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Culturama: Presente e futuro

Como se saiu e o que esperar dos próximos meses dos quadrinhos Disney pela Culturama

Quase 9 meses se completaram desde o encerramento das publicações de quadrinhos Disney no Brasil até uma nova editora reassumir o legado. Desde dezembro passado já circulavam notícias que um novo acordo estava fechado e imagens do ex-editor da Abril Paulo Maffia na exposição Quadrinhos, do Museu de Imagem e Som (Mis) e na Comic Con Experience deram a dica que, mesmo não oficialmente anunciada até então, a Culturama seria a nova editora, uma vez que o cenário escolhido para as imagens era justamente de personagens Disney ao fundo. A Culturama, editora fundada em 2003, desbancou inclusive a Panini, que era forte candidata por parte dos leitores a retomar as publicações no Brasil.

Paulo Maffia e a equipe da Culturama no Mis. Foto: Reprodução/Facebook

O ponto de partida para o retorno começou dia 21/02 com um jantar para a imprensa, artistas Disney e convidados. No evento, as capas das edições nº0 foram reveladas. Curiosamente, quase todas já tinham sido deduzidas por leitores nas redes sociais à partir de uma imagem publicada pela editora contendo apenas o título com alguns traços das ilustrações. A capa de Aventuras Disney se tornou a única que foi de fato uma surpresa. Assim, esta se juntou oficialmente aos títulos Mickey, Pateta, Pato Donald e Tio Patinhas.

Para os leitores regulares, as HQs começaram a ser distribuídas nacionalmente por volta da terceira semana do mês de março, com o serviço de assinatura também entrando em prática. Neste último, por seu transporte ser de responsabilidade dos correios, foram informados pelos próprios assinantes relatos diferentes à respeito da data de entrega. O que chamou mais atenção foi a caixa usada para transporte do produto, se tornando até item de colecionador. O kit de assinante contém todas as histórias em quadrinhos do mês e um brinde, sendo este o inicial um copo decorado com os personagens Disney. O brinde não irá para as lojas.

Caixa especial para entrega dos assinantes. Foto: Janaina Silva/Culturama

Nesta modalidade, alguns colecionadores informaram que suas HQs vieram com danos devido ao transporte e dentro das caixas não havia proteção para as HQs e o brinde. Procurada pela Torre, a editora afirma que “as revistas enviadas por assinatura estarão melhor acondicionadas nas caixas já à partir do envio da edição nº1 [a segunda entrega do contrato], com uma proteção a mais que evitará contato com o brinde”.

Em estabelecimentos comerciais, a Culturama lançará todos os meses a caixa especial com todos os cinco títulos. Essa edição será destinada a alguns pontos de venda e lojas online. A primeira caixa já se esgotou em várias lojas, mas é prevista a reposição de estoque em abril.

Caixa especial para livrarias e lojas especializadas. Imagem: Amazon

Apesar da divisão da editora para publicar quadrinhos se chamar HQ Culturama, os planos são apenas para quadrinhos Disney. Outras linhas estão descartadas no momento. A Culturama também pretende publicar livros do Universo Disney. Além do já anunciado Il Manuale degli Espiratori Curiosi, a editora tem contrato com a Marvel e Star Wars e pretende trazer em um futuro próximo livros referentes à essas duas licenças. Não há conflito com outras editoras. Esta possibilidade parecia possível depois do anúncio da publicação do Album Mickey 90 anos pela Panini em Novembro de 2018. A Panini, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “com o lançamento do álbum do Mickey 90 anos, a Panini celebrou um marco histórico para a editora, anunciando a aquisição das licenças da Disney, Marvel e Pixar no Brasil para a publicação de álbuns de figurinhas”. Álbuns de figurinhas não estão contemplados no contrato da Culturama.

Livro já anunciado pela Culturama. Imagem: Scuolastore

Vem aí também mais um título: O Grande Almanaque Disney. Em publicação diferenciada, este título busca publicar grandes sagas inéditas. Dessa forma, sagas já iniciadas como Mickey Mistery não estão nos planos.     

