Os robôs gigantes mais conhecidos do mundo chegam a mais um capítulo de sua história nos jogos de videogame.
Após seu lançamento em 6 de julho de 2017 no Japão, Gundam Versusé lançado em território nacional simultaneamente em todos os países das Américas. Este é o quinto jogo da série para a oitava geração de consoles. Em Gundam Versus, o jogador poderá à disposição mais de 90 Mobile Suits, passando por mais de 35 anos da história da franquia.
A franquia Mobile Suit Gundam teve início em 1979 com seu primeiro anime e, desde então, rende diversos produtos como animes, jogos, mangás, Action Figures e etc. Sendo uma parte substanciosa da cultura japonesa até os dias de hoje, gerando diversas homenagens de seus fãs!
Segundo a Bandai Namco, produtora de Gundam Versus:
“No jogo, cada Mobile Suit selecionável vem equipado com seu próprio sistema de armas, pronto para ser estudado e dominado pelos jogadores, assim como novas opções de mobilidade que permitirão estratégias avançadas de evasão sobre os oponentes, deixando-os comendo poeira nos combates online entre times de dois-contra-dois ou três-contra-três.
“Por mais de 30 anos a franquia Mobile Suit Gundam foi – e continua a ser – um marco na indústria de anime,” disse Eric Hartness, Vice Presidente de Marketing na BANDAI NAMCO Entertainment America Inc. “GUNDAM VERSUS mostra boa parte desta herança ao trazer a ação estratégica e dinâmica pela qual a série se tornou famosa, junto com pilotos e Mobile Suits clássicos e modernos que farão com que fãs do mundo todo enfrentem-se nas mais épicas batalhas online”.
GUNDAM VERSUS tem classificação etária recomendada para Maiores de 10 Anos e tem preço sugerido de R$ 249,90. Seu lançamento é exclusivo para PlayStation 4.
Meu plano inicial para Gamers! era fazer um texto de Primeiras Impressões, no entanto elas não foram muito boas. Isso porque o primeiro episódio do anime é bem mediano. Ele se utiliza de todos os clichês possíveis de um anime sobre clube escolar e os joga na tela.
Então por que Gamers! seria “uma agradável surpresa”?
Pois no final do primeiro episódio, o anime simplesmente revira todos esses clichês e acaba surpreendendo o telespectador. A resposta que Amano (o nosso protagonista) dá a Tendou é bem anticlímax. Você acaba querendo ver o que acontece em seguida, e então o anime te pega.
Amano, o protagonista clichézão que surpreende.
A partir do segundo episódio, Gamers! entra em uma evolução constante, é um episódio melhor do que o outro. O diretor conseguiu ter um excelente timing cômico, as cenas dos mal-entendidos são hilárias, além das ótimas piadas sobre games em si (principalmente as do último episódio). Como não li a Light Novel de Gamers!, não consigo saber quais piadas foram adicionadas pelo diretor. Mas uma coisa é certa: as facetas dos personagens com certeza foram obras dele.
“Desu Desu”. Chiaki best girl.
A animação de Gamers! é bem inconstante, existem episódios bem animados e uns que são porcamente mal animados. Mas como se trata de uma comédia, ter uma animação bem constante não é bem uma prioridade.
O episódio 12 funciona mais como um OVA do que uma continuação da história em si, mas certamente é divertido demais. As piadas sobre DLCs são sensacionais.
E não! Gamers! não é um anime de fanservice, mas por algum motivo, tanto as capas das Light Novels, quanto os endcards dos episódios são recheados deles. Eu realmente queria saber o motivo disso. Um dos poucos momentos em que tivemos um mínimo de fanservice foi no episódio 12, que como eu falei, é mais um OVA do que um episódio do anime.
Apesar de Tsuredure Children ter sido o melhor anime dessa temporada de Verão (antes que venham reclamar, ainda não assisti Made in Abyss), Gamers! acabou me divertindo muito mais.
Gamers! não é um anime que possui uma história impressionante, nem piadas geniais como Gintama e muito menos personagens altamente desenvolvidos, mas é uma diversão honesta para o que se propõe e com certeza foi a surpresa da temporada.
Gamers! ficou em primeiro lugar como o anime mais visto na Crunchyroll na América do Sul.
Ainda não foram divulgados os números de vendas de Gamers!, mas a previsão delas, assim como a maioria dos animes dessa temporada, não estão lá muito boas. Vamos torcer para que venda o bastante para que possa garantir uma segunda temporada.
Os doze episódios de Gamers! estão disponíveis com legendas em português pela Crunchyroll.
Alguns períodos da história humana acabam sendo fetichizados pelo homem moderno. Nunca paramos para pensar em como a Peste Negra assolava a Idade Média; como a discriminação era a norma na Era Vitoriana; ou como as pessoas viviam com medo do fim dos tempos durante a Guerra Fria. É com esses aspectos mais viscerais do passado que autores como Philip Pullman, Scott Westerfeld, Stephen Hunt e China Miéville (que eu descaradamente copiei e colei da Wikipédia) “fundaram” o subgênero steampunk.
E isso tudo é relevante para nosso tópico pois tratamos de uma série com canos, engrenagens e vielas londrinas pra tudo que é lado. E que apesar de abraçar fortemente a temática de “Crítica social foda” que é o steampunk, ainda não deixa de ser japonês, então vemos a fetichização de outras formas.
Mas convenhamos, quem é que não gostaria de ver garotinhas moe encarnando o 007 numa Londres Steampunk durante uma releitura da Guerra Fria? Esse é o seriado que você nunca soube que queria tanto.
Com um primeiro episódio sensacional, provavelmente um dos melhores que eu vi nos últimos anos, o show conseguiu usar aquele truque que é mais velho quevovó menina, mas que funciona perfeitamente quando bem executado: a Premonição Sugestiva.
Não sei se já existe um nome pra isso, mas acabei de inventar um, e na minha cabeça ficou muito legal.
Começos de história são sempre chatos. Você é obrigado a explicar o que está acontecendo, quem são essas pessoas, o motivo delas estarem fazendo aquilo, em que mundo estamos, de onde viemos, para onde vamos, e aquela coisa toda. Dependendo de como você faz isso (tipo o clássico “Ficar sentado num restaurante por vinte minutos“), o espectador já transcendeu a morte de tão entediado que ele ficou. O que vem depois pode até ser bom, mas ninguém aguenta passar por tanta exposição chata logo de cara.
