Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Torre Recomenda | Animes de 2019

Mais tradicional que a piada do pavê em final de ano, os otakus imundos desse site se reúnem novamente para falar dos animes que eles mais gostaram em 2019. O ano de 2019, no geral, foi bem fraco se comparado ao ano anterior, por conta disso, e pela vida ter acontecido (já que vivemos e não ficamos o ano todo assistindo desenho chinês), o top de cada um terá apenas 5 (ou 4) animes.

Antes de mais nada, vale um aviso: o nosso digníssimo companheiro de site, Gabriel, implorou para que colocássemos Beastars da lista, no entanto, a Netflix é a responsável pela distribuição do anime mundialmente, e como todo anime de temporada, ela só irá colocar no ar daqui uns meses. Por isso, afim de não incentivar a pirataria, decidimos não coloca-lo na lista. Mas ainda vale a recomendação, pois foi um dos melhores do ano.

Outro aviso, o sucesso estrondoso Demon Slayer não estará presente também, pois: ninguém assistiu. Eu, Pedro, vi apenas 3 episódios e achei um bom feijão com arroz, mas não continuei. Assisti também o tão bem falado episódio 19, e de fato tem uma boa animação, mas o segundo lugar da MINHA lista, fez isso melhor e em quase todos os episódios ¯\_(ツ)_/¯.

PEDRO:

5 – Hitoribocchi no Marumaru Seikatsu
Hitoribocchi é um anime que me pegou de surpresa. Esperava ser apenas um anime slice of life sobre uma garota que queria fazer amizades, mas se mostrou ser mais do que apenas isso. Não foi só uma comédia, mas também uma crítica ao Japão em si, sobre como a sociedade é retraída. A parte dramática funciona muito bem. Além do elenco, é claro. Disponível na Crunchyroll.

4 – Kaguya-sama: Love is War
Uma das melhores comédias dos últimos anos. Já ouvia bastante elogios sobre o mangá, mas ainda não tinha oportunidade de ler. Então, veio o anime. Gargalhava em cada episódio, tanto pelas situações, quanto pelas comédias. A direção e a animação são outro ponto forte do anime, o timing do diretor é ótimo. Disponível na Crunchyroll.

3 – Sarazanmai
Kunihiko Ikuhara é um dos diretores que eu preciso correr atrás dos seus trabalhos e creio que Sarazanmai tenha sido uma ótima porta de entrada para a carreira do diretor. Não só pelos mistérios e twists, Sarazanmai me conquistou pelo seu elenco e a trama geral. Ousou falar de assuntos LGBTs de uma forma que não ofendeu ninguém, e sem escapar para os clichês. Disponível na Crunchyroll.

2 – Mob Psycho 100 II
Depois de três anos, Mob e companhia estão de volta, e melhor do que nunca. Desenvolvimento. Essa é a palavra que define a segunda temporada de Mob Pyscho 100. Mob e Reigen cresceram de uma maneira que eu não esperava, e trouxeram ótimos momentos durante esses 12 episódios (e OVA). Além disso, o BONES não poupou esforços e mandou bem mais um vez. Mob tem as melhores cenas animadas do ano. Disponível na Crunchyroll.

1 – Vinland Saga
Bom, chegamos ao número #1. Vinland Saga é atualmente o meu mangá favorito, desde que eu comecei a ler há quase 6 anos. Desde o início fiquei com medo da adaptação em animes. Medo de não saberem trabalhar com o roteiro de Makoto Yukimura. Medo de ser um novo Berserk, visto que na direção estavam alguém que só trabalhava com animes em CGI. Medo do WitStudio, que costuma perder a mão na produção quando se trata de algo com mais de 12 episódios. Enfim…
O anime soube bem trabalhar com o material original. As mudanças que foram feitas não alteram em nada o sentido da obra, além de 90% do anime ter seguido o mangá. A animação, que contou com bastante CGI, mas bem trabalhado, ficou excelente. Ela decaí na segunda metade, como era de ser esperar, mas o roteiro é tão rico, que você não se importa. Que venha FARMLAND, que venha mais Vinland Saga. Mas leiam o mangá! Disponível na Amazon Prime Video.

Menções honrosas: Dororo, Run With the Wind e That Time I Got Reincarnated as a Slime. Os últimos dois são animes que começaram no final do ano passado, mas terminaram esse ano, então não faria sentido colocá-los no TOP, porém são ótimos animes. Dororo está disponível na Amazon Prime Video, já os outros dois estão disponíveis na Crunchyroll.

LUIZ:

4 – Babylon

A última surpresa do ano, Babylon me chamou atenção pela abordagem da trama investigativa que, diferente da maioria dos anime do gênero tentam enfiar alguma gimmick sobrenatural, se sustenta puramente no drama policial em volta da investigação de um esquema corrupto envolvendo os políticos do Distrito Shiniki de Tokyo e uma misteriosa mulher no centro de tudo.
Babylon foi uma surpresa de última hora bem vinda que mantém a tensão elevada conforme a trama se revela cada vez mais ambiciosa, mas que comparada aos outros membros da lista não reluz tanto quanto os melhores dos melhores. Amazon Prime Video

3 – Lupin III: Fujiko Mine no Uso

Apesar de não alcançar a maestria dos anteriores, especialmente em relação a Goemon’s Spray of Blood, a última entrada cinematográfica da série Lupin sob direção de Takeshi Ikoike, Fujiko Mine no Uso, trouxe com êxito a essência que as animações de Lupin tem trazido nos últimos anos.
O maior destaque do filme vai para o merecido e tardio desenvolvimento de Fujiko Mine, que nesse filme, é apresentada inicialmente como babá do filho de um foragido que roubou milhões afim de financiar a cirurgia do filho, Gene, e precisa protegê-lo de uma organização criminosa que está atrás do seu pai.
O filme mostra um novo lado maternal e sentimental de Fujiko, dando um brilho sutil a uma personagem que até então era sempre lembrada apenas como o fanservice ambulante da franquia. Apesar dos pesares com o certos plots do enterro, em especial o antagonista do filme,, Fujiko Mine no Uso ganha facilmente lugar nessa lista. Não está disponível oficialmente no Brasil.

2 –  Mob Psycho 100 II

Após o excelente lançamento em 2016, Mob Psycho retornou com segunda temporada nos primeiros dias de 2019 se sobressaindo novamente em todos os aspectos e, para mim, estabeleceu um degrau altíssimo para as futuras animações do ano.
Trazendo a conclusão da história de Mob, através de um arco construtivo e conciso, uma direção e animação espetacular, Mob Psycho 100 adapta o já excelente material original e expande sobre isso,  entregando uma experiência viva e fenomenal, digna de um melhor do ano. Crunchyroll.

1 –Dororo

A nova adaptação do clássico dos anos 60 de Osamu Tezuka foi o que revitalizou brevemente meu ânimo com os animes ao me surpreender com a evolução em cima do material original e na execução espetacular na tela. Trazendo uma nova identidade visual, mais contemporânea e ‘adulta’, Dororo (2019) brilha em cada episódio com personagens e uma trilha sonora incrível que estabelecem uma relação íntima entre os personagens e o espectador.
Dororo se destacou não apenas pelo maestria com que cada episódio era conduzido sem estagnar a fórmula claramente estabelecida, como também por ser uma lição em termos de adaptação e direção, merecendo não só o título de um dos melhores animes de 2019 e como também da década. Prime Video

VINICIUS:

1º: The Quintessential Quintuplets (Primeiras Impressões | Assista em: Crunchyroll)

2º: How Heavy Are The Dumbbells You Lift? (Assista em: Funimation)

3º: Cautious Hero: The Hero Is Overpowered But Overly Cautious (Assista em: Funimation)

4º: Kaguya-sama: Love Is War (Assista em: Crunchyroll)

5º: Oresuki: Are You The Only One Who Loves Me? (Assista em: Crunchyroll)

Dois mil e dezenove pode não ter sido um dos melhores anos para se assistir animês, mas, com certeza, foi um excelente ano para comédias. Eu já comentei diversas e diversas vezes sobre o assunto, e insisto em bater na tecla: Não faço ideia do motivo de ainda tentarem fazer animês auto-denominados “sérios“, quando a mídia claramente foi feita e moldada para servir à comédia. Claro que isso sempre dependerá do gosto de cada um (amém!), mas pra mim, o ápice da japanimação está na falta de seriedade. E o meu Top 5 reflete isso, com cinco comédias.

Comédia é um gênero lindo pois abrange todos os tipos de humor. E não importa qual tipo de humor você goste, pelo menos um dos cinco acima irá te agradar. Vou destrinchar pra você:

The Quintessential Quintuplets é a sua comédia-romântica basicona. É exatamente o que você poderia esperar, e consegue trazer tanto o sutíl humor do cotidiano idealizado, quanto um elenco memorável (por mais irônico que isso possa parecer, já que elas são todas gêmeas). Se eu sobrevivi 2019, foi pela mais pura força de vontade por querer assistir a segunda temporada, que chegará neste santo ano que se inicia.

