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Digimon Adventure: é um bom reboot sem apelar só para nostalgia

Digimon é uma das franquias de maior sucesso internacional do Japão, constantemente se reinventando com novos produtos, de jogos a animações. Produção original da Toei, a incursão mais recente do estúdio no universo de Digimon Adventure (ao qual pertencem as séries Digimon Adventure 01, 02, os filmes, e tri.) foi o filme Last Evolution Kizuna, disponível no momento apenas em terras nipônicas e que foi criado com a promessa de encerrar o ciclo da série original comemorando seus 20 anos de vida. Mas grandes franquias nunca terminam, sempre se transformam. E Digimon Adventure: (o “:” faz parte do título) chega na temporada de abril de 2020 para cravar essa máxima de forma certeira.

Um dos animês mais aguardados da temporada, Digimon Adventure: é um reboot da série clássica original de 1999. Taichi, Agumon e seus amigos Digiescolhidos irão novamente se aventurar no Digimundo, e agora de uma nova forma, pois como dito acima, esta nova série recomeça a franquia do zero.

Taichi, se preparando para um acampamento (uma óbvia referência à série original) vê sua mãe e irmã (Hikari, futuramente uma Digiescolhida) em perigo após uma pane nos sistemas de trem de toda Tóquio. Quando tenta salvá-las, acaba sendo levado ao Mundo Digital de onde a pane nos sistemas tecnológicos do mundo real está se originando por conta do ataque de um vírus misterioso.

Digimon Adventure: começa, em poucos minutos, referenciando o material clássico porém apresentando sua trama de nova forma, diferente. O reboot transparece essa vontade do estúdio de reapresentar a franquia para uma nova geração de crianças, respeitando os visuais clássicos que marcaram época e ao mesmo tempo trazendo novas músicas, trilha sonora distinta e criando um mix de situações que lembram a série Adventure e o filme Our War Game!, de 2001, apelidado de “o filme do Diaboromon“.

O design de série clássica é aplicado numa animação moderna, criando uma boa mistura das duas coisas.

E analisando apenas o que foi entregue no episódio de estreia, a Toei não poupou esforços em muitos aspectos técnicos que foram duramente criticados em séries anteriores do estúdio, como Dragon Ball Super. A animação deste Digimon está linda, e vale ressaltar que esta série vem como estreia do horário que era dedicado exatamente ao Dragon Ball, e depois, a GeGeGe no Kitaro.

É possível que os fãs da franquia original (e consequentemente do Adventure 2 e tri.) sintam de forma brusca as mudanças, colocando a primeira série ao lado desta. Não há menções a Butterfly ou Brave Heart. A trilha incidental é diferente. Detalhes como os brasões dos Digiescolhidos já são apresentados. A relação entre as crianças também parece tomar rumos completamente diferentes do original e o Digimundo propriamente não foi mostrado ainda, mas todas as mudanças são boas. Continua sendo Digimon, mas visando um novo público, enquanto ainda presta suas homenagens à história da franquia.

Taichi e Agumon se encontram pela primeira vez.

Parece que Digimon Adventure: terá um desenvolvimento mais lento e comedido que a temporada antiga. O primeiro episódio da temporada de 1999 introduzia os conceitos dos Digimons, do Digimundo, das primeiras Digievoluções e todos os principais Digiescolhidos de uma só vez no decorrer de seus 20 minutos. Este, traz apenas Tai e Izzy, com um gancho no final com outro herói querido dos fãs. E a aventura se situa apenas em Tóquio e na Net, trazendo também a nova forma de Digievoluir dos monstrinhos.

E a modernização dos visuais e desenrolar da história também é aplicada nas tecnologias. Depois de 20 anos, é previsível que a interação dos garotos com a internet, celulares e outros devices seja mais ligada diretamente ao funcionamento do Mundo Digital. Parte dessa interação foi muito usada em tri. e a promessa da Toei é de que agora os acontecimentos do Digimundo influenciarão diretamente na vida das pessoas na Terra, causando panes e possivelmente até mudanças naturais.

Digimon Adventure: moderniza o que os espectadores já conhecem muito bem sem apelar totalmente para o valor sentimental da coisa toda. O elenco de dublagem apresentado na estreia, porém, faz um bom trabalho em aproximar as vozes das características já conhecidas de cada personagem (Tai é dublado por Yuuko Sanpei, a dubladora que dá voz ao Boruto e outros personagens famosos), conversando também com o coração do fã de longa data. A nostalgia não é direta e barata, apelativa. Ela cria um sentimento que traz memórias distantes sem perder a sensação do novo.

E parte da magia de Digimon é justamente a recriação. A franquia possui muitas séries, algumas cronológicas e outras não, mas todas de alguma forma apresentam novidades respeitando conceitos pré-estabelecidos. E Adventure especificamente se prova como o mais sólido dos Digianimês, com fôlego para mais 20 anos de aventuras e amizade entre humanos e criaturas digitais.

A nova série está disponível no serviço de streaming Crunchyroll com transmissão simultânea com o Japão (aos domingos de manhã por lá, aos sábados à noite para nós no ocidente).

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Resenha | Napping Princess: A Minha História Que Eu Não Conhecia

Publicado pela Editora NewPOP em setembro de 2019, esse volume único, além de uma leitura divertida e leve, é também um exemplar importante para o mercado, por ser uma excelente porta de entrada para o mundo das Light Novels.

Mas vamos começar do começo, e apresentar a obra: “roteiro” do filme de mesmo nome, que saiu em 2017 e foi pré-indicado ao Oscar de animação, a novel foi escrita pelo diretor Kenji Kamiyama (que você talvez conheça por ter dirigido, também, Ghost in the Shell Stand Alone Complex).

A história segue Kokone Morikawa, uma garota “caipira” que vive no interior do Japão com seu pai, o mecânico Momotarou. Com apenas três dias para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio, o passado do pai de Kokone vem à tona da forma mais inesperada possível. Com isso, a garota se vê numa missão de salvá-lo de caras maus, tendo como arma apenas um tablet rachado e… As informações que ela consegue no mundo de seus sonhos.

O charme de uma Light Novel está em suas personagens, e o maior gosto de se ler uma série está em acompanhar o crescimento e desenvolvimento dos protagonistas. Por conta disso, livros em volume único acabam sendo meio perigosos pois podem não dar tempo o suficiente para que você se importe com a personagem em questão.
Esse é um problema que eu não encontrei em Napping Princess: em poucas páginas, você já acaba se interessando por Kokone, já que ela é uma personagem tão… Como posso dizer? Intensa. Seja a sua versão do mundo “real” ou dos “sonhos“, ela está sempre fazendo algo, buscando algo. Não há um único minuto sequer pra parar e respirar.
Quer dizer, a menos que você feche o livro. Esse é um dos lados bons de livros né? Você pode parar pra respirar, se quiser.

Como essa imagem do filme mostra… A menina não para!