Por isso que a Premonição Sugestiva existe. Tasque um episódio intenso, porém independente, do meio da temporada logo no começo. Pegue o telespectador desprevenido, mostre para qual lado o negócio vai andar, e o que o espera no futuro. Depois que ele pegar o queixo do chão, você pode voltar pro começo e ficar naquele lero-lero nada acontece feijoada, que vai ser mais fácil de engolir.
E até nisso o nosso anime da vez dá um show. Em cada episódio após o nosso prólogo de nome elegante, eles conseguem: apresentar uma personagem; introduzi-la na história de forma satisfatória; contar parte dos acontecimentos que moldam o mundo sem apelar pra fatídica cena do café; e ainda ter uma sequência de ação de dar inveja no Jack Splinter.
Weebs, a maior fraqueza da Máfia
Só que eu já gastei metade da postagem falando da mesma coisa, então vamos comprimir todo o resto na segunda metade e torcer para ficar legível.
O elenco não tem lá grandes nomes. As personagens são espiãs (e elas adoram dizem que são espiãs. Elas farão questão de te lembrar que elas são espiãs a cada dez segundos e vão repetir caso você tenha esquecido que elas são espiãs), então é meio óbvio que elas não queiram se destacar demais.
Mas mesmo assim temos uma guria que brilha verde e voa, outra que anda por aí com espadas na mão e uma que é basicamente o Stephen Hawking moe. Tanto em Character Design como em notoriedade, elas se destacam mais do que deviam. Ah, e elas são espiãs.
Desnecessário falar, os visuais são simplesmente deslumbrantes. Não dá pra fazer um steampunk de qualidade sem artwork de mesmo nível. Eles se preocuparam tanto com isso que na lista de staff tem pra mais de dez pessoas creditadas como responsáveis ou envolvidos na parte artística. É mais gente nisso do que muito anime por aí tem pra produção inteira…
Por outro lado, a animação (por conta dos não-tão-influentes ‘Actas’ e ‘Studio 3Hz’) é tão flutuante quando a protagonista (já que ela voa… sacou?). Temos muitas cenas lindíssimas, que são seguidas por cortes questionáveis e de qualidade duvidosa. Não gosto de me prolongar nisso pois é um buraco bem mais fundo do que aparenta e quase ninguém tem coragem de descer isso tudo.
DELET THIS
Uma surpresa agradável, que vai te interessar por soar extremamente bobo (e, como é de praxe nas mídias nipônicas, realmente é tão idiota quanto soa), mas vai te fisgar e te manter entretido pelos episódios intensos; pelas personagens (que são espiãs) e seus objetivos; e toda aquela bagunça de espionagem e politicagem no melhor estilo House of Cards. A nota não podia ficar abaixo de8/10.
Você pode assistir este excelente show legalmente pelo sistema de Streaming de anime da Amazon, o Anime Strike.
Vamos falar sobre Koi to Uso. Histórias que começam com “Num futuro não tão distante…” normalmente têm várias coisas que com certeza não existiram num futuro não tão distante. Isso é quase que uma regra da ficção (científica). Mas quando tratamos do Japão, as coisas numa história dessas são bem mais plausíveis do que imaginamos. Japonês é um povo estranho mesmo.
De vez em quando nós paramos para refletir sobre nossas vidas, sobre todos os anos que temos nas costas… Pensamos sobre como nossos tempos de colégio já estão lá pra trás (ou não! Mas estarão um dia!), numa época distante… Daí vem um anime desse tipo e faz você perceber que, de verdade, tua cabeça ainda está na quinta série.
Incrível como, não importa a maturidade que você tenha, a sua idade ou seu estado civil, quando certos assuntos são tocados, nossa mente instantaneamente regressa para o auge dos nossos doze anos. E o mais legal é que eu não preciso citar nenhum exemplo, todo mundo sabe do que eu estou falando.
Koi to Uso trata justamente de um desses temas: romance cinematográfico. Você acaba torcendo tanto para tal casal dar certo, que sua mente desaparece e tudo que você consegue fazer é dar gritinhos e espernear.
…
Eu totalmente não fiz isso… Aham…
De qualquer maneira… O mais impressionante de tudo, e que vale como um enorme ponto positivo, é a famigerada “desconstrução” (palavra que eu detesto, mas que por motivos diversos pode ser encaixada aqui) do principal paradigma do gênero: a enrolação.
Se você já assistiu qualquer anime que possuísse qualquer forma de “romance” em sua narrativa (não importa se foi um Harém Genérico, um Shoujo… Independente do gênero), você deve ter notado como as coisas são DEVAGAR PARA CARAMBA. Tudo demora demais. Nenhum desenvolvimento acontece por trinta e sete episódios, e quando algo finalmente vai acontecer… Alguma coisa interrompe ou impede ela de se efetivar. Ficamos andando em círculos, para que só aconteça algo (isso QUANDO acontece algo) no final da obra.
O que temos nesse show é justamente o contrário: o autor (Musawo Tsumugi) não poupa esforços para que, logo no começo da história, você já sinta afeto e interesse o suficiente nos personagens dele, para que quando eles finalmente consumarem seu amor, você se importe. Enquanto outros mangakás e escritores preferem levar anos de publicação para fazer isso (e no final você acaba se apegando aos personagens pelo tempo gasto com eles, e não por se importar com quem eles são), Musawo mete o pé no acelerador e consegue, de forma convincente, te deixar emocionalmente ligado aos protagonistas em menos de vinte minutos.
Ele faz de zero a cem [lágrimas] em vinte [minutos]!
E já que estamos falando dos protagonistas, deixe-me comentar sobre os personagens. Acharei extremamente difícil você desgostar de alguém. Todos são muito gostáveis, e de certo modo você fica até triste com o fato de, não importando como o negócio se desenrole no final, alguém legal vai acabar perdendo. Sério. E olha que eu costumo ser bem chato com isso, e desgosto de mais da metade do elenco de muitas coisas.
E isso não se resume ao núcleo central da trama, apenas. Até mesmo os secundários tem algo de especial que os fazem interessantes. Pode não ser muita coisa, mas se compararmos a impressão que eles deixam com o (pouco) tempo de tela que eles possuem, vemos como eles têm certa presença, certo carisma que muitos shows falham em dar aos seus figurantes (e às vezes, até aos seus mocinhos!).