How Heavy Are The Dumbells You Lift? é um dos meus subgêneros prediletos: O da normalização do absurdo. Você tem uma ambientação completamente normal, mas todo o resto é um festival de horrores, de fazer a sua cabeça simplesmente explodir. Mas, diferente do próximo subgênero (que comentarei a seguir), todo o absurdo é tratado como se fosse comum. O humor está no fato de as personagens simplesmente aceitarem as ações completamente insanas como corriqueiras, e seguirem com suas vidas como se nada de estranho estivesse acontecendo. Além de me fazer dar gostosas risadas, o show ainda é surpreendentemente educativo, ensinando diversos tipos de exercícios que você pode fazer até em casa. Vale muito uma conferida.

Já em Cautious Hero: The Hero is Overpowered But Overly Cautious, temos o simples absurdo. É o mais próximo que temos do famoso Manzai, onde o “Cara sério” (Tsukkomi) é a voz do bom senso dentro de um mundo repleto de “Caras bobos” (Bokes). O absurdo existe tanto quanto (se não até mais) do que no exemplo anterior, mas aqui, a graça vem da realização de que até mesmo as personagens (pelo menos uma delas) percebem a insanidade daquilo que elas estão presenciando. Cautious Hero, em especial, é um exemplo ótimo pois não há um Boke ou um Tsukkomi pré-estabelecido. Os papéis circulam entre as personagens, e você não saber de qual lado virá a próxima piada deixa tudo ainda melhor.

Kaguya-sama: Love is War é um caso onde eu tenho mais dificuldade de definir um gênero, pois é um show que mistura os três elementos acima. Ele é, em sua essência, uma comédia-romântica, mas sua comédia está muito mais nos duelos absurdamente elaborados dos protagonistas do que no próprio romance. De certo modo, acaba trazendo um pouco de cada lado, e conseguiu ter as personagens mais marcantes do ano. Além de, é claro, excelentes pontos nos quesitos técnicos. Eu canto “LOVE IS WAR LOVE IS WAR LOVE IS WAAAAAAAAAAR” no banho até hoje.

Por fim, fechamos o Top 5 com Oresuki: Are You The Only One Who Loves Me?, que é o representante do subgênero de paródia da nossa lista. Eu amo paródias, principalmente por sua constante quebra da quarta parede e transformação de expectativas em humor. O primeiro episódio me desceu um pouco indigesto, e acredito que possa ter sido o caso com várias outras pessoas também. Mas depois que eu entendi qual era o propósito do show – e que ele não estava nem um pouco preocupado em se levar a sério – tudo se encaixou e eu comecei a me divertir como nunca. Até no episódio recap, que não deveria ter nada de novo, eles conseguiram me arrancar risadas apenas com uma narração. Trabalho excepcional não só de direção, como de dublagem e produção.

No final, todos assistimos animes por um mesmo motivos: Se divertir e, pelo menos por alguns minutos, fugir da bizarra e aterrorizante realidade que nos pressiona por todos os lados. E na minha opinião, rir é a melhor forma de se fazer isso. Que 2020 traga muitas boas comédias para nós disfarçarmos nossa dor interior.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Crunchyroll e Japan House promovem mostra de animes gratuita

A Crunchyroll e a Japan House de São Paulo anunciaram a nova programação da JHSPCINE, mostra de animes gratuita que traz a exibição de animações variadas gratuitamente. O calendário começa já amanhã (6) e vai até o final do mês de Janeiro. As sessões ocorrerão todas às sextas-feiras no horário das 19:00.

Confira a programação:

6 de dezembro Poco’s Udon World – Episódios 1-3

Souta Tawara, 30 anos de idade. Ao visitar sua terra natal, ele encontra uma estranha criança que adora udon e sapos… E tem rabo?! Souta Tawara é um web designer que mora em Tóquio. Após a morte de seu pai, ele volta para sua terra natal e encontra uma criança dormindo na panela de udon do restaurante da família. Parece ser uma criança normal, mas Souta acaba descobrindo que é um tanuki disfarçado! E assim começa a história desta família gentil, acolhedora e um pouco estranha de Kagawa, a Província do Udon, onde o tempo passa num ritmo mais lento que na cidade grande…

13 de dezembro – Ms. Koizumi Loves Ramen Noodles – Episódios 1-3

Uma garota fria, que quase não fala… Koizumi, a misteriosa estudante transferida, não se dá muito bem com os outros, mas quando o assunto é ramen, ela é uma profissional, sempre em busca de ramens deliciosos todos os dias. Venham conferir esta autêntica história de ramen enquanto ainda está quente!

20 de dezembro – Restaurant from Another World – Episódios 1-3

No subsolo de um prédio de vários andares, na esquina de uma rua comercial perto do distrito comercial, existe um certo restaurante. Um restaurante histórico, de 70 anos de idade, conhecido pela placa com a imagem de um gato: o Culinária Ocidental Nekoya. Durante a semana, é um restaurante como qualquer outro; contudo, aos sábados, ele abre apenas para alguns clientes bastantes diferentes. Nesse horário, portas para várias áreas de um mundo paralelo se abrem, e clientes de várias raças e culturas diferentes adentram o lugar.

10 de janeiro – Ahiru no Sora – Episódios 1-3

Ele pode não ser tão alto, mas Sora Kurumatani voa na quadra de basquete! Herdando de sua mãe a paixão pelo esporte, Sora jura para si mesmo que vai alcançar o topo do pódio no torneio de basquete colegial… Se não fosse por um problema: o clube de basquete de seu colégio se tornou um antro de delinquentes! Será que a tenacidade e as cestas de três pontos do Sora vão conseguir convencê-los a botar o clube na linha?

17 de janeiro – Run with the Wind – Episódios 1-3

Numa manhã fria de março, Haiji Kiyose, estudante do quarto ano da Universidade de Kansei, encontra Kakeru Kurahara correndo velozmente pelas ruas à noite e o força a morar com ele na Pensão Chikusei. Haiji tem uma sonho: voltar a correr, após uma lesão que sofreu no colegial. Ele quer participar da maratona de revezamento Hakone Ekiden e mostrar ao mundo seus talentos de corrida que vem treinando – e ele só tem mais um ano para tornar esse sonho realidade.

24 de janeiro – Haikyu!! – Episódios 1-3

Shoyo Hinata começa a jogar vôlei após ver os “pequenos gigantes” que praticam o esporte ainda no ensino fundamental. Ele sofre uma derrota esmagadora logo em seu primeiro campeonato, no ginásio, pelas mãos de seu grande rival Tobio Kageyama. Ao entrar no ensino médio, Hinata entra para o time de vôlei da escola Kurasuno, mas seu grande rival também estuda lá. A agilidade de Hinata e a precisão de Kageyama fazem dos antigos rivais uma dupla imbatível e, juntos, eles prometem colocar a escola Kurasuno na frente de qualquer escola rival!

31 de janeiro – Ace of the Diamond  – Episódios 1-3

“Quero arremessar mais uma vez naquela luva…” Um encontro com o apanhador Kazuya Miyuki mudou a vida de Eijun Sawamura, de 15 anos. Ele disse adeus aos seus amigos e bateu às portas da Seidou, uma escola de beisebol de prestígio, para testar sua própria força. Lá ele encontra vários jogadores orgulhosos que apostam tudo no esporte! Um conto clássico, mas com novos ares.

A Japan House fica na Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Químico da USP analisa a ciência em Dr. STONE: Episódio 1

Eu sempre soube que, algum dia, todos os anos dedicados em minha graduação serviriam para algo. E esse dia chegou. Começaremos por introduções: O redator que vos digita é graduando em Bacharelado em Química com ênfase em Química Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), como aponta a minha biografia (que você pode conferir no final do texto). Também, como um cara que atualmente trabalha no setor educacional, tenho contato diário com as outras ciências.

Dr. STONE é um dos mangás de maior sucesso na Shonen Jump atual (é publicado no Brasil pela Editora Panini), e a inevitável adaptação em animê foi ao ar no começo de julho. A sinopse do show, retirada do site da Crunchyroll, que possui os direitos de exibição e simulcast do animê no Brasil, segue:

Milhares de anos após um misterioso fenômeno transformar a humanidade inteira em pedra, desperta um garoto extraordinariamente inteligente e motivado pela ciência – Senku Ishigami. Diante de um mundo de pedra e do colapso generalizado da civilização, Senku decide usar sua mente para reconstruir o mundo. Ao lado de Taiju Oki, seu amigo de infância absurdamente forte, eles começam a reestabelecer a civilização do zero… Representando os dois milhões de anos da história da ciência, desde a Idade da Pedra até os dias atuais, esta aventura científica sem precedentes está prestes a começar!

Claro que com a difusão da obra por conta do animê, surgiram diversas discussões sobre a credibilidade e/ou exatidão dos então chamados de “conhecimentos científicos” do protagonista, Senku Ishigami. Não é essa a discussão que eu quero entrar, pois isso já foi amplamente discutido. Para se divertir com uma obra de ficção (olha o nome!), é preciso aceitar a suspensão de descrença (link do TVTropes, esteja avisado) e entender que nem tudo vai ou pode ser completamente real. E que nem por isso algo vai deixar de ser proveitoso ou divertido.

Tendo isso em mente, acredito, porém, que ainda seja um exercício válido o de tentar analisar o desenvolvimento da obra, e ver o quanto daquilo seria plausível. É pra isso que estamos aqui, e vamos falar um monte de abobrinhas que muito provavelmente vão estar em grego para maior parte de vocês (e o pior é que, em alguns casos, vai estar literalmente em grego!). Um episódio por vez, pois o protagonista inventa coisas demais.

  • Fazer gasolina a partir de tampinhas de garrafas PET?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Logo nos primeiros minutos do episódio, temos uma afirmação do Sr. Senku que diz que é possível fazer gasolina a partir do Polietileno encontrado em tampinhas de garrafas PET (Cena começa em 1:15). Dá mesmo?

Bem… A primeira ressalva é sobre o material em si. Nem todas as tampinhas de garrafa são feitas de Polietileno (abreviarei como “PE” a partir de agora). Mas até aí, tudo bem. Basta pegar tampinhas que sejam, de fato, feitas de PE. Seguimos.

A reação proposta por ele é a de simplesmente “…cortar as moléculas de hidrocarbonetos para ficarem do mesmo comprimento que a de gasolina“. Vamos também perdoar a linguagem errada pois o pobre tradutor da Crunchyroll não é obrigado a saber química. Colocando de uma forma mais criteriosa, o que ele sugere é a quebra das cadeias poliméricas do PE em cadeias menores, na faixa de 4 a 12 carbonos (especialmente 8 carbonos), característicos da gasolina comercial.

Um artigo publicado em 2016, de Jia, X. e outros (DOI: 10.1126/sciadv.1501591) mostrou estudos que obtiveram, com sucesso, a exata proposta do protagonista: transformar PE em combustível. De certa forma, o animê está certo. Que ressalvas eu tenho a fazer?

Bem, devemos lembrar que o herói da obra é um adolescente, trabalhando num laboratório didático de uma escola de ensino médio. Dentro dessas condições, algumas matérias-primas seriam de difícil acesso… Por exemplo, duvido muito que qualquer escola possua catalisadores complexos de irídio. Ou que um adolescente possua dinheiro o suficiente para comprar isso do seu bolso. Se é que isso é vendido em algum lugar.

Então dá? Dá. Mas putz. Próximo.


  • Morcegos produzem ácido nítrico?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Não é bem uma “produção” dos morcegos. Como explicado pelo próprio Dr. Senku (cena começa em 15:35), o guano de morcegos pode gerar ácido nítrico. Basicamente, esse “guano” é um monte de cocô de morcego, que contém vários tipos de nutrientes, e por isso era utilizado como fertilizante antes do advento da síntese de amônia via fixação de nitrogênio por Habber e Bosch.

De forma mais direta… Sim, você pode conseguir ácido nítrico a partir de cocô de morcego. Em condições naturais, o processo pode ser catalisado por microorganismos. A ressalva está na quantidade gerada. Um artigo de William H. Hess (não confundir com Henri Hess, o da termoquímica) publicado pelo The Journal of Geology em 1900 (como comentado, guano era muito usado – e estudado – no passado), aponta que apenas por volta de 6% da massa de guano de morcego in natura é de ácido nítricoAinda, aponta que gotas de água que caem do teto de cavernas onde há guano de morcego presente possui uma concentração de ínfimos 5,71 miligramas de ácido nítrico por litro de água.

Ou seja… Até tem ácido nítrico ali no balde que nosso amigo cientista posicionou estrategicamente, mas rapaz… Tá tão diluído que demoraria um bom tempo (e uma boa destilação) pra conseguir o suficiente. Boa sorte com isso. Próximo.


  • Produzir Nital caseiro?

RESPOSTA: Surpreendentemente, verdadeiro.

Na cena que começa em 17:13, Senku, Ph.D diz que com etanol e o ácido nítrico obtido no item anterior, ele poderia fazer Nital. E dessa vez, não tenho nenhuma reclamação. Nital é simplesmente uma solução de um álcool de cadeia pequena (normalmente se usa etanol mesmo, mas pode ser feito também com metanol) e ácido nítrico. Não há nenhum processo extraordinário envolvido nem nada do tipo, então sua produção em condições precárias não seria nada muito sobrenatural.

Eu poderia tentar contestar a utilidade de Nital na situação em que eles estão, tendo em vista que ele é normalmente utilizado para capagem de materiais metálicos. Mas sinceramente? Seria uma boa hipótese. Próximo.


  • Destilação de vinho para concentrar o álcool?

RESPOSTA: Verdadeiro, mas com ressalvas.

Com algumas uvas e muita paciência, a dupla de protagonistas consegue fazer um vinho improvisado. Agora, para extrair o etanol presente na bebida, o Sábio Senku propõe uma destilação (cena começa em 18:56). Inclusive, eu simplesmente adorei a descrição do processo que ele deu: “Aqueça, resfrie e deixe pingar” é um ótimo resumo.

De fato, poderíamos conseguir etanol “mais concentrado” através de uma destilação. Minha ressalva é sobre o equipamento necessário para tal. O show até brinca com isso, fazendo o primeiro “destilador” de Senku não funcionar. Temos dois problemas com o equipamento: o material de que ele é feito, e o método de resfriamento.

Sobre o material, vemos claramente que Senku utiliza barro. Tudo bem, nós conhecemos diversas coisas feitas de cerâmica e similares, não? Meu questionamento é sobre como conseguir o tipo de cerâmica desejado. Pra começar, “cerâmica” nem é o termo certo, pois estamos em estágios menos avançados. Para “endurecer” o barro, é preciso “queimá-lo”, colocando no fogo a determinadas temperaturas. A faixa de temperatura vai determinar as propriedades do resultado final.

Como mostrado no animê, ele utiliza apenas uma fogueira para a queima do barro. A temperatura da queima de madeira possui, em média, uns 600ºC na melhor das hipóteses. Mesmo assumindo essa hipótese, ainda estaríamos muito longe da temperatura necessária para queimar o barro e formar Grés, o estágio mínimo que seria necessário para trabalhar com líquidos. Grés só se forma por volta de 1100ºC.

Sobre o resfriamento, eles até lidaram com isso bem. Fica um pouco aberto para interpretação, mas deu a entender que a destilação só deu certo no inverno. Se esse for o caso, então tá ótimo. Agora, se o processo funcionou antes, daí eu gostaria de entender como o Senku fez para resfriar o vinho em ebulição, sendo que a temperatura ambiente estava na faixa dos 20 e poucos graus.

Então é, a ressalva fica por conta da falta de poder de fogo (desculpem o trocadilho) para conseguir o equipamento necessário.


E assim, terminamos as baboseiras científicas presentes no episódio 1 de Dr. STONE. Dependendo da reação popular, podemos fazer a análise dos outros episódios também.

Caso tenha ficado interessado nessa história pós-apocaliptica, você pode assisti-la na Crunchyroll. Novos episódios são transmitidos simultâneamente com o Japão todas as sextas-feiras, às 11h30.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Oito animês com temática LGBT para você assistir hoje

Sem nenhum motivo particular em mente, a nossa equipe resolveu fazer uma coletânea de obras de animação japonesa que abordam, de uma forma ou de outra, uma “temática LGBT“.

Todos os títulos escolhidos podem (e devem) ser assistidos legalmente, com legendas em português, via algum site de streaming (que gentilmente te indicaremos), e você pode aproveitá-los hoje mesmo. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã, não é?

SARAZANMAI

Sarazanmai

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 11

Ano: 2019

Sinopse:

Um dia, em Asakusa, três estudantes do fundamental – Kazuki Yasaka, Toi Kuji e Enta Jinnai – conhecem Keppi, um misterioso kappa que rouba suas jóias místicas e os transforma em kappas. Para voltar para sua forma original, eles precisam enfrentar kappas zumbis e roubar as jóias místicas deles. Ao mesmo tempo, algo estranho está acontecendo na delegacia onde trabalham Reo Niiboshi e Mabu Akutsu. Esta é a história de três garotos que não conseguem se conectar com alguém que lhes é importante, e estão aprendendo o verdadeiro significado dessas conexões. (Via: Crunchyroll)

CITRUS

citrus

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 12

Ano: 2018

Sinopse:

Quando a mãe de Yuzu, uma gyaru colegial que nunca se apaixonou, resolve se casar novamente, ela é transferida para um colégio feminino. Yuzu fica mais que chateada de não poder encontrar um namorado lá. Até que, no primeiro dia de aula, ela conhece Mei, a belíssima morena que comanda o conselho de classe, nas piores circunstâncias possíveis. E para piorar, ela descobre também que Mei é sua meia-irmã, e que ambas viverão sob o mesmo teto! (Via: Crunchyroll)

 

GIVEN

given

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 9 (Em andamento, completo em 11)

Ano: 2019

Sinopse:

Por algum motivo, a guitarra que ele amava tocar e o basquete que ele adorava jogar perderam a graça. Essa era a vida de Ritsuka Uenoyama até encontrar Mafuyu Sato. Ritsuka tinha começado a perder seu amor pela música, mas ao ouvir Mafuyu cantar pela primeira vez, a canção ressoou em seu coração e a distância entre os dois começou a encurtar. (Via: Crunchyroll)

 

LOVE STAGE!!

Love Stage!!

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 10

Ano: 2014

Sinopse:

Seu pai é um renomado cantor, sua mãe uma famosa atriz, seu irmão mais velho é o líder da superpopular banda de rock CRUSHERZ e ele… bem, ele é só um otaku comum. A única aspiração de Izumi Sena é se tornar um mangaka e, para isso, ele se dedica muito! No entanto, ele recebe o convite para participar de uma comemoração aos 10 anos de um comercial de TV que ele fez quando criança ao lado do hoje famoso Ryouma Ichijou, que só aceitou participar com a condição de que o elenco original fosse chamado. Já Izumi não quer participar porque, para isso, ele teria que se vestir de garota. (Via: Crunchyroll)

 

SUPER LOVERS

SUPER LOVERS

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 20 (2×10)

Ano: 2016

Sinopse:

Enganado pela notícia da morte de sua mãe, o adolescente Kaido Haru conhece um menino que insiste em dizer que é seu irmão. Haru faz de tudo para domar o arisco e teimoso Ren, mas parece haver um segredo por trás do nascimento do menino. E logo quando Ren começa a se apegar a Haru, a tragédia acontece… Cinco anos depois, Haru reencontra Ren, crescido em Tóquio, mas… (Via: Crunchyroll)

 

BLOOM INTO YOU

Assista em: Hidive

Número de Episódios: 13

Ano: 2018

Sinopse:

Yuu sempre sonhara em receber uma confisão de amor, mas ao não sente nada ao finalmente receber uma de um garoto. Confusa, ela começa seu primeiro ano no ensino médio e conhece Touko. Será que o coração de Yuu finalmente acelerará? (Tradução livre, via: Hidive)

 

FROM THE NEW WORLD

From The New World

Assista em: Crunchyroll; Hidive

Número de Episódios: 25

Ano: 2012

Sinopse:

Nascida numa utopia futurística, Saki e seus amigos vivem em uma comunidade pacata onde a tecnologia é obsoleta. Porém, quando Saki descobre um artefato perdido, a fachada se quebra, e eles encaram verdades estarrecedoras sobre a sua até então “perfeita cidade”. (Tradução livre, via: Hidive)

 

YURI!!! ON ICE

Yuri!!! on ICE

Assista em: Crunchyroll

Número de Episódios: 12

Ano: 2016

Sinopse:

Yuri Katsuki carregava a esperança de todo o Japão no Grande Prêmio de Patinação Artística, mas sofreu uma derrota esmagadora nas finais. Ele volta à sua terra natal em Kyushu e se esconde na casa de seus pais, indeciso entre continuar patinando e se aposentar de vez. É então que Viktor Nikiforov, pentacampeão mundial na categoria, aparece de repente com seu colega de treino, Yuri Plisetsky, um jovem atleta prestes a superar seus veteranos. É assim que os dois Yuri e o campeão russo partem para competir num Grande Prêmio como o mundo jamais viu! (Via: Crunchyroll)


Esperamos que você possa aproveitar esses shows e celebrar a liberdade de expressão e de amor que deve ser sempre um dos pilares de nossa cultura 💕

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

A dublagem da Crunchyroll: Recovery of a MMO Junkie

No nosso segundo episódio dessa série de postagens sobre as dublagens nacionais de animês da Crunchyroll, podemos pular a introdução cheia de ladainhas e ir direto ao assunto, que dessa vez, é um outro tipo de comédia: Recovery of a MMO Junkie.

Caso não tenha visto, a primeira postagem foi sobre a versão brasileira de KonoSuba, que você pode ler clicando aqui.

MMO Junkie é, convenhamos, muito mais family-friendly que KonoSuba. Por ser uma comédia-romântica, ter maior parte do elenco com adultos, e explicar muito bem a sua própria ambientação, o animê se torna muito mais fácil de ser engolido.

Com isso, vejo MMO Junkie como uma boa escolha para a dublagem: é brando o bastante para agradar gregos, e específico o suficiente para agradar troianos. E como comentei na primeira postagem, acredito que a receptividade de um show seja um ponto essencial para o sucesso de sua versão nacional.

Fazendo a ponte aérea, saímos do Rio e vamos para São Paulo, onde o animê foi dublado: no estúdio Unidub, que trabalhou em Dragon Ball Super, Grand Chase e Bob Esponja (entre outros diversos títulos). A direção foi feita por Úrsula Bezerra, ninguém mais, ninguém menos que Naruto Uzumaki e Son Goku (criança) em pessoa.

No elenco, nomes já conhecidos (ou melhor, vozes familiares) da Imprensa Especializada(TM):

  • Priscila Franco como Morioka Moriko (Eternizada como Saber em Fate/Stay Night [2006], mas que provavelmente é mais lembrada como Sharon Carter do MCU);
  • Michel Di Fiori como Sakurai Yuta (O Neji de Naruto, e o Genos de One Punch Man);
  • Fábio Lucindo como Hayashi (Que deu a voz ao Jin de Grand Chase, Shaoran de Sakura Card Captors e… Troy Bolton de Highschool Musical);
  • Michelle Giudice como Lily (Já experiente em animês, dublou Mitsuha de Your Name e Serena de Pokémon XY);
  • Caio Guarnieri como Homare Kowai (O dono dos vocais do Kouga de Pégaso em CdZ Omega, e do Kevin de Steven Universo).

Vou começar pelas reclamações, para não acharem que sou parcial. Meu único problema com a dublagem foi uma simples escolha de direção, que atrapalhou o meu divertimento por todos os episódios: o uso de honoríficos.

Eu sei que eu vivo reclamando disso, mas há momentos onde dá para aturar. Em legendas, por exemplo, eu até entendo quem goste delas. Afinal, você está ouvindo a personagem falar aquilo; já em mangás e novels, eu acredito que seu uso exija, no mínimo, uma nota de tradução; agora, numa dublagem? Onde as personagens estão falando português?

Vamos lá, de novo: para quem não sabe, honoríficos são partículas comuns no idioma japonês, que são adicionadas após nomes de pessoas, para indicar, de certa forma, a relação entre os indivíduos envolvidos no diálogo. Existem honoríficos que demonstram respeito, que demonstram amizade, que demonstram hierarquia… Até não utilizar um honorífico tem um significado. Acontece que isso é algo exclusivo do idioma nipônico. Isso não existe em português. E se você precisar traduzir esses significados descritos no último parágrafo, existem diversas formas de se fazer isso, com expressões que são nativas e naturais para a nossa língua.

O uso dos honoríficos torna a dublagem extremamente alienígena, por causa desses termos japoneses completamente diferentes de todo o resto que é falado. Acima de tudo, dublar uma obra tem como função trazer aquilo para a ambientação nacional. Mesmo que o show se passe no Japão, nós estamos nos dando ao trabalho de regravar todas as vozes de todos os episódios, para deixá-los em português, não estamos? Então qual o sentido de deixar expressões puramente japonesas no produto final?

E o que me deixou mais desconfortável nisso tudo, foi como o uso de honoríficos pareceu aumentar, do nada, já na metade do show. Personagens que se chamavam apenas pelo nome passaram a adicionar os honoríficos, sem razão alguma. Enquanto houve um ou dois casos nos primeiros episódios, ouvi pelo menos quinze nos últimos.

Eu quando acesso alguma rede social.

Porém, acho justo darmos o crédito quando assim é necessário, e todos os outros aspectos da dublagem merecem recomendações positivas. O elenco foi escolhido muito bem, tendo vozes que combinam com as personagens, e que conseguem bater de frente com os gigantes que fizeram a versão japonesa. Em especial, a atuação da Priscila Franco no papel principal foi monumental: a interpretação das cenas mais “exageradas” (típicas de animê, e que podem ser difíceis de fazer parecer naturais) ficou tão boa, que eu senti, pela primeira vez, que esse tipo de reação pode dar certo no nosso idioma.

A adaptação e direção também estão de parabéns, que exceto pelo que já foi discutido, fizeram um show ambientado no Japão passar uma impressão costumeira para os brasileiros, sem parecer careta (o que é muito importante!). Além disso, não vi muitos problemas de sincronia, volume ou desinformação, carimbando assim, uma excelente dublagem.

Recovery of a MMO Junkieestá disponível dublado e legendado na Crunchyroll, e o primeiro episódio da versão nacional pode ser visto gratuitamente no canal do YouTube da Crunchyroll Brasil (que eu já linkei ali em cima, aliás!).

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Crunchyroll anuncia dublagem de DARLING in the FRANXX, Mob Psycho 100 II e mais

A Crunchyroll anunciou hoje (01) o seu novo lineup de animes dublados para o segundo semestre de 2019, e há algumas surpresas. Confira abaixo:

  • DARLING in the FRANXX

Um dos animes mais comentados de 2018, DARLING in the FRANXX estreará dia 01 de agosto na Rede Brasil, às quintas-feiras, com dois episódios por semana. Para aqueles que irão ao Anime Friends do Rio de Janeiro, haverá uma palestra com a participação de alguns dubladores:

  • Aline Guioli (voz de Zero Two).
  • Isabella Simi (voz de Ichigo).
  • Hugo Myara (voz de Hiro).
  • Leonardo Santhos (diretor da dublagem e voz de Goro).

Os dois primeiros episódios serão exibidos nos seguintes eventos:

  • AnimeFriends RJ Tour (5-7 de julho no Riocentro, Rio de Janeiro).
  • SuperXP (6-7 de julho no Expoville, Joinville).
  • AnimeFriends SP (12-14 de julho no Anhembi, São Paulo).

A dublagem será feita no estúdio Som de Vera Cruz.

Futuro distante: a humanidade se estabeleceu em Latifúndios, cidades-fortalezas erguidas sobre os destroços da guerra, e a civilização floresceu. Nessa cidade, há o Mistilteinn, um quartel de pilotos também conhecido como Gaiola. É lá que as crianças vivem… Alheios ao mundo de fora e da vastidão dos céus. Sua única missão em vida é lutar. Seus inimigos são os urrossauros, gigantescos organismos misteriosos. As crianças operam robôs chamados FRANXX para enfrentar esses inimigos desconhecidos, crentes de que esse é seu objetivo de vida.

  • Akashic Records of Bastard Magic Instructor

O anime estreará no dia 13 de julho, no sábado, com dublagem também feita no Som de Vera Cruz.

A Academia Imperial de Magia de Alzano está localizada no sul do Império Alzano, um dos maiores reinos mágicos, e é considerada uma das mais prestigiadas academias do mundo, onde estudantes podem aprender as formas mais elevadas de magia. Todos que desejam aprender magia sonham em estudar nessa academia, e tanto seus estudantes quanto seus professores têm orgulho de integrar sua história de 400 anos. Glenn Radars é um novo instrutor que foi escolhido para dar aulas em meio-período nessa respeitada academia. As aulas nunca antes vistas desse vagabundo imprestável estão prestes a começar!
  • Death March to the Parallel World Rhapsody

Com dublagem feita no estúdio Wan Marc, o anime estreará dia 24 de julho, em uma quarta-feira.

“Satou,” também conhecido como Ichiro Suzuki, é um programador no meio de uma marcha da morte. Ele só foi tirar um cochilo, mas sem querer acordou em outro mundo… Diante da tela de menu do jogo no qual ele estava trabalhando antes de adormecer. Ele é um personagem completamente novo, ainda no nivel 1. De repente, um grupo numeroso de homens-lagarto aparece diante dele. Para sobreviver, Satou usa uma Chuva de Meteoro – e com isso, sobe para o nível 310 e fica cheio da grana. Seja sonho ou realidade, a jornada de Satou está só começando.

  • KONOSUBA 2

A segunda temporada de KonoSuba estreará na Rede Brasil no dia 15 de julho. O estúdio Som de Vera Cruz retornará para a dublagem.

Após um acidente de trânsito, a breve e desapontadora vida de Kazuma Sato deveria ter acabado, mas ele acorda e vê uma belíssima garota diante dele. Ela diz ser Aqua, uma deusa, e lhe pergunta se ele gostaria de ir para outro mundo, levando consigo apenas uma coisa deste mundo. Kazuma decide levar a própria deusa consigo, e eles são transportados para um mundo de fantasia cheio de aventura, dominado por um rei-demônio. Agora Kazuma quer apenas viver em paz, mas Aqua quer resolver vários dos problemas deste novo mundo, e o rei-demônio não vai ignorá-los por muito tempo…

Confira nosso artigo sobre a dublagem da primeira temporada.

  • Mob Psycho 100 II

Estreando diretamente no site da Crunchyroll.pt, a segunda temporada de Mob Psycho 100 chega dia 14 de agosto.

Kageyama Shigeo, o “Mob”, é um garoto que não leva muito jeito pra se expressar, mas que é um poderoso telepata. Decidido a levar uma vida normal, Mob suprime seus poderes extrasensoriais, mas quando suas emoções atingem um pico de 100%, algo terrível lhe acontece! Rodeado de falsos telepatas, espíritos do mal e misteriosas organizações, como Mob reagirá? Que decisões ele vai tomar? Baseado numa história original de ONE, a sensação do mundo das webcomics que criou One-Punch Man, vem aí um anime produzido pelo estúdio Bones!

Novamente, a dublagem será feita pelo estúdio UniDub.

Com exceção de Mob Psycho 100, todos os animes estrearão na Rede Brasil, tendo os seus episódios disponibilizados no dia seguinte na Crunchyroll.pt.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

A dublagem da Crunchyroll: KonoSuba

Tenho certeza que se você perguntar para alguém que curte animês hoje, sobre como ele conheceu a mídia e se envolveu pela primeira vez nela, as chances dele responder “assisti um animê dublado na minha infância” é de pelo menos 70%.

Para muitos, a dublagem de Dragon Ball (e suas respectivas sequências), Yu Yu Hakusho, Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco ou Sakura Card Captors – entre outros títulos – foram a porta de entrada para o mundo da animação japonesa, muito antes de sabermos que se tratavam disso. Por conta desse histórico, acabamos por arraigar o conceito de que animês dublados são entry-level, e que devem ter como função a de introduzir esse universo para alguém sem nenhuma experiência prévia.

Sendo isso verdade ou não, é o que grande parte das pessoas acredita, e de certo modo funciona assim mesmo (quem nunca falou do Narutinho dublado que atire a primeira pedra). Por isso, quando soube da iniciativa da Crunchyroll Brasil de dublar para o português alguns animês de seu catálogo, imaginei que eles escolheriam títulos “seguros” que pudessem ser mostrados até para a sua mãe. E embora alguns dos felizardos se encaixem nessa descrição (Orange e The Ancient Magus Bride, por exemplo)… KonoSuba com certeza não é um deles.

Longe de mim ser elitista (muito pelo contrário), mas como comentei anos atrás, quando falei sobre o “Choque Cultural” de um iniciante em animês, tem certas coisas que você precisa estar preparado mentalmente para encarar. Chega um momento que isso tudo não passa de algo normal, mas pra quem está começando, pode assustar. E KonoSuba assusta os despreparados.

Essa montagem é boa demais para eu desperdiçar num post de três anos atrás.

Mas talvez isso seja exatamente o que faça com que KonoSuba seja um candidato ideal para ser dublado. Se a palavra-chave é “acessibilidade” (isso é, estar em português torna a obra mais acessível), dar uma opção de algo que mostra que o buraco é bem mais fundo para mais pessoas pode ser considerado uma jogada de marketing genial. Se isso tudo foi pensado ou não, deixo em aberto.

De qualquer maneira, podemos largar o achismo de lado e falar sobre fatos. Começando pelos culpados e pelo local do crime: KonoSuba foi dublado pelo Estúdio Som de Vera Cruz, no Rio de Janeiro; Também dublados lá, tivemos Black Clover, Re:Zero, Free!, Interview With Monster Girls, Orange e The Ancient Magus Bride; Quem dirigiu o elenco foi Leonardo Santhos, que estará presente no Anime Friends Rio 2019 como convidado da Crunchyroll, e é incrivelmente ativo e receptivo nas redes sociais.

Nos papéis principais, temos:

  • Erick Bourgleux como Kazuma (Conhecido como a voz de Aang, o avatar e Omi de Duelo Xiaolin);
  • Natali Pazete como Aqua (A voz da famosa YouTuber Virtual, Any Malu);
  • Isabella Simi como Megumin (Que cedeu vocais para a protagonista da recente adaptação hollywoodiana de Alita: Anjo de Combate);
  • Natália Alves como Darkness (A “Cara” de Luke Cage, e a “Tanya” de Supergirl).

Agora que as fichas estão na mesa, acabamos sempre caindo na mesma história toda santa vez: querer comparar a dublagem nacional com a original, seja lá de qual idioma ela seja.

Os japoneses são uma potência quando o assunto é dublagem, tendo sob sua bandeira uma lista gigantesca de atores de voz dignos de nota. Eu mesmo sou um fã que acompanha de perto o trabalho de alguns deles. Por causa disso, os comentários comparativos surgem sem falhar uma única vez, normalmente em defesa dos asiáticos.

Meu único pitaco no assunto é o seguinte: Isso acaba sendo questão de costume, e não culpo quem diz que prefere o original. É a velha história de que a primeira impressão é a que fica. Quer um exemplo? Eu não tinha assistido KonoSuba antes, vi pela primeira vez com a dublagem da Crunchyroll. E após dar uma ouvida no áudio japonês, digo que o Kazuma do Erick Bourgleux é até mais agradável do que o do Jun Fukushima, o dublador japonês do garoto.

Acostumado ou não com o idioma da dublagem, o trabalho que foi feito pelo Som de Vera Cruz está excelente, num nível geral. A escolha das vozes foi feliz (já comentei como adorei a voz do Kazuma), a adaptação e localização das conversas e das piadas (PRINCIPALMENTE DAS PIADAS!) foi feita no capricho, e tudo parecia muito natural.

Se eu fosse reclamar, seria do lipsync. Para quem não sabe, é adaptar o áudio de forma que ele “se encaixe” nos movimentos labiais do ator (ou no caso, da personagem). Eu senti com muito mais frequência do que gostaria que as personagens estavam falando pelos cotovelos. Quem mais sofreu com isso foi a Megumin. Até entendo que por conta da natureza da personagem (que adora fazer longos discursos sem nenhum nexo) o lipsync seja complicado, mas nas cenas de conjuração de magia com a garota, o assincronismo fica evidente demais.

A experiência geral, porém, é extremamente positiva, e fiquei muito feliz com o que assisti. O show em si já é de uma qualidade tremenda (de novo, para quem gosta de comédias idiotas e está psicologicamente preparado para ela), então poder vê-lo em meu idioma materno foi apenas um mimo a mais. Deixo meus parabéns para a equipe da Crunchyroll Brasil, por dar pique nesse projeto audacioso, e a todos do Estúdio Som de Vera Cruz, pelo trabalho bem feito.

Você pode assistir tanto a versão dublada como a original de KonoSuba na Crunchyroll, assim como outros títulos também disponíveis em português.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Estrelada por Michael B. Jordan, animação gen:LOCK estreia na Crunchyroll

A Crunchyroll anunciou no último final de semana, a adição da animação sci-fi gen:LOCK, estrelada por Michael B. Jordan, em seu catálogo de streaming.

Confira a sinopse:

Daqui a cinquenta anos, uma força autoritária e opressiva ameaça dominar o mundo. Um audacioso time é recrutado para testar uma nova tecnologia de neurociência e pilotar mechas devastadores, mas eles precisam estar dispostos a sacrificar tudo o que têm para salvar o mundo.

Produzida pelo estúdio Rooster Teeth (RWBY), gen:LOCK tem no seu elenco:

  • Michael B. Jordan (Killmonger em Pantera Negra)
  • Maisie Williams (Arya Stark em Game of Thrones)
  • Dakota Fanning (Penelope Stern em Oito Mulheres e um Segredo)
  • Koichi Yamadera (Spike Spielgel em Cowboy Bebop)
  • David Tennant (10º Doctor em Doctor Who)

São ao todo oito episódios que compõe a primeira temporada da animação e todos já estão disponíveis para os Usuários Premium da Crunchyroll. Já o primeiro episódio, está disponível gratuitamente.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Primeiras Impressões | The Rising of the Shield Hero

Se tem uma coisa na indústria de animês que está mais saturada que o Reclame Aqui depois da Black Friday, com certeza é o gênero “isekai“. Eu sou um cara que gosta de clichês e que curte sempre as mesmas coisas repetidas vezes, mas mesmo pra mim… Putz mano, isekai já tá forçando a barra, não é mesmo?

Acontece que japonês é um povo estranho e não pensa assim, e continuamos com nossa leva sem fim de animês isekai sendo adaptados das mais diversas fontes. E como você pode imaginar, o que vamos falar hoje é justamente um isekai vindo de uma Light Novel.

Escrita por Yusagi Aneko, “Tate no Yusha no Nariagari” (lit. “A ascensão do herói do escudo“), como você pode suspeitar, fez relativo sucesso lá pela terra do sushi. Vendendo aproximadamente 3,3 milhões de cópias, recebeu adaptação em mangá, spin-offs e tudo que você tem direito.
Só quando foi licenciado nos Estados Unidos, pela One Peace Books, que sua “fama” cresceu no oeste. E eu uso as aspas pois a fama que Shield Hero tem no ocidente não é nada boa.

Você raramente vai me ver falando sobre assuntos polêmicos “da atualidade” pois do meu histórico, a maioria das pessoas que falam, não sabem do que estão falando. Eu incluso! Por isso, prefiro apenas omitir minha opinião sem embasamento (e queria que mais pessoas fizessem o mesmo). Mas quando o dever chama, acabamos precisando comentar. E é o caso aqui. A tal “infâmia” de Shield Hero se dá por conta de alguns temas delicados no ocidente.

Basta ler a sinopse, que você já identifica o primeiro: o protagonista, Naofumi Iwatani, é – falsamente – acusado de assédio sexual, e perde praticamente tudo que tinha recebido ao chegar no mundo alternativo. É um assunto complicado, ainda mais nos dias atuais, onde mais e mais alegações de assédio surgem na mídia. Foi um lançamento na hora errada, e no lugar errado.
Já o segundo não está tão escancarado, mas nota-se logo de início: como o autor e sua personagem principal lidam com o já famoso tropo de “escravidão num mundo alternativo“. Acho que não preciso entrar em detalhes sobre qual a causa da discórdia aqui, né?

Aquele momento que a personagem secundária é self-aware.

Da mesma forma que recentemente tivemos um surto da utilização da violência sexual como ferramenta de roteiro (Goblin Slayer, Sword Art Online Alicization, entre outros), vemos as alegações contra Shield Hero dividindo opiniões. Há quem diga que é apenas uma ficção e que esse tipo de ação só serve como engrenagens para girar a obra; e há quem diga que essas coisas são inaceitáveis, independente de qual o meio ou por qual motivo elas são empregadas.

Qualquer que seja sua opinião sobre o assunto, acontece que o autor já escreveu o negócio, e tal negócio já foi adaptado em animação, e cá estamos nós. Eu estava legitimamente surpreso com a qualidade da escrita nos primeiros momentos da obra. A reação das personagens aos acontecimentos eram muito reais e convincentes, dentro do pouco que nós conhecemos delas. Nos quarenta e tantos minutos iniciais da obra (que teve um primeiro episódio duplo), eu realmente me vi simpatizando com o pobre herói do escudo.

Mas… O resto dos episódios aconteceu. A história e o protagonista deram uma virada tão grande, tão rápidos, que eu quase fiquei zonzo. Do nada, tudo se tornou sombrio e forçado demais, parece que o autor se esforçou pra fazer com que o roteiro se tornasse o mais edgy possível. Forçou tanto, que acabou fazendo até com que sua personagem principal se descaracterizasse completamente. O pior é que logo depois, ele começa a mesclar as “duas personalidades” do cara, e o herói do escudo se torna um herói inconsistente, tentando ser edgy e fofo ao mesmo tempo. Simplesmente não dá.

Outro ponto a se levantar é sobre a construção de mundo. Não é incomum uma ambientação acabar sendo muito mais legal do que uma história (como eu vivia dizendo sobre Re:Zero). E o mundo de Shield Hero é um desses casos interessantes… Ao menos no papel.
Um reino com profecias antigas proclamando o fim dos tempos; problemas sociais e preconceitos conduzindo o subconsciente popular e corrompendo pessoas; uma sociedade matriarcal, onde a mulher é a autoridade maior. Mas quando vemos a realidade, temos apenas uma trama genérica sobre heróis que salvarão o mundo; uma sociedade escravocrata e que não tem nenhum desconforto com o seus preconceitos; e um reino matriarcal que é governado… Por um homem. São boas ideias, mas que ficam só no campo das ideias mesmo e nunca são executadas.

Ao menos a gente consegue salvar qualquer coisa através de memes, não é mesmo?

Quando olhamos para a parte técnica, porém, não há nada sobre o que reclamar. A animação está linda (pelo estúdio Kinema Citrus), a dublagem me deixou boquiaberto (meus destaques vão pro Kaito Ishikawa, Yoshitsugu Matsuoka e pra Asami Seto, o Herói do Escudo, o Herói da Espada e Raphtalia, respectivamente), as músicas fazem jus ao momento (por Fumiyuki Gou), e por mais conturbado que seja o material original, a direção fez o que pôde para torná-lo assistível (palmas para Takao Abo). É uma equipe e tanto trabalhando para tentar tirar leite de pedra.

A conclusão que se pode tirar é que se não parecesse tanto ser uma ficção de auto-realização vingativa, o show poderia ser melhor. Ele tem algumas ideias boas e algumas personagens interessantes, o único problema é que tudo isso é deixado em segundo plano, para dar foco a uma vingança forçada e que se esforça para parecer “adulta e sombria”, quando na verdade acaba tendo um efeito contrário, fazendo-a parecer boba e sem sentido.