Para falar da história, acho que já posso ligar com o segundo ponto lá do parágrafo de introdução, sobre essa novel ser uma boa iniciação em Light Novels. De forma grosseira, podemos dizer que uma LN está no meio do caminho entre um Mangá e um Livro, e por causa disso, acaba afastando pessoas de ambos os extremos, com medo da semelhança com o outro lado.
E o que eu acredito é que Napping Princess poderia ajudar a trazer pessoas que gostam de livros de ficção, mas nunca se aventuraram em Light Novels, por serem “muito animê“. A história, mesmo se passando no Japão e dependendo de diversos clichês comuns da mídia, não soa como uma coisa “otaku“, por ter uma ambientação muito mais global.
Em 2020, apesar das iniciativas de guerra e de doenças fatais estarem tendo o maior foco nesse começo de ano, em breve voltaremos nossa atenção ao Japão, por conta das Olimpíadas. É um contexto onde as pessoas param de encarar o país como um “antro de otaquices” e provavelmente lembrarão que se trata de um lugar como qualquer outro. Justamente aqui que nossa história se passa, com todos os holofotes do mundo voltados para a pequena ilha asiática. Dessa forma, conseguimos apresentar, superficialmente, aquilo que você pode esperar de uma obra mais comum do gênero.

Inclusive, esse livro é genial por conseguir atrair pessoas de dois lados opostos da ficção, que normalmente nunca se encontram: aquelas que gostam de fantasia, e aquelas que preferem uma história mais realista. Tendo “dois núcleos” absurdamente diferentes, você pode se interessar mais por um do que por outro, e se divertir na parte que te agradar mais. Eu, por exemplo, fiquei muito intrigado com o mundo de Heartland no ínicio, enquanto as aventuras de Kokone no mundo real não me interessaram muito. Mas com o passar dos capítulos, me vi interessado mais com os acontecimentos de Tóquio do que do mundo fantasioso.

O último ponto que tenho a levantar sobre isso é a ausência de ilustrações. Uma das marcas registradas de Light Novels são seus desenhos internos, a maioria das vezes em “estilo mangá” (ou, como meu pai gosta de dizer, “que parece uns mangázinho“). É mais uma das características que acabam afastando potenciais leitores por passar a impressão de que o material é “muito animê“. Tirando a – belíssima, por sinal – ilustração de capa, não temos mais nada dentro, além de palavras: o miolo é praticamente um livro comum.
Isso pode assustar quem vem do mundo dos mangás, mas para quem está partindo do mundo dos livros, pode ser a bênção que eles precisavam.

Com toda essa baboseira de lado, vamos para a parte importante e o provável motivo de você estar aqui: vamos ser sommelier de lombada. O livro é no “Formato Pocket“, que a editora insistentemente lembra que não é um formato pocket pois é publicado assim no Japão. Dessa forma, você pode colocá-lo lado a lado com seus exemplares de Fate/Zero, No Game No Life, Toradora ou Shakugan no Shana, apenas para citar alguns de mesmo tamanho. Também segue a tendência recente, de vir com miolo em papel Polén Soft e capa cartonada, e se encerra com 246 páginas, fazendo-o não ser muito grosso. Honestamente, um belo exemplar para a sua estante.

Nas questões técnicas, eu devo dizer que não encontrei problemas com a versão nacional. A tão temida revisão da NewPOP vem melhorando nos últimos tempos, e nesse livro, me lembro de encontrar apenas um único erro que passou por ela. A adaptação e tradução também foram bem interessantes, optando por deixar o texto o mais “brasileiro” possível (sem honoríficos, com nomes na ordem ocidental, etc.) e colocando notas de rodapé apenas para conversões monetárias (afinal, ninguém é obrigado a saber quanto que dez mil ienes valem, né?). Foram escolhas que ajudam ainda mais a deixar o livro amigável para quem for marinheiro de primeira viagem.

Créditos da versão nacional.

No geral, uma leitura que não pesou no bolso e nem na cabeça, e que conseguiu me entreter por toda a sua duração. Recomendo a leitura para quem já está acostumado com Light Novels e para quem não está.

Se ficou interessado, você pode ter uma dessa só para você: a Light Novel está disponível e com desconto na loja da Amazon.

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Editora NewPOP inicia pré-venda de “Fireworks: Luzes no Céu”

Anunciado no Ressaca Friends de 2018, a Light Novel em volume único “Fireworks: Luzes no Céu” acaba de entrar em Pré-venda na Amazon. A obra, de 2017, é baseada no filme de animação de mesmo nome, que por sua vez, é baseado numa série de TV japonesa dos anos 70.

A Editora NewPOP, que é conhecida por ser a maior fonte de Light Novels no país, traz mais um título para seu extenso catálogo de livros, e você pode conferir mais detalhes sobre a obra logo abaixo:

 

Nome: Fireworks: Luzes no Céu
Sinopse: Um fogo de artifício tem uma forma diferente dependendo do ângulo de que é visto? Norimichi vive numa cidade litorânea pacata do interior. No dia de um grande show de fogos de artifício, ele concorda em ir até o farol da cidade com seus amigos para ver os fogos “de lado”. Naquela noite, entretanto, Norimichi recebe um convite inusitado para fugir com Nazuna, a garota de sua classe de quem ele gosta. Os planos da dupla falham quando a mãe dela aparece e a leva embora. Com o coração apertado com a ideia de nunca mais ver Nazuna, Norimichi faz um pedido: se, pelo menos, ele pudesse tentar mais uma vez… Uma história extraordinária do amor de dois jovens que repetem o mesmo dia, na esperança de ficarem juntos.
Autor: Iwai Shunji
Ilustrações: Hitoshi One
Volumes: Concluído em volume único
Formato: 15 x 11 x 2 cm, 288 páginas
Preço: R$ 26,90
Previsão de lançamento: 24/02/2020

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Lembrando que também haverá a publicação da versão em mangá da obra, mas ainda não há previsão para o seu lançamento.

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Conheça o mangá “Marry Grave”

Lançado no Brasil pela Editora Panini no final de 2019, este mangá de Hidenori Yamaji traz uma mistura de ação, suspense e drama com uma pitada de humor. Completo em cinco volumes no Japão, a obra já tem dois tomos impressos por aqui.

A história se passa em um mundo dominado por poderosos monstros (desde goblins e orcs, até fadas e outros tipos de imaginários de fantasia), todos com uma insaciável sede de sangue que levou à quase completa extinção dos humanos. Os poucos que restaram sobreviveram como puderam, seja se escondendo atrás de barreiras mágicas ou se aliando com outros monstros.

Nosso protagonista é Riseman Sawyer, um homem com um único objetivo: ressuscitar a sua esposa através de um feitiço conhecido como “Receita dos Mortos“. Seguimos suas aventuras (ou “jornadas”, como o mangá as chama) em busca dos raríssimos ingredientes necessários para esse feito.

Com uma bela arte e um bom balanço entre seriedade e comédia, o volume 1 me divertiu mais do que eu esperava. A impressão, o papel e o conteúdo também estão dentro da qualidade esperada de um título de 2019.

