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Torre Recomenda | Animês de 2020

Agora sim, creio que isso seja um evento frequente o suficiente para chamarmos de “tradição”: Todos os anos, as equipes da Torre se esforçam por noites a fio para juntar as três coisas que o brasileiro mais gosta, que são “listas”, “entretenimento” e “confusão”.
A ideia dos “melhores do ano” é de botar o holofote em algumas coisas que podem ter passado despercebidas no meio de um ano agitado (que 2020 foi mais do que o normal, diga-se de passagem). Também serve para demonstrar o quão deslocada e fora do lugar a nossa equipe de animês está do público-alvo deste site. Mas tudo bem!

Esse ano, este que vos digita (Vini) estará acompanhado de ninguém menos que Luiz Alex para te trazer os animês que foram, em nossas humildes opiniões, os cinco melhores de 2020 (com algumas ressalvas).

Redator: Vini Leonardi

5 – BOFURI: I Don’t Want to Get Hurt, so I’ll Max Out My Defense. (Inverno 2020)

Eu já disse que amo comédias? Em quinto lugar, um show do já tãaaao longuínquo mês de Janeiro.
Esse animê foi um caso positivo de quebra de expectativa (e vocês vão ver que isso aconteceu bastante esse ano): Eu imaginei que teríamos um simples show Slice of Life fofinho com garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas. E, sinceramente? Isso bastaria pra mim. Mas o que eu recebi foi muito mais do que foi prometido. Recebemos um show hilário com uma comédia absurda e nonsense que eu simplesmente adoro. E, como a cereja do bolo, um elenco de personagens carismáticos tanto em design como em personalidade, que conseguiram me cativar em meros 12 episódios.
Estou com muitas saudades da Maple e ficarei feliz de assistir a segunda temporada – que já está anunciada – assim que ela começar.

O show está disponível na Funimation.

4 – Ikebukuro West Gate Park (Outono 2020)

(Contestavelmente) O único título da minha lista que não é uma comédia. O show que se auto-abrevia como IWGP faz parte de um gênero que eu adoro, e que sempre que encontro, decido assistir imediatamente: O mistério urbano. Esse, em especial, trata de um subgênero do mistério urbano que eu gosto ainda mais: O urbano racional, onde os conflitos são intrinsecamente humanos.
Você gosta de guerras de gangue em um centro urbano japonês do início dos anos 2000? Se sua resposta é “sim”, eu não tenho como te recomendar mais esse show.

Apesar de ser totalmente fabricado para apelar aos meus gostos, eu ainda consegui encontrar algo que me surpreendeu na trama: Os temas que seus contos episódicos contam, se considerando a data do material de origem. O show trata de temas complexos como xenofobia e imigração, preconceitos irraigados da cultura japonesa, uso de drogas e prostituição, suicídio e muito mais. Pode não parecer nada de extraordinário nos dias de hoje tratar desses assuntos, mas quando você percebe que o show é uma adaptação de uma série de livros cuja publicação começou em 1998, você entende o quão “ousado” foi Ira Ishida, o autor da obra.

Como comentei, o show é episódico, então você pode pegar apenas o primeiro episódio para assistir, e ver se é o seu tipo de entretenimento. Se não gostar logo de cara, já abandona o barco e parte pro próximo. Simples assim.

O show está disponível na Funimation.

3 – My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! (Primavera 2020)

Já falei bastante sobre “Hamefura” quando tratei do futuro do isekai. Recomendo a leitura para entender do que o show se trata: O Futuro do Isekai e “My Next Life as a Villainess”.

E, agora que o show já está terminado, tenho ainda um ponto extra a acrescentar, e que fez com que as aventuras de Catarina (que, aliás, espero que esteja tendo um bom dia) ficassem ainda melhores: A história é fechada com uma conclusão extremamente satisfatória. É muito, mas muito raro encontrar shows adaptados de Light Novels (principalmente isekais) que conseguem… terminar. Sempre acabamos com um final em aberto que grita “vá ler o material original” na sua cara. Mas a Catarina é boba demais para fazer isso. Ela te deu um final que é realmente um final, e isso foi o suficiente para me dar uma satisfação absurdamente grande.

As Light Novels continuam depois do animê, e, inclusive, já temos uma segunda temporada anunciada. Mas é um caso onde a história não precisava continuar. Isso, aliás, me dá um pouco de medo do que vem por aí…

O show está disponível na Crunchyroll.

2 – A Destructive God Sits Next to Me (Inverno 2020)

Possivelmente uma das comédias mais tecnicamente perfeitas já feitas na história da humanidade. Eu fiz questão de explicar os motivos por trás dessa afirmação ousada numa postagem: Os princípios da comédia em “A Destructive God Sits Next to Me”.

Entendo que se trata de um show que não faz o gosto de todo mundo, mas tenho certeza que se você, assim como eu, simplesmente adora o absurdo e se acaba de rir com a desgraça alheia, você vai adorá-lo, a ponto de cair da cadeira rindo. Não que isso tenha acontecido comigo… Não… Jamais…

Tendo sido um título de Janeiro, eu passei o ano todo tendo certeza que uma das posições do meu TOP 5 já estava ocupada. E, por grande parte do ano, tive a impressão de que nada – nem ninguém – seria capaz de tirar o título de Koyuki Seri. Porém…

O show está disponível na Crunchyroll.

1 – The Misfit of Demon King Academy (Verão 2020)

Você achou mesmo que ser o melhor animê do ano seria o suficiente para tirar Anos Voldigoad, o Rei-Demônio da Destruição, do primeiro lugar?

Surpreendendo você, eu, e até a minha mãe, o melhor show do ano foi um Harém Escolar Mágico Genérico com protagonista invencível. É um animê que trabalha com expectativas e realidade, e é justamente isso que eu explico no meu mais sincero pedido de desculpas: Expectativas e Realidade em “The Misfit of Demon King Academy”.

Como comentei mais cedo na lista, há controvérsias sobre classificar “The Misfit of Demon King Academy” como uma comédia, pois… Bem… Não temos certeza se a ideia era ser uma comédia ou ser levado a sério. A arte de ser capaz de fazer uma obra que pode ser lida tanto seriamente, como também se fosse uma paródia, e fazer ambas as leituras serem viáveis e plausíveis é de aplaudir de pé.
E a minha forma de aplaudir de pé é dedicando o título de “Melhor animê do ano” para o Rei-Demônio da Destruição, Anos Voldigoad.

Fico com muita expectativa de que façam mais. Eu quero mais! Há muito mais a se explorado! A ser explicado! Muitas frases de efeito cafonas para serem ditas! Por favor, Japão, nunca te pedi nada!

O show está disponível na Crunchyroll.

Redator: Luiz A. Butkeivicz

– Dorohedoro (Inverno 2020)

Adaptando o mangá seinen de mesmo nome, Dorohedoro foi um dos destaques e surpresas desse ano.

Produzido pelo estúdio MAPPA e dirigido por Yuuchirou Hayashi, Dorohedoro é um animê em CGi que se passa na sombria cidade distópica, Hole, onde usuários de magia testam suas habilidades nos seus residentes. Kaiman, um homem misterioso com cabeça de lagarto, e Nikkaido, dona de um restaurante cuja especialidade é o seu gyoza, caçam esses usuários de magia a fim de conseguir respostas sobre o passado de Kaiman. No decorrer da história, conhecemos outros personagens fascinantes como Shin e sua parceira Noi, usuários de magias extremamente fortes e violentos mas também incrivelmente carismáticos, que fazem a trama brilhar ainda mais ao borrar a linha entre protagonistas e antagonistas.

Produzido completamente em CGi, Dorohedoro demonstra, através de cenas de luta incrivelmente brutais e multicoloridas, a realidade cruel, monstruosa, suja e distópica de Hole e que é possível se apropriar dessas técnicas sem quedas de qualidades na animação em comparação com o estilo tradicional 2D.

