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Better Call Saul: O nascimento de Saul Goodman

Breaking Bad foi e continua sendo um marco televisivo. Uma série que começou com seus tropeços e problemas, mas que em pouco tempo cresceu imensamente e se tornou sucesso absoluto no mundo inteiro. Para aqueles que estão iniciando suas empreitadas, ou até para os mais experientes, a série de Vince Gilligan se tornou referência para trabalhos nesta mídia. Tal fama se deve muito ao próprio diretor, roteirista e produtor, que trouxe identidade ao apresentar um trabalho de transformação de personagem completo e competente. Após a conclusão da série, foi decidido a criação de um spin-off, Better Call Saul, que contaria a origem do advogado corrupto Saul Goodman (Bob Odenkirk). Repetindo o feito, Gilligan tenta trazer seu toque autoral e um novo ponto de vista para esse universo. Mesmo que esta série não esteja tendo tanta notoriedade quanto a sua fonte, seu quarto ano se demonstrou corajoso em criar pernas próprias e não depender do passado.

Em três temporadas, Bob Odenkirk, Gilligan e Peter Gould, tentaram reproduzir o mesmo discurso do sucesso de cinco anos atrás. Desde a fotografia até o tratamento de personagens e cenário, Better Call Saul parecia ser apenas uma homenagem a Breaking Bad. Tinha seus bons momentos, guardando linhas próprias e originais. Porém, a falta de identidade era o que faltava para ela realmente se estabelecer como um programa televisivo autêntico. E a morte de Chuck McGill (Michael McKean) no final do terceiro ano foi a cartada final para a reviravolta completa.

Os primeiros episódios da quarta temporada já demonstram diferenças em relação aos seus antecessores, além de serem constituídos por uma pesada carga de luto, houve mudanças na caracterização dos personagens. Parecia que eles estavam transformados pelo ocorrido, e esta mudança se refletiu na condução do restante dessa temporada. Novos personagens e novos conflitos, que estão relacionados com o futuro de Breaking Bad, mas que não são introduzidos a favor da primeira obra. A preocupação está em como os personagens serão representados e trabalhados NESSA trama, com dilemas pessoais e morais sendo desconstruídos de forma absolutamente brilhante.

Jimmy McGill está suspenso de seu cargo de advogado e precisa buscar um novo emprego e certa dignidade perante Kim Wexler (Rhea Seehorn), atual namorada. A busca por emprego é moldada pelos discursos persuasivos de McGill, que serão o trunfo dos conflitos do protagonista. Se nos últimos anos o desenvolvimento focava no trabalho de Wexler e nos trambiques de Jimmy, o quarto foca na vocação pessoal do protagonista em advogar. O enredo fica nos jogando na cara o tempo inteiro a necessidade de ele voltar para os tribunais, sua vida está dentro deles e só com a sua carreira poderá provar seu valor e utilidade para a sociedade.

A morte de Chuck também está pesando na relação de Wexler e McGill, ao passo em que a advogada não entende o porquê de seu namorado não estar impactado com a morte do irmão. Essa problemática é o principal elemento dramático que Gilligan irá se utilizar até o nascimento de Saul Goodman, um ponto final entre a relação dos irmãos e o desprendimento de Jimmy da sua vida atual.

Há, como de costume, um outro lado dessa história. Enquanto Jimmy está resolvendo sua vida, Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks) e Gustavo Fring (Giancarlo Esposito) estão em uma narrativa própria e bem particular. Suas narrativas giram em torno da construção do famoso laboratório subterrâneo, que será utilizado por Walter White no futuro. Surpreendendo a todos, Mike e Fring se mantém mais nas sombras nesta temporada, deixando a equipe de construção como o principal condutor. Fica nítido a mudança de perspectiva trazida pelo diretor, de demonstrar as dificuldades do grupo e de seu líder: Werner Ziegler (Rainer Bock), o reflexo da vida de Mike.

O estranhamento de tratar personagens desconhecidos, e até dispensáveis, é válido. Porém, tal prática guarda um objetivo maior, que é trazer uma contraparte de Mike. Zigmur tem esposa e uma vida tranquila. Seu cotidiano é completamente distinto do que nós conhecemos neste universo. Com isso, a vida dele é utilizada para completar a transformação de Mike, negando a vida comum e tranquila, se fechando para o mundo. Aliás, a cena de ambos na montanha durante a season finale é uma das mais sensíveis e bonitas já feitas nas duas séries.

No entanto, há um único problema em todos os núcleos presentes, que é o arco da família Salamanca. Depois de tantos bons momentos trazidos por Jimmy e Mike, parecia que não havia espaço para o desenrolar necessário dos personagens envolvidos na máfia mexicana. Talvez o único que deva ser ressaltado seja Hector Salamanca (Mark  Margolis), que, como os outros protagonistas, torna-se o que veremos em Breaking Bad.

Tecnicamente a série continua impecável. O nível de paciência e detalhamento de Gilligan e seus diretores, aliado ao seu senso estético apurado em deixar seus planos parados, silenciosos e um tanto quanto reflexivos, torna a experiência de assistir a série agradável. Aqui dá para encontrar diferenças em relação aos anos passados, há mudanças nas colorações dos ambientes, antes mais saturados, agora mais limpos e claros. Há um sentimento de quietação e lentidão, estamos presenciando a virada da trama e de seus componentes.

Ao final da quarta temporada, presenciamos o começo de uma nova era para todos. Mike se transformou no pior dos seres humanos, e Jimmy McGill deu o último passo para virar Saul Goodman. Com tantos pontos positivos e autenticidade, nota-se o amadurecimento de Better Call Saul como série. Enquanto ela se aproxima cada vez mais de Breaking Bad, parece criar autonomia para estabelecer sua própria voz e essência.

It’s all good, man.