Você pode encontrar os dois volumes já lançados, com desconto, na Amazon: Volume 1 | Volume 2

Volume 1
Volume 2

FICHA TÉCNICA

Nome: Marry Grave
Início da Publicação: Outubro de 2019
Editora: Panini
Gênero: Shounen
Autor(a): Hidenori Yamaji
Status: Concluída no Japão em 5 Volumes / Em andamento no Brasil com 2 Volumes (Bimestral)
Formato: 13,7×20 cm / P&B em Papel Off-white / Lombada quadrada com orelhas
Preço de capa: R$ 22,90

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O que assistir de animes na temporada de Inverno 2020?

Chegamos em mais uma temporada de animes e fica a pergunta: O que assistir no meio de tantas estreias com qualidades duvidosas?

Cada temporada de anime tem por volta de 40 a 50 estreias e nem todas são necessariamente boas, algumas chegam até ser ofensivas, como Darwin’s Game. Então decidi separar algumas das estreias que na MINHA opinião valem a pena ser conferidas.

  • Somali and the Forest Spirit

Apesar do plot ser parecido com The Ancient Magus Bride e A Menina do Outro Lado, Somali traz um mundo bem estonteante, com cidades e ambientes bonitos. A relação entre Somali e o Golim caminhou muito bem durante esses dois primeiros episódios, e a história promete ser bastante emocionante. Disponível na Crunchyrol.

  • Keep Your Hands Off Eizouken!

Keep Your Hands Off Eizouken! episode 1: The girls in their daydream

Eizouken já é um dos fortes candidatos à anime do ano, e o motivo tem nome e sobrenome: Masaaki Yuasa. Para aqueles que não conhecem, é o diretor de Devilman Crybaby e Tatami Galaxy. Eizouken traz uma animação brilhante e um design de personagens diferente e charmoso – que deixou uma pessoa ai na internet furiosa pois não tem um design genérico – enquanto é uma carta de amor à indústria da animação japonesa, mostrando três garotas que querem produzir um anime. As viagens pela mente das meninas é só sensacional. Disponível na Crunchyroll.

  • HAIKYU‼ TO THE TOP

Hinata with Kageyama from Haikyuu!! Season 4 anime episode 1

Bom… é a quarta temporada de Haikyu!! Se você chegou até aqui, deveria assistir. Haikyu!! provavelmente é um dos melhores animes/mangás de esporte já feitos e tem mantido uma ótima qualidade. Apesar desse arco atual ser um dos mais fracos da obra, ainda é empolgante e tenso como todo jogo apresentado na história. O novo design de personagem ajudou a trazer uma animação bem mais fluída e considero um dos pontos positivos da nova temporada. Disponível na Crunchyroll.

Ainda não assisti mas parece top:

  • Science Fell in Love, So I Tried to Prove it

Parece ser uma espécie de Kaguya-sama com uma pegada mais científica. O Vini fez texto sobre. Disponível na Crunchyroll.

  • Magia Record: Puella Magi Madoka Magica Side Story

É o spin-off de Madoka Magica baseado em um jogo de celular. Apesar disso, parece bem competente de trata de assuntos importantes. Disponível na Crunchyroll.

  • Toilet-bound Hanako-kun

Amigos com gostos humorísticos parecido com o meu adoraram esse anime, infelizmente não está disponível oficialmente no Brasil, apenas na Funimation. Se quiser tentar usar um VPN e assinar o serviço, fica a dica.

  • Dorohedoro

Caiman kills someone. Whoops!

Um dos destaques da temporada. Pelos comentários o primeiro episódio foi bem rushado, mas ainda vale a pena dar uma conferida. Disponível na Netflix, um dia, só Deus sabe quando.

  • pet

Coloquei aqui pois é dirigido pelo cara que fez meus dois animes favoritos, mas ainda não tive tempo de assistir. Disponível no Prime Video.

Conforme eu for assistindo os animes, irei atualizando essa lista, mas, por enquanto, é isso.

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Primeiras Impressões | Science Fell in Love, So I Tried to Prove it

No passado, já deixei duas coisas bem claras sobre mim: a primeira é que eu amo comédias, e a segunda, é que eu sou o famoso Químico da USP™. Então, quando vi que fariam uma comédia estrelando cientistas… Inicialmente tive alguns traumas mentais. Mas quando botei o pré-conceito do Bazzinga de lado, dei de cara com uma enorme surpresa. É justamente quando você imagina que já inventaram tudo quanto é possível, que você é pego desprevenido por algo que nunca estava esperando. O terceiro princípio da comédia pode ser aplicado tanto para o show em si, quanto para sua premissa.

SciLove (que eu abreviarei por preguiça) é tudo aquilo que uma comédia deveria se inspirar. Por ser o mais puro suco de desgraçamento mental que eu vi nos últimos tempos, englobando tanto a normalização do absurdo quanto o clássico Manzai na sua fórmula de RomCom, o show consegue agradar um público bem vasto de admiradores do humor.

Porém, acredito que o animê seja especialmente tragicômico para quem está familiarizado com a temática e ambientação dele: a pesquisa científica universitária. O choque de realidade foi tão grande que chegou a dar um aperto no coração, pois mesmo sendo de áreas diferentes (no show, eles são das Ciências da Computação, enquanto eu trabalho com Química), parece que todo laboratório é igual, né… Os mestrandos e doutorandos discutindo temas completamente tangentes ao trabalho; os graduandos perdidos e sem saber o que fazer da vida; o orientador – e responsável pelo laboratório – não dando as caras por dias; literalmente todo mundo usando o espaço do laboratório para tomar café e jogar joguinhos ao invés de fazer algo útil…
São detalhes que podem passar como piadas – e muito provavelmente são, mesmo! – mas que, como toda piada, têm um fundinho de verdade.

Pessoas de fora da área tentando achar graça do parágrafo anterior.

Outro ponto que o show trabalha magistralmente é a (sub)utilização de conhecimentos científicos. Já cheguei a ter crises em outras postagens por conta do maldito Gato de Schrödinger sendo citado erroneamente em tudo quanto é obra pseudo-cult, e quando SciLove parafraseou Pitágoras em seus primeiros VINTE SEGUNDOS, eu estava preparado para o pior. Felizmente, eles parecem saber o que estão fazendo desta vez, e tem até uma pequena esquete todo episódio onde um ursinho de pelúcia te ensina algum termo técnico na base da porrada.
E mesmo quando eles cometem algum erro teórico ou abusam um pouco da boa vontade da audiência, fica tudo dentro da licença poética e acaba virando o mote para alguma piada, exatamente como deveria ser.

Pessoas da área vendo um animê querendo ser edgy e citando o Gato de Schrödinger de forma errada pela 37ª vez.

Como nada é perfeito, eu tenho uma única reclamação sobre o animê. Ou melhor, uma INDIGNAÇÃO sobre moda. Sim, moda.
Esses caras são da área de ciências da computação. Eles trabalham com dados, números e computadores. O material mais perigoso que existe dentro daquele laboratório são as latas de cerveja na geladeira. POR QUE DIABOS ELES USAM JALECO?
Tá bom, tá bom, eu entendo que o jaleco acaba sendo mais uma ferramenta de roteiro e uma forma de arraigar o esteriótipo de “cientista” nas personagens, eu sei disso… Mas nossa, que ódio sobrenatural que me deu!
A pior parte é que, mesmo que eles PRECISASSEM usar jaleco (coisa que não precisam), eles estão quebrando umas vinte e sete regras de segurança ao vestir o jaleco com saias, bermudas, chinelos, calçados com salto, meias-calças, cabelo solto…

Tenho que confessar que eles ficam legais de jaleco.