Acontece que quem vive só de flores é defunto, e claro que o anime não veio sem suas falhas. Meu principal problema com o show é, dentre outros que citarei mais adiante, o seu Design de Personagens. O traço faz parecer que os personagens tenham, no máximo, uns 13 ou 14 anos. Eles possuem feições infantis, um corpo de criança. A impressão que me passa é que o desenho se força muito a tentar diferenciar os seus “jovens” (de 15 e 16 anos) de seus “adultos” (com mais de 30), e como os adultos parecem normais, os jovens acabam ‘rejuvenescendo‘.
Isso não seria um problema por si só. Existem diversos shows com um design mais “infantil” que funciona bem. A questão é como esse design se encaixa na atmosfera da obra em que ele está. Animes como Lucky Star ou K-ON!, por exemplo, possuem um ritmo mais leve (entendeu? Leve? Música Leve? K-ON? …Não? Ok), onde o design infantil acrescenta ao humor e à narrativa da obra. Em Koi to Uso, onde os temas principais são o amor, a paixão e a sexualidade de adolescentes, ter um design infantil é… Horrível. Não preciso poupar palavras, é quase que nojento.
Ah sim, e aqueles olhos gigantes (até para padrões japoneses) me perturbaram um pouco.
Mesma idade? Mesma idade. É o poder do design de personagens.
O outro problema que enxerguei nesses episódios iniciais, parece ser a hipocrisia da trama. Explico:
Enquanto toda a história roda em volta da “banalização” do casamento, da ideia de que a união do matrimônio não é mais uma decisão importante na sua vida, e de como os personagens não concordam com essa ideia… O autor parece também “banalizar” o próprio adversário do sistema, que é o “amor”.
Talvez por consequência da aceleração do desenvolvimento, ou simplesmente por falta de costume de ver isso acontecendo nessa mídia, eu encaro o tanto de afeto trocado entre o casal principal como sendo “banal”. No começo, você sente toda aquela emoção nos personagens… Mas quando aquilo começa a se repetir várias e várias vezes (até como consequência do desenvolvimento da trama! Que diabos!), a mágica simplesmente se esgota, e aquilo que deveria ser o ápice da história, vira um quadro do centro da página 37.
Na parte técnica, não temos nada de extraordinário. A animação dirigida por Eriko Ito (Another, Kuromukuro) no estúdio LIDENFILMS (Terra formars, Arslan Senki) é passável, apesar de ter vários derps aqui e ali. E a música de Masaru Yokoyama e Nobuaki Nobusawa (Freezing! e Dagashi Kashi, respectivamente), dirigida por Yota Tsuruoka (Clannad, Puella Magi Madoka Magica) ajuda a criar o clima, mas não chama muita atenção. A dublagem conta com nomes de peso e atuações acima da média, com Kana Hanazawa, Yui Makino e Shinnosuke Tachibana.
Mesmo com falhas muito graves, elas são poucas e podem ser, se não superadas, pelo menos “aceitas”. E as qualidades do show acabam por abafar seus defeitos. Passou uma boa primeira impressão, e possui potencial tão grande para ir pra qualquer lugar, que ainda prevejo muita gente (eu incluso) deixando cair o cu da bunda com o que pode vir. 8/10 é uma nota justíssima.
Você encontra Koi to Uso para ser assistido legalmente pelos sites de streaming da Amazon (Anime Strike) e da HIDIVE.
Heróis britânicos lutando na Romênia por causa de um copo da Galileia enquanto conversam em japonês. Vê se esses caras não são malucos? Cada coisa que eles inventam… Japonês é mesmo um povo estranho.
Tendo origens num dos multiversos mais bem trabalhados da cultura contemporânea nipônica, – sim, aquele – a tão esperada adaptação para TV da série de light novelsFate/Apocrypha finalmente chegou, e infelizmente ela não ficou lá essas coisas. Vamos trabalhar em explicar alguns pontos. Afinal, eu já passei quase quarenta minutos ouvindo nada além de explicações em cenas expositivas mesmo, já devo estar craque nisso.
Podemos começar com a própria chacota que eu fiz no parágrafo anterior: exposições. Tá certo que, por se tratar de um show da franquia Fate/, é literalmente OBRIGATÓRIO ter, no mínimo, meia hora de explicações sobre todas as regras, todos os personagens, a ambientação, o contexto, o motivo do cara estar usando cuecas de determinada cor, etc e tal. É a regra número dois de qualquer obra da empresa.
Retirada do site oficial da empresa. Sério, de verdade, 100% legit
Apesar de focar nos aspectos excepcionais que tornam o evento que move a obra algo especial, as demoradas explicações ficam massantes depois de um tempo. A pior parte é que, mesmo sabendo que 90% das pessoas assistindo o show já são fãs da franquia e já sabem tudo que está sendo dito, eles fazem questão de repetir pela milionésima vez.
Acredito, porém, que a principal falha dessa adaptação tenha sido a coreografia. Sei lá o que diabos é um “Diretor de Ação“, mas Enokido Hayao está creditado como um em Fate/Apocrypha, então ele deve ser o responsável por isso.
As lutas, o combate, todas as cenas de ação são extremamente… vazias. Os movimentos parecem ser “brutos”, pouco refinados. Dois grandes heróis da mitologia, conhecidos através das eras por sua habilidade de combate, que quando eles cruzam espadas, parecem o Gabriel e eu brincando de lutinha com garrafas pet.
O prólogo da história, que vemos nos primeiros cinco minutos do episódio inicial contém uma das cenas mais épicas de todas as obras da franquia. Os homens capacitados e treinados da A-1 Pictures (já falo deles) conseguiram a proeza de animá-la de forma totalmente sem emoção. Acaba sempre faltando um “tchan“, aquela coisa que faz tudo parecer épico. Abaixo segue o vídeo de uma luta de Fate/Kaleid Liner Prisma Illya, onde ocorre uma cena extremamente similar. Repare como a Silverlink. (estúdio responsável) trata a cena como um todo, em especial o confronto de golpes no final, e veja se não tem um “tchan” que falta em Apocrypha?
https://youtu.be/3YhfEPxVxNY
Tendo uma história relativamente fraca, Apocrypha se apoia demais em seu excelente elenco. Com uma seleção de servos ao mesmo tempo interessante e diversa; com mestres que são chamativos por si só, além dos que brilham ainda mais quando interagindo com seus novos familiares, formamos um ambiente que consegue se sustentar mesmo sem muito pé (nem cabeça).
