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O valor de revisitar conteúdos já conhecidos

Minha mãe nunca foi muito de ver televisão. Ela assiste novelas e programas de fofoca como todo brasileiro médio faz (mesmo que escondido), mas nada muito além disso. Por isso, fiquei bastante surpreso quando, há uns dois anos, ela me pediu para usar minha conta da Netflix (que eu também não uso, pra ser sincero). Ela queria assistir “Grey’s Anatomy”, por recomendação de algumas amigas.

Quinze temporadas depois, me pego perguntando o que será que ela assistirá em seguida. Afinal, ela tinha criado um hábito de sempre sentar para assistir seu seriado durante a noite. Cheguei a pensar em algumas recomendações, caso ela viesse perguntar por elas, mas a conversa que tive foi inesperada: “Vou reassistir tudo do começo”.

Introdução feita, vamos falar sobre o tema da postagem: Qual o valor de revisitar obras que você já consumiu? Qual o balanço ideal entre consumir novas coisas e buscar de novo aquilo que já foi consumido? Esse é um assunto relevante o bastante para se discutir?

Vou começar respondendo a terceira pergunta: Não, não é. Não acho que precisamos discutir ou criar conversas elaboradas sobre o assunto. Afinal, acaba sendo uma coisa pessoal e de opinião, certo? Isso sim é questão de opinião. Minha mãe não está fazendo mal a ninguém por reassistir Grey’s Anatomy inteiro pela quinta vez (sim, pois é). Então… tudo bem? Se ela prefere assistir a mesma coisa de novo ao invés de conhecer novas séries, pra quê discutir?

Então é isso. Acabou a postagem. Valeu galera, e até a próxima.

Foto de Patrick Dempsey, no papel de "Derek Shepherd", em "Grey's Anatomy"
E foi aí que o problema começou… Aquele sorriso… Aquele maldito sorriso…

Ok, ok. De verdade, acredito que a questão principal é que existem dois grupos bem distintos de pessoas, e elas não costumam entender o outro lado. As pessoas que preferem conteúdo novo não entendem a motivação das pessoas que gostam de revisitar conteúdo já conhecido, e vice-versa.

Como uma pessoa que era membro fanático dos exclusivetes, mas que está começando a virar a casaca, acredito que posso falar pelos dois lados.

Seja lá qual a mídia que você gosta de consumir, pode ter certeza que existe o suficiente para que você possa ficar o resto de sua vida sem precisar repetir uma única vez. Séries? Mais de mil delas, só na Netflix; Filmes? Provavelmente mais de cem mil já foram produzidos; Quadrinhos? Só na sua estante você deve ter uns trinta que não foram lidos ainda; Animes? Só a Crunchyroll oferece mais de 700 títulos no Brasil; Livros? São escritos há literalmente milhares de anos.

Com catálogos tão grandes, e tantas experiências novas podendo ser descobertas, muitas pessoas acabam tendo dificuldade em se imaginar “perdendo tempo” ao rever um filme ou reler um quadrinho que já conhecem. Quem sabe esse livro não é aquele que se tornará o meu novo favorito? Não saberei até terminar de lê-lo!

Por outro lado… Só existe um único favorito. Sempre haverá apenas um “melhor”. Isso significa que todos os outros não serão tão bons assim. As chances dessa coisa nova ser pior do que eu imagino são bem maiores do que a de ser algo melhor do que eu espero, não é? Mais vale ter certeza de que aquilo que estou consumindo é, de fato, bom. Assim, eu maximizo o meu tempo!

Mas, quando temos uma infinidade de possibilidades disponíveis, parece um pouco presunçoso pensar que você já encontrou sua alma gêmea. Claro que você pode ter gostado muito desse livro, mas achar logo de cara que ele é a maior invenção da humanidade desde o filtro de barro é forçar um pouco a barra. Que tal analisar aquilo que você gostou, e tentar entender o motivo de ter gostado daquilo? Você pode acabar encontrando alguns gêneros ou tipos de histórias que te agradam, e pode buscar isso em novas obras.

Dois exemplos disso, um que deu certo, e outro que não deu: Voltamos pra minha mãe. Ela adorou Grey’s Anatomy. Assim, recomendei que procurasse outras séries médicas. Ela assistiu “The Good Doctor: O Bom Doutor” na Globo Play, e o resultado? Ela não gostou. No final das contas, o que fez com que ela gostasse de Grey’s Anatomy não era o fato de ser uma série médica. Logo depois, ela começou a assistir “Lucifer”, na Netflix, e adorou o novo passatempo. Conclusão? Descobrimos que ela está mais interessada em romances no ambiente de trabalho do que em hospitais. E agora, ela tem exorbitantes DOIS seriados que ela gosta de assistir!

Foto de "Tom Ellis" no papel de "Lucifer"
Espere aí… talvez eu esteja começando a notar um padrão nos seriados que minha mãe gosta…

Além disso, tem aquele ditado lá né? “Nunca se banha duas vezes no mesmo rio”. Acho um péssimo ditado pois ele é um dos poucos ditados que requer corolário. Ele diz isso pois na segunda vez, tanto o rio como você já estão mudados, fazendo com que “outra pessoa” esteja se banhando em “outro rio”… Enfim. No contexto, o que quero trazer é que com o passar do tempo, com o ganho de novas experiências e de novas perspectivas, é possível que sua visão de uma obra mude.

Recentemente, tivemos a terceira e última temporada de “My Teen Romantic Comedy SNAFU” (Show que está disponível no Brasil na Crunchyroll e que eu comentei numa postagem). O animê estreou em 2013 e teve sua segunda temporada em 2015, e portanto, julguei mais sábio reassistir tudo antes de embarcar na última jornada. A série é um drama adolescente surpreendentemente realista, e isso é um ponto importante. Em 2013, eu ainda era um adolescente, e estava no segundo ano do ensino médio (mesmo ano que todas as personagens do show, inclusive). Um adolescente assistindo um drama adolescente é uma experiência absurdamente diferente de um adulto (supostamente) assistindo um drama adolescente. Eu revi o show e parecia que eu estava vendo uma coisa completamente nova. Minha visão sobre tudo mudou de uma forma drástica.

Foi uma mudança tão grande que me animou a dar uma nova chance para coisas que eu já tinha visto. “Será que meus favoritos ainda são tão bons quanto eu me lembro?” eu meu questionei. Pretendo rever “Angel Beats” em breve, para descobrir.