Na parte técnica, não tenho muito o que comentar. O show é extremamente feijão-com-arroz e traz aspectos bem medianos tanto em arte, animação, direção, música e dublagem. Se bem que, nos dias de hoje, estar na média em todos esses quesitos por três episódios inteiros já é mais do que o esperado, não é? Cortesia do estúdio Zego-G (que animou “Grand Blue” e “My Roommate is a Cat“), com direção de Tooru Kitahata (responsável por, entre outros títulos, “Haganai” e “Hinako Note“).
Se bem que, tanto a Opening quando a Ending são excepcionalmente boas.

Resumindo: uma comédia de rachar o coco de tanto rir, que funciona muito bem para o público geral, e tem um gostinho especial para quem já adentrou esse mundo. Estou positivamente surpreso com a qualidade do show e da força de seus primeiros três episódios, e não poderia dar uma nota menor que 9/10 para a minha primeira estreia de 2020.

Você pode assistir Science Fell in Love, So I Tried to Prove it na plataforma de streaming Crunchyroll, com novos episódios disponíveis, com legendas em português, toda sexta-feira.

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Torre Recomenda | Animes de 2019

Mais tradicional que a piada do pavê em final de ano, os otakus imundos desse site se reúnem novamente para falar dos animes que eles mais gostaram em 2019. O ano de 2019, no geral, foi bem fraco se comparado ao ano anterior, por conta disso, e pela vida ter acontecido (já que vivemos e não ficamos o ano todo assistindo desenho chinês), o top de cada um terá apenas 5 (ou 4) animes.

Antes de mais nada, vale um aviso: o nosso digníssimo companheiro de site, Gabriel, implorou para que colocássemos Beastars da lista, no entanto, a Netflix é a responsável pela distribuição do anime mundialmente, e como todo anime de temporada, ela só irá colocar no ar daqui uns meses. Por isso, afim de não incentivar a pirataria, decidimos não coloca-lo na lista. Mas ainda vale a recomendação, pois foi um dos melhores do ano.

Outro aviso, o sucesso estrondoso Demon Slayer não estará presente também, pois: ninguém assistiu. Eu, Pedro, vi apenas 3 episódios e achei um bom feijão com arroz, mas não continuei. Assisti também o tão bem falado episódio 19, e de fato tem uma boa animação, mas o segundo lugar da MINHA lista, fez isso melhor e em quase todos os episódios ¯\_(ツ)_/¯.

PEDRO:

5 – Hitoribocchi no Marumaru Seikatsu
Hitoribocchi é um anime que me pegou de surpresa. Esperava ser apenas um anime slice of life sobre uma garota que queria fazer amizades, mas se mostrou ser mais do que apenas isso. Não foi só uma comédia, mas também uma crítica ao Japão em si, sobre como a sociedade é retraída. A parte dramática funciona muito bem. Além do elenco, é claro. Disponível na Crunchyroll.

4 – Kaguya-sama: Love is War
Uma das melhores comédias dos últimos anos. Já ouvia bastante elogios sobre o mangá, mas ainda não tinha oportunidade de ler. Então, veio o anime. Gargalhava em cada episódio, tanto pelas situações, quanto pelas comédias. A direção e a animação são outro ponto forte do anime, o timing do diretor é ótimo. Disponível na Crunchyroll.

3 – Sarazanmai
Kunihiko Ikuhara é um dos diretores que eu preciso correr atrás dos seus trabalhos e creio que Sarazanmai tenha sido uma ótima porta de entrada para a carreira do diretor. Não só pelos mistérios e twists, Sarazanmai me conquistou pelo seu elenco e a trama geral. Ousou falar de assuntos LGBTs de uma forma que não ofendeu ninguém, e sem escapar para os clichês. Disponível na Crunchyroll.

2 – Mob Psycho 100 II
Depois de três anos, Mob e companhia estão de volta, e melhor do que nunca. Desenvolvimento. Essa é a palavra que define a segunda temporada de Mob Pyscho 100. Mob e Reigen cresceram de uma maneira que eu não esperava, e trouxeram ótimos momentos durante esses 12 episódios (e OVA). Além disso, o BONES não poupou esforços e mandou bem mais um vez. Mob tem as melhores cenas animadas do ano. Disponível na Crunchyroll.

1 – Vinland Saga
Bom, chegamos ao número #1. Vinland Saga é atualmente o meu mangá favorito, desde que eu comecei a ler há quase 6 anos. Desde o início fiquei com medo da adaptação em animes. Medo de não saberem trabalhar com o roteiro de Makoto Yukimura. Medo de ser um novo Berserk, visto que na direção estavam alguém que só trabalhava com animes em CGI. Medo do WitStudio, que costuma perder a mão na produção quando se trata de algo com mais de 12 episódios. Enfim…
O anime soube bem trabalhar com o material original. As mudanças que foram feitas não alteram em nada o sentido da obra, além de 90% do anime ter seguido o mangá. A animação, que contou com bastante CGI, mas bem trabalhado, ficou excelente. Ela decaí na segunda metade, como era de ser esperar, mas o roteiro é tão rico, que você não se importa. Que venha FARMLAND, que venha mais Vinland Saga. Mas leiam o mangá! Disponível na Amazon Prime Video.

Menções honrosas: Dororo, Run With the Wind e That Time I Got Reincarnated as a Slime. Os últimos dois são animes que começaram no final do ano passado, mas terminaram esse ano, então não faria sentido colocá-los no TOP, porém são ótimos animes. Dororo está disponível na Amazon Prime Video, já os outros dois estão disponíveis na Crunchyroll.

LUIZ:

4 – Babylon

A última surpresa do ano, Babylon me chamou atenção pela abordagem da trama investigativa que, diferente da maioria dos anime do gênero tentam enfiar alguma gimmick sobrenatural, se sustenta puramente no drama policial em volta da investigação de um esquema corrupto envolvendo os políticos do Distrito Shiniki de Tokyo e uma misteriosa mulher no centro de tudo.
Babylon foi uma surpresa de última hora bem vinda que mantém a tensão elevada conforme a trama se revela cada vez mais ambiciosa, mas que comparada aos outros membros da lista não reluz tanto quanto os melhores dos melhores. Amazon Prime Video

3 – Lupin III: Fujiko Mine no Uso

Apesar de não alcançar a maestria dos anteriores, especialmente em relação a Goemon’s Spray of Blood, a última entrada cinematográfica da série Lupin sob direção de Takeshi Ikoike, Fujiko Mine no Uso, trouxe com êxito a essência que as animações de Lupin tem trazido nos últimos anos.
O maior destaque do filme vai para o merecido e tardio desenvolvimento de Fujiko Mine, que nesse filme, é apresentada inicialmente como babá do filho de um foragido que roubou milhões afim de financiar a cirurgia do filho, Gene, e precisa protegê-lo de uma organização criminosa que está atrás do seu pai.
O filme mostra um novo lado maternal e sentimental de Fujiko, dando um brilho sutil a uma personagem que até então era sempre lembrada apenas como o fanservice ambulante da franquia. Apesar dos pesares com o certos plots do enterro, em especial o antagonista do filme,, Fujiko Mine no Uso ganha facilmente lugar nessa lista. Não está disponível oficialmente no Brasil.

