Godzilla: Rei dos Monstros é uma produção apaixonada por seu material-base, por diversos fatores. Mas os monstros sendo creditados como eles mesmos, é provavelmente o mais fascinante. Talvez seja pelo fato de que eles são tratados como as grandes estrelas e isso demonstre um certo respeito para com a audiência. Pois o que o público quer ver é simples: Uma gigantesca batalha de titãs. Sob essa ótica, o longa é mais do que apenas satisfatório.
Enquanto o primeiro filme revela a existência dos titãs, Rei dos Monstros lida com as consequências disso. A Monarca responde processos e a humanidade questiona: “O que devemos fazer com essa criaturas?” Mas quando King Ghidorah (um dragão de três cabeças) emerge, só há uma forma de pará-lo: Godzilla.
Ghidorah
Para representar lados opostos de uma mesma moeda, o roteiro de Michael Dougherty, Max Borenstein e Zach Shields, utiliza Emma Russel (Vera Farmiga), Mark Russel (Kyle Chandler) e Madison (Millie Bobby Brown) para construir um drama de cisão familiar. Tudo isso serve como pano-de-fundo a fim de que se construa uma óbvia porém eficiente metáfora sobre o tema do filme: Coexistência.
Apesar de ser permeado por diálogos redundantes, o script de Rei dos Monstros é extremamente interessante. Pontuado por questões ambientais relevantes e até mesmo inesperadas reviravoltas, é incompreensível pensar que esse filme é incompreensível. Contudo, as performances auxiliam bastante esse aspecto. Não apenas Farmiga obtém atenção do espectador com um ótimo discurso sobre a estupidez humana. Assim como, Ken Watanabe, com seu Serizawa, entrega um ótimo e quase poético arco.
Emma Russel (Vera Farmiga)
Mesmo que os humanos sejam surpreendentemente interessantes, o público veio pelos monstros. Cada aspecto técnico contribui para a construção dos personagens. Não apenas como eles parecem, mas como se comportam. Acredite ou não, existe um arco dramático para Godzilla extremamente bem executado. Não apenas ele, mas a encantadora Mothra, o furioso Rodan e o implacável King Ghidorah também possuem funções claras dentro da narrativa.
Quanto à direção, Dougherty traz um gigantesco senso de imponência nas batalhas e faz o impossível para imergir o público nesse mundo. Porém, nada disso seria possível sem a direção de fotografia de Lawrence Sher, com a escuridão contrastando com as diferentes cores fluorescentes representadas pelas habilidades dos titãs. Cada traço de sua identidade visual contribui para o tom apocalíptico do longa. As imagens são extremamente poderosas e o que é feito aqui, beira ao bíblico.
A trilha sonora por Bear McCreary também possui relevância para o individualismo das criaturas. O compositor retoma alguns dos temas originais compostos por Akira Ifukube e os utiliza da maneira mais gloriosa possível. É tão satisfatório testemunhar Zilla rugindo ao som de seu tema, elevando o épico de uma forma indescritível. Cada faixa parece compreender a emoção necessária existente em cada cena.
Em suma, Godzilla: Rei dos Monstros é basicamente o filme de kaiju perfeito. A produção compreende o desejo do público enquanto entrega um épico caótico visualmente soberbo e o maior confronto de monstros da história do cinema. Pelo menos até o momento em que o King Kong quiser reivindicar o trono.
Desconstruir super-heróis é algo fascinante para mim. Pois ao contrário dos pensamentos majoritários, não se trata de torná-los depressivos ou sombrios. Mas sim, desmembrar as suas características para encontrar a essência daquilo que torna o que eles são. Quadrinhos como: O Cavaleiro das Trevas e Reino do Amanhã e filmes como: Logan e Batman vs Superman são ótimos exemplos de como quebrar personagens e reconstruí-los. É surpreendentemente exatamente o que acontece em Vingadores: Ultimato, dirigido por Anthony e Joe Russo.
Ainda que apresente viagens no tempo, fan services, um grande confronto final e as costumeiras piadas fora de hora, Vingadores: Ultimato é a Marvel Studios como eu nunca a vi: Quebrada. Realmente quebrada. Esse é um filme sobre personagens e como eles tentam seguir em frente, lidando com seus erros e fracassos. Não é tão profundo ou complexo, mas ainda sim, é interessante comentar, em específico, sobre o trio trágico: Homem de Ferro, Capitão América e Thor.
SPOILERS A SEGUIR!
THOR: O DEUS DOS FRACASSOS
Você caiu no conto do Thor Vingativo. Eu também.
Independentemente da qualidade de seus filmes, Thor, é sem dúvidas, o personagem mais trágico da franquia. Conforme o decorrer dos filmes, o personagem acumula inúmeras perdas: Sua mãe, seu pai, seu martelo, seu irmão adotivo, sua irmã e seu lar. Mas não apenas isso, como herói, finalmente fracassa em escala universal. Não sendo o bastante, pensa ter reparado o seu erro durante os primeiros 20 minutos de filme, cortando a cabeça de Thanos. Quando na verdade, ele falhou, de novo.
Isso leva os roteiristas Christopher Markus e Stephen Mcfeely a quebrarem o personagem por completo. O filme realiza um salto temporal de 5 anos e apresenta Thor como um alcoólatra, sem sua escultura física divina. Ele desistiu. Ele simplesmente desistiu. Talvez a postura do Deus do Trovão (Agora, o Deus dos Fracassos) tenha incomodado a muitos fãs, eu incluso. A forma como o filme trata o seu estado melancólico algumas vezes, beira ao ridículo e provoca algumas risadas desnecessárias.
“THOR TRISTE.” – leia com a voz do Hulk em Ragnarok (2017)
Por outro lado, existem cenas as quais aproveitam o potencial do conceito. Quando a narrativa retorna para O Mundo Sombrio (2013), horas antes do assassinato de Frigga, Thor abre o seu coração magoado para sua mãe, a qual afirma: Fracassos o tornam como qualquer um. Ela é responsável por humanizá-lo e fazê-lo enxergar isso. Como ela diz: “Você está aqui para mudar o seu futuro, não meu.” Após o diálogo, há uma cena extremamente simbólica: Thor consegue segurar o Mjolnir. Mesmo com seus fracassos e falhas, ele ainda é digno.
Ao final do filme, cansado de profecias e predestinações, Thor abdica do trono de Asgard e como ele mesmo explica: Passou tempo demais tentando corresponder às expectativas de outras pessoas. Isso é muito bonito e pode ser interpretado como um meta comentário para a situação de seus filmes em que sempre esperava-se um épico, devido ao seu material-base, mas como a abordagem inicial não havia funcionado, Marvel precisou reformular o personagem a partir de Ragnarok, ignorando tudo o que os fãs esperam sobre ele e agora esse arco de revitalização se conclui em Ultimato. Decepcionante para alguns (E eu compreendo), mas uma mensagem bonita e coerente para o personagem estabelecido nos últimos três filmes.
Como um viking.
Thor deixa de ser Deus e se torna homem.
CAPITÃO AMÉRICA: O SENTINELA DA PERSISTÊNCIA
Deus, que homem!
Enquanto isso, Capitão América, segue um caminho mais comum. Ele é o meu personagem favorito do filme e da franquia. Sua trajetória ao decorrer desses filmes, tentando se adequar uma época a qual ele não pertence, é tão fascinante e trágica para mim. Desde O Soldado Invernal, os Russo provam o quão bem eles entendem Steve Rogers e sua dinâmica complicada com o mundo contemporâneo. Ele não é um homem procurando por uma vida normal, pois o momento em que poderia ter experimentado algo assim, passou. Rogers tem medo que a guerra tenha um fim e perca o seu propósito.
5 anos após Guerra Infinita, Ultimato traz o personagem como um coordenador de um grupo de auto-ajuda para pessoas incapazes de seguir em frente após o genocídio imparcial do Titã Louco. Mas a ironia cruel é: Ele não apenas se sente incapaz, mas não quer superar. É interessante notar como os outros Vingadores parecem diferentes enquanto Steve, continua o mesmo.