Imagem do tema de encerramento de "Angel Beats"
Algumas coisas, porém, o tempo não muda. Essa imagem ainda me dá um baque, dez anos depois…

O que tiramos disso tudo é que, sinceramente? Faça o que lhe deixar mais feliz. Às vezes, você simplesmente não está com saco para experimentar coisas novas, e quer o conforto de sentar no seu sofá e ler o mesmo gibi do Batman pela quadragésima vez, pois você sabe que aquele socão que ele dá na página 37 é muito satisfatório. E às vezes, você não aguenta mais assistir Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, que parece passar sete vezes ao dia na TV fechada, e clica em algo aleatório na Netflix. Dê uma chance para ambos.

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Torre Recomenda | Animês de 2020

Agora sim, creio que isso seja um evento frequente o suficiente para chamarmos de “tradição”: Todos os anos, as equipes da Torre se esforçam por noites a fio para juntar as três coisas que o brasileiro mais gosta, que são “listas”, “entretenimento” e “confusão”.
A ideia dos “melhores do ano” é de botar o holofote em algumas coisas que podem ter passado despercebidas no meio de um ano agitado (que 2020 foi mais do que o normal, diga-se de passagem). Também serve para demonstrar o quão deslocada e fora do lugar a nossa equipe de animês está do público-alvo deste site. Mas tudo bem!

Esse ano, este que vos digita (Vini) estará acompanhado de ninguém menos que Luiz Alex para te trazer os animês que foram, em nossas humildes opiniões, os cinco melhores de 2020 (com algumas ressalvas).

Redator: Vini Leonardi

5 – BOFURI: I Don’t Want to Get Hurt, so I’ll Max Out My Defense. (Inverno 2020)

Eu já disse que amo comédias? Em quinto lugar, um show do já tãaaao longuínquo mês de Janeiro.
Esse animê foi um caso positivo de quebra de expectativa (e vocês vão ver que isso aconteceu bastante esse ano): Eu imaginei que teríamos um simples show Slice of Life fofinho com garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas. E, sinceramente? Isso bastaria pra mim. Mas o que eu recebi foi muito mais do que foi prometido. Recebemos um show hilário com uma comédia absurda e nonsense que eu simplesmente adoro. E, como a cereja do bolo, um elenco de personagens carismáticos tanto em design como em personalidade, que conseguiram me cativar em meros 12 episódios.
Estou com muitas saudades da Maple e ficarei feliz de assistir a segunda temporada – que já está anunciada – assim que ela começar.

O show está disponível na Funimation.

4 – Ikebukuro West Gate Park (Outono 2020)

(Contestavelmente) O único título da minha lista que não é uma comédia. O show que se auto-abrevia como IWGP faz parte de um gênero que eu adoro, e que sempre que encontro, decido assistir imediatamente: O mistério urbano. Esse, em especial, trata de um subgênero do mistério urbano que eu gosto ainda mais: O urbano racional, onde os conflitos são intrinsecamente humanos.
Você gosta de guerras de gangue em um centro urbano japonês do início dos anos 2000? Se sua resposta é “sim”, eu não tenho como te recomendar mais esse show.

Apesar de ser totalmente fabricado para apelar aos meus gostos, eu ainda consegui encontrar algo que me surpreendeu na trama: Os temas que seus contos episódicos contam, se considerando a data do material de origem. O show trata de temas complexos como xenofobia e imigração, preconceitos irraigados da cultura japonesa, uso de drogas e prostituição, suicídio e muito mais. Pode não parecer nada de extraordinário nos dias de hoje tratar desses assuntos, mas quando você percebe que o show é uma adaptação de uma série de livros cuja publicação começou em 1998, você entende o quão “ousado” foi Ira Ishida, o autor da obra.

Como comentei, o show é episódico, então você pode pegar apenas o primeiro episódio para assistir, e ver se é o seu tipo de entretenimento. Se não gostar logo de cara, já abandona o barco e parte pro próximo. Simples assim.

O show está disponível na Funimation.

3 – My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! (Primavera 2020)

Já falei bastante sobre “Hamefura” quando tratei do futuro do isekai. Recomendo a leitura para entender do que o show se trata: O Futuro do Isekai e “My Next Life as a Villainess”.

E, agora que o show já está terminado, tenho ainda um ponto extra a acrescentar, e que fez com que as aventuras de Catarina (que, aliás, espero que esteja tendo um bom dia) ficassem ainda melhores: A história é fechada com uma conclusão extremamente satisfatória. É muito, mas muito raro encontrar shows adaptados de Light Novels (principalmente isekais) que conseguem… terminar. Sempre acabamos com um final em aberto que grita “vá ler o material original” na sua cara. Mas a Catarina é boba demais para fazer isso. Ela te deu um final que é realmente um final, e isso foi o suficiente para me dar uma satisfação absurdamente grande.

As Light Novels continuam depois do animê, e, inclusive, já temos uma segunda temporada anunciada. Mas é um caso onde a história não precisava continuar. Isso, aliás, me dá um pouco de medo do que vem por aí…

O show está disponível na Crunchyroll.

2 – A Destructive God Sits Next to Me (Inverno 2020)

Possivelmente uma das comédias mais tecnicamente perfeitas já feitas na história da humanidade. Eu fiz questão de explicar os motivos por trás dessa afirmação ousada numa postagem: Os princípios da comédia em “A Destructive God Sits Next to Me”.

Entendo que se trata de um show que não faz o gosto de todo mundo, mas tenho certeza que se você, assim como eu, simplesmente adora o absurdo e se acaba de rir com a desgraça alheia, você vai adorá-lo, a ponto de cair da cadeira rindo. Não que isso tenha acontecido comigo… Não… Jamais…

Tendo sido um título de Janeiro, eu passei o ano todo tendo certeza que uma das posições do meu TOP 5 já estava ocupada. E, por grande parte do ano, tive a impressão de que nada – nem ninguém – seria capaz de tirar o título de Koyuki Seri. Porém…

O show está disponível na Crunchyroll.

1 – The Misfit of Demon King Academy (Verão 2020)

Você achou mesmo que ser o melhor animê do ano seria o suficiente para tirar Anos Voldigoad, o Rei-Demônio da Destruição, do primeiro lugar?

Surpreendendo você, eu, e até a minha mãe, o melhor show do ano foi um Harém Escolar Mágico Genérico com protagonista invencível. É um animê que trabalha com expectativas e realidade, e é justamente isso que eu explico no meu mais sincero pedido de desculpas: Expectativas e Realidade em “The Misfit of Demon King Academy”.