Dorohedoro é uma recomendação excepcional que se destaca pela sua ambientação fantástica, lutas incríveis e sangrentas e personagens vívidos e carismáticos que, a cada episódio, sempre deixam ansioso para o próximo e com um gostinho de quero mais.

Dorohedoro está disponível em streaming na Netflix.

– Kakushigoto (Primavera 2020)

Uma obra de um dos meus mangakas favoritos, Koji Kumeta, não decepcionou ao trazer Kakushigoto para a tela através do estúdio Aija-Do (Honzuki no Gekokujou) na primavera de 2020.

A sinopse do animê, pela Funimation, diz: “Kakushi Goto é um pai solteiro com um grande segredo. Ele é o artista mais vendido de mangás eróticos populares, e sua filha, Hime, não pode descobrir. Ele tem que rebolar para impedi-la de descobrir neste conto de amor e risos entre pai e filha.”

Ainda seguindo muitos passos característicos do autor desde sua obra anterior, Sayonara Zetsubou Sensei, Kakushigoto cria sua própria marca e é em comparação uma história muito mais linear e pessoal, que a cada episódio traz com extremo sucesso o espectador mais próximo da tela e de seus personagens.

Um slice of life dramático incrível que demonstra o crescimento do autor tanto dentro quanto fora da obra, além de uma ótima introdução – leve e casual – para as obras de Kumeta.

Kakushigoto está disponível em streaming na Funimation.

– Keep Your Hands Off Eizouken! (Inverno 2020)

Do lendário diretor, Masaaki Yuasa (Devilman: Crybaby, Tatami Galaxy), “Keep Your Hands Off Eizouken!” brilhou como ouro desde o seu primeiro episódio ao apresentar uma história hilária e cativante sobre o poder que a animação tem de criar e trazer sonhos à vida.

Midori Asakusa é uma garota com uma grande imaginação sempre perdida em seu sketchbook, enquanto sua melhor amiga, Sayaka Kanamori, é uma calculista que traz Asakusa de volta das suas viagens imaginárias.
Após as duas se encontrarem com Tsubame Misuzaki, as três imediatamente formam uma conexão quando Asakusa e Misuzaki percebem suas paixões pela arte da animação. Movida pelo seu interesse em fazer dinheiro, Kanamori sugere que as três formem o clube de animação com Asakusa desenhando as magníficas paisagens e cenários e Misuzaki os vívidos personagens. A história segue o trio em uma aventura através dos insights e técnicas da indústria da animação em trechos fantásticos que ilustram a imaginação das personagens ganhando vida.

Com diversas indiretas e referências a ícones e obras da indústria, Eizouken é uma declaração de amor que transpira sentimentos de paixão e nostalgia pelo sonho de criar um mundo absurdo e fantástico através do poder da animação; uma declaração compreendida tanto por aqueles que possuem esse sonho como aqueles que cresceram vivenciado as histórias e magias que ela proporciona.

Eizouken é verdadeiramente uma experiência mágica que através de uma direção e animação geniais leva o espectador de volta à infância e nos lembra o esforço e paixão que está por trás das obras que colocam um sorriso em nossos rostos.

Keep Your Hands of Eizouken! está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The God of Highschool (Verão 2020)

Numa nova onda de adaptações de manhwa e webcomics, The God of Highschool traz tudo que um shounen de torneio precisava.

The God of Highschool, abreviado GOH, é um torneio nacional de artes marciais livre organizado pelo misterioso Park Mujin, membro da Assembléia Nacional, a fim de testar os lutadores mais fortes da Coréia, conferindo ao vencedor do torneio um desejo a seu alcance. É nesse torneio que o expert de taekwondo Jin Mo-ri, o karateka Han Dae-wi e a espadachim Yu Mi-ra se encontram, cada um seu objetivo para alcançar o título de God of Highschool.

Através de uma animação incrível, o estúdio Mappa traz à vida as sensacionais cenas de luta que definem o animê. Aos poucos o show se distancia do torneio e começa a revelar um plot maior envolvendo poderes divinos que, embora já explicados, devem ser mais explorados futuramente.

Com o manhwa em andamento; a promessa de uma continuação ambientada na China; e ter terminado deixando mais dúvidas do que respostas, o show nos deixa ansiosos para o retorno do trio de Seul.

The God of Highschool está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The Millionaire Detective – Balance: Unlimited (Primavera 2020)

Seguindo na linha da comédia e do gênero policial, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited foi uma das surpresas ofuscadas da temporada de primavera de 2020, estreando ao lado de Kaguya-sama e Kakushigoto. Entretanto, acabou reluzindo no final das contas e ganhando seu espaço nessa lista.

O animê segue Haru Katou, um mundano detetive guiado pela justiça que após um evento traumático é transferido para a Divisão de Prevenção de Crimes da polícia metropolitana, e Daisuke Kanbe, um playboy multimilionário que ingressa para força policial como parceiro de Katou. Completamente opostos, Daisuke e Haru deverão rever seus valores e trabalhar juntos para chegar a conclusão de um caso enraizado no alto escalão.

É brincando com os estereótipos do gênero mas também explorando a temática do poder ilimitado do dinheiro que “The Millionaire Detective” se faz uma história movida por seus personagens; onde aos poucos, o objetivo é entender o que “justiça” significa para Katou e Daisuke, e como isso afeta seu trabalho como detetives. A discrepância entre os detetives é o que verdadeiramente faz a história do animê brilhar, já que suas diferenças vão muito além apenas da sua metodologia em relação a combater o crime, mas também suas vidas financeiras e personalidades, fazendo com que muitas vezes sua amizade pareça com uma rivalidade.

Com uma excelente dinâmica e interação entre os personagens e extremamente divertido do primeiro ao último episódio, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited não chamou muita atenção durante sua estreia mas no fim das contas se destaca como um dos melhores de 2020.

The Millionaire Detective – Balance: Unlimited está disponível em streaming na Funimation.

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Detective Comics Quadrinhos

Reanimator: Uma nova tentativa de realizar um velho desejo

Passados 4 anos de seu último lançamento pela Veneta, Juscelino Neco volta com seu terceiro título que, mesmo apresentando diferenças em seu traço, mantém as raízes já fincadas na sujeira e podridão de seu submundo particular.

A forma mais fácil e eficaz de introduzir medo em um ambiente é apresentando-o ao desconhecido. Dentre os campeões na categoria, temos a morte. Não à toa, esta condição que marca o fim da vida levou o Imperador de Roma Constantino I a se converter ao cristianismo, convencido de que seu profeta na terra de fato ressuscitou após ser pregado em uma cruz e, três dias depois de ser dado como morto, escapou do mal irremediável para todos. Se hoje em dia temos a comemoração da Páscoa, Natal e outros feriados cristãos, a culpa em boa parte é pelo medo de morrer.

Tentando vencê-lo, o médico Herbert West cria uma substância parecida em forma e efeito com a heroína, mas a descrença na possibilidade do resultado final o faz ser humilhado e achincalhado por seus companheiros de profissão.

Foto: Reprodução/Veneta

Sem alternativas, West encontra no crime a única forma de progredir com seus estudos de trazer os mortos de volta à vida e, não por coincidência, a semelhança de sua criação com a popular droga ilícita acaba deixando as pessoas vivas que a experimentam “mais vivas ainda”, o que resulta em um consumo inesperado por seu parceiro de empreitada e outras pessoas, fugindo de sua ideia inicial e gerando um novo problema na saúde pública.

Todos os personagens de Reanimator são antropozoomórficos: Ratos, porcos, cavalos, vacas e todos os outros comumente usados como adjetivos que, convenhamos, já atribuímos a algum ser-humano em momentos de nossas vidas, estão lá. Dessa forma, somos tão animais quanto eles e, muitas vezes, mais ainda que os nossos companheiros de reino biológico.

O espaço expressivo de datas entre os lançamentos de Parafusos, Zumbis e Monstros do Espaço (2013), Matadouro de Unicórnios (2016) e Reanimator (2020) mostra também que o tempo contribuiu para a mudança no traço do autor: Juscelino Neco vai de uma arte praticamente em linha clara em Parafusos para um desenho mais hachurado, curvo e com muito uso de preenchimentos em preto aqui em Reanimator.