2 –  Mob Psycho 100 II

Após o excelente lançamento em 2016, Mob Psycho retornou com segunda temporada nos primeiros dias de 2019 se sobressaindo novamente em todos os aspectos e, para mim, estabeleceu um degrau altíssimo para as futuras animações do ano.
Trazendo a conclusão da história de Mob, através de um arco construtivo e conciso, uma direção e animação espetacular, Mob Psycho 100 adapta o já excelente material original e expande sobre isso,  entregando uma experiência viva e fenomenal, digna de um melhor do ano. Crunchyroll.

1 –Dororo

A nova adaptação do clássico dos anos 60 de Osamu Tezuka foi o que revitalizou brevemente meu ânimo com os animes ao me surpreender com a evolução em cima do material original e na execução espetacular na tela. Trazendo uma nova identidade visual, mais contemporânea e ‘adulta’, Dororo (2019) brilha em cada episódio com personagens e uma trilha sonora incrível que estabelecem uma relação íntima entre os personagens e o espectador.
Dororo se destacou não apenas pelo maestria com que cada episódio era conduzido sem estagnar a fórmula claramente estabelecida, como também por ser uma lição em termos de adaptação e direção, merecendo não só o título de um dos melhores animes de 2019 e como também da década. Prime Video

VINICIUS:

1º: The Quintessential Quintuplets (Primeiras Impressões | Assista em: Crunchyroll)

2º: How Heavy Are The Dumbbells You Lift? (Assista em: Funimation)

3º: Cautious Hero: The Hero Is Overpowered But Overly Cautious (Assista em: Funimation)

4º: Kaguya-sama: Love Is War (Assista em: Crunchyroll)

5º: Oresuki: Are You The Only One Who Loves Me? (Assista em: Crunchyroll)

Dois mil e dezenove pode não ter sido um dos melhores anos para se assistir animês, mas, com certeza, foi um excelente ano para comédias. Eu já comentei diversas e diversas vezes sobre o assunto, e insisto em bater na tecla: Não faço ideia do motivo de ainda tentarem fazer animês auto-denominados “sérios“, quando a mídia claramente foi feita e moldada para servir à comédia. Claro que isso sempre dependerá do gosto de cada um (amém!), mas pra mim, o ápice da japanimação está na falta de seriedade. E o meu Top 5 reflete isso, com cinco comédias.

Comédia é um gênero lindo pois abrange todos os tipos de humor. E não importa qual tipo de humor você goste, pelo menos um dos cinco acima irá te agradar. Vou destrinchar pra você:

The Quintessential Quintuplets é a sua comédia-romântica basicona. É exatamente o que você poderia esperar, e consegue trazer tanto o sutíl humor do cotidiano idealizado, quanto um elenco memorável (por mais irônico que isso possa parecer, já que elas são todas gêmeas). Se eu sobrevivi 2019, foi pela mais pura força de vontade por querer assistir a segunda temporada, que chegará neste santo ano que se inicia.

How Heavy Are The Dumbells You Lift? é um dos meus subgêneros prediletos: O da normalização do absurdo. Você tem uma ambientação completamente normal, mas todo o resto é um festival de horrores, de fazer a sua cabeça simplesmente explodir. Mas, diferente do próximo subgênero (que comentarei a seguir), todo o absurdo é tratado como se fosse comum. O humor está no fato de as personagens simplesmente aceitarem as ações completamente insanas como corriqueiras, e seguirem com suas vidas como se nada de estranho estivesse acontecendo. Além de me fazer dar gostosas risadas, o show ainda é surpreendentemente educativo, ensinando diversos tipos de exercícios que você pode fazer até em casa. Vale muito uma conferida.

Já em Cautious Hero: The Hero is Overpowered But Overly Cautious, temos o simples absurdo. É o mais próximo que temos do famoso Manzai, onde o “Cara sério” (Tsukkomi) é a voz do bom senso dentro de um mundo repleto de “Caras bobos” (Bokes). O absurdo existe tanto quanto (se não até mais) do que no exemplo anterior, mas aqui, a graça vem da realização de que até mesmo as personagens (pelo menos uma delas) percebem a insanidade daquilo que elas estão presenciando. Cautious Hero, em especial, é um exemplo ótimo pois não há um Boke ou um Tsukkomi pré-estabelecido. Os papéis circulam entre as personagens, e você não saber de qual lado virá a próxima piada deixa tudo ainda melhor.

Kaguya-sama: Love is War é um caso onde eu tenho mais dificuldade de definir um gênero, pois é um show que mistura os três elementos acima. Ele é, em sua essência, uma comédia-romântica, mas sua comédia está muito mais nos duelos absurdamente elaborados dos protagonistas do que no próprio romance. De certo modo, acaba trazendo um pouco de cada lado, e conseguiu ter as personagens mais marcantes do ano. Além de, é claro, excelentes pontos nos quesitos técnicos. Eu canto “LOVE IS WAR LOVE IS WAR LOVE IS WAAAAAAAAAAR” no banho até hoje.

Por fim, fechamos o Top 5 com Oresuki: Are You The Only One Who Loves Me?, que é o representante do subgênero de paródia da nossa lista. Eu amo paródias, principalmente por sua constante quebra da quarta parede e transformação de expectativas em humor. O primeiro episódio me desceu um pouco indigesto, e acredito que possa ter sido o caso com várias outras pessoas também. Mas depois que eu entendi qual era o propósito do show – e que ele não estava nem um pouco preocupado em se levar a sério – tudo se encaixou e eu comecei a me divertir como nunca. Até no episódio recap, que não deveria ter nada de novo, eles conseguiram me arrancar risadas apenas com uma narração. Trabalho excepcional não só de direção, como de dublagem e produção.

No final, todos assistimos animes por um mesmo motivos: Se divertir e, pelo menos por alguns minutos, fugir da bizarra e aterrorizante realidade que nos pressiona por todos os lados. E na minha opinião, rir é a melhor forma de se fazer isso. Que 2020 traga muitas boas comédias para nós disfarçarmos nossa dor interior.

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Seis animês com episódios natalinos para você assistir em dezembro

Voando como o trenó do Papai Noel, o ano passou rápido por nossos olhos, e já chegamos em seu último mês. Dezembro traz os já corriqueiros sentimentos: luzinhas espalhadas pela cidade; toucas vermelhas em todo lugar; aquele clima horrível no escritório, seja de caos total para bater as metas anuais ou de sedentarismo completo de quem já está em clima de férias; o ódio pelos parentes que colocam passas no arroz… Ah, o natal!

