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Nova edição de Tex Graphic Novel chega às bancas e livrarias

Dando continuidade à coleção Tex Graphic Novel, a Mythos Editora está lançando mais um volume, com roteiro de Mauro Boselli e arte de Angelo Stano.

Drama no Deserto, terceiro volume da série Tex Graphic Novel, já está disponível nas bancas e livrarias de todo o país, contendo uma história fechada que também pode ser lida por não-leitores do personagem.

O assalto do bando de Earl Crane ao banco de Triumph, Novo México, culminou com o rapto de Debra Nelson, esposa do xerife Scott Nelson. Tex e Tigre salvam a vida do jovem xerife no Deserto Pintado e prometem libertar a mulher… A perseguição os levará ao misterioso Pueblo abandonado de Sombra Verde, local de lendas, espíritos e magia, onde cada um dos atores deste drama encontrará o seu próprio destino.

Por muitos anos, Tex ficou atado às amarras cronológicas e dos mesmos moldes de publicação, até que em 2015 foi lançada na Itália a história “O Herói e A Lenda” (L’eroe e La Leggenda), de Paolo Eleuteri Serpieri, dando início a uma série de graphic novels apelidadas de “Tex D’autore“, onde os autores estão livres para reinventarem o personagem da forma que bem entenderem, e sem precisarem necessariamente se ater à cronologia, podendo voltar ou avançar no tempo conforme suas vontades.

O roteiro de Drama no Deserto é de Mauro Boselli, figurinha carimbada nos quadrinhos Tex que já escreveu diversas histórias para a Sergio Bonelli Editore, também supervisionando tudo que é feito com o ranger. Angelo Stano, o artista desta edição, é famoso por seu trabalho no personagem Dylan Dog.

Na Itália há também um quarto volume publicado, Sfida Nel Montana.

Tex Graphic Novel: Drama no Deserto possui 52 páginas encadernadas em formato 27 x 21 cm, com preço de capa de R$ 29,90.

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O Sombra de Howard Chaykin retorna ao Brasil pela Mythos Editora

Após exatos 30 anos, O Sombra de Howard Chaykin será republicado no Brasil. Chegando às livrarias em um encadernado de luxo lançado pela Mythos Editora, a republicação também irá conter uma história inédita do personagem. Confira os detalhes abaixo!

Sangue e Sentença, a história que fez a carreira de Howard Chaykin, pela primeira vez no Brasil desde 1987, num único e luxuoso volume! Quando os amigos e operativos do Sombra começam a ser brutalmente assassinados, o herói é obrigado a voltar de uma aposentadoria, depois de décadas. Também na edição, em aventura totalmente inédita, o triunfal retorno de Chaykin ao personagem, quase 30 anos depois, na história Meia- Noite em Moscou!

A minissérie foi publicada originalmente no Brasil em 1987 pela editora Abril na revista do Batman, entre os números 2 e 5. Na época a revista compilava histórias do Homem-Morcego, do Questão e a série do Sombra de Howard Chaykin, que assina tanto roteiro quanto arte.

Pela Mythos Editora O Sombra foi publicado em três outros encadernados: O Fogo da Criação, A Revolução e O Sombra/Besouro Verde: Cavaleiros das Trevas. Outro material clássico de Howard Chaykin republicado pela editora foi American Flagg, um dos destaques de 2015.

O Sombra: Grandes Mestres – Howard Chaykin possui 252 páginas encadernadas em capa dura no formato 26 x 17 cm, com preço sugerido de R$ 84,90.

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Vem aí: Pesadelos Terríveis, RPG baseado no universo da HQ Beladona

Baseado na premiada HQ Beladona de Ana Recalde e Denis Mello, Pesadelos Terríveis é um jogo de terror que expande este universo ficcional. Este é um RPG de mesa no qual cria-se coletivamente um conto que flerta com terror, loucura e mistério, e será lançado em breve pela AVEC Editora. Confira os detalhes abaixo.

Pesadelos Terríveis é um jogo de fácil aprendizagem destinado àqueles que não se furtam de seguir em busca do sobrenatural que se espreita em Nosso Mundo ou de Fugir dos perigos criados no Mundo dos Pesadelos. Em entrevista, o autor Jorge Valpaços declara ser fã da história em quadrinhos, e um dos requisitos para a criação do jogo foi a acessibilidade, podendo ser jogado por pessoas inexperientes neste tipo de imersão.

Valpaços é parte do Lampião Game Studio, sendo um dos responsáveis gabaritados por outros jogos como Déloyal e Odú. Para criar Pesadelos Terríveis o autor teve que trabalhar com ideias como suspense, terror e horror, balanceando-os com elementos como ansiedade, dúvida, receio, etc. O nome do jogo surgiu das experiências de Samantha em Beladona, que tinha pesadelos terríveis ao longo da narrativa.

Confira abaixo algumas páginas de preview do livro:

 

A diagramação ficou por conta de Vitor Coelho, com o projeto supervisionado pelo editor Artur Vecchi. A previsão de lançamento é para o final do mês de junho, já podendo ser adquirido em pré-venda na AVEC Store ou na Amazon.

Pesadelos Terríveis: Beladona RPG possui 144 páginas em papel Lux cream 90g, encadernadas com capa cartão no formato 21 x 28 cm, com verniz localizado e preço de capa sugerido R$ 39,90.

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Mythos Editora lança Edição de Ouro do Hellboy

Está chegando às livrarias uma edição especial do Hellboy, a criação máxima de Mike Mignola. Hellboy: Edição de Ouro – Contos Bizarros compila dois volumes lançados há alguns anos pela Mythos Editora, agora em formato de luxo e acabamento gráfico especial. Confira os detalhes abaixo!

Em 1994, Mike Mignola lançou um projeto autoral muito inusitado e visualmente cativante. Mais de duas décadas após, o protagonista e seu criador desfrutam toda sorte de sucesso possível na indústria da cultura popular. Dos quadrinhos, Hellboy e seus então aliados do Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal já migraram para a literatura, cinema, desenhos animados, brinquedos e jogos eletrônicos. No período em que Mignola precisou se afastar para acompanhar a produção do primeiro longa-metragem do Hellboy, sua ausência foi “compensada” com a antologia especial que a Mythos Books agora reedita, pela primeira vez, em um único e sensacional volume. Nas 284 páginas desta luxuosa edição, alguns dos maiores roteiristas e artistas da nona arte exploram o Universo Hellboy em um genial leque de “contos bizarros”, levando o mais surreal dos heróis aonde o próprio Mignola ainda não havia ousado.

Os materiais compilados neste encadernado foram publicados pela primeira vez no Brasil em dois volumes com capa cartão nos anos de 2006 e 2007.

Este especial conta com roteiros de Akira Yoshida, Alex Maleev, Andi Watson, Bob Fingerman, Craig Thompson, Doug Petrie, Eric Powell, Evan Dorkin, Fabian Nicieza, Haden Blackman, J. H. Williams III, Jason Pearson, Jill Thompson, Jim Pascoe, Joe Casey, John Arcudi, John Cassaday, Kev Walker, Kia Asamiya, Mark Ricketts, Matt Hollingsworth, Randy Stradley, Ron Marz, Sara Ryan, Scott Morse, Tom Fassbender, Tom Sniegoski, Tommy Lee Edwards e Will Pfeifer! Arte de Alex Maleev, Andi Watson, Bob Fingerman, Craig Thompson, Don Cameron, Eric Powell, Eric Wight, Evan Dorkin, Gene Colan, J.H. Williams III, Jason Pearson, Jill Thompson, Jim Starlin, John Cassaday, Kev Walker, Kia Asamiya, Ovi Nedelcu, P. Craig Russell, Roger Langridge, Seung Kim, Simon Wilkins, Stefano Raffaele, Steve Lieber, Steve Parkhouse e Tommy Lee Edwards! E mais: 18 páginas com texto de Mike Mignola e arte de Guy Davis!

Hellboy: Edição de Ouro – Contos Bizarros contém 284 páginas encadernadas em capa dura no formato 33,6 x 22 cm, similar ao encadernado Conan: O Libertador. O preço de capa sugerido é R$ 169,90.

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Não era você que eu esperava | Uma história sobre amor e Síndrome de Down

Existem histórias em quadrinhos que emocionam, e outras que emocionam ensinando algo para o leitor. Em sua primeira graphic novel, chamada Não era você que eu esperava, o autor Fabien Toulmé desmistifica e lida com a Síndrome de Down de maneira humana, tocante e muito sincera, com uma verdadeira montanha-russa de emoções.

A grandiosa Editora Nemo, parte do Grupo Editorial Autêntica, possui um catálogo recheado de obras extremamente relevantes para o mercado e principalmente para seus leitores. Pílulas Azuis, de Frederik Peeters, desmitifica os tabus sobre a AIDS. Desconstruindo Una, da artista Una, fala sobre a violência contra a mulher. E com o sincero Não era você que eu esperava, um dos lançamentos de destaque de 2017, a editora mais uma vez acerta ao escolher publicar uma obra, francesa com um pé no Brasil, tão humana e expressiva.