Em um mercado editorial deficiente como o Brasil, livros de várias editoras não passam de 5 mil exemplares por edição; a Culturama somente em 2018 alcançou a marca de 12 milhões de exemplares comercializados. Sua linha é focada no público infanto-juvenil e serve como a introdução à leitura para muitos. Para as HQs, Maffia conta que “Os adultos já são apaixonados pelos quadrinhos Disney, assim, acreditamos que será natural pais, avós  introduzirem as crianças nessa leitura. Muita gente aprendeu a ler com os gibis e a leitura das revistas é uma brincadeira divertida”A editora possui um serviço especial de assinaturas para escolas, com valores especiais para estimular o uso do material em salas de aula e uma distribuição diferenciada, colocando seus títulos em diferentes pontos de venda trazendo o material para uma maior quantidade de leitores em potencial, fazendo parte da rotina dos mesmos.

Dando continuidade ao projeto, a segunda leva de quadrinhos Disney tem previsão de chegar às bancas, assinantes e demais pontos de venda já em abril. Uma novidade que já poderá ser vista é a volta de matérias a respeito das histórias principais em Aventuras Disney e Tio Patinhas deste mês. Outra seção que voltará é a de correspondência. Respondendo cartas, mensagens e dúvidas dos leitores, esta tradicional parte das HQs também estará nos títulos da Culturama, porém não em todas as edições.

E ainda há muito ao que vir por aí. Futuramente a editora pretende retomar a produção dos quadrinhos Disney no Brasil, porém, no momento, não há previsão. Pois o trabalho em parceria com a Disney precisa de prévia aprovação da companhia. 

Portanto, este é só o começo. O que resta é aguardar.

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Resenha | Tio Patinhas 0

Tio Patinhas surpreende muito pelo conteúdo de suas histórias principais. Explicando: Aqui, Patinhas Mac Patinhas é posto onde não costuma estar, ou até onde nunca imaginou.

Logo de cara temos O Amor do Tio Patinhas, nesta narrativa que ocupa mais da metade da edição acontece a primeira aparição de Miriam Mac Gold, uma pata de Gansópolis destinada a ser rica que, dentre outras conquistas, marca um lugar especial no coração de Patinhas, mas se recusa ser ajudada por ele em sua missão de ser quaquilionária. Para isso, até vence uma licitação derrotando Patinhas e Patacôncio. Miriam inclusive já era concorrente de Patinhas no passado, e sua paixão por ela o fazia inclusive gastar umas patacas a mais. Tamanha diferença de comportamento chama a atenção de Donald, que busca mais informações sobre esse caso de seu tio. Apesar de inédita, a HQ é datada de 1989, roteirizada pelo já falecido Bruno Concina e com desenhos do prolífico mestre Giorgio Cavazzano.

Miriam tem somente mais uma aparição em HQ do Tio Patinhas: Zio Paperone e le Grandi Conquiste (Tio Patinhas e as Grandes Conquistas, em tradução Livre) de Gianfranco Cordara e Andrea Ferraris publicada na Itália em 1997. Nesta história, uma repórter prepara um artigo sobre vários e várias personagens ligados à Patinhas. Também inédita no Brasil, sua publicação seria bem-vinda, mas como é uma história que revisita acontecimentos anteriores, pode ser que ainda precisemos que outras sejam lançadas por aqui antes dessa. No passado já tivemos títulos Disney cujo tema principal era relacionamentos amorosos, porém seria muito interessante uma edição com os relacionamentos amorosos de Patinhas.

Em contrapartida à primeira, logo em seguida já temos uma história muito moderna. Em O Papel do Dinheiro, Patinhas enfrenta enormes dificuldades em conservar o conteúdo de sua caixa-forte, recorrente alvo de ratos, umidade e tentativas de roubo. Por isso, acaba aceitando a ideia do mais novo milionário da cidade: Bittencourt Crista, jovem magnata das criptomoedas. Patinhas se desfaz de quase toda sua fortuna física e investe no dinheiro digital. É de uma surpresa absoluta ler uma história assim e ver a caixa-forte mais famosa dos quadrinhos totalmente vazia. Terje Nordberg ousou nessa e dificilmente teremos outra situação parecida.

Mais certo um destaque vale para Ouro Esquecido, onde Patinhas e Donald vão até o norte da California atras de uma terra que Patinhas nem se lembrava em ter comprado. A única pista é um recibo encontrado por acaso em uma velha mochila. Garimpeiro experiente que é, vai até lá descobrir por quê.

