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Atelier Ryza é muito mais que um par de coxas bonitas

Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout é o vigésimo primeiro jogo na franquia de RPG da Gust que existe desde o primeiro PlayStation

A série Atelier em geral se destaca dos demais JRPGs pelo simples fato de que, suas histórias normalmente são simples e mais calmas. Como um anime de cotidiano. As personagens tendem a serem donas (ou trabalharem em um) de um Atelier onde fazem alquimia e essa acaba sendo por boa parte o que dita a história. Obviamente existem jogos na série com plots mais sérios, mas normalmente o que a série tem a oferecer são garotas bonitas fazendo alquimia e interagindo com as pessoas na cidade. Mas Atelier Ryza é diferente nesse quesito?

Essa review foi escrita por Luís Silva.

Essa é uma pergunta complicada de se responder, porque a resposta verdadeira seria sim e não. Sim porque ele tem um foco enorme em sua narrativa, e até demora bastante para liberar o Atelier. E não porque, por mais que tenha esse foco na história e narrativa, o jogo ainda tem a vibe calma e aconchegante dos outros da série e ainda se usa a alquimia para criar itens que ajudaram no combate, exploração e em side quests. Mas vamos por partes.

Em quesito de gameplay, o que deve se esperar de Atelier Ryza? 

Podemos dizer que existem três variantes de gameplay. A exploração e coleta de materiais para alquimia, o combate e o coração da série que é a criação de itens através da alquimia. A exploração é simples, você controla Ryza no mundo, e anda pela sua vila, campos abertos, matas, vulcões, etc. e enquanto coleta materiais que ficam espalhados no mapa e que são identificáveis por brilharem. 

Um típico local de coleta

E nessa etapa de coleta de materiais, temos uma adição nova a serie nesse jogo, que são as ferramentas. Ferramentas essas que o jogador tem acesso ao criá-las. As ferramentas funcionam de maneira simples, após criar uma, você deve equipá-la pelo menu (e lembre-se de fazer isso dentro de seu atelier, pois quando sair dele, não poderá equipar elas até retornar ao mesmo), e cada ferramenta tem seu próprio uso. O machado corta arvores, o martelo quebra pedras e assim por diante. Porém, vários locais de coleta podem ser utilizados com ferramentas diferentes e isso vai resultar em itens coletados diferentes no mesmo ponto. Então, no inicio do jogo, é extremamente recomendável que se crie as ferramentas disponíveis para aumentar sua capacidade de coleta de materiais o mais rápido possível.

Um adendo é que basicamente todas as ferramentas ficam disponíveis para criação logo de cara, porém alguns itens não são encontrados até mais para frente no jogo, então não adianta ficar desesperado procurando aquele item que você ainda não tem, porque muito provavelmente ele só ficara disponível em uma área mais avançada.

A primeira ferramenta que fica disponível

Além da coleta, que acontece tanto em áreas seguras (como a vila que serve como hub do jogo) como em áreas com monstros, é possível pegar varias side quests com NPCs da cidade. Existem basicamente quatro tipos diferentes de sidequests, que são: conversar com o NPC que dá a quest (essas que são as mais rápidas, simples e com a menor recompensa disponível, mas que serve para preparar o terreno para outras quests que aquele NPC vai entregar), conversar com pessoas na cidade, normalmente tem o padrão de conversar com três NPCs sem nome e depois retornar para a pessoa que deu a quest e receber a recompensa, tem quests de extermínio de monstros, que são autoexplicativas e por último, a grande maioria e que entregam as maiores recompensas são as quests em que o NPC pede para que Ryza criar um item especifico utilizando de alquimia.

Por mais que passe a impressão de simplesmente serem fetch quests, eu recomendo que façam o máximo que poderem, pois as recompensas são itens com qualidade extremamente alta e que vão ajudar demais na sua alquimia.

E falando na alquimia, temos a estrela da série: a criação de itens. Muitas pessoas acabam ficando com o pé atrás com a série por ter um foco tão grande em criação de itens, mas como a base do jogo foi criada em volta desse sistema, ele funciona bem demais. Mas como funciona esse sistema de criação de itens?

A árvore de opções de uma receita durante alquimia

Quando o jogador interage com o caldeirão, ele será levado para a interface de criação de itens, onde em primeiro lugar, se deve escolher a receita do item (essas que são adquiridas através da história, comprando livros em lojas ou como recompensa de side quest). Após escolher a receita, você será jogado em uma espécie de “mapa” parecido com o sphere grid de Final Fantasy X. Nessa área estão todos os matérias necessários para criar o item e além dos matérias mínimos necessários também é possível colocar materiais que melhoraram a qualidade do produto final. Existe uma espécie de link de um quadrado ao outro, que conforme mais materiais forem utilizados, mais vão se abrindo e por consequência melhor será o produto final. Pode parecer complicado lendo assim, porém quando se tem acesso é muito simples e prático. Fora que, caso você não esteja afim de escolher manualmente todos os matérias para criar tal item, o jogo oferece uma função de criação automática, onde você apenas escolhe se quer um item de qualidade alta ou baixa.

Existem também “receitas mutadas”, que é basicamente, você escolher criar um item, e durante o grid desse item seguir um caminho onde liga a uma outra receita. Se fizer isso, o item que será criado não será primeiro escolhido e sim esse do caminho novo. Dessa forma liberando a receita padrão dele. Tente sempre usar isso, pois as armas e equipamentos mais fortes estão disponíveis apenas assim. Não deixa que a explicação complexa e confusa o assuste, o sistema é bem simples uma vez que se pega e possui muitas opções de customização para o mesmo item. É algo viciante ficar criando itens e foram horas perdidas apenas nisso, coletando materiais para criar um item para poder criar outro item e assim por adiante. É facilmente a parte mais divertida do jogo.

E enfim chegamos no combate. Atelier Ryza abandonou o combate por turnos básico da série e optou por algo mais próximo do ATB. No começo esse combate leva um tempo pra se acostumar, mas depois de um tempo, ele simplesmente funciona. Porém não é nada excepcional. 

Durante o combate se tem três personagens e eles atacam automaticamente caso não se esteja controlando-os. É possível controlar a party inteira, mas é algo tão frenético que depois de um tempo eu deixei que a IA cuidasse dos outros personagens, utilizando-os apenas em momentos específicos. Cada ação durante o combate é ligada a um botão do controle, sendo círculo o ataque básica, X se mover no campo de batalha, quadrado utilizar itens e triângulo são as skills dos personagens.

