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Eu Sou Bane: “Você sofreu tudo isso pela possibilidade de vitória.”

Em seu primeiro ano na revista Batman, Tom King revolucionou o personagem. Em Eu Sou Gotham, introduziu aos leitores a heroína Gotham Girl. Assim como, iniciou uma trama com o Pirata Psíquico. Em Eu Sou Suicida, entrelaçou os destinos de Bruce e Selina enquanto desenvolvia uma história de assalto. Em Eu Sou Bane, a conclusão deste primeiro ano, o roteirista entrega a revanche entre o Morcego e o homem que quebrou suas costas.

Assim como A Queda, publicada na década de 90, Eu Sou Bane não é apenas sobre brutalidade física, mas também espiritual. A diferença é claro, reside no fator suicida envolvendo o Batman o qual está sendo constantemente explorado durante o run. Além disso, King traça paralelos entre as dores do protagonista e do antagonista. Aspecto o qual confere mais poesia e antecipação à obra.

Paralelos entre Batman e Bane

Como é o fim do início, Eu Sou Bane é grande em sua escala e envolve a maioria dos personagens utilizados desde o início da revista. O Tigre de Bronze, a Mulher-Gato, Gotham Girl e a Bat-família, todos eles desempenham algum papel fundamental para a narrativa, mas funcionam apenas como peças, as quais são movimentadas da maneira certa.

Na verdade, o arco pode ser interpretado como uma partida de xadrez repleta de sangue e socos. O jogo violento é ilustrado por David Finch. O artista apresenta um desempenho levemente inferior ao seu trabalho em Eu Sou Gotham, mas ainda assim, entrega a pancadaria. As cores de Jordie Bellaire mais uma vez fazem grande diferença na composição artística, assim como a distribuição de painéis proposta por King.

 

Para finalizar, é incrível como o roteirista entrelaça todos os eventos até aqui através de um gigantesco e brilhante monólogo de uma personagem bastante conhecida. Essa gigantesca fala a qual percorre a última parte do arco, define o Batman trazido pelo autor e sua jornada. O Batman sofre, quer sofrer e precisa sofrer. É a sua morte, ele está buscando por ela, pois acredita na vitória após o sofrimento. Recitando o que é dito pela mensageira misteriosa: “Você sofreu tudo isso pela possibilidade de vitória.”

Eu Sou Bane finaliza com maestria o primeiro ano do Cavaleiro das Trevas por Tom King. Impossível não elevar as expectativas para o segundo ano com A Guerra das Piadas e Charadas. O arco foi publicado por aqui entre as edições 10 à 12 da revista Batman, pela Panini. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Sobre o Autor

João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)