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Titãs definitivamente não é o seu desenho animado

Os Jovens Titãs são uma das equipes de super-heróis mais queridas pelos fãs de quadrinhos. Quando Marv Wolfman e George Pérez tiveram a brilhante ideia de reunir super-heróis jovens, ninguém pensaria que se tornaria um grande sucesso. Mas se tornou. Não apenas nas páginas, mas na TV, com o desenho animado de 2003 e sua paródia, em 2013. Os Titãs atingem todas as idades, então por quê não trazer uma adaptação mais adulta destes personagens icônicos? Com este propósito, o primeiro live-action do grupo surgiu.

O anúncio da série foi recebido calorosamente pelos fãs, mas suas prévias, dividiram opiniões. Enquanto uns acreditavam que o show estava se tornando muito sombrio, apenas para se tornar legal. Outros acreditavam que o tom se encaixava perfeitamente aos personagens. Finalmente, o piloto foi divulgado, para sanar todas as preocupações em relação ao tom e aos visuais. Titãs definitivamente não é o seu desenho animado e isso é ótimo.

Brendon Thwaites como Robin

O primeiro episódio serve como uma mera introdução aos personagens e ao quebra-cabeça o qual virá a ser o formato da trama. Tudo começa com Rachel (Teagan Croft) tendo um pesadelo envolvendo a morte dos Graysons Voadores. Paralelamente, somos introduzidos ao detetive Dick Grayson (Brendon Thwaites) atuando como o vigilante Robin em DetroitKory Anders (Ana Diop), uma mulher desmemoriada. As primeiras duas tramas convergem no decorrer do primeiro capítulo.

Os roteiristas Akiva Goldsman e Geoff Johns entendem perfeitamente as regras da mídia audiovisual. Além de roteirizarem bem os diálogos entre os personagens, seu script se utiliza muito da lógica: Mostrar, não contar. tornando o ritmo da série extremamente dinâmico e reduzindo diálogos expositivos desnecessários. Assim como a escrita, a direção de Brad Anderson é extremamente inspirada, com cenas de ação brutais, no sentido literal.

Ana Diop como Estelar

 

A trilha sonora flerta com o épico super-heroico, ficção científica e horror. Visualmente, o show é um primor, os efeitos especiais não destoam da belíssima fotografia escura e cheia de flashes, mas sim, acrescentam e muito. O grande destaque vai para os incríveis poderes flamejantes da Estelar.

Falando em destaque, cada membro do elenco traz algo único para a dinâmica da série. Brenton Thwaites traz um sentimento incontrolável por justiça em sua violenta performance como Robin. A jovem Teagan Croft traz medo e confusão para a mente de Ravena. Enquanto Ana Diop traz imponência e mistério, entregando a melhor performance da série, como Kory Anders. Ryan Potter, em sua pequena aparição como Mutano no fim do primeiro capítulo, entrega o humor característico do personagem.

Teagan Croft como Ravena

Titãs é sombrio, visceral e promissor. É diferente de tudo o que já foi feito com os personagens e pode vir a se tornar um dos melhores seriados de super-heróis de todos os tempos. Até agora, o maior mal da produção, é a decisão de ser lançada como uma série semanal. Torçamos para que seja o único problema até o final da temporada.

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House of Cards: VOTE EM CLAIRE UNDERWOOD

Após meses conturbados na produção de House of Cards, devido as polêmicas e acusações envolvendo o nome de sua estrela, Kevin Spacey, a série finalmente irá voltar com seu último e derradeiro ano. Para qualquer projeto que conte com Spacey no elenco, a perda de um ator desse calibre tem um peso considerável. Entretanto, diante dos crimes cometidos por Spacey, é inaceitável para os fãs e a própria Netflix o seu retorno. Não importa o sucesso ou o dinheiro, há assuntos fora das telas que devem ter uma supervisão rígida com uma seriedade extrema.

Com dois Oscars na carreira, Kevin Spacey é um dos maiores atores na atualidade. Protagonista em filmes estrelados como Seven – Os Sete Pecados Capitais (1995), Beleza Americana (1999), Baby Driver (2017) e Os Suspeitos (1995), entre outros, seu currículo é melhor do que de muitos em Hollywood. Um ator que sempre explorou o melhor de seus personagens, construindo personalidades próprias, demonstrando seus comportamentos e ideais. Spacey dava a vida pelo personagem. Alguns memoráveis, como Lester Burnham, que tem atitudes controvérsias e instáveis ao longo do excelente Beleza Americana. O retrato perfeito da classe média americana e a sua degradação em prol do estilo de vida ideal.

Já em Seven, o sociopata John Doe cria uma teia para divulgar seus ideais morais em relação ao comportamento humano. Apesar de aparecer em poucos minutos, Spacey parece se personificar no personagem, com um olhar duvidoso e ameaçador, ao mesmo tempo que retrata um psicológico profundo divido em psicopatia e serenidade. Em Os Suspeitos, o ator consegue extrair o essencial de seu personagem: confuso, perturbado e com problemas motores. E, consequentemente, sua atuação alcança o “clímax” nos últimos minutos, junto a um dos mais impactantes plot twists do cinema. Méritos do roteirista Christopher McQuarrie, do diretor Bryan Singer e do próprio ator.

Em 2013, estreava a promissora obra original da Netflix: House of Cards. A série que conquistou o público, e ajudou a Netflix crescer progressivamente, retratou de forma cruel e de certa forma, melancólica, a atuação política dentro do cenário americano. E a sua representação mais forte, intensa e objetiva é Frank Underwood, impiedoso e inescrupuloso na busca por poder. Talvez seja o resultado de toda a carreira de Spacey, depois de incontáveis personagens que exploram de forma crua a condição humana, Underwood foi o personagem que mais explorou essa variável. Da mudança de sotaque ao olhar penetrante, o premiado ator somou outro fenômeno em sua carreira, conquistando diversos prêmios e nomeações.