Existe também a barra de AP. Essa barra é utilizada tanto para subir o nível de táticas quanto para executar as skills. Ataques normais recuperam AP. Subindo o nível de táticas, não só se abre mais possibilidades de combos de ataque normais, que funcionam como uma espécie de QTE, como também afetam skills, que ficam mais fortes dependendo do nível de tática. Para utilizar itens primeiro deve-se equipa-los no atelier. Um fator importante a se considerar é que os itens não tem um limite, mas sim um contador chamado Core Charge ou simplesmente CC. Cada item utiliza um valor próprio do CC e quando chegar a zero, não se pode mais usar item nenhum. Porém pode-se utilizar um dos itens equipados para recuperar o total de CC, mas tal item ficará indisponível para uso até retornar ao Atelier, então deve-se pensar bem em quando se deve utilizar e qual item “sacrificar” para recuperar. 

Durante as batalhas, seus companheiros pediram para você realizar uma ação, desde atacar com magia, usar itens, diminuir status dos oponentes entre vários outros tipos, e caso seja concluído, o personagem executara uma espécie de golpe especial. Então fique sempre atento ao que eles pedem, pois pode acabar determinando o resultado da batalha.

Em questão gráficas, no PlayStation 4 normal o jogo roda liso sem nenhuma queda de frames e é bem bonito. Não é nada surpreendente, mas tanto o cenário quanto o modelo dos personagens principais são bem feitos e agradam aos olhos. O que não agrada são as animações durante as cutscenes. São travadas, e em boa parte do tempo, sem vida. A dublagem passa toda uma emoção na fala, porem o modelo 3D dos personagens não consegue representar isso visualmente.

Mas o aspecto técnico em que o jogo brilha mesmo é em sua trilha sonora. Os compositores da Gust estão de parabéns pelas ótimas músicas. Toda música combina com o ambiente em que tocam e são muito boas, e destaque especial para o tema de batalha normal e o tema de boss. São facilmente um dos melhores que o gênero tem a oferecer em memória recente.

E finalmente, sobre a história do jogo, ela funciona. É simples e cumpre seu objetivo. Os personagens principais são carismáticos e conseguem carregar a trama, e os secundários tem o seu charme. É interessante ver a resolução dos conflitos de cada e como crescem durante a jornada. Porém vale ressaltar que por boa parte do tempo todo o roteiro segue uma pegada mais para o lado do slice of life, então pessoas que não gostam do gênero podem se incomodam pelo fato de que o plot não está andando a todo momento.

Vale ressaltar também que, se fizer apenas a história principal, o jogo é relativamente curto, podendo chegar a ter menos de 25 horas de duração, mas não recomendo isso, pois existem também historias nas side quests, que conforme vai fazendo, uma vai ligando a outra em suas histórias, pois como toda cidade pequena, na vila todos se conhecem, então houveram vários momentos que eu fui surpreendi pela rota que a side quest daquele NPC pegou. 

Atelier Ryza é um bom jogo, que abraça tanto quem é novato pela serie quanto quem é fã de longa data. O sistema de alquimia é robusto e pode parecer assustador, mas se apresenta de maneira gradual e é fácil de se acostumar. O combate em tempo real pode ser um ponto negativo para alguns, principalmente em dificuldades mais altas, porém não é de todo mal, apenas precisa de um pouco de prática. Com personagens carismáticos e uma historia que é interessante o suficiente pra manter o jogador interessado, ambientações lindas (mesmo com NPCs e animação no geral horríveis) e com uma trilha sonora fenomenal, Atelier Ryza: Ever Darkness & the Secret Hideout é um jogo que com certeza vai manter os fãs da franquia e vai chamar muito mais pessoas para a mesma, independente de ter sido pela ideia inicial de um par de coxas bonitas.

Agradecimentos à Koei Tecmo pelo envio do código para análise. O jogo será lançado no dia 29 de outubro para PlayStation 4, Nintendo Switch e PC. Novamente, a review foi feita por Luís Silva.

Ouro – Recomendável

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“A Ascensão dos Fantasmas” chegou quebrando tudo em RAGE 2

Para aqueles que acreditavam que as megalomanias de RAGE 2 haviam chegado ao fim, a Bethesda Softworks, junto a id Software e Avalanche Studios, lançaram a primeira de duas DLC´s. A Ascensão dos Fantasmas trouxe os mesmos combates insanos, corpos e explosões em sua tela e as quantidades incontáveis de munição descarregadas para matar seus inimigos durante as missões.

Como é costume na maioria dos jogos da Bethesda, ou melhor dizendo, “No velho estilo Fallout” você recebe uma transmissão de rádio, assim você segue até a sua fonte. Chegar no ponto o sinal está sendo transmitido, você percebe uma nova cidade surgida das cinzas. Overgrown City, não parece tão perigoso ao primeiro olhar, mas logo você entende o motivo de estar ali. Neste ponto, você está livre para escolher o que fazer a partir de agora, seguir pela linha da história principal ou realizar algumas missões paralelas.

É uma história a parte da história principal de RAGE 2, você não é necessariamente obrigado a jogar a DLC assim que ela é ativada, o jogo te da liberdade de decidir o que fazer. Uma dica, é jogá-lo após o termino da maioria das missões em RAGE 2, pois está DLC  não te dá um grande leque de habilidades e arsenal, ela acrescenta o que já foi ou será feito durante a linha principal da história.

A Ascensão dos Fantasmas tem toda uma campanha a parte do jogo principal, além de várias missões secundárias que preenchem espaços dentro do mundo aberto. Você encontrará um novo ponto de contato, novos retrato de personagens e ícones codificados. Santuários, os lares do membros da nova gangue, os fantasmas, refinarias de drogas, e antenas usadas para enviar mensagens e gotas de ar protegidas, são suas mais novas zonas de brincadeiras, nelas você vai realizar tudo o que é de costume aqui, atirar, explodir e matar. E como é a maioria de jogos em mundo aberto, as repetições e aborrecimentos são suas companheiras. Por sorte, tudo isto dura pouco mais de três horas, assim dada as devidas proporções a sensação de tédio pode passar despercebida.

Os novos inimigos, os fantasmas, são definitivamente mais difíceis de matar, se comparados aos demais que estavamos habituados em RAGE 2. O que de certa forma faz sentido, já que você tem que ter um repertório um pouco mais avançado de arsenal e habilidades para entrar de cabeça nesta DLC. Além dos membros da gangue dos fantasmas, algumas criaturas diferentes passam a aparecer, mas nada de grande relevencia, pelo menos até agora, pois nem o jogo se importa em explicar sobre eles. 

Como ja dito, a DLC é bem curta. Por tanto algumas propostas não conseguem se desenvolver. Diversos novos personagens não são desenvolvidos e você fica com a sensação de ter faltado algo mais em relação a eles. Infelizmente alguns momentos são bem curtos, de certo modo apressados, impedindo que o jogador sinta o peso de suas decições durante a gameplay. Overgrown City é de longe a coisa mais mal explorada dentro da DLC, toda sua extensão parece sem graça e sem vida em comparação com o resto do mundo criado para o jogo. Mas o final consegue superar as expectativas, e finalizar com um gostinho de quero mais, mesmo diante de alguns pontos negativos dentro da linha do história.