Como comentei mais cedo na lista, há controvérsias sobre classificar “The Misfit of Demon King Academy” como uma comédia, pois… Bem… Não temos certeza se a ideia era ser uma comédia ou ser levado a sério. A arte de ser capaz de fazer uma obra que pode ser lida tanto seriamente, como também se fosse uma paródia, e fazer ambas as leituras serem viáveis e plausíveis é de aplaudir de pé.
E a minha forma de aplaudir de pé é dedicando o título de “Melhor animê do ano” para o Rei-Demônio da Destruição, Anos Voldigoad.

Fico com muita expectativa de que façam mais. Eu quero mais! Há muito mais a se explorado! A ser explicado! Muitas frases de efeito cafonas para serem ditas! Por favor, Japão, nunca te pedi nada!

O show está disponível na Crunchyroll.

Redator: Luiz A. Butkeivicz

– Dorohedoro (Inverno 2020)

Adaptando o mangá seinen de mesmo nome, Dorohedoro foi um dos destaques e surpresas desse ano.

Produzido pelo estúdio MAPPA e dirigido por Yuuchirou Hayashi, Dorohedoro é um animê em CGi que se passa na sombria cidade distópica, Hole, onde usuários de magia testam suas habilidades nos seus residentes. Kaiman, um homem misterioso com cabeça de lagarto, e Nikkaido, dona de um restaurante cuja especialidade é o seu gyoza, caçam esses usuários de magia a fim de conseguir respostas sobre o passado de Kaiman. No decorrer da história, conhecemos outros personagens fascinantes como Shin e sua parceira Noi, usuários de magias extremamente fortes e violentos mas também incrivelmente carismáticos, que fazem a trama brilhar ainda mais ao borrar a linha entre protagonistas e antagonistas.

Produzido completamente em CGi, Dorohedoro demonstra, através de cenas de luta incrivelmente brutais e multicoloridas, a realidade cruel, monstruosa, suja e distópica de Hole e que é possível se apropriar dessas técnicas sem quedas de qualidades na animação em comparação com o estilo tradicional 2D.

Dorohedoro é uma recomendação excepcional que se destaca pela sua ambientação fantástica, lutas incríveis e sangrentas e personagens vívidos e carismáticos que, a cada episódio, sempre deixam ansioso para o próximo e com um gostinho de quero mais.

Dorohedoro está disponível em streaming na Netflix.

– Kakushigoto (Primavera 2020)

Uma obra de um dos meus mangakas favoritos, Koji Kumeta, não decepcionou ao trazer Kakushigoto para a tela através do estúdio Aija-Do (Honzuki no Gekokujou) na primavera de 2020.

A sinopse do animê, pela Funimation, diz: “Kakushi Goto é um pai solteiro com um grande segredo. Ele é o artista mais vendido de mangás eróticos populares, e sua filha, Hime, não pode descobrir. Ele tem que rebolar para impedi-la de descobrir neste conto de amor e risos entre pai e filha.”

Ainda seguindo muitos passos característicos do autor desde sua obra anterior, Sayonara Zetsubou Sensei, Kakushigoto cria sua própria marca e é em comparação uma história muito mais linear e pessoal, que a cada episódio traz com extremo sucesso o espectador mais próximo da tela e de seus personagens.

Um slice of life dramático incrível que demonstra o crescimento do autor tanto dentro quanto fora da obra, além de uma ótima introdução – leve e casual – para as obras de Kumeta.

Kakushigoto está disponível em streaming na Funimation.

– Keep Your Hands Off Eizouken! (Inverno 2020)

Do lendário diretor, Masaaki Yuasa (Devilman: Crybaby, Tatami Galaxy), “Keep Your Hands Off Eizouken!” brilhou como ouro desde o seu primeiro episódio ao apresentar uma história hilária e cativante sobre o poder que a animação tem de criar e trazer sonhos à vida.

Midori Asakusa é uma garota com uma grande imaginação sempre perdida em seu sketchbook, enquanto sua melhor amiga, Sayaka Kanamori, é uma calculista que traz Asakusa de volta das suas viagens imaginárias.
Após as duas se encontrarem com Tsubame Misuzaki, as três imediatamente formam uma conexão quando Asakusa e Misuzaki percebem suas paixões pela arte da animação. Movida pelo seu interesse em fazer dinheiro, Kanamori sugere que as três formem o clube de animação com Asakusa desenhando as magníficas paisagens e cenários e Misuzaki os vívidos personagens. A história segue o trio em uma aventura através dos insights e técnicas da indústria da animação em trechos fantásticos que ilustram a imaginação das personagens ganhando vida.

Com diversas indiretas e referências a ícones e obras da indústria, Eizouken é uma declaração de amor que transpira sentimentos de paixão e nostalgia pelo sonho de criar um mundo absurdo e fantástico através do poder da animação; uma declaração compreendida tanto por aqueles que possuem esse sonho como aqueles que cresceram vivenciado as histórias e magias que ela proporciona.

Eizouken é verdadeiramente uma experiência mágica que através de uma direção e animação geniais leva o espectador de volta à infância e nos lembra o esforço e paixão que está por trás das obras que colocam um sorriso em nossos rostos.

Keep Your Hands of Eizouken! está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The God of Highschool (Verão 2020)

Numa nova onda de adaptações de manhwa e webcomics, The God of Highschool traz tudo que um shounen de torneio precisava.

The God of Highschool, abreviado GOH, é um torneio nacional de artes marciais livre organizado pelo misterioso Park Mujin, membro da Assembléia Nacional, a fim de testar os lutadores mais fortes da Coréia, conferindo ao vencedor do torneio um desejo a seu alcance. É nesse torneio que o expert de taekwondo Jin Mo-ri, o karateka Han Dae-wi e a espadachim Yu Mi-ra se encontram, cada um seu objetivo para alcançar o título de God of Highschool.

Através de uma animação incrível, o estúdio Mappa traz à vida as sensacionais cenas de luta que definem o animê. Aos poucos o show se distancia do torneio e começa a revelar um plot maior envolvendo poderes divinos que, embora já explicados, devem ser mais explorados futuramente.

Com o manhwa em andamento; a promessa de uma continuação ambientada na China; e ter terminado deixando mais dúvidas do que respostas, o show nos deixa ansiosos para o retorno do trio de Seul.

The God of Highschool está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The Millionaire Detective – Balance: Unlimited (Primavera 2020)

Seguindo na linha da comédia e do gênero policial, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited foi uma das surpresas ofuscadas da temporada de primavera de 2020, estreando ao lado de Kaguya-sama e Kakushigoto. Entretanto, acabou reluzindo no final das contas e ganhando seu espaço nessa lista.

