Poderia iniciar esse artigo ridicularizando o fato de que a FOX tentou adaptar mais uma vez a Saga da Fênix Negra. Porém, eu preciso discordar. Não porque eu vivo para isso, mas há uma hipérbole negativa em torno das reações ao novo filme dos mutantes. X-Men: Fênix Negra é um bom filme.
Apesar de gerar desconfiança imediata por ter contratado Simon Kinberg (O Confronto Final) como roteirista e diretor, esse sentimento se esvai a partir dos 20 minutos iniciais. Pois os X-Men agem como X-Men. A primeira cena de um filme sempre deve definir sua atmosfera e Fênix Negra se mantém firme em seu drama e sua tragédia.
Grande parte disso se deve às intenções de Kinberg em querer aproximar a obra da maturidade e do realismo proporcionado por Logan. É algo a ser apreciado, pois X-Men: Fênix Negra dá um dedo-do-meio constante à suavização, ao humor em momentos dramáticos, extremamente corriqueiros em filmes do subgênero. Eu sou grato por isso.
Não apenas a coragem de Kinberg em querer se distanciar o máximo dos filmes de HQs deve ser notada, como também a sua direção. Acredito que a obra se beneficiaria ainda mais de sua proposta crua, caso fosse para maiores. Pois as cenas de ação, extremamente bem dirigidas e executadas com muito estilo, são extremamente violentas. Kinberg não liga para as crianças e faz do seu terceiro-ato, um trem desgovernado poderoso, criativo, apesar das suas limitações.
A trilha sonora também contribui para o ritmo frenético da produção. Composta por Hans Zimmer, a música é fantástica, cósmica, trágica, densa e tensa. Há uma verdadeira aliança entre a direção e a musicalidade, o que conta como mais um ponto positivo para esse filme tão odiado. Há um frescor constante durante os 114 minutos. Porém, admito, nem tudo são flores.
Apesar de conseguir contar sua história bem, o cineasta precisa aprimorar sua direção com atores, destacados, mais pelo seus talentos do que pela coordenação. Alguns diálogos soam estranhos e em alguns momentos ,expositivos, mas não é motivo para crucificação, pois não falha em manter o interesse do espectador e consegue progredir tematicamente, mesmo razoavelmente.
Os antagonistas, o fator menos pé no chão da obra, são simplesmente desnecessários. O real conflito deveria ser entre os mutantes. A aproximação com o lado cósmico do material-base foi um erro. Além disso, o Ciclope (Tye Sheridan) é jogado para escanteio e não influencia diretamente no plot. Uma pena, pois A Saga da Fênix Negra é sobre Scott e Jean, mas o filme é decente em contar uma história sobre Xavier e Grey.
Em relação às performances, Sophie Turner realmente impressiona como Jean Grey e em transmitir dualidade emocional, conseguindo dividir o talento em tela com A Primeira Classe. Fassbender como Magneto está mais auto-consciente, MacAvoy explora um lado mais sujo do Professor-X, Lawrence apresenta uma progressão coerente como Mística, tal qual Hoult, como Fera. O resto do elenco é bom, mas o destaque dramático fica por conta do quinteto.
O real inimigo de X-Men: Fênix Negra é o estúdio. Conforme noticiado, originalmente, o filme seria mais longo e o desfecho seria mais grandioso, provavelmente, explorando mais os seus personagens. Porém, o resultado final é surpreendentemente tenso, divertido e decente. É uma conclusão satisfatória para franquia.
Começo esta singela crítica com uma confissão a fazer: ela não estava nos meus planos. Isso mesmo! Navegando pela Netflix para continuar com minha maratona de Demolidor, deparei-me com o trailer iniciando de forma automática e invés de tirar, deixei rolando. Ao terminar, fiquei na dúvida se continuava com as aventuras do Atrevido ou arriscaria nessa trama de assassinato com a dupla Adam Sandler e Jennifer Aniston.
Arrisquei e após 1h 37min, tive a seguinte certeza: Mistério no Mediterrâneo consegue entreter o telespectador com o suspense bem executado em meio a piadas mais contidas e no tom certo.
A rotina de casamento dos Spitz muda quando Audrey ganha de presente do seu marido Nick uma viagem para a Europa, no qual estava ansiando há bastante tempo. No avião, eles conhecem Charles Cavendish (Luke Evans), que logo os convidam para conhecer o iate de seu velho tio pervertido. A apresentação dos personagens é realizada um pouco rápida, porém sem a necessidade de atropelar os eventos até a fatídica noite. E que noite, hein!
Terence Stamp (Malcolm Quince) é responsável por expor todo o interesse dos personagens em relação a sua grande fortuna e ao modificar o testamento em benefício de sua namorada Suzi, acaba recebendo o troco sendo assassinado. O suspense para descobrir quem cometeu o crime é o pilar do filme e diverte completamente em todas as cenas. Todos os suspeitos ganham um tempo de tela razoável e também garantem boas risadas com as situações impostas pelo roteiro.
Com leves referências a escritora Agatha Christie, o filme possui boas surpresas em relação ao mistério e acrescentam muito para o que já estava satisfatório em sua execução. Sandler e Aniston repetem a parceria como casal visto em Esposa de Mentirinha, e continuam maravilhosos na interação. Não existe diminuição de tela de um para favorecer o outro. Os dois recebem o destaque juntos.
Humor equilibrado, trama leve e sem rodeios foram os ingredientes necessários para tornar o Mistério no Mediterrâneo uma ótima produção. Se você é adepto a estes elementos, então o longa cairá como luva. Só garantir a pipoca e torcer que o assassino não seja o mordomo.
A Era da Tecnologia veio para transformar as nossas vidas para sempre e com ela, conseguimos uma maior facilidade e melhor comodidade. Só uma conexão via wifi se torna o suficiente para navegarmos em nossas redes sociais, procurar aquela música que só conhecemos por trechos e claro, adentrar-se na camada sombria da internet. Caminho este perigoso que segue um lema conhecido: O que acontece na Dark Web, fica na Dark Web! Porém, os protagonistas resolveram ignorá-lo.
A trama de Unfriended: Dark Web (Amizade Desfeita 2) inicia quando um atendente de Cyber Café pega emprestado um notebook no Achados e Perdidos. Tudo segue tranquilamente até o dono começar a reivindicar o aparelho ao mesmo tempo que Matias descobre uma rede ilegal de vídeos compartilhados por usuários denominados Charon e resolve contar para seus amigos. A partir disso, a tensão aumenta consideravelmente com os jovens tentando lidar com a ameaça. Em vão.