Essa expansão bebe do mesmo rio do jogo principal, falando em adrenalina, mas deixa a desejar, parecendo as vezes um jogo a parte, isolada da gameplay principal. Ainda é um jogo muito divertido, e se há possibilidade de você jogar está DLC, jogue-a. Entretanto o mercado irá receber alguns novos jogos,  como Borderlands 3 e DOOM Eternal e isto pode acabar com alguns planos futuros para possíveis DLC´s que estão para chegar.

O código Steam para a Deluxe Edition foi fornecido pelo editor para esta análise.

 

 

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NBA 2K20 | A cesta de três ponto no estouro do cronômetro

Os games de esportes são uma febre, sem dúvida. Esta época do ano, devido ao início das temporadas de competições estrangeiras, os lançamentos deste segmentos saem a todo vapor, com os esportes americanos não é diferente. NBA 2K a franquia de basquete virtual mais famosa do mundo está em sua 20º edição. NBA 2K20 chegou!

NBA 2K20 trouxe como proposta principal a simplificação de controles, em comparação as edições anteriores, também uma série de melhoria em seus recursos visuais, e nada mais justo que a última lista de transferências da liga de basquete americana. Além da tão esperada inclusão de uma lista da WNBA, a liga feminina. Entretanto pouco mudou do ano passado para cá, mecanicamente falando, é claro. Passes simples, dribles e arremessos ainda funcionam da maneira mais didática possível, e ainda podem ser realizados com mais “habilidade”, caso você conecte os passes a movimentos na alavanca analógica do controle.

Trazer a física, ao mesmo tempo que tenta equilibrar a liberdade artística dos movimentos do basquete com a I.A, em meio a trilhões de possibilidades de manipulação da ação dos jogadores em campo, nunca será tarefa fácil, e é característico do gênero esportivo, estar sempre na corda bamba da simplificação extrema de um jogo mais arcade gênero há muito se encontra na linha entre a simplificação no estilo arcade e um programa de simulação complicada. Alguns movimentos, por vezes podem ser confundidos com combos de jogos de luta, onde você necessita de uma série de botões apertados em sequências ou ao mesmo tempo, para que sua ação seja reconhecida. De fato, você pode muito bem não utilizar deste meio, mas seu leque de movimentos e finalizações para a cesta serão apenas um décimo de todo o potencial do jogo, o que por mais incrível que pareça, ainda o torna interessante.

A I.A, as vezes te faz parecer um bebê jogando sem entender muito bem dos controles, mas seu padrão de jogo é previsível e fácil de se adaptar, logo o multiplayer local e online, preenche esse vazio, o que torna estes jogos esportivos um marco. Infelizmente, os servidores estavam funcionando vagarosamente dias após o lançamento, com um número inaceitável de partidas que não conseguiam se conectar ou se desconectavam repentinamente no meio do jogo.

Felizmente a franquia MyCareer está de volta e melhor do que nunca, seguindo os passos de outros jogos de esporte. Aqui vivemos o sonho americano de jovens americanos, somos um universitário destinado a jogar na NBA, mas antes temos que trilhar nossa personalidade e criar nossas ambições principais, ser midiático ou se aquele atleta que pensa apenas em melhorar suas habilidades e determinado com a carreira, que está por vir. O conteúdo foi produzido pela SpringHill Entertainment, empresa de LeBron James, e logo percebemos os esforços para transformar este modo de jogo em um experiência quase cinematográfica, o elenco conta com Idris Elba, Rosario Dawson e Thomas Middleditch, cada um interpreta personagens-chave na história de seu personagem, apelidado de Che. Desde sua primeira partida até o tão sonhado Draft da NBA, temos uma gameplay de cinco horas.

O que não poderia faltar aqui é o clássico, MyTeam. Se você está familiarizado com os modos de jogo deste nicho, óbvio que você conhece a criação de equipes, onde os jogadores da liga aparecem como cartas e seu objetivo é criar a equipe dos sonhos. De fato, é uma experiência empolgante, e quem é fã de basquete não pode deixar de ter uma grande alegria em unir uma equipe, com os melhores de cada posição. Embora o conceito principal seja convincente e teoricamente inofensivo, qualquer um que tenha um pocuo mais de experiência na área, sabe que, no fundo, o ecossistema dentro de modos assim, evolui para um Pay-to-Win, e o MyTeam no NBA 2K20 não fica atrás. Desde o início, somos bombardeados com luzes e placas coloridas que nos levam até ganchos, alavancas e roletas para ganhar bônus no jogo. Um verdadeiro caça-níquel.

Além de todos os modos conhecidos ou familiarizados pelos jogadores, a WNBA está finalmente presente em um grande título de basquete! O basquete feminino que recebe o tratamento de AAA é um dos pontos inesperadamente mais brilhantes em NBA 2K20. As atletas foram recriadas meticulosamente na quadra virtual com tanto cuidado e nuances quanto seus colegas mais bem pagos, poderiam ser facilmente o melhor modo de jogo, se não possuísse os mesmos problemas do resto do jogo. Há esperança de que esses obstáculos possam ser superados em futuras atualizações, mas por enquanto é a única coisa que prejudicada o jogo como um todo.

NBA 2K20 é mais um grande simulador de basquete que por conta de sua alta demanda técnica acaba destruindo alguns pontos positivos de jogos de esporte, como o divertimento por divertimento, apenas. A jogabilidade evolutiva mas com uma curva de aprendizado longa e cansativa, com uma pitada de realismo a todo custo tende a cansar. Ao mesmo tempo que NBA 2K20 melhora em certos pontos e traz novidades pontuais, ele corta alguns conteúdos, e traz uma série de novos problemas por conta de sua evolução abrupta. Por trás de tudo isso, a diversão ainda é gratificante. Se você assim como milhões é fã de basquete, principalmente dos astros da NBA, NBA 2K20 é essencial para sua coleção.

OURO- Recomendável

Agradecimentos à 2K pelo envio do código para análise.

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Wolfenstein: Youngblood | Vamos acabar com os nazistas?!

Wolfenstein: Youngblood é o resultado de uma colaboração entre a Arkane Studios, responsáveis pelo envolvente Dishonored, e a MachineGames, estúdio que desenvolve Wolfenstein desde meados de 2014.