Com o que temos pra hoje, a obra fica muito abaixo do que poderia ser, e embora ainda seja assistível, beira o medíocre e não traz muito divertimento. As primeiras impressões sobre o herói do escudo o deixam com uma nota de 4/10, e só podemos torcer para que o desenvolvimento da trama faça com que as partes boas sobreponham as partes ruins, que tiveram o foco até então.

Você pode assistir a The Rising of the Shield Hero pela Crunchyroll, que faz a transmissão simultânea com o Japão, com novos episódios todas as quartas-feiras.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Torre Recomenda | Animes de 2018

Não sei se temos tempo de vida o suficiente para chamar algo de “Tradição”, mas todos os anos, durante a ceia de ano novo da Torre, juntamos as maiores mentes do website para que haja uma digladiação gratuita entre seus membros. O objetivo? Tentar discutir sobre o ano que passou, e ver o que ele trouxe de bom e tentar esquecer o que ele trouxe de ruim.

Nós, os primos pobres que viemos visitar o Tio rico que mora no Centro, preparamos os nossos rankings pessoais dos Melhores Animes de 2018. Os três redatores trabalharam duro tentando não esganar uns aos outros, e você pode conferir o que cada um achou abaixo.

Também foram feitas indicações de Quadrinhos Nacionais e Internacionais, por nossos colegas mais prestigiados. Além dos Melhores Filmes de 2018.

Redator: Vini Leonardi

10 – Cells at Work! (Assista em: Crunchyroll) 
9 – JoJo’s Bizarre Adventure: Vento Aureo (Assista em: Crunchyroll)
8 – After the Rain: Primeiras Impressões (Assista em: Amazon Prime Video)
7 – Record of Grancrest War: Primeiras Impressões (Assista em: Crunchyroll) 
6 – Cardcaptor Sakura: Clear Card (Assista em: Crunchyroll)
5 – IRODUKU: The World in Colors: Primeiras Impressões (Assista em: Amazon Prime Video)
4 – Chio’s School Road: Primeiras Impressões (Assista em: Crunchyroll)
3 – Asobi Asobase – workshop of fun – (Assista em: Crunchyroll)
2 – Magical Girl Ore: Primeiras Impressões (Assista em: Crunchyroll)
1 – Rascal Does Not Dream of Bunny Girl Senpai: Primeiras Impressões (Assista em: Crunchyroll) 

Comentário do Redator:

Caramba, outro ano se passou e cá estamos mais uma vez, pestanejando e esperneando pra ver quem consegue se mostrar como o cara de pior gosto do site todo. Dois mil e dezoito foi um ano muito mais modesto, recatado e do lar, quando comparado com seu antecessor… Ao menos quando falamos de animês. Eu, particularmente, consegui curtir bem melhor as jóias que encontrei, e consegui relevar as pérolas que apareceram. Podemos dizer que foi um ano de superação, em todos os sentidos.

Mais uma vez, a maior parte do meu Top 10 foi coberto pelas postagens de “Primeiras Impressões“. Como sempre ressalto, os primeiros episódios são os mais importantes, pois são eles que fazem com que os últimos sejam assistidos. Se quiser conferir algumas das palavras precoces que eu balbuciei esse ano, basta clicar no hyperlink no nome da cada show (que tiver um, é claro). Pode te ajudar a entender quão mais fundo é o buraco que estamos. E eu já adianto: O buraco é beeeem fundo. E bem engraçado, também. Esse foi o ano das comédias e eu AMO COMÉDIAS.

Vamos comentar, começando de baixo pra cima: Em décimo lugar, Cells at Work! foi bem divertido e contou com um elenco de alto peso molecular (ai desculpa gente eu sou Químico eu preciso fazer essas piadas quando surge a oportunidade). Apesar de ser engraçado com suas piadas nerds bazonga xd, ele acaba tendo um conteúdo muito mais denso do que se espera de uma comédia, e as suas punchlines foram praticamente as mesmas por toda a duração. Ainda é um baita de um show e merece a posição no ranking.

A nona posição dispensa apresentações. A quinta parte de JoJo chegou e sinceramente? Eu quero ser um gangstar. Ainda estamos no começo da história, mas pelo menos ela está tomando algum rumo, diferente da parte quatro, né…

Para a oitava posição, a postagem do começo do ano já ajuda um bocado. Gostaria apenas de acrescentar que adorei o rumo da história, por mais surpreendente que isso possa parecer. O tema principal – graças a Deus – foi para o segundo plano, e um tema muito melhor (ou menos polêmico, caso prefira…) assumiu seu lugar. E mesmo com o gosto amargo na boca, o final conseguiu ser positivamente emocionante. After the Rain foi mais do que uma referência a Falamansa.

Já que estamos citando os melhores do ano, fiquem com o que eu julgo ser a minha melhor piada de 2018. De Holmes of Kyoto.

Grancrest War fica em sétimo, e preciso confessar que o show cresceu em mim muito mais do que eu jamais poderia imaginar, quando escrevi suas Primeiras Impressões… Não só por suas personagens, mas por chegar um momento onde as coisas se acalmaram e finalmente começamos a entender o que diabos estava acontecendo. As vezes… Nós Gotta go fast um pouco mais devagar.

Liderando a segunda metade da tabela, Clear Card não só foi a sequência que queríamos como foi a que merecíamos. Qualquer fã da garota mágica de Tomoeda deveria voltar a sua infância de TV Globinho e assistir essa continuação. Acabou em aberto? Acabou. Deixou todo mundo com raiva e com gostinho de quero mais? Deixou. Mas a jornada vale, e não é só pela nostalgia.

IRODUKU e Chio’s School Road, quinto e quarto lugares… Mantiveram sua excelente qualidade do início ao fim, e creio que os seus respectivos Primeiras Impressões possam responder por mim.

Inaugurando o pódio, Asobi Asobase foi a coisa mais idiota que eu vi no ano, e justamente por isso merece tantos elogios. Como vocês podem ver, boa parte do meu ranking foi preenchido por comédias… Eu adoro comédias, de todos os tipos e formas. Se você gosta de comédia, sinceramente, qualquer uma das que foram citadas aqui irá te apetecer, basta escolher seu tempero. E o tempero de Asobi Asobase é o pior de todos. E isso o torna um dos melhores. É o macarrão com feijão do ano. E embora eu deteste a combinação… Ah, vocês entenderam.

O mesmo vale para Magical Girl Ore. A postagem explica bem do que se trata, mas não faz jus à qualidade. Acredito cegamente que a obra concluída é no mínimo dez vezes pior (ou melhor, você que sabe) do que eu passei.

Mas, apesar de tudo… Quem realmente levou o caneco foi o dito cujo: O maldito animê com um dos piores nomes localizados que eu já vi, Bunny Girl. Achei simplesmente sensacional como o autor conseguiu fazer um drama adolescente ser tão interessante. Como comentei no Primeiras Impressões… Ele usa de um bode expiatório que hoje eu percebo ser duplo: É tanto pra trazer o sobrenatural pro mundano, como pra fazer o mundano se tornar mais interessante, graças ao sobrenatural.
O desgraçado é um gênio.

Redator: Pedro Ladino

Bom, como já citado pelo Vini, 2018 se mostrou um ano excelente para animes, é claro que tivemos algumas bombas, mas no geral, foi um ótimo ano. Minha lista terá ao todo 11 animes, pois eu realmente não conseguir tirar, ainda que o primeiro das menções honrosas realmente valia a pena estar lá.

11 – Cells at Work! (Assista em: Crunchyroll)

Começando a lista com um dos animes mais educativos que eu já tive o prazer de assistir. Cells at Work! é simplesmente uma das surpresas do ano. É bem produzido, e possui um ótimo timing cômico, e consegue ser pesado quando precisa. O episódio 12, sendo mais específico, trouxe um tom totalmente inesperado para o anime, trazendo medo, agonia e incômodo.

10 – WotaKoi: Love is Hard for Otaku (Assista em: Amazon Prime Video)

Apesar de possuir uma produção feita com troco de pão, WotaKoi é uma ótima comédia romântica sobre otakus. O show de referências e as piadas são um show a parte. O timing cômico é excelente. Além de ter uma das melhores aberturas do ano.

09 – Zombie Land Saga (Assista em: Crunchyroll)

Idols, e tudo relacionados a elas, nunca me chamaram a atenção, tanto pelo estilo, quanto pelas controvérsias relacionadas a esse mundo. Para um anime que não possuía nem sinopse quando estreou, Zombie Land Saga foi a maior surpresa do ano para a minha pessoa. Desde o primeiro ao último episódio, o anime conseguiu me tirar risadas o tempo todo. Mas não é só na comédia que o anime se sustenta, ele possui críticas à esse mundo, qualquer um que saiba um pouco sobre o quanto nojento é o cotidiano das Idols. As músicas são ótimas também e o Koutarou é o melhor personagem masculino do ano.

