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O futuro do isekai e “My Next Life as a Villainess”

Tá todo mundo de saco cheio de isekai. Ninguém aguenta mais um show que começa com um adolescente sendo atropelado por um caminhão ou acordando num campo gramado com os braços abertos. Mas mesmo assim, se você olhar os últimos lançamentos, verá que a taxa de isekai por metro quadrado está igual ao desmatamento da amazônia: crescendo descontroladamente. Como? E principalmente… por quê?

Pensando no histórico do “gênero”, vemos que desde o seu boom alguns anos atrás, a fórmula funcionou e foi divertida pelas primeiras quinhentas repetições. Depois disso, passou a ser mais do mesmo. Hoje em dia, temos um isekai tradicional que estoura por ano, e olhe lá. São casos de séries que já possuem uma base forte, seja de temporadas anteriores ou de leitores da obra original. Re:Zero e The Rising of The Shield Hero são alguns exemplos recentes.

Eu nunca vou esquecer da Emilia Snowboard… Obrigado, Re:Zero.

A partir disso, podemos ter dois caminhos: ou continuamos martelando o prego que já tá mais do que enfiado na parede, e fazemos uma dúzia de shows que são tão medíocres que acabam sendo esquecidos em questão de semanas (lembram de “Isekai Cheat Magician” ou de “The Master of Ragnarok & Blesser of Einherjar“? Nem eu). Ou… tiramos sarro do gênero, tentando fazer com que a sua premissa seja tão absurda que se torne difícil de esquecer.

Paródias sempre existem, mesmo quando algo ainda está em seu ápice (como KonoSuba, por exemplo), mas o nível começa a cair de uma forma absurda, assim que a saturação começa a ser atingida. Que tal um isekai, mas se você tivesse um celular? E se você fosse para um isekai, mas fosse reencarnado como um slime? Ou pior, ir parar em um isekai com a sua mãe?

Aiai… um isekai com a sua mãe… isso é tão besta… aiai…

Atingimos o ápice do isekai quando percebemos que ele se dá melhor quando não se leva a sério, e que deveríamos usar a sua saturação como mais uma forma de humor. Afinal, a repetição é o primeiro e o segundo princípio da comédia, não é?

Em “My Next Life as a Villainess: All Routes Leads to Doom!“, temos mais um caso – brilhante, aliás – de premissa absurda usada para o humor. Shows onde a personagem principal se vê num mundo de videogame são um dos isekais mais clássicos que temos (podendo citar o nosso queridinho Sword Art Online). Dar uma reviravolta no básico ao dar o papel de vilã para a protagonista não seria o bastante, afinal, shows como Overlord já fizeram isso antes. Precisávamos ir além, precisávamos enfiar ainda mais o pé na jaca.

Apesar do forte uso do tema para gerar humor – afinal, termos uma vilã desesperadamente tentando evitar a sua inevitável morte já parece tema o suficiente para muitas piadas – o show ainda tem qualidades que o seguram de pé por conta própria, como o carisma acidental da protagonista Catarina, ou seu charmoso intelecto negativo. Você se diverte e dá risadas por conta da premissa absurda de um isekai charlatão, e também por outros motivos. Se isso não é o ideal para uma comédia, eu não sei o que é.

E esse é justamente o ponto que eu queria tocar: o novo padrão de isekais deveria ser esse. Deveríamos fazer todo isekai ser mil vezes mais absurdo do que o anterior. Deveríamos forçar a barra de uma forma que ela já se transforme em uma mola. É a única forma de aguentar a repetição absurda que o gênero impôs sobre o universo de animês. Até uma hora que vão resolver parar, assim do nada. Lembra dos Haréns Escolares Mágicos Genéricos, que plagueavam todas as temporadas da primeira metade dos anos 2010? Pois é.

Mas, comentando um pouco mais sobre a patrona dessa postagem, acho que “My Next Life as a Villainess” merece alguns tapinhas nas costas pela sua execução. Não é fácil fazer uma comédia que não se leva a sério e conseguir ter uma história coesa e ter suas personagens plausíveis e realistas (dentro do limite permitido pelo absurdo, é claro).
Mesmo a protagonista, que carrega o fardo cômico inteiro nas costas, e que possui como um de seus principais atributos a sua falta de noção, consegue ser mostrada como tendo objetivos e aspirações claras e que refletem no desenvolvimento da história… Mesmo que isso seja feito através de um conselho de mini-Catarinas mentais.

Seja lá quem inventou a piada de miniaturas controlando a mente de uma pessoa, muito obrigado!

O absurdo se une ao bobo e conseguimos um show que me fez rir horrores nos oito episódios já disponíveis, e me deixou ansioso por mais. Nesse mini primeiras impressões, escondido no fundo de uma resenha de buteco, gostaria de dizer que “My Next Life as a Villainess” receberia um 4/5 se eu tivesse começado a assisti-lo um mês atrás. E recomendo que você não faça como eu, e assista esse show o quanto antes.

My Next Life as a Villainess: All Routes Leads to Doom!” está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, com oito episódios disponíveis até o momento, e um novo episódio todos os sábados.

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Editora NewPOP anuncia Joy Second, Devil Ecstasy e Aku no Hana

Em sua live semanal transmitida hoje no YouTube, a Editora NewPOP anunciou três títulos que serão lançados futuramente, sendo eles Joy Second, Devil Ecstasy e Aku no Hana! Confira detalhes abaixo.

Joy Second

Continuação da obra já publicada pela editora, esse volume único aumentará o seu catálogo de mangás do gênero “boys love. Sua pré-venda deverá começar “em breve“, segundo o Editor-chefe.

Devil Ecstasy

Mais uma obra do autor Shuzo Oshime, que já tem Happiness publicado no país pela editora, essa obra em 4 volumes será lançada, também, “em breve“.

Aku no Hana

Talvez Aku no Hana seja a obra mais famosa do autor na editora. O nome nacional ainda não está confirmado, apesar do editor comentar sobre a possível tradução (Flores do Mal, uma tradução literal do título). O título, completo em 11 volumes, será publicado… Isso mesmo: “em breve“.