Wolfenstein: Youngblood volta a suas raízes, porém não de maneira satisfatória, ao utilizar o que já foi refeito e aprovado em jogos anteriores, mas, pega-los e encaixar em uma estrutura de gameplay fatigado, não é cativante. Entretanto, aqui não encontra-se a obsessão de impulsionar algo “novo”, como fizeram incrivelmente bem em seus jogos anteriores. É uma aventura que sacrifica pormenores em favor de um design mais arrojado, onde a ação e sua relevância mal conseguem entrar em concordância.

Mas isto não diminui o excelente trabalho que as equipes de desenvolvimento tentaram fazer com a franquia. Expandir os horizontes de Wolfenstein e fazê-lo ser algo totalmente diferente e atrativo, com muitas adições ao jogo, foi de fato algo positivo. Este jogo é o objeto perfeito de testes para novas mecânicas e propostas para o futuro da série, a questão é que todas essas “novidades” não se encaixam com as mecânicas e sistemas dentro do jogo.

Falando em jogabilidade, Wolfenstein: Youngblood dá um show de qualidade, e se destaca junto a outros grandes FPS modernos, a desenvoltura em desenvolver um sistema retilíneo e consistente relacionada as armas e outros apetrechos que encontramos dentro do jogo é clara, um ponto muito positivo para validar o status de um excelente jogo para a franquia Wolfenstein, a MachineGames e Arkane demonstraram o domínio e capacidade em apresentar um ciclo de ação frenética do início ao fim de seu produto final. Infelizmente, alguns problemas de construção, acabam diminuindo sua experiência, que teria tudo para ser uma das melhores nos últimos tempos.

Como dito anteriormente, o que de fato diminui em muito a qualidade geral de Wolfenstein: Youngblood é relacionada à estrutura do jogo. Desocupar a cidade-luz de Paris dos nazista, é uma tarefa bastante divertida quando colocada no papel, entretanto, realizar algumas tarefas para auxiliar a resistência francesa é um tanto quanto cansativa e as vezes “sem sentido”.

Há pouquíssimos momentos marcantes dentro destas missões, até mesmo os diálogos das missões tanto principais quanto secundárias são facilmente esquecíveis. O que não deveria fazer qualquer diferença, já que seus antecessores, nunca tiveram de fato uma apresentação narrativa considerável, entretanto a questão aqui em Youngblood é que desde o começo, o jogo nos mostra um caminho novo para a franquia, nos apresenta uma série de novidades que ao decorrer da gameplay, acabam não tendo o peso que eles provavelmente teria, se a sua estrutura narrativa fosse aquilo que se propunha a ser.

Falar do modo cooperativo é quase que dar um prêmio de consolação. Por que de fato é um ponto positivo, assim como sua jogabilidade, a cooperação online que Youngblood oferece é muito elegante, um diferencial em relação aos jogos de tiro contemporâneos que utilizam o modo cooperativo apenas para preencher lacunas. Em Youngblood não temos esta modalidade como preenchedora, mas como uma referência para o decorrer do desenvolvimento do game. Já que tudo parece ter sido feito a partir deste ponto de partida. Infelizmente a IA, é um tanto quanto ineficaz, e incompetente, o que te faz querer uma companhia consciente para te auxiliar e para diminuir um pouco a repetitividade das missões, já que cada um tem uma maneira própria de realizar suas ações.

Durante o jogo, você percorre cenários incrivelmente bem detalhados, cuidadosamente planejados, infelizmente desprovidos de quaisquer pontos interessantes para a gameplay de fato. Nenhum cenário auxilia o jogador, apenas servem como cúpula de nazistas. De fato, os ambientes são de tirar o fôlego, cheios de passagens escondidas e verticalidade que encontramos em FPS como os da série Tom Clancy´s e Call of Duty, verticalidade esta que permite aos jogadores apresentar diferentes tipos de abordagem, e surpreender os inimigos. Outro ponto da verticalidade é implicar uma não-linearidade, apresentando flexibilidade para resolver seus problemas e terminar o jogo com táticas inovadoras, que outros jogos não poderiam oferecer.

Mas falando do que realmente deve ser falado. Os nazistas que você irá matar. Seus adversários aqui são facilmente reconhecíveis, o único defeito é que não existem balanceamento de nível dentro do jogo, dois nazista de mesma categoria podem ser altamente letais para a finalização de sua missão, ou podem ser facilmente derrotados de uma maneira nada gloriosa. A adição de alguns sistemas de RPG, como a barra de vida e nível, auxiliam na progressão assim como para mantê-lo em linha constante de evolução evidente. Alguns recursos, novas habilidades e upgrades em armas, acabam por não conversarem com a maneira que Wolfenstein tende a progredir.

VEREDITO: RECOMENDADO

Wolfenstein: Youngblood não é apenas uma experiência, é uma aventura, entretanto sem profundidade. Toda a jogabilidade, desde os tiroteios, os movimentos disponibilizados graças à verticalidade, são uma verdadeira obra de arte, o que faz Wolfenstein ser um jogo agradável, mas que não possui uma complexidade necessária para aquilo que o jogo se propunha a ser. Jogar Youngblood sozinho, não é uma tarefa difícil, mas o modo cooperativo traz uma abordagem nova, que é muito bem-vinda. Infelizmente com o decorrer da gameplay, e as missões repetitivas e vazias, acabam afastando o jogador de toda a atmosfera criada para o jogo. Youngblood não oferece o mesmo que seus antecessores, ele oferece mais, entretanto nem sempre, o “mais” é melhor, o que poderia vim a ser um novo ponto de partida para a série Wolfenstein ficou preso em um spin-off autônomo.

Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código. O jogo foi revisado no PC.

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Review | Samurai Shodown

Lançado originalmente em 1993, Samurai Shodown é um jogo de luta desenvolvido pela SNK para os consoles Neo Geo. O título foi um sucesso entre os jogadores por ter uma jogabilidade diferenciada dos jogos de luta da época e acabou recebendo continuações até 2008, entretanto estas não agradaram os fãs. Diante disso, foi anunciado que o primeiro jogo da franquia iria receber um remake esse ano para Xbox One, Playstation 4 e Nintendo Switch e PC (em breve).

Samurai Shodown para Neo Geo.

Contar uma história não é bem o foco de Samurai Shodown e por conta disso o seu modo história é raso e esquecível. Nesse modo, cada personagem tem a sua história para seguir e seu caminho leva para o boss final. Com uma série de lutas e cutscenes entre elas, o modo história leva em média de 30 a 40 minutos para ser concluido. Como foi dito acima, trazer uma trama aos jogadores não é o objetivo do jogo, portanto a falta de uma boa história não chega a ser um problema relevante – apenas para os jogadores que só gostam de jogar o modo single-player.

