamente ilustrada, com uma fluidez única.

Apesar de um leve exagero em alguns diálogos, a HQ da Guardiã acrescenta muito ao mercado nacional e ao catálogo da AVEC Editora, que já possui um bom número de quadrinhos europeus protagonizados por personagens femininas (Alena, January Jones, Ember e a própria Guardiã), sem falar das ótimas histórias nacionais como Beladona e Galicia.

No exterior há também um segundo álbum, intitulado “Gillian – Edward“, que compila mais duas histórias da personagem. Espera-se que a AVEC Editora possa trazê-lo ao Brasil, repetindo a lufada de ar fresco para as livrarias nacionais como foi este primeiro compilado de aventuras, um material tão diferente e de qualidade acima da média.

Guardiã: A Detetive do Sobrenatural – Vol. 1 possui 48 páginas encadernadas no formato 28 x 21 cm com preço de capa sugerido R$ 34,90.

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Detective Comics Quadrinhos

Le Chevalier | Os Arquivos Secretos do Cavaleiro steampunk

Imagine um grupo de inteligência e operações que atua na França em plenos anos 1800. Adicione o subgênero steampunk, tramas bem narradas com ilustrações que remetem a ótimas histórias em quadrinhos de grandes mestres da nona arte e você terá Le Chevalier: Arquivos Secretos, uma das graphic novels do catálogo da AVEC Editora, pertencente ao universo literário nacional de Le Chevalier.

Criada por Andre Zanki Cordenonsi, a série literária Le Chevalier está situada em meados dos anos 1860, em uma Paris onde as criações a vapor de Jules Verne impulsionaram uma revolução tecnológica que tornou a capital francesa o epicentro de uma renovada Europa.

O Bureau Central de Inteligência e Operações é uma organização que investiga casos a serviço de sua majestade, Napoleão III, e tem como principal agente um espião sem nome, sem passado e extremamente eficiente no serviço: o Cavaleiro, chamado apenas de Le Chevalier. Os Arquivos Secretos, como o nome sugere, tratam de aventuras paralelas às contadas no livro e nos eBooks, aprofundando ainda mais a imersão neste rico universo.

Em poucas páginas um leitor novato rapidamente sente-se a vontade e embarca facilmente na interação entre os personagens, e quem já está familiarizado reconhece sem delongas as características marcantes deste mundo. As duas aventuras presentes neste volume são auto-contidas e deixam ganchos para futuras continuações, mas ambas as tramas de investigação se desenrolam magistralmente pelo texto de Cordenonsi e não somente apresentam o universo como também explicam detalhadamente suas principais características, contando com fichas de personagens e recordatórios.

A provável maior inspiração para a confecção de Le Chevalier é o Hellboy de Mike Mignola. Em Arquivos Secretos os dois agentes do Bureau, Le Chevalier e seu companheiro Persa, investigam casos de assassinato e sequestro situados em Paris. Através de tramas diretas e inventivas o roteirista explora as tecnologias deste mundo retrofuturista e também não perde tempo em introduzir figuras históricas na narrativa, criando um apelo ainda maior para o leitor que deseja aprofundar seus conhecimentos. E a comparação com a obra-prima de Mignola se faz presente mais uma vez, com a utilização de um ótimo glossário que detalha cada um dos termos citados.

Os personagens são divertidos e possuem características marcantes. Chevalier é o típico protagonista misterioso e confiante, que age sem pestanejar para cumprir seus objetivos, e sempre possui uma carta na manga. Persa, apelido de Karim El Hadji, funciona como o alívio cômico da série, sempre focado no lado gastronômico de Paris e reclamando das confusões em que se mete, mas também atuando competentemente como ajudante de campo. E uma gama de personagens secundários encorpam o elenco principal, tornando críveis os relacionamentos.