Se Underwood foi o resultado de diversas construções de personagens, Kevin Spacey é o retrato de tudo que explorou com eles. A crueldade, a necessidade de estar por cima e o egocentrismo extremo foram cruciais para a queda brusca de sua carreira, ainda, promissora. Foi a vida imitando a arte da forma mais surpreende que poderíamos presenciar. Nesse momento, a arte entregue por todos esses anos está manchada? Será influenciada por nossos pensamentos diante das ações do ator? Ou tudo deve ser ignorado, e a arte não tem nenhuma ligação com a vida exterior? Perguntas difíceis de serem respondidas. É no mínimo discutível todas elas, e, obviamente, cada um terá uma opinião sobre. Deixemos elas de lado por enquanto.

O que está em jogo, contudo, é o que irá acontecer daqui pra frente com a série americana. A saída afeta diretamente a parte comercial de House of Cards, porém, dar continuidade a história pode não afetá-la qualitativamente. Há um fator que muda tudo, há algo que pode conquistar novos públicos, concluir pontas soltas, e encerrar a série com chave de ouro. Este fator é Claire Underwood.

Robin Wright é versátil em cada papel que trabalha. Construiu uma carreira sólida e Claire Underwood é a sua personagem de maior destaque. Em duas temporadas mais tímidas e menos presente, Wright foi estabelecendo sua personagem. Não havia a presença da figura da mulher empoderada e independente. Claire era completamente cercada por Underwood, dependia dele para sua carreira e sucesso. Foi-se demonstrando vulnerável e submissa. Os esquemas do protagonista sempre se colocaram em cima de seus projetos pessoais. Mas não por muito tempo.

A partir da terceira temporada, os roteiristas deveriam ter percebido o valor que Claire e Wright tinham para a série. Em poucos episódios, a esposa submissa de Frank Underwood, se tornou autônoma e independente. Parecia que ela estava começando a tramar seus planos de forma concisa e independente. A série foi desconstruída em dois paralelos distintos, entre Frank e Claire. Cada um com seus objetivos e histórias próprias, lutando por benefícios individuais, mesmo que o casal continuasse junto.

Na quarta temporada, a equiparação dos personagens atingiu o mundo real. Ainda mais promissora, Claire Underwood estava se tornando o que as mulheres queriam ver em suas representações. Embora criticada por muitos e perdendo uma parte da velha audiência, House of Cards estava tornando sua protagonista feminina no que todas deveriam ser um dia. Embora a mídia e o público em si, não estejam se importando com isso. O desenvolvimento foi claro e óbvio durante as três últimas temporadas, e a quinta temporada, que seria marcada pela queda de Kevin Spacey, foi a ascensão de Robin Wright.

Era estranho os primeiros episódios, a quebra da quarta parede não era só mais feita por Frank, havia episódios que o próprio quase não aparecia. Sua ânsia de poder parecia estar sendo substituída pela jornada de sua parceira. E na cena final, na câmera focando em Claire Underwood e a bandeira americana furada pelo ex-presidente, foi o ponto final para sua consagração completa. O começo de uma nova era, dentro e fora.

Sem Spacey e Frank, mas com Claire e Wright, House of Cards tem a chance de retomar sua posição como a grande série que foi em suas primeiras temporadas. Mesmo mantendo o nível, o público e a crítica não parecem ter gostado das últimas mudanças ocorridas na série. As pontas soltas deixadas, e as conclusões da quinta temporada, pareciam ter encerrado a trajetória de Frank Underwood, que coincidiu com a saída do ator. Não há mais sombras para finalizar a trajetória da melhor protagonista feminina na TV atualmente.

HAIL TO THE CHIEF, diz o teaser da sexta temporada. É a troca de lugares e posições. Junta dos produtores e roteiristas, Wright pode explorar cada minúcia da forma que bem querer. O espaço é todo dela, seu desenvolvimento será completo e único. Enquanto a sua trajetória possa ser a salvação da série, também pode ser um novo ponto de referência para todos os homens e mulheres que lutam pela igualdade de gênero e a transformação total desses paradigmas sociais. Como A presidente disse no final do teaser: We’re just getting started. E é o que todos nós esperamos.

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Torre Indica | Séries para assistir e se apaixonar

Para alguns, a data mais temida. Para outros, a data mais esperada. Não importa onde você se enquadre, em algum momento da sua vida solitária ou comprometida já sentou para fazer aquela maratona bacana de alguma série com uma pegada romântica. Chorou? Não me engane, sei que sim. Torceu pelos casais? Chutou qualquer coisa quando eles se separaram? Se sim para as duas, então peguem os lenços para acompanhar o singelo TOP 5 de boas séries para começar a ver hoje.

Pushing Daisies 

Aposto que durante uma fase de sua vida você já ouviu falar desse amorzinho de série. Ela conta a história de Ned (Lee Pace), um homem capaz de trazer pessoas mortas de volta à vida através do toque. As pessoas que ele toca, entretanto, só podem ficar vivas por 1 minuto, e se não morrerem novamente, alguém próximo morre. Ele aproveita essa habilidade para resolver crimes, mas tudo piora quando ele traz de volta um antigo interesse amoroso vivido pela maravilhosa Anna Friel na pele de Charlotte.

A premissa do show parece tirado de alguma emissora brega, mas é aí que a pessoa se engana bem rápido. Quando juntam Ned e Charlotte em cena, você percebe o quão perfeito é a química entre os dois e parece que todo o ambiente fica completamente colorido. É realmente o tipo de amor que alguém pediria para ter. Com apenas duas temporadas exibidas pela ABC, presenciamos todo o drama entre os personagens de não poderem expressar seu amor através do toque devido a condição dele.