Foto: Reprodução/Veneta

O preto é tido pelas leis da física como uma “cor egoísta” que absorve todas as outras cores e concentra o calor só para si. A escolha artística para representar o obscuro e underground com o uso cada vez maior do preto por Juscelino mostra que, em todo esse período, o desenhista também foi influenciado por outros, absorvendo para si a influência de outras vertentes mas, diferente do que em teoria deveríamos ter aprendido nas aulas de óptica em Física IV, Juscelino compartilha o que aprendeu conosco e não guarda essa energia armazenada apenas para seu âmbito privado. Caso fosse seguida a rigorosidade científica o preto não é uma cor e sim a ausência de cores, mas o que temos na obra é a junção de elementos e não a subtração de artifícios.

Foto: Reprodução/Veneta

Apesar da inspiração em H P Lovecraft, o que se vê aqui é muito mais a presença do escritor norte-americano como “uma pitada de sal” e com isso a história passa bem longe de ser considerada uma adaptação literária. O prefácio pra lá de sincero escrito por Rafael Campos Rocha já denotava o que estava por vir e Juscelino, apesar de se equilibrar no lombo de Cthulhu tomando todo o cuidado para não cair, maneja as rédeas e tentáculos de seu “mascote” fazendo o que quer com ele.

Foto: Reprodução/Veneta

Dentre as diferenças de condução com o autor original, um instrumento muito evidente na narrativa de Reanimator é o humor, que também esteve presente na adaptação cinematográfica de 1985 baseada no mesmo conto. Diversas sacadas são vistas nessa área que por vezes se desvencilha da questão do horror tão famoso de Lovecraft e a história mais se aproxima dos quadrinhos de Gilbert Shelton, Robert Crumb e Simon Hanselmann, autores não publicados apenas pela Veneta, mas por outras editoras por onde passaram os editores que, assim como os que toparam cair no experimento de Mr. West, aceitaram dar vida às doideiras de Juscelino.

Juscelino é, mesmo que de forma subliminar, uma criação de Rogério de Campos. Rogério foi editor das maiores influências de Juscelino em editoras passadas e continua sendo agora na Veneta, editora que além de publicar Reanimator, trouxe vida aos outros já citados títulos do autor. Rogério é como se fosse Mr. West, os quadrinhos são a substância misteriosa e Juscelino é… bem, melhor ele escolher em qual personagem se encaixar.

Foto: Reprodução/Veneta

Mesmo contendo mais de 130 páginas (mantendo a média narrativa do autor que gira sempre entre 100 e 150 páginas) que abrigam não só a história mas também pin-ups de artistas convidados, Reanimator é uma leitura rápida e leve que facilmente pode ser devorada de uma vez só. Assim, não há o que temer aqui: Pode experimentar sem medo.

Reanimator
Juscelino Neco (roteiro e arte)
Howard Phillips Lovecraft (conceito)
152 páginas
22 x 15 cm
R$54,90
Capa cartonada
Veneta
Data de publicação: 10/2020

 

 

 

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Gameplay

Review | Assassin’s Creed: Valhalla

Por muitos anos, Assassin’s Creed foi a minha franquia favorita de videogames. Com o passar do tempo, ficou claro que a qualidade dos jogos foi decaindo, e a série implorava por mudanças, e elas vieram. Desde Assassin’s Creed Origins, a série da Ubisoft se tornou um RPG de Mundo Aberto, e honestamente falando, eu não joguei. O último jogo da série que joguei foi Syndicate, lançado em 2015. Os motivos são simples: eu adorava que os jogos eram curtos e não confiava que a Ubisoft faria um bom trabalho na construção de um RPG e o que fariam com um mundo aberto, pois os jogos já eram repetitivos mesmo sendo pequenos. O mesmo fiz com Odyssey

Porém, eu adoro Vikings e então dei uma chance para Assassin’s Creed: Valhalla.

Realizar incursões é uma das melhores coisas do jogo.

Assassin’s Creed: Valhalla se passa no século IX e segue a história de Eivor, um (a) jovem Viking que deixou a Noruega e partiu para a Inglaterra em busca de conquistar terras e criar um legado. Assim como Odyssey, o jogo deixa escolher o sexo de Eivor, incluindo uma opção do Animus alternar automaticamente em certos momentos da história. Eu optei jogar com a versão feminina.

Devo admitir que as primeiras horas de Assassin’s Creed: Valhalla para mim foram bem maçantes. O famoso caso de “depois de x horas tal coisa fica boa” funcionou aqui. A história não parecia que iria melhorar, beirando o tédio em alguns momentos. Porém, ficar fazendo incursão e explorar o mapa me deixaram ocupado no jogo, por mais que o combate seja ruim.

A história não te dá um norte claro, um dos motivos para a impressão inicial negativa, então diversas vezes você acaba indo para as cidades, formando aliança, torcendo para o enredo andar. Em diversos momentos eu me perguntava se uma hora o jogo iria realmente acabar.

Em compensação, quando a história finalmente andava, era ótimo. O jogo melhorou bastante após a primeira leva de cidades, onde as coisas realmente começam a acontecer e nos leva para uma história bastante eficiente.

Formando alianças.

Para chegar ao final do jogo, você deve completar todos os territórios, mesmo que 70% deles não sejam relevantes para a história em si, então você fica com o sentimento de obrigação. O problema é que são arcos repetitivos, com missões de encheção de linguiça, apenas para ter conteúdo.

A história é dividida em vários arcos que se passam em diversas cidades da antiga Inglaterra, a ambientação novamente é um grande acerto da desenvolvedora. A estrutura entre eles é bastante similar, o que dá uma sensação de repetição. É basicamente a Eivor chegando na região, algo de ruim acontece e então a gente tem que resolver e os líderes dos lugares irão se aliar a nós.

A Eivor é uma personagem simples, mas bem carismática, pelo menos a versão feminina, você compra bem a razão e os motivos dela. A relação dos protagonistas com personagens históricos sempre foi algo que a Ubisoft soube fazer bem, desde os primeiros games, aqui não é diferente.

Os Assassinos, aqui chamados de Ocultos, são introduzidos bem rápido no enredo, com a presença de Basim, e eu gosto bastante da ligação deles com a história do jogo, é bem encaixado e não parece estar ali somente por ter Assassin’s Creed no título.

Assassin’s Creed: Valhalla é lindo

Assasin’s Creed: Valhalla é enorme. Eu finalizei o game com 75 horas e eu não completei metade das coisas que o jogo oferece como opcional. Para aqueles que buscam o Troféu de Platina, o jogo parece ser bastante amigável quanto a isso, a maioria dos troféus secundários são simples.

O roteiro não é nada inovador. Se você já está acostumado a ver histórias de Vikings, não importa em quais mídias, tudo aqui parece bem similar, mas com o efeito Assassin’s Creed. 

Sobre o enredo do presente, a Ubisoft claramente não sabe o que quer fazer, os roteiristas estão perdidos desde Assassin’s Creed III. No entanto, talvez haja chances de alguma melhora acontecer, mas não vou criar esperanças e vocês não devem criar também. Não posso comparar com os dois jogos anteriores, Origins e Odyssey, pois não os joguei.

O que nos faz chegar na melhor parte do jogo: caçar templários, ou melhor, caçar membros da Ordem dos Anciões. São ao todo 45 membros que você deve matar. A maioria estão ligados ao enredo, outros você deve encontrar pelo mapa, no caso dos Devotos, e outros você deve achar pistas e investigar certos lugares.

Os Devotos possuem um nível bem maior que o seu na maioria dos casos, então deve ter cuidado ao enfrentá-los. Eles podem ser encontrados nas principais estradas do mapa, quase sempre andando de cavalo. Ao matá-los, eles liberam pistas de outros membros da Ordem. O mesmo acontece com alguns dos membros padrões.