Com o clima natalino em mente, separamos esta lista de animês que possuem um (ou alguns) episódio(s) que se passam no natal, para que você passe esse final de ano do jeito certo: ocupado demais assistindo desenhos para ter tempo de brigar com seu tio sobre política.

TORADORA!

Comédia romântica de 2008, baseado na Light Novel de mesmo nome de 2006 (que é publicada no Brasil pela Editora NewPOP!), esse animê de 25 episódios é lembrado até hoje por seu marcante episódio natalino: o episódio 19. Muito além disso, Toradora! é um espécime exemplar do gênero, que mesmo tendo mais de 11 anos nas costas, envelheceu como um bom vinho. E nada melhor do que esse final de ano para encher a cara, não é mesmo?

Número de episódios: 25
Ano: 2008
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

Ryuji é um rapaz que vive sendo mal interpretado por causa do seu olhar ameaçador. Todos pensam que ele é um delinquente juvenil e que a qualquer momento vai atacar alguém. É primavera e em seu primeiro dia no segundo ano no ensino médio ele encontra uma pequena garota. Aliás, ela é tão baixinha que o apelido da Aisaka Taiga é “Tigre de Bolso”. Egoísta e explosiva, quando começa a se debater não há quem consiga pará-la, por isso ela é uma das presenças mais temidas na escola, junto do Ryuji. (Via: Crunchyroll)

GINTAMA

Quando pensei nesta postagem, imaginei séries que pudessem ser assistidas em alguns dias, para que os leitores conseguissem ver todas elas no mês de dezembro. Ladino vira para mim e diz: “Coloca Gintama na lista!” e eu fiquei “Meu amigo… Trezentos e sessenta e sete episódios, não dá pra assistir tudo em dezembro“. E ele me responde com um simples “Dá sim, se você não for um covarde“. Então, aqui estamos: uma das maiores e mais famosas comédias japonesas, tem dois episódios inteiros dedicados ao espírito do Papai Noel: episódios 200 e 201, que encerram a quarta temporada do show.

Número de episódios: 367
Ano: 2006
Assista em: Crunchyroll
Sinopse: 

Gintama é a história de um faz tudo chamado Gintoki, um samurai sem respeito com regras impostas pelos invasores e que está pronto para pegar qualquer trabalho para sobreviver. (Via: Crunchyroll)

SWORD ART ONLINE

Ok, ok, eu sei o que vocês estão pensando. Mas de qualquer forma… Baseado nas Light Novels de Reki Kawahara (com o primeiro arco, composto por dois volumes, publicado no Brasil pela Editora Panini), temos a história do espadachim solitário que celebra a noite santa através da força do ódio. Talvez não um dos mais felizes capítulos desta listagem, mas o episódio 3, da primeira temporada, certamente se passa no Natal. E você pode aproveitar essa deixa para tentar chegar nos episódios mais recentes, que estão um show de bola, hein?

Número de episódios: 82 (Em andamento)
Ano: 2012
Assista em: CrunchyrollNetflix
Sinopse:

Em um futuro próximo, foi lançado um Jogo de Realidade Virtual em Massa para Múltiplos Jogadores Online (VRMMORPG) chamado Sword Art Online, onde seus jogadores controlam seus personagens com o próprio corpo usando um dispositivo tecnológico chamado: NerveGear. Um dia, os jogadores descobrem que não podem sair do jogo, pois o criador do jogo os mantêm presos a menos que eles cheguem ao 100º andar da Torre e derrotem o Boss final. No entanto, se eles morrerem no jogo, morrerão também na vida real. A luta pela sobrevivência começa agora… (Via: Crunchyroll)

MY LOVE STORY!! (ORE MONOGATARI)

Voltando a um clima mais alegre, que é o que o natal realmente deveria ter, esta comédia romântica é um daqueles shows que restaura a sua fé na humanidade. De certa forma similar ao primeiro da lista, mas com seus charmes próprios e uma trama mais voltada para o “durante” do que para o “antes“, My Love Story!! é uma excelente pedida para assistir com a morena. E já que o assunto é o clima de dezembro, o episódio 17 traz um encontro especial de natal.

Número de episódios: 24
Ano: 2015
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

Takeo Goda é um cara gigante com um gigante coração. Mas nenhuma garota quer saber dele (quem elas querem mesmo é seu melhor amigo, o bonitão Sunakawa). Acostumado a ser deixado de lado, Takeo simplesmente aceita seu destino. Até que, um dia, quando ele salva uma garota chamada Yamato de um desses tarados num trem, sua vida (amorosa!) toma um rumo inacreditável! Takeo mal pode acreditar quando reencontra Yamato e se vê perdidamente apaixonado por ela… Mas será que ele vai ter alguma chance com o bonitão do Sunakawa por perto? (Via: Crunchyroll)

GABRIEL DROPOUT

Remanescente dos tempos de escola, o mês de dezembro está sempre associado às férias de verão. É o tempo de dormir até meio-dia, acordar e tomar um Toddynho enquanto tenta conectar a internet discada. E Gabriel DropOut é sobre uma garota que faz isso o ano inteiro. Curtinho, você pode aproveitar essa comédia em pouco tempo, e adentrar o clima natalino com o episódio 9.

Número de episódios: 12
Ano: 2017
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

A melhor anja do colégio das anjas veio para o mundo humano! Contudo, ela se acostumou tanto com a vida no mundo humano que agora leva uma vida desleixada, faltando direto nas aulas para se divertir com jogos online. Gabriel se esqueceu de seu objetivo original de deixar os humanos felizes e se tornou uma anja preguiçosa incorrigível. E por incrível que pareça, ela jura que continuará a aproveitar as várias formas de entretenimento do mundo humano. (Via: Crunchyroll)

DURO DE MATAR

Finalmente, o melhor fica para o final: o policial John McClane é um bom homem de família que só queria ter uma celebração de natal feliz. Infelizmente, um grupo de terroristas resolve estragar seus planos e a única forma que a personagem de Bruce Willis tem de salvar o natal é com muita, mas muita violência gratuita.

Número de episódios: 1 filme (132 minutos)
Ano: 1988
Assista em: Youtube (Compra/Locação)
Sinopse:

Durante as festividades de Natal, o policial nova-iorquino John McClane vai visitar a esposa Holly Gennero em Los Angeles. Lá chegando, dirige-se à festa de Natal da empresa onde ela trabalha, a Nakatomi Trading, no edifício da multinacional, o Nakatomi Plaza. É apresentado a diversas pessoas, entre elas o CEO da companhia, Joe Takagi. Entretanto, durante as festividades, um grupo de terroristas alemães, liderados por Hans Gruber, invadem o prédio e seqüestram todos os convidados, com a intenção de roubar US$ 640 milhões em ações. McClane escapa de ser aprisionado pelo grupo de Gruber e é o único que pode combater os terroristas. (Via: Wikipedia)

Que esses animês natalinos lhe tragam alguma alegria nessa época festiva!