O único problema é a falta de mistério que envolve os personagens. Metade da graça de qualquer obra de Fate/ é tentar descobrir quem são os servos. Ter aquela satisfação de ter acertado e provar pra si mesmo que é um grandessíssimo nerd; aprender coisas novas sobre lendas que você nem fazia ideia que existiam; aquele plot twist na reta final, onde finalmente descobrimos quem é aquele babaca que vem enchendo nosso saco… Daí o autor vem e revela o nome de todo mundo antes mesmo de completar um episódio.
Pontos negativos listados, também devo dar meus méritos ao show: confesso que fiquei com receio do design de personagens para o anime (feito por Yukei Yamada) quando vi as imagens promocionais, mas vê-los em ação, animados, foi uma experiência completamente diferente. Eles funcionam até que bem, e ficaram bons o bastante.
“Um cavalo, um cavalo! O meu reino por um cavalo!”
Com pesar no coração também digo que a A-1 Pictures até que conseguiu fazer sua parte. Mais ou menos. A animação está com uma ótima qualidade. Apesar das coreografias ruins, elas estão muito bonitas. É tipo assistir a Dança dos Muleke Zika em 1080p. A OST também é extremamente consistente e acrescenta muito ao clima. Era de se esperar, tendo um diretor tão experiente como Yoshikazu Iwanami. Com um currículo desses, fica difícil contestar o cara.
Fate/Apocrypha acaba sendo um cabo-de-guerra. Temos boas qualidades em seu elenco e produção, mas muitos defeitos em sua falta de tato, mistério e direção. Independente do lado que te puxa mais, ele é, sem dúvida, uma adição extremamente importante para o universo animado da franquia, e acaba por valer a pena apenas por isso.
Eu dou 6/10 pra esse começo, e acredito que, se não houver um bom desenvolvimento dos personagens interessantes, eles não vão conseguir se sustentar. Não só com lutinhas, pelo menos. Mas não que eles precisem né, fazendo parte de uma franquia dessas, podia sair qualquer coisa que daria lucro.
O anime será disponibilizado na plataforma de streamingNetflix a partir do dia 7 de novembro, mas ainda não temos informações sobre as regiões e se terá dublagem ocidental.
É hora da aula com o Professor Vinicius, e hoje nós vamos aprender alguns motivos que fazem com que japonês seja um povo estranho. E claro que um dos principais motivos são as benditas Light Novels de nome enorme. É o caso de Roku de Nashi Majutsu Koushi to Akashic Records.
Acho interessante começarmos com uma breve introdução. Não sobre o show, nem sobre quem trabalha na obra, mas sim sobre o que diabos são REGISTROS AKÁSHICOS.
Economizando uns cinco minutos da sua vida, eu mesmo procurei no Google e contarei do que se trata: basicamente, estamos falando de uma parte importante da corrente de estudos da Teosofia, que diz que existe um “Compêndio” onde tudo que já aconteceu, tudo que vai acontecer, e tudo que poderia ter acontecido, está arquivado. Esse compilado de informações sobre todas as almas que existem em todos os sistemas planetários se encontra no “Plano Etéreo“, e pode ser acessado por qualquer “portador de alma”, desde que ele esteja sob condições ideais (como em transe ou meditação, por exemplo).
Agora, no que isso tudo se encaixa com o anime que estamos discutindo no dia de hoje? Não faço a menor ideia.
Não, sério, eu realmente não sei como o conceito de “Registros Akáshicos” faz parte do show. O nome da série (que, como sempre, deveria ser um resumo da trama) nos sugere que o Professor de Magia, nosso protagonista, devia ter acesso aos Registros Akáshicos. Mas nada que aconteceu no primeiro episódio passou essa impressão.
Já um ponto que passou uma forte impressão, foi a ambientação do mundo. Enquanto fica claro desde os primeiros minutos que estamos em um mundo mágico, as cidades e as pessoas parecem estar numa Inglaterra vitoriana comum. Não sei se essa diferença brutal entre os dois “núcleos” é proposital ou não, mas o resultado acabou ficando extremamente desconfortável. Isoladamente, cada um funciona muito bem e tem uma qualidade acima da média para o gênero, mas quando tentamos mesclá-los, um verdadeiro choque cultural ocorre. Não apenas um, mas dois: o choque interno, onde ambas as realidades não conversam muito bem no próprio anime; e o choque externo, onde a audiência não sabe como lidar com essa diferença.
Animes ruins me obrigam a beber.
Deixando as inconsistências de lado e focando naquilo que foi realmente sólido, temos um trabalho técnico impressionante. Um nível incrivelmente alto para algo do tipo, que chegou até a me espantar, confesso. Uma animação fluída e com movimentação bonita (do estúdio LIDENFILMS, com direção de Makoto Iino), em conjunto com cenários e backgrounds de tirar o fôlego (arte por Aojashin). Tudo isso para cercar os personagens cujo design é carismático e não te deixa esquecer que estamos assistindo um harém escolar mágico genérico (por Satoshi Kimura), e ambientado por uma excelente trilha sonora, quase boa o suficiente para disfarçar a ruindade da história (composta por Hiroaki Tsutsumi).
O outro lado da moeda, que anda de mãos dadas com o problema da ambientação, é a total antítese entre a aparência e a personalidade dos personagens. Como já dito, os personagens são bonitos pra caramba, bem animados e com uma dublagem excelente, mesmo com o elenco de pouca experiência. Mas… São todos tão planos, tão simples… Esteriótipos andantes que não conseguem sair de sua zona de conforto em momento algum. A melhor personagem da série até aqui é uma garota que teve uma fala só no episódio inteiro, mas mostrou mais personalidade em suas faces como figurante do que todos os protagonistas juntos.
O que falar dessa guria que eu nem conheço e já considero pakas?
Poderia também comentar sobre a história, mas acredito ser muito cedo para isso. O primeiro episódio serviu para simplesmente jogar a premissa de o que virá pela frente, e terminou de uma forma inimaginável: eu não achei que poderia odiar o protagonista mais do que eu já estava odiando, mas… Ah, eu consegui. Apesar disso, toda a estruturação da trama pareceu cliché, e toda aquela exposição feita preguiçosamente através de narrações e diálogos desnecessariamente detalhados não ajudaram nisso.
Se quiser ver o copo meio-cheio, pode imaginar que, por estarmos no fundo do poço, o único caminho possível é pra cima. Eu meio que concordo, por isso acabei dando 5/10 para o primeiro episódio. Se as qualidades técnicas se mantiverem por todo o percurso, e eles tentarem fazer os protagonistas deixarem de ser sacos de batata ambulantes, talvez o show tenha salvação.