Pare! se você chorar, eu choro.
Em um dos melhores diálogos de Vingadores: Ultimato, o personagem diz à Natasha: “Eu vivo dizendo para que as pessoas superem. Alguns conseguem. Mas nós não.”Rogers não suporta o estado de normalidade, ele precisa de um confronto. Um confronto em que eles vençam. Pois como ele mesmo afirma antes da execução do salto temporal: “Esta é a luta de nossas vidas.” Ele só irá parar quando eles puserem um fim a isso. De uma vez por todas.
Mas no decorrer da missão, infiltrado em uma base na S.H.I.E.L.D, ele encontra o amor de sua vida, Peggy Carter, do outro lado da janela, há uma distância entre os dois, a mesma entre o tempo o qual foi congelado e perdeu o encontro prometido. É o passado batendo à porta e lembrando a ele: Talvez seja melhor não superar. Talvez você deva persistir.
[Insira sua legenda triste aqui]
É uma característica a qual casa perfeitamente com o otimismo transmitido pelo Capitão América. Em uma das minhas cenas favoritas da história dos filmes baseados em HQs, as tropas de Thanos estão vindo e o Sentinela da Liberdade está no chão, com seu escudo quebrado. Com muita dificuldade, ele consegue se levantar. Ele está disposto a enfrentá-los sozinho. Provando que ele pode fazer o dia todo. Ele só terá seu fim quando a guerra também tiver.
Ao final de Vingadores: Ultimato, Steve precisa voltar no tempo e devolver as Joias do Infinito. Ele demora a reaparecer, mas logo após, lá está ele, admirando a paisagem. A câmera o revela envelhecido, pronto para passar o escudo adiante. A sua guerra acabou. Ele finalmente experimentou o que tanto almejava: Uma vida simples. Durante cena final do filme (A mais bonita) em que It’s been a Long, Long Time começa a tocar, ele finalmente tem sua dança com Peggy Carter.
“Oh, Capitão. Meu Capitão.”
Steve não é mais um vingador, ele é alguém que não precisa mais superar.
O ALTRUÍSTA PATERNO HOMEM DE FERRO
[Insira seu comentário sobre amá-lo mil milhões ou três mil aqui]
Já o Homem de Ferro, é o personagem com a maior responsabilidade moral em Vingadores: Ultimato. Ele é o profeta o qual não impediu a concretização da profecia. No decorrer dos filmes, Stark cometeu inúmeros erros em decorrência das suas paranoias e seu medos, com o intuito de proteger o mundo de uma ameaça maior a qual ele acreditava estar por vir. Em Guerra Infinita (2018), ele finalmente confronta o demônio o qual atormentava: Thanos. Porém é derrotado e credita 100% da responsabilidade para si, como sempre. O responsável pelos eventos precedentes da aguardada derrotada, foi ele mesmo.
É tudo sobre Tony Stark. Se ele morre, se ele vive. Se é essencial para a missão, para o macguffin e para o clímax, ou não. Se ele deve salvar o mundo, ou já fez bastante por ele. Até mesmo quando não é sobre um ato altruísta, é sobre Stark. Em Ultimato, 60 meses após o estalo, o filme apresenta uma vida perfeita para o personagem. Ele conseguiu tudo o que sonhou: Uma casa no campo e uma família. O arco do Homem de Ferro se fecha nesse exato momento, ou pelo menos é o que aparenta.
Ninguém: Irmãos Russo: Hora de fazer Stark sofrer.
No momento em que os Vingadores pedem por sua ajuda, Tony imediatamente nega. Ele não está disposto a perder o que ainda lhe resta, sua vida estável. O que leva o espectador, mais uma vez, acompanhar uma jornada do personagem, indo do egoísmo para o altruísmo. Sendo sincero, quando assisti ao filme pela primeira vez, eu pensei: Ele passou por isso em todos os filmes. Por que fazer de novo?
Mas após assistir novamente, eu percebi, há um fator a mais nesse jogo: A paternidade. Para mim, esse aspecto, ao lado da ansiedade por conclusão, carregam o arco do Vingador Dourado na obra. Veja: O que o motiva a aceitar a missão é lembrar do fato de que ele perdeu Peter Parker no espaço. Claro, não é só isso, mas você entendeu. A paternidade é um tema central para o personagem nessa narrativa.
É como Batman perdendo pela primeira vez um Robin.
Ao tentar recuperar o Tesseract nas instalações da S.H.I.E.L.D, ele encontra Howard Stark, seu pai. O roteiro traça uma dinâmica interessante entre os dois, discutindo os temas propostos através de algo simples: O medo de Howard em se tornar um pai. Isso conversa indiretamente com a principal preocupação do Homem de Ferro nesse filme: Sua família. Não apenas isso, mas quando seu pai diz: “Digamos que eu nunca deixei que o bem maior agisse sobre mim.” ele percebe que o mesmo erro não pode ser cometido duas vezes.
Isso se relaciona diretamente com a jornada do egoísmo para o altruísmo. Durante o ato final, o Thanos do passado vem ao presente (Loucura) para impedir que os Vingadores frustrem o seu plano. As pessoas já foram trazidas de voltas pelo estalo de dedos realizado por Hulk, resta apenas um confronto para que a vitória não se transforme em derrota novamente.
Melhor armadura. Tente mudar minha opinião.
Em determinado momento de Guerra Infinita,Doutor Estranho afirma que dentre os 14,000,605 futuros, apenas nesse existe uma possibilidade de vitória. Vingadores: Ultimato apresenta o único jeito. Quando Thanos consegue a manopla, ele realiza o estalo dizendo: “Eu sou inevitável.” Porém logo após, a câmera corta para Stark com as seis joias em mãos, usando a mesma frase dita ao final de seu primeiro filme: “E…eu sou…o Homem de Ferro.” O vilão é finalmente derrotado, a profecia, desfeita, mas com um custo: A morte de seu profeta, o maior protetor da Terra.
Quando Pepper diz: “Você pode descansar agora”, é o momento em o porquê desse sacrifício ser diferente dos outros é compreendido. Sim, esse é o único em que resulta em sua morte, mas essa não é a questão. O ato altruísta de Tony Stark em Ultimato pode ser considerado egoísta, no bom sentido, pois não era apenas sobre vingar o planeta, era antes de tudo, pessoal.
Descanse agora, Homem de Lata.
Com Thanos retornando ao pó, ele finalmente pode acordar de um longo pesadelo e descansar em paz.
“Parte da jornada é o fim.”
Vingadores: Ultimato está em exibição nos cinemas. Confira a crítica aqui.
Criada por Yukito Kishiro e publicada nos anos 90, Gunnm (Battle Angel Alita) não é uma obra cyberpunk tão conhecida para o grande público como Ghost in The Shell ou Akira são. O cineasta James Cameron, vem querendo há um bom tempo, adaptar a história para os cinemas. Entretanto, com o advento de Avatar, um marco para o cinema blockbuster, o projeto foi quase esquecido. Quase. Robert Rodriguez, amigo de longa data de Cameron, se candidatou para dirigir a adaptação e concretizar sua visão. Anos depois, Alita: Anjo de Combate finalmente chega aos cinemas.
Cameron e Rodriguez
No ano de 2564, muito tempo após A Queda, o Doutor Dyson Ido (Christoph Waltz) encontra a cabeça de uma cyborg em meio ao ferro-velho da Cidade de Ferro, desprezado pela elitista cidade voadora Zalem. Logo após, o cientista utiliza o corpo e o nome de sua filha, Alita, para reconstruí-la. Sem noção de quem ela foi, Alita (Rosa Salazar) embarca em uma jornada por auto-descoberta, pontuada por paixões, combates e decepções, como toda aventura com uma pitada de coming of age.
Coming of age é um termo em inglês utilizado para filmes sobre amadurecimento. Um exemplo recente do termo em blockbusters, é Mulher-Maravilha. A personagem começa a projeção com uma visão de mundo preto e branca e a finalização, com uma visão mais cinza, mais ambígua. O roteiro de Cameron trabalha de forma simples e com bastante competência todos os aspectos da jornada da personagem-título. Ela é o centro da narrativa.
