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Raio Negro é uma série extremamente promissora

A CW é casa dos super-heróis da DC na televisão. Tudo começou com Arrow, uma adaptação jovial e dramática do Arqueiro Verde. Logo após o sucesso do herói de capuz, tivemos a série do Flash. Tivemos um crossover que resultou em Legends of Tomorrow. Alguns anos depois, a emissora começou a exibir Supergirl a partir da segunda temporada. Antes a série da prima do Superman era exibida pela NBC. Com todos esses personagens, a cada ano, é feito um mega crossover entre as quatro séries. É o Universo DC fora dos quadrinhos que deu certo. Agora a nova aposta da emissora é Raio Negro. Uma adaptação do super-herói criado por Tony Isabella e Trevor Von Eden.

Já em seus minutos inciais, Raio Negro desponta como uma série promissora. A primeira cena se passa em uma delegacia. A direção de Salim Akil resolve se focar em pequenos detalhes como panfletos e noticiários para contextualizar o espectador sobre a situação da cidade. Nessa mesma cena o roteiro de Akil também demonstra eficiência. É possível ter empatia pelo núcleo principal: A família de Jefferson Pierce. Além disso, Raio Negro fala abertamente sobre o racismo e segurança. Apesar de Supergirl ter falado sobre esses temas em alguns episódios, Raio Negro é muito diferente em questão de tom. É mais séria em relação aos outros seriados, mas abraça a galhofa super-heroica. 

É um equilíbrio perfeito para alcançar aqueles que gostam da fórmula da emissora e aqueles que não gostam. O outro trunfo de Raio Negro está em não ser uma história de origem. A trama é sobre um herói aposentado o qual quer viver uma vida normal. Em muitos aspectos, remete bastante ao Cavaleiro das Trevas de Frank Miller. Se Bruce Wayne precisa abraçar o morcego novamente, Jefferson Pierce precisa abraçar os raios. A obra de Miller funciona como uma crítica ao fascismo. A nova série da DC funciona como uma crítica aberta ao racismo.

Raio Negro: O herói do ano

Cress Williams como Raio Negro

A raiva move Jefferson Pierce (Cress Williams). Ele tenta escondê-la através da diplomacia de um diretor de escola. Talvez não seja apenas a voz do personagem, talvez seja a voz do criador da série. Talvez mostre perfeitamente a intenção de Isabella e Von Eden ao criá-lo. Um pai super protetor de duas filhas que vive em uma cidade perigosa. A propósito, elas também se destacam na série. Anissa é a filha mais velha e responsável enquanto Jennifer é a irresponsável. Uma dinâmica simples, bem escrita e carregada de carisma graças as atuações de China Annie McLain e Nafessa Williams.

A direção de fotografia de Scott Peck é linda. Há uma cena em particular onde o protagonista está sangrando em uma banheira. É simplesmente fantástica, trágica e poética. A série também encontra formas criativas de introduzir personagens. A mais interessante é com certeza a de Tobias Baleia, o antagonista da série. Sua performance e suas atitudes trazem um pouco da galhofa dos quadrinhos para a série. Raio Negro também conta com bons fanservices. Um deles é a aparição do uniforme clássico do personagem em um flashback.

Raio Negro chega como um raio de esperança para as séries de super-heróis. Podendo fugir da fórmula do vilão da semana, a nova série da DC é extremamente promissora e poderosa. É um grande passo para adaptações de quadrinhos. É séria e galhofa na medida certa. É a série de super-heróis que nós precisamos. 

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Sobre o Autor

João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)