How I Met Your Mother

Aquela antiga frase de que a metade de nossa laranja está em algum lugar neste vasto mundo se aplica de forma perfeita para a HIMYM. Mostrando a grande jornada de Ted Mosby para conhecer a mulher de seus sonhos, ele se depara com conquistas e decepções ao longo do caminho. Parece familiar?

A série explora também o quanto erramos até acertar o nosso objetivo. Desistir? Jamais! Este é o lema do Ted. Com uma boa pitada de humor e drama, percebemos que o amor da nossa vida pode estar próximo num ponto de ônibus, sentado ao seu lado num vagão de trem ou na sua frente durante uma aula na faculdade. Além disso, temos Lilypad e Marshmallow, que são as personificações do casal perfeito mesmo com seus problemas sendo abordados na trama. É tudo muito bonito e singelo, mas não sigam a ideia de Mosby de dizer eu te amo logo no primeiro encontro. Não estamos numa ficção.

Love

A terceira série do top romântico retrata a realidade de Mickey e Gus, e a tentativa de ambos de serem um casal. Brincando assim com as diferenças entre comportamentos e personalidades de seus protagonistas e o ambiente em que vivem, mostrando uma visão mais realista dos relacionamentos. É uma excelente dica para quem está cansado de dramas bem fantasiosos e que prefere se sentir retratado em plots mais reais.

A to Z

Apesar de ter sido cancelada com apenas 13 episódios em sua primeira temporada, A to Z conseguiu retratar boa parte do vocabulário que todos passam quando se apaixonam. Indo do A até o M como títulos dos episódios, foi mostrado o início do relacionamento de Andrew e Zelda, e todos seus altos e baixos como toda relação possui. É o tipo de trama para aquela pessoa que anseia pelo cupido mirar a flecha e se apaixonar.

This is Us

Considere-se culpado caso ainda não tenha começar a assistir This is Us. Uma das melhores estreias de 2016, a emissora NBC acertou em cheio em mostrar numa única produção situações cotidianas e apresentar um elenco mirim/adulto com tamanha carisma junto com uma química impressionante, que o telespectador se envolve de forma carinhosa com todos. Quem não queria ter um pai/marido como o Jack ou uma mãe/esposa como a Rebecca? Você sente toda a responsabilidade de ambos com seus filhos e com a bagagem, vem todo o drama que rendeu boas lágrimas sem previsão de acabar. O amor é o tema central e te emociona com pequenos gestos. Com duas temporadas exibidas, a série já foi renovada. Que venham mais lágrimas.

 

Bônus: Sense8

O amor conquista tudo. Sense8 em suas duas temporadas e episódio final sempre bateu nessa tecla, não importa se é hétero, gay, bi ou travesti. O amor estava ali forte e essencial para quebrar qualquer tipo de barreira imposta pela sociedade. Esse amor prevalecia e tornava-se ainda mais forte. A série trabalhou bastante com diversas mensagens motivacionais para o seu público, o que permitiu uma grande aceitação entre os fãs, onde os mesmos se sentiram representados com o drama de Lito e Nomi, por exemplo. Concluindo assim, que ela veio no momento certo e acertou o nicho que precisava se envolver com toda essa loucura, amor e esse frenesi que a Netflix proporcionou.

 

Quem chegou até o final e sentiu o coração dar aquela palpitada mais forte, acho que é um sinal cósmico para escolher uma e iniciar uma maratona bem gostosa. O que acham?

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Krypton é um presente para os fãs do Superman

Desde o seu anúncio, Krypton era uma incógnita. Ao mesmo tempo que era promissora por explorar o lore alienígena do Superman, era um risco devido aos personagens desconhecidos. Diferente de Gotham, o planeta natal do personagem nunca contou com uma mitologia bem construída nos quadrinhos. A série era a oportunidade perfeita para construí-la de forma coesa. O piloto foi ao ar na última quarta-feira e felizmente, a série começou com o pé direito.

Na trama, a Casa de El é vista pela sociedade teocrática Kryptoniana como uma pária. Tudo isso se deve a quantidade de descobertas feitas por Val-El. 14 anos depois, o símbolo da Casa foi renegado e cabe a Seg-El reerguer o legado de sua família e salvar o seu planeta de uma futura ameaça. Em seus minutos iniciais, a série traça paralelos com cenas icônicas do Superman de Richard Donner. Os diretores Ciaran Donnelly e Colm McCarthy fazem um jogo de câmera interessante logo nos segundos iniciais. Temos a impressão de que veremos o Superman devido ao som da capa ao vento e ao emblema nela, mas é tudo um truque.

Seg-El

Falando em Superman, a série não apenas serve à sua própria trama, como também entende e abraça a importância do herói para a cultura pop. Seja através do tema composto por John Williams ou pelo recurso mais óbvio: Adam Strange, um herói vindo do futuro. Ele é o responsável por demonstrar o impacto do S no universo para Seg. O roteiro cumpre essa função com perfeição. Criando um ciclo onde tudo recomeça ou acaba com o Superman.

O roteiro de David Goyer (O Homem de Aço) é eficiente em sua maioria. Ele apresenta muito bem todos os conceitos, o modo de vida da sociedade e suas crenças. Goyer também escreve bem os personagens, mas os introduz de forma apressada. Como por exemplo, o romance entre o protagonista e Lyra Zod. Demora alguns minutos para o espectador se acostumar com a ideia. Já as tensões políticas e militares entre as Casas são muito bem construídas. O roteiro também aproveita alguns conceitos de O Homem de Aço como o controle artificial populacional. A série poderia facilmente se passar no Universo Cinematográfico da DC.