Se você não está familiarizado com o termo, dark web é então classificada como uma pequena parte da Deep Web que foi intencionalmente ocultada e inacessível através de navegadores padrões. Como uma lenda urbana, esta terceira camada é rodeada de temor e mistério entre os curiosos. Muitos querem conhecer, porém temem o risco de serem pegos por organizações que vigiam muitas atividades suspeitas que acontecem na hora mais sombria do dia.
Apesar de não terem explorado mais do conteúdo encontrado no notebook, o que foi visto consegue deixar uma leve perturbação. São pessoas em seus momentos de lazer e pior, mulheres sequestradas para a diversão de seus usuários. Somos vigiados a todo instante por inúmeras câmeras pela cidade e somos violados quando informações de Facebook são vazadas devido a um ataque cibernético. Como se tivéssemos num reality show macabro. Esse é o tal do Big Brother. Tema este já muito bem apresentado também em Black Mirror.
A expressão A curiosidade matou o gato! foi bem usada no filme e o preço da exposição veio com um gosto nada agradável para todos os envolvidos no Skype. Sobrando até para a Amaya (interesse romântico de Matias), que não estava envolvida diretamente na descoberta dos vídeos e mesmo sem saber, acabou entrando na Noite de Jogos. Esse pequeno detalhe não é nenhuma novidade em nossos tempos, onde uma simples mentira pode desencadear situações perigosas para a vítima e para qualquer pessoa que esteja em seu círculo de amizade.
A imersão para toda a ambientação é boa, uma vez que estamos lidando com todo o tipo de tecnologia e aqui é feito de forma satisfatória. Tem-se um plot twist que demonstra como as armadilhas da Internet também possuem suas devidas armadilhas. Apesar de não ser um filme perfeito ou revolucionário, ele instiga como o ser humano se comporta quando não está sendo vigiado.
Unfriended: Dark Web foi lançado em 2018 e segue como sequência de Unfriended (2014).
Godzilla: Rei dos Monstros é uma produção apaixonada por seu material-base, por diversos fatores. Mas os monstros sendo creditados como eles mesmos, é provavelmente o mais fascinante. Talvez seja pelo fato de que eles são tratados como as grandes estrelas e isso demonstre um certo respeito para com a audiência. Pois o que o público quer ver é simples: Uma gigantesca batalha de titãs. Sob essa ótica, o longa é mais do que apenas satisfatório.
Enquanto o primeiro filme revela a existência dos titãs, Rei dos Monstros lida com as consequências disso. A Monarca responde processos e a humanidade questiona: “O que devemos fazer com essa criaturas?” Mas quando King Ghidorah (um dragão de três cabeças) emerge, só há uma forma de pará-lo: Godzilla.
Ghidorah
Para representar lados opostos de uma mesma moeda, o roteiro de Michael Dougherty, Max Borenstein e Zach Shields, utiliza Emma Russel (Vera Farmiga), Mark Russel (Kyle Chandler) e Madison (Millie Bobby Brown) para construir um drama de cisão familiar. Tudo isso serve como pano-de-fundo a fim de que se construa uma óbvia porém eficiente metáfora sobre o tema do filme: Coexistência.
Apesar de ser permeado por diálogos redundantes, o script de Rei dos Monstros é extremamente interessante. Pontuado por questões ambientais relevantes e até mesmo inesperadas reviravoltas, é incompreensível pensar que esse filme é incompreensível. Contudo, as performances auxiliam bastante esse aspecto. Não apenas Farmiga obtém atenção do espectador com um ótimo discurso sobre a estupidez humana. Assim como, Ken Watanabe, com seu Serizawa, entrega um ótimo e quase poético arco.
Emma Russel (Vera Farmiga)
Mesmo que os humanos sejam surpreendentemente interessantes, o público veio pelos monstros. Cada aspecto técnico contribui para a construção dos personagens. Não apenas como eles parecem, mas como se comportam. Acredite ou não, existe um arco dramático para Godzilla extremamente bem executado. Não apenas ele, mas a encantadora Mothra, o furioso Rodan e o implacável King Ghidorah também possuem funções claras dentro da narrativa.
Quanto à direção, Dougherty traz um gigantesco senso de imponência nas batalhas e faz o impossível para imergir o público nesse mundo. Porém, nada disso seria possível sem a direção de fotografia de Lawrence Sher, com a escuridão contrastando com as diferentes cores fluorescentes representadas pelas habilidades dos titãs. Cada traço de sua identidade visual contribui para o tom apocalíptico do longa. As imagens são extremamente poderosas e o que é feito aqui, beira ao bíblico.
A trilha sonora por Bear McCreary também possui relevância para o individualismo das criaturas. O compositor retoma alguns dos temas originais compostos por Akira Ifukube e os utiliza da maneira mais gloriosa possível. É tão satisfatório testemunhar Zilla rugindo ao som de seu tema, elevando o épico de uma forma indescritível. Cada faixa parece compreender a emoção necessária existente em cada cena.
Em suma, Godzilla: Rei dos Monstros é basicamente o filme de kaiju perfeito. A produção compreende o desejo do público enquanto entrega um épico caótico visualmente soberbo e o maior confronto de monstros da história do cinema. Pelo menos até o momento em que o King Kong quiser reivindicar o trono.
A internet ficou em polvorosa nessa última quinta-feira (14/05/2019) após o ator Robert Pattinson ser confirmado como o novo Batman dos cinemas. Pattinson dará vida ao homem-morcego em The Batman, próximo filme do renomado cineasta Matt Reeves que está reescrevendo algumas partes do roteiro da produção. O longa-metragem começará a ser rodado no primeiro semestre de 2020 e será lançado em 25 de junho de 2021.
Os fãs do herói (até mesmo aqueles que nunca deram a menor importância para o personagem) ficaram bem divididos à respeito da escolha do astro. De um lado, tivemos aqueles que logo de cara detestaram a escolha sem ao menos dar uma chance para Robert. Já do outro, testemunhamos diversos adoradores do cavaleiro de Gotham que se empolgaram com a apuração.