O anime possui transmissão simultânea pela Crunchyroll, com novos episódios todas as terças-feiras.
Com as sábias palavras do filósofo mexicano Don Ramón: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena!”, começo essa postagem, que tem tudo para provar de uma vez por todas o fato de além de toda aquela história que levou a um pós-guerra traumático ser verdade e um claro exemplo da citação acima, também mostra que Japonês é um povo estranho.
Vindo de um mangá que começou sua publicação em 2012, que mesmo não tendo um volume de vendas colossal como alguns títulos, consegue se manter firme no mercado e parece não estar sofrendo pressões, temos a história criada por Hazuki Takeoka, um cara que se deu bem na vida logo de cara, acertando em cheio em sua primeira obra. Também possui a peculiaridade de ter a arte feita por uma artista coreana, mas esse é o tipo de informação que só é relevante pra quando alguma editora brasileira quiser licenciar o título.
Como uma clara resposta ao show que foi tema do último ‘primeiras impressões’, essa vingança nos traz um estilo de narrativa, que além de conseguir te prender completamente e logo de início apenas com ela mesma, também se esforça para possuir um elenco de personagens interessantes o bastante para serem levados em conta.
Cheguei a comentar sobre como existem obras que funcionam apenas por seus personagens e não possuem história alguma (Urara Meirochou, New Game!, etc.), e sobre obras que poderiam ter seus protagonistas trocados por portas que a história se sustentaria sozinha. Mas creio nunca ter falado dos outros casos. Masamune-kun nos traz um show onde não se tem nenhum dos dois pontos extremamente aguçados, mas que conseguiu encontrar um perfeito equilíbrio entre atores e roteiro, que elevou o nível da animação como um todo. Falemos sobre uma coisa de cada vez.
Como já é de praxe em obras orientais, o nome nos entrega uma (as vezes nem tão) pequena sinopse: Estamos vendo a vingança de Masamune-kun. Só a premissa de que um garoto mudou completamente de vida e se tornou alguém mais saudável e contente consigo mesmo, pode parecer estranha quando analisada de forma isolada, mas ao descobrirmos que tudo isso só ocorreu pois o menino estava sendo abastecido pelas chamas do ódio pelo bullying que sofria quando criança, já te traz perfeitamente qual vai ser o clima da obra como um todo. Ver qual será o próximo passo no plano diabolicamente planejado pelo protagonista, e principalmente, como ele irá executar essa tarefa, não é, admito, a coisa mais excitante ou inovadora do mundo, mas é, pelo menos, alguma coisa. Existe algo que possa gerar uma ansiedade no espectador, e histórias envolventes são justamente aquelas que te fazem ansiar por mais. Temos, assim, um roteiro que é efetivo o bastante.
Eu quando ele não amostra.
O outro nó está em quem pratica essas ações. O protagonista que dá nome ao show, Masamune-kun, é um dos personagens mais bem construídos, carismáticos e relacionáveis que eu já vi. Não gostar dele é algo que beira ao impossível (e claro que, como eu falei isso, aparecerão um milhão de pessoas dizendo que o odiaram). O arquétipo que Masamune-kun representa no “presente” é justamente o protagonista estereotipado super popular e que parece ter tudo sempre a seu favor. O que o torna tão… ‘realista’ (com toda a liberdade poética para uso da palavra) é o seu ‘eu interior’, que ainda está intimamente ligado com o Masamune-kun do “passado”. Personagens que ‘fogem ao comum’ em animes são normalmente os mais convincentes. Sua infância quase que confundível com uma história ouvida no Domingo Legal, traz para nosso herói uma credibilidade quanto a sua ‘humanidade’, e faz sua mente ser mais próxima de uma pessoa real do que de uma ‘pessoa de anime’. Quando sua vida muda para o que seria mais ‘animêstico‘, ele esboça reações que eu mesmo me pego dizendo em voz alta enquanto assisto algo. O personagem é uma façanha incrível de criar uma identificação com a platéia sem precisar quebrar a quarta parede.
Os outros personagens, apesar de muito mais superficiais no quesito técnico, ainda são interessantes o bastante para que possam ser lembrados daqui há algum tempo. Isso faz com que haja um elenco que cumpre sua função.
Vai dizer que dá pra esquecer de um elenco desse nível?
Quando juntamos estes dois pontos discutidos acima, o resultado esperado é conseguirmos uma comédia ciente de si mesma e que consegue gerar situações cômicas tanto a partir do óbvio como do inesperado. E o show é justamente isso: umamistura do óbvio com o inesperado. O rumo muda bruscamente entre esses dois ganchos, e o baque que essa alteração causa é um dos maiores responsáveis pelo efeito humorístico da série. É o terceiro princípio da comédia em ação. A sensação de nunca saber quando ou onde virá uma punchline é tão intensa que chega a ser pavorosa. É um tipo de comédia que, por trabalhar com extremos em sincronia, poderia ser comparada a de Sakamoto Desu Ga?, por exemplo. Ah, que saudades do meu garoto Sakamoto…
A produção técnica do show está de parabéns, aliás. Uma ótima animação do estúdio Silverlink. (Baka to Test, Strike the Blood), que mesmo não contando com cenas agitadas ou rápidas, consegue entregar uma fluidez de movimento impressionante; Personagens com designs bonitos, bem trabalhados, que garantem uma individualidade e que conseguem isso tudo sem soar absurdos são, com certeza, um ponto forte da obra, cortesia de Yuki Sawairi (que vejam só, é um estreante nesse papel!); uma seleção de músicas que amplificam de uma forma exorbitante (quase tanto quando a palavra ‘exorbitante’) a comicidade e até mesmo a seriedade dos momentos-chave da trama, uma excelente apresentação de Toshiki Kameyama (Sayonara Zetsubou Sensei, Baka to Test)… Isso sem contar o ótimo elenco de dubladores, escolha de abertura e encerramento, trabalho da diretora Mirai Minato (que trabalhou em ‘Fate/kaleid liner Prisma☆Illya’, mas que não consegui confirmar de jeito nenhum se é mesmo uma mulher) e muitas outras coisas que eu não consigo me lembrar agora. Desculpa, mas eu normalmente lembro só das coisas ruins, e Masamune-kun no Revenge não trouxe nada de ruim para a mesa até agora.
Eu procurando quem pediu a sua opinião.
Ok, talvez eu pudesse reclamar do fato da mãe do protagonista ser uma criança, e que seu melhor amigo é claramente uma garota que foi desenhado como uma garota e dublado por uma garota, mas que decidiram dizer que é homem. Mas são o tipo de “erros” que só agregam ao fator inesperado que faz tão bem ao anime.