Seg-El e Lyra Zod

A construção de mundo é excelente. É notável o valor de produção aqui. Há muita inspiração nos designs de produção de O Homem de Aço, com estruturas medievais espaciais e a trilogia prequel de Star Wars, com edifícios luxuosos e modernos. É uma mistura perfeita e acarreta na criação de um visual único e totalmente consistente com a sua proposta.

Em relação ao elenco de Krypton, todos estão bem. Destaques para Ian McElhinney com Val-El em uma curta e memorável participação. Elliot Cowan, extremamente imponente e com excelentes overactings. Ann Ogbomo como Alura Zod, impressionando pela sua frieza e falta de compaixão. Cammeron Cuffe como Seg-El é um bom personagem, mas ainda há espaço para melhorar. O mesmo vale para Georgina Campbell como a filha de Alura.

Val-El

Krypton celebra o Superman como um todo, mesmo sem o próprio. É uma série extremamente promissora e empolgante. Torçamos para que o nível se mantenha e que as pequenas falhas sejam corrigidas. Em uma época escassa do personagem fora dos quadrinhos, esse piloto é um grande presente para os fãs do Homem de Aço e para os 80 anos de sua existência.

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Torre indica | Séries para assistir durante o carnaval

Hey! Você mesmo! Se a curiosidade o te fez vim aqui é porque pretende passar boa parte da folia em casa, acertei? Caso a resposta seja sim, fiz uma modesta lista de séries veteranas e novatas para todos aproveitarem esta semana de recesso.

Dark

Se você é adepto à história envolvendo viagens no tempo, esta aqui é uma boa pedida. Dark é a primeira produção alemã da Netflix e conta a história de quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade. Suas vidas pacatas são completamente atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros das suas famílias começam a ser desvendados. A segunda temporada já foi confirmada, mas sem data de lançamento.

9-1-1

Tendo Ryan Murphy (Glee, American Horror Story, American Crime Story e Scream Queens) como criador, a série novata mostra a dura rotina de bombeiros, policiais e os operadores por trás deste número (9-1-1) para resgatarem todas as vítimas com vida. Angela Bassett (Pantera Negra e Missão: Impossível – Efeito Fallout) e Peter Krause (Six Feet Under) integram o elenco. Com poucos episódios exibidos, já demonstrou bastante fôlego para deixar o telespectador se contorcendo na cadeira ou sofá com as histórias.

Peaky Blinders

A trama mostra a Grã-Bretanha de 1919, onde uma cruel gangue prospera no rescaldo da Grande Guerra, com o aumento do comércio ilegal de armas e de atividades do submundo do crime. Tom Hardy e Cillian Murphy integram o elenco. Ela é exibida pelo canal BBC Two desde 12 de setembro de 2013 e já foi renovada para a quinta temporada.

Glacé

Para quem gosta de suspense, esta pode ser uma escolha boa. A sinopse diz: Uma terrível descoberta sobre um mistério escondido há anos muda os rumos de uma pacata cidade francesa. Quando outros segredos começam a vir à tona, o comandante Martin Servaz (Charles Berling) inicia uma investigação sobre esses eventos, o que se revelará muito mais sombrio e perturbador do que ele mesmo possa imaginar.

Altered Carbon

A recente produção da Netflix mostra o futuro, onde a sociedade se acostumou à prática da troca de corpos. Após armazenar a consciência de uma pessoa, ela pode ser transferida a outra capa, podendo viver várias vidas. O mercenário Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman) acorda após 250 anos em outro corpo. Além de se adaptar a esta situação e à nova sociedade, ele é contratado por um homem riquíssimo para descobrir o autor de seu próprio assassinato.

Star Trek: Discovery

Essa é uma das produções mais comentadas atualmente e se você ainda não assistiu, a hora é essa. A história mostra que após um século de isolamento, a Federação e o Império Klingon entram em guerra, e as ações de uma oficial da Frota Estelar estão no centro do conflito.

Doctor Who

O Doutor é um Senhor do Tempo – um alien de um planeta distante chamado Gallifrey, que tem dois corações e aproximadamente 900 anos. Em sua nave espacial, a TARDIS, ele atravessa as barreiras do espaço-tempo lutando contra inimigos e criando aventuras com seus companheiros, que sempre escolhe para viajar junto. Quando ele está prestes a morrer, se regenera e renasce em outro corpo inteiramente novo.

Twin Peaks

Mark Frost e David Lynch criaram um mundo bastante peculiar, que mesmo depois de anos de sua estreia em 1990, serve como referência para algumas produções televisivas e cinematográficas. Ela consiste de duas temporadas e um filme dividido em duas partes, servindo de prequel para a trama da série. No final do ano passado, aconteceu o grande revival e trazendo nostalgia para quem acompanhou o show da Showtime.

Black Lightning

A mais nova produção da CW destaca Jefferson Pierce é um pai de família que precisa voltar a atuar como o justiceiro Black Lightning (Raio Negro) quando a violência de gangues ameaça o futuro de sua comunidade e sua filha se torna obcecada com a execução da justiça. Ele precisa agir com cuidado, entretanto, pois a polícia está á sua procura.

Black Sails

Ambientada vinte anos antes dos eventos que se sucedem no livro Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, acompanha as aventuras do Capitão Flint (Toby Stephens) e sua tripulação. Os ataques brutais e os saques cometidos pelos marujos quase provocam a sua extinção, e Flint procura refúgio na ilha de New Providence, uma espécie de paraíso pirata definido tanto por seus ideais iluministas quanto pela assombrosa brutalidade. Em sua jornada, o Capitão acaba ganhando um jovem e falante agregado para sua equipe: um certo John Silver (Luke Arnold).

Sopranos

Chefe da máfia e pai de família, Tony Soprano (James Gandolfini) começa a ter ataques de pânico e decide procurar a ajuda de uma profissional, Dra. Jennifer Melfi (Lorraine Bracco). Ele discute sua intimidade e a vida no crime, revelando o desconforto da mulher, Carmela Soprano (Edie Falco), com as suas atividades profissionais. Enquanto tenta proteger os filhos, Meadow (Jamie-Lynn Sigler) e Anthony Junior (Robert Iler), o mafioso irá enfrentar uma investigação federal e a possível traição de um membro da família.

The Wire

Um grupo de policiais liderados pelos detetives Jimmy McNulty (Dominic West), Bunk Moreland (Wendell Pierce) e Kima Greggs (Sonja Sohn), sob o comando do tenente Cedirc Daniels (Lance Reddick) tenta combater o mundo do tráfico em Baltimore, liderado pelo perigoso Stringer Bell (Idris Elba). Eles têm como principal arma no combate: as escutas telefônicas.

Black Mirror

Isso é tão Black Mirror! Se você ainda não ouviu/leu essa frase, é melhor sair dessa caverna, meu jovem. Anteriormente da BBC e atualmente sendo da Netflix, a série explora de todos os jeitos como a tecnologia afeta as nossas vidas e de todos ao nosso redor, chegando até a modificar a sociedade. As quatro temporadas estão disponíveis no canal de streaming. Vá logo assistir para perceber que tudo isso é tão Black Mirror.

Mindhunter

Opa, mais uma da senhorita Netflix e com razão merece um espacinho na lista. Mindhunter conta a história de Holden Ford (Jonathan Gross) e Bill Tench (Hold McCallany), dois agentes do FBI que possuem um plano ambicioso em mente: desenvolver a primeira pesquisa nos EUA sobre a mente dos assassinos. Para isso, eles precisam ganhar a confiança dos detentos e superar uma série de desafios. A primeira temporada possui um ritmo lento, porém agradável. É interessante entender os crimes sob as óticas dos detentos e como os personagens principais são afetados ao serem inseridos nesse trabalho bastante pesado.

A lista chegou ao fim, vigilantes. Agora é preparar a pipoca e o refrigerante para iniciar o Bloco dos Seriadores na avenida mais perto de sua residência.

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Raio Negro é uma série extremamente promissora

A CW é casa dos super-heróis da DC na televisão. Tudo começou com Arrow, uma adaptação jovial e dramática do Arqueiro Verde. Logo após o sucesso do herói de capuz, tivemos a série do Flash. Tivemos um crossover que resultou em Legends of Tomorrow. Alguns anos depois, a emissora começou a exibir Supergirl a partir da segunda temporada. Antes a série da prima do Superman era exibida pela NBC. Com todos esses personagens, a cada ano, é feito um mega crossover entre as quatro séries. É o Universo DC fora dos quadrinhos que deu certo. Agora a nova aposta da emissora é Raio Negro. Uma adaptação do super-herói criado por Tony Isabella e Trevor Von Eden.

Já em seus minutos inciais, Raio Negro desponta como uma série promissora. A primeira cena se passa em uma delegacia. A direção de Salim Akil resolve se focar em pequenos detalhes como panfletos e noticiários para contextualizar o espectador sobre a situação da cidade. Nessa mesma cena o roteiro de Akil também demonstra eficiência. É possível ter empatia pelo núcleo principal: A família de Jefferson Pierce. Além disso, Raio Negro fala abertamente sobre o racismo e segurança. Apesar de Supergirl ter falado sobre esses temas em alguns episódios, Raio Negro é muito diferente em questão de tom. É mais séria em relação aos outros seriados, mas abraça a galhofa super-heroica. 

É um equilíbrio perfeito para alcançar aqueles que gostam da fórmula da emissora e aqueles que não gostam. O outro trunfo de Raio Negro está em não ser uma história de origem. A trama é sobre um herói aposentado o qual quer viver uma vida normal. Em muitos aspectos, remete bastante ao Cavaleiro das Trevas de Frank Miller. Se Bruce Wayne precisa abraçar o morcego novamente, Jefferson Pierce precisa abraçar os raios. A obra de Miller funciona como uma crítica ao fascismo. A nova série da DC funciona como uma crítica aberta ao racismo.

Raio Negro: O herói do ano
Cress Williams como Raio Negro

A raiva move Jefferson Pierce (Cress Williams). Ele tenta escondê-la através da diplomacia de um diretor de escola. Talvez não seja apenas a voz do personagem, talvez seja a voz do criador da série. Talvez mostre perfeitamente a intenção de Isabella e Von Eden ao criá-lo. Um pai super protetor de duas filhas que vive em uma cidade perigosa. A propósito, elas também se destacam na série. Anissa é a filha mais velha e responsável enquanto Jennifer é a irresponsável. Uma dinâmica simples, bem escrita e carregada de carisma graças as atuações de China Annie McLain e Nafessa Williams.

A direção de fotografia de Scott Peck é linda. Há uma cena em particular onde o protagonista está sangrando em uma banheira. É simplesmente fantástica, trágica e poética. A série também encontra formas criativas de introduzir personagens. A mais interessante é com certeza a de Tobias Baleia, o antagonista da série. Sua performance e suas atitudes trazem um pouco da galhofa dos quadrinhos para a série. Raio Negro também conta com bons fanservices. Um deles é a aparição do uniforme clássico do personagem em um flashback.

Raio Negro chega como um raio de esperança para as séries de super-heróis. Podendo fugir da fórmula do vilão da semana, a nova série da DC é extremamente promissora e poderosa. É um grande passo para adaptações de quadrinhos. É séria e galhofa na medida certa. É a série de super-heróis que nós precisamos. 