Existe uma hierarquia no menu, onde quanto mais pessoas você matar daquela estrutura, mais pistas de alguém do alto-escalão serão liberadas, o que vai levar ao líder da Ordem, “O Pai”. Os membros que você mata através do roteiro, não há surpresas de quem eles são, pois o menu possui a silhueta deles, com um borrão. O mesmo acontece com O Pai. Matar todos os membros, é um dos finais do jogo. 

Montar e melhorar o seu acampamento me deu uma nostalgia de Assassin’s Creed II e Brotherhood, é o mesmo feeling. Ao melhorar Ravensthorpe, você vai liberando sidequests com a população, que incrivelmente não são quests tediosas de se fazer. Outras opções de aprimoramento aparecem ao recrutar novos Vikings para a tripulação. Elas são conectadas ao sistema de escolha do jogo.

Há dois tipos de escolhas no jogo: uma que vai definir qual dos dois finais principais você irá pegar e outra para conseguir novos membros para o seu bando. É um sistema bem funcional e simples. As outras opções de diálogos da história não fazem diferença.

O mapa do jogo é imenso e o mundo aberto funciona e você sente que está vivo. O game utiliza o mesmo sistema de encontros de GTA V e Red Dead Redemption 2, você anda pelo mapa e acha pessoas. Esses “Eventos do Mundo” vão de roubar casas, encontrar itens, ajudar pessoas, e por aí vai. E graças adeus não temos batalhas navais, que é uma das piores coisas que a Ubisoft incluiu na série e eu odiava cada momento delas.

Além desses eventos, tem vários outros Mistérios e Artefatos da Região, que compõem o conteúdo opcional do jogo. Temos armaduras, lingotes, empilhar pedras, destruição de símbolos amaldiçoados, exploração de cavernas e templos de Ocultos, entre outras dezenas de coisas. Entre elas, as incursões são uma das coisas mais importantes que você deve fazer para melhorar o seu acampamento.

A árvore de habilidades do game, dividida em três caminhos: Urso, Lobo e Corvo.

O combate é o ponto mais negativo do jogo. Não há ritmo ou peso. Temos um sistema de postura, uma tentativa frustrada daquilo que vimos em Sekiro: Shadows Die Twice, e que honestamente não serve para a maioria dos inimigos. 

Eu preferi jogar aos moldes dos antigos jogos, totalmente no stealth, afinal, temos a lâmina oculta novamente. Eu usei bastante arco também, talvez seja a minha arma favorita e dá para montar build dele. A árvore de habilidades é bem distribuída e é fácil começar a subir de nível e ganhar pontos, no entanto, dá a impressão de que os bônus não fazem diferenças, somente as habilidades em si.

Como eu vim do Syndicate, achei esquisito que as habilidades habituais dos Assassinos devem ser desbloqueadas, mas bem, é outro sistema. Também temos as Aptidões, que são habilidades especiais que utilizamos com a barra de adrenalina. Ela estão espalhadas pelo mapa, com um símbolo de Livro e são bem que legais, tanto pra combate corpo a corpo, quanto para a furtividade.

É engraçado que uma das melhores partes do jogo consiste em invadir e saquear lugares, mas que a pior parte é o fato de você ter que lutar.

Em relação à equipamentos, o jogo é gentil em não obrigar os jogadores a procurarem diversos sets pelo mundo. Cada peça pode ser melhorada e ser a mais forte, sem a necessidade de mudar sempre. Eu mesmo joguei 90% do jogo com um machado danês que adquiri logo nas primeiras horas do jogo. A árvore de habilidades ajuda bastante nisso.

Por mais que os gráficos sejam lindos, o jogo sofre com problemas de iluminação. Nem ao aumentar o brilho ou usar a tocha, isso é corrigido totalmente, então em cavernas fica quase que impossível de enxergar. Uma alternativa foi usar o Olho de Odin para “iluminar” as áreas.

Em termos de otimização, o jogo está bastante pesado e muito bugado. Tive que resetar missões várias vezes pelos personagens ficarem imóveis. Em algumas Incursões o jogo começa ter quedas de frames e em várias cutscenes o jogo crashou. Há carregamento para conversar com personagens, menus e lojas. Para entrar no jogo, dura pelo menos 5 minutos, eu cronometrei, enquanto o de viagem rápida fica por volta de 2~4 minutos, dependendo do lugar. Eu joguei em um PlayStation 4 base, e claramente é um jogo que tira tudo do processamento dos consoles de sete anos atrás.

Assassin’s Creed Valhalla demora para engrenar, mas quando chega lá se torna um ótimo jogo. O game possui um conteúdo massivo, que irá te deixar ocupado por muito tempo. Para os fãs de longa data, ainda há esperanças.

Prata – Considerável

Agradecimentos à Ubisoft pelo envio do código para análise. O jogo está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Google Stadia e PC.

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Gameplay Games

Watch Dogs: Legion e o futuro pela Ubisoft

Watch Dogs é uma franquia cheia de altos e baixos. Já logo no primeiro game tivemos grandes promessas mas acabamos recebendo grandes falhas. No segundo jogo já tivemos o efeito contrario, foi melhorado praticamente tudo em que o primeiro havia falhado, dando uma ideia bastante animadora do que viria a seguir, e a pergunta que fica é: seria o terceiro jogo da franquia, Watch Dogs: Legion o grande jogo que os fãs esperavam? Vamos descobrir!

Antes de começar a falar sobre o jogo achei bastante pertinente trazer uma observação: logo naquele menu de configurações do jogo, onde definimos brilho, tamanho da tela, entre outros ajustes, algo bastante interessante me chamou a atenção. Como trabalho em áreas inclusivas achei super pertinente o trabalho da Ubisoft em desenvolver um modo de Daltonismo para os jogadores que possuem essa deficiência, o que ainda infelizmente é raro hoje em dia nos jogos, fora as diversas opções de legenda e áudios que são focadas também em um público com restrições, ponto super positivo da Ubisoft. Aos poucos as empresas vem dando opções de acessibilidades.

A proposta principal de Watch Dogs: Legion é sair do protagonismo e nos fazer ser “todos” os personagens do jogo. Praticamente todos os NPCs e figurantes do jogo podem ser jogáveis se adicionados à equipe e apesar de ser bem ousado, conseguiram inserir essa mecânica de uma forma sensacional.

Cada personagem possui habilidades únicas, dentre elas temos a capacidade de hackear mais rápido, possuir veículos ou armas específicas e até mesmo empregos que nos ajudam a entrar em locais que poderíamos ser detectados utilizando outros personagens se não àqueles. O meio de consegui-los é por recrutamento, mas não significa que se conversamos com alguém na rua a pessoa vai simplesmente entrar para a equipe. Cada personagem gera missões específicas, que basicamente são favores pessoais que temos que fazer para conseguir recruta-los.

É interessante que antes de tentarmos recrutar os outros players conseguimos ver onde trabalham e por que possuem certas habilidades. Um exemplo disso é um empresário da bolsa que possui uma habilidade de ganhar mais dinheiro do que os outros personagens e por aí vai. Isso ajuda muito em tornar a lore do jogo mais real, já que cada habilidade tem uma explicação para existir. Podemos encontrar pessoas fúteis que as habilidades se resumem em possuir um veículo apenas, mas também conseguimos encontrar pessoas com diversas habilidades diferentes ao mesmo tempo.

Informações sobre os personagens

Com a possibilidade de jogar com vários personagens, pode vir à sua cabeça pensamentos como: “Será que preciso então fazer melhorias e upar todos?” As respostas são Não e Não! O conceito de level não existe dentro do jogo, não é um RPG, e cada habilidade comprada com pontos de melhoria como equipamentos, drones, armas de atordoamento, entre outros, podem ser usadas por todos os personagens.

Outro ponto interessante é que não é possível adquirir novas habilidades com um personagem, ou seja, o jogo te “obriga” a viver a experiência de ter que jogar e saber que cada personagem possui as habilidades certas para certos momentos, trazendo assim uma experiência incrível e completamente diferente do que estamos acostumados, deixando fazer mais sentido o fato de que quanto mais gente recrutarmos, mais “armas” teremos ao jogar.

