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Review | The Division 2

Escrito por Luan Oliveira

The Division 2 se passa no mesmo universo do seu antecessor. O Veneno Verde acabou com o Natal em Nova York, e agora Washington D.C é o próximo alvo. A sua missão como membro da Divisão é gerenciar a cidade para que ela não entre em colapso total.

Podemos dizer que The Division 2 é um exemplo a ser seguido. Depois de uma campanha um pouco fraca do jogo anterior, que sofreu muito inclusive com suas missões de preenchimento e conteúdo extra que nunca conseguiu a atenção que gostaria. Foi preciso uma série de erros para que aqui tivéssemos tudo para fazer com que essa sequência fosse digna, e poder ser um jogo superior. É claro que não é totalmente perfeito, mas poder contribuir de forma positiva para se destacar, depois de uma série de problemas, é muito bom jogar algo incrivelmente divertido.

Se olharmos o que The Division 2 nós traz, vemos que é mais do que veio antes, porém entendendo sua proposta e seus limites. É um shooter convincente, na terceira pessoa, focado no cooperativismo com quatro facções diferentes e desenvolvendo habilidades, e uma série de equipamentos que complementa sua gameplay. Mas é o fato de você se sentir parte de tudo o tempo todo, de você enxergar suas ações refletindo no que acontece na cidade, em vez de simplesmente deixar as coisas abertas sem profundidade que torna o mais recente mundo aberto da Ubisoft uma delícia para explorar e lutar. O mundo reage à sua ação e se desenvolve de acordo com tudo que você realiza. Há muito o que fazer aqui.

Seu objetivo é tecnicamente simples, recuperar o controle de Washington D.C., de três facções e ajudar os cidadãos que restaram a terem um pouco de paz nesse momento sombrio da sociedade, mas isso envolve recuperar os Pontos de Controle, acabar com as fortalezas inimigas e lentamente acumular armas e equipamentos. As habilidades são particularmente gratificantes, o que na verdade são gadgets para usar em combate. Eles variam de uma minas explosivas, drones, a escudos balísticos.

Quanto mais você se sente cercado pela ambientação de The Division 2, mais você percebe o quão longe você pode chegar aprimorando seu estilo de jogo, através de suas habilidades, assim como a maneira que você trabalha em equipe, dentro de um esquadrão. Sua gameplay solo pode funcionar, mas em questão de esquadrão misturar as habilidades para fazer mais com o time é a premissa do jogo. Algo como aconteceu em Ghost Recon; Widlands. O jogo faz com que você queira jogar como uma equipe nas maiorias das missões.

The Division 2 lida incrivelmente bem com o ritmo de suas missões principais, com momentos de ação e combates que constantemente fluem a história de uma forma que é surpreendentemente incrível. Suas missões principais se desenrolam através do mundo aberto, que está espetacular, com um design de nível que consegue transmitir toda a atmosfera mórbida e conceber um espetáculo visual. O fato de que o The Division 2 consegue fazer esse tipo de enredo linear dentro de uma estrutura de mundo aberto, se assemelha ao clássico Assassin’s Creed, um mundo aberto atraente é seriamente aplaudível, mesmo que a repetição de missões seja ainda um problema quando falamos de jogos com essa característica linear.

Se você considerar que uma cidade baldia pós-pandêmica pode ser considerada bonita, através de um trabalho incrível da equipe de design, é um pouco vergonhoso que isso tente se conectar com um enredo fraco. As várias interações com alguns personagens secundários, que deveriam dar mais profundidade ao caos instaurado na cidade, parece não se encaixar no contexto do jogo, não há realmente muita história para se falar, uma cidade que foi devastada tanto por doenças quanto por tumultos e combates, nenhum de seus bastidores é explorado de maneira apropriada.

A questão da interação dos personagens e a falta de profundidade emotiva com o que acontece na cidade, é praticamente a única coisa que impede que o The Division 2 seja um jogo completo, porque tudo o que ele tem para oferecer, está acontecendo desde o primeiro segundo de gameplay, do início ao fim do jogo. Você pode não estar preparado para as mudanças que acontecem no decorrer do jogo, mas acredite, vale a pena. Os inimigos não se importam com isso e vão tentar destruir tudo que você luta para proteger. E óbvio que aqui também há a Dark Zone do PvP para explorar, com vimos no original, mas desta vez são três. Entretanto um pouco diferente do que conhecemos antes. Ainda é extremo, é claro, mas é uma grande mudança de ritmo na área principal de Washington D.C..

VEREDITO:

As equipes da Ubisoft realmente conseguiram fazer de The Division 2 um shooter impressionante, e satisfatório. Porém devido ao seu imenso universo co-op, pode ser que Washington D.C. acabe para a maioria dos players, mas aproveitar e se divertir com tudo que a cidade tem para oferecer vai mante-lo ocupado por um bom tempo.

PONTOS POSITIVOS

  • As progressões dão resultados na cidade
  • Jogabilidade
  • Design de produção de alta qualidade

PONTOS NEGATIVOS

  • História pouco desenvolvida, assim como a interação com os NPC´s
  • Funciona melhor em co-op

SELO: OURO – RECOMENDÁVEL

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore