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Heróis em Crise, fãs da DC Comics também

Se você dissesse para mim, há alguns meses, que Heróis em Crise seria uma das histórias mais controversas da DC Comics, eu sinceramente não acreditaria. Claro, o autor por trás da história, Tom King, agrada muitos, assim como também desagrada. Entretanto, quando King abordou sutilmente depressão em Senhor Milagre, criando um clássico moderno da editora. Logo, seguindo esta linha de raciocínio, abordar Estresse Pós-Traumático em uma história com homens e mulheres vestindo collant, seria moleza. Não poderia estar mais enganado.

Entenda, o redator o qual vos escreve, está gostando de Heróis em Crise, por diversos motivos. Um deles, reside no fato de que King pegou o quarto pilar da DC (A Arlequina, palavras do Jim Lee) e a transformou em uma vilã de destaque. Me diga, caro leitor, quantas vezes você viu uma personagem feminina protagonizando ou antagonizando um evento na Editora das Lendas? Zero, não é mesmo? Não é exagero dizer que ela está no caminho para se tornar a maior supervilã da editora.

Arlequina é facilmente a melhor personagem da publicação.

Entretanto, eu também possuo algumas ressalvas, as quais poderiam ser facilmente resolvidas. Como por exemplo, a hiper sexualização de personagens femininas em uma história a qual lida com assuntos pesados. Respeito quem gostou da Lois Lane vestida com uma camisola do Superman em uma pose digna de um ensaio fotográfico sensual. Entretanto, não estamos mais no início dos anos 2000. A realidade é outra e há outras de representar a personagem perguntando ao Superman: “O que você quer que eu faça?”

Já os leitores de um modo geral, parecem bastante insatisfeitos com a história, principalmente com a quarta edição publicada hoje. As críticas ao modo como o desenhista Clay Mann sexualizou inúmeras personagens femininas, levou King a bloquear pessoas em sua conta no Twitter. Se você segue o autor, sabe muito bem como ele lida com críticas. Quando a terceira parte do arco Superfriends foi publicada, King pediu desculpas e agradeceu pelo feedback. Isto não é normal.

Admita. Você notou o balão de fala nesta página.

Mas a maioria dos leitores já estava insatisfeito com a história desde o início. Cada um por um motivo diferente. Determinadas mortes da história geraram ira e tristeza no fandom. Rumores sobre a interferência do editor Dan DiDio deixaram os fãs ainda mais furiosos. King precisou ir às redes para esclarecer o nível de sua liberdade criativa. O circo “pegou fogo”, assim como na história. Minto, até mais do que na ficção.

Há alguns meses, eu publiquei uma pequena reflexão sobre a história, quando a primeira edição foi publicada, mas eu senti a necessidade de reescrevê-la, pois a editora não vive em um cenário tão polêmico, desde Crise de Identidade, outro evento “pé no chão”. Quando Heróis em Crise foi anunciada, era um estudo sobre o psicológico dos heróis. Durante a San Diego Comic-Con, a história ganhou um novo status: Mistério de assassinato. É uma continuação espiritual de Crise de Identidade.

“Nossa esperança de redenção, é apenas mais uma caçada por vingança.”

É impossível saber se a história foi alterada para algo mais mainstream ou não, pois o roteirista afirma ter 100% de liberdade no projeto. Entretanto, pouco importa, pois a história é tão chocante, tão sombria, com uma arte tão padronizada e parece realmente reviver os tempos sombrios e ambíguos da DC Comics, onde descobrimos que a Liga da Justiça não era tão heroica e agora sabemos que Batman, Superman e Mulher-Maravilha, não podem resolver os problemas de seus companheiros. Mas a que custo, caro leitor?

Qual é o custo? Por que a obsessão em retornar aos tempos os quais haviam se distanciado há anos? Apesar de apresentar uma certa qualidade narrativa, Heróis em Crise, não é uma história a qual precisava ser publicada agora. Perceba. Em nenhum momento digo que a história jamais deveria ser publicada, mas acredito na importância do contexto. Enquanto King continua a conceder aos leitores mais perguntas, menos respostas são obtidas.

“Heroes will die! Readers will fall! Nothing will ever be the same”

A cada mês quando uma edição de Heróis em Crise é publicada, os fãs da DC Comics suam friamente, tremem, choram, se enfurecem, assim como os heróis, entram em crise. Eu estou fascinado. Fascinado com algo o qual remexe e ainda remexerá os meus e os nossos sentimentos por mais alguns meses. Mas espero, que ao final, o saldo seja mais positivo do que negativo, para todos.

 

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A Balada de amor e tragédia da Família Visão

Finalmente chegou ao Brasil o tão comentado e elogiado arco de Tom King para o vingador Visão. A reformulação do personagem nas mãos do escritor trouxe um vendaval de inovações na mitologia do personagem, que muitas vezes só ganhava importância quando Ultron voltava a ser uma ameaça pela enésima vez ou quando estava nos braços da Feiticeira Escarlate. Venhamos e convenhamos, Visão sempre fui um dos personagens do segundo escalão dos Vingadores. Que teve uma origem fantástica, mas com o passar do tempo, fosse por desinteresse da Marvel ou dos roteiristas, nunca ganhou algo tão incrível como o que Tom King fez.

A história suburbana criada por King é uma mistura de filmes de suspense, ficção cientifica e comédia de erros no estilo de Fargo. Engana-se quem pensa que se trata de uma simples história de super-heróis, assim como fez em Xerife da Babilônia, Tom King cria um trilher que caberia muito bem no cinema, obviamente usando outros personagens e contextos. As reviravoltas existentes durante toda a história fazem o leitor perder o fôlego, e cria uma simpatia com os personagens.

A simpatia pelo Visão não é algo que ocorre de imediato. Algo normal se levarmos em consideração que ele sempre foi  um personagem frio. E Tom King deixa isso bem explicito. Ele na verdade é até um tanto ausente. Por causa dos seus trabalhos, uma critica velada no roteiro para as famílias que vivem longe dos pais. Mas com o andamento da história, o Visão vai se apresentando um personagem protetor. Um pai de família zeloso, que acabamos criando laços. Mas os grandes protagonistas são a sua esposa Virginia e seus filhos Viv e Vin. Muitas vezes a torcida cresce dentro do leitor para o trio.

Tom King em diversas vezes, meio que cria uma armadilha para o leitor, o colocando em uma zona de conforto dentro da leitura, mas do nada, aparece uma arapuca. Seja na trama principal, ou seja, na hora de lidar com a emoção dos personagens. A Família Visão não apresenta emoções tão facilmente, a não ser quando estão sendo teatrais para vizinhos, mas sentimos, vindo dos personagens, coisas como alegria, fúria, amor, solidão e decepções. Como quando o Visão descobre que seu trabalho junto a Casa Branca não é remunerado e ele se preocupa com e renda familiar. O modo que é colocado, sentimos a decepção do personagem por isso.

Visão criou a sua família e se mudou para um subúrbio. Ele tem um ideal de ter uma vida normal com os vizinhos, trabalhando como contato dos Vingadores na Casa Branca, os filhos frequentando a escola. Mas não existe vida normal para super seres. Em um momento em que o patriarca está fora, o vilão Ceifador ataca a casa, e feri a filha Viv. Virginia então mata o agressor e o enterra no quintal. Então alguém (como no filme Janela Indiscreta) a filma fazendo isso e começa uma chantagem e o jogo dos erros sucessivos.

O texto visceral, que há muito tempo eu não via em um personagem da Marvel Comics, constrói o fato da Família Visão tentar ser o mais normal possível, as conversas familiares são de pessoas normais, mas o dialogo construído está longe disso. Eles se são figuras circenses aos olhares das pessoas próximas, e também alvo de preconceitos. Algo decorrente durante arco, mas que não é o principal tema. O tentar ser normal, tentar levar uma vida normal é o que nos faz pensar sobre o arco de Visão. Quantas e quantas famílias que vivem com diversos problemas internos tentam passar uma vida rotineira para quem está de fora?

O ato final estampa na cara do leitor que ainda é, apesar de todo o contexto diferenciado, uma história com personagens super-heróis. Mas o final, que é digno de um grande filme de suspense e com uma revelação incrível, bate na nossa cara a grande obra que é. Tom King realmente acertou no ponto certo em Visão, coisa que ainda falta fazer na sua mensal do Batman. 

Os desenhos de Gabriel Hernandes Walta apresentam personagens com belos traços humanos e variadas expressões dignas de vencedores de Oscars, mas no o resultado final é bem comum. Mas não que seja por culpa do desenhista, mas o projeto em si, como a própria história pede, tem um ar de “normalidade”. A série tem menos ação que um gibi de heróis teria, com bastantes diálogos e situações de cotidiano. Acaba meio que indo no automático em alguns momentos.

Lançado originalmente em 12 edições, a Panini publicou em dois volumes, Pouco Pior Que Um Homem (Vol 1) e Eu Também Serei Salvo Pelo Amor (Vol. 2), essa fase de Tom King na HQ do Visão. Edições que não podem faltar na estante de nenhum amante de quadrinhos.

 

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Confira a prévia de Heroes in Crisis #1

O grande evento da DC nos quadrinhos este ano está chegando. Heroes in Crisis #1 ganhou uma novíssima prévia. Nela, temos os dois protagonistas da história: Arlequina e Gladiador Dourado. Confira a prévia da primeira edição da minissérie:

“Há um novo tipo de crise ameaçando os personagens do Universo DC, arrancada das manchetes do mundo real pelo ex-funcionário da CIA e atualmente roteirista, Tom King: Como super-heróis lidam com o estresse pós-traumático? Bem-vindo ao Santuário, um hospital ultra-secreto para heróis traumatizados pela luta contra o crime. Entretanto, algo dá errado quando um dos pacientes é assassinado. Arlequina e Gladiador Dourado são os dois suspeitos. Logo, cabe à Trindade investigar, mas eles podem solucionar o mistério em face da oposição esmagadora?” 

Heroes in Crisis #1 é escrito por Tom King e desenhado por Clay Mann. A primeira edição será lançada na próxima quarta-feira (dia 26). A minissérie será composta por 9 edições. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Visão | Segundo e derradeiro volume de Tom King está em pré-venda

Já está em pré-venda Visão – Eu também serei salvo pelo amor, o segundo e último encadernado com histórias escritas por Tom King mostrando uma nova “visão” (eita trocadilho) do personagem. O lançamento oficial está programado pela Panini para outubro. Este volume reúne as edições originais de Vision #7 a #12 e conta com artes de Gabriel Hernandez Walta, Michael Walsh e Jordie Bellaire.

Era uma vez um robô que se apaixonou. E então algumas coisas bem ruins aconteceram. Mas a história do Visão e da Feiticeira Escarlate era apenas o começo. Agora, o Visão construiu uma nova vida para si, e uma nova família. Porém, embora toda família tenha sua cota de esqueletos no armário, para os Visões esses esqueletos são reais. E agora a fachada da família está ruindo.

Os Vingadores sabem da verdade. Que a esposa do Visão cometeu assassinato. Que ele mentiu para protegê-la. E que essa mentira será seguida por outra mentira, mortes se acumularão sobre outras mortes. Os Vingadores sabem que precisam agir. A tragédia é iminente e colocará o androide vingador num confronto devastador contra os Heróis Mais Poderosos da Terra. Ninguém está a salvo.

A releitura de Tom King para o Visão é um dos quadrinhos mais elogiados nos últimos anos, se tornou uma das publicações mais importantes e influentes da Marvel Comics, sendo adotada como leitura obrigatória em uma faculdade na Califórnia, nos EUA.

Visão – Eu também serei salvo pelo amor tem formato 17 x 26 cm, 140 páginas, capa dura e o preço de R$ 40,00.

 

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HQ de Tom King se torna leitura obrigatória em faculdade na California

Um estudante da faculdade Porteville College, localizada na California, afirmou em seu twitter pessoal, que o arco do Visão roteirizado por Tom King (Visão: Pouco Pior que um Homem em português), se tornou leitura obrigatória em sua universidade.

Por muitos, King é considerado um dos maiores roteiristas de quadrinhos da atualidade, tendo em seu currículo o mais recente Senhor Milagre, pela DC Comics, que como Visão, aborda temas cotidianos (como a depressão) ao mesmo tempo que mistura um pouco de fantasia em suas composições.

Em Visão: Pouco Pior que um Homem, acompanhamos o herói título ao lado de sua esposa Virgínia e de seus dois filhos gêmeos VIv e Vin, enquanto buscam estabelecer uma vida normal nos moldes americano em um bairro residencial de classe média perto de Washington, D.C.

Para mais matérias a respeito do mundo dos quadrinhos, fique ligado (a) aqui, na Torre de Vigilância.

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“Deus está acima de nós e ele usa uma capa.”

Em uma roda de discussão sobre super-heróis, sempre há aquela pessoa a qual acredita na ideia do Batman com o preparo. Você, caro leitor, já deve ter testemunhado muitos comentários acerca desta questão tanto para o bem, quanto para o mal. Enquanto alguns indivíduos por causa disso, o elevam a um grande patamar, outros, o inferiorizam. O que me atrai no Cavaleiro das Trevas é a tragédia. Pois a morte de Thomas Wayne e Martha Kent já ganharam tantas re-interpretações e significados no decorrer dos anos. Conferindo à tragédia, mais camadas.

Quando a pessoa usa “Frank Miller” e “preparo” na mesma frase, eu já olho meio assim:

Entretanto, não posso culpar as pessoas em relação a questão do preparo. É algo enraizado no personagem desde a LJA por Grant Morrison. Entretanto, havia um bom motivo: O título comparava os heróis da DC aos Deuses do Olimpo. Assim como também pode ser justificado pelo amor do escocês à Era de Prata, seus absurdos e as resoluções de casos inimagináveis. Ele é o Melhor Detetive do Mundo e pronto. Contudo, ainda há uma grande distinção entre Batman e Bruce Wayne por parte da audiência: Um precisa ser perfeito, o outro, não.

Esta pequena introdução serviu apenas para contextualizar a análise do quadrinho o qual abordarei neste singelo artigo: Cold Days. Esta história faz parte do atual volume de Batman, compilando as edições #51 à #53, tendo sido finalizada semana passada.

Grant Morrison não fez nada de errado.

 

SPOILERS SOBRE BATMAN #50 A SEGUIR 

Depois de ser largado no terraço por Selina, Bruce Wayne está quebrado, pois aquilo que estava tão perto de alcançar foi tirado dele: Sua felicidade. Três mulheres foram assassinadas. O padrão das mortes é o mesmo: Cérebros com baixa-temperatura. Logo, Batman sabe quem é o assassino: O Senhor Frio. Violentamente, ele arranca a confissão do vilão. O caso vai ao tribunal, onde alguns cidadãos de Gotham devem dar seu veredito sobre o caso. Embora pareça óbvio para alguns quem é o culpado, não é óbvio para Wayne.

Cold Days aborda uma questão interessante a qual não me recordo ter lido em outras HQs do personagem: O Complexo de Deus. Em certo ponto da história, Bruce pergunta se uma das mulheres dentro da sala, usa uma cruz. Ela responde que sim e pergunta logo em seguida se ele acredita em Deus e ele responde: “Eu costumava acreditar.” Depois desta declaração, voltamos ao flashback da morte de Martha e Thomas Wayne, o momento trágico o qual marcou o nascimento do Batman. Contudo, aqui, ele diz que ele encontrou Batman, assim como pessoas dizem que encontraram Deus.

“Deus está acima de nós e ele usa uma capa.”

“Então, basicamente, ele comparou Batman a Deus?” Sim, mas não com o intuito de defender o Morcego, ou se opor a ele. Ele faz esta comparação para questionar a fé cega dos cidadãos no vigilante. Não apenas porque ele as salvou inúmeras vezes, mas porque elas acreditam que ele trará esperança eterna para Gotham.

Ele está acima da lei, pois é o Batman, mas não deveria. Ele deveria ser tratado como um cidadão normal, com direitos e deveres e não, ser elevado ao patamar de uma figura divina, pois ele pertence a raça humana e é tão imperfeito quanto nós. Nem sempre ele é o Melhor Detetive do Mundo.

Aqui, neste quadrinho, ele admite isso. Ele não conversa com bandidos, ele apenas os chuta na cara, toda vez. Talvez os vilões não estejam obcecados por eles, talvez estejam apenas se defendendo, pois sabem que o Morcego os caçará. Como um dos civis diz durante a narrativa: “Em Gotham, você precisa permanecer com a arma em suas mãos.” Tom King, mais uma vez, renova o personagem, trazendo novos questionamentos. Acompanhado da belíssima arte de Lee Weeks, com seus traços minimalistas. Cold Days é uma história perfeita.

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Batman #50 é uma linda, poética e brilhante carta de amor

É chegado o grande dia. Após uma massiva campanha de divulgação, vários prelúdios e polêmicas com New York Times, Batman #50 está entre nós. O Casamento, veio para fazer história na cronologia do personagem. Mas não da forma o qual muitos leitores anseiam ou aguardam. A edição já está dividindo opinião de muitos leitores. Enquanto uns dizem que é apenas enrolação por parte do roteirista, outros defendem a história como uma brilhante carta de amor.

É compreensível a revolta, mas esperamos e torçamos para que ela não atinja o patamar de Império Secreto. Edições sendo queimadas e xingamentos direcionados aos autores seria uma atitude extremamente desrespeitosa. A culpa, portanto, reside na campanha de marketing, mas ao mesmo tempo, é compreensível. Analisando a situação como editora, essa é a chance para aumentar ainda mais as vendas do título. Como diria um sábio: “É Batman. Batman vende.”

Capa variante da edição. Por Jim Lee

Logo, o que nos resta é analisar a história de forma isolada ou como uma continuação a tudo o que o roteirista desenvolveu até agora. Alerta de spoiler: Funciona. Mais uma vez, King faz o que sabe fazer de melhor: Poesia. A narrativa é dividida em duas: A preparação para o evento e as cartas de amor do Morcego para a Gata, ou vice-versa. King faz o seu Como a Luz dos Olhos Teus em mais de 20 páginas. Tudo isso acompanhado de uma equipe talentosa de artistas incluindo seus parceiros: Mikel Janín, Joelle Jones, Mitch Gerads e David Finch. Assim como outros grandes artistas: Paul Pope, Frank Miller, Tim Sale, Jason Fabok e outros.

A outra história, como eu disse, são as preparações para o casamento. Mikel Janín mais uma vez entrega um bom trabalho e há uma splashpage espetacular e extremamente romântica. Há um paralelo traçado na distribuição dos quadros, uma característica sempre bem-vinda nos roteiros de King. Assim como, alguns momentos emocionantes. Daqueles de fazer qualquer fã do Morcego chorar.  Agora, vamos entrar na zona de spoilers: Eles se casam ou não?

Uma fantástica splashpage

A resposta é: Não. Entretanto, ainda há esperança. “Como assim, depois desse marketing todo?” Isso é algo o qual muitos não entenderam ainda. Este não é o fim do run de King pelo personagem. Como o roteirista descreveu em entrevista a Entertainment: “Imagine que você está assistindo ao Império Contra Ataca e Vader acabou de pegar a arma do Han”. A ideia central é um questionamento: Bruce Wayne pode ser feliz? Nós ainda vamos descobrir, mas ao que tudo indica, ele pode. Selina não o larga no altar pois ele é uma criança a qual se recusou a crescer – como foi erroneamente interpretado pelo New York Times – , mas sim, pois Gotham precisa do Batman.

Além disso, é necessário falar sobre a última página da edição: Vários personagens dos arcos anteriores reunidos no Asilo Arkham. Entre estes personagens, vilões como o Coringa e Charada. Assim como, aliados: Thomas Wayne de Flashpoint e Gotham Girl. Simultaneamente, Holy (Amiga de Selina) e Bane falam sobre o Morcego ter sido quebrado. As teorias começam: A busca pela felicidade de Wayne é um plano dos vilões, ou é algo maior?

Ok… o que está acontecendo?

De qualquer forma, chegamos à metade deste fantástico run e as coisas prometem (e irão) pegar fogo nos próximos anos. Além disso, Selina ganhou uma revista mensal escrita e desenhada por Joelle Jones a qual começou bem e promete mostrar o “novo” status dela. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Eu Sou Bane: “Você sofreu tudo isso pela possibilidade de vitória.”

Em seu primeiro ano na revista Batman, Tom King revolucionou o personagem. Em Eu Sou Gotham, introduziu aos leitores a heroína Gotham Girl. Assim como, iniciou uma trama com o Pirata Psíquico. Em Eu Sou Suicida, entrelaçou os destinos de Bruce e Selina enquanto desenvolvia uma história de assalto. Em Eu Sou Bane, a conclusão deste primeiro ano, o roteirista entrega a revanche entre o Morcego e o homem que quebrou suas costas.

Assim como A Queda, publicada na década de 90, Eu Sou Bane não é apenas sobre brutalidade física, mas também espiritual. A diferença é claro, reside no fator suicida envolvendo o Batman o qual está sendo constantemente explorado durante o run. Além disso, King traça paralelos entre as dores do protagonista e do antagonista. Aspecto o qual confere mais poesia e antecipação à obra.

Paralelos entre Batman e Bane

Como é o fim do início, Eu Sou Bane é grande em sua escala e envolve a maioria dos personagens utilizados desde o início da revista. O Tigre de Bronze, a Mulher-Gato, Gotham Girl e a Bat-família, todos eles desempenham algum papel fundamental para a narrativa, mas funcionam apenas como peças, as quais são movimentadas da maneira certa.

Na verdade, o arco pode ser interpretado como uma partida de xadrez repleta de sangue e socos. O jogo violento é ilustrado por David Finch. O artista apresenta um desempenho levemente inferior ao seu trabalho em Eu Sou Gotham, mas ainda assim, entrega a pancadaria. As cores de Jordie Bellaire mais uma vez fazem grande diferença na composição artística, assim como a distribuição de painéis proposta por King.

 

Para finalizar, é incrível como o roteirista entrelaça todos os eventos até aqui através de um gigantesco e brilhante monólogo de uma personagem bastante conhecida. Essa gigantesca fala a qual percorre a última parte do arco, define o Batman trazido pelo autor e sua jornada. O Batman sofre, quer sofrer e precisa sofrer. É a sua morte, ele está buscando por ela, pois acredita na vitória após o sofrimento. Recitando o que é dito pela mensageira misteriosa: “Você sofreu tudo isso pela possibilidade de vitória.”