Menu de seleção de personagens

Detalhe importantíssimo! Há opção de morte permanente para os players e você escolhe se quer aderir ou não logo antes de iniciar. Mas não é possível modificar essa opção depois, então escolha com sabedoria e caso opte por escolher essa opção não se apegue a nenhum personagem.

A história do jogo muda um pouco em comparação aos jogos anteriores. Aqui também somos membros da Deadsec, um grupo de “Hacktivistas” que querem transformar o mundo, mas que foram taxados como terroristas após alguns acidentes criados pelo grupo Zero Day. Logo após isso a Albion, uma agência de segurança privada, começa a culpar a Deadsec como responsável pelos ataques, e assim tomam o “controle” de Londres com a justificativa de gerar segurança e promover uma guerra contra hackers ativistas, claro que em meio a tudo, temos emoções e plot twists (alguns rasos), mas não iremos estragar nenhuma surpresa por aqui, já que a história e suas surpresas são partes fundamentais para a experiência do jogo.

No decorrer do jogo encontramos várias facções e inimigos além da Albion, e como em diversas outras propostas da empresa, temos aquela fórmula de reduzir a influência de facções e afins, para conseguirmos fazer com que as pessoas se rebelem contra os governantes (uma espécie de conquista de territórios). Você deve estar pensando que essa fórmula já esteja um pouco cansativa, mas uma das grandes diferenças de Watch Dogs: Legion é a qualidade das sidequests inseridas dentro das áreas. Elas não são parecidas e você demora muito tempo para “enjoar” de faze-las, o que deixa essa fórmula completamente mais dinâmica em relação à jogos anteriores.

Como nem tudo são flores, encontrei algumas coisas que realmente me incomodaram durante a gameplay. Uma delas foi a demora dos loadings em viagens rápidas e na entrada de algumas áreas (isso não acontece na troca de personagens ou no menu).

Outro ponto que me deixou bastante incomodado foi a inteligência artificial dos inimigos. o Stealth se torna algo bem tranquilo com o nível da IA, alguns inimigos praticamente conseguem ficar na sua frente e ainda assim não te perceber, claro que isso varia com a dificuldade escolhida, porém ainda assim temos uma IA um pouco “burra”.

Por que então por meio de apenas um jogo falamos no título sobre o futuro da empresa? Bom… Sabemos que a Ubisoft recebe diversas críticas em relação ao conteúdo “repetitivo” dentro de alguns jogos de mundo aberto lançados anteriormente e o conjunto que veio com Watch Dogs: legion foi algo completamente animador dentro desse aspecto. Porque nos é apresentado um mapa vivo e não repetitivo, é possível interagir com “todos” os NPCs e figurantes presentes dentro do mapa, somos capazes de recruta-los e cada um possui uma história diferente aumentando bastante a imersão.

Durante as nossas lives da Twitch (aproveitem e sigam o nosso canal por lá) jogando o game perguntei para algumas pessoas o que os prendia dentro de um mundo aberto com um mapa grande, e uma das respostas que mais me chamou atenção foi: “Acredito que dentro desses jogos urbanos, a protagonista é a cidade, o mapa e não o jogador… e se a cidade é viva o jogo é bom”. É exatamente isso que Watch Dogs: Legion nos apresenta, uma cidade viva e interativa e que foge completamente da repetição que iniciamos falando no parágrafo acima.

Respondendo àquela pergunta final que sempre fazemos: “Mas então… O jogo vale a pena?” Sim, bastante. Você terá horas e horas de um gameplay fluido, divertido e nada repetitivo.

Nota: Ouro

Agradecimentos à Ubisoft pela cópia digital do game.

O jogo foi testado em um Playstation 4, mas já está disponível para Xbox One e PC, assim como versões para a nova geração de consoles.

 

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Séries

Fim do mistério! Oscar Isaac fecha acordo com a Marvel Studios para ser o Cavaleiro da Lua

É oficial, Oscar Isaac fechou acordo com a Marvel Studios para interpretar o Cavaleiro da Lua no MCU. A informação é do The Hollywood Reporter.

Oscar é conhecido por dar vida ao Poe Dameron na nova trilogia da saga Star Wars, além de participar do vindouro longa de Duna

Cavaleiro da Lua chega em 2022 com exclusividade do Disney+.

Oscar Isaac in Talks to Play 'Moon Knight' for Disney+ Show

Nos quadrinhos, Marc Spector é um homem que possui transtorno dissociativo de personalidade, criando em sua mente, outras três identidades além do Cavaleiro da Lua, que o ajudam em seu cotidiano como vigilante das ruas de Nova York.

Para futuras informações a respeito  do Cavaleiro da Lua, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.

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Gameplay Games

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV é um presente para os fãs

Após o final apoteótico de Trails of Cold Steel III, com um cliffhanger de cair o queixo, a Nihon Falcom e a NIS America retornam mais uma vez para encerrar a saga de Rean Schwarzer e o Arco de Erebonia.

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV se passa quase um mês após os acontecimentos finais do jogo anterior. O mundo está sendo afetado pela maldição, Rean está desaparecido e Osborne acaba de declarar guerra contra Calvard. Ao mesmo tempo em que precisa amarrar as pontas soltas, o jogo reúne personagens de toda a série.

A review possui spoilers de jogos anteriores. Se você não jogou nada da franquia, por favor não leia.

É difícil comentar e jogar Cold Steel IV sem conhecer os jogos anteriores, e quando eu digo “anteriores”, não me refiro somente aos três primeiros Cold Steel, mas sim de toda a série Trails, passando por Trails in the Sky até Trails to Azure. Todo o worldbuilding e narrativa que a Nihon Falcom estabeleceu durante esses 16 anos, nos leva diretamente até Trails of Cold Steel IV. Eu falo mais sobre a franquia e seus jogos em um artigo aqui no site.

Já nos primeiros minutos, isso fica evidente, quando controlamos personagens dos jogos passados. Sem qualquer conhecimento prévio, toda essa parte se perde. Após isso, somos jogados no controle da nova classe VII, que parte em busca de Rean.

Quando o payoff é maior que a narrativa

Como eu falei anteriormente, Trails é uma série que vem sendo feita e construída primorosamente desde 2004. Em Cold Steel III tivemos a presença de alguns personagens de jogos anteriores e isso foi o bastante para me deixar animado e emocionado. Mas aqui, eu simplesmente desabei ao ver TODOS esses personagens juntos. Todas essas horas jogadas levaram até esse momento e eu não poderia ter ficado mais feliz com essa recompensa. No final, eu estava satisfeito.

Não somente personagens principais, mas NPCs importantes para todo o lore da franquia. Personagens que você acompanhou através de uma narrativa própria, estão aqui, também concluindo o seu arco. A cada personagem antigo que apareceria, eu abria um sorriso.

O jogo é recheado de grandes momentos e aparições que você nunca imaginaria ver em 3D e fico muito feliz por isso ter acontecido.

Foi o suficiente para eu revelar algumas coisas do roteiro. O jogo está longe de ser perfeito, e de ser um dos melhores da série, mas ele é bastante especial.

Tirar o Rean, temporariamente, do controle, foi uma boa decisão, para mostrar o quanto os estudantes da nova Classe VII evoluíram com seus ensinamentos. Os destaques em termos de personagens vão para Ash e Musse. São dois personagens que eu adorei desde que apareceram no jogo anterior, Ash, em especial, possui um ótimo desenvolvimento, além de ter ligação com um dos lugares mais emblemáticos da série. É um retcon que eu aprovo. 

Musse também teve o seu papel e se mostrou uma excelente estrategista durante a Guerra. Kurt brilha apenas no final, ainda não sei o que irão fazer com esse personagem. Já Juna, acaba sendo deixada de lado, já que acabou sendo desenvolvida em Cold Steel III, assim como Altina, que aprendeu o que são sentimentos e como é se relacionar com as pessoas. Ainda assim, é ótimo ver o quão diferentes esses personagens são um dos outros.