Além das novas obras, o editor Junior Fonseca fez alguns comentários sobre os títulos da editora:

Ele comenta sobre a versão definitiva de “A Voz do Silêncio“, que será lançada em breve; explica que o mangá “Citrus será lançado com maior frequência (“de forma mensal“) no futuro; O mangá “Given” deverá chegar para a editora no final do mês, e as entregas das pré-vendas começarão logo depois. Porém, a sua pré-venda ainda está no ar; Os mangás anunciados anteriormente, “Mulheres e seus segredos” e “A Besta“, além de “Solo Leveling, deverão ter sua pré-venda iniciada em alguns dias; O volume 13 da Light Novel “Re:zero” deverá ser lançado antes da nova temporada do animê; O volume final de Happiness” sairá na checklist desse mês da editora; Haverão, no futuro, reimpressões dos volumes esgotados de “No. 6″.

A live completa está disponível no canal da Editora NewPOP, que pode ser acessado clicando aqui.

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5 animês “Slice of Life” para você lembrar como era a vida antes do Coronavírus

A frase “parece que foi ontem” nunca pareceu tão fora de lugar quanto no ano de 2020. Ela é uma carrasca que nos lembra que infelizmente, não passamos nem de um terço desse ano que parece não ter mais fim. Com todas as loucuras (para não dizer coisa pior) que vêm acontecendo, pode ser que você tenha se esquecido como a sua vida costumava ser.

Que horas você costumava acordar? Como se calça um sapato? O que é um “jeans“? Essas e outras perguntas devem ter passado por sua mente no último mês (sim, pois é, faz tipo um mês apenas). Por conta disso, nada melhor do que aproveitar o tempo que você “ganhou” com uma preparação para voltar ao normal: se lembrando do como era sua vida no passado distante.

A equipe da Torre selecionou alguns animês Slice of Life, que abrangem diversos tipos de atividades e rotinas, para que você assista e fique melancólico por aquilo que você perdeu.

  • Está no Ensino Fundamental? Tsukigakirei

Primeiramente, se você é tão jovem, eu não recomendaria nem você estar assistindo animê. Você não fez PROERD não? De qualquer maneira, Tsukigakirei é um show absurdamente doce e gentil, que mostra com realismo a vida de pré-adolescentes. Desde a forma de pensar até a reação exagerada dos pais, esse é um slice of life que te lembrará como era a vida na época do fundamental. Com apenas doze episódios, pode ser sua diversão dominical (se é que você lembra que dia da semana estamos).

A sinopse do show, cortesia da Crunchyroll, onde você pode assistir Tsukigakirei na íntegra e com legendas em português:

“Último ano do ensino fundamental. Kotaro, um rato de biblioteca que quer se tornar um novelista, e Akane, uma atleta que adora correr, se encontram na mesma sala pela primeira vez. Eles ficam encarregados de cuidar dos equipamentos do festival esportivo, e vão aos poucos se aproximando via LINE. Como Kotaro vai lidar com os sentimentos que está nutrindo por ela? Enquanto isso, Takumi está apaixonado pela Akane desde o primeiro ano. Chinatsu, amiga de Akane, também fica interessada por Kotaro. Uma história de amor encantadora que se passa em Kawagoe.”

  • Está no Ensino Médio? Sound! Euphonium

Se você está no ensino médio, provavelmente está aproveitando bastante esse caos, não está? Mas não se acostume que logo, logo, você terá que voltar a acordar cedo para ir pro colégio, pegar fila na cantina e se manter acordado naquela aula de biologia que resolveram colocar de segunda-feira 7h da manhã.

Esse período da vida é um pouco complicado, pois a experiência média japonesa é bem distante da que temos aqui no Brasil, então pode ser que você estranhe alguns pontos, com coisas do tipo “eu não lembro de fazer isso“. É normal, não é sua memória do passado se destruindo. Não ainda. Apesar da forte temática musical, Sound! Euphonium ainda possui o quintessencial de uma vida adolescente: obsessões com hobbies inusitados; discussões absurdas por temas bobos; engrandecimento de coisas que não merecem tanto valor; e etc.

Com duas temporadas, que totalizam 27 episódios, você passará tanto tempo com essas personagens que é capaz de esquecer os seus colegas de sala de verdade. O show está, também, na Crunchyrolle a sinopse que eles oferecem está logo abaixo:

“O clube de música da escola de ensino médio Kitauji já foi um clube de alto nível que vem caindo no ranking após a saída de seu conselheiro. No entanto, um novo conselheiro veio para colocar os alunos em rédeas curtas a fim de moldá-los. Em seu primeiro ano no ensino médio, Kumino Oumae e suas colegas Hazuki e Sapphire decidem dar uma olhada na banda de metais”

  • Já está na faculdade? Golden Time

O desespero começa a bater, pois você sente que nunca vai se formar? Seu curso presencial se tornou a Netflix mais cara que você já assinou? Já até esqueceu o gosto do corote azul? Pois é, amigo, Golden Time é para você. Se bem que, você realmente deveria parar de tomar corote, sério.

Você vai se sentir em casa muito, mas muito rápido, pois uma das primeiras coisas que nosso protagonista, Tada Banri, faz, é esquecer completamente tudo que sabia. E se tem alguma sensação mais representativa da vida de universitário, eu não conheço. Com 24 episódios que te tirarão ainda mais a vontade de ver aulas EAD, esse slice of life vai te lembrar do real objetivo de todo universitário: sobreviver.

Com legendas em português disponíveis na plataforma, a Crunchyroll nos diz o seguinte sobre o animê:

“Tada Banri é o mais novo aluno na escola de direito particular de Tóquio. Contudo, devido a um acidente, ele perde suas memórias. Durante sua integração, ele encontra outro calouro, Yanagisawa Mitsuo. Sem se lembrarem um do outro, suas vidas começam a se tornar cada vez mais interligadas, como se fosse obra do destino. Mas qual é o destino deles? Haverá felicidade ou somente outra memória a ser esquecida?”