Além do modo história temos também os modos sobrevivente e multiplayer, ambos clássicos em jogos de luta. O multiplayer acaba sendo o foco primário de Samurai Shodown e nele lutamos contra jogadores do mundo todo e contra as suas sombras, que imitam o seu estilo de jogo. Uma curiosidade é que o jogo estará presente na Evolution Championship Series (EVO) desse ano, o que é bem interessante pois significa a entrada da franquia no mundo dos Esports. Essa entrada é merecida, o título tem um enorme potencial para futuras competições.

A jogabilidade permanece semelhante a do jogo original, com modificação somente nos gráficos – sendo assim, é um jogo de luta 2D com gráficos 3D. Os combates de Samurai Shodown são bastante estratégicos, onde cada personagem tem seu estilo de luta, apresentando também suas qualidades e suas fraquezas. Isso torna cada lutador único. E falando nos lutadores, o elenco é composto pelos mesmo lutadores do clássico e por novas adições. Dentre os novos personagens estão: Darli Dagger, Yashamaru Kurama e Wu-Ruixiang. Além disso, quatro novos lutadores chegarão ao jogo por meio de DLCs. Inclusive, quem adquirir o jogo até o dia 30 de Junho, vai ganhar o passe de temporada gratuitamente – então corra pra comprar, pois vale a pena!

Os controles do jogo são semelhantes a qualquer jogo de luta com quatro botões para os golpes básicos, outros de bloqueio e a possibilidade de realizar combos. De início é complicado dominar os controles por ser um jogo de luta diferente dos demais, entretanto, após o tutorial e um pouco do modo dojo os controles se tornam fáceis.

Durante a jogatina no Xbox One, Samurai Shodown não apresentou nenhum problema de desempenho. Alguns bugs foram encontrados, mas não foi nada tão grave ao ponto de comprometer a diversão ou a gameplay. Provavelmente eles serão corrigidos em breve, após o lançamento oficial do jogo.

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Samurai Shodown é um remake satisfatório para os fãs do jogo original e é um excelente jogo de luta para os fãs do gênero. Entretanto por ser um jogo de luta mais calmo e estratégico do que outros títulos, como por exemplo Mortal Kombat, sua jogabilidade pode ser estranha no início para os novos jogadores. Mesmo assim, vale a pena conhecer e aproveitar o máximo de sua jogatina.

SAMURAI SHODOWN é um jogo de luta com armas brancas adorado no mundo todo desde a estreia do primeiro título em 1993. Já se passaram 11 anos desde o último jogo da série, e enfim chegou a hora de SAMURAI SHODOWN voltar de vez com um jogo moderno, visual caprichado e jogabilidade de tirar o fôlego! Reproduzindo fielmente as mecânicas e a atmosfera que levaram a série ao estrelato, SAMURAI SHODOWN chega com um recurso revolucionário que aprende as ações e os padrões de cada jogador para criar “sombras”: personagens que depois serão controlados pela CPU. A história desta vez se passa um ano antes do primeiro jogo, com guerreiros e combatentes das mais diversas origens perseguindo seus objetivos, prontos para batalhar e encontrar o próprio destino!

Samurai Shodown foi lançado hoje (28/06) para Xbox One e Playstation 4, com legendas em português.

Agradecimentos à SNK pelo envio do código para análise. Me diverti bastante jogando e pretendo continuar me divertindo com o jogo, por um bom tempo.

Nota: 4/5

 

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Review | My Friend Pedro

Desenvolvido pela DeadToast Entertainment e distribuido pela Devolver Digital, My Friend Pedro é um jogo indie bastante curioso e que chamou minha atenção por conta de sua gameplay composta por parkour, amizade e bastante violência. O jogo é bem divertido de ser jogado, entretanto, ainda possui algumas coisas que podem melhorar.

My Friend Pedro é uma história de amizade entre um cara sem nome e uma banana, chamada Pedro. Basicamente, a banana manda você matar todo mundo em seu caminho e passa o jogo todo fazendo comentários irônicos e te dando sugestões sobre como matar seus inimigos.

Em suma essa é a história do jogo, bem simples, cômica e linear. O jogo se situa em um cenário 2D de plataforma onde você precisa derrotar os seus inimigos, apresentando diversas variedades para tal ato além das armas de fogo, como por exemplo uma frigideira, um skate, faca, barril e até mesmo pedaços que sobraram dos inimigos mortos – tornando cada morte única. Bem, a história não é o foco de My Friend Pedro.

A trama do jogo, por ser simples e cômica, acaba tornando a jogatina bastante engraçada e divertida. Entretanto, o jogo em si se torna enjoativo por apresentar apenas uma coisa a ser feita: passar as fases fazendo parkour e matando os inimigos. Mesmo com a tamanha variedade de se matar os inimigos, o jogo acaba sendo díficil de ser jogado por tanto tempo sem se enjoar, até porque logo na primeira fase ele apresenta tudo o que tem para apresentar, enquanto nas fases posteriores não há mais novidades para se ver.

Por sorte a jogatina é bem curta, o jogo apresenta 40 fases e para completá-lo demorou apenas 5 horas. Uma coisa que ajuda a quebrar o padrão jogo são as boss fights, onde cada uma apresenta uma luta diferente e coisas diferentes para se fazer. Além disso, o jogo possui um sistema de pontuação em cada fase, onde cada morte e o jeito que ela ocorreu é contabilizada e garante uma nota no final, que pode ser A, B ou C. Isso torna as coisas bem interessantes e incentiva o jogador a voltar para a fase com o objetivo de melhorar sua pontuação.

A jogabilidade é bastante confusa no início, visto que há muita informação na tela e uma variedade de coisas para serem feitas. A mira, o parkour e até mesmo a troca de armas se tornam complicadas de fazer no teclado e no mouse, porém após uma hora de jogo já se pega o jeito. No controle, a jogabilidade fica bem menos confusa e mais fácil. As fases não são difíceis de se passar, basicamente é só andar em linha reta fazendo parkour e matando os inimigos.

Os gráficos são satisfatórios, visto que o jogo é 2D. A direção de arte do jogo é bem interessante, as fases se apresentam bem detalhadas e até um pouco cartunescas. O grande problema é a variedade de inimigos, eles mudam conforme você passa de fase, porém na fase em si eles são iguais e parece que você está lutando contra diversos clones.

No fim das contas, mesmo se apresentando enjoativo durante sua jogatina, My Friend Pedro é uma experiência bastante divertida, apresentando momentos emocionantes, satisfatórios e engraçados. É um jogo que vale a pena ser comprado e jogado em um final de semana. É diversão garantida.

My Friend Pedro é uma violenta aventura sobre amizade, imaginação e o empenho de um homem para aniquilar tudo que estiver em seu caminho, sob o comando de uma banana senciente. O uso estratégico da mira dividida, câmera lenta e o bom e velho salto através da janela criam sensacionais sequências de ação consecutivas, em uma batalha explosiva por um perigoso submundo.