Crow está de volta e mostra novamente porque é um dos melhores personagens desse arco. Os personagens da classe VII original compõem o elenco de apoio e são mais importantes para o enredo. Em certos momentos de Cold Steel IIII, eles pareciam que estavam lá por serem obrigados.

Em Cold Steel III, tivemos uma grande evolução no Rean e comecei a gostar bastante dele, e aqui, após a sua volta, o roteiro deixa claro que ele é o alicerce dessa história. Sem ele, Cold Steel não funcionaria do jeito que é, por bem ou por mal.

A Ouroboros e seus membros ainda estão colaborando com Osborne e dando algumas pistas sobre o plano deles. Somente na reta final, a gente recebe alguns detalhes sobre o que eles estão fazendo ali e porque se uniram ao Chanceler. Isso é uma coisa que deixou a desejar nesse arco: o antagonismo total da sociedade, Osborne simplesmente tomou conta de tudo. Provavelmente veremos mais em Hajimari no Kiseki e no próximo arco. Cada membro possui uma personalidade forte e objetivo próprio, ainda que estejam à serviço da Grandmaster. McBurn, novamente, está ótimo aqui.

O plot da Maldição é algo que me deixou com uma pulga atrás da orelha desde que foi apresentado. Não sabia bem para onde ele iria e quais seriam as consequências disso. Me perguntei se “colocar a culpa na maldição”, seria algo que eles iriam fazer aqui. Em partes, foi. No entanto, apesar de eu não ter engolido algumas coisas sobre isso, os roteiristas fizeram de uma maneira que ficou convincente. Mas vejo muitos fãs torcendo o nariz para as explicações dadas e irei concordar.

Os dois finais do jogo foram ótimos. Sim, tem dois finais, para chegar ao final verdadeiro, basta fazer uma sidequest antes de partir para a Dungeon Final. O jogo praticamente deixa na cara que a missão é importante.

O primeiro final, mesmo sabendo da existência de Hajimari no Kiseki, bateu muito forte. Já o segundo, eu só chorei de alegria. Uma coisa que senti falta, foi uma conclusão geral, e com isso acredito que a NISA fez certo em retirar o subtítulo “The End of Saga“.

É Cold Steel II de novo, porém melhor

Estruturalmente falando, Cold Steel IV é exatamente igual à Cold Steel II. Para muitos, e para mim, no começo do jogo, isso pode ser um mal sinal. Afinal, ele possuiu um meio totalmente inchado e cansativo. Aqui, ainda bem, isso não acontece. Obviamente tem algumas barrigas, como todo RPG, mas no final dos atos, eu não fiquei cansado, muito pelo contrário eu só queria jogar mais.

Tudo que tivemos no segundo Cold Steel, retornou aqui. A divisão por atos, a busca e resgate de colegas, o deslocamento por Erebonia através de uma nave, as Shrines, os Trials Chests e muito mais. O que pode parecer muita coisa para se lidar, e de fato é, foi feito de uma maneira que não deixa o jogador carregado. A Falcom parece ter aprendido com as críticas à Cold Steel II e trouxe um jogo pesado em termos de conteúdo, porém mais enxuto e menos esgotante. Claro que não é desculpa para repetir quase que um plot inteiro do jogo, mas dá para relevar.

O mapa é o mesmo de Cold Steel III, mas com as adições das Shrines e locais secretos. Eu levei cerca de 81 horas para fechar o jogo, fazendo quase tudo que estava disponível. Em comparação, eu platinei o anterior com 70 horas.

A mesma gameplay

Em termos de gameplay, o jogo não mudou. As Brave Orders retornaram, e foram aprimoradas. No jogo anterior elas causavam um desbalanceamento nas lutas e as deixavam mais fáceis, aqui, elas começam fracas e vão evoluindo na medida com que você vai completando os Trials Chests. Temos a inclusão de Lost Arts, outra herança de Cold Steel II, elas drenam toda sua mana e só podem ser utilizadas uma vez em cada luta. São cinco no total, e são pegas ao enfrentar minibosses ao redor do mapa. Podemos também invocar nossos Panzer Soldats, ou Valimar no caso de Rean. Sinceramente, eu quase não usei essa mecânica, tirando em uma luta na reta final, onde você é obrigado.

As lutas de robôs estão de volta, e dessa vez como parte central da trama. Não irei entrar em detalhes por motivos de spoiler.

O jogo oferece uma enorme quantidade de personagens jogáveis e a desenvolvedora conseguiu deixá-los bem balanceados. É claro que há diferenças entre cada um deles, mas eles não quebram o ritmo da batalha. Algo que não se reflete em nosso time principal, com a combinação certa de quartz e equipamentos, você consegue causar um estrago. Como foi no caso do Kurt, desviando e contra-atacando os inimigos, e do Ash causando instakill.

Acontece, mas no geral, o jogo está mais difícil que o seu antecessor. Também está mais complicado de conseguir o AP máximo, devido aos requerimentos. O jogo tira todo proveito do seu conhecimento sobre o combate da série.

Achar itens e missões escondidas ficou mais fácil nesse jogo. Em CS III já tínhamos algumas indicações, mas aqui, a Falcom decidiu tornar algo muito mais acessível, só não coleta os itens e faz a missões quem não quer mesmo. 

O jogo está mais polido que o seu anterior, que apresentava enormes quedas de frames. Os modelos ainda são os mesmos e isso só deve mudar na nova engine da Falcom. O jogo também oferece um modo turbo, acho que esse tipo de feature é essêncial para a maioria dos JRPGS.

A maldição do bonding system

Uma das piores coisas envolvendo Cold Steel é o Bonding System. A clara influência de Persona em retalhar acontecimentos e desenvolvimentos em um sistema que te obriga a escolher com quem você quer passar o tempo é um mal que assola a série. Eu sei que surgiu primeiramente em Trails to Azure, mas lá era algo completamente diferente. Isso foi arrumado em Cold Steel III, onde você realmente só passava um tempo com seus amigos e não tinha nada muito relevante preso naquilo. 

Aqui, no entanto, foi bem diferente. Enquanto alguns eventos eram qualquer coisa, outros traziam acontecimentos que causavam impacto na história, e nem tudo é acessível na primeira gameplay.  Em uma série onde a narrativa é o mais importante, esconder coisas através de um sistema é fazer com que o roteiro acabe ficando mais fraco. Os personagens da Classe VII original possuem eventos melhores do que o restante, isso é algo que fica bem claro conforme você vai fazendo.

Sem falar no harém do Rean, onde algumas das escolhas acabam sendo bastante questionáveis ou forçadas. Já em outras, acabam acontecendo naturalmente. Eu espero muito que no próximo arco, eles não retornem com esse sistema. 

O retorno do Pom

Os minigames estão mais uma vez presentes em Cold Steel IV. Além da pesca e do jogo de cartas, novamente sendo Vantage Masters, que sofreu alguns buffs desde o jogo anterior, temos a volta do Pom, um game à la Tetris que surgiu em Trails to Azure, e ele está ainda mais complicado! 

O computador acaba roubando bastante para os personagens com quem você está disputando, mas a satisfação ao derrotar seus oponentes é enorme. Eu passava mais tempo jogando Pom do que nas próprias dungeons do jogo.

Localização da NISA e as guitarras malucas do Singa

Sobre a localização, mesmo não sendo um expert em inglês, eu senti que a tradução desse jogo trouxe uma linguagem mais básica que o anterior. Em questão de erros, eu vi alguns, que logo foram corrigidos através de uma atualização. Outra coisa é um nome de um personagem que, por mais que esteja correto, poderá causar uma certa reclamação entre os fãs. A tradução é a correta, mas a gente conhece por outro nome.

Eu joguei com vozes em Japonês, por ser mais acostumado, então não posso falar como ficou a dublagem em inglês, porém, trocando informações com outros jornalistas, verificamos a troca de alguns dubladores, em especial os de Laura e Osborne. A NISA não comentou nada sobre o assunto, mas em um ano de pandemia, dá para dar uma colher de chá.