Fabien Toulmé, nascido em Orleans, na França, morava com sua esposa Patrícia em João Pessoa. Brasileira, sua esposa também é mãe de sua primeira filha, Louise, nascida na cidade paraibana. Ao decidirem ter uma segunda criança, que aparentava não necessitar de cuidados especiais durante a gestação, com o nascimento veio à tona uma notícia: Julia, a segunda filha do casal, era trissômica. Popularmente conhecida como a deficiência Síndrome de Down. Já vivendo na França os pais devem aprender sobre a condição de Julia tida como “anormal” por outras pessoas, indo da fúria à rejeição, da aceitação ao amor, e descobrindo se aquela criança não era realmente quem eles esperavam.

O principal adjetivo para esta história é sinceridade. Fabien relata, de forma divertida e preocupada, todos seus medos com relação às possíveis implicações de ter um filho que necessite de atenção especial e que seja diferente de outras crianças. De uma maneira humana, as preocupações e receios tornam-se rapidamente raiva, frustração e profunda tristeza, mergulhando a vida do casal num poço de aprendizado infinito. E sem medo em demonstrar suas falhas e características preconceituosas, como um leigo no assunto, a narrativa (que é autobiográfica) ganha uma camada de realismo que põe o leitor em cheque.

Indignado, como se houvesse levado um fortíssimo soco no estômago, Toulmé deixa clara por muito tempo sua rejeição a sua filha. E quando chega ao estágio da aceitação, você passa a admirar sua coragem por relatar seus sentimentos mais obscuros, através de sua arte com traços simples e cores que ajudam a demonstrar o que o artista sentia em cada período da vida de Julia, que além de possuir a deficiência, também nasceu com uma complicação cardíaca que devia ser tratada ao completar de um ano após o seu nascimento.

O autor narra todo este período delicado dos primeiros anos de Julia de forma muito bem-humorada. Caprichando nas referências, mostrando os acontecimentos mais absurdos e principalmente lidando com a enorme mudança social e psicológica na vida do casal, a história é cheia de passagens engraçadas que proporcionam à leitura uma leveza especial mesmo tratando de algo que, para muitos, é um tabu da sociedade. E ao aprender mais sobre a condição de sua filha, o pai babão também passa muito conhecimento aos leitores ao demonstrar que a famosa trissomia do 21 é algo que, por mais baixas as chances de existir, deve ser tratada sempre com normalidade e respeito.

É impensável o que um pai deve sentir quando posto numa situação tão delicada e inesperada, e esta história lida com isso com maestria. Ao mostrar a perspectiva de outras pessoas, como médicos, parentes e amigos, Fabien torna este diário em quadrinhos do nascimento de sua filha um verdadeiro presente especial.

E através da convivência com Julia, é nítida a sensação de que este pai tornou-se outro tipo de pessoa. Pois Julia podia não ser o que esperava, mas com certeza trouxe a maior felicidade do mundo por ter vindo.

Não era você que eu esperava possui 256 páginas encadernadas em formato 17 x 24 cm, e é um dos fortes candidatos ao topo das listas de melhores lançamentos de 2017. O preço de capa sugerido é R$ 59,80.

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Zarabatana lança O Guia do Pai Sem Noção, novo livro de Guy Delisle

O lançamento da Zarabatana Books para o fim de maio e início de junho é o livro O Guia do Pai Sem Noção, do autor franco-canadense Guy Delisle. Confira os detalhes abaixo.

Já em seu terceiro volume na França, O Guia do Pai Sem Noção traz as divertidas situações vividas pelo autor e seus dois filhos: Louis e Alice. Obra do premiado autor franco-canadense Guy Delisle, de quem a Zarabatana Books já publicou quatro títulos, sucessos de crítica e vendas: Shenzhen – Uma Viagem à China, Pyongyang – Uma Viagem à Coreia do Norte, Crônicas Birmanesas e Crônicas de Jerusalém.

Delisle estudou animação no Sheridan College em Oakville, próximo a Toronto, e trabalhou, então, para o estúdio de animação CinéGroupe, em Montreal. Trabalhou, posteriormente, para diferentes estúdios no Canadá, Alemanha, França, China e Coréia do Norte.