My Friend Pedro foi lançado hoje (20/06) para Nintendo Switch e PC, através da Steam.

Obrigado, Devolver Digital, por ter fornecido a key do jogo para essa review.

Nota: 3/5

 

 

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Review | Gato Roboto

Mesmo não sendo o primeiro do gênero, Metroid (1986) e Castlevania (1986) são um dos jogos mais reconhecidos quando falamos no sistema de mapa interconectado, com exploração, podendo ser de plataforma ou não. Conhecido como gênero metroidvania, inspirou vários outros jogos como, a sequência Castlevania: Symphony of the Night (1997), e alguns mais recentes como Ori and the Blind Forest (2015), Hollow Knight (2017) e Dead Cells (2018).

E Gato Roboto busca unir este gênero tão conhecido, com uma história um tanto quanto for a do convencional para jogos semelhantes, utilizando algumas concepções conhecidas e buscando inovar com a ajuda da tecnologia contemporânea.

“O cão é o melhor amigo do ser humano”, isso quando não estão em um planeta alienígena, cheio de perigos escondidos e ação frenética, nesse aspecto o gato vem para salvar o dia. A história é encantadora, e aborda o relacionamento entre ser humano e animal de uma maneira simples e convincente. Como todo bom animal de estimação o gatinho tem um nome, na verdade a gatinha, ela se chama Kiki, e é a protagonista em Gato Roboto. Assim que a nave em que Kiki e Gary cai em um planeta desconhecido, onde está localizada uma base de estudos tecnológicos, a gatinha tem a missão de completar toda a aventura que seria destinada a seu dono humano que ficou preso dentro da nave espacial. Quando Kiki passeia pelo novo mundo, e encontra um traje robótico, a felina ganha acesso a armas high tech e com poder de fogo capaz de ajuda-la na tarefa. Você aprende sobre o planeta alienígena no decorrer da gameplay, encontrando algumas gravações dos que ali trabalhavam anteriormente, e descobrindo novas localidades dentro do game.

Uma característica dos jogos metroidvanias é o fato de focarem no aspecto exploratório, algumas vezes nos deixando perdido entre uma cena e outra do mapa em busca de objetos e equipamentos, o que pode demandar um pouco de tempo e paciência para o jogador. Gato Roboto utiliza de uma fórmula conhecida, ele é linear com alguns pontos fora da curva, como Uncharted (2007), com pitadas frenéticas de ação, o jogo apresenta durante toda sua gameplay, uma energia própria, sem descanso. A todo momento você é apresentado a novos conceitos e novas informações que te levarão ao sucesso da missão, e na alternância entre gato e robô, que te faz criar novas estratégias a todo minuto para conseguir superar todas as adversidades que aparecem no caminho de Kiki. Por outro lado essa mesma velocidade que acabou se tornando o sinônimo de Gato Roboto, acaba tirando o brilho de outras mecânicas, que não conseguem aparecer devido ao frenesi de pulos e tiros. 

Gato Roboto é um jogo da atualidade que não se encaixa muito bem no presente, e isto é maravilhoso. Estamos cercados de jogos com volumes inacreditáveis de conteúdo, onde o jogo pretende te apresentar “n” propostas em um curto espaço de tempo, que no final não irá acrescentar em nada. Ele é um jogo para relaxar, sem nenhuma pretensão de ser o melhor do mundo ele encanta pela simplicidade e sua trilha sonora clássica de jogos do SNES, e seus mapas preto e branco básicos, mas bem elaborados. Cada espaço é único, muito bem explorado pelos desenvolvedores, que não tiveram a má fé de encher o cenário com objetos idênticos, apenas para acrescentar algo na tela, cada cena te instiga a explorar os espaços e buscar novos caminhos. 

VEREDITO:

Gato Roboto, melhora o jeito de jogar metroidvanias, além de apresentar uma gameplay limpa, e bem explorada. O segredo do jogo é realmente ser simples. Um passatempo divertido e satisfatório, que ousa na medida certa, mas se sustenta em aspectos já consagrados. Algumas explorações de fato não tem uma recompensa a altura, mas o “pulo do gato” é justamente o caminho que você faz, encontrado adversários e atirando ainda mais com seu traje mecânico. Qualquer um que esteja seja fã de Metroid certamente se sentirá em casa.

PONTOS POSITIVOS:

  • Gameplay simples e divertida.
  • Trilha sonora.
  • Mecânica.
  • Desing das cenas.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Inimigos genéricos.
  • Gameplay curta.

RECOMENDADO!

 

 

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Consoles Gameplay PC

Review | Rage 2

Autoridade é uma força de guerra, que atua em um deserto apocalíptico, no ano de 2165, você é um(a) sobrevivente de nome Walker, e tem como missão, além de sobreviver neste mundo pesteado, formar alianças com outros sobreviventes para que juntos consigam mudar o rumo de suas vidas, neste período de pouca esperança.

O jogo é um acerto da id Software e da Avalanche Studio, as duas empresas conhecidas por jogos frenéticos e de ação desenfreada, nos entrega mais uma vez uma aventura com frenesi desencadeado, uma história anárquica e caótica. Tudo o que há de bom em séries famosas como Doom, Just Cause, e a adaptação de Mad Max para videogames, está presente em Rage 2.

A ambientação da história é um clássico dos filmes dos anos 80 e 90, a clássica vingança por aqueles que destruíram sua antiga vida, e te fizeram estar nas piores situações possíveis, se já não fosse suficiente estar em um ambiente hostil 24 horas por dia, normalmente. Os responsáveis por transformar cada segundo da existência de civis, no verdadeiro inferno são, nada mais que uma milícia denominada Autoridade que possui um exército de mutantes/robôs equipados com armas e equipamentos cyberpunks. Você então, está encarregado de se aventurar e espalhar as palavras da vingança por todos os cantos, e reunir aliados para a batalha.

O que há para ser adiantado aqui é que no geral esta história é curta, o que significa que, se você estiver esperando em Rage 2, uma história envolvente, você não encontrará isso aqui. O jogo está sustentado em momentos de ação, e de exploração. Ter uma história assim, não necessariamente é um ponto negativo, desde o início o jogo deixa claro seu propósito de divertir sem se importar como enredo, porém, mesmo a todo momento você recendo esta informação, o que te deixará nas mãos apenas das missões adicionais ou objetivos de exploração em grandes torres da Autoridade, fica uma sensação de dever cumprido, mas uma insatisfação imensa, por que sabemos que Rage 2 poderia ter nos oferecido algo melhor. Há muito o que explorar no mundo, mas nada realmente desafiador, nada que te faça pensar duas vezes antes de enfrentar qualquer coisa que se mova a sua frente, é uma oportunidade perdida, que o jogo tenta validar, mas infelizmente não consegue.