O formato da publicação assemelha-se ao de álbuns europeus. Não bastasse a trama ser situada na França, com inimigos e conspirações políticas secretas englobando toda a Europa, a aventura soa como um arco fechado de um bom gibi franco-belga. A arte de Fred Rubim remete ao já citado mestre Mike Mignola, lembrando também o traço que Gabriel Bá utilizou na série The Umbrella Academy, da Dark Horse Comics. Todas as três séries possuem um estilo parecido, onde uma organização investiga casos diversos.

A versatilidade de Rubim é outro ponto de destaque que merece ser mencionado. Comparando seus traços em dois quadrinhos diferentes, Le Chevalier e Contos do Cão Negro, são nítidas as diferenças de estilo e narrativa empregadas em ambas as publicações. Em Arquivos Secretos o ilustrador utiliza linhas claras e um jogo de sombras, com um desenho mais caricato que casa perfeitamente com as aventuras. Além disso, o desenhista permite-se pirar nos aparatos tecnológicos que surgem no decorrer das investigações, com robôs, veículos e os divertidos drozdes, animais mecânicos com vida própria e fiéis aos seus amos, que representam o ápice da tecnologia Clockpunk. As cores, que também ficam a cargo de Rubim (o homem é uma máquina), criam uma aura própria ao redor de cada cena, trazendo com maestria um ar específico para os cenários.

E apesar dos cenários mais simples, sem muita tecnologia aplicada na arquitetura, toda a cidade de Paris soa constantemente como um retrato de uma época, e o leitor acaba se deparando com instrumentos e máquinas extremamente incomuns, frutos do subgênero steampunk em que a obra se baseia, que dão um charme para o interior das construções.

A forma como a dupla de autores conduz as narrativas, de maneira linear e com um ritmo próprio que prende a atenção, é a cereja do bolo deste ótimo material nacional, que acrescenta (e muito) aos universos ficcionais oriundos das mentes brilhantes de autores brasileiros, criando obras que não devem em nada às famosas histórias produzidas no exterior. E esperamos que outras aventuras do Chevalier sejam contadas em quadrinhos, mantendo vivas o que há de melhor no pouco explorado estilo steampunk.

Le Chevalier: Arquivos Secretos Vol. 1 possui 64 páginas encadernadas em capa cartão no formato 28 x 21 cm, com preço de capa R$ 39,90.

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Confira a capa de A Canção do Cão Negro, da AVEC Editora

O artista Fred Rubim, que ao lado de Cesar Alcázar criou O Coração do Cão Negro, publicado pela AVEC Editora, divulgou recentemente em suas redes sociais a capa do segundo volume da série, intitulado A Canção do Cão Negro. Confira detalhes abaixo.

Em 2015 a AVEC Editora publicou o primeiro volume da série nacional Contos do Cão Negro, dos já mencionados Fred Rubim e Cesar Alcázar. Com um encadernado muito elogiado pela crítica, em breve será lançada a continuação dessa história, que teve sua capa divulgada há alguns dias:

O primeiro volume foi mencionado por muitos como um “tom de quadrinho europeu criado no Brasil“. Anrath, o mercenário irlandês conhecido como o “Cão Negro de Clontarf”, é um homem atormentado. Nascido gaélico, foi criado entre os Vikings. O destino fez dele um renegado, um guerreiro condenado a vagar entre duas culturas sem pertencer a nenhuma. Contratado pelo misterioso Inglês para encontrar o medalhão chamado “Coração de Tadg”, Anrath é envolvido em uma trama de vingança e traição que o levará direto para as mãos de Ild Vuur, o viking, e o fará confrontar horrores além do espaço e do tempo. A continuação mostrará uma nova aventura do personagem.

Alcázar já havia publicado em 2014 o livro A Fúria do Cão Negro, situado neste universo que agora é desenvolvido em quadrinhos. O autor também escreveu Bazar Pulp: Histórias de Fantasia e Aventura e Horror. Fred Rubim, formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria, é ilustrador freelancer e artista da série Le Chevalier em quadrinhos, dando vida ao encadernado Le Chevalier: Arquivos Secretos. Para visitar o portfólio do artista, clique aqui.