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Primeiras Impressões | ASSASSINS PRIDE

Esse show é exatamente o que você está imaginando, e é exatamente o que se propõe a ser. Dessa forma, não há muito o que comentar, além de chover no molhado: puta merda bicho, lá vamos nós de novo.

No início da década de 2010, vivemos o auge de um gênero conhecido (por mim, ao menos) como “Harém Escolar Mágico Genérico“. O nome diz tudo, e se você assistiu alguma coisa dessa época, com certeza sabe do que eu estou falando.
Por conta da explosão do isekai, os haréns escolares mágicos genéricos entraram em decadência, e passaram a ser exemplar raro ultimamente. Mas quando encontramos um…

Apenas membros de famílias nobres detêm o Mana, um poder que lhes torna capazes de enfrentar monstros. Kufa é um nobre, nascido numa família de duques, que é enviado para tutorar uma jovem chamada Merida. E em segredo, Kufa é encarregado de assassinar Merida caso ela não demonstre talento para utilizar o Mana. (Via: Crunchyroll)

Baseado numa Light Novel de mesmo nome, com autoria de Kei Amagi e ilustrações de Ninomotonino, ASSASSINS PRIDE é uma enorme reunião de tudo aquilo que torna um harém escolar mágico genérico em um… Bem, um harém escolar mágico genérico: o protagonista Kiritoface; as dezessete garotas, cada uma se encaixando em um estereótipo já conhecido; as roupas espalhafatosamente ridículas; o worldbuilding absurdo e que mesmo sendo cortado a menos de 10% do material original, continua sendo extremamente cansativo e repetitivo na adaptação; as batalhas escolares que por algum motivo colocam a vida dos estudantes em muito mais risco do que deveriam… E por aí vai.

De verdade, eu realmente não tenho nada a acrescentar sobre ambientação, sobre as personagens ou sobre a trama. É tudo tão engessado, é tudo tão clichê, que você já sabe do que se trata ou como as coisas vão se desenrolar. O que eu posso comentar sobre, porém, são as qualidades que diferenciam esse show dos seus antecessores.

A começar pela qualidade gráfica: eu não fazia ideia de que era legalmente permitido ter um harém escolar mágico genérico com visuais tão bonitos e consistentes. Não só as personagens, mas a cidade e o mundo são belos, e tanto as sequências calmas quanto as cenas de ação são coreografadas com uma maestria que parece estar sendo desperdiçada em um animê desse nível.
Até o episódio 3, tivemos algumas sequências de combate que foram de tirar o fôlego. Por mais que eu não entendesse metade dos motivos pelos quais as lutas estavam ocorrendo, ou que eu realmente não desse a menor bola para quem fosse sair vencedor, a violência gratuita foi tão gostosa de se ver que eu acabei gostando.

O negócio tá caprichadíssimo, e eu não sei como lidar com isso.

Outro ponto, que é aquele que sempre nos deixa com uma pulga atrás da orelha, é o excelentíssimo elenco de dublagem: temos nomes que claramente não deveriam estar emprestando suas vozes para algo desse naipe e talvez pudessem estar trabalhando em algo melhor, como Yuuki OnoYui IshikawaAzumi WakiMaaya UchidaTatsuhisa SuzukiAyane SakuraAsami Seto… Sinceramente, tirando umas duas dubladoras que estão em início de carreira, todo o elenco parece ser areia demais para o caminhãozinho de ASSASSINS PRIDE.

Como se pode imaginar, a dublagem está num nível altíssimo, com cada ator conseguindo trazer o melhor – e o pior – de sua personagem de uma forma que beira o inacreditável. Um detalhe que eu adorei foi como o protagonista, Kufa (dublado por Yuuki Ono) é um assassino treinado para esconder suas emoções, e mesmo nos momentos mais acalorados e intensos que tivemos até agora, ele conseguiu se manter calmo, e ainda assim passar todo o entusiasmo da cena. Como eu disse, inacreditável.

Vazaram cenas da versão dublada do animê, confira:

Apesar de parecer bonito e soar bonito (a OST e o uso musical no geral também são pontos a se exaltar), o animê continua sendo apenas o que é: um harém escolar mágico genérico, com uma construção de mundo ambiciosa demais e que foi transformada em frangalhos pela adaptação absolutamente acelerada, onde metade da história parece não estar sendo contada para você – e não está mesmo! – e todo o desenvolvimento parece voar pelos seus olhos… No quesito “direção“, o show é um caos, com todos os defeitos que poderiam ser imaginados, e há pouca coisa que uma pessoa que não teve contato com o material original pode fazer quanto a isso.

Quando se esforçam para te fazer o mais adorável possível, mas ainda assim o seu show acaba sendo uma shitstorm

No geral, a pergunta que fica é: você embarcaria no Titanic, mesmo sabendo que ele vai afundar e lhe causar uma morte terrível? Eu embarcaria. As partes boas conseguem sobrepujar as enormes falhas, que acabam sendo muito mais toleráveis quando é a sua quinquagésima vez lidando com elas, e o show consegue ser divertido. Para a estreia, minha nota é um surpreendente 5/10, pois sei que nem todo mundo tem a paciência de lidar com esse tipo de abobrinha.

Você pode assistir ASSASSINS PRIDE na Crunchyroll, que fornece o serviço de transmissão simultânea com o Japão e legendas em português, com novos episódios todas as quartas-feiras.

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Químico da USP analisa a ciência em Dr. STONE: Episódio 1

Eu sempre soube que, algum dia, todos os anos dedicados em minha graduação serviriam para algo. E esse dia chegou. Começaremos por introduções: O redator que vos digita é graduando em Bacharelado em Química com ênfase em Química Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), como aponta a minha biografia (que você pode conferir no final do texto). Também, como um cara que atualmente trabalha no setor educacional, tenho contato diário com as outras ciências.

Dr. STONE é um dos mangás de maior sucesso na Shonen Jump atual (é publicado no Brasil pela Editora Panini), e a inevitável adaptação em animê foi ao ar no começo de julho. A sinopse do show, retirada do site da Crunchyroll, que possui os direitos de exibição e simulcast do animê no Brasil, segue:

Milhares de anos após um misterioso fenômeno transformar a humanidade inteira em pedra, desperta um garoto extraordinariamente inteligente e motivado pela ciência – Senku Ishigami. Diante de um mundo de pedra e do colapso generalizado da civilização, Senku decide usar sua mente para reconstruir o mundo. Ao lado de Taiju Oki, seu amigo de infância absurdamente forte, eles começam a reestabelecer a civilização do zero… Representando os dois milhões de anos da história da ciência, desde a Idade da Pedra até os dias atuais, esta aventura científica sem precedentes está prestes a começar!

Claro que com a difusão da obra por conta do animê, surgiram diversas discussões sobre a credibilidade e/ou exatidão dos então chamados de “conhecimentos científicos” do protagonista, Senku Ishigami. Não é essa a discussão que eu quero entrar, pois isso já foi amplamente discutido. Para se divertir com uma obra de ficção (olha o nome!), é preciso aceitar a suspensão de descrença (link do TVTropes, esteja avisado) e entender que nem tudo vai ou pode ser completamente real. E que nem por isso algo vai deixar de ser proveitoso ou divertido.