Com um começo explosivo (no caso, comigo explodindo de rir) e tendo o céu como limite para seu futuro, Masamune-kun no Revenge tem uma nota inicial de 9/10, e pode servir até de porta de entrada para várias coisas: como para alguém que não vê animes por achar seus personagens muito distantes de si; como para uma mudança de hábitos e quem sabe começar uma dieta; ou para o começo do fim das suas piadinhas ofensivas para com os coleguinhas, para que ele não tente se vingar de você no futuro.
O anime está disponível legalmente no serviço de streamingCrunchyroll, com novos episódios sendo lançados sempre nas quintas-feiras.
Começarei a postagem de hoje com uma adivinhação. Confiem em mim, eu treinei tarô com o Abdul, aprendi a ler as águas com os Jinyu e sei consultar uma bola de cristal do jeito que a Sabrina me ensinou. Depois de consultar as estrelas, elas me disseram que “japonês é um povo estranho“.
O tema da abertura das Primeiras Impressões de 2017 é justamente a adivinhação. Baseado num mangá 4-koma com início de publicação em 2014, cujo autor possui apenas dois one-shots antes desta (que, inclusive, também fez todas as ilustrações presentes nesse post. Dê uma passada no Twitter dele!), temos um anime que envolve magia, misticismo, fé e tudo isso junto sem levar nada disso a sério.
Se você lembra das minhas primeiras impressões sobre New Game!, então não tenho muito o que acrescentar aqui. Urara Meirochou segue a exata mesma fórmula que o seu colega da editora Houbunsha: pegue uma ambientação qualquer que não seja demasiadamente comum, encha com o maior número possível de garotinhas bonitinhas, dê uma desculpa convincente para o fato de haver zero presença masculina no elenco, e as faça fazer coisinhas bonitinhas ligeiramente relacionadas à ambientação pré-determinada.
E neste aspecto, eu diria que Urara possui a vantagem sobre seu antecessor. Embora o objetivo de ambas as obras sempre tenham sido o de mostrar o dia-a-dia de garotinhas fazendo garotinhagens, muita gente foi atrás de New Game! buscando um documentário sobre a Indústria de Jogos Japonesa, algo próximo a Shirobako, e acabaram se decepcionando e descontando a frustração desse engano em suas opiniões sobre o show. Mas não há como esperar um “retrato realístico” quando a ambientação é a de uma cidade mágica onde garotas mágicas fazem magia. Eu torço para que ninguém espere, pelo menos.
Tfw a waifu faz besteira.
Quem escolhe assistir Urara sabe exatamente o que está em suas mãos. A pessoa que decide dar uma chance para o show sabe que vai encontrar garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas com um pouco de história no plano de fundo. Isso já garante que, embora menos pessoas deem uma chance para a série, as que derem muito provavelmente vão gostar do que verão.
Como qualquer obra desse gênero, Urara é completamente dependente de suas personagens. A série se baseia nelas para manter o espectador interessado. Não é um show que te prende pela história. Apesar de existir sim uma história, ela é fraca, comum e principalmente, previsível. Qualquer um, ao final do episódio dois, consegue prever como será o desfecho dessa trama. Não é surpresa pra ninguém como as coisas vão se desenvolver.
Só que isso se resolve facilmente com o seu elenco. Como já dito, Urara se sobressai como obra por conter personagens carismáticos, com designs cativantes e bem chamativos, ótimo trabalho de dublagem e uma animação fluida que dá vida ao espaço detalhado em que elas se encontram. A própria essência das personagens e os métodos que elas escolheram para realizar as adivinhações já contam muito sobre elas, e essas diferenças interagindo entre si são o brilho do anime. Esse argumento vai ao extremo quando analisamos a protagonista, Chiya: ela foi criada e passou toda a vida nas montanhas, cercada apenas por animais e uma única companheira humana. Isso faz com que tudo seja desconhecido, qualquer acontecimento seja novo e traga uma nova experiência para Chiya. Até mesmo a mais banal das informações serve como mote de não apenas piadas, mas crescimento da personagem.
O elenco é o que agita a trama, às vezes, literalmente…
Apesar de conter um pouco de algo que, forçando a barra, poderia ser chamado de “fanservice” no primeiro episódio, ele pareceu funcionar de forma muito mais natural do que, por exemplo, em New Game!. Lá, dedicarem um episódio inteiro para as personagens irem fazer um check-up pareceu uma simples desculpa esfarrapada para mostrar pele que normalmente não aparece, assim como aquela vez que elas decidiram tomar banho juntas. Já em Urara, todo o foco nessa área acontece por conta da criação animalesca de Chiya, e ajuda a construir a personalidade e comportamento da garota.
Um ponto negativo que eu poderia levantar seria a OST: alguns minutos depois de assistir dois episódios em sequência, parei para conversar sobre o anime e reparei que não conseguia me lembrar de uma única música que tivesse tocado ao longo dos 45 minutos de exibição. Nem abertura, nem encerramento, nem músicas de fundo, nada. Simplesmente não deixou nenhum impacto em mim. Tenho certeza que a OST está lá, e que ajuda a construir uma ambientação para cada cena, mas não é nada memorável.
É um limão. Entendeu? Ela é vidente. Li-mão. HÁ!
Consegui dar umas boas risadas e gostei bastante das interações mais “sérias” que ocorreram. Definitivamente um show que acompanharei e recomendaria a qualquer um que tenha gostado de New Game!, ou se encontre interessado em garotinhas bonitinhas fazendo garotinhagens com um background levemente influenciador (e acredite em mim, obras desse gênero não são poucas). Um bom começo, onde deixo com 6/10 com grande potencial para ambos os lados.
O show não possuistream oficial em português, mas pode ser encontrado em inglês no Anime Network.
Um antigo provérbio japonês, datado do período Edo (1603-1868), diz que “Kawaii uguu baka desu sushi katana wasabi ne?“. Traduzindo, significa “Melhor postar dois meses atrasado do que deixar passar em branco, né?“. Não sei o que eles queriam dizer com isso na época, mas dá pra ver que desde muito tempo, japonês é um povo estranho.