O animê segue Haru Katou, um mundano detetive guiado pela justiça que após um evento traumático é transferido para a Divisão de Prevenção de Crimes da polícia metropolitana, e Daisuke Kanbe, um playboy multimilionário que ingressa para força policial como parceiro de Katou. Completamente opostos, Daisuke e Haru deverão rever seus valores e trabalhar juntos para chegar a conclusão de um caso enraizado no alto escalão.

É brincando com os estereótipos do gênero mas também explorando a temática do poder ilimitado do dinheiro que “The Millionaire Detective” se faz uma história movida por seus personagens; onde aos poucos, o objetivo é entender o que “justiça” significa para Katou e Daisuke, e como isso afeta seu trabalho como detetives. A discrepância entre os detetives é o que verdadeiramente faz a história do animê brilhar, já que suas diferenças vão muito além apenas da sua metodologia em relação a combater o crime, mas também suas vidas financeiras e personalidades, fazendo com que muitas vezes sua amizade pareça com uma rivalidade.

Com uma excelente dinâmica e interação entre os personagens e extremamente divertido do primeiro ao último episódio, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited não chamou muita atenção durante sua estreia mas no fim das contas se destaca como um dos melhores de 2020.

The Millionaire Detective – Balance: Unlimited está disponível em streaming na Funimation.

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Parceria entre Loading e Crunchyroll trará mais de 50 animês para a TV aberta

O recentemente anunciado novo canal de televisão “Loading TV” (@loading52x no Twitter), em parceria com a plataforma de streaming “Crunchyroll“, trará uma gama de títulos de animação oriental para todos os horários da televisão brasileira, incluíndo o horário nobre.

A parceria foi revelada na tarde desta sexta-feira (04), e apenas alguns dos títulos que terão sua exibição na TV foram confirmados. Entre eles, estarão Berserk; GOBLIN SLAYER e dois dos “Crunchyroll Originals“, The God of Highschool e Tower of God.

"Berserk", que fará parte da programação da Loading
“Berserk”, que fará parte da programação da Loading

Além disso, a Loading TV também fará, com exclusividade e em parceria com a Crunchyroll, a dublagens para português de dois títulos: given e 91 Days.

Veja também: Primeiras Impressões | 91 Days

Até o momento, não foi divulgada uma lista completa com os títulos que farão parte da programação da Loading TV, nem a grade horária, ou se haverá outras dublagens além das duas anunciadas.

"given", animê que receberá dublagem exclusiva para o canal Loading
“given”, animê que receberá dublagem exclusiva para o canal Loading

Uma entrevista com o canal de entretenimento JBOX foi divulgada, onde o CEO da Loading TV, Thiago Garcia, comenta sobre a parceria:

Estamos tomando muito cuidado com os animês na nossa programação, não teremos apenas uma faixa, teremos algumas faixas e focadas em diferentes públicos. É claro que para o nosso prime time (18h00 às 01h00) separamos as melhores séries! Como disse, no começo teremos vários programas, com animes diferentes em diferentes blocos com uma galera que conhece muito do assunto.

Na mesma entrevista, Brady McCollum, Chefe das Operações Globais e Internacionais da Crunchyroll, fala sobre suas expectativas:

Estamos extremamente empolgados de poder levar aos fãs brasileiros mais de seus animes favoritos através da nossa parceria com a Loading. Com mais de 3 milhões de assinantes e 70 milhões de usuários registrados, a Crunchyroll esta comprometida com a expansão global do anime, e nossa parceria com a Loading torna-se outro canal pelo qual os fãs podem assistir às séries que mais amam.

Ainda, Anderson Abraços, Chief Experience Officer da Loading, explica de onde surgiu o interesse da parceria:

Procuramos sempre os melhores animes do mercado e a Crunchyroll acertou em cheio com seu selo Originals e com o licenciamento de grandes animes da temporada, então foi natural procurarmos a marca e negociar essa parceria que em breve pode render novos frutos!

A Loading estreia em dezembro, com a proposta de ser a casa das principais comunidades do entretenimento jovem, programação 24/7 multiplataforma, streaming ao vivo, conteúdo on demand sem necessidade de assinatura e transmissão nas redes sociais, TV a cabo e aberta – com a quinta maior cobertura, no canal 32 UHF. Você pode descobrir como assistir ao novo canal através do site.

Fonte: Release de imprensa.

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Um pouco de esperança com “Pretty Cure”

Obrigado por ser um dos poucos que se deu ao trabalho de clicar nessa matéria. Sei que a grande maioria desistiu antes mesmo de chegar aqui. Só de olhar para o título e a imagem, já consigo imaginar os suspiros e viradas de olhos que muitos deram.
E a essa altura, já estou acostumado. E como eu quero terminar essa introdução com uma piada ao invés de falar que isso é puro preconceito, lá vai: Isso acontece pois as pessoas temem aquilo que não compreendem.

"Rate", personagem de Healin' Good Pretty Cure
Como recompensa por ter aberto a postagem, toma: Uma cachorrinha super fofa.

A imagem da capa é do show “Healin’ Good Pretty Cure“, um animê com publico-alvo infantil, sobre garotinhas mágicas lutando contra monstros. E é claro que, como comentado, essa é uma obra feita para crianças, e não estou aqui para tentar negar isso. Pretty Cure é e sempre foi uma série infantil. O que eu quero te convencer é que apesar de ser uma série infantil, ela ainda tem muito a oferecer para um adulto, caso a pessoa deixe o preconceito de lado e dê uma chance para ela.
Esse é um argumento que serve para animês no geral (que, por algum motivo, acaba sempre sendo associado a um produto para crianças, mesmo quando não é), e não apenas para os infantis. Mas dessa vez, vou falar especialmente sobre os infantis, e espero que você entenda o motivo até o final da leitura.

Primeiro, vamos entender qual a função e a importância de um show para crianças para… as crianças. Muitas vezes baseados nas fábulas, temos uma historinha com o objetivo de ensinar uma valiosa lição de moral para os pequeninos. Usando Healin’ Good Pretty Cure como exemplo mais uma vez, temos episódios onde apredemos que a diferença entre os amiguinhos é algo que torna a amizade especial; vemos que o trabalho em equipe pode trazer resultados incríveis; ou até mesmo um incentivo para a prática de atividades físicas. Isso tudo sanduichado entre cenas de ação contra monstros caricatos e sequências de transformação com muito brilho. É um entretenimento saudável pra garotada.

Cena de Healin' Good Pretty Cure, episódio 33
Um show infantil, como Pretty Cure, pode ser educativo para crianças, mas também ter muito valor para um adulto.