  • Esqueceu como é a vida no escritório? Servant x Service

Tudo bem, eu sei que a maioria de vocês já são adultos, que trabalham e se sustentam. Afinal, para estar aqui, precisam ter algum hobby extremamente caro, que não dá pra ter sem uma renda fixa. Tá difícil pra todo mundo, seja você cinéfilo, nerd ou civil. Eu também sei que você tem feito todas as reuniões por vídeo com uma camisa social e bermuda de pijama. Mas o que importa é que você precisa lembrar de coisas fundamentais da vida no escritório: a pausa pro café; a habilidade de dar ALT+TAB pra planilha do Excel; amaciar seu colega o máximo possível para evitar que um assunto que podia ser resolvido por e-mail vire uma reunião de uma hora; entre outras habilidades essenciais para sobreviver na selva de pedra.

Em Servant x Service, vemos de forma bem-humorada o dia a dia de Lucy no escritório, e você vai, inevitavelmente, reconhecer os seus colegas em cada uma das personagens. É quase “The Office“, só que com um tema de abertura surpreendentemente mais dançante. Com apenas 13 episódios, você pode fazer esse exercício de teamwork até mesmo entre as meetings do seu squad, no lugar do coffeebreak que você sente tanta falta.

Também na Crunchyroll, a sinopse de Servant x Service é:

“Numa certa prefeitura de uma determinada cidade, em Hokkaido… A prefeitura onde Yamagami Lucy foi contratada emprega muitas pessoas únicas. Yamagami e seus colegas estão cheios de energia e segredos de como eles se esforçam (?!) nesta comédia de trabalho!”

  • Mas Torre, eu moro no interior! Esses animê de cidade grande não me ajuda em nada!“: Non Non Biyori

Concordo com ocês, meus querido cumpadre caipira. Esses animê de cidade grande num dá nem uma ajudadinha pá nóis. Como um conterrâneo que mora no serrrrtão e puxa os R em porrrta, porrrteira e em porrrtão, entendo que nenhum dos citados acima aprecia os pequenos detalhes que apenas quem mora no fim do mundo conhece.

Tantos episódios e em nenhum momento eles vão passear na praça? Nunca saem pra “ir na cidade” (que na verdade é só o centro)? Não encontram nenhum conhecido na rua, mesmo passando por aquele bocado de gente? Pois é, né, essas coisas que só quem é do interior conhece e deve também estar sentindo falta. Non Non Biyori explora o interior do Japão com uma certa dose de fofura. Acaba sendo chamado de “tedioso” por muitos, por não ter nada de extraordinário e mostrar apenas coisas mundanas. Mas quem é que está rindo agora, desesperado pelo mundano, hein?

Com duas temporadas, que dão um total de 24 episódios, Non Non Biyori (e sua segunda temporada, Non Non Biyori Repeat) pode ser visto, você já sabe, na Crunchyroll. A sinopse deles é a seguinte:

“A vida de ritmo reconfortantemente lento das quatro meninas na pequena Escola Asahioka Branch continua com Natsumi, Komari, Renge e Hotaru frequentando a escola de uma turma só e com o total de 5 estudantes. Embora o ambiente descontraído seja uma grande mudança para Hotaru, que veio da agitada Tóquio, ela ainda encontra algo de encantador e relaxante na vida no campo no interior do Japão.”


E é isso por hoje. Espero que todos vocês fiquem em casa e se lembrem de como era a vida lá fora com esses cinco shows que selecionamos com carinho.

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Os princípios da comédia em “A Destructive God Sits Next to Me”

A cada três meses – em situações normais, pelo menos – nós somos inundados com toneladas e toneladas de novos animês. E toda temporada temos que passar pela mesma história: tem aquele show absurdamente popular; os dezessete isekais que parecem ser sempre a mesma coisa; aquele um isekai que faz sucesso mesmo assim; diversos títulos que nos fazem questionar a racionalidade da humanidade; e, é claro, aqueles shows que ninguém assistiu, e você fica revoltado pois ele foi o melhor da temporada mas “puxa vida ninguém viu essa porcaria?!”.

No começo do ano, quando o mundo ainda era mundo, tivemos a temporada de janeiro seguindo o roteiro à risca. E eu, particularmente, fiquei revoltadíssimo com a baixa repercussão de um dos shows mais engraçados não só da temporada, como dos últimos anos. “A Destructive God Sits Next To Me” deu uma aula de comédia por doze semanas seguidas, ao não só respeitar como doutrinar sobre os três princípios da comédia.

Inclusive, vou quebrar minha regra de usar “os três princípios da comédia” como piada no final de postagens, e irei comentar sobre elas de verdade, dessa vez. Como vocês sabem, o primeiro princípio da comédia é a repetição. E é justamente ela que faz o humor do show. O protagonista, Koyuki Seri, está lidando sempre com o mesmo problema, e o próprio animê reconhece e abraça essa repetição, usando ela para manter a piada rolando, e fazer meta-piadas com o próprio senso de ridículo que toda essa situação representa.

As ‘mortes’ de Koyuki ao longo da série representam aquilo que meu professor de teatro sempre me disse: “a verdadeira comédia é a desgraça alheia”

Seguindo o nosso cronograma, o segundo princípio da comédia é a repetição. E normalmente é aqui que a maioria das comédias fracassa. Eles conseguem seguir o primeiro princípio, mas acabam repetindo a mesma coisa e isso acaba ficando chato. É o clássico “a piada ficou velha” e perdeu a graça. Eu já perdi a conta de quantos animês tiveram dois ou três episódios maravilhosos, só para cair no mais do mesmo pelo resto da temporada. A chave para o sucesso do nosso show nesse quesito está, na verdade, no próximo ponto.

Pois é, como você deve ter imaginado, o terceiro princípio da comédia é pegar o público desprevenido. Quando você já sabe o que esperar, a comédia perde o efeito. Em “A Destructive God Sits Next To Me”, esse princípio começa a tomar efeito antes mesmo de você assistir. Dê uma lida na sinopse do show, olhe com bastante atenção para a imagem de capa, e me diga com sinceridade: você daria algum trocado pra isso? A resposta mais honesta é que não. Eu também não dei. E justamente por não esperar nada dali que tudo se torna ainda melhor.

A sinopse, aliás, retirada da Crunchyroll: “Koyuki Seri é um estudante do colegial com propensão para mandar tiradas bem ácidas… E ao mesmo tempo, ele odeia quem merece receber essas tiradas! Para sua infelicidade, ele atraiu a atenção de Hanatori Kabuto, que sofre de delírios de grandeza. Seri promete a si mesmo que não vai comentar as extravagâncias de Kabuto, mas ele não consegue se conter. E pra piorar, outros sujeitos anormais estão se aproximando dos dois… Está começando uma comédia colegial que vai te fazer rir de montão (e te encantar um pouquinho, também!

Um ponto a mais que preciso acrescentar sobre o terceiro princípio é a maestria com que ele é utilizado. Com o passar dos episódios, você começa a entender como o show funciona, e começa a pensar que sabe o que está acontecendo. Mesmo quando você sabe que algo absurdo vai acontecer, mesmo estando preparado para o pior, o animê ainda consegue te pegar com as calças arriadas. Sério, é inacreditável, eu sinceramente não faço a menor ideia de como eles conseguiam se superar toda semana, mas conseguiam. Quando eu achava que não tinha como ficar mais absurdo, eles iam lá e me provavam errado.

E se isso tudo não fosse o suficiente, a parte técnica é de uma qualidade surpreendente. Não só contando com uns dubladores que parecem ser mais areia do que o caminhãozinho do show pode carregar (Takahiro Sakurai, Jun Fukuyama e Ai Kayano, só para citar alguns), ainda temos uma direção que criou alguns dos aspectos visuais mais geniais do século (agradecimentos a Atsuhi Nigorikawa!).

A arte e animação do estúdio EMT², que já foi comentado por mim antes, quando tratamos de Assassins Pride e Renai Boukun, quebrou minhas expectativas (hah!) ao ser muito mais consistente do que tem qualquer direito de ser… É um show que, poupando termos técnicos que agradam poucos, mostrou serviço e botou o pau na mesa e conseguiu seguir firme com seus próprios pés.

Desculpe, mas se você não vê que isso é praticamente A MONA LISA MODERNA, eu não tenho mais nada para falar com você

Claro que, agora que sua expectativa tá lá em cima, você vai chegar e acabar se decepcionando. Faz parte. Pra mim, só de você ter visto o que eu julgo como sendo um dos candidatos a melhor animê do ano, já estou de barriga cheia. Se depois disso tudo, você quiser dar uma chance para “A Destructive God Sits Next To Me”, o show está disponível na íntegra, com legendas em português, na Crunchyroll.

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Resenha | Napping Princess: A Minha História Que Eu Não Conhecia

Publicado pela Editora NewPOP em setembro de 2019, esse volume único, além de uma leitura divertida e leve, é também um exemplar importante para o mercado, por ser uma excelente porta de entrada para o mundo das Light Novels.

Mas vamos começar do começo, e apresentar a obra: “roteiro” do filme de mesmo nome, que saiu em 2017 e foi pré-indicado ao Oscar de animação, a novel foi escrita pelo diretor Kenji Kamiyama (que você talvez conheça por ter dirigido, também, Ghost in the Shell Stand Alone Complex).

A história segue Kokone Morikawa, uma garota “caipira” que vive no interior do Japão com seu pai, o mecânico Momotarou. Com apenas três dias para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio, o passado do pai de Kokone vem à tona da forma mais inesperada possível. Com isso, a garota se vê numa missão de salvá-lo de caras maus, tendo como arma apenas um tablet rachado e… As informações que ela consegue no mundo de seus sonhos.

O charme de uma Light Novel está em suas personagens, e o maior gosto de se ler uma série está em acompanhar o crescimento e desenvolvimento dos protagonistas. Por conta disso, livros em volume único acabam sendo meio perigosos pois podem não dar tempo o suficiente para que você se importe com a personagem em questão.
Esse é um problema que eu não encontrei em Napping Princess: em poucas páginas, você já acaba se interessando por Kokone, já que ela é uma personagem tão… Como posso dizer? Intensa. Seja a sua versão do mundo “real” ou dos “sonhos“, ela está sempre fazendo algo, buscando algo. Não há um único minuto sequer pra parar e respirar.
Quer dizer, a menos que você feche o livro. Esse é um dos lados bons de livros né? Você pode parar pra respirar, se quiser.

Como essa imagem do filme mostra… A menina não para!

Para falar da história, acho que já posso ligar com o segundo ponto lá do parágrafo de introdução, sobre essa novel ser uma boa iniciação em Light Novels. De forma grosseira, podemos dizer que uma LN está no meio do caminho entre um Mangá e um Livro, e por causa disso, acaba afastando pessoas de ambos os extremos, com medo da semelhança com o outro lado.
E o que eu acredito é que Napping Princess poderia ajudar a trazer pessoas que gostam de livros de ficção, mas nunca se aventuraram em Light Novels, por serem “muito animê“. A história, mesmo se passando no Japão e dependendo de diversos clichês comuns da mídia, não soa como uma coisa “otaku“, por ter uma ambientação muito mais global.
Em 2020, apesar das iniciativas de guerra e de doenças fatais estarem tendo o maior foco nesse começo de ano, em breve voltaremos nossa atenção ao Japão, por conta das Olimpíadas. É um contexto onde as pessoas param de encarar o país como um “antro de otaquices” e provavelmente lembrarão que se trata de um lugar como qualquer outro. Justamente aqui que nossa história se passa, com todos os holofotes do mundo voltados para a pequena ilha asiática. Dessa forma, conseguimos apresentar, superficialmente, aquilo que você pode esperar de uma obra mais comum do gênero.