Começamos essa temporada com presidiários, passamos por patinadores e viajantes do tempo-espaço, para chegarmos em garotas mágicas exorcistas…? Pera, tá certo isso aqui, produção, é isso mesmo? Parece que sim. Nessa famigerada season onde tudo é sempre tão melhor do que no resto do ano, e as esperanças estão sempre em alta para aquele conteúdo de qualidade, nós recebemos… Bem, isso. Mas de qualquer forma, segue o trailer abaixo e bola pra frente:
Resumir em uma só palavra a experiência inicial de MATOI THE SACRED SLAYER (que convenhamos, tem o nome anglófono muito mais legal que o original em japonês) seria desafiador. Isso porque todas que passam por minha mente, descrevem muito bem um dos aspectos do show, enquanto são uma abominação completa para com outro aspecto. Talvez pudesse usar “confuso”, mas até mesmo essa não se adequa o suficiente.
Prefiro começar pelas coisas que são mais consistentes. A representação visual, por exemplo. Cortesia da White Fox (Steins;Gate, Katanagatari), temos uma animação que… Poxa, não posso dizer que é excelente. Tem seus momentos, mas na média, ficamos apenas naquele limiar de “o mínimo aceitável para obras recentes“. Talvez um ponto que consiga compensar essa ‘falha’, seja o design de personagens: Todas elas são detalhadas, extravagantemente exclusivas e, principalmente, bonitinhas pra caramba (e estou incluindo os homens nisso também. Tenho uma queda por cavanhaques…). Um ótimo trabalho por parte de Mai Toda.
Ok, eu elogiei o design e tudo mais, mas que diabos é essa coisa? O cabelo dela tá preso numa forma bizarra? É um broche? wtf
Depois, outra consistência é a sonora: uma OST forte e envolvente é uma das qualidades do show. Criar a ambientação através da música, seja ela uma suave melodia pra demonstrar a calmaria do dia-a-dia, ou um ritmo acelerado a intenso pra captar a agressividade de um combate, o anime o faz de forma excepcional. O responsável por esse feito de fazer um desinteressado como eu notar o seu trabalho foi o diretor sonoro Takayuki Yamaguchi (Terra Formars, NouCome). Só que vocês não ligam para esses detalhes industriais (e nem eu, pra ser sincero), então a abertura (“Chou Musubi Amulet” pelo grupo Mia REGINA) e o encerramento (“My Only Place” pelo grupo Sphere) seriam assuntos mais relevantes. O primeiro é perfeito para cumprir o seu dever, pois é empolgante e animador, te deixa com o sangue pulsando para finalmente chegar no episódio em si. E depois de tudo, você chega na segunda música e ela te acalma e bota seus nervos no lugar, te fazendo lembrar que isso tudo é só um desenho e que você não devia quase ter um ataque cardíaco por causa de garotas mágicas (Mas escrevo isso enquanto escuto a abertura em loop por mais de 2h).
Só que como nem tudo são flores… A ‘inconsistência‘ presente no feeling do show é tão grande que chega a ser… Inconsistente. Caramba, entende agora o meu drama sobre definir numa palavra só?! De qualquer maneira… Minha reclamação, indo direto ao ponto, é sobre o público-alvo: na prática, sabemos que garotinhas mágicas com roupas bonitinhas são sempre assistidas por homens de meia idade, independentemente de o quê a obra queria pra início de conversa (Precure, estou olhando pra você). Mas elas são, na maioria das vezes, feitas para A) Um mercado muito específico de garotinhas; ou B) Um público mais abrangente de crianças. O que atrai essas pessoas fora do nicho, via de regra, são justamente os aspectos infantis da obra. A ‘felicidade’, a ‘ingeniudade’, a ‘pureza’ que estão sempre presentes no decorrer desses shows são os pontos buscados…
Claramente uma série cheia de fãs homens entre 17 e 48 anos, não acha? Pois está corretíssimo.
E então temos Matoi, que decidiu fazer uma obra já diretamente voltada para esse grupo fora do nicho, sem inventar desculpas e sem papas na língua. Podemos ver que a própria produção do anime classifica-o como “Público alvo da obra original: Masculino“, dando suporte a essa minha teoria. Só que eles conseguiram a façanha de arruinar completamente toda e qualquer chance de fazer sucesso com quem eles queriam, ao destruir justamente os elementos mais importantes do gênero: as tais ‘ingenuidade‘ e ‘pureza‘. Eles mantiveram todos os outros pontos, o suficiente para ainda reconhecermos a trama como fiel ao que queria retratar (e não um rip-off de mahou shoujo como Madoka foi, por exemplo. Matoi é claramente um Mahou Shoujo vanilla, original), mas trocaram os detalhes que funcionam como a ‘cereja‘ do bolo por seu completo oposto. É tipo você comprar uma cereja pra então descobrir que é só chuchu.
Houve essa troca de ‘ingenuidade’ por ‘sexualidade‘, e eu simplesmente não consigo entender mais pra que lado eles estão atirando. Fica claro que eles tentavam atingir a famigerada “Pandemia Otaku“, aquela super estereotipada e que aparece no programa da Fátima Bernardes (que apesar de ser minoria e não representar as pessoas que gostam de anime num geral… Bem, elas existem), mas eles tentaram fazer isso da pior forma possível: juntaram duas coisas que fazem sucesso com o público-alvo, mas escolheram justamente as ‘piores partes‘ de ambos. Garotas mágicas fazem sucesso? Fazem. Softporn japonês faz sucesso? Também faz. Mas o que trás o sucesso de ambos são dois extremos completamente diferentes, e que se misturam tanto quanto Iodo em Tetracloreto de Carbono e Água (eu sou químico e digo:essas coisas aí não se misturam).
Garotas mágicas precisam da ‘ingenuidade’ para funcionar. Elas são garotas mágicas, afinal de contas! E softporn só dá certo por estar já num ambiente absurdo desde o princípio. Se ao menos eles tivessem estabelecido um tipo de atmosfera imbecil logo nos primeiros momentos do show, todo o papo de demônios, dimensões paralelas e garotas mágicas poderiam funcionar como absurdidade. Mas o que ocorre é uma normalidade excessiva, eles se esforçam ao máximo para dar a impressão de que aquilo vai ser um mahou shoujo vanilla, pra logo depois acabar com tudo isso sem nem perceber.
Colocando em outros termos: eles tentaram fazer o Batman ser sociável; Tentaram fazer o Homem-Aranha ser rico; Tentaram fazer o Aquaman ser útil; Tentaram fazer o Homem de Ferro não ser a pessoa mais detestável da história da ficção recente; etc.
A weapon to surpass metal gear… Aí é só uma colher. Deu pra entender ou quer mais exemplos?