Basicamente os locais que você explorará serão praticamente os mesmos. Os acampamentos dos mutantes, servem apenas para dar um pouco de ação ao jogo, jogados de maneira aleatória, algumas possuem inimigos um pouco mais fortes, mas nada que você não derrote facilmente. Quando você aprende a desviar dos ataques a distância tudo se torna muito mais fácil. Alguns destes acampamentos por sua vez, possuem objetivos a mais do que simplesmente derrotar todos os que ali estão, algumas possuem objetivos a serem conquistados, ou destruídos. Em todo o percusso por terra, você pode dar de cara com alguns bandidos realizando emboscadas para viajantes desprevenidos.

De fato o mapa de Rage 2 é grande, e alguns pontos estão bem distantes um do outro, mesmo com seu veículo terrestre chegará um ponto em que você simplesmente já explorou tudo, e não precisa mais andar pelos mesmos caminhos, neste ponto aparece o girocóptero. Os fast travels são uma adição bacana, você pode facilmente revisitar áreas para recolher coisas que ficaram para trás no frenesi das batalhas, mas recebendo a liberdade de ignorar todos os lugares sem interesse e ir direto para o ponto principal da missão. Isso foi algo bem facilitador, já que a proposta do jogo é a ação, e com este gadget, você pode pular de momentos de ação direto para outros momentos de ação, sem ter que esperar alguns minutos para encontrá-los.

Rage 2 não é um jogo linear, mas bem que poderia ser, se pararmos para analisar que no decorrer da gameplay você pode se desvincilhar da história, e começar a explorar tudo, já que durante a Campanha Principal, o jogo não leva você a grande parte do mapa, a sensação do mundo aberto ser utilizado apenas para preencher o vazio da Campanha vem a tona em alguns momentos.

A mecânica de combate encontrada aqui é rápida, fluida, todos os armamentos são incríveis, poderíamos estar falando aqui de algum jogo focado no FPS, mas não, Rage 2 trabalha muito bem quando o assunto é ação e combate. Mesmo que o jogo te ofereça uma série de habilidades para serem usadas em combates, elas raramente precisam ser usadas de fato, tudo pode ser resolvido com o leque de armas disponíveis no inventário, e se você obtê-las antes de finalizar com a história, elas te darão uma vantagem gigantesca, é uma forma do jogo te premiar por explorar seu terreno de maneira arbitrária.

VEREDITO:

Rage 2, no final das contas não parece uma sequência, mas sim um reboot do jogo anterior, melhora tudo que foi apresentado no passado e oferece muito mais para o jogador. Infelizmente isto, não é suficiente fazer o jogo se destacar entre vários outros lançamentos. Seu mundo aberto por muitas vezes não vale o tempo investido, sua história pouco aproveitada para focar no mundo aberto, a imersão no cenário apocalíptico, é uma das coisas mais bem desenvolvidas além do seu combate bem estruturado.

O jogo funciona como um passa tempo, sentar e simplesmente jogar, sem querer ser surpreendido, o foco na diversão aqui foi alcançado com sucesso, o problema é quando o jogo quer ser algo mais.

PONTOS POSITIVOS:

  • Ambientação imersiva.
  • Atividades Secundárias.
  • Combate Fluido.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Mundo aberto sem sentido.
  • História curta.
  • Curva de aprendizado da batalha é alta.

Revisado no PC. Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código para análise.

 

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Gameplay Games

Review | Weedcraft Inc.

Weedcraft Inc. é um jogo desenvolvido pela Vile Monarch que explora os negócios, a produção, e a venda de ervas nos Estados Unidos, mas não qualquer erva. Aqui temos vários aspectos para serem aprofundados sobre tudo que está por trás do financeiro, da política e cultura que envolvem o complexo relacionamento dos EUA com essa planta problemática e promissora.

Weedcraft Inc. traz uma abordagem um tanto quanto colorida do mercado da maconha, entretanto  não deixa de lado suas questões éticas e moral, mesmo que tudo isso esteja um pouco fantasioso na ideia geral do game.  No jogo, somos Jhonny, que por ocasionalidade do destino, acaba se envolvendo no mercado da maconha, logo após abandonar a faculdade. Ou seja, temos um grande simulador mercadológico, com várias informações e processos legais e ilegais que podem ser utilizadas em sua gameplay a bel-prazer, o que o faz brilhar, por outro lado Weedcraft Inc. tropeça, quando tenta se aprofundar no relacionamento dos personagens, mas felizmente não atrapalha em nada a experiencia quando você já está dominando por completo toda a papelada e gestão de seu novo ramo.

É óbvio que a maconha  é o personagem principal aqui, você é apenas um intermediário que a fará mais conhecida do que nunca. Ela pode ser vista de várias formas no jogo, digo isso por que tratando de negócios você precisa adequar seu produto à clientela, dessa maneira a maconha que é comercializado por seu avatar possui várias formas e sabores. A medida que for entrando dinheiro em seu caixa, novas variedades podem ser desbloquear com nomes bem criativos – Fiquei em dúvida entre Granddaddy Purple e Space Queen sobre qual seria o melhor rótulo do produto – Cada um destes novos rótulos possuem seus próprios sabores e efeitos, que o tornam popular entre grupos sociais distintos, desde turistas até pacientes que precisam da erva para tratamento, todos eles são potenciais clientes, e para isso é preciso ter uma mentalidade muito bem estruturada sobre negócios, principalmente entre preço e qualidade.

O início de seu cultivo é bem simples, mas ao decorrer da gameplay começa a ganhar status de business, e uma cara um tanto quanto mais séria. A mecânica do jogo ganha complexidade a medida que você evolui junto a seu negócio. A parte divertida do game é tentar melhorar a qualidade da sua erva. Testar as combinações de nutrientes, encontrar o equilíbrio certo de nitrogênio, fósforo e potássio te faz parecer o Walter White da maconha. Temperatura e umidade são um ponto importante que não podem ser deixados de lado. Outro aspecto já citado é a identificação de um nicho de mercado, estabelecer um crescimento visando apenas um público, ou expandir desenfreadamente ocupando várias camadas sociais, é uma dúvida constante. As inúmeras possibilidades presentes em Weedcraft Inc. é o que te fará parar e refletir por algum tempo.

Depois que você consegue compreender toda a mecânica de Weedcraft Inc., suas necessidades são outras, ao invés de se preocupar com suas vendas, você precisa aperfeiçoar seu produto, fazendo com que a clientela continue fiel, e a contratação de funcionários se faz necessária, é a partir daqui que o jogo ganha um novo visual, e tudo parece andar um pouco devagar.