Captura de movimento da protagonista pela WETA
Talvez isso explique porque o elo mais fraco da produção resida nos outros personagens, moldados por diálogos expositivos e arcos dramáticos que não se permitem uma dose de aprofundamento. O que é sinceramente uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que é compreensível os realizadores terem escolhido esse método de comunicação com o público, os personagens continuam rasos. Contudo, todas as performances funcionam. Ido, Chiren (Jeniffer Connelly), Vector (Mahershala Ali), Hugo (Keean Johnson), Zarpan (Ed Skrein) e o monstruoso Grewishka (Jackie Earle Haley), giram em torno da protagonista e a afetam, de alguma forma, solidificando sua jornada.
Mas a alma de Alita está na impressionante performance de Rosa Salazar, acompanhado da perfeita captura de movimento pela WETA. Enquanto a empresa de efeitos visuais torna a heroína foto realista e convence ao público de que ela existe em meio aos seres de carne, é Salazar quem dá alma à personagem. Entre cada espaço de cada diálogo, lá está o olhar, de vez em quando inocente, ou guerreiro, mas sempre determinado, transmitido por ela. Toda a intensidade humana está ali, seja na tensão, ou na calmaria. Ela é a conexão perfeita com a audiência.
O trabalho inteiro da WETA é digna de aplausos. É um dos trabalhos visuais digitais mais fluídos dos últimos no cinema blockbuster. O que imediatamente faz com que o espectador considere re-assistir ao filme mais algumas vezes apenas para apreciar o trabalho insano do VFX na película.
Assim como a surreal capacidade da WETA em trazer veracidade ao mundo de Anjo de Combate, o diretor Robert Rodriguez sabe como coordenar muito bem todos os elementos, o seu olhar na direção é veloz e ágil para as cenas de ação (Tão brutais quanto as do material-base). Já a trilha sonora composta por Junkie XL não foge do básico, com exceção de algumas faixas, como por exemplo: Motorball, onde entrega toda a adrenalina necessária para a grande corrida no ato final.
Por fim, Alita: Anjo de Combate é um sopro de ar fresco para o blockbuster. É uma narrativa honesta, sem grandes pretensões, mas nada raso que faça residir um vazio em seu coração. É um filme de ação, com uma protagonista de ação. Os diálogos poderiam ser menos expositivos e o filme poderia ter encontrado seu ritmo antes de seus 40 minutos iniciais, mas é um espetáculo visual que carrega tanta humanidade e sinceridade, que será impossível não sair do cinema clamando por mais.
Um bom personagem faz com que você goste dele. Um excelente personagem faz com que você sofra por ele. Você, leitor, deve estar se perguntando por que eu comecei minha crítica de Bumblebee com esta afirmação? Pois este é o primeiro filme de Transformers, sobre personagens, desde a estreia do primeiro, em 2007. Há 11 anos, ninguém esperaria que os brinquedos da década de 80 fariam tanto sucesso nas telonas, a ponto de revolucionar a indústria de efeitos especiais.
Todavia, Hollywood, infelizmente, segue uma lógica megalomaníaca conhecida como: “Faça uma sequência. Faça maior.” As quatro sequências as quais se seguiram, superaram o primeiro filme, em escala, mas não, em alma. Felizmente, 11 anos depois, Bumblebee, o primeiro spin-off dos robôs disfarçados, chega aos cinemas, fazendo a alma falar mais muito mais alto.
Em Bumblebee, essa alma , a qual habita a película, não reside no garoto perdedor, o qual se descobre um herói, algumas horas depois. Mas sim, na garota ansiosa para escapar das mudanças de sua vida. Os dois compartilham algo em comum: Uma amizade com seu carro.
Parafraseando Bobby Bolivia: “O motorista não escolhe o carro. O carro é quem escolhe o motorista. Há uma ligação mística entre homem e máquina.” Definitivamente, há algo místico entre a interação de Charlie Watson (Hailee Steinfeld) e Bumblebee (Dylan O’Brien). Não apenas místico e inexplicável, mas mágico, encantador. Um encanto o qual é transcrito através dos olhares, humanos e robóticos. Os olhares dizem tudo em Bumblebee. Aquele senso de maravilhamento, descoberta, aquele gostinho da simplicidade trazido pela infância, é a essência a qual permeia a obra.
Esse encanto não é limitado ao que pode ser visto nas telas, mas à forma como pode ser presenciada. Travis Knight traz pureza em sua direção, como uma criança, mas é extremamente maduro e confortável com o seu primeiro live-action, trazendo combates nítidos e extremamente objetivos. Knight extrai todo o potencial emotivo de seu elenco, dos momentos mais dramáticos até os mais cômicos. Boa parte se deve ao eficiente roteiro de Christina Hodson, simples, redondo e com um humor extremamente genuíno e inocente, o qual funciona, em todas as ocasiões.
O humor de Bumblebee é funcional em todas as cenas as quais está presente e arrancam as gargalhadas mais genuínas do espectador, um feito extremamente raro para a safra atual de blockbusters, o qual sacrifica o peso em prol das piadas. Felizmente, Bumblebee utiliza os dois para fortalecer o vínculo entre a audiência e os personagens. A escolha de ambientar a trama nos anos 80 é um belo convite à nostalgia e se mistura de forma sinérgica à trama. Ajuda a delimitar alguns limites narrativos para tornar a escrita mais coerente.
Não se engane, Bumblebee não é um reboot. Apesar de contar com designs mais simplificados, há inúmeras referências aos filmes de Bay, desde personagens à eventos os quais definiram alguns dos principais aspectos do robô, em 2007. Há um imenso respeito para com todas as gerações de fãs. Não apenas remete à Geração-1, como também ao Spielberg, em sua mais pura essência, não se dispondo de muitos recursos para criar uma experiência memorável.
Bumblebee é o ditado “menos é mais” executado com excelência. Simplicidade, inocência e encanto, andam lado a lado e nunca se separam, nem mesmo após o espectador deixar a sessão. É um filme o qual aquece seu coração. É como uma criança com poucos brinquedos, mas muita imaginação. Não é apenas o melhor Transformers, é um dos filmes mais encantadores e divertidos do ano.
Aquaman é predominantemente visual. Não há demérito algum nisso. É um bom filme. Minto, é um ótimo filme. Algumas pessoas acreditam que a arte de contar histórias está estritamente associada à força do roteiro. Entretanto, o redator o qual vos escreve, discorda fortemente desta lógica. É possível contar histórias através da estética. Em alguns casos, imagens dizem mais do que palavras. Não quero dizer que o roteiro é um elemento desnecessário para uma obra. Entretanto, a força de Aquaman não está no roteiro, está nos visuais, em tudo o que cerca Atlântida.
Quando James Wan pediu para que os produtores e Zack Snyder não apresentassem a cidade submersa em Liga da Justiça, pois tinha um grande papel dentro da narrativa de Aquaman, ele não estava brincando. A forte inspiração na arte épica de Ivan Reis e Paul Pelletier dos Novos 52, é notável e precisa ser admirada. O mar nunca pareceu tão interessante ou fascinante. A direção de arte de Bill Bzerski é excepcional. Somando os belíssimos cenários ao olhar único de James Wan na direção, temos um filme o qual você precisa ver para crer.
Ainda falando em Wan, o diretor não apenas sabe como apresentar cada canto dos vastos setes mares, como também coordena com maestria as cenas de ação. Planos-sequência são constantes aqui e dão um frescor único ao subgênero. Wan utiliza-se bastante do estilo aplicado por Zack Snyder, mas o aperfeiçoa, elevando-o à enésima potência. Outro acerto é como o diretor conhece seu elenco. Arthur Curry e Mera, se adaptam aos atores Jason Momoa e Amber Heard, e não o contrário. São mudanças as quais fortalecem o sentido da palavra adaptação. Momoa e Heard possuem uma química provocativa incrível, a maquiagem e penteado da dupla, contribuem para o surrealismo da produção, respirando quadrinhos.