Como já citei em Pato Donald 0, é sempre bom revisitar esse passado aventureiro de Patinhas. Porém o desfecho dessa aventura é bem parecido com o de A Febre do Ouro em Marte, ainda mais levando em conta que uma foi lançada exatamente um mês depois da outra na Noruega, Suécia e Dinamarca. A dupla criativa é totalmente diferente, porém a semelhança chama atenção.

Todas essas diversas facetas de Patinhas fizeram desta edição uma mistura bem eclética. Diferente até da arte da capa, já que ele não usa em nenhuma das histórias a mesma roupa característica que está estampada nela. Interessante para ver as diferentes formas como Patinhas foi e está sendo representado nos países onde prosseguem com a criação de suas histórias.

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Resenha | Pato Donald 0

Para Pato Donald 0, a Culturama optou por ser a edição com maior número de histórias: Considerando as duas de Enrico Faccini, temos um total de nove histórias na HQ mais longeva do Brasil. A maioria dinamarquesas.

Ao mesmo tempo que se trata da estreia da nova editora, esta é o nº 2482 somando todas as publicações de Pato Donald por aqui. Este registro vale também para todos os títulos da linha da Culturama, podendo ser consultada no expediente de cada número.

Temos já na primeira (e melhor) história da edição uma nova parceria: Além de ser a ilustração da capa, Um Golpe na Escandinávia é até o momento, única HQ de parceria entre Carol & Pat Mcgreal com o norueguês Arild Midthun. De férias em Oslo, Donald acompanha seus sobrinhos em um torneio de futebol e passeando pela cidade conhece uma mulher que decide ajudar. Atrapalhado que é, acaba caindo em um golpe.

Assim como todos os outros países escandinavos, as HQs Disney têm público muito expressivo na Noruega. Essa história, já como outras, mostra bem isso. Os cenários, objetos e animais são muito bem detalhados e coloridos. É um guia turístico ao mesmo tempo que é uma ótima história. Que essa parceria volte em breve, pois começou muito bem. 

Carol & Pat Mcgreal ainda voltam junto a Maximino Tortajada Aguilar em mais uma HQ da edição, em O Incrivel Pato Que Encolheu. Donald sem querer é vítima de um experimento do Professor Pardal e encolhe rapidamente como em Querida, Encolhi as Crianças, com Pardal mais uma vez fazendo seu papel de Rick Moranis. Boa história, mas padrão.

Destaque mesmo vale para outra ótima estreia: A Febre do Ouro em Marte. Essa é simplesmente a primeira história de Aleksander Kirkwood Brown publicada no Brasil. Nascido em 1984, Brown tem apenas 8 histórias Disney produzidas. Protagonizada por Tio Patinhas, a aventura foca numa viagem do pato mais rico do mundo à Marte, onde são descobertos veios de ouro. Sem perder tempo, Patinhas vai ao planeta vizinho reviver os tempos de Klondike.

Essa história é importante pois lembra os tempos que fizeram Patinhas ser quem é. Desde as histórias de Carl Barks às de Don Rosa, o Patinhas aventureiro e explorador é o mais querido pelos fãs e suas aventuras nessa área são sempre bem-vindas. Apesar de poucas histórias ainda publicadas, Brown tem uma já produzida com o ótimo Arild Midthun citado anteriormente. Voks med voks på (Cera em Cera, em tradução livre) apesar de ser de 2016 por enquanto só saiu na Dinamarca, Suécia, Noruega e Holanda, todas do mesmo ano. Como a Culturama visa publicar apenas material inédito, fica a torcida para este sair por aqui.

O cuidado com Pato Donald é evidente. Quem está aí desde 1950 de fato merece. Com tradição não se brinca, e as coisas continuam bem.