Eu Sou Bane finaliza com maestria o primeiro ano do Cavaleiro das Trevas por Tom King. Impossível não elevar as expectativas para o segundo ano com A Guerra das Piadas e Charadas. O arco foi publicado por aqui entre as edições 10 à 12 da revista Batman, pela Panini. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Heroes in Crisis | Confira a sinopse e detalhes do novo evento da DC Comics

Depois de o roteirista Tom King anunciar no programa Late Night With Seth Meyers, o projeto Heroes in Crisis, o novo evento da DC Comics, alguns detalhes foram revelados. Como uma breve descrição, como funciona o Santuário, o envolvimento importante da Arlequina e do Gladiador Dourado na trama e uma primeira página, ainda inacabada, divulgada pelo próprio King.

O site Newsarama divulgou uma sinopse de Heroes in Crisis, que será publicada na próxima edição de DC Previews. A descrição aponta o que teremos pela frente no novo evento da Editora das Lendas:

“Há uma nova crise para os heróis do Universo DC e o evento mostrará como um super-herói lida com Estresse Pós-Traumático. Conheça o Santuário, um hospital ultra-secreto para heróis que estão traumatizados por conta de batalhas cósmicas e lutas contra o crime. Porém, algo inexplicavelmente dá errado quando diversos pacientes aparecem mortos, com dois conhecidos operadores se destacando como os principais suspeitos: Arlequina e Gladiador Dourado. Agora, cabe a famosa Trindade da DC investigar”.

O Santuário foi construído cinco anos atrás, após Batman, Superman e a Mulher-Maravilha perceberem que os novos heróis precisavam lidar com as piores partes do trabalho e os traumas que ele traz. Situado em um lugar isolado no Nebraska, o mundo exterior, o enxerga como um simples e pequeno rancho.

Mas na verdade é uma ilusão que esconde uma acomodação futurista e sofisticada criada por tecnologia Kriptoniana. O local é controlado por robôs e hologramas e para proteger a integridade do lugar, a Trindade pede para que os heróis ali atendidos, não revelem sobre a sua existência. Apenas o trio sabe quem passa pelo Santuário.

A poderosa Trindade tem opiniões diferentes sobre o Santuário e sua real finalidade: o Batman enxerga como uma necessidade, a Mulher-Maravilha vê como uma gentileza e o Superman considera como um ato de bondade.

Heroes in Crisis será uma minissérie em 7 edições escritas por Tom King e desenhos de Clay Mann. A previsão de lançamento é para setembro nos Estados Unidos.

 

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Tom King anuncia Heroes in Crisis, nova minissérie da DC

Há alguns meses, Tom King falou sobre um projeto chamado Sanctuary. A ideia era construir um centro para lidar com os traumas dos super-heróis. Além disso, havia especulações em torno de uma nova Crise pelas mãos do roteirista. Bom, King escreverá uma Crise, mas não como imaginávamos. Durante o programa Late Night with Seth Meyers, o autor anunciou Heroes in Crisis. Confira a capa da primeira edição:

Crisis
Heroes in Crisis #1 por Clay Mann

“Eu me sinto parte de uma geração a qual passa muito tempo lutando contra o terrorismo. Milhões de pessoas experimentam este ciclo e retornam para casa. Acho que essa experiência com a violência está definindo nossa cultura, nosso país e quem somos. Eu quero falar sobre isso. Eu quero falar sobre como isso pode afetar uma pessoa, uma comunidade, uma nação, o mundo. Se eu pudesse fazer o que eu quisesse com o Universo DC, eu traria este senso de comunidade entre os super-heróis e as pessoas. É um dever falar sobre o impacto da violência através dos meus quadrinhos.” – King declarou. 

Heroes in Crisis será uma minissérie de 7 edições escritas por Tom King, com desenhos de Clay Mann, cores de Tomeu Morey e diagramação de Clayton Cowles. A primeira edição será publicada no dia 26 de setembro. Na premissa, Batman, Superman e Mulher-Maravilha fundam o Santuário, para ajudar super-heróis a lidarem com seus traumas. Além da Trindade, Arlequina e Gladiador Dourado serão os protagonistas da trama. Mais detalhes devem ser divulgados em breve. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.