Inclusive, esse livro é genial por conseguir atrair pessoas de dois lados opostos da ficção, que normalmente nunca se encontram: aquelas que gostam de fantasia, e aquelas que preferem uma história mais realista. Tendo “dois núcleos” absurdamente diferentes, você pode se interessar mais por um do que por outro, e se divertir na parte que te agradar mais. Eu, por exemplo, fiquei muito intrigado com o mundo de Heartland no ínicio, enquanto as aventuras de Kokone no mundo real não me interessaram muito. Mas com o passar dos capítulos, me vi interessado mais com os acontecimentos de Tóquio do que do mundo fantasioso.

O último ponto que tenho a levantar sobre isso é a ausência de ilustrações. Uma das marcas registradas de Light Novels são seus desenhos internos, a maioria das vezes em “estilo mangá” (ou, como meu pai gosta de dizer, “que parece uns mangázinho“). É mais uma das características que acabam afastando potenciais leitores por passar a impressão de que o material é “muito animê“. Tirando a – belíssima, por sinal – ilustração de capa, não temos mais nada dentro, além de palavras: o miolo é praticamente um livro comum.
Isso pode assustar quem vem do mundo dos mangás, mas para quem está partindo do mundo dos livros, pode ser a bênção que eles precisavam.

Com toda essa baboseira de lado, vamos para a parte importante e o provável motivo de você estar aqui: vamos ser sommelier de lombada. O livro é no “Formato Pocket“, que a editora insistentemente lembra que não é um formato pocket pois é publicado assim no Japão. Dessa forma, você pode colocá-lo lado a lado com seus exemplares de Fate/Zero, No Game No Life, Toradora ou Shakugan no Shana, apenas para citar alguns de mesmo tamanho. Também segue a tendência recente, de vir com miolo em papel Polén Soft e capa cartonada, e se encerra com 246 páginas, fazendo-o não ser muito grosso. Honestamente, um belo exemplar para a sua estante.

Nas questões técnicas, eu devo dizer que não encontrei problemas com a versão nacional. A tão temida revisão da NewPOP vem melhorando nos últimos tempos, e nesse livro, me lembro de encontrar apenas um único erro que passou por ela. A adaptação e tradução também foram bem interessantes, optando por deixar o texto o mais “brasileiro” possível (sem honoríficos, com nomes na ordem ocidental, etc.) e colocando notas de rodapé apenas para conversões monetárias (afinal, ninguém é obrigado a saber quanto que dez mil ienes valem, né?). Foram escolhas que ajudam ainda mais a deixar o livro amigável para quem for marinheiro de primeira viagem.

Créditos da versão nacional.

No geral, uma leitura que não pesou no bolso e nem na cabeça, e que conseguiu me entreter por toda a sua duração. Recomendo a leitura para quem já está acostumado com Light Novels e para quem não está.

Se ficou interessado, você pode ter uma dessa só para você: a Light Novel está disponível e com desconto na loja da Amazon.

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Editora NewPOP inicia pré-venda de “Fireworks: Luzes no Céu”

Anunciado no Ressaca Friends de 2018, a Light Novel em volume único “Fireworks: Luzes no Céu” acaba de entrar em Pré-venda na Amazon. A obra, de 2017, é baseada no filme de animação de mesmo nome, que por sua vez, é baseado numa série de TV japonesa dos anos 70.

A Editora NewPOP, que é conhecida por ser a maior fonte de Light Novels no país, traz mais um título para seu extenso catálogo de livros, e você pode conferir mais detalhes sobre a obra logo abaixo:

 

Nome: Fireworks: Luzes no Céu
Sinopse: Um fogo de artifício tem uma forma diferente dependendo do ângulo de que é visto? Norimichi vive numa cidade litorânea pacata do interior. No dia de um grande show de fogos de artifício, ele concorda em ir até o farol da cidade com seus amigos para ver os fogos “de lado”. Naquela noite, entretanto, Norimichi recebe um convite inusitado para fugir com Nazuna, a garota de sua classe de quem ele gosta. Os planos da dupla falham quando a mãe dela aparece e a leva embora. Com o coração apertado com a ideia de nunca mais ver Nazuna, Norimichi faz um pedido: se, pelo menos, ele pudesse tentar mais uma vez… Uma história extraordinária do amor de dois jovens que repetem o mesmo dia, na esperança de ficarem juntos.
Autor: Iwai Shunji
Ilustrações: Hitoshi One
Volumes: Concluído em volume único
Formato: 15 x 11 x 2 cm, 288 páginas
Preço: R$ 26,90
Previsão de lançamento: 24/02/2020

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Lembrando que também haverá a publicação da versão em mangá da obra, mas ainda não há previsão para o seu lançamento.

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Conheça o mangá “Marry Grave”

Lançado no Brasil pela Editora Panini no final de 2019, este mangá de Hidenori Yamaji traz uma mistura de ação, suspense e drama com uma pitada de humor. Completo em cinco volumes no Japão, a obra já tem dois tomos impressos por aqui.

A história se passa em um mundo dominado por poderosos monstros (desde goblins e orcs, até fadas e outros tipos de imaginários de fantasia), todos com uma insaciável sede de sangue que levou à quase completa extinção dos humanos. Os poucos que restaram sobreviveram como puderam, seja se escondendo atrás de barreiras mágicas ou se aliando com outros monstros.

Nosso protagonista é Riseman Sawyer, um homem com um único objetivo: ressuscitar a sua esposa através de um feitiço conhecido como “Receita dos Mortos“. Seguimos suas aventuras (ou “jornadas”, como o mangá as chama) em busca dos raríssimos ingredientes necessários para esse feito.

Com uma bela arte e um bom balanço entre seriedade e comédia, o volume 1 me divertiu mais do que eu esperava. A impressão, o papel e o conteúdo também estão dentro da qualidade esperada de um título de 2019.