Além da capa mostrada acima, uma página de preview foi compartilhada:

A Canção do Cão Negro – Volume 2. Série Contos do Cão Negro deve ser lançado em breve. O primeiro volume, O Coração do Cão Negro, encontra-se disponível na Amazon. O encadernado possui 64 páginas encadernadas em capa cartão no formato 27,8 x 20,6 cm, e preço de capa sugerido R$ 39,90.

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Games Literatura RPG

AVEC lança O inimigo digital: Uma aventura interativa não oficial de Minecraft

O lançamento de destaque do mês de maio da AVEC Editora é o livro-jogo O inimigo digital: Uma aventura interativa não oficial de Minecraft, que chega às lojas em breve. Já pensou em ser o personagem principal de um livro? Criar sua própria história, fazer as escolhas mais importantes e jogar os dados para realizar uma conquista? Confira os detalhes abaixo!

Um personagem corrompido pelo desejo de vingança planeja destruir o Minecraft! Devious_David removeu a rocha matriz, a base de toda a superfície do jogo, e criou um vazio que está aumentando e devorando tudo ao seu redor. Agora, Steve e seus amigos precisam de sua ajuda para combater as forças do mal e salvar o mundo virtual. Só você poderá deter este terrível vilão e impedir que o Minecraft desapareça para sempre. Parte história, parte jogo, O Inimigo Digital é um tipo diferente de livro – aqui, VOCÊ é o herói!

Através de sua página no Facebook a editora divulgou uma galeria de fotos da prova física do livro, além de uma ficha de personagem:

O inimigo digital foi escrito por Athos Beuren, autor de O Senhor das Sombras e da coleção Viver ou Morrer. Minecraft foi criado por Notch e é hoje o jogo independente de maior sucesso no mundo, que permite que os jogadores utilizem a criatividade para explorar ou construir o que bem entenderem em um vasto mundo aberto. Em 2014 a franquia foi vendida para a Microsoft por US$ 2,5 bilhões.

No Brasil algumas editoras publicam aventuras e biografias baseadas no jogo. Este é o primeiro lançamento baseado em Minecraft feito pela AVEC Editora, e um dos poucos livros escritos por um autor nacional com um currículo mais elaborado e competente.

O inimigo digital: Uma aventura interativa não oficial de Minecraft possui 192 páginas encadernadas em capa cartão no formato 14 x 21 cm e preço de capa sugerido R$ 34,90. O livro encontra-se em pré-venda na Amazon.

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Alena | O amor e o terror com os traumas da adolescência

Um transtorno psicológico supõe uma alteração do comportamento e da razão de uma pessoa. Ao vivenciar algo extremamente chocante, um tipo de trauma, o acontecido acaba por alterar a estrutura mental de uma pessoa e deixa sequelas profundas. Alena, graphic novel sueca publicada no Brasil pela AVEC Editora, é uma história de terror que, entre diversos temas, fala sobre a psique de uma adolescente que deve lidar com as descobertas de sua sexualidade, bullying, aceitação e compreensão social, todos assuntos perturbadores para uma garota da sua idade.

Na obra criada por Kim W. Andersson, o autor demonstra uma exímia capacidade em retratar o que há de pior nas pessoas durante a adolescência. A história se passa na Suécia, numa escola privada de bom status, onde a jovem Alena é bolsista. Há um ano, ela e sua amiga Josefin passaram por uma situação, desenvolvida ao longo do álbum, que tornou a vida da protagonista um verdadeiro inferno: Josefin morreu neste fatídico dia, e o fardo da sua morte caiu sobre os ombros de Alena, que passou a ser ainda mais maltratada pelos outros alunos, cheios de preconceitos e incertezas. A grande questão é que, desde a tragédia, a garota consegue verdadeiramente interagir com sua amiga morta.

