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A poesia e a apatia em Vozes e Vultos

Produções cinematográficas e televisivas que abordam uma casa mal-assombrada não é um assunto recente para quem consome esse tipo de conteúdo, pois é só olhar para trás e perceber que já tínhamos The Amityville Horror (1979), O Iluminado (1980) e Poltergeist (1982), entre muitos outros. Esse tema está tão recorrente atualmente, que ficamos completamente indiferentes quando um novo filme é lançado e o culpado disso tudo é a forma como o roteiro não sai de sua zona de conforto, e como consequência, nada nos prende. Alguns longas até conseguiram sair dessa estatística amarga, mas o saldo ainda pende em sua maioria para o lado mais preguiçoso. E sim, Vozes e Vultos se encaixa neste saldo negativo.

A recente produção da Netflix acompanha uma artista de Manhattan (Amanda Seyfried) que se muda com sua família para o Vale do Hudson. Conforme ela começa sua nova vida num vilarejo histórico, ela passa a suspeitar que seu casamento e sua casa está cercado por algo obscuro.

James Norton (George Clare) e Amanda Seyfried (Catherine Clare) interpretam o típico casal feliz e empolgado pela mudança, porém tudo começa a desandar conforme a presença inicia as suas manifestações para Catherine. O roteiro abre uma discussão sobre o poder feminino quando deixa claro que a personagem se tornou o centro das aparições sobrenaturais. Isso não foi um mero acaso, pois uma explicação é dada para tal. Não vou entrar em mais detalhes para não estragar a experiência de quem ainda não assistiu, porém foi uma das poucas coisas que gostei do filme.

Enquanto isso, o filme afasta um pouco (até certo momento) George dessas manifestações e entra num contraponto com a discussão mencionada acima. Aqui o vemos assumindo um lado adúltero com a jovem Willis (Natalia Dyer) e conforme a trama avança, as aparências de bom moço continuam rachando até o seu ponto de ruptura. Assim como sua parceira, ele também possui um motivo específico que é revelado posteriormente. Não é um plot twist digno de revirar na cadeira sedento por mais, uma vez que fica completamente óbvio a direção que o roteiro pretende seguir para seu ato final.

A poesia sobrenatural foi bem trabalhada através da obra de Emanuel Swedenborg (1688-1772). Ele foi um filósofo e espiritualista sueco que era visto como iluminado e louco por causa de sua visão sobre o mundo espiritual. Segundo ele, os mortos não precisam causar medo, isso o que faz é a vida. O eterno debate sobre as consequências de nossos atos em vida foi pauta entre os personagens principais e quem guardou esses diálogos, claramente percebeu a referência na cena final.

Vozes e Vultos acerta em trazer essa atmosfera poética para o campo sobrenatural, mas peca pela apatia em não trazer mais nada de novo para o gênero. Então, acaba se tornando uma adaptação cinematográfica (baseado no romance All Things Cease to Appear de Elizabeth Brundage) esquecível um pouco depois que você termina de assistir antes de pular para a próxima diversão do dia. Aliás, já assistiram À Espreita do Mal?

Nota: Prata. 

Vozes e Vultos está disponível atualmente na Netflix.

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Meu Pai e a Brilhante Atuação de Anthony Hopkins

Baseado em uma peça de teatro escrita por Florian Zeller – sendo este também responsável pela direção do longa, Meu Pai concorreu a seis categorias do Oscar, incluindo a principal de Melhor Filme, e levou duas estatuetas: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator para Anthony Hopkins.

Na trama acompanhamos Anthony (interpretado por Anthony Hopkins), um senhor de 81 anos que mora sozinho e não aceita os cuidadores que sua filha Anne (interpretada por Olivia Colman) contrata. Após um tempo sua filha decide se mudar para Paris com o namorado e os cuidados se tornam mais necessários do que nunca. Anthony reluta a aceitar a situação enquanto precisa lidar com sua perda de memória provocada pelo  Alzheimer, que fica pior a cada minuto de exibição. The Father (Florian Zeller)

O grande destaque em Meu Pai é que durante toda a exibição do título somos intrigados com a fragmentação que ocorre na montagem do filme, com partes de memórias soltas e outras situações inusitadas. Assim como o nome da película sugere a trama é focada completamente na narrativa do pai e, por mais que tenhamos contato também com os sentimentos de sua filha através de cenas isoladas, somos imersos apenas à sua visão da história.

Como dito acima, a história originalmente foi escrita para o teatro e sua adaptação é feita com maestria ao utilizar os elementos técnicos que apenas o cinema proporciona, tais como a montagem, a iluminação, a fotografia e outros pequenos detalhes que somados contribuem para contar uma história tão delicada de forma que o telespectador se sinta tocado pela mesma.

Crítica - The Father (Meu Pai) - Noite de Oscar

Por fim, acaba que o longa se torna uma experiência sensorial onde o telespectador presencia o retrato da demência por meio dos olhos de Anthony. A cada cena que se passa, a confusão aumenta e o telespectador se sente angustiado ao querer encaixar as peças do quebra-cabeça exibido em tela e vulnerável até chegar no desfecho da trama. Zeller construiu sua adaptação com a perfeição que a sétima arte poderia provocar, e é digno de aplausos.

O elenco do título, composto por excelentes nomes, também contribui bastante para essa experiência. O destaque vai para a interpretação brilhante de Anthony Hopkins como o protagonista, conseguindo transmitir com excelência toda a confusão gerada pelas cenas tumultuadas e toda a angústia provocada pela doença. Além disso Olivia Colman está fenomenal interpretando sua filha, passando com clareza os sentimentos envolvidos perante a situação com seu pai. Hopkins de fato mereceu o prêmio de Melhor Ator: sua atuação neste longa é brilhante e merece toda a atenção possível.

The Father | Rob's Movie Vault

Então, é bom?

Meu Pai é um longa incrível que apresenta uma história comovente, tocante e única. Anthony Hopkins atua de forma brilhante e conduz a história com maestria em conjunto com Olivia Colman e todos os outros personagens secundários, adaptando de forma perfeita o material original. Sem dúvida alguma é um longa que merece ser enaltecido e deve ser visto por todos com a devida atenção.

Nota: 5/5 – Diamante

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Sem Remorso apresenta boa ação numa trama genérica e previsível

O Amazon Prime Video encerrou o mês de abril com mais um lançamento original em sua extensa grade de produções e para quem curte uma boa pegada de ação misturada com conspiração, então Sem Remorso será uma excelente recomendação para você que está neste momento lendo esse texto.

Baseado no universo literário de Tom Clancy, sua adaptação cinematográfica apresenta um militar de operações especiais, John Kelly (Michael B. Jordan) que, após voltar de uma missão secreta, vê seus companheiros serem assassinados juntamente à esposa grávida. É isto! A sinopse é simples, nada além disso. O filme também não tenta ser além do que é e por isso que ele é ótimo. Apesar disso, uma contrabalança veio ao apresentar uma trama genérica e que em certos momentos, o telespectador já conseguia adivinhar as reviravoltas. Claro que nada que te faça se sentir traído pela proposta ou ficar com um gosto amargo na boca. Longe disso! 

A trama já recebe sua movimentação ainda no início e segue até o fim com uma dosagem ótima de ação intercalada com pequenos momentos de calmaria. Michael B. Jordan atua muito bem e foi outro ponto positivo para gostar do filme. Ele consegue entregar todo o sentimento de dor pela perda de sua família e também consegue expressar maravilhosamente o sentimento de alguém que pretende se vingar. Isso é facilmente corroborado em diversas cenas. Temos todo o ódio acumulado dentro de um homem que carrega a morte em suas mãos e pretende esvaziar esse peso da melhor forma que faz: em campo lutando.

Essa adaptação ganhou muito com Jordan no elenco. Não só ele, pois Jodie Turner-Smith, Guy Pearce e Jamie Bell também atuaram bem. Ainda mais pelo terceiro, uma vez que criamos uma antipatia pelo seu personagem de imediato e como consequência, o fantástico mundo do previsível se faz presente para determinar quem está por trás disso tudo.

Sem Remorso segue de forma bastante modesta em toda a sua duração, porém ganha um elemento promissor com a sua cena pós-créditos ao deixar clara a intenção de expandir a sua mitologia. Uma pesquisa rápida para você descobrir que o autor Tom Clancy possui uma obra de livros com o personagem John Kelly e esse é o mesmo universo de Jack Ryan. É fácil concluir que o longa foi uma história de origem para John e que caso confirmem uma sequência, poderemos revê-lo futuramente com a adaptação do livro Rainbow Six. E que venha uma franquia!

Nota: Ouro.

Sem Remorso de Tom Clancy está disponível atualmente no Amazon Prime Video.

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Anônimo: Espetáculo da violência e da mediocridade

Nobody (título original em inglês), lançado no Brasil como Anônimo, é sobre ninguém. O ninguém que mora na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, no seu país, ou até mesmo você. Há diversos ninguém vagando mundo afora, aqueles que vivem a vida de forma uniforme, sem mudanças drásticas, com um certo conformismo de que a vida é como ela é, e ponto final. Em Nobody, Hutch Mansell (Bob Odenkirk) aparenta aceitar essa condição,  embora esteja sedento por sangue.

A vida de Hutch reflete o estilo da classe média americana; um cotidiano repleto de comportamentos no modo automático, enquanto no trabalho as funções tornam-se repetitivamente excessivas e constantes, a sua família – formada por uma esposa e dois filhos, a representação padrão das famílias americanas – tem relações frágeis sustentadas por momentos de união no café da manhã e jantar. Mas nada muda em relação a isso; a tabela do Excel, o travesseiro dividindo o casal na cama, o horário do lixo… todos se mantém concretos e imutáveis, como se Hutch não tivesse nem controle do que estaria ocorrendo em seu em torno. 

Assim, uma das maiores qualidades de Nobody é justamente construir essa concepção de repetição imutável, intercalando várias cenas comuns do cotidiano de Hutch para representar o ciclo sem fim que o circunda. Contudo, a particularidade mais valiosa da produção é tornar Hutch em um homem vulnerável e incomodado. A forma com que Odenkirk se porta, fisicamente retraído e inseguro transparecendo certa fragilidade, além das inúmeras cenas que reforçam o olhar depreciativo das pessoas ao seu status, adicionadas ao seu desgaste psicológico, como se sempre estivesse a um passo da violência, próximo do retorno à vida que tinha, traduzem tanto o momento atual do protagonista como o seu passado. 

Este passado que é ponto principal da obra. Afinal, Nobody é um filme de ação visceral, que pode ser acusado de surfar na onda da bem-sucedida franquia John Wick, mas que ganha contornos próprios pelas decisões inteligentes dos criadores. Hutch era um auditor, assassino treinado contratado para eliminar qualquer pessoa que fosse alvo ou empecilho para alguém sem deixar um rastro sequer. Seu passado o atormenta, não como ameaça, mas como desejo, principalmente quando ocorre um assalto dentro de sua casa e ele deixa os brandidos escaparem sem nenhum tipo de reação, sentido-se obsoleto e frustrado. 

O que ocorre a partir daí é um espetáculo visual onde música e violência caminham juntas para criar uma melodia que torna os desejos mais obscuros de Nobody (nome dado à sua classificação enquanto assassino) numa realidade “bem concreta”, digo… com sangue jorrando, olhos roxos, ossos quebrados e corpos queimando. A direção de Ilya Naishuller é minuciosa ao retratar e acompanhar a movimentação dos atores e da ação pelas limitações decorrentes dos espaços selecionados, seja em um ônibus ou no galpão, a câmera promove a interação intensa e fluida dos personagens, trocas de soco, facadas, tiros pra lá e pra cá,  ainda que várias truques sejam utilizados, de posicionamentos de câmera a simples cortes precisos na edição; expondo cada detalhe da ação, o filme concebe um senso realístico extremamente eficaz que potencializa a brutalidade dos personagens – e dos riscos que estes estão submetidos.

E se mencionei John Wick lá atrás, é bom deixar claro o quanto Nobody se distingue deste. Embora tenha semelhanças, afinal os filmes partem de premissas próximas, Nobody se diferencia tanto na maneira que trata seu protagonista quanto na estética. John Wick abusa das luzes, do néon e dos cenários grandiosos e inventivos, da boate ao teatro; já Nobody prefere utilizar o cenário suburbano, casual, que se conecta melhor com a própria proposta, do simples ônibus à casa aparentemente comum. Em relação aos protagonistas, enquanto John Wick é o homem sem falhas, impecável a cada movimento, preciso e com uma agilidade impressionante, Hutch é um aposentado fora de forma, que ainda consegue ser um assassino brutal, mas visualmente sem a mesma destreza, errando movimentos, caindo, apanhando; realmente como um quarentão se portaria se decidisse matar todo o quarteirão.

Mesmo assim, sua figura antiquada dá espaço a um homem seguro de suas decisões, assumindo de vez a identidade que o pertencera e o define, além de comprar a empresa que trabalhava, administrada pela família da esposa, ele compra uma briga até a última gota de sangue com um ameaçador (descartável) mafioso russo estereotipado, interpretado por Alexei Walerjewitsch Serebrjakow. O desfecho não poderia ser mais catártico possível, não só pela proporção da violência e pelo cenário ser o próprio trabalho de Hutch, um fardo inegável, mas também por se tornar a pessoa que desejava voltar a ser, junto ao irmão e ao pai, interpretado por ninguém menos que Christopher Lloyd, com atuação contida mas que rouba todas as cenas em que aparece, além de proporcionar o melhor diálogo do longa. 

O filme deixa portas escancaradas para o futuro e parece apresentar só a pontinha do iceberg de um vasto universo, que facilmente poderia ser integrado a uma outra franquia – ou ser o início de uma. E a brincadeira entre o antiquado e o moderno, a realidade e o desejado, refletida até na linguagem cinematográfica empregada, como a simplicidade dos enquadramentos que servem para mostrar uma exuberância ou um virtuosismo visual, é fundamental para Ilustrar a tentativa de Hutch se sobrepor à mediocridade e se tornar quem deseja, o Ninguém… (ou um ninguém?) Estaria Hutch condenado a voltar à normalidade? Perguntas que o significado dúbio do título promove e instiga, e, de certa forma, complementa as contradições intencionais do filme; tornar a violência espetáculo já não seria um ato um tanto quanto medíocre? 

Desse modo, Nobody é a realização definitiva do real sonho americano. Destruir seu local de trabalho, atirar em alguns russos malditos e, ao final, comprar uma nova casa, a melhor do mercado, que não só irá propiciar um prazer inquestionável, como permitirá que continue se conformando com sua vida medíocre no luxo e no conforto (com prazo de validade).

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Amazon Prime Video | Documentário da P!nk e nova série de terror estão entre os lançamentos de maio

O Amazon Prime Video divulgou recentemente a sua lista de lançamentos para o mês de maio. O streaming contará com originais e outras produções. Confira abaixo:

01/05

Clube da Luta para Mulheres

Quando Anna Wyncomb (Malin Åkerman) é apresentada a um clube de luta clandestino só de mulheres com o objetivo de acabar com a confusão que virou sua vida, ela descobre que está muito mais conectada com a história do clube do que jamais poderia ter imaginado.

 

MIB: Homens de Preto – Internacional

Quando criança, Molly (Tessa Thompson) presenciou a abordagem de dois agentes do MIB aos seus pais, apagando a memória deles acerca da súbita aparição de um ser extraterrestre. Como estava escondida, a garota não foi atingida pela ação. Obcecada pelos mistérios do universo, ela cresceu com o sonho de ingressar no MIB. Após muita pesquisa, ela consegue descobrir a sede da agência e lá se candidata a uma vaga, sendo aceita por O (Emma Thompson). Ainda em experiência, e agora renomeada como agente M, ela é enviada a Londres para investigar algo estranho que tem ocorrido na agência local. É quando conhece o agente H (Chris Hemsworth), de grande renome pelos seus feitos no passado mas uma certa arrogância e displicência na execução do trabalho.

06/05

Depois a Louca Sou Eu

Desde a infância, Dani (Débora Falabella) lida com todo tipo de crise de ansiedade. Já adulta, ela recorre a terapias e medicações para conviver não só com Sílvia (Yara de Novaes), sua mãe superprotetora, mas todos os demais que a cercam. Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Tati Bernardi.

07/05

The Boy From Medellín

O filme acompanha Balvin enquanto se prepara para a maior performance de sua carreira até o momento: um show esgotado em um estádio de sua cidade natal, em Medellín, Colômbia.

08/05

Pets – A Vida Secreta dos Bichos 2

Após lidar com a chegada de outro cãozinho, Max (Patton Oswalt) tem novos desafios: um bebê a caminho e uma viagem à fazenda. Ao lado de seu companheiro Duke (Eric Stonestreet), ele lida com as novidades e moradores do local. Enquanto isso, Gigi (Jenny Slate) e Bola de Neve (Kevin Hart) tentam salvar um tigre das mãos de um terrível dono de circo.

14/05

The Underground Railroad

A nova minissérie é baseada no livro The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade, escrito pelo autor Colson Whitehead, vencedor do Prêmio Pulitzer. A história de The Underground Railroad segue Cora, uma escrava em uma plantação de algodão na Geórgia. A vida é um inferno para todos os escravos, mas especialmente ruim para Cora; uma rejeitada até mesmo entre seus companheiros africanos. Quando César, recém-chegado da Virgínia, conta a ela sobre a Ferrovia Subterrânea, eles decidem correr um risco terrível e fugir.

21/05

P!NK: All I Know So Far

O longa mostrará os bastidores da turnê “Beautiful Trauma World Tour”, além de uma apresentação que a artista fez no famoso Estádio de Wembley, no Reino Unido.

28/05

Panic

A história de Panic se passa em uma pequena cidade do estado do Texas, nos Estados Unidos, onde todo verão os estudantes do último ano do Ensino Médio participam de uma série de desafios e o vencedor ganha um prêmio – algo que acreditam ser a única chance para conseguirem ter uma vida melhor e escapar das circunstâncias de onde moram. Mas esse ano as regras mudaram: a quantidade de dinheiro do prêmio é maior e o jogo se tornou ainda mais perigoso. Os jogadores irão enfrentar cara a cara seus maiores e mais sombrios medos, e serão forçados a decidir até que ponto estão dispostos a correr riscos para ganhar.

Aqui no site, você também pode conferir os lançamentos da NetflixDisney Plus para este mês.

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Disney Plus | Confira os Lançamentos de Maio

Foi divulgado recentemente pela Disney a lista de títulos que serão lançados no mês de Maio em sua plataforma de streaming, com destaque para o lançamento de Cruella, filme estrelado por Emma Stone que contará a origem da vilã e para a nova animação de Star Wars, que será lançado em 4 de Maio – confira a lista completa:

04/05

  • Star Wars: The Bad Batch
  • Lego Star Wars: All-Stars
  • Lego Star Wars: As Aventuras dos Freemaker
  • Star Wars: Forças do Destino

07/05

  • Elefantes: Em Nome da Liberdade
  • Grandes Migrações
  • Derramamento de óleo do século
  • Ailo – A Jornada de uma Rena

14/05

  • Cruella – através do Premier Acess
  • Grand Canyon ao extremo
  • Marvel: Aventuras dos Super-Heróis – Temporada 4

28/05

  • Coleção Launchpad – Curta a Diversidade, com os seguintes curtas: The Little Prince(ss); American EidO; Jantar Está Servido; Seja um Tigre; Encarando Meus Segredos; O Último dos Chupa-Cabras.
  • Coop & Cami – Temporada 2
  • As Crônicas de Evermoore – minissérie
  • Desafio Impossível – Temporada 1
  • Dra. T: Clínica de Animais Exóticos
  • Expedição Marte
  • Marvel Rising: Initiation

Além dos títulos, a plataforma receberá novos episódios de Virando o Jogo dos Campeões, Big Shot: Treinador de Elite Por dentro da Pixar (Parte 4).

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Em Mortal Kombat, a maior luta é se manter coeso

FIGHT! Após dois filmes e um curta-metragem, a grande franquia de jogos Mortal Kombat recebe uma nova adaptação, moderna e muito, muito violenta. Dirigido pelo novado Simon McQuoid e escrito por Greg Russo, Oren Uziel, David Callaham, o filme se consolida, porém, há seus deslizes significativos.

A história segue o lutador de MMA fraco, Cole Young (interpretado por Lewis Tan), que não fazia ideia que o sangue em suas veias tinha uma herança sanguinária e importante. Com isso, Young é perseguido por Sub-Zero (Joe Taslim), e precisa da ajuda de Sonya Blade e Jax para descobrir o seu destino e proteger sua família. Partindo disso, discorreremos sobre seu roteiro.

É um pouco difícil decifrar como esse longa foi escrito, muitas das cenas têm diálogos precários, mas que se encaixa em o que se propõe, um filme de ação focado em sua violência. O que incomoda, é como muitas partes da história são corridas e pouco desenvolvidas, e como certos personagens importantes simplesmente não tem tanto foco. Mas para pontuar a pior coisa, devemos falar sobre seu protagonista, Cole, que impressionantemente não tem desenvolvimento algum até o fim do filme; e mesmo assim, seu desenvolvimento acontece nos quinze minutos finais. Enquanto personagens como Scorpion, que aparece relativamente pouco, tem mais desenvolvimento que ele, lembra muito a protagonista dos filmes originais de Resident Evil, se não estivesse ali, ninguém sentiria falta. Mas de resto, com tudo apresentado,  os personagens originais fazem jus para suas versões digitais. Talvez, a direção não soubesse como levar toda uma história em uma hora e cinquenta minutos, talvez até uma meia-hora a mais ajudaria a não ser tão corrido.

Mas nem tudo está perdido. Visando suas lutas, é sensacional. A forma na qual a releitura é feita para as telonas é incrível, até mesmo falas do jogo aparecem aqui (por mais que sejam estranhas em algumas de suas cenas). Todas caem como luvas, a utilização das arcanas e fatalities foram executadas com maestria e viram cenas memoráveis. Os efeitos especiais também ajudam muito na criação das lutas fantásticas, principalmente quando se há muito sangue, e quando Sub-Zero está em tela.

Sledujte]▷ “ Mortal Kombat (2021) Celý Film “Online !Zdarma – GeoGebra

Outros pontos que merecem muitos elogios são suas partes artísticas, a cenografia dos lugares é maravilhosa e muito bem adaptada. E os figurinos também tem suas características únicas, sabem modernizar e ter sua originalidade para o filme. O visual de Scorpion, Sub-Zero, Raiden e Kung Lao são os pontos altos dessa discussão.

Já sua fotografia também é uma montanha-russa, muitas vezes linda, e outras que parece que foi esquecida; enquadramentos estranhos e utilização de cor/iluminação que parecem aleatórios. Sua edição também é esquisita, para não dizer outra coisa. Quando conhecemos o protagonista, um mar de cortes desnecessários chega a dar náusea. Sua montagem normaliza, mas ainda sofre alguns deslizes. E sua trilha-sonora é bem trabalhada, mas não recebe o destaque que merece, o fato de terem utilizado o tema clássico, recriando em algo moderno, é uma nostalgia boa aos fãs.

Mortal Kombat: První český trailer předělávky oblíbeného herního filmu | Prima Cool

Enfim, Mortal Kombat é um filme com falhas, porém extremamente divertido, e necessita de mais para fazer essa franquia tão importante se concretizar. Um roteiro fraco e apressado fez com que várias oportunidades aqui fossem jogadas fora, e também, a possibilidade de se criar um protagonista original e cativante. Por outro lado, o seu universo ainda pode ser muito bem explorado, com seus icônicos personagens sendo tão bem reproduzidos. A verdade é, se aqui fosse feito uma série, sua qualidade poderia melhorar de forma significativa, e vários de seus problemas poderiam ser resolvidos. Agora, é esperar pelo melhor, e que seu futuro possa soar como uma ‘Flawless Victory’.

Nota final: 2.8/5 – Prata

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A singularidade de Invencível no mundo dos super-heróis

Com tantas produções de super-heróis hoje, fica difícil achar uma que se destaque e realmente nos surpreenda, sem os mesmos eventos ou discursos previsíveis, e “Invencível” pode se encaixar dentro desta categoria.

“Invencível”, ou “Invincible” em inglês, é a nova série animada da Amazon Prime Video baseada nas histórias em quadrinho criadas por Robert Kirkman, autor também do universo de The Walking Dead. Na trama, Mark Grayson (Steven Yeun) é filho de um poderoso super herói, Omni-Man (J.K.Simmons), mas que não apresenta seus superpoderes até seus 17 anos, e que agora precisa se equilibrar entre sua vida de um garoto normal e de um super herói que enfrenta ameaças para proteger a Terra, isso com o auxílio de seu pai.

Invincible': TV Review | Hollywood Reporter

O elenco de dubladores da animação é sem dúvidas algo que precisa ser comentado e levado em conta para o seu sucesso. Temos Steven Yeun (The Walking Dead) dublando o protagonista, J.K. Simmons (Homem-Aranha) como Omni-Man, Sandra Oh (Killing Eve) e também Zazie Beetz (Coringa). E ainda, participações de figuras muito estimadas como Mark Hamill, Mahershala Ali, Ezra Miller, Lauren Cohan, entre outras. Certamente, a equipe de dubladores é vasta, com nomes que você provavelmente já ouviu antes. Esse foi um ponto forte e o que propiciou parte da personalidade única da série.

O primeiro episódio começa até então de um jeito despretensioso e típico do gênero: a equipe de heróis, chamados Guardiões do Globo, derrota os vilões. Em seguida, somos apresentados à trama de Omni-Man e seu filho, Mark Grayson, que deseja logo ter seus super poderes e seguir os passos do pai. Tudo parecia singelo e inofensivo, até o final do episódio, quando se tem a quebra de expectativa chocante que foi talvez a parte crucial para evocar a sensação de querer assistir mais. Parte disso se dá pelo enredo que vai sendo construído de forma excepcional, sempre cativando o telespectador e envolvendo-o com seu leque de personagens e arcos de forma divertida. 

Steven Yeun and the Cast of 'Invincible' on Bringing the Best-Selling Comic  to Life

É claro que a sátira permeia a obra, uma vez que os personagens são claramente inspirados em super-heróis já conhecidos. Contudo, essa não é a única e principal finalidade da animação. As histórias dos personagens são bem desenvolvidas e dispõem de algumas das famosas narrativas que gostamos de ver em um super-herói, afastando-se portanto do foco de uma sátira. Dado o alto teor de violência e cenas explícitas de tripas e globos oculares para fora, diga-se de passagem, pode suscitar uma lembrança da sérieThe Boys”, também da Amazon Prime Video. Entretanto, diferentemente de “The Boys”, “Invencível” não se preocupa em apenas fazer piada dos super-heróis das gigantes da editora. Ela tem seu humor próprio e não-óbvio, seu próprio universo sem ridicularização. E isso é ótimo, visto que as produções de heróis quando não pertencem à Marvel ou DC sempre são meramente sátiras.

Invincible Kills Off Its Version of the Justice League | CBR

Depois do episódio 7, que foi insanamente arrebatador e com um ritmo frenético, chegamos ao oitavo e último episódio da temporada, com muitas explicações, sequências atônitas e uma perspectiva até filosófica da relação de Mark com seu pai, e sobre o que significa ser um super-herói. E é claro, a ansiedade para uma próxima temporada de uma história rica em conteúdo.

“Invencível” tem o que todo fã do gênero super-herói gosta e um pouco mais: equipes de super- heróis; o mocinho versus o vilão; as particularidades de cada personagem e lutas de deixar boquiaberto. Também, o fato de não possuir tanto os já conhecidos clichês é um aspecto excelente, somando com todos os elementos necessários para viciar e deixar aquela curiosidade pro próximo episódio, surpreendendo mais a cada um que passa. Sua criatividade em um ramo já tão desgastado por produções similares umas às outras é de fato seu triunfo. Com certeza foi uma ótima surpresa do ano e, felizmente, sua segunda e terceira temporada já foram confirmadas pela Prime Video.

Nota: Diamante

Review: Steven Yeun leads 'Invincible,' a brightly colored superhero  cartoon series | Datebook

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A bela melodia no fundo do mar com Professor Polvo

O fascínio pelos mares não é uma prática recente do ser humano, uma vez que durante a nossa história inúmeros especialistas encararam esse gigante colossal líquido para conhecer os seus mistérios e conseguir entender toda a magia com os continentes, assim como a interação com a fauna e flora marinhas. Estamos falando de um organismo que consegue alcançar longas distâncias e profundezas exploradas por poucos. E mesmo com séculos de conhecimento, ainda não temos a menor ideia sobre esse importante mecanismo marinho.

Essa adoração pelo mar foi um dos pontos abordados em Professor Polvo, porém o excelente documentário de Pippa Ehrlich e James Reed conseguiu ir mais além disso ao explorar a bonita e inusitada amizade entre o cineasta Craig Foster e um polvo-fêmea (Octopus vulgaris). Parece até trama de ficção científica, porém não é. Já existem vários estudos relatando algumas espécies de animais criando laços afetivos ao longo de sua vida. Exemplo claro disso é uma característica conhecida como cuidado parental, que significa a estratégia realizada para a aumentar as chances de sobrevivência da prole.

Antes da primeira aparição do polvo-fêmea adorável, o nosso protagonista humano contou um pouco de sua vida e a sua motivação para praticar o mergulho na província do Cabo Ocidental, na África do Sul. Sua vocação começou ainda na infância ao morar numa casa que ficava de frente para o Oceano Atlântico e presenciou a fúria desse gigante d’água. Além disso, fazia mergulhos em poças de marés. Ou seja, era uma pessoa com tendência forte em continuar seguindo com esse contato com a natureza quando fosse adulto e assim foi. Passando por algumas dificuldades, ele retornou e criou uma rotina em mergulhar nas florestas gigantes de algas (formação de kelps).

E foram aqueles tentáculos! Aqueles benditos tentáculos que mudaram completamente a visão do cineasta sobre o ambiente marinho e o comportamento animal naquele meio. Conhecemos mecanismos usados para fugir de predadores e capturar suas presas. São estratégias importantes que garantem a sobrevivência de inúmeros indivíduos nessa furiosa cadeia alimentar.

Isso tudo foi capturado pelas lentes precisas de Craig e fomos contemplados com uma imersão maravilhosa no fundo do mar. A melodia perfeita entre o belo e o assustador. Todo o material nos trouxe a capacidade de pensar sobre a importância de tudo aquilo e nos fez refletir na construção dessa amizade. Todas as etapas dessa relação estavam ali: do medo e estranheza até a confiança completa naquele estranho invasor em seu território.

Ele aproveitou esse acompanhamento diário ao polvo-fêmea para registrar também toda a rotina de outros animais marinhos e como interagiam com a enorme floresta de algas. Com a narração, a história foi sendo contada em riqueza de detalhes. Com os registros, essa história ganhou forma e cor. Foi o excelente complemento que garantiu a nossa empatia para com essa amizade. Praticamente a mesma sensação de assistir alguma série ou filme e torcer pela felicidade desses amigos nos momentos bons e ruins.

O documentário deixou um espaço para explorar um pouco sobre a relação de Craig com seu filho Tom. É importante repassar o seu legado para a geração seguinte, assim como assegurar o cuidado parental necessário. Ao permitir que Tom seja o seu companheiro de mergulho, tudo fica ainda mais perfeito. Ele tinha um aluno para repassar todo o seu conhecimento sobre o mar. Foi uma aula de amor, carinho e respeito com o oceano. A produção ganhou muito com essa dinâmica.

Craig trouxe conscientização ao pensar no futuro das florestas de algas e resolveu agir para garantir essa proteção se juntando com outros mergulhadores. Se já tínhamos uma noção sobre sua importância, o final apenas reforçou como essas florestas precisam ser protegidas a todo custo. As florestas de kelps são essenciais para a regulação da cadeia alimentar marítima. São muitas as espécies que dependem dessas algas para se alimentar e buscar refúgio.

Professor Polvo foi uma carta aberta de amor, carinho e respeito aos nossos mares. Uma mensagem bonita sobre uma amizade improvável que rendeu frutos mútuos e deixou uma lição importante sobre a vida. Enquanto houver mar para admirar, teremos pessoas fascinadas pela imensidão azul.

Nota: Diamante

No último domingo (25), Professor Polvo recebeu a estatueta dourada de Melhor Documentário.

 

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O poder da oratória em Judas e o Messias Negro

Oratória é a arte de falar em público de forma estruturada e deliberada, com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes. A oratória refere-se ao conjunto de regras e técnicas adequadas para produzir e apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do orador.

Grandes figuras históricas tinham como principal característica o dom da oratória e como consequência, arrastavam multidões em seus encontros e conseguiram influenciar toda uma massa com discursos memoráveis que reverberam até hoje em nossa sociedade. Por conta disso, é essencial que essas histórias continuem sendo contadas para o grande público para conhecer mais a fundo sobre os principais ideais que montaram esses movimentos sociais.

Estamos em 2021 sob o eco do importante Black Lives Matter (BLM), que voltou com força no ano passado com a morte de George Floyd após uma abordagem policial. Judas e o Messias Negro veio com esse propósito de trazer a voz potente e revolucionária de Fred Hampton na década de 1960 como o líder dos Panteras Negras. Afinal, a oratória de Fred era realmente potente como de Malcolm X e Martin Luther King?

Daniel Kaluuya (Corra! e Pantera Negra) se destacou como um gigante na multidão numa interpretação fantástica no papel do líder deste movimento e o reflexo disso veio com a sua vitória ao receber a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante na premiação do Oscar do último domingo (25). O ator conseguiu transmitir uma energia poderosa em cada discurso dado ao longo do filme e você conseguia perceber como a sua voz chegava para todos na mesma potência.

A cena do auditório já próximo do final representou bem esse poder de falar com o público de uma forma que todos compreendessem. Esse é um bom orador. Fred conseguia repassar a sua mensagem para o público presente. Seu discurso é bastante inflamado e conquistador. Sua lábia é excelente e envolvente. Você quer estar ali e ouvir, quer participar e agir também. O título do longa não está ali de bobeira, pois realmente tem um Messias Negro. É como se estivéssemos numa igreja ouvindo a palavra do pastor e ficamos admirados com suas palavras fortes. Ninguém quer tapinhas nas costas. Muito pelo contrário, a mensagem só possui o efeito desejado quando é feito para te causar reflexão e indignação sobre tudo que acontece ao nosso redor. Coincidência, né?

Bill O’Neal é o nosso Judas ao se infiltrar nos Panteras Negras para espionar todo o movimento planejado pelo grupo. Lakeith Stanfield também teve uma atuação notável, porém faltou um melhor aproveitamento no que diz respeito na forma de seu personagem verbalizar algumas coisas. Apenas um mero detalhe que não atrapalha totalmente no desenvolvimento deste infiltrado. Suas expressões são os pontos fortes.

O núcleo do FBI é bem aproveitado, uma vez que a agência se tornou a grande antagonista deste movimento e tentaram minar suas ações. Bill foi o Cavalo de Troia nesse plano e sua dinâmica com Roy Mitchell (Jesse Plemons) segue o filme de forma fluída. Quem merece também o reconhecimento é Martin Sheen irreconhecível como o J. Edgar Hoover. Assim como Hampton, o diretor do FBI possui um discurso inflamado e potente. Sendo um excelente orador e tendo como a sua plateia seus agentes. Seu poder aqui é convencê-los do perigo de ter esse grupo solto por aí. Funciona muito bem.

Judas e o Messias Negro foi composto por produtores negros: Shaka King, Charles D. King e Ryan Coogler (Pantera Negra). A direção de Shaka não deixou a peteca cair e o roteiro não ficou para trás. Ele foi bem desenvolvido para contar a história real dos Panteras Negras e toda a articulação de Bill até o assassinato de Fred. Quer saber mais sobre? Leia aqui .

Nota: Diamante 

E aqui me despeço. Espero que tenham gostado do texto e fiquem ligados para mais críticas dos principais filmes desse atual Oscar.