O mais impressionante é que, apesar de TODOS esses problemas, o aspecto mais de raiz dos Mahou Shoujos até que não ficou ruim. Depois de ignorar todos os zooms em peitos, garotinhas de 14 anos correndo peladas e piadas forçadas sobre exibicionismo, a trama conseguiu me deixar interessado o suficiente para continuar. Mesmo com uma desinformação enorme que chega a ser perturbadora, e que foi só parcialmente sanada no longínquo episódio 3, eu vejo um bom potencial para esse show, que por não ser baseado em nada (foi originalmente escrito para o anime), pode ir para qualquer lugar.
Acontece que potencial não significa nada se não for aplicado corretamente, e que apesar de serem em parte ignoráveis, todos os problemas de coerência ainda existem. Deixo minhas primeiras impressões de Soushin Shoujo Matoi como um 5/10, já sendo muito otimista no futuro da série e torcendo para que não caia num desfiladeiro.
O anime não possui simulcast em português, porém pode ser encontrado legalmente nos serviços de streaming da Anime Network,
Atrasado sim, desistindo nunca. Apesar do nome, Yuri!!! on Ice não é uma história sobre garotinhas trocando beijos na neve. Na verdade, é uma história sobre dois garotos que dividem o nome Yuri, um treinador famoso e patinação no gelo. Mas poderia ser sobre as garotinhas se beijando, levando em conta que japonês é um povo bem estranho.
Animes e mangás sobre esporte são, quase sempre, parecidos. Não que não existam exceções. Sim, elas existem e são muito lembradas por todos, mas no grosso é quase sempre a mesma coisa. Mais especificamente sobre os animes, em toda temporada são lançados alguns do gênero, e quase sempre eles tratam de garotos ou garotas na escola que treinam e desejam subir na vida, competindo entre escolas e sempre usando o esporte como uma metáfora para a superação, aprendendo desde o básico. Porém, a temporada atual trouxe dois animes bem diferentes sobre esporte: Keijo!!!!!!!! e Yuri!!! on Ice. É a temporada dos animes de esporte cheios de exclamações!!!!!!!!!!!!!!!!! (Apesar do primeiro citado ser diferente por outros motivos).
Esse levou a Medalha de Ouro na categoria “Melhor Roupa de JoJo”.
Dito isso, é importante ressaltar que não sou grande fã do gênero. Por não ser muito fã de esportes (seja vôlei, futebol ou qualquer outro), as obras japonesas sobre tais assuntos nunca chamaram minha atenção. Existe uma infinidade de obras nipônicas sobre futebol, algumas sobre basquete, vôlei, beisebol, diferentes tipos de luta e até sobre natação ou ciclismo. E sim, existem alguns sobre patinação no gelo, e nenhum deles jamais me cativou.
SHIKASHI, depois de quatro parágrafos de texto sobre nada, é aí que entra Yuri!!! on Ice. Poucas vezes tive contato com um anime tão envolvente e encantador como este. E se não bastasse a história cativante, os valores de produção da série beiram a perfeição.
No way! Estes garotos bonitos deslizando sobre o gelo são absolutamente fabulosos!
Resumidamente, Yuri!!! on Ice conta a história de um garoto japonês chamado Yuri Katsuki (oh!), que carrega nas costas o nome do Japão na área de patinação no gelo. Ele já é um profissional que cresceu adorando o esporte, e ao competir no Grand Prix Finale, ficou em último lugar. Quando retorna para sua terra natal pensando em desistir da carreria, após alguns eventos sua grande inspiração da vida, o ídolo Victor Nikiforov, bate na porta de sua casa dizendo que irá treiná-lo. Ao mesmo tempo, um jovem prodígio russo chamado Yuri Plisetsky (oh! São dois Yuris!) também deseja obter o treinamento de Victor após uma promessa. Victor e seus dois Yuris começam então seus treinamentos para competirem e descobrir qual será o discípulo definitivo do grande patinador, que então competirá nos grandes campeonatos de patinação no gelo. O que acontece daí pra frente, só assistindo para descobrir.
Apremissa é ótima. O character design de Mitsurou Kubo e o desenvolvimento de todos os personagens também são ótimos. Logo de cara a diferença desta para outras obras sobre esportes ficam claras ao notarmos que o protagonista já é um adulto de 23 anos que compete e deseja aprimorar suas habilidades. Graças a este fator, toda a parte de descoberta do esporte e aprendizado é pulada, tornando a história bem fluida. Além disso, a animação proveniente do estúdio MAPPA (Shingeki no Bahamut: Genesis, Ushio to Tora, Zankyou no Terror) também é belíssima, e a trilha sonora é um show a parte. Entendeu? Patinação, esporte, TV, show… Enfim.
Toda vez que eles começam a girar, minha mente infernal toca a música do Pião da Casa Própria.
Os movimentos dos personagens são belissimamente animados. Por ser um leigo no assunto, é difícil eu julgar se o anime reproduz fielmente movimentos existentes nas competições de patinação no gelo, mas dando uma rápida pesquisada no papai Google notei que aparentemente sim, eles são bem fiéis a movimentos reais do esporte. Se isso é verdade ou não, só Deus sabe, mas se tá na internet é verdade e isso dá pontos adicionais à obra (que aliás, é uma obra original, não adaptada de mangá ou novel). E quando mencionei a bela trilha sonora é impossível não pensar imediatamente no lindo tema de abertura cantado por Dean Fujioka. Poucas vezes uma música de anime cantada em inglês ficou tão bela na história da Terra do Sol Nascente.
E caso seja do interesse do(a) espectador(a), Yuri!!! on Ice é cheio de baits de fanservices. Não que precise de muito esforço, já que patinação no gelo já é um esporte bem peculiar, mas algo similar a Free! (anime sobre natação), parte do público ficará bem satisfeito. Mas não, esse não é o foco da obra. É um adicional para shippers de BL. As situações são bem cômicas.
Yuri!!! on Ice foi uma grata surpresa. Ao somar uma animação linda, uma trilha sonora soberba, character design e development de primeira qualidade e uma narrativa fluida e cativante, a fama que o anime vem ganhando nesta temporada é totalmente merecida. Malemá consigo pensar em pontos negativos. Talvez o design dos cachorros, que ficaram meio estranhos. Mas isso seria forçar bastante a barra. Leva um 9/10 tranquilamente, com potencial de, se bem conduzido, manter o nível até o fim.
Novos episódios podem ser assistidos todas as quartas-feiras na Crunchyroll.