Mesmo com mais adoradores do que odiadores, muitos decidiram esperar pelo menos uma imagem oficial para expressar suas opiniões. Confesso que estou no time dos adoradores, e estou bem otimista com o cast. Então prapare-se meu caro leitor, se acomode no cômodo mais aconchegante de sua casa e confira os cinco motivos do porquê Robert Pattinson pode ser um excelente Batman nos cinemas.
Robert Pattinson não é só Crepúsculo
Pattinson ganhou notoriedade após interpretar o vampiro Edward Cullen na saga Crepúsculo, um romance pré-adolescente baseado na obra literária de mesmo nome. No total, foram cinco filmes massacrados pela crítica, mas de certa forma, foram um sucesso entre o público mais jovem.
Infelizmente, Crepúsculo e suas continuações estigmatizaram a imagem de Robert perante a cultura pop, criando um looping de sentenças falhas e sem sentido a respeito do astro. Entretanto, Hollywood viu que Pattinson tinha muito talento e decidiu ignorar de vez, o seu passado “lumininoso”.
De 2012 pra cá, Robert Pattinson vem entregando uma atuação mais do que excelente, participando de filmes elogiadíssimos pela crítica, como por exemplo, Life, The Rover; A Caçada, Cosmópolis, Bom Comportamento e High Life, além das vindouras produções The Lighthouse e The Devil All the Time. O artista também será um dos protagonistas do projeto secreto de Christopher Nolan.
The Lighthouse, seu último trabalho que está sendo exibido no festival de Cannes, está sendo elogiado pelos críticos especializados dos Estados Unidos devido as admiráveis atuações de Pattinson e Willem Dafoe.
Heath Ledger te remete à algo?
É como diz o ditado: ”nunca julgue um livro pela capa”. Em 2007, o mundo recebe a notícia de que Heath Ledger, famoso por atuar em dezenas de comédias românticas, interpretaria o Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan.
Na época, houve todo um alarde por parte da comunidade nerd, uma vez que ninguém queria o famoso protagonista de 10 Coisas que Eu Odeio em Vocêno papel de um psicopata vestido de palhaço. Resultado? É considerado por muitos como o melhor Coringa da história, lhe garantindo um Oscar póstumo em 2009 pela categoria de melhor ator coadjuvante.
Robert Downey Jr. e Ben Affleck também são belos exemplos de artistas que sofreram hate devido aos seus papéis, e que hoje, são idolatrados por uma grande maioria.
Um Batman Jovem
Como já revelado anteriormente, The Batman não será um filme de origem, mas mostrará o início da carreira de Bruce Wayne como o Homem-Morcego. Então, é totalmente compressível ver uma personalidade hollywoodiana mais nova interpretando o cavaleiro de Gotham nos cinemas.
Em 2012, a DC Comics reformulou todo o seu universo nos quadrinhos. A proposta da editora, era apresentar novas e diferentes versões de seus personagens para um público mais jovem, mas respeitando suas origens. Um dos personagens que mais sofreu alterações, foi o próprio Batman, que nesse universo, tem nada mais nada menos que 26 anos de idade. Particularmente, é a minha versão favorita do Bruce Wayne, uma vez que sua idade serve apenas como ”fachada” para suas verdadeiras virtudes.
O foco será o lado detetive do herói
Convenhamos, nós nunca vimos o lado detetive do Batman nos cinemas. Todas as vezes que o Bat-Querido foi adaptado para as telonas, os cineastas optaram por dar ênfase nos combates, deixando de lado seu verdadeiro trunfo.
O lado investigativo do Batman sempre foi o seu ponto forte, mas foram poucas que vimos esse atributo como o ”protagonista” de suas histórias.
Com uma pequena reformulação sendo feita no universo DC nos cinemas, esse é o momento perfeito para nós testemunharmos uma versão diferenciada do cruzado encapuzado nos cinemas.
Apenas duas palavras: Matt. Reeves.
Matthew George “Matt” Reeves é um diretor, roteirista e produtor de cinema americano. Reeves começou sua carreira como roteirista dos filmes Under Siege 2: Dark Territory e The Pallbearer, o último do qual estreou sua carreira como diretor de cinema.
Reeves se mostrou um profissional competente após dirigir o horror em found footage, Cloverfield. Na época, a película deu o que falar devido a sua proposta de esconder quase o filme inteiro o monstro que estava atacando em Nova York. Convenhamos, homiziar uma criatura com mais de 100 metros perante as câmeras, é uma tarefa para poucos. Anos mais tarde, Reeves assume a direção de Planeta dos Macacos: O Confronto e Planeta dos Macacos: A Guerra. Ambas as obras caíram no gosto popular, que por sorte, só aumentou ainda mais a fama do cineasta devido ao seu excelente trabalho feito com a franquia.
Reeves demonstrou ser a pessoa ideal para assumir a direção, roteiro e produção de The Batman. Motivo? Simples, Matt já provou através de suas redes sociais, que é um grande fã da mitologia do Homem-Morcego, e que está disposto à entregar uma história totalmente inédita para os admiradores do Bruce Wayne, partindo de um ponto de vista mais modernizado e sombrio.
Muito provavelmente, durante o painel da Warner Bros. Pictures 2019, será revelada a primeira imagem do ator trajado com o uniforme do Batman. Então, até lá, te dou apenas um conselho: acalme seu coração e aguarde sempre pelo melhor.
Dando continuidade aos eventos do segundo filme, “John Wick 3: Parabellum” chega aos cinemas com a difícil tarefa de apresentar um encerramento para o arco construído até então, ao mesmo tempo em que deve expandir a mitologia deste universo sem deixar de abraçar seu gênero em todas as situações. Com muito mérito, já é possível afirmar que a trilogia do assassino Baba Yaga está consolidada como uma das melhores da história do cinema.
Na terceira película da saga, John Wick (Keanu Reeves) está sendo caçado pela associação após ter assassinado Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) dentro do Hotel Continental. Banido e com uma gorda recompensa de US$ 14 milhões pela sua cabeça, cabe ao herói encontrar formas de sobreviver para manter seu objetivo: preservar as boas memórias que possui de sua amada e falecida esposa.