Toda a trama gira em torno de um mistério e das descobertas a respeito não somente do passado da personagem, como também dos coadjuvantes. Alena sofre bullying (físico, moral e sexual) constante de Filippa, a típica garota fútil e invejosa presente na vida de qualquer pessoa, que não mede esforços para humilhar quem ela julgar como inferior. Filippa, que é capitã do time de lacrosse, nutre uma inveja especial pela protagonista graças ao garoto Fabian, um dos poucos que tentam (sem muito sucesso) ajudar a “estranha” e “perturbada” personagem principal.

Não bastasse todo o inferno causado por Filippa, Alena lida com muitas dúvidas. Sua sexualidade é abordada de uma forma muito real, com dois pesos a puxando constantemente para um ou outro lado. Josefin é uma alegoria que representa todas as dúvidas da garota, a parte que sempre a puxa para o lado pessimista da vida. A existência da amiga morta, interagindo com Alena o tempo todo, cria um aspecto misterioso ao redor de sua presença física no decorrer da história. Nos momentos em que ela está sozinha, a arte assume tons de laranja e roxo, cores que representam vitalidade e sucesso (laranja) e espiritualidade, magia e mistério (roxo), criando um estilo que pode ser interpretado como a persistência que permite Josefin ainda existir, e o que de tão misterioso a faz viver após a morte.

O autor é muito bem sucedido em unir os elementos citados acima com uma arte cinematográficaexpressiva, para criar não somente bons e memoráveis momentos, como também para chocar bastante. A violência é esbanjada em graus que se elevam a cada capítulo, e todo o sanguinolento desenvolvimento cria dúvidas na cabeça do leitor com relação ao que está acontecendo. Afinal, o que Josefin representa na vida da “heroína” desta história? O que ainda precisa ser contado? A condução desta aventura trágica é apoiada por uma narrativa rápida, plot twists tensos e uma cadência que lembra bons filmes do tema. A dicotomia entre a vilania e o heroísmo também se faz presente, aumentando a angústia no decorrer das páginas.

As figuras adultas, retratadas como seres indiferentes, também soam reais. Durante boa parte da adolescência, muitos adultos simplesmente não entendem ou não se importam com o que se passa na cabeça dos jovens, e quem tenta ajudar acaba piorando a situação. Este tipo de situação ocorre de maneira similar com a conselheira do colégio de Alena, focada (também sem muito sucesso) em desvendar a mente da aluna que vem sofrendo tanto. Os outros professores, e até mesmo o diretor, basicamente aparentam não se importarem tanto com o que está acontecendo. E a garota está no fogo cruzado entre o desprezo e a superficial colaboração por parte de uma minoria.

O desfecho surpreende e fecha pontas soltas. Muitos dos acontecimentos mostrados em capítulos prévios, ao alcançar o final da história, tornam-se puramente interpretativos. Ao tentar decifrar a mente de Alena o leitor acaba mergulhando nas possibilidades, tentando explicar as coisas baseando-se na realidade. E os sentimentos de Alena, postos em xeque ao longo de tanto sofrimento, recebem um final inesperado, demonstrando não somente o que Josefin representou na vida da protagonista como também o quanto a angústia afetou seu psicológico: a prova definitiva de como as dúvidas podem transformar a vida de alguém num verdadeiro terror, tal qual um amor psicótico. Especialmente num período tão sensível da vida como é a adolescência.

A obra foi vencedora do Swedish Comics Academy’s Adamson, prêmio de quadrinhos de maior importância da Suécia, além de ter sido publicada nos EUA pela Dark Horse, casa de famosas séries como Hellboy e Conan.

O autor possui outras séries publicadas, como Love Hurts, de 2009 – onde estabeleceu seu estilo de contar histórias – e Astrid, série protagonizada por uma aventureira espacial. A graphic novel Alena foi adaptada para o cinema, com um longa dirigido e roteirizado por Daniel di Grado, com textos de Kerstin Gezelius e Alexander Onofri.

Alena possui 120 páginas em papel couché 115g fosco encadernadas em capa cartão no formato 19 x 28 cm e valor de capa sugerido de R$ 59,90.