Entretanto, o melhor personagem da projeção é Orm, brilhantemente interpretado por Patrick Wilson, o qual entrega uma performance extremamente imponente. Wilson está para Orm, assim como Shannon está para Zod. Ambos são personagens os quais possuem uma presença de tela formidável. Outro membro do elenco o qual é impossível de desviar os olhos da tela, é Nicole Kidman como Atlana, com um background muito maior em relação a sua contraparte dos quadrinhos. O Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), apesar de ser o elo mais fraco do elenco, é perfeitamente adaptado com sua linha de raciocínio extremamente vingativa e direta.
Outro aspectivo majoritariamente negativo, é a trilha sonora composta por Rupert Gregson Williams. Com exceção de duas faixas, o trabalho do compositor soa genérico aos ouvidos e destoa da perfeição visual apresentada pelo filme. O tema de Aquaman mal pode ser ouvido ou identificado, o que enfraquece, mas não compromete a imersão do espectador para com o filme.
O roteiro de Will Beal e David Leslie Johnson, não chega à superfície do script de Johns nos quadrinhos do personagem, apesar de oferecer muitos momentos genuinamente engraçados e frases as quais poderiam ser facilmente lidas em quadrinhos da Era de Prata. É um script bobo, porém simples e focado, sem muitas incongruências na trama a qual busca apresentar. Desempenha sua função, mas não é inspirado como algumas das produções anteriores da DC Comics.
Para finalizar, pode-se dizer que Aquaman é um marco para o cinema de quadrinhos. É o filme mais bonito do subgênero desde Valerian e Watchmen. É um verdadeiro colírio para os olhos e garante uma experiência apesar de imperfeita, extremamente única ao espectador. É a obra-prima e a experiência cinematográfica visual do ano. As premiações de efeitos visuais procurarão por um rei, mas encontrarão algo melhor: Um herói.
Existem dois tipos de silêncio ao deixar uma sala de cinema: O negativo, de desinteresse em relação ao que foi assistido, aquele constrangedor o qual não procura sequer, buscar pela mensagem transmitida. E o positivo, de impacto em relação ao que foi testemunhado, não apenas assistido, aquele silêncio, o qual faz perder nos seus próprios pensamentos e sentimentos, remoendo e refletindo até a hora de voltar para casa. Nasce Uma Estrela definitivamente se enquadra na segunda opção. O remake deste clássico, é poético, emocionante e arrebatador.
A alma do filme está nos protagonistas, verdadeiros lados opostos de uma mesma moeda, também conhecida como arte. De um lado, temos Jackson, um músico bem sucedido e com vários problemas envolvendo drogas. Do outro lado, temos Ally, uma jovem garçonete tímida com o sonho de se tornar uma cantora. O acaso entrelaça o destino dos dois e uma linda história de amor começa. Ela progride alcançando o sucesso , enquanto ele afunda nas drogas.
Nasce Uma Estrela é um filme sobre sucesso e lama. As duas concepções são exploradas de forma extrema durante a narrativa. Qual o preço do sucesso? Perder sua identidade e originalidade em prol daquilo que as pessoas anseiam, ou ser autêntico, ter algo a dizer, mas não ser compreendido? Há uma discussão sobre subjetividade e liberdade artística muito grande aqui. Até onde podemos afundar? É possível se reerguer? Se sim, como? Nasce Uma Estrela não apenas tece comentários sobre a indústria do entretenimento, seu principal pilar está no romance, na história de amor entre dois personagens com problemas diferentes, doando-se um ao outro no decorrer da narrativa.
Devoção e entrega, são dois adjetivos para descrever a química existente entre Lady Gaga, entregando uma personagem sonhadora, o lado mais positivo do filme e Bradley Cooper, entregando um personagem melancólico e problemático, sendo impossível determinar quando o personagem se encontra em seus momentos de sobriedade ou alucinação, a dupla é excelente, mas Cooper é quem definitivamente entrará na corrida do Oscar e arrancará as lágrimas da audiência com sua poderosíssima atuação e direção.
Este é o primeiro filme dirigido pelo ator e ele, sinceramente, não aparenta ser tão novato assim. Priorizando o silêncio, closes e movimentos de câmera agitados, Cooper traz um filme o qual parece ter vida, pulsando constantemente. Os momentos de maior destaque com certeza residem nas cenas envolvendo shows, com uma grande quantidade de flashes em cima dos personagens, neste sentido de dar vida ao filme, a edição de som, também é perfeita, assistir a obra na tela grande, é como assistir o seu músico favorito ao vivo, mas sob uma perspectiva muito mais pessoal.
Falando em perfeição, o aspecto mais poderoso e o qual será levado pelo espectador após o final da projeção, é a trilha sonora, a qual não apenas é literalmente “música para os ouvidos”, mas tem um propósito gigantesco dentro da narrativa e nos dizeres dos seus personagens.
É muito cedo para afirmar se esta versão de Nasce Uma Estrela é realmente um clássico, mas é um daqueles dramas sobre sucesso e lama o qual definitivamente merece seu ingresso e algumas indicações ao Oscar.
O público está cansado de Transformers. É o que diz os números de bilheteria de O Último Cavaleiro. Em uma época inundada por filmes de super-heróis, a franquia perdeu o seu espaço conquistado em 2007, com o público. Bom, o jogo pode virar. Semana passada, a Paramount divulgou o primeiro trailer de Bumblebee, o primeiro spin-off da franquia. As reações à prévia foram extremamente positivas, tanto do público, quanto da imprensa. As pessoas estão animadas para assistir ao filme. Logo, Bumblebee pode ser um grande sucesso e aqui, através deste artigo, venho listar o porquê:
Respeito para com os filmes anteriores
Acreditando ou não, Bumblebee não é um reboot de Transformers. É apenas uma história a qual se passa anos antes dos eventos do primeiro filme, apesar da perceptível mudança de tom. O trailer é conduzido pelo monólogo de Bobby Bolivia à Sam Witwicky: “O motorista não escolhe o carro. O carro escolhe o motorista.” Com certeza há um respeito para com os filmes de Michael Bay e Travis Knight não ignorará o passado. Até porque, querendo ou não, caros leitores, Bay trouxe os robôs disfarçados aos holofotes. A franquia deve muito a ele.
Bem-vindo de volta aos anos 80, baby!
O Movieverse trouxe muitos fãs, mas afastou muitos outros. Seja pela escolha de visuais dos personagens, ou pela forma como foram escritos. Bumblebee promete trazer de volta os fãs da Geração-1 (G1 para os íntimos). A trama do filme se passa na década de 80 e o modo alternativo é um fusca, assim como no desenho animado. Além disso, temos Starscream em suas cores clássicas. Não sabemos qual será a relevância dos personagens na película, mas o fator nostalgia, através dos visuais, certamente pode contribuir e muito para o sucesso do longa. Afinal, a nostalgia está na moda e os anos 80 também.
Uma nova visão
Mais de 10 anos de Transformers nas telonas e os 5 filmes foram dirigidos por uma só pessoa: Michael Bay. É visível a má fama de Bay entre a imprensa e o público. A cada trailer, alguém dizia: “Mais um filme? Sério?” Talvez trazer um novo diretor, seja uma forma de renovar a franquia. Travis Knight, é o responsável pela direção de Bumblebee. Ele veio dos estúdios Laika e só dirigiu longas animados até então. Este é o seu primeiro live-action. De acordo com o vídeo dos bastidores, Travis quer trazer humor, coração e diversão a este filme. Ou seja, uma nova visão para os robôs disfarçados. O que nos leva ao próximo ponto.
Menos pode ser mais
Por que o primeiro filme, de 2007, continua sendo o melhor até hoje? É simples: ele é ambicioso, mas não é exagerado. Uma das maiores críticas aos últimos longas da franquia é em relação a megalomania explosiva de Bay. Bumblebee não parece megalomaníaco. Não é uma história sobre uma invasão alienígena, ou um um objeto há muito tempo escondido em nosso planeta. Muito pelo contrário, promete ser uma história sobre amizade entre uma garota e um robô. Simples e talvez, se tudo der certo, funcional. Até os designs das máquinas estão mais simples. O filme parece seguir a cartilha Spielberg, assim como o primeiro.