Você pode encontrar os dois volumes já lançados, com desconto, na Amazon: Volume 1 | Volume 2

Volume 1
Volume 2

FICHA TÉCNICA

Nome: Marry Grave
Início da Publicação: Outubro de 2019
Editora: Panini
Gênero: Shounen
Autor(a): Hidenori Yamaji
Status: Concluída no Japão em 5 Volumes / Em andamento no Brasil com 2 Volumes (Bimestral)
Formato: 13,7×20 cm / P&B em Papel Off-white / Lombada quadrada com orelhas
Preço de capa: R$ 22,90

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Primeiras Impressões | Science Fell in Love, So I Tried to Prove it

No passado, já deixei duas coisas bem claras sobre mim: a primeira é que eu amo comédias, e a segunda, é que eu sou o famoso Químico da USP™. Então, quando vi que fariam uma comédia estrelando cientistas… Inicialmente tive alguns traumas mentais. Mas quando botei o pré-conceito do Bazzinga de lado, dei de cara com uma enorme surpresa. É justamente quando você imagina que já inventaram tudo quanto é possível, que você é pego desprevenido por algo que nunca estava esperando. O terceiro princípio da comédia pode ser aplicado tanto para o show em si, quanto para sua premissa.

SciLove (que eu abreviarei por preguiça) é tudo aquilo que uma comédia deveria se inspirar. Por ser o mais puro suco de desgraçamento mental que eu vi nos últimos tempos, englobando tanto a normalização do absurdo quanto o clássico Manzai na sua fórmula de RomCom, o show consegue agradar um público bem vasto de admiradores do humor.

Porém, acredito que o animê seja especialmente tragicômico para quem está familiarizado com a temática e ambientação dele: a pesquisa científica universitária. O choque de realidade foi tão grande que chegou a dar um aperto no coração, pois mesmo sendo de áreas diferentes (no show, eles são das Ciências da Computação, enquanto eu trabalho com Química), parece que todo laboratório é igual, né… Os mestrandos e doutorandos discutindo temas completamente tangentes ao trabalho; os graduandos perdidos e sem saber o que fazer da vida; o orientador – e responsável pelo laboratório – não dando as caras por dias; literalmente todo mundo usando o espaço do laboratório para tomar café e jogar joguinhos ao invés de fazer algo útil…
São detalhes que podem passar como piadas – e muito provavelmente são, mesmo! – mas que, como toda piada, têm um fundinho de verdade.

Pessoas de fora da área tentando achar graça do parágrafo anterior.

Outro ponto que o show trabalha magistralmente é a (sub)utilização de conhecimentos científicos. Já cheguei a ter crises em outras postagens por conta do maldito Gato de Schrödinger sendo citado erroneamente em tudo quanto é obra pseudo-cult, e quando SciLove parafraseou Pitágoras em seus primeiros VINTE SEGUNDOS, eu estava preparado para o pior. Felizmente, eles parecem saber o que estão fazendo desta vez, e tem até uma pequena esquete todo episódio onde um ursinho de pelúcia te ensina algum termo técnico na base da porrada.
E mesmo quando eles cometem algum erro teórico ou abusam um pouco da boa vontade da audiência, fica tudo dentro da licença poética e acaba virando o mote para alguma piada, exatamente como deveria ser.

Pessoas da área vendo um animê querendo ser edgy e citando o Gato de Schrödinger de forma errada pela 37ª vez.

Como nada é perfeito, eu tenho uma única reclamação sobre o animê. Ou melhor, uma INDIGNAÇÃO sobre moda. Sim, moda.
Esses caras são da área de ciências da computação. Eles trabalham com dados, números e computadores. O material mais perigoso que existe dentro daquele laboratório são as latas de cerveja na geladeira. POR QUE DIABOS ELES USAM JALECO?
Tá bom, tá bom, eu entendo que o jaleco acaba sendo mais uma ferramenta de roteiro e uma forma de arraigar o esteriótipo de “cientista” nas personagens, eu sei disso… Mas nossa, que ódio sobrenatural que me deu!
A pior parte é que, mesmo que eles PRECISASSEM usar jaleco (coisa que não precisam), eles estão quebrando umas vinte e sete regras de segurança ao vestir o jaleco com saias, bermudas, chinelos, calçados com salto, meias-calças, cabelo solto…

Tenho que confessar que eles ficam legais de jaleco.

Na parte técnica, não tenho muito o que comentar. O show é extremamente feijão-com-arroz e traz aspectos bem medianos tanto em arte, animação, direção, música e dublagem. Se bem que, nos dias de hoje, estar na média em todos esses quesitos por três episódios inteiros já é mais do que o esperado, não é? Cortesia do estúdio Zego-G (que animou “Grand Blue” e “My Roommate is a Cat“), com direção de Tooru Kitahata (responsável por, entre outros títulos, “Haganai” e “Hinako Note“).
Se bem que, tanto a Opening quando a Ending são excepcionalmente boas.

Resumindo: uma comédia de rachar o coco de tanto rir, que funciona muito bem para o público geral, e tem um gostinho especial para quem já adentrou esse mundo. Estou positivamente surpreso com a qualidade do show e da força de seus primeiros três episódios, e não poderia dar uma nota menor que 9/10 para a minha primeira estreia de 2020.

Você pode assistir Science Fell in Love, So I Tried to Prove it na plataforma de streaming Crunchyroll, com novos episódios disponíveis, com legendas em português, toda sexta-feira.

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Seis animês com episódios natalinos para você assistir em dezembro

Voando como o trenó do Papai Noel, o ano passou rápido por nossos olhos, e já chegamos em seu último mês. Dezembro traz os já corriqueiros sentimentos: luzinhas espalhadas pela cidade; toucas vermelhas em todo lugar; aquele clima horrível no escritório, seja de caos total para bater as metas anuais ou de sedentarismo completo de quem já está em clima de férias; o ódio pelos parentes que colocam passas no arroz… Ah, o natal!

Com o clima natalino em mente, separamos esta lista de animês que possuem um (ou alguns) episódio(s) que se passam no natal, para que você passe esse final de ano do jeito certo: ocupado demais assistindo desenhos para ter tempo de brigar com seu tio sobre política.

TORADORA!