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Você não precisa ter um QI alto para assistir à Rick and Morty

Quando a  primeira temporada foi lançada em 2013, Rick and Morty não atraiu tanto a atenção do público quanto o esperado, aparentando ser mais um desenho escrachado para adultos do Adult Swim. Porém, com a vinda do seu segundo e terceiro anos em 2015 e, respectivamente, em 2016, a animação ganhou um destaque mais exorbitante no ramo televisivo, graças aos seus episódios que tratavam de vários temas do cotidiano, com um humor ácido recheado de palavões censurados e de personagens cativantes.

De início, não me simpatizei com o seriado graças a sua fanbase chata e irritante, mas, ao ver vários comentários  de amigos e conhecidos falando bem do seriado, decidi dar uma chance. Infelizmente ou felizmente, agora  faço parte dessa comunidade de fãs que eu tanto criticava.

Rick Sanchez é um dos seres mais inteligentes do universo, que sempre se divertiu viajando por infinitas realidades e por todo o cosmo. Junto ao seu neto Morty, o cientista e o garoto não muito inteligente, embarcam em novas aventuras com o objetivo de se divertir e, se sobrar tempo, aprender alguma coisa com as viagem intergalácticas.

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Os criadores Justin RoilandDan Harmon criaram o desenho com o objetivo de conceber uma critica ao mundo moderno, exorbitando-se de temas como: política, niilismo (não existência), abusos de poder e até mesmo sexuais, depressão (que ainda será citada nessa coluna ou crítica, como preferir) e fraternidade. Querendo ou não, o telespectador acaba se identificando com os pontos citados, afinal, Rick and Morty pode ser o mais fantasioso possível, mas ainda é realista em seus atos e dizeres.

A existência conjugal dos protagonistas é o ponto alto do seriado, que mesmo com seus dramas individualistas, os personagens acabam compartilhando um pouco de seus sentimentos com o resto dos indivíduos que o cercam. Por exemplo, o casal Beth e Jerry Smith, que vivem um relacionamento conflituoso que reflete nas personalidades dos seus filhos: Morty Summer. De um lado, temos um garoto com deficit de atenção e com poucos amigos (sem contar o seu avô) e do outro, uma garota mimada e carente que só pensa em fazer compras e ficar o dia inteiro em suas redes sociais. Não é estranho uma briga de pais ser mencionada de maneira recorrente na animação, afinal, nós somos frutos da geração divórcio, tornando-se uma atitude regular dos nossos progenitores se divorciarem ou separarem com frequência.

A perda, fracasso, decepção e carência são problemas comuns em nossas vidas, no fim das contas, ninguém é feliz 100%, pois para haver a felicidade, tem que ter a infelicidade e para o sucesso existir, o fracasso do outro tem como obrigação, coexistir. As pertubações, em alguns casos, são transformadas em depressões, assunto que é relatado quase toda hora em Rick and Morty, seja de maneira escondida e bem humorada ou evidente. Rick Sanchez teve uma filha muito novo, se separando no auge de sua juventude. Isso conseguiu mexer muito com o seu psicológico, em que sua mente o incentivava toda hora a cometer suicídio que, por bem, sempre se ressumia no fracasso do ato. Por coincidência ou não,  quase todo dia, é noticiado que mais uma pessoa foi ”vítima” da depressão, ou seja, ela está sim presente em nossas vidas, de maneira direta ou indireta.

Como os universos DC e Marvel, Rick and Morty tem estrutura e capacidade para sustentar um macrocosmo inteiro que, a cada episódio, os capítulos dão vida à diversos sujeitos de várias raças, com poderes, personalidades e competências diferentes, podendo abrir várias oportunidades para futuros spin-offs.

A simpatia da série é sustentada com as suas loucuras, tramas da ”pá-virada” , personagens com traços cativantes e atitudes inesperadas. No fim, é isso que faz o espectador querer mais e mais, acompanhando a história e a jornada até a sua famigerada conclusão, abrindo a porta para varias teorias boas e ruins.

Somando 21 episódios (entre a primeira e segunda temporada), quase nenhum cria uma sensação de desconforto e chatice, pelo contrário, a maioria cativa e abre um sorriso no rosto de seu seguidor a cada piada e desfecho das conjunturas. Porém, alguns posicionamentos sem resposta (mesmo sendo propositais) podem incomodar quem não está acostumado com esse tipo de material. Pode-se dizer o mesmo sobre as suas saídas fáceis, que sempre ficam na cara o que vai acontecer, em que tudo dará certo em seu epílogo, mesmo tendo um raro plot twist em todo o seriado.

Ok, mesmo dando várias e várias voltas em apenas um único texto, você deve estar se perguntando: ”mas o que a crítica tem haver com o seu título?” Ora meu caro leitor, embora Rick and Morty abre as margens para diversas interpretações, é possível você sentar em seu sofá, colocar um episódio e assistir sem preocupação nenhuma em elucidar as suas metáforas e piadas cheias de besteiras. No final, a animação é feita para o público em geral, sendo você um entendedor de ciências ou não, apenas ignore toda a filosofia feita nessa coluna e divirta-se!

Espero que tenha gostado, até a próxima e Wubba Lubba Dub Dub!

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Hang the DJ é a prova que o amor verdadeiro existe

Quem nunca teve uma ilusão amorosa ou se apaixonou pela pessoa errada, ignorando tudo que estava a sua volta? Inclusive, deixando de lado o seu verdadeiro amor? Hang the DJ é o episódio mais fofo e otimista da quarta temporada de Black Mirror, que mistura elementos de  Natal (segunda temporada) e San Junipero (terceira temporada), ao mesmo tempo que mantém uma narrativa única e  cativante, mostrando que o amor verdadeiro existe sim e nunca é tarde para encontrá-lo. Mas isso não quer dizer que você não passará por momentos chatos e traumatizantes antes.