NATAL!
Comercialmente, o maior acerto de Bumblebee pode ser a sua data de estreia: 25 de dezembro, Natal. Época em que as crianças pedem brinquedos e mais brinquedos aos seus pais. Transformers é antes de tudo, uma franquia de brinquedos da Hasbro. Junte a data ao fato de que o personagem é provavelmente o mais conhecido e amado da franquia e voilá: Sucesso.
O filme será um sucesso? Só o tempo dirá, mas provavelmente sim. Bumblebee pode ser aquilo que Transformers precisava há tempos: Uma aventura familiar para aquecer seu coração na véspera do final do ano.
O Superman é um personagem muito mais complexo do que todos imaginam. As pessoas têm uma ideia de que ele é apenas um cara poderoso que sempre salva o dia. Ninguém questiona se ele tem dilemas. Ele é apenas mais um super-herói aos olhos do público. Certa vez, Grant Morrison disse que a bomba atômica era uma ideia e que o personagem era uma ideia melhor.
Eu particularmente compartilho da mesma opinião. É um personagem extremamente completo. Ele é multicultural, calmo, poderoso, questionador e transgressor. Christopher Reeve pode ser o Superman para o público até hoje e dificilmente este texto mudará o senso comum. Entretanto, Henry Cavill é provavelmente o Superman mais completo até hoje. Na verdade, o trabalho de Zack Snyder e toda a sua equipe é provavelmente o mais amplo já realizado com o personagem na história do cinema. Ele é o centro de um universo.
“E se uma criança sonhasse em se tornar algo diferente do que a sociedade havia determinado a ela?”
O elemento de escolha é a discussão central na Krypton de O Homem de Aço. Uma sociedade progressista a qual se torna ambiciosa e utópica buscando pela perfeição com o controle artificial populacional. Isso acaba com toda a liberdade e direito de pensar ou questionar de um indivíduo. Reprodução é um tabu neste planeta e isso está implicitamente expresso nas estruturas e veículos. Jor-El e Lara conceberam Kal-El naturalmente para que ele pudesse escolher o seu destino e fosse uma ponte entre os kryptonianos e a humanidade, perpetuando a espécie de forma pacífica, não utópica. Nele está chance de trazer um amanhã melhor.
Esta versão se inspira na artificialidade do Homem de Aço de John Byrne e na humanidade e progresso do Legado de Estrelas de Mark Waid. É a pior origem do personagem somada à melhor e resulta em algo novo, fantástico e marcante. É interessante ver como este tema, a vida artificial, se repete nos outros filmes com o Apocalipse e com o Superman. Chegaremos lá.
Ele não é apenas de Krypton, ele cresceu na Terra. Diferente de outras versões, Martha e Jonathan Kent não apenas ensinam Clark sobre a bondade, mas sobre proteção. A visão realista se encaixa exatamente neste ponto. Pais tentam proteger os seus filhos todos os dias, por que seria diferente se ele fosse alienígena? Como as pessoas iriam reagir ao um ser de outro planeta caminhando entre nós? Provavelmente não o aceitariam e esse é o medo dos pais de Clark. Ele não salva o seu pai do tornado justamente por causa disso.
Eles não o privam de decidir. Aqui, a escolha é mais comum em relação a Krypton. Então o menino cresce com liberdade, mas precisa encontrar um limite entre isso e os poderes. É alguém vivendo em um mundo de papelão o qual pode desmoronar a qualquer momento se ele não tomar o cuidado. Mas algo que os kryptonianos desconheciam e Jor-El não, são as consequências das escolhas. Jonathan explica isso a Clark com a seguinte frase: “Bom ou mal, você mudará o mundo.” Então para o Superman, escolhas têm um peso muito maior do que as nossas.
Entretanto ao usar seus poderes, ele perde esse limite. Ele sabe das consequências reais a partir do momento no qual ele mata Zod. Isso não é uma descaracterização, já aconteceu nos quadrinhos, mas nunca para moldar o código moral do Superman. É isso o que O Homem de Aço faz: Moldar este código após ele tirar a vida de alguém pela primeira vez. A única forma de definir o que é certo ou errado, é experimentando o errado e consequentemente aprender com o mesmo.
“Este é o meu mundo. Você é o meu mundo.”
Ao final do primeiro filme, Superman declara ajudar a humanidade, mas deverá ser nos termos deles. Não é o que acontece. Batman vs Superman é basicamente a resposta para O Homem de Aço. O mundo está pronto para ele? Não, pois tudo o que é diferente ou novo é visto por alguns como pavor e ódio. Bruce Wayne não odeia o Superman, apenas tem medo do que ele pode vir a se tornar.
Essa paranoia de que seremos controlados por um deus em breve é o que o afasta cada vez mais de sua humanidade. Enquanto Lex Luthor tem inveja do Superman, pois não acredita que possa existir uma figura perfeita neste mundo e se ela existe, por que não apareceu antes quando ele precisou? Ambos colocam a culpa nele por atos os quais ele não praticou: Destruir Metropolis e o abuso infantil. Por que ele não estava lá?
É exatamente o pensamento das pessoas aqui fora: “Por que ele não levou Zod para fora da cidade?” Ele até tentou, mas o Zod era um guerreiro nato. Questionamos se o Superman precisa sorrir, ou salvar alguém? Ele é incompreendido na película e na realidade. Na maioria das vezes, ele está sendo o cara que faz a coisa certa enquanto negam o poder de auto-afirmação dele. Ele é apenas acusado por aquele incidente na vila africana porque ele interferiu em assuntos políticos. Ele constantemente tenta ser o herói clássico e fazer o melhor o qual ele pode. Mas como Perry White diz: “Não estamos mais em 1938.”
É algo semelhante, se me permitem comparar, ao que Joe Kelly fez em Olho por Olho. Nesta história em quadrinhos, um grupo violento chamado a Elite surge e o mundo passa a considerar o Superman antiquado. Onde está o sonho americano? Você deve estar se perguntando. Está olhando para ele e está o machucando. Talvez não devêssemos comparar as ações de um vigilante com um protetor mundial, mas quanto aos métodos do Morcego no filme? Apenas uma pessoa, além dele, questiona. Chris Terrio e David Goyer inverteram os papeis dos personagens em O Cavaleiro das Trevas. Mas curiosamente, o Superman do filme não se assemelha ideologicamente ao Batman da HQ.
O Cruzado de Capa em BvS é a deturpação do sonho americano, enquanto Superman é o próprio. Ele é a verdade e a justiça. Batman é definitivamente oposto disso. Um, está para se tornar, enquanto outro, deixou de ser há muito tempo. Estas são as diferenças entre os dois, não apenas uma comparação superficial – a qual funciona – sobre luz e escuridão. Batman tenta matá-lo, Superman tenta conversar com ele. Ele discorda de seus atos, mas não quer lutar contra ele.
Falamos bastante sobre Superman, política, Luthor e Batman, mas esquecemos de Lois Lane. Provavelmente a segunda personagem mais importante deste universo. Justamente pelo fato dela ser a ponte entre Ka-El e Clark Kent. Lois é a responsável, não apenas por resolver a conspiração, mas por desbloquear a humanidade do Superman. Enquanto ele carrega o mundo sob as costas, ele precisa se apoiar em algo para acreditar em seus ideais: Ela.
Lane é sempre a primeira a ser salva, pois ele tem noção do que acontecerá se ele um dia perdê-la. Pode soar egoísta, mas não é. É apenas uma forma do Superman continuar a fazer o certo e não duvidar de suas escolhas. É como uma proteção. Uma chave, para ser mais exato. Por isso, ele associa o mundo a ela.