Comédia romântica de 2008, baseado na Light Novel de mesmo nome de 2006 (que é publicada no Brasil pela Editora NewPOP!), esse animê de 25 episódios é lembrado até hoje por seu marcante episódio natalino: o episódio 19. Muito além disso, Toradora! é um espécime exemplar do gênero, que mesmo tendo mais de 11 anos nas costas, envelheceu como um bom vinho. E nada melhor do que esse final de ano para encher a cara, não é mesmo?

Número de episódios: 25
Ano: 2008
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

Ryuji é um rapaz que vive sendo mal interpretado por causa do seu olhar ameaçador. Todos pensam que ele é um delinquente juvenil e que a qualquer momento vai atacar alguém. É primavera e em seu primeiro dia no segundo ano no ensino médio ele encontra uma pequena garota. Aliás, ela é tão baixinha que o apelido da Aisaka Taiga é “Tigre de Bolso”. Egoísta e explosiva, quando começa a se debater não há quem consiga pará-la, por isso ela é uma das presenças mais temidas na escola, junto do Ryuji. (Via: Crunchyroll)

GINTAMA

Quando pensei nesta postagem, imaginei séries que pudessem ser assistidas em alguns dias, para que os leitores conseguissem ver todas elas no mês de dezembro. Ladino vira para mim e diz: “Coloca Gintama na lista!” e eu fiquei “Meu amigo… Trezentos e sessenta e sete episódios, não dá pra assistir tudo em dezembro“. E ele me responde com um simples “Dá sim, se você não for um covarde“. Então, aqui estamos: uma das maiores e mais famosas comédias japonesas, tem dois episódios inteiros dedicados ao espírito do Papai Noel: episódios 200 e 201, que encerram a quarta temporada do show.

Número de episódios: 367
Ano: 2006
Assista em: Crunchyroll
Sinopse: 

Gintama é a história de um faz tudo chamado Gintoki, um samurai sem respeito com regras impostas pelos invasores e que está pronto para pegar qualquer trabalho para sobreviver. (Via: Crunchyroll)

SWORD ART ONLINE

Ok, ok, eu sei o que vocês estão pensando. Mas de qualquer forma… Baseado nas Light Novels de Reki Kawahara (com o primeiro arco, composto por dois volumes, publicado no Brasil pela Editora Panini), temos a história do espadachim solitário que celebra a noite santa através da força do ódio. Talvez não um dos mais felizes capítulos desta listagem, mas o episódio 3, da primeira temporada, certamente se passa no Natal. E você pode aproveitar essa deixa para tentar chegar nos episódios mais recentes, que estão um show de bola, hein?

Número de episódios: 82 (Em andamento)
Ano: 2012
Assista em: CrunchyrollNetflix
Sinopse:

Em um futuro próximo, foi lançado um Jogo de Realidade Virtual em Massa para Múltiplos Jogadores Online (VRMMORPG) chamado Sword Art Online, onde seus jogadores controlam seus personagens com o próprio corpo usando um dispositivo tecnológico chamado: NerveGear. Um dia, os jogadores descobrem que não podem sair do jogo, pois o criador do jogo os mantêm presos a menos que eles cheguem ao 100º andar da Torre e derrotem o Boss final. No entanto, se eles morrerem no jogo, morrerão também na vida real. A luta pela sobrevivência começa agora… (Via: Crunchyroll)

MY LOVE STORY!! (ORE MONOGATARI)

Voltando a um clima mais alegre, que é o que o natal realmente deveria ter, esta comédia romântica é um daqueles shows que restaura a sua fé na humanidade. De certa forma similar ao primeiro da lista, mas com seus charmes próprios e uma trama mais voltada para o “durante” do que para o “antes“, My Love Story!! é uma excelente pedida para assistir com a morena. E já que o assunto é o clima de dezembro, o episódio 17 traz um encontro especial de natal.

Número de episódios: 24
Ano: 2015
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

Takeo Goda é um cara gigante com um gigante coração. Mas nenhuma garota quer saber dele (quem elas querem mesmo é seu melhor amigo, o bonitão Sunakawa). Acostumado a ser deixado de lado, Takeo simplesmente aceita seu destino. Até que, um dia, quando ele salva uma garota chamada Yamato de um desses tarados num trem, sua vida (amorosa!) toma um rumo inacreditável! Takeo mal pode acreditar quando reencontra Yamato e se vê perdidamente apaixonado por ela… Mas será que ele vai ter alguma chance com o bonitão do Sunakawa por perto? (Via: Crunchyroll)

GABRIEL DROPOUT

Remanescente dos tempos de escola, o mês de dezembro está sempre associado às férias de verão. É o tempo de dormir até meio-dia, acordar e tomar um Toddynho enquanto tenta conectar a internet discada. E Gabriel DropOut é sobre uma garota que faz isso o ano inteiro. Curtinho, você pode aproveitar essa comédia em pouco tempo, e adentrar o clima natalino com o episódio 9.

Número de episódios: 12
Ano: 2017
Assista em: Crunchyroll
Sinopse:

A melhor anja do colégio das anjas veio para o mundo humano! Contudo, ela se acostumou tanto com a vida no mundo humano que agora leva uma vida desleixada, faltando direto nas aulas para se divertir com jogos online. Gabriel se esqueceu de seu objetivo original de deixar os humanos felizes e se tornou uma anja preguiçosa incorrigível. E por incrível que pareça, ela jura que continuará a aproveitar as várias formas de entretenimento do mundo humano. (Via: Crunchyroll)

DURO DE MATAR

Finalmente, o melhor fica para o final: o policial John McClane é um bom homem de família que só queria ter uma celebração de natal feliz. Infelizmente, um grupo de terroristas resolve estragar seus planos e a única forma que a personagem de Bruce Willis tem de salvar o natal é com muita, mas muita violência gratuita.