Porém, o show também fala sobre perseverança, força de vontade e, principalmente, esperança. Estamos passando por uma época que exige uma garra descomunal, onde muitas vezes temos até mesmo dificuldade para levantar da cama. Nos questionamos quando isso tudo vai passar, se vai passar. Quando as coisas vão voltar ao normal. Xingamos o micróbio maldito e balançamos os braços para o alto como se fossemos velhos rabugentos pedindo para saírem do nosso gramado.

Passamos nosso dia assistindo jornais, lendo notícias e ouvindo histórias de como as coisas estão lá fora, e o que sentimos é que a realidade não tem a capacidade de nos dar aquilo que precisamos para continuar. Mas é algo que podemos encontrar na inocência da infância. Um show infantil como Pretty Cure é um raio de esperança que te faz lembrar das coisas pelo qual valem a pena lutar. Ter uma visão tão otimista e tão encorajadora é algo revigorante, que pode te ajudar a superar essa fase com um pouco mais de magia.
E com lutas iradas no melhor estilo tokusatsu, uma cachorrinha super fofa, e uma capivara rapper.

Batetemoda, personagem de Healin' Good Pretty Cure
É sério. Um dos vilões é uma capivara maligna que canta rap.

Inclusive, talvez como uma enorme ironia do destino, o tema da temporada atual de Pretty Cure é justamente sobre médicos. As garotas lutam contra monstros que são “doenças” e querem “infectar a Terra”. Ao longo dos episódios, vemos um desenvolvimento especial envolvido em um sentimento que é extremamente importante no ano de 2020: A fé na medicina e na ciência.
Mas puxa vida, temporadas novas são sempre planejadas com, pelo menos, um ano de antecedência. Calhar de vir um tema sobre médicos bem num ano de pandemia, ein.

Depois de anos e anos no “limbo” de licenciamento, Pretty Cure pode finalmente ser assistido legalmente no Brasil, e em sua forma integral (Já que tivemos “adaptações” que saíram na Netflix antes, sob o nome de “Glitter Force”). Tanto a temporada atual (Healin’ Good Pretty Cure), como a temporada de 2017 (Kira Kira Pretty Cure a La Mode) estão disponíveis com legendas em português na Crunchyroll.
Dar suporte a essas duas licenças pode abrir caminho para que ainda mais raios de esperança venham no futuro. Afinal, não sabemos quanto tempo essa desgraça vai continuar, né, e as vezes até esquecemos como era a vida antes disso tudo.

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Expectativas e Realidade em “The Misfit of Demon King Academy”

Já fazem alguns anos que escrevo aqui para a Torre de Vigilância, e um dos quadros mais recorrentes que eu participo é o “Primeiras Impressões”. Além de ser um conteúdo – na maioria das vezes – fácil e rápido de produzir, acredito funcionar como um dever cívico para com as pessoas interessadas: É o famoso “eu fiz para que você não precise fazer”.
O ditado diz que “a primeira impressão é a que fica”, e justamente por isso, é um quadro importante: Se o começo for ruim, ou nos passar uma impressão ruim, acabamos nem vendo o final, não é? Isso quer dizer que, na maior parte dos casos, quando decidimos continuar com um show, só existem duas possibilidades: Ou ele se mantém no nível que nos fez querer ficar, ou ele piora.

Por causa disso, é sempre uma gratificante surpresa quando um show resolve ficar melhor do que aparentou ser no início. O que “The Misfit of Demon King Academy” fez, em seus dois primeiros episódios, não chega aos pés do mérito que ele merece. Aparentando ser um simples show de porradinha, eu fui muito cruel e desrespeitoso com ele nas minhas “Primeiras Impressões“. Apesar de manter a porradinha que a gente gostou, ele foi um passo além, e por conta disso, venho me desculpar com essa postagem.

Existem diversas expectativas e esperanças para um “shonen de lutinha”: Você espera uma história simples, extremamente preto no branco, onde os vilões são maus e os mocinhos são bons, e você gasta metade da temporada em um arco de torneio absolutamente desnecessário e que não acrescenta em nada à história. Que história, aliás? É um shonen de lutinha!

Mas é claro que Anos Voldigoad, o Rei-demônio da Destruição, não poderia deixar isso barato. Vocês acharam mesmo que ele teria um show genérico e sem graça, só porque você achou a premissa e a sinopse genérica e sem graça? Com uma história ainda genérica, mas muito bem trabalhada e, principalmente, bastante divertida, nos vemos investidos no mistério do mundo, tentando entender o que aconteceu nos dois mil anos que passaram.

Frases de efeito. Frases de efeito que são uma contradição absurda e só fazem sentido no contexto que elas são ditas. Esse show é maravilhoso.

Muito se comenta sobre “protagonistas invencíveis”, onde qualquer conflito que envolva violência ou força física não traz nenhuma tensão para o espectador: Nunca há uma real chance de os mocinhos serem derrotados, então, aquela luta não tem sentido. Várias obras tentam circunver esse obstáculo ao deixar seu protagonista de lado, e permitir que as personagens de apoio tenham seu tempo no holofote. One-Punch Man faz isso com maestria, sempre dando alguma desculpa para que o patrono do show esteja no lugar errado na hora que precisamos dele. Isso funciona um número de vezes, até você perceber que no final, o protagonista invencível sempre vai chegar e resolver o problema.

A forma que “The Misfit of Demon King Academy” encontrou de resolver esse problema é interessante: Fazendo o conflito principal não ser uma batalha de forças, mas uma batalha de ideais. Afinal, como já comentamos, não haveria história alguma se o problema pudesse ser resolvido na base da porrada. Nem mesmo o todo-poderoso Rei-demônio da Destruição pode derrotar mil anos de racismo sistêmico. Pelo menos, não em uma noite.

Porém, acredito que o maior mérito do show seja no seu caráter genuinamente misterioso. O grau de absurdo do show atinge níveis estratosféricos logo no primeiro episódio, te dando a impressão de que aquilo não passa de uma descarada paródia, afinal, não há como algo assim ser sério… né?
Depois de alguns episódios, você percebe a seriedade com que tudo é tratado, mesmo quando estamos tratando de coisas ordens de grandeza piores do que deveria ser permitido. Você fica sem saber dizer se a intenção era ser uma paródia ou era ser levado a sério, e, pra mim, esse é um efeito mágico que só pode ser alcançado com completa maestria sob a escrita. Não é fácil fazer algo assim, que pode ser interpretado de ambas as formas e te deixa irritado não importa qual delas você resolva adotar. O animê realmente merece os parabéns.