Na história, acompanhamos dois personagens, Frank e Amy, que se conhecem em um aplicativo de relacionamento, que mostra a data de até quando o casal ficará junto. Isso desencadeia um questionamento de suas existências pelos dois protagonistas, passando por vários momentos bons e alguns ruins antes do seu desfecho.

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Como é de costume da série, Enforcando o DJ (em tradução livre) é mais um episódio que a tecnologia se sobrepõem na vida do ser humano, só que , dessa vez, o diretor Tim Van Patten  e o roteirista Charlie Brooker, fazem um excelente trabalho em satirizar certas atitudes dos seres humanos, de uma maneira mais leve e descontraída. Dessa forma, se tem a impressão, que o capítulo faz parte de outro seriado e não te Black Mirror. Isso por causa, do seu excesso de otimismo.

As atuações dos atores Joe ColeGeorgina Campbell conseguem convencer o telespectador, que os seus amores ”artificiais” são verdadeiros, onde se tem uma dura torcida para a largada final, que seria os dois ficando juntos pela eternidade. O casal usa e abusa de relações comuns do cotidiano, não se diferenciando muito dos namorados e namoradas do mundo real; tendo assim, dois conjugues com atitudes presas nas mesmices, mesmo não sendo algo que incomoda de verdade.

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Além de uma crítica de como as pessoas se relacionam hoje em dia, o criador Charlie Brooker utiliza da ingenuidade da trama para ponderar outras atitudes do mundo moderno, como por exemplo, a alienação e  o olhar de preconceito junto com ingratidão que as pessoas tem uma com as outras, quando certo indivíduo não cumpre ordens ou quer quebrar um paradigma de uma sociedade privada.

Seu título é uma clara referência ao refrão da música Panic, da banda The Smiths, onde a sua letra descreve perfeitamente o episódio, além de também fazer uma crítica ao mundo moderno.

Mesmo com uma prosa mais rápida e dinâmica em comparação aos seus outros ”companheiros” de temporada, Hang the DJ não cansa e emociona, dando de presente ao espectador, uma linda história de amor com um pouco de comédia e drama, no qual poderia muito bem ter uma continuação, mesmo tendo uma trama redonda com possíveis pontas soltas que são deixadas no ar.

Espero que tenha gostado e lembre-se, não fique preocupado (a) em procurar o amor de sua vida, pois ele existe e com certeza te fará feliz pelo resto da eternidade. Sendo assim, apenas curta a sua vida enquanto pode, seja ao lado das pessoas que você ama ou sozinho (a). Até a próxima e incendeiem a discoteca, enforquem o DJ, pois a música que eles tocam, constantemente, não quer dizer nada sobre as nossas vidas.

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Dark e a excelência alemã pela Netflix

A primeira produção alemã original da Netflix veio para ficar. Dark foi mais um tiro no escuro da produtora que acertou em cheio no seu alvo, os telespectadores. Para quem está acostumado apenas com propostas americanas, não sentirá muita diferença de como sua narrativa é contada pelos criadores e produtores, Baran bo Odar e Jantje Friese, que apesar de ter uma linguagem própria, percebe-se que existem grandes  influências do mercado americano.

A trama se intercala entre quatro famílias de uma pequena cidade na Alemanha, que após o desaparecimento de duas crianças e o surgimento de um corpo, vários segredos da pacata metrópole começam vir a tona, incluindo o surgimento de novos personagens misteriosos e sombrios.

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Nessa primeira e excelente temporada, o drama é  predominante em todos os episódios, que vai desde os mais ”leves” até os mais ”pesados”. O gênero está presente em todos os seus aspectos, incluindo na sua fotografia suja e sombria, que contribui ainda mais para que o público se envolva emocionalmente com a linguagem triste e deprimente dessas famílias que estão na beira do abismo. 

Até o seu terceiro episódio, muitos mistérios sem soluções vão surgindo, tornando a mente de quem está assistindo um pouco assustada e eufórica. Isso poderia até ser considerado um problema, mas pelo contrário, o excesso de perguntas sem respostas são essenciais para que o seriado siga em frente, pois é uma maneira muito inteligente de prender o seu espectador até o final. Mas fique tranquilo, dos dez enigmas que vão surgindo ao decorrer da história, sete são explicados e os outros três são deixados de lado para uma eventual segunda temporada.

Logo no primeiro episódio, Dark deixa bem claro que o seu objetivo é contar uma história com um ritmo mais lento e até então maçante, já que não teria graça nenhuma colocar ação, aventura e comédia na sua excelente trama. É exatamente isso que cativa quem está assistindo, a ausência dos gêneros citados, já que o drama, suspense e o terror psicológico andam de mãos dadas.

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Em nenhum momento no seriado, existe saídas fáceis para os problemas que são criados, a não ser do seu final um pouco quanto decepcionante. O encerramento é um gancho direto para sua segunda temporada já agendada para 2019, mas, o que desaponta, é o fato de que se tem a sensação que foi algo corrido e sem nenhum capricho. Claro que isso não estraga a maestria de Dark, mas é um pouco quanto desapontador ver o rumo de sua conclusão. Agora, basta esperar a sua tão famigerada continuação, na qual acredito que será tão boa quanto a sua antecessora.

Além de seu desfecho, outro fator importante que pode incomodar, é o excesso de personagens, que pode acabar confundindo um pouco a cabeça de quem está acompanhando. Mas felizmente, o defeito é solucionado ao longo dos episódios, colocando todos os personagens e a sua mente de volta aos trilhos.

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Não se deixe enganar que Dark é um Strager Things estrangeiro, pelo contrário, é muito mais do que isso e merece sim a sua atenção. Uma dica valiosa, procure assistir a série sem saber absolutamente nada sobre ela, que eu te garanto que você terá belas surpresas e irá ficar pensando na produção por semanas. Espero que tenha gostado, até a próxima e procure nunca mexer em seu passado ou futuro.  🙂