Por último, não podemos deixar de falar sobre um tema central nesta trilogia: Vida e morte. Nesses três filmes o homem brinca de deus. Em O Homem de Aço, é o conselho de Krypton e em Batman vs Superman, Lex Luthor. Ele dá vida ao Apocalipse, a criatura criada para matá-lo. A artificialidade versus a naturalidade. Mesmo tendo sido espancado, odiado, humilhado e manipulado, ele se sacrificou por este planeta. Logo após sua morte, o mundo percebeu o seu verdadeiro significado: “Se procura por um monumento, olhe ao seu redor.” Infelizmente era tarde demais.
[O texto será atualizado após o lançamento da Liga da Justiça do Zack Snyder]
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(L-R) Thomas (Dylan O’Brien), Newt (Thomas Brodie-Sangster), Cranks leader Jorge (Giancarlo Esposito), Frypan (Dexter Darden) and Brenda (Rosa Salazar).
Photo credit: Courtesy Twentieth Century Fox
Distopia adolescente foi um subgênero que explodiu com Jogos Vorazes e acabou perdendo sua força com o fraquíssimo Divergente. No meio dessas duas franquias, reside Maze Runner. Não tão popular quanto KatnessEverdeen e nem tão medíocre quanto BeatricePrior. Thomas está ali em uma franquia permeada por erros bobos, mas com a direção extremamente eficiente de Wes Ball. Entretanto em A Cura Mortal, enquanto os problemas de estrutura são cada vez mais visíveis, a direção se demonstra cada vez mais dinâmica.
Ball é um mestre nas cenas de ação. Há uma cena de perseguição no deserto e o diretor demonstra criatividade ao usar a câmera. A ação é acelerada, mas não é confusa. Ele faz questão de deixar tudo o mais claro possível para o espectador. É impossível se distrair, são cenas de tirar o fôlego. Além disso, ele retorna a fazer boas cenas de suspense, com jumpscares é claro. E ele sabe utilizar esse recurso muito bem. Infelizmente, ele não é tão bom em conclusão. Algumas tomadas deveriam ser um pouco mais longas para criar um impacto maior.
A construção de mundo não é inovadora, mas é incrível. A cidade construída pela CRUEL – se permitem a comparação – compartilha semelhanças com a LosAngeles de Blade Runner. É extremamente satisfatório ver um visual tão futurista em meio a desgraça alheia. Efeitos especiais também estão ótimos aqui. Outro aspecto técnico a se destacar em A Cura Mortal é a trilha sonora composta por John Paesano. Ela é memorável e se mistura organicamente a todas as cenas. Seja para aumentar a adrenalina ou a dramaticidade.
O elenco apresenta um bom desempenho mais uma vez. DylanO’Brien entrega um Thomas mais maduro e a KayaScodelario traz uma Teresa mais interessante. Se olharmos para os filmes anteriores, veremos que houve uma jornada para desenvolver os personagens. Quem rouba a cena mesmo é ThomasSangster como Newt. Outro personagem extremamente carismático. O humor também está muito bem balanceado no filme. Em momentos dramáticos, os jovens mostram a que vieram. Se você é um fã da distopia, então prepare os lencinhos.
Entretanto, assim como os anteriores, o novo Maze Runner apresenta erros. Erros ainda mais bobos os quais poderiam ser evitados. Em determinada cena, um protagonista invade um local disfarçado, no meio da operação, ele acaba com o disfarce. Isso, antes dele ser descoberto. Além disso, temos alguns plot-twists sem sentido. O filme é um pouco arrastado e se estende um pouco mais do que deveria na conclusão. Se ele tivesse 10 minutos a menos e tivesse terminado em determinada cena, causaria um impacto muito maior no espectador.
Mesmo com seus erros de principiante, Maze Runner: A Cura Mortal é um fim extremamente satisfatório e infelizmente tardio para a franquia. Vá saber se o futuro ainda nos reserva mais uma distopia adolescente no cinema. Caso não, então essa foi uma boa forma de enterrar esse subgênero.
Como já dizia um sábio:“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades…”,e quantas responsabilidades! Considerado o maior herói da Casa das Ideias, o Homem-Aranha é o segundo personagem que já passou por alguns reboots nas telonas.
São 40 anos de história desde o lançamento de Spider-Man (1977) até o mais recente longa, Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). E para celebrar esta nova versão, a Torre de Vigilância preparou uma dossiê recontando o que tivemos de melhor e pior nas franquias anteriores.
O Início da Jornada (1977-1979)
Lançado para TV no final dos anos 70 em formato de minissérie, Spider-Man foi o primeiro live action do Amigão da Vizinhança. Criada por Alvin Boretz e protagonizada por Nicholas Hammond no papel de Peter Parker, a série conta a história de um fotógrafo que trabalha para o Clarim Diário e tem como objetivo separar sua vida pessoal da sua vida de herói.
Com um roteiro simples, a série conseguiu conquistar o coração dos fãs na época de seu lançamento, que já ansiavam para ver o Teioso desde sua estreia nos quadrinhos, em 1962.
Embora tenha tido um sucesso considerável, a série foi cancelada após 13 episódios. O escalador de paredes de Nicholas Hammond ganhou mais duas produções para a TV em formato de filmes: Homem-Aranha Ataca Novamentee Homem-Aranha: O Desafio do Dragão.
Confira os posters dos filmes abaixo:
Dirigido por Ron Satlof, Homem-Aranha Ataca Novamentefoi dividido em duas partes, uma lançada em 5 de Abril de 1978 e a outra no dia 12 do mesmo mês. Na trama, o cabeça de teia já é uma figura bem famosa em Nova York,e a cada dia é mais amado e idolatrado pela população da cidade.
Em um certo dia, um homem impedido pelo Homem-Aranha de se suicidar, acaba chamando a atenção de uma emissora de Miami, que está disposta a entrevistar o rapaz. O jovem acaba revelando que seus professores e colegas de faculdade pretendem acionar um reator atômico e criar plutônio no campus. Sabendo da notícia, o Espetacular Homem-Aranhavai atrás da gangue para impedir que uma tragédia ocorra.
Já em O Desafio do Dragão, Min Lo Chan, o ex-espião e atual ministro chinês de desenvolvimento industrial do seu país, se reencontra com J. Jonah Jameson, seu ex-colega de faculdade e atual editor chefe do Clarim Diário, para lhe dizer que precisa de sua ajuda para encontrar três marinheiros que possam livrar sua barra. Para piorar, Chan está sendo perseguido pelo Sr. Zeda,um milionário radicado na China e que pretende acabar com o ministro do país. Resta ao Amigão da Vizinhança limpar a barra do Sr. Chan.
Os uniformes
Com um visual bem simples e marcante, o primeiro traje que estreou nos primeiros episódios era bem similar ao dos quadrinhos, onde suas únicas diferenças eram as lentes mais arredondadas. Já nos episódios seguintes, o uniforme sofreu algumas alterações, como por exemplo lentes maiores e menos arredondadas, lançadores de teia por cima da roupa e um cinto contendo os cartuchos para recarregar.
Curiosidades
Os olhos da máscara continham vários furinhos para que o ator Nicholas Hammondpudesse enxergar o que estava acontecendo ao seu redor. Já nos episódios seguintes, os furinhos foram substituídos por lentes espelhdas, facilitando ainda mais a visão de Hammond.
O tema e a abertura sofreram modificações, onde na segunda abertura é mostrado o Homem-Aranha pulando em frente as Torres Gêmeas (também conhecidas por World Trade Center, que sofreu um atendado pela Al Qaeda em 11 de Setembro de 2001, culminado a destruição completa dos edifícios e de alguns prédios locais em Nova York).
Nas gravações de Homem-Aranha Ataca Novamente,o dublê de Nicholas Hammond se machucou feio ao bater em um prédio onde estava filmando uma ‘sequência onde o herói precisava ficar pendurado em um helicóptero.
Homem-Aranha Ataca Novamente ganhou um álbum de figurinhas na década de 80 aqui no Brasil.