A trilha-sonora, como sempre, está espetacular. Eu sei que muita gente critica as músicas compostas por Mitsuo Singa, principalmente por conta da guitarra, mas ao pouco suas composições cresceram em mim e passei a gostar delas. A música dos créditos me fez chorar.

Um presente

Em The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV, a Nihon Falcom abre mão da consistência para entregar um presente aos fãs da franquia. Foram anos de construção de mundo, amarrando quase todas as pontas e dando indícios para o futuro. Enfim chegamos ao final desse maldito conto de fadas, e que venha Hajimari. Trails é uma série de jogos especial, que todo mundo precisa experimentar.

Agradecimentos à NIS America pelo envio do código para a análise. O jogo será lançado para PlayStation 4 em 27 de outubro. As versões para PC e Nintendo Switch chegarão em 2021.

Ouro – Recomendável

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Gameplay Games

Mafia: Definitive Edition: o retorno de um clássico

Reviver toda a carreira de Tommy Angelo, com toda a carga nostálgica que carregamos desde os anos 2000, quando fomos iniciados em jogos cinematográficos, é realmente um papel com uma responsabilidade muito grande e que poderia ter dado muito errado. Mas pra nossa alegria esse não foi o caso de Mafia: Definitive Edition.

Jogar na década de 30, no ápice de um contexto da lei seca e numa época que foi considerada a melhor fase da história da Máfia dentro dos Estados Unidos é uma experiência completamente memorável que muitos já passaram no PC e, posteriormente, no PlayStation 2, mas a necessidade de recriação disso tudo acaba surgindo com o passar dos anos, seja para conquistar um novo público ou mesmo para não deixar um jogo tão completo ser esquecido ou ficar no catálogo de alguns como um jogo ultrapassado. Essa recriação foi muito bem feita pela Hangar 13, e foi completamente fiel à obra original, ao mesmo tempo que conseguiu atualizar tudo para a geração atual dos games.

Dentro de sua história principal, Máfia é completamente linear e se passa em capítulos, dando sempre chance de explorarmos a cidade também durante a campanha, mas seu modo sandbox é separado do jogo principal, o que gerou estranheza em alguns, e um alívio para outros.

Em teoria poderíamos dizer que essa separação pode ter acontecido pela recepção negativa que tivemos com Mafia III, que continha cenários vastos e missões um pouco repetitivas. Seria um medo do estúdio em errar a mão com algo que já estava bom? Talvez… E de certa forma eu preferi assim, essa opção não tirou nada da diversão que tive ao revisitar o jogo. Claro que falando sobre a campanha, já que o modo Direção Livre, como ele é chamado, seria mais para brincar dentro do cenário (que é bastante amplo) mas logo logo você enjoa dele com falta de objetivos.

É importante ressaltar que por mais fiel que seja o jogo, ele é um remake, ou seja, ele foi refeito completamente do zero com novos atores, uma nova engine, e claro, novas mecânicas. Deixando ainda uma responsabilidade muito maior na mão do estúdio responsável.

Voltando um pouco para a jogabilidade, em minha opinião tivemos o melhor controle de direção para os veículos dentre todos os jogos da franquia, os controles não são nenhum pouco travados e fluem muito depois de um tempo jogando. As motocicletas pela primeira vez também foram adicionadas, e são literalmente uma mão na roda pra quem gosta de mais velocidade e ao mesmo tempo de se esgueirar nos becos e caminhos estreitos que encontramos.

Outro detalhe que achei muito legal ao dirigir é o jeito que os objetivos são mostrados na estrada. No lugar de termos uma faixa pintada no chão mostrando onde temos que ir (o que tira um pouco a imersão), agora temos placas de transito que nos apontam a direção certa e somem assim que passamos por elas.

A história do jogo, é com certeza o ponto mais alto dele. Todo o contexto já citado lá em cima, junto com todo o desenvolvimento do nosso protagonista que de um taxista sem muito futuro, cresce e consegue um cargo importante dentro da Máfia, é uma mistura é sensacional. E claro que esse pequeno resumo é justamente para você não perder nenhuma experiência enquanto estiver jogando.

É importante ressaltar que mesmo o primeiro jogo sendo absolutamente completo e independente, quando pegamos o pacote Mafia: Trilogy, onde temos o Mafia: Definitive Edition (remake do primeiro), Mafia II: Definitive Edition (remaster do segundo jogo) e o Mafia III: Definitive Edition (que é a versão original, com todas as suas DLCs), a experiência se torna muito mais completa, já que todos os jogos em algum momento se misturam.

Um exemplo disso é encontrarmos o Tommy (protagonista do primeiro jogo) em algum momento do Mafia II. Outro exemplo disso é o Vito (protagonista do segundo jogo) ser um NPC super importante dentro do Mafia III e por aí vamos revirando mais e mais sobre esse universo completamente interligado.

Apesar de tudo que falamos, o jogo tem sim seus defeitos. O combate, seja no corpo a corpo, ou durante os tiroteios, é um pouco travado, o que não muda muito do que vemos nos outros jogos, talvez seja uma característica da franquia. Foi possível também, durante a jogatina encontrar alguns bugs. Em algum momento um carro voou de repente no meio do transito, em outro tivemos uma queda de frames no chão, mas são tipos de bugs que acabam se tornando comuns em lançamentos e resolvidos com atualizações posteriores, então não me preocupei muito.

Dando o veredito, o jogo vale sim muito à pena, ele consegue ser realmente melhor do que seu antecessor, é como se estivéssemos jogando o mesmo jogo lá atrás, mas com a maioria dos problemas resolvidos e com gráficos absurdos, e novos conceitos e conteúdos.

Agradecemos a 2K pelo envio do código. O jogo foi testado em um PlayStation 4 Slim.

Nota: Ouro

Ele já está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC, separadamente ou junto com os outros jogos no pacote Mafia: Trilogy.

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Games

Pré-vendas dos Xbox Series S e X começam nessa terça-feira (29)

A Microsoft anunciou que as pré-vendas dos novos consoles da marca, Xbox Series S|X, começam nessa terça-feira, dia 29 de setembro, a partir do meio dia.

“Esse é um momento ímpar para o mercado, quando vamos iniciar a pré-venda do console mais poderoso e do melhor custo-benefício da 9ª geração”, comenta Bruno Motta, gerente de Xbox para o Brasil. “Ambos entregam o que há de melhor da próxima geração com: maior imersão usando o poder de DirectX Ray Tracing; entrega de 60 FPS com possibilidade de chegar a 120 FPS; carregamento rápido usando do poder do SSD; e grande poder gerado pelo balanço entre CPU e GPU”.

Como já informado anteriormente, o Xbox Series S, que funcionará como uma porta de entrada para a nova geração, tem o preço sugerido de R$ 2.999. Já o Xbox Series X, o console mais potente da marca, chega com o valor sugerido de R$ 4.999. As especificações de ambos os consoles podem ser encontradas aqui. Os consoles virão acompanhados de um controle.

Sobre a data de lançamento oficial, a Microsoft irá revelar oficialmente no final de outubro. Os aparelhos podem ser encontradas em revendedores oficiais, Amazon e Lojas Americanas. A lista completa está disponível no site do Xbox.

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O jogo dos Vingadores e a força do cooperativo online

Desde o seu anúncio, Marvel’s Avengers gerou polêmica assim que saíram seus primeiros detalhes, mas sempre costumo dizer que não podemos julgar um jogo antes de joga-lo, e mais uma vez, acredito que acertei ao dizer isso e vocês vão entender o por que lendo o texto seguinte, então… Avante Vigilantes!!!