Um pequeno detalhe que para muitos pode passar despercebido, a trilha sonora. Desde o início de Weedcraft Inc., você é bombardeado por uma trilha sonora muito bem escolhida, desde músicas a sons in game, hip-hop e vocais instrumentais irão te acompanhar nessa jornada por um mercado marginalizado mesmo em locais onde seu uso é autorizado.

VEREDITO:

Weedcraft Inc. é um simulador de gerenciamento bem desenvolvido com uma arte elegante e sofisticada, recada a uma trilha sonora cativante. De forma geral, entrega o que propõe e um pouco mais que isso. Se seu estilo não combina com administrar coisas e a agitação que envolve este tipo de negócio, este jogo não é para você, sua inabilidade pode te mandar para a prisão. Porém o jogo te dá uma porta aberta caso você queira aprender um pouco mais sobre o ramo de negócios, mesmo que você não seja um expert. No entanto, seus personagens são claramente segurados pela mecânica envolvente do jogo, seus diálogos chegam a ser cansativos, além de tratarem certos aspectos da sociedade de forma não muito agradável. Suas discussões socio-culturais são de extrema importância para o cenário atual que vivemos, mas infelizmente sua tentativa de caricaturar a realidade acaba afastando um pouco o que seria proveitoso para a vida real.

PONTOS POSITIVOS:

  • Simulação desafiadora.
  • Gráficos condizentes com a proposta do jogo.
  • Trilha sonora.
  • Gameplay com curva de aprendizagem justa.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Missões pouco instrutivas.
  • Erros na localização pt-br.
  • Diálogos cansativos e repetitivos.

Agradecimentos à Devolver Digital pelo envio do código.

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Gameplay Games

Review | The Division 2

The Division 2 se passa no mesmo universo do seu antecessor. O Veneno Verde acabou com o Natal em Nova York, e agora Washington D.C é o próximo alvo. A sua missão como membro da Divisão é gerenciar a cidade para que ela não entre em colapso total.

Podemos dizer que The Division 2 é um exemplo a ser seguido. Depois de uma campanha um pouco fraca do jogo anterior, que sofreu muito inclusive com suas missões de preenchimento e conteúdo extra que nunca conseguiu a atenção que gostaria. Foi preciso uma série de erros para que aqui tivéssemos tudo para fazer com que essa sequência fosse digna, e poder ser um jogo superior. É claro que não é totalmente perfeito, mas poder contribuir de forma positiva para se destacar, depois de uma série de problemas, é muito bom jogar algo incrivelmente divertido.

Se olharmos o que The Division 2 nós traz, vemos que é mais do que veio antes, porém entendendo sua proposta e seus limites. É um shooter convincente, na terceira pessoa, focado no cooperativismo com quatro facções diferentes e desenvolvendo habilidades, e uma série de equipamentos que complementa sua gameplay. Mas é o fato de você se sentir parte de tudo o tempo todo, de você enxergar suas ações refletindo no que acontece na cidade, em vez de simplesmente deixar as coisas abertas sem profundidade que torna o mais recente mundo aberto da Ubisoft uma delícia para explorar e lutar. O mundo reage à sua ação e se desenvolve de acordo com tudo que você realiza. Há muito o que fazer aqui.

Seu objetivo é tecnicamente simples, recuperar o controle de Washington D.C., de três facções e ajudar os cidadãos que restaram a terem um pouco de paz nesse momento sombrio da sociedade, mas isso envolve recuperar os Pontos de Controle, acabar com as fortalezas inimigas e lentamente acumular armas e equipamentos. As habilidades são particularmente gratificantes, o que na verdade são gadgets para usar em combate. Eles variam de uma minas explosivas, drones, a escudos balísticos.

Quanto mais você se sente cercado pela ambientação de The Division 2, mais você percebe o quão longe você pode chegar aprimorando seu estilo de jogo, através de suas habilidades, assim como a maneira que você trabalha em equipe, dentro de um esquadrão. Sua gameplay solo pode funcionar, mas em questão de esquadrão misturar as habilidades para fazer mais com o time é a premissa do jogo. Algo como aconteceu em Ghost Recon; Widlands. O jogo faz com que você queira jogar como uma equipe nas maiorias das missões.

The Division 2 lida incrivelmente bem com o ritmo de suas missões principais, com momentos de ação e combates que constantemente fluem a história de uma forma que é surpreendentemente incrível. Suas missões principais se desenrolam através do mundo aberto, que está espetacular, com um design de nível que consegue transmitir toda a atmosfera mórbida e conceber um espetáculo visual. O fato de que o The Division 2 consegue fazer esse tipo de enredo linear dentro de uma estrutura de mundo aberto, se assemelha ao clássico Assassin’s Creed, um mundo aberto atraente é seriamente aplaudível, mesmo que a repetição de missões seja ainda um problema quando falamos de jogos com essa característica linear.

Se você considerar que uma cidade baldia pós-pandêmica pode ser considerada bonita, através de um trabalho incrível da equipe de design, é um pouco vergonhoso que isso tente se conectar com um enredo fraco. As várias interações com alguns personagens secundários, que deveriam dar mais profundidade ao caos instaurado na cidade, parece não se encaixar no contexto do jogo, não há realmente muita história para se falar, uma cidade que foi devastada tanto por doenças quanto por tumultos e combates, nenhum de seus bastidores é explorado de maneira apropriada.

A questão da interação dos personagens e a falta de profundidade emotiva com o que acontece na cidade, é praticamente a única coisa que impede que o The Division 2 seja um jogo completo, porque tudo o que ele tem para oferecer, está acontecendo desde o primeiro segundo de gameplay, do início ao fim do jogo. Você pode não estar preparado para as mudanças que acontecem no decorrer do jogo, mas acredite, vale a pena. Os inimigos não se importam com isso e vão tentar destruir tudo que você luta para proteger. E óbvio que aqui também há a Dark Zone do PvP para explorar, com vimos no original, mas desta vez são três. Entretanto um pouco diferente do que conhecemos antes. Ainda é extremo, é claro, mas é uma grande mudança de ritmo na área principal de Washington D.C..

VEREDITO:

As equipes da Ubisoft realmente conseguiram fazer de The Division 2 um shooter impressionante, e satisfatório. Porém devido ao seu imenso universo co-op, pode ser que Washington D.C. acabe para a maioria dos players, mas aproveitar e se divertir com tudo que a cidade tem para oferecer vai mante-lo ocupado por um bom tempo.

PONTOS POSITIVOS

  • As progressões dão resultados na cidade
  • Jogabilidade
  • Design de produção de alta qualidade

PONTOS NEGATIVOS

  • História pouco desenvolvida, assim como a interação com os NPC´s
  • Funciona melhor em co-op

SELO: OURO – RECOMENDÁVEL