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Confira os próximos lançamentos da Disney para 2018

A Editora Abril durante todo o ano passado, publicou diversos quadrinhos dos personagens da Disney, entre eles boas coleções como Os Anos de Ouro do Mickey, A Saga do Tio Patinhas e obras de gênios como Carl Barks e Don Rosa. E agora, com a chegada de 2018, a estratégia da editora vai prosseguir nesse filão do mercado. Para o inicio do ano já tem novas publicações programadas. Confira abaixo:

Pato Donald por Carl Barks – Volume 9 – O Segredo de Hondorica

Seguindo a coleção do maior dos quadrinistas da Família Pato, Carl Barks (que era carinhosamente chamado de Quack Barks), O volume O Segredo de Hondorica tem nada menos do que 19 histórias do Pato Donald publicadas entre os anos de 1955-1956.


Pateta Faz História – Coleção Definitiva

A coleção do Pateta reúne diversas e divertidas histórias clássicas produzidas pelo lendário Jaime Diaz Studio da Argentina durante a década de 70. Os outros volumes foram publicados durante o ano passado e o encerramento será em fevereiro.


A Nova História e Glória da Dinastia Pato

Em abril de 1970, foi publicada na Itália a História e Glória da Dinastia Pato. Onde contava a origem da Família Pato pelos anos e todo o seu passado com membros que atuaram pela história mundial. A HQ se tornou um clássico e até hoje é considerada uma das melhores publicações de quadrinhos da Disney. Agora, sairá no Brasil a continuação, que será ambientada no futuro com os descendentes dos personagens atuais. A previsão é para fevereiro.


Os Anos de Ouro de Mickey – Volume 13 – O Mistério do Corvo

O mais novo volume da linda coleção que traz as tirinhas em quadrinhos do Mickey já está à venda. Todas publicadas em jornais entre os anos de 1942 à 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. Com curiosidades da época e textos explicativos.


Lendas Disney – Superpato Original

Vamos acompanhar a primeira aventura do Superpato, quando Donald colocou a máscara pela primeira vez. O volume reúne as três primeiras HQs publicadas cronologicamente. Essa não será a versão futurista publicada há algum tempo atrás, e sim a que se refere ao universo tradicional de Patópolis.


DuckTales – OS Caçadores de Aventuras

Baseada na mais nova fase do clássico desenho protagonizado por Tio Patinhas e seus sobrinhos, a nova mensal da Abril vai ser publicada no lugar da HQ da Minnie. Em formato 13,4 x 19 cm, 50 páginas e pelo preço de R$ 4,90. A HQ já se encontra nas bancas.

Fique ligado na Torre de Vigilância para mais novidades da Editora Abril.

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Alan Young | A voz do Tio Patinhas se calou para sempre

Segundo o Deadline, nessa quinta-feira, 20 de maio, faleceu o ator Alan Young aos 96 anos de idade, em Woodland Hills, Califórnia, nos Estados Unidos. A causa da morte, até o momento, é desconhecida.

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Alan Young é provavelmente lembrado por dois papeis. O primeiro dele é o de Wilbur Post da clássica comédia Mr.Ed. A série dos anos 1960 durou cinco temporadas e contava a amizade de Wilbur com um cavalo falante. O segundo mais notável personagem que ele interpretou foi o do Tio Patinhas, o ganancioso, mas adorável ranzinza que estrelava a série da Disney, Ducktales. Ele dublou o Tio Patinhas em Mickey’s Christmas Carol, e mais tarde em todos os capítulos de Ducktales. Alan Young fez o Tio Patinhas em vários vídeo games, mais recentemente Kingdom Hearts: Birth By SleepDucktales: Remastered

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O ator também emprestou sua talentosa voz para uma variedade de outros seriados, incluindo The Smurfs (as Farmer Smurf), The Great Mouse Detective (Hiram Flaversham), Battle of the Planets (Z-Zark-7) e The Ren & Stimpy Show (Haggis MacHaggis).

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Young tinha alguns conselhos para outros dubladores que ele encontrou ao longo do caminho, via o Archive of American Television. Ele disse: “Sempre trabalhei para quando fosse para uma audição, tentando dar minha contribuição para o personagem, sem pensar em tentar pegar nada. Se o produtor gosta do que você fez, não importando se pegou o papel ou não, estou feliz. Isso tira de dentro do seu interior toda a ansiedade e o peso de estar ali. Esse é meu maior conselho. Apenas se entregue, e então, confie.”

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Como ator, Alan Young deixa 102 trabalhos creditados no IMDB. Como homem, deixa 04 filhos.