Podemos dizer que a personagem principal da campanha do game é a Kamala Khan, a Miss Marvel, uma inumana nos apresentada nos quadrinhos já há algum tempo e que se tornou bastante popular por nos fazer lembrar, com suas histórias, fases que sempre geram uma saudade na gente como o início do Homem-Aranha por exemplo, em que ele enfrenta seus conflitos adolescentes intercalados com suas responsabilidades de herói, mas claro que com assuntos e características mostradas na atualidade, fica uma dica aí pra quem ainda não leu os quadrinhos dela.

A história do jogo, que gira em torno da personagem, é muito bem desenvolvida e conta um drama onde os vingadores assumem a culpa por um acidente que ocorreu. Nesse acidente foi liberada a Terrigênese (elemento presente nos quadrinhos) que transforma as pessoas em Inumanas, e ao assumirem a responsabilidade por isso, os Vingadores acabam sendo desmantelados, consequentemente o mundo fica sob controle da IMA, sim eu disse IMA mas no jogo não ocorre essa tradução da sigla dentro da dublagem e todos falam AIM, como na versão original, o que nos leva ao próximo ponto que é a dublagem do jogo.

A dublagem do jogo é ótima, em todos os quesitos, mas tem uma característica, que é importante citar aqui que isso não é culpa da desenvolvedora, que me deixou um pouco incomodado. Essa característica é a falta de tradução do nome das equipes, empresas ou personagens que acabam ficando em inglês mesmo. Sim, sabemos que nomes próprios não têm tradução e isso pode gerar uma discussão um pouco polêmica e bem aprofundada, mas confesso que não consigo me acostumar a ouvir os personagens falando “Os Avengers”, “O Captain America”, “a Black Widow”, “o Taskmaster”, ou ” o Abomination” e isso no decorrer do jogo foi me incomodando, acho muito estranho essa mistura de português com inglês, mas vida que segue. E isso é algo que ocorreu no jogo do Homem-Aranha de PlayStation 4. Parece ser algo que a própria Marvel tem obrigado os desenvolvedores a fazer.

Não vamos falar muito da história para não estragarmos algumas surpresas e irmos agora para a jogabilidade, item que me surpreendeu bastante, positivamente em alguns pontos e negativamente em outros.

Começando pelo combate, esse para mim não deixou a desejar em momento algum, na verdade muito pelo contrário. Ele nos trouxe uma personalização dentro do game muito legal. Encontramos características da série Arkham quando nos deparamos com àqueles alertas que deixam à mostra alguns ataques inimigos, sendo o azul e o amarelo para ataques que conseguimos contra-atacar e vermelho para ataques que não possuem defesa.

Apesar dessa semelhança com a série Arkham o combate dos dois jogos são muito diferentes, e por aqui, esse nos exige usar muito a esquiva como num souslike, mas desviar dos golpes nesse caso não é somente apertar um botão como vemos em outros jogos. É necessário ir para o lado oposto do golpe, ou dos tiros que virem dos inimigos.

A parte em que disse no início sobre a personalização do combate entra agora. Cada personagem possui características diferentes, ou seja, quando você for jogar com o Capitão América, será algo bem diferente do que se jogar com o Hulk, e assim entre todos. Lembrando que essa diferença de personagens não chega a ser tão complexa como jogar um For Honor, da Ubisoft, com personagens diferentes (quem já jogou, entenderá a diferença), mas ainda sim se você jogar por muito tempo com um personagem, e mudar, ficará um pouco perdido.

Uma dessas diferenças são as árvores de habilidades que cada um possui, trazendo uma atmosfera bastante de RPG, que são separadas em 3 tipos diferentes chamadas “Primárias, Especialidade e Maestria”, dentro dessa árvore de Skills conseguimos novos golpes, aumentos de dano, aumento de tempo de duração, entre outras coisas, na aba “Especialidade” do homem de ferro, por exemplo, está a capacidade de se transformar na sua armadura HulkBuster, e conseguimos mais habilidades e golpes dessa Skill dentro dessa aba.

Ah, já ia esquecendo, o jogo vai variar até mesmo se você jogar com um só personagem. Jogando com o Homem de Ferro mesmo, já que falamos dele acima, você consegue alternar o seu ataque à distancia escolhendo entre o uso de Lasers, Rajadas ou Foguetes para derrotar seus inimigos.

É interessante também dentro dessas diferenças citar mais detalhes do combate para entendermos e para isso vou usar exemplos com botões (lembrando que jogamos em um PS4) e personagens. Usando o Hulk e a Kamala, por exemplo, conseguimos, segurando o botão R2, aumentar o dano do nosso ataque (claro que cada um tem uma vantagem além do dano ao fazer isso), mas toda vez que fazemos isso gastamos a nossa barra de Carga Heróica que é recuperada à medida que derrotamos inimigos. Porém já o Homem de Ferro utiliza a barra para realizar ataques à distancia, seja pelo botão “triangulo” fazendo sequências ou mirando e atirando com os gatilhos do controle.

Segurar alguns golpes também aumentam sua intensidade, como os tiros de longa distância e golpes pesados.

Equipamentos também existem no jogo, mas não alteram os heróis cosmeticamente (fiquei chateado com isso, mas tem gente que prefere assim). Eles são importantíssimos para aumentar os atributos de cada herói e conseguem ser melhorados com drops encontrados nas fases, também são quem definirão o nível de poder do personagem, que seria a soma do level dele com a força do equipamento.

Mesmo os equipamentos não alterando os heróis cosmeticamente, temos sim itens cosméticos, na verdade temos skins completas, e cada personagem possui uma grande quantidade delas. É possível libera-las na campanha, em sidequests específicas ou até mesmo compra-las com NPCs que ficam no aeroporta aviões.

Falando nele, o Aeroporta aviões é o Lobby interativo do jogo, lá conseguimos fazer praticamente tudo. Por meio de um mapa digital escolhemos as missões e por meio de NPCs podemos comprar itens, encontrar itens, conversar com outros heróis e pegar missões extras com alguns agentes da S.H.I.E.L.D.

Mas o que teria de negativo nesse jogo? Bom, já citei alguns pontos acima que para mim, influenciaram bastante a experiência, mas tem um não citado que consegue se destacar. Estou falando da movimentação dos personagens, ela é bastante travada e confusa durante as explorações. Dentro do combate é algo que não influencia muito mas ao nos depararmos com cenários cheios de obstáculos e que precisamos de movimentações precisas, o jogo acaba pecando. É muito fácil cair de penhascos já que ao correr ou até mesmo andar e pular o jogo mostra frames muito rápidos e isso acaba não deixando a exploração tão legal quanto deveria.

Mas pra balancear chegamos agora no ponto mais alto do jogo que é o seu Co-op Online e faz parte do nosso título também. Se jogar sozinho já dá pra fazer isso tudo aí que eu citei, por causa do Cooperativo disponível no jogo a gente consegue duplicar ou até mesmo triplicar essa diversão se tivermos mais 2 amigos com a gente.

A maioria das fases com exceção de algumas da campanha podem ser jogadas por meio de Co-op, e isso realmente muda muito a experiência do jogo. Combinar com os amigos estratégias e fazer aquele bom e velho trabalho de equipe, sem dúvidas faz a gente experienciar coisa demais, vale muito à pena.

Nota: Ouro

Agradecimentos à Square Enix pelo código, o game foi testado em um PlayStation 4 Slim.

O jogo está disponível para PS4, Xbox One e PC.

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Entretenimento

Chadwick Boseman falece aos 43 anos

É com muito pesar e com dor no coração, que nós, da Torre de Vigilância, anunciamos que o ator Chadwick Boseman faleceu aos 43 anos de idade.

De acordo com o The Associated Press, o astro lutava contra um câncer de cólon há 4 anos.

No início de 2020, Boseman apareceu em suas redes sociais com a aparência abatida, motivo que causou preocupação aos fãs. Muitos especulavam, que era uma preparação para um filme.

Chadwick ganhou notoriedade após viver o Pantera Negra no MCU, aparecendo em quatro produções. O astro iria estrelar a sequência do filme protagonizado pelo herói, que chegará em 2022.

Nós, da Torre de Vigilância, desejamos forças para a família de Chadwick Boseman.