Ele tem a PACHORRA de mandar um “estava usando meros 10% do meu poder” na metade da temporada. E fala isso com a cara mais séria do mundo. Sinceramente…

Outra coisa que precisa ser comentada é sobre o aspecto técnico do show. Mais uma vez, temos uma impressão de que animês “como esse” tendem a ser mal produzidos, tendo animação desajustada, direção porca e coreografia desanimadora. Embora seja verdade na maior parte dos casos, “The Misfit of Demon King Academy” nos mostrou, outra vez (já é o quê? A terceira vez? Só nessa postagem?), que nem tudo deve ser levado apenas por impressões.
A animação, do estúdio Silverlink, é belíssima e se mantém consistente ao longo de todos os treze episódios; a direção, do dueto Shin Oonuma e Masafumi Tamura, fez jus à complexidade da obra e conseguiu torná-la ainda mais marcante; e a coreografia tornou cada luta em um espetáculo digno de um season finale.

A grande lição que temos que tirar disso tudo é que julgar um livro pela capa etc etc etc. Já conhecemos o ditado, né? De verdade, a lição que fica é sobre expectativas e como o resultado se compara a elas. Eu acabei adorando “The Misfit of Demon King Academy” pois fui com a expectativa mais baixa do mundo, e me deparei com um resultado surpreendentemente acima do que esperava. Isso fez com que minha visão da obra fosse um enorme sorriso. Quando você espera um 2/10 e consegue um 6/10, ele parece muito melhor do que um 6/10 que parecia ser um 9/10. Na prática, o show é um 10/10 no meu coração, que me divertiu horrores por toda sua exibição e provavelmente liderará a minha lista de melhores do ano, para semear ainda mais caos por lá.

Encerro pedindo desculpas ao show, e desculpas A VOCÊ, leitor, que agora vai assistir o animê com uma expectativa super alta e vai se decepcionar. Foi mal.

“The Misfit of Demon King Academy” está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, com todos os 13 episódios com legendas em português.

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O Pikachu do Ash NÃO evoluiu, se acalmem.

Seja lá qual foi a sua idade, se você está neste site, é impossível você não conhecer Pokémon, uma das maiores franquias da Nintendo (e, talvez, do mundo). Desde os anos 90 até os dias de hoje, temos as mais diversas obras baseadas em rinhas de galo legalizadas. Uma delas, e possivelmente a mais marcante de todas, é a versão animada. O animê de Pokémon está no ar desde 1997, e nos vinte e três anos de exibição, acompanhamos Ash Ketchum em suas aventuras com o pequeno rato elétrico que virou o rosto da franquia, Pikachu.

Uma das primeiras grandes derrotas do garoto se dá no Ginásio de Vermilion, onde seu Pikachu é derrotado pelo Raichu de Lt. Surge. Ao perceber que o seu companheiro poderia ficar tão forte quanto o pokémon que o derrotou, Ash se pergunta se deveria evolui-lo. Muitos de vocês devem se lembrar que a convicção do garoto e de seu animal foram bem claras: Eles conseguiriam ficar mais fortes sem a necessidade de uma evolução, e conseguem provar que esforço e trabalho duro podem ser o suficiente para vencer.

A batalha foi relembrada durante um flashback da temporada atual

Avançando alguns anos, sete gerações, vinte e três temporadas e mil cento e vinte e dois episódios, chegamos na causa da discórdia e de muita fake news pela internet afora. Dia 23 de agosto estreou no Japão o episódio 34 da 23ª temporada do animê de Pokémon, entitulado “Saito, a lutadora solitária! O ameaçador Otosupus!” (Tradução livre). Foi um episódio relativamente comum, que seguiu a fórmula que já conhecemos e amamos.

Porém, a chamada para o episódio seguinte causou uma certa comoção na comunidade: Ao anunciar o nome do episódio da próxima semana (chamado “Eu peguei um Pikachu!“), vimos uma cena onde o Pikachu de Ash aparece correndo, tentando fugir de um outro Pikachu, que carrega uma Pedra do Trovão em suas mãos. Ao se esconderem atrás de uma pedra, vemos e ouvimos os claros sinais de uma evolução, e um Raichu surge. Essa cena, em conjunto com as falas dos dois protagonistas, levaram a uma promessa mal contada: Iria o Pikachu de Ash evoluir, após tantos anos?

Pikachu do Gou (esquerda) e Pikachu do Ash (direita)
O desespero no olhar do Pikachu do Ash (direita) ao pensar que poderia deixar de ser o rosto da franquia

Uma semana depois, no dia 30 de agosto, o episódio 35 foi lançado, e a dúvida foi sanada para todos os interessados: Não, o Pikachu do Ash não evoluiu. É claro que não. A cena em questão foi simplesmente uma piada, e vemos logo na sequência que não foi o Pikachu do Ash que evoluiu, mas sim, um dos vários Pikachus selvagens que estão presentes na pedreira onde o episódio se passa. Inclusive, logo depois disso, vemos um discurso do garoto, explicando o motivo pelo qual ele não deseja evoluir seu pokémon. O motivo continua o mesmo que era em 1997.

“Eu fiz PROERD, drogas? Tô fora!” diz Ash, ao recusar a pedra.

No clímax do episódio, a recém-capturada Pikachu de Gou (o parceiro de aventuras de Ash nessa temporada) resolve usar a Pedra do Trovão para evoluir e poder salvar seus novos amigos. Então, de certa forma, tivemos a adição de um Raichu ao elenco principal, só não é aquele que vocês achavam.

No Brasil, a 23ª temporada receberá o nome de “Jornadas Pokémon“, e está programada para ser exibida no Cartoon Network ainda em 2020, apesar de não terem sido divulgados maiores detalhes.

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Relacionamentos e seus problemas com “Rent-a-Girlfriend” e “Oregairu”

Nessa altura do ano, acho que nem preciso mais comentar sobre o estado absurdo de insanidade que o planeta Terra está, não é? Para todos os lados que você olha, é um absurdo atrás do outro. E um dos principais problemas que muitos de nós estamos precisando lidar é a falta de contato humano. Seja em maior ou menor escala, todo mundo precisa se relacionar com outras pessoas.

Relacionamentos são coisas complexas, com tantas nuances quanto você desejar pensar, e isso que faz com que sejam algo tão fascinante, e o esqueleto de nossa sociedade. Não à toa, temos o relacionamento humano como sendo o mote de praticamente toda obra de ficção que existe. Algumas se debruçam mais no tema do que outras, mas é inegável que seja um fator onipresente em seja lá o que você esteja consumindo.