Número de episódios: 1 filme (132 minutos)
Ano: 1988
Assista em: Youtube (Compra/Locação)
Sinopse:

Durante as festividades de Natal, o policial nova-iorquino John McClane vai visitar a esposa Holly Gennero em Los Angeles. Lá chegando, dirige-se à festa de Natal da empresa onde ela trabalha, a Nakatomi Trading, no edifício da multinacional, o Nakatomi Plaza. É apresentado a diversas pessoas, entre elas o CEO da companhia, Joe Takagi. Entretanto, durante as festividades, um grupo de terroristas alemães, liderados por Hans Gruber, invadem o prédio e seqüestram todos os convidados, com a intenção de roubar US$ 640 milhões em ações. McClane escapa de ser aprisionado pelo grupo de Gruber e é o único que pode combater os terroristas. (Via: Wikipedia)

Que esses animês natalinos lhe tragam alguma alegria nessa época festiva!

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Primeiras Impressões | ASSASSINS PRIDE

Esse show é exatamente o que você está imaginando, e é exatamente o que se propõe a ser. Dessa forma, não há muito o que comentar, além de chover no molhado: puta merda bicho, lá vamos nós de novo.

No início da década de 2010, vivemos o auge de um gênero conhecido (por mim, ao menos) como “Harém Escolar Mágico Genérico“. O nome diz tudo, e se você assistiu alguma coisa dessa época, com certeza sabe do que eu estou falando.
Por conta da explosão do isekai, os haréns escolares mágicos genéricos entraram em decadência, e passaram a ser exemplar raro ultimamente. Mas quando encontramos um…

Apenas membros de famílias nobres detêm o Mana, um poder que lhes torna capazes de enfrentar monstros. Kufa é um nobre, nascido numa família de duques, que é enviado para tutorar uma jovem chamada Merida. E em segredo, Kufa é encarregado de assassinar Merida caso ela não demonstre talento para utilizar o Mana. (Via: Crunchyroll)

Baseado numa Light Novel de mesmo nome, com autoria de Kei Amagi e ilustrações de Ninomotonino, ASSASSINS PRIDE é uma enorme reunião de tudo aquilo que torna um harém escolar mágico genérico em um… Bem, um harém escolar mágico genérico: o protagonista Kiritoface; as dezessete garotas, cada uma se encaixando em um estereótipo já conhecido; as roupas espalhafatosamente ridículas; o worldbuilding absurdo e que mesmo sendo cortado a menos de 10% do material original, continua sendo extremamente cansativo e repetitivo na adaptação; as batalhas escolares que por algum motivo colocam a vida dos estudantes em muito mais risco do que deveriam… E por aí vai.

De verdade, eu realmente não tenho nada a acrescentar sobre ambientação, sobre as personagens ou sobre a trama. É tudo tão engessado, é tudo tão clichê, que você já sabe do que se trata ou como as coisas vão se desenrolar. O que eu posso comentar sobre, porém, são as qualidades que diferenciam esse show dos seus antecessores.

A começar pela qualidade gráfica: eu não fazia ideia de que era legalmente permitido ter um harém escolar mágico genérico com visuais tão bonitos e consistentes. Não só as personagens, mas a cidade e o mundo são belos, e tanto as sequências calmas quanto as cenas de ação são coreografadas com uma maestria que parece estar sendo desperdiçada em um animê desse nível.
Até o episódio 3, tivemos algumas sequências de combate que foram de tirar o fôlego. Por mais que eu não entendesse metade dos motivos pelos quais as lutas estavam ocorrendo, ou que eu realmente não desse a menor bola para quem fosse sair vencedor, a violência gratuita foi tão gostosa de se ver que eu acabei gostando.

O negócio tá caprichadíssimo, e eu não sei como lidar com isso.

Outro ponto, que é aquele que sempre nos deixa com uma pulga atrás da orelha, é o excelentíssimo elenco de dublagem: temos nomes que claramente não deveriam estar emprestando suas vozes para algo desse naipe e talvez pudessem estar trabalhando em algo melhor, como Yuuki OnoYui IshikawaAzumi WakiMaaya UchidaTatsuhisa SuzukiAyane SakuraAsami Seto… Sinceramente, tirando umas duas dubladoras que estão em início de carreira, todo o elenco parece ser areia demais para o caminhãozinho de ASSASSINS PRIDE.

Como se pode imaginar, a dublagem está num nível altíssimo, com cada ator conseguindo trazer o melhor – e o pior – de sua personagem de uma forma que beira o inacreditável. Um detalhe que eu adorei foi como o protagonista, Kufa (dublado por Yuuki Ono) é um assassino treinado para esconder suas emoções, e mesmo nos momentos mais acalorados e intensos que tivemos até agora, ele conseguiu se manter calmo, e ainda assim passar todo o entusiasmo da cena. Como eu disse, inacreditável.

Vazaram cenas da versão dublada do animê, confira:

Apesar de parecer bonito e soar bonito (a OST e o uso musical no geral também são pontos a se exaltar), o animê continua sendo apenas o que é: um harém escolar mágico genérico, com uma construção de mundo ambiciosa demais e que foi transformada em frangalhos pela adaptação absolutamente acelerada, onde metade da história parece não estar sendo contada para você – e não está mesmo! – e todo o desenvolvimento parece voar pelos seus olhos… No quesito “direção“, o show é um caos, com todos os defeitos que poderiam ser imaginados, e há pouca coisa que uma pessoa que não teve contato com o material original pode fazer quanto a isso.

Quando se esforçam para te fazer o mais adorável possível, mas ainda assim o seu show acaba sendo uma shitstorm

No geral, a pergunta que fica é: você embarcaria no Titanic, mesmo sabendo que ele vai afundar e lhe causar uma morte terrível? Eu embarcaria. As partes boas conseguem sobrepujar as enormes falhas, que acabam sendo muito mais toleráveis quando é a sua quinquagésima vez lidando com elas, e o show consegue ser divertido. Para a estreia, minha nota é um surpreendente 5/10, pois sei que nem todo mundo tem a paciência de lidar com esse tipo de abobrinha.

Você pode assistir ASSASSINS PRIDE na Crunchyroll, que fornece o serviço de transmissão simultânea com o Japão e legendas em português, com novos episódios todas as quartas-feiras.