“John Wick 3: Parabellum” se destaca em boa parte, pela terceira vez em três filmes, graças ao visual. O diretor e ex-dublê Chad Stahelski utiliza todo seu conhecimento para entregar ao espectador as melhores coreografias de ação possíveis, em sequências de luta imparáveis e totalmente compreensíveis cercadas por uma paleta de cores chamativa, aplicando movimentos inventivos e tomadas únicas para um filme deste tipo, com realismo através da utilização de golpes de artes marciais e belas batalhas com armas de fogo. O longa inicia de forma frenética, dada a situação em que John se encontra após o final do segundo filme, e segue com poucas interrupções para construir momentos vindouros.
Em uma entrevista dada ao The Graham Norton Show, Keanu Reeves comentou sobre as capacidades de sobrevivência de John Wick, bem como aceitar determinadas situações.
Entretanto, assim como seus predecessores, Parabellum não se limita à ação – apesar desta ser boa parte do longa. O universo dos assassinos ganha novas camadas através da atuação da Alta Cúpula, representada aqui pela juíza vivida por Asia Kate Dillon, e parte do passado de John também é pincelado de forma pontual e sem subestimar a capacidade do espectador em compreender as entrelinhas. Novas personagens, como Sofia (Halle Berry) e A Diretora (Anjelica Huston) acrescentam mais enigmas que podem vir a ser desenvolvidos em outras mídias, e o vilão Zero (Mark Dacascos) rouba a cena com sua canastrice de vilões caricatos, porém extremamente funcionais. Vale lembrar que os já conhecidos membros da sociedade, como o Rei do Bowery (Laurence Fishburne), Winston (Ian McShane) e Charon (Lance Reddick) retornam triunfantes às suas funções, com mais destaque e reviravoltas inesperadas.
Parte da diversão também se encontra no humor negro da fita, que não ameniza em brincar com seus absurdos típicos de bons filmes de ação. Ao conhecer as principais características deste universo como a palma de sua mão, o roteirista Derek Kolstad, agora contando com a colaboração do diretor Chad Stahelski, sabe dosar muito bem os momentos em que uma boa e inusitada piada será encaixada, ainda que de forma séria. A constante presença dos animais, marca registrada do filme, funciona de forma tão orgânica quanto todo o restante e rende alguns dos melhores momentos de alívio cômico.
Cena de John Wick 3: Parabellum presente no segundo trailer do filme.
A construção das hierarquias da associação e a reutilização de propostas dos longas anteriores também é muito orgânica, estabelecendo mais do mundo em que esta franquia se passa. John Wick é um homem de poucas palavras e isso colabora para agravar a forma mitológica como ele é encarado por todos que o cercam, apesar da crescente dificuldade em superar os desafios conforme o desenrolar da história. No terceiro ato, John já está em seu limite, cansado e quase incapaz, transformando com naturalidade algumas coreografias em um desenrolar mais lento, que peca um pouco pela excessiva quantidade de acontecimentos sem pausa.
Finalizando com um ótimo – e corajoso – gancho para continuação, sem um final feliz, “John Wick 3: Parabellum” é tudo que os fãs esperam da série. O herói de Keanu Reeves, em toda sua perfeição quase imperfeita, é um livro com algumas páginas em branco que podem ser preenchidas, e toda a associação regida pela Alta Cúpula possui enorme potencial para ser mais explorada em um futuro retorno às origens. A fidelidade e os votos prestados, com muita honra e sobriedade, podem e devem ser honrados, e determinadas ações exigem reações, por mais perigoso que isso possa ser.
As decisões tomadas pelo protagonista, neste que encerra a primeira trilogia da série, podem e devem reverberar de maneira retumbante no resto do mundo. É uma questão de tempo até que o preço seja pago, e o prognóstico não é muito bom. A não ser, é claro, que John possua uma nova carta na manga. E pelo histórico, essa é uma possibilidade bem forte.
Desconstruir super-heróis é algo fascinante para mim. Pois ao contrário dos pensamentos majoritários, não se trata de torná-los depressivos ou sombrios. Mas sim, desmembrar as suas características para encontrar a essência daquilo que torna o que eles são. Quadrinhos como: O Cavaleiro das Trevas e Reino do Amanhã e filmes como: Logan e Batman vs Superman são ótimos exemplos de como quebrar personagens e reconstruí-los. É surpreendentemente exatamente o que acontece em Vingadores: Ultimato, dirigido por Anthony e Joe Russo.
Ainda que apresente viagens no tempo, fan services, um grande confronto final e as costumeiras piadas fora de hora, Vingadores: Ultimato é a Marvel Studios como eu nunca a vi: Quebrada. Realmente quebrada. Esse é um filme sobre personagens e como eles tentam seguir em frente, lidando com seus erros e fracassos. Não é tão profundo ou complexo, mas ainda sim, é interessante comentar, em específico, sobre o trio trágico: Homem de Ferro, Capitão América e Thor.
SPOILERS A SEGUIR!
THOR: O DEUS DOS FRACASSOS
Você caiu no conto do Thor Vingativo. Eu também.
Independentemente da qualidade de seus filmes, Thor, é sem dúvidas, o personagem mais trágico da franquia. Conforme o decorrer dos filmes, o personagem acumula inúmeras perdas: Sua mãe, seu pai, seu martelo, seu irmão adotivo, sua irmã e seu lar. Mas não apenas isso, como herói, finalmente fracassa em escala universal. Não sendo o bastante, pensa ter reparado o seu erro durante os primeiros 20 minutos de filme, cortando a cabeça de Thanos. Quando na verdade, ele falhou, de novo.
Isso leva os roteiristas Christopher Markus e Stephen Mcfeely a quebrarem o personagem por completo. O filme realiza um salto temporal de 5 anos e apresenta Thor como um alcoólatra, sem sua escultura física divina. Ele desistiu. Ele simplesmente desistiu. Talvez a postura do Deus do Trovão (Agora, o Deus dos Fracassos) tenha incomodado a muitos fãs, eu incluso. A forma como o filme trata o seu estado melancólico algumas vezes, beira ao ridículo e provoca algumas risadas desnecessárias.
“THOR TRISTE.” – leia com a voz do Hulk em Ragnarok (2017)
Por outro lado, existem cenas as quais aproveitam o potencial do conceito. Quando a narrativa retorna para O Mundo Sombrio (2013), horas antes do assassinato de Frigga, Thor abre o seu coração magoado para sua mãe, a qual afirma: Fracassos o tornam como qualquer um. Ela é responsável por humanizá-lo e fazê-lo enxergar isso. Como ela diz: “Você está aqui para mudar o seu futuro, não meu.” Após o diálogo, há uma cena extremamente simbólica: Thor consegue segurar o Mjolnir. Mesmo com seus fracassos e falhas, ele ainda é digno.