Homem-Aranha sob a boa direção de Sam Raimi (2002-2007)
Falar no seu Aranha predileto é sempre questão de um longo debate na internet, não é mesmo? Porém, não estou aqui para colocar no pedestal nenhum diretor ou denegrir a imagem de outros. O objetivo é mostrar no que cada diretor contribuiu ao adaptar este grande personagem dos gibis para as telonas e o primeiro a se destacar foi Sam Raimi.
Apesar de um mediano terceiro filme, é unânime que os dois primeiros caíram no gosto dos fãs e são sempre lembrados pela sua qualidade no roteiro e atuação dos atores. Raimi trouxe elementos clássicos, o que deixou tudo ainda mais prazeroso de se apreciar. São tantas cenas memoráveis que fica difícil escolher uma favorita.
Um detalhe interessante sobre essa franquia foi a forma como foi consolidada num mundo cinematográfico em relação as adaptações de gibis, onde só tínhamos a 20th Century Fox, com o Universo dos Mutantes, dando assim início a Era Moderna dos Heróis.
Os uniformes
Tobey Maguire usou o mesmo uniforme nos três filmes da franquia (sendo que no primeiro longa tivemos o vislumbre do “aranha humana”, que não era nada mais nada menos que uma blusa com uma aranha, um pano vermelho com um corte nos olhos, uma calça moletom, um tênis vermelho e branco e uma luva com as mesmas cores).
Apesar de possuir detalhes bem semelhantes com os dos quadrinhos, o traje não possuía um lançador de teias (já que eram orgânicas, ou seja, vinham do corpo de Peter),as teias não eram desenhadas no uniforme como nos quadrinhos e muito menos continham a coloração preta, e sim pratas e salientes.
As lentes são espelhadas e dão um toque de bravura para a máscara do herói. Além das aranhas, que são mais parrudas e deformadas, mudando apenas o tamanho e a coloração. No terceiro filme, o Aranha teve sua versão simbiótica adaptada para as telonas. Ao invés de ficar sem teias e com uma aranha grande e branca nas costas e peito, esse traje continha as teias do uniforme, e os símbolos do herói ficaram prateados ao invés de brancos.
Curiosidades
Tobey Maguire quase abandonou a produção de Homem-Aranha 2 por constantes dores nas costas devido as filmagens de Homem-Aranha e Alma de Herói. Portanto, Jake Gyllenhaal seria seu substituto, mas por sorte o ator se recuperou a tempo.
Sam Raimi já tinha assinado contrato para dirigir Homem-Aranha 2 apenas um mês antes do lançamento do primeiro longa.
Originalmente, Sam Raimi queria apenas o Venom para ser o antagonista de Homem-Arnha 3,porém a Sony achava que o psicopata alienígena não sustentaria o filme sozinho, então os produtores obrigaram o diretor a incluir pelo menos mais dois vilões na trama, que seriam o Homem-Areia e o novo Duende Verde (Harry Osborn).
Em Homem-Aranha, uma cena onde o herói prenderia um helicóptero roubado nas Torres Gêmeas foi retirada da versão final por conta dos atentados de 2001.
Os atores Sam Neill, Robin Williams, Stellan Skarsgard e Robert De Niro fizeram testes para interpretar o Doutor Octopus.
Originalmente, seriam 6 filmes do cabeça de teia com o mesmo elenco e Sam Raimi na direção.
Homem-Aranha 4 contaria com 4 vilões principais, que seriam: Lagarto (Dylan Baker), Abutre (John Malkovich), Gata Negra (Anne Hathaway)e Carnificina. O longa estrearia em 6 de Maio de 2011, mesmo dia do lançamento de Thor (da Marvel Studios)e seria filmado inteiramente em 3D.
Na década de 90, a Sony planejava um rumo completamente diferente para o Homem-Aranha nos cinemas. A ideia do estúdio era produzir um filme do teioso com James Cameron na direção, Leonardo DiCaprio como Peter Parker e com Duende Verde e Doutor Octopus como os principais antagonistas do longa, sendo o último interpretado pelo Arnold Schwarzenegger.
O filme seria para maiores e contaria com cenas de sexo, violência explicita, com direito a um Take do Peter Parker se transformando em uma aranha-humana toda nojenta e assustadora como efeito da picada.
Originalmente, o uniforme do Duende Verde no primeiro longa seria mais fiel ao dos quadrinhos, mas o diretor optou por uma armadura, que para ele, dava um ar mais moderno ao personagem.
David Lynch planejava roteirizar e dirigir um filme do herói a partir de uma visão mais adulta. O filme começaria com a morte de Gwen Stacy pelas mãos do Duende Verde. A trama se desenrolaria a partir dessa fase na vida de Peter Parker.
O Wolverine faria uma ponta em Homem-Aranha 2, mas devido a agenda agitada de Hugh Jackman a aparição acabou sendo cancelada. Mas o Justiceiro de Thomas Jane apareceu no longa, e na cena final em que Mary Jane foge de seu casamento e corre pela rua para se encontrar com Peter, é possível ver o personagem ao fundo encarando a moça.
The Amazing Spider-Man (O Espetacular Homem-Aranha) – 2012 a 2014
O sonho de ver Homem-Aranha 4 nunca se concretizou, pois a Sony decidiu fazer um reboot no Teioso e modificar várias coisas da franquia anterior, apesar de manter alguns paralelos. O desafio de Marc Webb era manter a atenção do público para o herói, mas acabou dividindo opiniões em relação às decisões tomadas nos roteiros de seus dois filmes. Apesar dos erros, ainda assim Andrew Garfield foi uma ideia bem acertada para essa nova atmosfera e adicionando uma maravilhosa química com Emma Stone. Tudo saiu de maneira bem fluida.
https://www.youtube.com/watch?v=FpKPiHYJc54
A trama dos longas é centrada num Peter Parker finalizando sua carreira escolar e iniciando a acadêmica, onde também precisava arrumar um emprego, e o principal e mais importante, conciliar sua vida de herói com a de civil. Tudo isso se complica ainda mais quando ele precisa cumprir a promessa do Capitão Stacy em relação a Gwen Stacy.
Os uniformes
São três trajes no total, dois em The Amazing Spider-Mane apenas um em The Amazing Spider-Man 2. No primeiro longa, quando Peter Parkeracaba de ganhar seus poderes, o rapaz começa uma investigação intensa para descobrir quem é o assassino do seu querido Tio Ben, e para isso Peteracaba improvisando. O resultado é algo bem simples, uma camiseta preta, calça e jaqueta jeans, com um All Starpreto e branco nos pés. Como máscara, o herói utilizou apenas um tecido vermelho e lentes de óculos escuros para cobrir seus olhos, além de uma touca em sua cabeça. Quando as coisas começaram a ficar mais sérias, Parker percebeu que teria que utilizar um traje mais “profissional” e específico. Assim nasceu o primeiro uniforme oficial do teioso estrelado por Andrew Garfield.
Com inspirações do Homem-Aranha de Saim Raimi, a roupa é feita de látex, com as lentes amareladas e uma aranha maior (inspirada em você sabe quem) e ainda mais estilizada, uma bota se assemelhando a uma chuteira e um lançador de teias por dentro do uniforme feito a partir de um relógio.
A partir da continuação, o herói ganhou uma roupa ainda mais próxima dos quadrinhos e também inspirada na trilogia original. O traje ganha lentes maiores e mais redondas, um vermelho e azul mais vivos, teias saltando do uniforme, mas ao invés de cinzas, pretas; além de um novo lançador de teias mais potente feito de metal.
Curiosidades
Ao ser escalado como o cabeça de teia, Andrew Garfield assumiu que foi uma grande mudança em sua vida, onde ele teve que começar a malhar diariamente e estudar o comportamento das aranhas para uma melhor performance nas telonas.
Andrewodiava o primeiro uniforme, pois segundo ele, só poderia vestir a roupa sem nada por baixo (isso mesmo, sem cueca) e ainda teve que raspar todos os pelos do seu corpo para interpretar o herói, exceto o cabelo e as sobrancelhas.
EmO Espetacular Homem-Aranha 2,teríamos uma pequena participação de Mary Jane interpretada pela atriz Shailene Woodley, que chegou a filmar algumas cenas mas infelizmente foi cortada na edição final do longa.