E é claro que os animês não são exceção. Não importa o quão frio e calculista Peaky Blinder você pense que é por ficar dentro de casa o dia inteiro só assistindo seus shows japoneses, você ainda está lidando com relacionamentos humanos. E na temporada atual, existem dois animês em especial, onde toda a história é centrada em relacionamentos, e seus impactos na vida daqueles que estão envolvidos neles: “Rent-a-Girlfriend” e “My Teen Romantic Comedy SNAFU” (Apenas “Oregairu”, para encurtar). São shows absurdamente diferentes, voltados para públicos diferentes e com origens diferentes, mas com um ponto em comum: ambos se baseiam em relacionamentos problemáticos e nos problemas que eles causam.

Baseado em um mangá de Reiji Miyajima, Rent-a-Girlfriend é mais um dos típicos haréns absurdos que já conhecemos e vivemos numa relação problemática de amor e ódio. Premissas e questionamentos à parte, o ponto que precisa ser levantado é o aspecto predatório e abusivo do protagonista, Kazuya.

Relacionamentos abusivos não são brincadeira, e podem causar sequelas permanentes nas pessoas envolvidas. Uma das práticas mais comuns nesse tipo de relacionamento é o abuso psicológico e a chantagem emocional, que são usadas como ferramenta de vitimização para buscar estender a duração de algo que já deveria ter acabado. Mesmo que acidentalmente ou sem perceber, Kazuya usa de ambas as táticas para manter sua namorada de aluguel, vizinha e colega de universidade em cheque.

Felizmente, eu nunca passei por um relacionamento abusivo, mas apenas de assistir as interações de Kazuya com a Chizuru, já fiquei meio deprê. Fui buscar, nos cantos mais remotos da Torre, por algum redator que tenha passado por esse problema no passado, e encontrei dois. Sem qualquer consideração por seus traumas, os forcei a assistir os primeiros episódios do show, e a resposta foi imediata: reconhecimento instantâneo de que aquilo é, de fato, um abuso absurdo, e que eles nunca mais vão assistir qualquer coisa sob recomendação minha.

Nem precisa esperar muito não. No PRIMEIRO EPISÓDIO ele já tá se vitimizando.

E a questão não para por aí. Queria eu que parasse! Não só o protagonista se vitimiza e força suas vontades na garota, como todos os relacionamentos do show são quebrados por dentro. Fica claro que a intenção do autor é justamente expor esse tipo de comportamento, e buscar dar visibilidade para um problema que muitas vezes não é levantado com tanta frequência quanto deveria. Ao menos, isso é o que eu gosto de imaginar.

O show em si é uma montanha-russa de emoções, te deixando irritado, ansioso, triste e alegre em questão de minutos. Além disso, é um raro caso de comédia romântica que não se passa num ambiente escolar. E com personagens adultos (bem, na faixa dos 20 anos), a história tem muito mais liberdade em abordar temas e acontecimentos que jamais seriam vistos num show colegial. Vale uma conferida, nem que seja para passar nervoso comigo.

Por outro lado, temos “Oregairu”, uma light novel de Watari Wataru, que está recebendo sua terceira e última temporada agora no meio do ano. A busca de um relacionamento “genuíno” é a força-motriz da terceira iteração de Hikigaya Hachiman, e olha rapaz, quantos problemas isso não vai causar.

O grande conceito que Oregairu aborda é a importância dos relacionamentos, e como a moderação é a chave para um relacionamento saudável. Começamos com nosso protagonista, Hikigaya, no extremo negativo da balança: ele é o clássico “isoladão”, que odeia as pessoas populares e não entende o motivo de precisar de outras pessoas em sua vida. Temos todo o show como uma grande jornada de aprendizado e autorrealização, mostrando para o nosso Batman do clube de voluntários a relevância que um relacionamento pode ter em sua vida.

Acontece que essa jornada é efetiva até demais. O clímax da história (que dá até nome para a temporada final) mostra o extremo positivo da balança: quando um relacionamento passa a ser tão vital para sua existência, que acaba se tornando prejudicial para ambas as partes. A chamada “codependência” é uma relação perigosa que é tratada pela psicologia como um risco que pode instigar novos comportamentos negativos e reforçar os já existentes.

Quando um relacionamento passa do plano da confiança e começa a se tornar perigoso, é aí que os problemas começam.

Sendo um dos mais populares animês dos últimos anos, “Oregairu” merece toda a glória que recebe, por ser engraçado, irônico, ríspido e absurdamente ciente de si mesmo, sem perder o seu senso de realidade. É um drama adolescente que chega a assustar de tão pé no chão que é, fazendo qualquer adulto olhar para a situação e simplesmente rir com um “aiai, como adolescente é bobo né”.

Em ambos os shows, temos pessoas sofrendo, causando e participando de uma gama de diferentes tipos de relacionamentos problemáticos, e se esforçando (ou não) para sair da (ou se afundar ainda mais na) situação em que estão. Enquanto não conseguimos vivenciar e superar nossos próprios relacionamentos na vida real, e enquanto as novelas forem reprises de coisas que já assistimos antes, Rent-a-Girlfriend e Oregairu suprem nossa cota de problemáticas, semanalmente.

Caso tenha se interessado por alguns desses shows, e queira conferir por conta própria, “Rent-a-Girlfriend” está disponível na Crunchyroll, com novos episódios toda sexta-feira. Já “Oregairu” possui suas três temporadas disponíveis no Hidive (Primeira temporada | Segunda temporada | Terceira temporada), e também está disponível na Crunchyroll. Novos episódios são disponibilizados nas duas plataformas toda quinta-feira.

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Primeiras Impressões | The Misfit of Demon King Academy

Sejamos sinceros: você, eu, e todos os envolvidos nisso aqui sabemos exatamente com o que estamos lidando, e decidimos lidar com isso de qualquer maneira. Nós olhamos para a mais patética combinação de nome, título e sinopse, e imediatamente pensamos o quão idiota e ridículo seria esse show inteiro.
E justamente por isso que nós decidimos assisti-lo.

Detesto todas as generalizações e já disse um milhão de vezes que odeio exageros. Deveria ser claro para todos que a minha pessoa é a maior defensora de nunca julgar um livro pela capa e que devemos dar uma chance para tudo, pois sempre existe a possibilidade dela te surpreender.

…Mas esse não é o caso. “The Misfit of Demon King Academy” é exatamente tudo que você poderia ter imaginado, sem tirar nem pôr. Porém, estou aqui para fazer um comício sobre como isso não é algo ruim, muito pelo contrário!

Em tempos de incerteza, há um conforto calmante em saber exatamente o que esperar de algo. O Rei Demônio foi renascido e vai utilizar seus poderes ordens de grandeza maiores do que do resto da população para torcer a realidade à sua vontade? Claro que vai. O que mais ele faria? Quando você liga a TV ou acessa sua rede social e tudo que existe é o caos… Ter a possibilidade de simplesmente desligar o cérebro e aproveitar uma porradinha sincera e singela é uma bênção.