Tendo isso em mente, acredito, porém, que ainda seja um exercício válido o de tentar analisar o desenvolvimento da obra, e ver o quanto daquilo seria plausível. É pra isso que estamos aqui, e vamos falar um monte de abobrinhas que muito provavelmente vão estar em grego para maior parte de vocês (e o pior é que, em alguns casos, vai estar literalmente em grego!). Um episódio por vez, pois o protagonista inventa coisas demais.

  • Fazer gasolina a partir de tampinhas de garrafas PET?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Logo nos primeiros minutos do episódio, temos uma afirmação do Sr. Senku que diz que é possível fazer gasolina a partir do Polietileno encontrado em tampinhas de garrafas PET (Cena começa em 1:15). Dá mesmo?

Bem… A primeira ressalva é sobre o material em si. Nem todas as tampinhas de garrafa são feitas de Polietileno (abreviarei como “PE” a partir de agora). Mas até aí, tudo bem. Basta pegar tampinhas que sejam, de fato, feitas de PE. Seguimos.

A reação proposta por ele é a de simplesmente “…cortar as moléculas de hidrocarbonetos para ficarem do mesmo comprimento que a de gasolina“. Vamos também perdoar a linguagem errada pois o pobre tradutor da Crunchyroll não é obrigado a saber química. Colocando de uma forma mais criteriosa, o que ele sugere é a quebra das cadeias poliméricas do PE em cadeias menores, na faixa de 4 a 12 carbonos (especialmente 8 carbonos), característicos da gasolina comercial.

Um artigo publicado em 2016, de Jia, X. e outros (DOI: 10.1126/sciadv.1501591) mostrou estudos que obtiveram, com sucesso, a exata proposta do protagonista: transformar PE em combustível. De certa forma, o animê está certo. Que ressalvas eu tenho a fazer?

Bem, devemos lembrar que o herói da obra é um adolescente, trabalhando num laboratório didático de uma escola de ensino médio. Dentro dessas condições, algumas matérias-primas seriam de difícil acesso… Por exemplo, duvido muito que qualquer escola possua catalisadores complexos de irídio. Ou que um adolescente possua dinheiro o suficiente para comprar isso do seu bolso. Se é que isso é vendido em algum lugar.

Então dá? Dá. Mas putz. Próximo.


  • Morcegos produzem ácido nítrico?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Não é bem uma “produção” dos morcegos. Como explicado pelo próprio Dr. Senku (cena começa em 15:35), o guano de morcegos pode gerar ácido nítrico. Basicamente, esse “guano” é um monte de cocô de morcego, que contém vários tipos de nutrientes, e por isso era utilizado como fertilizante antes do advento da síntese de amônia via fixação de nitrogênio por Habber e Bosch.

De forma mais direta… Sim, você pode conseguir ácido nítrico a partir de cocô de morcego. Em condições naturais, o processo pode ser catalisado por microorganismos. A ressalva está na quantidade gerada. Um artigo de William H. Hess (não confundir com Henri Hess, o da termoquímica) publicado pelo The Journal of Geology em 1900 (como comentado, guano era muito usado – e estudado – no passado), aponta que apenas por volta de 6% da massa de guano de morcego in natura é de ácido nítricoAinda, aponta que gotas de água que caem do teto de cavernas onde há guano de morcego presente possui uma concentração de ínfimos 5,71 miligramas de ácido nítrico por litro de água.

Ou seja… Até tem ácido nítrico ali no balde que nosso amigo cientista posicionou estrategicamente, mas rapaz… Tá tão diluído que demoraria um bom tempo (e uma boa destilação) pra conseguir o suficiente. Boa sorte com isso. Próximo.


  • Produzir Nital caseiro?

RESPOSTA: Surpreendentemente, verdadeiro.

Na cena que começa em 17:13, Senku, Ph.D diz que com etanol e o ácido nítrico obtido no item anterior, ele poderia fazer Nital. E dessa vez, não tenho nenhuma reclamação. Nital é simplesmente uma solução de um álcool de cadeia pequena (normalmente se usa etanol mesmo, mas pode ser feito também com metanol) e ácido nítrico. Não há nenhum processo extraordinário envolvido nem nada do tipo, então sua produção em condições precárias não seria nada muito sobrenatural.

Eu poderia tentar contestar a utilidade de Nital na situação em que eles estão, tendo em vista que ele é normalmente utilizado para capagem de materiais metálicos. Mas sinceramente? Seria uma boa hipótese. Próximo.


  • Destilação de vinho para concentrar o álcool?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Com algumas uvas e muita paciência, a dupla de protagonistas consegue fazer um vinho improvisado. Agora, para extrair o etanol presente na bebida, o Sábio Senku propõe uma destilação (cena começa em 18:56). Inclusive, eu simplesmente adorei a descrição do processo que ele deu: “Aqueça, resfrie e deixe pingar” é um ótimo resumo.

De fato, poderíamos conseguir etanol “mais concentrado” através de uma destilação. Minha ressalva é sobre o equipamento necessário para tal. O show até brinca com isso, fazendo o primeiro “destilador” de Senku não funcionar. Temos dois problemas com o equipamento: o material de que ele é feito, e o método de resfriamento.

Sobre o material, vemos claramente que Senku utiliza barro. Tudo bem, nós conhecemos diversas coisas feitas de cerâmica e similares, não? Meu questionamento é sobre como conseguir o tipo de cerâmica desejado. Pra começar, “cerâmica” nem é o termo certo, pois estamos em estágios menos avançados. Para “endurecer” o barro, é preciso “queimá-lo”, colocando no fogo a determinadas temperaturas. A faixa de temperatura vai determinar as propriedades do resultado final.

Como mostrado no animê, ele utiliza apenas uma fogueira para a queima do barro. A temperatura da queima de madeira possui, em média, uns 600ºC na melhor das hipóteses. Mesmo assumindo essa hipótese, ainda estaríamos muito longe da temperatura necessária para queimar o barro e formar Grés, o estágio mínimo que seria necessário para trabalhar com líquidos. Grés só se forma por volta de 1100ºC.

Sobre o resfriamento, eles até lidaram com isso bem. Fica um pouco aberto para interpretação, mas deu a entender que a destilação só deu certo no inverno. Se esse for o caso, então tá ótimo. Agora, se o processo funcionou antes, daí eu gostaria de entender como o Senku fez para resfriar o vinho em ebulição, sendo que a temperatura ambiente estava na faixa dos 20 e poucos graus.

Então é, a ressalva fica por conta da falta de poder de fogo (desculpem o trocadilho) para conseguir o equipamento necessário.


E assim, terminamos as baboseiras científicas presentes no episódio 1 de Dr. STONE. Dependendo da reação popular, podemos fazer a análise dos outros episódios também.

Caso tenha ficado interessado nessa história pós-apocaliptica, você pode assisti-la na Crunchyroll. Novos episódios são transmitidos simultâneamente com o Japão todas as sextas-feiras, às 11h30.