08 – Asobi Asobase – workshop of fun – (Assista em: Crunchyroll)

Ainda que algumas piadas não funcionem, as personagens e as situações de Asobi Asobase são o ponto alto do anime, as dubladoras mandaram muito bem, em especial Hina Kino, que interpretou a Hanako. A mudança na voz é bastante natural e as reações são ótimas.

07 – Hinamatsuri (Assistam em: Crunchyroll)

E o melhor anime de drama do ano vai para… uma comédia?  Ainda que seja um anime de comédia, a parte que mais me conquistou em Hinamatsuri foi a parte dramática estrelada pela personagem Anzu. Eu chorei assistindo, que personagem! As partes de comédia com a Hina são bem legais também, ainda que algumas piadas sejam previsíveis, mas o anime vale pela Anzu.

06 – Megalo Box (Asssista em: Crunchyroll)

Homenagem a Ashita no Joe (que eu não assisti e nem li, ME DESCULPEM), e é fantástico. Mesmo com uma produção limitada, o anime conseguiu passar a sua mensagem de forma sensacional. Ainda que o Boxe mova a trama, Megalo Box não é necessariamente um anime de luta. A estética noventista de Megalo Box faz ele passar um tom de clássico, além de uma trilha sonora fenomenal, e que foi parar até no Spotify.

05 – After the Rain (Assista em: Amazon Prime Video)

A primeira vista, conhecendo o Japão como ele é, After the Rain possui uma sinopse que faz qualquer um pensar: isso vai dar merda. Mas, graças a Deus, esse anime é MARAVILHOSO. Que personagens, que produção, até perdoo o WitStudio por ter “estragado” The Ancient Magus Bride, e por favor, que lancem o mangá por aqui.

04 – Shoujo Kageki Revue Starlight (Assista em: Hidive)

E aqui está o motivo para que essa lista tenha 11 obras e não 10, como de costume. Minha lista já estava praticamente fechada quando, por motivos paralelos a Torre, eu comecei a assistir. Starlight já estava na minha lista fazia um tempo, mas por causa dos atrasos do Hidive em colocar legendas em PT-BR, eu acabei deixando de lado para assistir quando acabasse, no entanto, esqueci. E meu Deus, que anime ein? A mensagem que ele trás é ótima, como crítica ao show business. Além de possuir as melhores cenas de lutas do ano. BANANICE BEST GIRL.

03 – Lupin III – Part 5 (Assista em: Crunchyroll)

Aqui um anime que eu nunca pensei que assistiria, até descobrir que poderia assistir individualmente cada série de Lupin III. Para um primeiro contato com a franquia, não poderia ter sido melhor. Essa nova parte trás mini-arcos de 4 episódios que se juntam no final, e é incrível. Lupin é um excelente personagem, que funciona mesmo você só sabendo o básico sobre ele: é um ladrão, o maior de todos. Assistam Lupin III!

02 – Devilman Crybaby (Assista em: Netflix)

Quando você começa o ano com uma obra de arte chamada Devilman Crybaby, pode apostar que o resto dele será sensacional. Produção, trilha sonora e porrada no coração, só assistam. Devilman Crybaby se tornou um clássico instantaneamente, Masaaki Yuasa, eu te amo. O final mais sincero possível.

01 – SSSS.Gridman (Assista em: Crunchyroll dos Estados Unidos)

E chegamos ao anime que eu considero o melhor de 2018. Até Outubro eu considerava Devilman Crybaby imbatível. Mas sempre podemos contar com a Trigger, não é mesmo? (shiu, fica quieto ai Darling in the Franxx)

A direção de Gridman é espetacular, a ausência de trilha sonora em diversas partes acaba trazendo uma imersão e agonia. E só Deus sabe o quanto eu gritei com as cenas de luta, enlouqueci criando teorias e perdi o folego com Gridman. E o final… incrível, somente isso.

00 – Sangatsu no Lion S2 (Assista em: Crunchyroll)

VOU ROUBAR MESMO. Sangatsu no Lion para mim é o anime da década, e que todos deveriam assistir. O anime começou em 2017, mas temporada se encerrou esse ano. O arco do bulliyng tratado nessa segunda temporada é pesadíssimo e  me deixou passando mal, ao ponto de ter que pausar os episódios a cada cena filha da puta. O segundo arco é espetacular, e explora mais personagens do anime. Assistam Sangatsu no Lion, é sério.

Menções Honrosas:

A Place Further than the UniverseCaptain TsubasaSaiki Kusuo no Psi-nan S2Yuru Camp, Grand BluePlanet WithRun with the WindJoJo’s Bizarre Adventure PT. 5: Vento Aureo.

Redator: Luiz Alex Butkeivicz

10 – Darling in the Franxx (Assista em: Crunchyroll)

Apesar do final apressado e decepcionante, Darling in the Franxx fez jus ao seu sucesso inicial e apesar dos pesares ainda é uma obra interessante e aproveitável até o episódio 18.

9 – Violet Evergarden (Assista em: Netflix)

A aguardada adaptação da novel de mesmo nome escrita por Akatsuki Kana foi um misto de decepções com expectativas elevadas com base nos livros, e deleite com com as maravilhas visuais e sonoras de encher os olhos. Violet Evergarden ganha um lugar nessa lista pela sua excelência técnica e fidelidade à essência da história original, apesar das mudanças.

8 – Cells at Work! (Assista em: Crunchyroll)

Uma das grandes surpresas de 2018 e do estúdio David Production, foi o anime original Cells at Work que se excedeu pela excelente temática e execução na animação em CG. Cells at Work com seu leque de personas das células do corpo humano entregou uma temática genuína e refrescante, se tornando um clássico; aquele anime do corpo humano.

7 – After the Rain (Assista em: Amazon Prime Video)

A intensidade do brilho não dita a duração ou a beleza da chama. Koi wa Ameagiri foi anunciado com uma sinopse controversa e de interesse dúbio, mas demonstrou sua beleza sem chamar muita atenção. Uma beleza memorável que marcou um grande romance de 2018.

6 – That Time I Got Reincarnated as a Slime (Assista em: Crunchyroll)

Desde Sword Art Online e Daimachi, o gênero isekai ficou saturado com dezenas de animes genéricos toda temporada. That Time I Got Reincarnated as a Slime seguindo a mesma nota de KonoSuba, torna o gênero interessante novamente ao colocar o protagonista na pele de uma singela amoeba, transformando o que antes seria um clichê inexpressivo em uma comédia de expectativas além da fantasias shounen.

5 – Pop Team Epic (Assista em: Crunchyroll)

Você tem que ter um QI muito baixo para entender Pop Team Epic. Com uma proposta de adaptar tiras de 4 painéis, a realização desse anime foi uma afronta à Deus. Pop Team Epic se destacou pela qualidade humorística absurda que personificou tudo que simboliza o humor memético da internet.

4 – Lupin III – Part 5 (Assista em: Crunchyroll)

Sempre que uma nova série é anunciada há a certeza de qualidade está por vir. A parte 5 da adaptação de Lupin continua com o ascendentes nível de qualidade já estabelecidos nos filmes clássicos e especialmente no anime de 2015. Lupin III: Part 5 não é apenas um doce para os fãs de longa data como também uma porta de entrada para novos espectadores.

3 – Zombie Land Saga (Assista em: Crunchyroll)

Juntando zumbis e idols, Zombieland Saga reformula o padrão imposto por Idolmasters e Love Live! e trás uma nova vida ao gênero. Zombieland Saga deu a luz a Kotarou Tatsumi (info do dublador aqui), o melhor personagem do ano que definiu o sucesso desse grupo de idols e desse anime.

2 – Devilman Crybaby (Assista em: Netflix)

Após 45 anos a obra prima de Go Nagai finalmente teve a adaptação que merecia através da Netflix, apresentando a obra para toda uma nova geração. Devilman Crybaby permanece fiel ao original da melhor forma possível além de apresentar diversas referências ao original e aos OVAs. Fiz um texto dedicado ao anime, onde me expresso melhor sobre ele.

1 – Megalo Box (Asssista em: Crunchyroll)

A comemoração do aniversário de 50 anos de Ashita no Joe, fez jus ao nome de uma dos clássicos dos animes de boxe e se consagrou como um dos melhores do ano. Fazendo uma releitura de personagens e trazendo  a história para um cenário mais moderno, Megalobox reviveu o espírito dos grandes personagens que Ashita no Joe nos apresentou pela primeira vez há 50 anos. Sem uma animação impecável, mas com uma proposta direta e impactante, um estilo mais simples e sujo e uma trilha sonora memorável, Megalobox marcou este ano se tornou apenas uma marca à ser seguida por animes do gênero, como também um eterno clássico.

E esses foram os animes que consideramos os melhores de 2018, e que 2019 seja tão promissor quanto.