Ao final do filme, cansado de profecias e predestinações, Thor abdica do trono de Asgard e como ele mesmo explica: Passou tempo demais tentando corresponder às expectativas de outras pessoas. Isso é muito bonito e pode ser interpretado como um meta comentário para a situação de seus filmes em que sempre esperava-se um épico, devido ao seu material-base, mas como a abordagem inicial não havia funcionado, Marvel precisou reformular o personagem a partir de Ragnarok, ignorando tudo o que os fãs esperam sobre ele e agora esse arco de revitalização se conclui em Ultimato. Decepcionante para alguns (E eu compreendo), mas uma mensagem bonita e coerente para o personagem estabelecido nos últimos três filmes.
Como um viking.
Thor deixa de ser Deus e se torna homem.
CAPITÃO AMÉRICA: O SENTINELA DA PERSISTÊNCIA
Deus, que homem!
Enquanto isso, Capitão América, segue um caminho mais comum. Ele é o meu personagem favorito do filme e da franquia. Sua trajetória ao decorrer desses filmes, tentando se adequar uma época a qual ele não pertence, é tão fascinante e trágica para mim. Desde O Soldado Invernal, os Russo provam o quão bem eles entendem Steve Rogers e sua dinâmica complicada com o mundo contemporâneo. Ele não é um homem procurando por uma vida normal, pois o momento em que poderia ter experimentado algo assim, passou. Rogers tem medo que a guerra tenha um fim e perca o seu propósito.
5 anos após Guerra Infinita, Ultimato traz o personagem como um coordenador de um grupo de auto-ajuda para pessoas incapazes de seguir em frente após o genocídio imparcial do Titã Louco. Mas a ironia cruel é: Ele não apenas se sente incapaz, mas não quer superar. É interessante notar como os outros Vingadores parecem diferentes enquanto Steve, continua o mesmo.
Pare! se você chorar, eu choro.
Em um dos melhores diálogos de Vingadores: Ultimato, o personagem diz à Natasha: “Eu vivo dizendo para que as pessoas superem. Alguns conseguem. Mas nós não.”Rogers não suporta o estado de normalidade, ele precisa de um confronto. Um confronto em que eles vençam. Pois como ele mesmo afirma antes da execução do salto temporal: “Esta é a luta de nossas vidas.” Ele só irá parar quando eles puserem um fim a isso. De uma vez por todas.
Mas no decorrer da missão, infiltrado em uma base na S.H.I.E.L.D, ele encontra o amor de sua vida, Peggy Carter, do outro lado da janela, há uma distância entre os dois, a mesma entre o tempo o qual foi congelado e perdeu o encontro prometido. É o passado batendo à porta e lembrando a ele: Talvez seja melhor não superar. Talvez você deva persistir.
[Insira sua legenda triste aqui]
É uma característica a qual casa perfeitamente com o otimismo transmitido pelo Capitão América. Em uma das minhas cenas favoritas da história dos filmes baseados em HQs, as tropas de Thanos estão vindo e o Sentinela da Liberdade está no chão, com seu escudo quebrado. Com muita dificuldade, ele consegue se levantar. Ele está disposto a enfrentá-los sozinho. Provando que ele pode fazer o dia todo. Ele só terá seu fim quando a guerra também tiver.
Ao final de Vingadores: Ultimato, Steve precisa voltar no tempo e devolver as Joias do Infinito. Ele demora a reaparecer, mas logo após, lá está ele, admirando a paisagem. A câmera o revela envelhecido, pronto para passar o escudo adiante. A sua guerra acabou. Ele finalmente experimentou o que tanto almejava: Uma vida simples. Durante cena final do filme (A mais bonita) em que It’s been a Long, Long Time começa a tocar, ele finalmente tem sua dança com Peggy Carter.
“Oh, Capitão. Meu Capitão.”
Steve não é mais um vingador, ele é alguém que não precisa mais superar.
O ALTRUÍSTA PATERNO HOMEM DE FERRO
[Insira seu comentário sobre amá-lo mil milhões ou três mil aqui]
Já o Homem de Ferro, é o personagem com a maior responsabilidade moral em Vingadores: Ultimato. Ele é o profeta o qual não impediu a concretização da profecia. No decorrer dos filmes, Stark cometeu inúmeros erros em decorrência das suas paranoias e seu medos, com o intuito de proteger o mundo de uma ameaça maior a qual ele acreditava estar por vir. Em Guerra Infinita (2018), ele finalmente confronta o demônio o qual atormentava: Thanos. Porém é derrotado e credita 100% da responsabilidade para si, como sempre. O responsável pelos eventos precedentes da aguardada derrotada, foi ele mesmo.
É tudo sobre Tony Stark. Se ele morre, se ele vive. Se é essencial para a missão, para o macguffin e para o clímax, ou não. Se ele deve salvar o mundo, ou já fez bastante por ele. Até mesmo quando não é sobre um ato altruísta, é sobre Stark. Em Ultimato, 60 meses após o estalo, o filme apresenta uma vida perfeita para o personagem. Ele conseguiu tudo o que sonhou: Uma casa no campo e uma família. O arco do Homem de Ferro se fecha nesse exato momento, ou pelo menos é o que aparenta.
Ninguém: Irmãos Russo: Hora de fazer Stark sofrer.
No momento em que os Vingadores pedem por sua ajuda, Tony imediatamente nega. Ele não está disposto a perder o que ainda lhe resta, sua vida estável. O que leva o espectador, mais uma vez, acompanhar uma jornada do personagem, indo do egoísmo para o altruísmo. Sendo sincero, quando assisti ao filme pela primeira vez, eu pensei: Ele passou por isso em todos os filmes. Por que fazer de novo?
Mas após assistir novamente, eu percebi, há um fator a mais nesse jogo: A paternidade. Para mim, esse aspecto, ao lado da ansiedade por conclusão, carregam o arco do Vingador Dourado na obra. Veja: O que o motiva a aceitar a missão é lembrar do fato de que ele perdeu Peter Parker no espaço. Claro, não é só isso, mas você entendeu. A paternidade é um tema central para o personagem nessa narrativa.
É como Batman perdendo pela primeira vez um Robin.