Quem não tem avó sentada no sofá, malha com castelo.

Confesso que por mais batido que seja o tema, e mesmo sabendo exatamente o que ia acontecer em cada situação, o show ainda conseguiu me pegar desprevenido algumas vezes, com um humor sucinto e eficaz. É surpreendente ver que souberam diferenciar momentos sérios de momentos cômicos, fazendo cada um deles mais impactante.

Claro que nem tudo são rosas no jardim do Rei Demônio, e precisamos comentar sobre o elefante na sala: Pelo amor de Deus que animê corrido jesus amado do céu. Tudo acontece numa velocidade frenética, não te dando tempo nem para respirar ou digerir qualquer informação que lhe foi dada. Eu tenho a impressão de que passamos por dez volumes de Light Novel em apenas dois episódios. O que é impossível, pois a novel original só tem cinco volumes publicados.

Isso é uma pena, pois parece que a história tem um aprofundamento interessante e um mundo com detalhes bacanas que poderiam ser explorados… Mas que passam quase desapercebidos por terem tão pouco tempo e muita informação pra passar de uma vez só. Qual a lógica por trás dos nomes dos feitiços? Alguém explicou o conceito de realeza que foi trazido umas cinco vezes no episódio? O que aconteceu para a história do Rei Demônio ser tão distorcida? O que diabos aqueles olhos mágicos deveriam fazer? Etc, etc, etc.

Chorando pois passaram voando pela sua introdução e nem deram tempo de te deixar fazer um monólogo de 17 páginas.

Na parte técnica, a animação do estúdio Silver Link. nos entregou cenas de ação mais bonitas do que um show como esse tinha qualquer direito de ter, e um design de personagens que faz cada pessoa ser distintamente ela mesma, sem parecer muito “animêsco”. A dublagem surpreende, ao trazer um protagonista experiente (Suzuki Tatsuhisa) para atuar com duas novatas na área (Natsuyoshi Yuuko e Kusunoki Tomori), trazendo confiança e renovação num só pacote.

Na prática, percebemos que “The Misfit of the Demon King Academy” não passa de mais um harém escolar mágico genérico que amamos, e serve como um lembrete de que um show não precisa ser bom para ser divertido. Definitivamente vale a pena conferir os dois primeiros episódios, se você souber o que está fazendo e já tiver experiência em atravessar mares conturbados. Para a estreia, eu daria uma nota 6/10, mas que no meu coração vale muito mais.

O animê pode ser assistido legalmente, com legendas em português e vídeos em alta resolução, na plataforma de streaming Crunchyroll, com novos episódios todos os sábados.

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“A Besta”, de Hideki Mori, já está em pré-venda

Conforme anunciado em uma de suas lives semanais no YouTube, a Editora NewPOP irá publicar o mangá “A Besta“, de autoria de Hideki Mori – o famoso gekigaká responsável pela arte de ‘O Novo Lobo Solitário’.

Publicado originalmente em 2013, sob o nome japonês de “Shishi“, esse volume único conta uma versão pouco convencional da história do famoso samurai Musashi Miyamoto. O mangá já está disponível para pré-venda na Amazon, e faz parte da oferta de “menor preço garantido“. Veja mais informações sobre a obra abaixo, que tem previsão de lançamento para julho:

Nome: A Besta
Sinopse: A história do lendário espadachim Musashi Miyamoto é recontada sob a perspectiva do aclamado mangaká especializado em gekigá, Hideki Mori. Mori foi responsável pela nova adaptação do consagrado Lobo Solitário do Kazuo Koike e foi considerado pelo próprio Koike como o seu sucessor, tendo um estilo de desenho similar ao Gouseki Kojima, quem fez os desenhos originais do clássico. “Afinal, o que eu sou?” – essa resposta para esta pergunta, o jovem Mushashi Miyamoto se lança para dentro do turbilhão de lutas mortais. Para o Bennosuke – nome de infância de Musashi –, o único conforto era a sua irmã, já que ele não via mais outras razões para viver. Contudo, até isso é privado dele, quando a sua irmã é brutalmente assassinada por um desconhecido. Aqui está uma interpretação inédita do aclamado clássico, mostrando um Musashi nunca antes visto em traços estonteantes e envolventes.
Autor e Ilustrador: Hideki Mori
Volumes: Completo em 1 volume
Formato: 21 x 15 x 2 cm; 264 páginas; papel offset de alta alvura; capa cartonada e com orelhas
Preço de capa: R$ 29,90
Previsão de lançamento: 10/07/2020

Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido!

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Sword Art Online – Fairy Dance: Light Novel já está em pré-venda

Dando continuidade a publicação das Light Novels da série, a Editora Panini anunciou que iria trazer o segundo e terceiro arcos de Sword Art Online, “Fairy Dance” e “Phantom Bullet”, respectivamente, para o Brasil. O primeiro volume de Fairy Dance já está disponível para Pré-venda na Amazon.

Lançado originalmente em 2009, o terceiro volume da obra de Reki Kawahara está com lançamento previsto para 26 de Junho, e na Amazon, você garante a pré-venda com preço mais baixo garantido.

Os dois primeiros volumes foram publicados em 2019, e nós fizemos uma resenha do primeiro volume, que você pode encontrar aqui.

Veja mais informações sobre a obra abaixo:

Capa brasileira de Sword Art Online vol. 3 – Fairy Dance

Nome: Sword Art Online  vol.3 – Fairy Dance
Sinopse: Kirito finalmente regressou ao mundo real após finalizar o MMORPG mortal Sword Art Online. Porém, sua companheira, Asuna, ainda não despertou. Quando Kirito vê uma misteriosa imagem dela no jogo Alfheim Online, ele embarca em uma nova e perigosa aventura virtual. Kirito mergulha no jogo em que os jogadores-fadas se emaranham: ALO! É o início do arco Fairy Dance, também de grande sucesso na internet!
Autor: Reki Kawahara
Ilustrações: abec
Volumes: Arco em dois volumes
Formato: 21 x 14,7 x 1,2 cm, 208 páginas
Preço de capa: R$ 39,90
Previsão de lançamento: 26/06/2020

Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido!

Lembrando que a Editora Panini também é a responsável pela publicação dos mangás da franquia SAO no Brasil, tendo publicado as adaptações do primeiro arco, Aincrad; do segundo arco, Fairy Dance; e do terceiro arco, Phantom Bullet.

A série possui uma adaptação em animê, que pode ser assistida na Crunchyroll (série completa) e na Netflix (Apenas as duas primeiras temporadas).