Para promover o longa, a Sony divulgou várias notícias fakes na rede social Tumblr. Dentre elas, uma matéria escrita por Eddie Brock sobre a prisão do serial killerCletus Kassady, também conhecido como Carnificina.
Por meio de inúmeros easter eggs, o Sexteto Sinitro seria incluso na franquia e ainda teria um filme solo dentro deste universo. Porém, com o acordo entre a Marvel e Sony, nada disso aconteceu.
Andrew Garfield e Tobey Maguire possuem várias semelhanças. Os dois estrelaram pelo menos um filme de Terry Gilliam antes de atuar como Peter Parker. Em 1998, Maguire esteve presente em Medo e Delírio enquanto Garfield fez uma ponta em O Mundo Imaginário de Doutor Parnassus, de 2009.
A Torre Stark seria incluída digitalmente em Nova York no primeiro filme, dando a entender que a franquia seria situada no MCU. Mas por falta de tempo do estúdio a adição foi cancelada dos planos.
Homem-Aranha e seu retorno à Marvel (Presente)
Finalmente, depois de tanto pedir e implorar, o Espetacular Homem-Aranha está De Volta ao Lar!Depois de um ataque hacker realizado na Sony em 2015, várias informações do estúdio vieram à tona, incluindo os títulos, datas e atores dos futuros filmes cancelados da franquia protagonizada por Garfield.O mais interessante dessas informações era um acordo que estava sendo feito entre a Marvel Studios e Sony Pictures, indicando o Homem-Aranha no MCU.
https://www.youtube.com/watch?v=tgC7WPoiJrs
O herói fez sua estreia no MCU em 28 de Abril de 2016, no longa Capitão América: Guerra Civil com uma participação pequena, porém importante. Estrelado pelo novato Tom Holland, Peter Parker agora tem 16 anos e está cursando o segundo colegial e tem como dever separar sua vida de estudante da sua vida de herói, sem que ninguém descubra.
Durante a premiere de Guerra Civil, soubemos que o novo longa do herói se chamaria Homem-Aranha: De Volta ao Lar, e que ao todo serão 6 filmes, sendo 3 se passando no colegial e outros 3 mostrando a vida adulta do personagem.
Os Uniformes
Logo de cara, a Marvel presenteia os fãs com um excelente uniforme do Cabeça de Teia. Com um belo visual, o traje é uma mistura oriunda da originalidade da Casa das Ideias com referências vindas diretamente dos quadrinhos, como por exemplo os lançadores de teia por fora da roupa, máscara com olhos expressivos, uma aranha bem caricata no melhor estilo MCU no peito, e nas costas a tão amada e querida aranha ‘gordinha’, que os fás sempre desejaram vê-la em alguma versão live action.
Em De Volta ao Lar, Peterutiliza exatamente a mesma roupa de Guerra Civil, mas com pequenas alterações, como cores mais vivas, mudança na parte traseira da bota e a presença das famosas teias nas axilas, que servem como um planador para o herói.
Como parte do ritual desse início de carreia heroica, ele precisou construir seu próprio traje. Apesar de bem simples, a roupa é considerada por muitos como uma das melhores já adaptadas para as telonas. Ela é constituída por uma lente expressiva e lançadores de teia feitos pelo jovem, uma camisa de manga longa azul por baixo de um moletom cortado nos braços, vermelho com um símbolo do herói desenhado em caneta permanente, uma calça moletom azul clara e uma bota de tecido com uma sola de um tênis All Star colada em sua parte superior.
Tom Holland não sabia que tinha sido escolhido como o herói até ver o anúncio oficial da Marvel no Instagram.
Apesar de utilizar o sentido aranha em Guerra Civil, Jon Watts optou em não explorar o poder em Homem-Aranha: De Volta ao Lar. O diretor assumiu que ele poderá ser melhor utilizado nas continuações.
Por ser tagarela demais, a Marvel proibiu Holland de ler o resto do roteiro de Vingadores Guerra Infinita, com medo de que o ator possa revelar alguma informação secreta do filme.
Enquanto filmava o longa em Atlanta, Tom pegava o traje do herói escondido e ia visitar hospitais infantis locais. O ato se tornou um costume frequente do ator. Além de ter ganhado o uniforme da Casa das Ideias, agora o rapaz traz alegria frequentemente para as crianças e adolescentes internados.
Menções Honrosas
Responsabilidades na Terra do Sol Nascente (1978-1979)
Isso mesmo que vocês leram, Vigilantes. O nosso Amigão da Vizinhança já ganhou uma série no Japão para que o personagem fosse popularizado por lá, e apesar de não ter feito muito sucesso, deixou sua contribuição para o gênero, já que foi a primeira produção da Toei a colocar o herói no comando de um robô gigante.
https://www.youtube.com/watch?v=me-wMZeKck4
A série não tinha como base os quadrinhos do Homem-Aranha (além do uniforme),tendo que adicionar sua própria trama e mitologia para enriquecê-la. A história é bem simples e bem similar com a origem do Superman. O planeta Spider é destruído por uma entidade cósmica e uma criança é enviada para a Terra.
A criança acaba caindo no Japão e recebe o nome de Takuya Yamashiro, e mais tarde acaba descobrindo toda a verdade e se torna o Supaida-Man. Ele tem como dever proteger o planeta de ameaças alienígenas ao lado de seu robô Leopardon.
O uniforme
O traje é bem simples e até bem fiel ao dos quadrinhos, mudando apenas o formato de suas lentes (que eram feitas de pano) e a ausência de um lançador de teia, que foi substituído por um bracelete que servia para guardar o uniforme.
Curiosidades
A Marvel proibiu que a série fosse exibida fora do Japão, por achar que era japonês demais (sério?).
A DC ameaçou processar a série por plágio.
A Hasbro burlou as regras da Casa das Ideias e fabricou uma linha de colecionáveis da série, mas foram proibidos de serem vendidos nos Estados Unidos.
Universo do Aracnídeo na Sony (Venom e Gata/Sabre de Prata) – Presente
Originalmente anunciados para compor o universo do Homem-Aranha de Marc Webb e mais tarde cancelados juntos com a franquia e agora restabelecidos num novo universo,o filme solo do Venom e Gata Negra/Sabre de Prata prometem explorar uma abordagem diferente da que os fãs estavam esperando.
De um lado temos um filme R-Rated de terror contando a história de um jornalista que já tinha indícios de sociopatia, e que ao se fundir com um ser alienígena, começa a ter uma sede por sangue e matança. O personagem não será o vilão de seu filme solo, mas sim sua criação, Carnificina. O personagem é considerado pior que Venom, já que não possui piedade e mata por diversão.
Inspirações para o visual do personagem
Segundo rumores, os spin-offserão SIM situados no MCU, mas no melhor estilo ”Netflix”, ou seja, eles estarão lá mas no seu próprio canto. A decisão dá para os dois estúdios uma liberdade criativa muito grande, podendo produzir filmes mais violentos e abusivos.
De outro lado, temos um filme de espionagem sendo produzido para integrar esse universo tão vasto. Gata Negra e Sabre de Prata será dirigido pela veterana Gina Prince-Bythewood (A Vida Secreta das Abelhas).Até o fechamento dessa coluna, não foram revelados mais detalhes de ambos dos projetos.
Curiosidades
A Sony está cogitando a possibilidade de produzir um filme dos personagens Mistério e Kraven.
Tom Holland pode aparecer nos longas, com cenas curtas e quase irrelevantes.
Os filmes doTeioso fizeram gerações inteiras felizes, deixando sua marca na história, e que certamente continuarão inspirando os jovens desta geração, incluindo este que vos escreve.
E lembre-se Vigilante, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades… Até a próxima!
Homem-Aranha: De Volta ao Lar já está em cartaz em todos os cinemas brasileiros e sua continuação chega em 4 de julho de 2019. A próxima aparição do Amigão da Vizinhança nas telonas será em 25 de abril de 2018 em Vingadores: Guerra infinita e posteriormente em Vingadores 4.