Ao tentar recuperar o Tesseract nas instalações da S.H.I.E.L.D, ele encontra Howard Stark, seu pai. O roteiro traça uma dinâmica interessante entre os dois, discutindo os temas propostos através de algo simples: O medo de Howard em se tornar um pai. Isso conversa indiretamente com a principal preocupação do Homem de Ferro nesse filme: Sua família. Não apenas isso, mas quando seu pai diz: “Digamos que eu nunca deixei que o bem maior agisse sobre mim.” ele percebe que o mesmo erro não pode ser cometido duas vezes.
Isso se relaciona diretamente com a jornada do egoísmo para o altruísmo. Durante o ato final, o Thanos do passado vem ao presente (Loucura) para impedir que os Vingadores frustrem o seu plano. As pessoas já foram trazidas de voltas pelo estalo de dedos realizado por Hulk, resta apenas um confronto para que a vitória não se transforme em derrota novamente.
Melhor armadura. Tente mudar minha opinião.
Em determinado momento de Guerra Infinita,Doutor Estranho afirma que dentre os 14,000,605 futuros, apenas nesse existe uma possibilidade de vitória. Vingadores: Ultimato apresenta o único jeito. Quando Thanos consegue a manopla, ele realiza o estalo dizendo: “Eu sou inevitável.” Porém logo após, a câmera corta para Stark com as seis joias em mãos, usando a mesma frase dita ao final de seu primeiro filme: “E…eu sou…o Homem de Ferro.” O vilão é finalmente derrotado, a profecia, desfeita, mas com um custo: A morte de seu profeta, o maior protetor da Terra.
Quando Pepper diz: “Você pode descansar agora”, é o momento em o porquê desse sacrifício ser diferente dos outros é compreendido. Sim, esse é o único em que resulta em sua morte, mas essa não é a questão. O ato altruísta de Tony Stark em Ultimato pode ser considerado egoísta, no bom sentido, pois não era apenas sobre vingar o planeta, era antes de tudo, pessoal.
Descanse agora, Homem de Lata.
Com Thanos retornando ao pó, ele finalmente pode acordar de um longo pesadelo e descansar em paz.
“Parte da jornada é o fim.”
Vingadores: Ultimato está em exibição nos cinemas. Confira a crítica aqui.
Choro e aplausos, é como posso resumir a experiência com Vigadores: Ultimato. Em meio a milhares de produções cinematográficas que existem, é muito difícil encontrar um longa-metragem que possa te fazer sentir tantas coisas boas. Ao decorrer das dezenas de reações que o público esboçava durante o quarto filme dos Vingadores, pode-se dizer com total tranquilidade, que essa foi a obra cinematográfica mais envolvente de todas, e quando digo ”de todas”, é em todos os sentidos.
Ultimato é a culminação de 11 anos de um belo e esplêndido planejamento arquitetado pelo empresário Kevin Feige, que em meados de 2006, começou a trabalhar naquilo que viria a se tornar uma das sagas mais lucrativas da história. Foi apenas dois anos depois, mais especificamente em 2008, que o mundo é apresentado a primeira produção da Marvel Studios (na época, Paramount Pictures): Homem de Ferro, protagonizado pelo galã dos anos 90, RobertDowney Jr..
Após o lançamento do primeiro filme do Vingador Dourado, os fãs foram a loucura, pedindo cada vez mais da produtora comandada por Feige. De lá pra cá, as películas sob tutela da Marvel Studios fizeram um trabalho além do esperado, criando uma comunidade de admiradores que estão mais pra uma ”família” ao invés de meros tietes.
Endgame (no original) irá unir, criar novas atitudes e pensamentos sob o que é ser uma boa pessoa e o melhor; será a inspiração de vida.
Após Thanos eliminar metade das criaturas vivas, os Vingadores precisam lidar com a dor da perda de amigos e seus entes queridos. Com Tony Stark (Robert Downey Jr.) vagando perdido no espaço sem água nem comida, Steve Rogers (Chris Evans) e Natasha Romanov (Scarlett Johansson) precisam liderar a resistência contra o titã louco.
Mais uma vez, Thanos fez história. O Titã Louco está ainda mais tirano e sociopata em relação à Guerra Infinita,pensando de maneira egocêntrica e megalomaníaca; usufruindo de uma inteligência descomunal que infelizmente, foi usada apenas para o mal.
Com jogadas e planos extremamente inteligentes, Josh Brolin impressiona com a sua atuação feita a partir de um molde artificial, levando quem está assistindo a acreditar que o tirano é real e que a qualquer momento ele pode vir para a Terra com sede de sangue e destruição.
O Führer espacial, é o melhor antagonista que a sétima arte já nos apresentou. Não há amor no coração do personagem e muito menos compaixão.
Em diversas ocasiões, o telespectador ficará contra Thanos (óbvio), mas no fundo, a mente do espectador deseja que o vilão não tenha um destino tão triste e cruel, afinal, o sociopata intergalático criou um certo tipo de empatia com o público. Amamos odiá-lo.
O elenco está impressionante, há um ótimo espaço de tela para cada membro da equipe. Mas claro, os seis originais são os verdadeiros destaques de Ultimato.
Começando com Homem de Ferro. Downey Jr. conduz sua contraparte tão bem quanto das outras vezes que o astro deu vida ao herói. Aqui,Tony Stark possui uma vida nova, se privando de atitudes arrogantes e pensando mais no bem estar da humanidade. Até mesmo seu comportamento com os seus colegas mudou, provando que um homem pode buscar pela redenção quando é exposto à uma situação de risco.
Os melhores momentos da película são conduzidos por Chris Evans, também conhecido como Capitão América. Considerado por muitos como o melhor Vingador, Steve Rogers é um dos personagens chave da fábula, fazendo com que o público o ovacione inúmeras vezes durante as cenas.
Thor, Hulk e Rocket Raccoon, vividos respectivamente por Chris Hemsworth, Mark Rufallo e Bradley Cooper, são os alívios cômicos do longa-metragem. Houve um pequeno downgrade em Odinson, voltando a se tornar o deus do trovão visto em Thor Ragnarok e ignorando totalmente o ser mitológico construído em Guerra Infinita. Pessoalmente, o fator não foi um incômodo, visto que o herói se encaixa perfeitamente nesse perfil bobão e idiota. Porém, para aqueles que amaram sua versão vista na produção anterior, podem se decepcionar um pouco.
Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) possuem uma atitude de irmãos, motivo que uniu ainda mais ambos os heróis. Todavia, diferente do Gavião que é anos luz mais carismático que a sua parceira, a Viúva é nada menos que um peso de papel mal aproveitado em Ultimato. Em Guerra Infinita, a heroína está muito mais poderosa e cativante, dando gosto em suas aparições em tela. Apesar disso, há momentos bacanas com a personagem.
Caso a Marvel Studios decida fazer um filme da A-Force, a personagem ideal para liderar a equipe feminina do MCU seria a Nébula! Filha adotiva de Thanos, a heroína interpretada por Karen Gillan, pode finalmente ter um merecido destaque na narrativa de um filme feito pela Marvel, brilhando de todas as maneiras possíveis.
As três horas de durações passam voando.Um ótimo trabalho dos diretores Anthony e Joe Russo, que souberam conduzir uma película com excesso de personagens de forma decente, sem se perder em sua própria narrativa. Infelizmente, há pequenos furos de roteiro que não serão consertados, deixando alguns buracos não muito agradáveis no MCU.
Momentos que os fãs nunca esperavam ver nos cinemas, aconteceram em Ultimato, seja de maneira inevitável ou não. Abreviando o filme em poucas palavras ele é, literalmente, uma história em quadrinhos cheio de clichês cósmicos característicos.
Como todo problema que a maioria dos filmes da Marvel sofrem, as piadas fora de timing são o que mais chegam a incomodar, mas em compensação, são extremamente engraçadas.
Não foi fácil sair da sala de cinema enquanto os créditos de Vingadores: Ultimato subiam. O filme é uma bomba de emoções, que despertou em meu coração inúmeros sentimentos que acabaram se tornando apenas um: felicidade. Ultimato não é o fim de uma era, mas o começo de uma nova fase brilhante da Marvel Studios. Muitas jornadas foram encerradas, mas muitos caminhos ainda serão contados.
Obrigado por tudo casa das ideias, te amarei três mil vezes. <3
Finalmente chegou aos cinemas brasileiros, a mais nova obra cinematográfica feita em colaboração com a DC Entertainment e a Warner Bros. Pictures, Shazam!. O longa-metragem estava sendo aguardado por boa parte dos seus fãs desde o momento que o astro Zachary Levi foi escalado para viver o herói título.Muitas notícias do filme foram surgindo, inclusive; que ele seria uma comédia natalina cheia de easter-eggs do universo cinematográfico da DC. A partir desses momentos, Shazam! conseguiu se envolver com o seu público de uma maneira totalmente forma do comum, antes mesmo de chegar às telonas
Lembro até hoje, quando vazou a primeira foto do Levi trajado com o uniforme do herói, como o meu hype foi ao teto. Apesar de ser apenas uma fotografia dos bastidores que acabou caindo na internet, naquele momento eu percebi o quanto Shazam! tinha um potencial de diversão. Obvio que eu tive mais certeza, quando o primeiro trailer foi lançado, provando para os espectadores que não é necessário fazer uma superprodução de super-heróis usando metalinguagens realísticas para compor sua trama.
Presumivelmente, o único objetivo do diretor David F. Sandberg, era usar um garoto de apenas 15 anos para contar uma história simples e divertida para toda a família, sem se preocupar em ser uma produção digna de ”Sessão da Tarde” (não que isso seja um demérito.)
Billy Batson (Asher Angel) tem apenas 14 anos de idade, mas recebeu de um antigo mago o dom de se transformar num super-herói adulto chamado Shazam (Zachary Levi). Ao gritar a palavra SHAZAM!, o adolescente se transforma nessa sua poderosa versão adulta para se divertir e testar suas habilidades. Contudo, ele precisa aprender a controlar seus poderes para enfrentar o malvado Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong).
A história usa como base a famosa fase do personagem vista durante a reformulação da DC Comics, denominada de Novos 52. Muitas das cenas presentes durante toda a sua duração, foram tiradas diretamente dos quadrinhos (vide Freddy e Billy roubando dinheiro de um caixa eletrônico). Um ponto mais do que positivo, visto que os admiradores mais velhos do herói, estão acostumados com tramas mais heroicas e menos infantilizadas, sendo uma ótima porta de entrada para conhecer o lado criança do antigo Capitão Marvel.
Há uma linda sincronia entre uma narrativa transparente e atos dos personagens pouco substanciais. Percebe-se que enquanto os créditos finais estão subindo, Shazam! tinha como propósito apenas fazer com que o espectador saia da sala de cinema com um coração mais doce e um lindo sorriso no rosto.
Confesso que antes de assistir essa produção, eu considerava Homem-Aranha: De Volta ao Lar (que por sinal é um filme espetacular, e digo mais, o meu favorito do MCU), o longa de super-heróis em live-action mais infantilizado já feito. Todavia, Shazam! acaba de alcançar esse posto. Desde os seus primeiros segundos até os seus últimos minutos, a fábula é composta por apenas piadas imaturas e totalmente hilárias, que transitam deste temas voltados para o público infanto-juvenil, até anedotas adultas camufladas com ações infantes.
As almas dos astros Zachary Levi e de Asher Angel, parecem que são uma só. Ambos os atores estão excelentes em seus respectivos papeis, dando a sensação de que as estrelas sãos literalmente a mesma pessoa. O que deixa o herói Shazam! ainda mais mágico, é a maneira que o personagem usa seus poderes, não sabendo controlá-los e usando eles de maneira indevida, e claro, a sua inocência juvenil.
Freddy, vivido por Jack Dylan Grazer, é a cereja do bolo de seu irmão adotivo Billy, e o principal alívio cômico ao lado do seu melhor amigo. Esses dois sim, podem (e devem) ser chamados de ”a dupla dinâmica”.
Por último mas não menos importante, conhecemos os outros quatro irmãos dos dois personagens citados acima. Infelizmente, a interação ente os seis é um pouco falha, visto que em determinados momentos, tem-se a sensação que as crianças se conhecem muito pouco vivendo por baixo do mesmo lar, dando um aspecto artificial e nada orgânico entre eles.
Doutor Silvana é um antagonista medíocre, que se espelha muito nos vilões dos clássicos filmes de espionagem lançados entre os anos 60 e 70. Apesar de Mark Strong estar atuando de uma forma no tanto quanto decente, sua motivação para os feitos que o levaram até o Shazam! são péssimas.
Resumindo em poucas palavras,o temperamento de Silvana se iguala com o de uma criança de oito anos de idade, desmerecendo dezenas de vezes a caracterização do antagonista. Por sorte, em poucas cenas, Doutor se salva usando os seus poderes contra o Dedo de Faísca.
Shazam! merece ser assistido mais de uma vez, independente de como ele será apreciado. A DC e Warner fizeram um extraordinário filme para toda a família, trazendo uma linda mensagem sobre força e esperança por meio de um garoto que sonha em encontrar uma família que realmente o ame.
Espero que tenham gostado, até a próxima e lembrem-se, escolham bem os seus nomes de super-heróis.
Partindo de uma opinião muito particular, acredito que a comédia seja um dos gêneros mais difíceis de se fazer atualmente no cinema. Apesar de termos uma quantidade enorme de filmes neste estilo, não é difícil encontrarmos vários que não nos arrancam nenhuma risada. Textos que abrangem o humorismo tendem a ser complexos por trabalharem com diversas possibilidades – a história pode seguir um rumo mais físico, referencial, ou até mesmo escatológico, dependendo da sua proposta. Outro fator é a contínua adaptação em relação ao público, há certas piadas e momentos que não funcionam como antes. Entender o seu público, o tom e ritmo da história, além do timing entre as cenas e os próprios personagens resultam na dificuldade de trabalhar com o gênero.
Sabendo deste desafio, diversas obras caem na generalidade em pouco tempo de tela. A falta de criatividade, a não habituação aos novos tempos, etc, são exemplos do que pode ocorrer em filmes genéricos. E, obviamente, Chorar de Rir cai direto nesta zona. Não só por entregar uma comédia sem a menor graça, como também apostar tanto no passado e ignorar o presente promissor.
Leandro Hassum (Nico Perequê) é um comediante famoso que ganhou diversos prêmios pela carreira. Além de ter um programa bastante conhecido – este, que é o Chorar de Rir – Nico mantém uma estabilidade financeira e social. Porém, ele se depara com o distanciamento existente entre o cômico e o dramático no âmbito profissional. Seu trabalho artístico é menosprezado enquanto atores dramáticos são exaltados, e suas obras, valorizadas. O desenrolar da trama conta com Nico tentando mostrar sua capacidade artística para o drama, mesmo que isso custe toda sua fama e dinheiro.
A premissa parte de um argumento válido e coerente. Talvez a única coisa que se salve é a reflexão feita nos minutos iniciais, mesmo que esta desapareça ao longo da trama. O mundo artístico está recheado de preconceitos de diversos tipos, e há uma clara supervalorização do drama, enquanto a comédia vira sinônimo de passatempo e diversão. Tal olhar para com os filmes cômicos prejudica o cinema de modo geral. Desvalorizar a qualidade e capacidade artística de um determinado gênero é virar as costas para inúmeras possibilidades críticas, analíticas e sentimentais. Não é só fazer rir, mas também pensar, refletir, criticar, se inspirar, sonhar, entre tantas outras.
O parágrafo anterior foi uma tentativa falha de tentar aumentar o significado do fraco Chorar de Rir. Apesar de abordar alguns questionamentos, a discussão depende absolutamente do espectador. O filme, em nenhum momento sequer, levanta o assunto com autoridade e parcialidade, tornando-se covarde ao dizer quase nada e, além disso, criar uma incoerência assustadora no final. Deixando de lado qualquer substância dentro do roteiro, ficamos com pouca coisa para falar sobre.
Leandro Hassum sempre foi um dos grandes humoristas do Brasil. Seu humor está entre o pastelão e o físico, sendo uma mistura muito bem-vinda entre os dois estilos. Porém, nada do filme se aproveita do seu talento, criando um personagem sem identidade e graça. A falta de criatividade fica nítida quando Chorar de Rir usa seu protagonista para gritar falas e piadas a todo momento, porque o ator parece não se afeiçoar com a trama, forçando excessivamente a comédia física – que está bem ultrapassada.
E o principal problema, causador de todos os outros, é justamente a implicância com um mesmo tipo de comédia, deixando tudo nas costas de Hassum. Enquanto temos outros personagens que tinham um potencial maior e, mesmo não sendo engraçados pelo limitado roteiro, conseguem arrancar alguma risada, o diretor Toniko Melo prefere estruturar toda sua narrativa ao redor do humor mais antigo e ultrapassado do momento. Não estou julgando a importância do elemento físico, mas o filme pecou em não explorar coisas mais atuais. “Habituação aos novos tempos”, como disse anteriormente.
Vivemos em um mundo diferente, conectado, repleto de vídeos, gifs, stickers, etc. Memes, stand-ups e montagens tomaram proporções gigantescas. As referências se tornaram mais comuns com tantas marcas, programas e sites existentes nos dias de hoje. O Porta dos Fundos, por exemplo, é um projeto que deu certo no YouTube por trazer o mix entre o humor negro, satírico e físico, rodeado pelas referências mais inusitadas: de nomes na Coca-Cola, até o próprio restaurante Spoleto.
Chorar de Rir conta com o fantástico Rafael Portugal, do próprio Porta. Falas mais ágeis e imprevisíveis são marcas da própria veia cômica provida pela internet, e Portugal deixa bem claro dentro da história, criando a única cena engraçada dentro de 1 hora e 43 minutos. Contudo, seu personagem é completamente esquecido e aparece por pouquíssimo tempo. Outro expoente da internet, Caito Mainier, comanda um programa de fofoca, Fama News, que funciona como uma sátira a todos os programas que abordam o dia a dia de famosos e celebridades. Achou que eles iriam aproveitá-lo? ACHOU ERRADO, OTÁRIO.
O que vemos é uma constante e excessiva necessidade de exaltar o passado, ignorando o potencial do presente, resultando em uma obra fraquíssima e nada engraçada. Ah, lembra-se daquela discussão abordada no começo? Então, ao invés de provar a existência do valor artístico da comédia, o roteiro vai para o lado contrário, deixando uma incoerência enorme entre a problemática proposta e sua conclusão. Finalizando com um discurso bonitinho, mas pouco inspirador, Chorar de Rir deixa um gosto amargo na boca. Deve-se respeitar o passado com toda a certeza, mas precisa saber a hora de colocar o presente em campo.