Suas experiências como supervisor em estúdios de animação na Ásia são contadas em dois livros em quadrinhos: Shenzhen, publicado em 2000, no Brasil em 2009, contando sua experiência na China e Pyongyang, publicado em 2003, no Brasil em 2007, narrando suas impressões sobre o regime ditatorial norte-coreano. Publicou em 2009, um terceiro livro: Crônicas Birmanesas, em que narra sua viagem a Myanmar, denunciando o regime ditatorial deste país. Este álbum foi lançado no Brasil pela Zarabatana Books em 2013. Seus trabalhos já foram traduzidos para várias línguas e após a publicação destas obras, não é mais bem-vindo nos três países.

O Guia do Pai Sem Noção possui 192 páginas encadernadas no formato 21 x 14 cm, em capa brochura e preço sugerido R$ 44,00. A tradução é de Claudio Roberto Martini. Encontra-se em pré-venda na Amazon.

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SESI-SP Editora lança novo álbum de Spirou e Fantasio

A série de álbuns clássicos de Spirou e Fantasio da SESI-SP Editora será continuada a partir deste mês. Após um período de hiato, a editora está lançando o 15° volume da série original de Franquin no Spirou, chamado Z de Zorglub. Confira os detalhes e sinopse abaixo.

Zorglub, um cientista maluco e também perigoso, deseja que Champignac se torne seu colaborador. O conde, no entanto, tem outros planos. Spirou e Fantasio embarcam em mais uma aventura para enfrentar Zorglub e acabar com seus projetos mirabolantes.

O álbum, 15° na ordem original, faz parte da fase clássica do Spirou de Franquin, com Greg e Jidéhem. A editora já publicou os seis primeiros álbuns da série, sendo eles: Quatro aventuras de Spirou e Fantasio, Um Feiticeiro em Champignac, Os Chapéus Pretos, Spirou e os herdeiros, O roubo do Marsupilami e O chifre do rinoceronte. A fase de destaque de Franquin no personagem tem início no álbum Spirou e os herdeiros.

Além dos álbuns clássicos de Franquin, a SESI-SP Editora também publica a série Spirou de, onde grandes nomes criam graphic novels com histórias fechadas (ou continuadas) porém modernas, visando públicos diferentes. Entre os álbuns já publicados, estão O Spirou de Émile Bravo: O Diário de Um Ingênuo, e O Spirou de Schwartz & Yann, com os álbuns O Mensageiro Verde-Cinza e A Mulher Leopardo.

Spirou é um personagem que apareceu pela primeira vez em uma revista belga de 21 de abril de 1938. Um jovem aventureiro que trabalhava em um hotel e que, com o passar das edições, ganhou a companhia inseparável do repórter fotográfico Fantasio, desvendando tramas mirabolantes. Os roteiros coesos e os traços do chamado Estilo Atômico – grande rival de “Tintim” de Hergé e da Linha Clara – trouxeram popularidade aos trabalhos, conquistando fãs ao redor do mundo. Os álbuns podem ser lidos fora de ordem, apesar de haver um senso mínimo de cronologia.

Em seu catálogo a SESI-SP Editora possui outras séries europeias, como Gus, Valerian, Valentine, Verões Felizes e a mais recente anunciada Blacksad. Por enquanto é possível adquirir o novo álbum de Spirou somente através da Amazon.

Z de Zorglub possui 64 páginas encadernadas em brochura, com lombada quadrada no formato 29 x 21 cm e preço de capa sugerido R$ 36,00.

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Cultura Japonesa Mangá Pagode Japonês

Inuyashiki | A chocante sociedade japonesa retratada na ficção científica

Hiroya Oku é um autor controverso. Após 13 anos escrevendo e desenhando sua série mais longeva, Gantz, com a criação de Inuyashiki em 2014 o mangaká parece ter encontrado novos ares para sua habilidade primária: criar histórias de ficção-científica com algum valor moral, abordando aspectos da sociedade japonesa moderna através da violência típica de suas obras, com um visual extremamente realístico e cenas chocantes.

Em 1999 Oku lançou sua primeira obra com um pé no sci-fi. Zero One era uma história sobre um torneio de videogame, e o sucesso não foi alcançado como em sua série prévia de comédia romântica, Hen. Apesar do fracasso o autor iniciou em seguida sua mais duradoura e bem-sucedida publicação, Gantz, que rende frutos até hoje e através de uma narrativa louca, violenta e chocante, tornou-se um dos seinen mais marcantes dos quadrinhos japoneses.

Um dos aspectos de Gantz era, no meio da violência, sexo e alienígenas bizarros, tecer críticas à forma de viver dos seres humanos. Abordando a superficialidade do coletivo, preconceito e até mesmo falando sobre o papel da mulher no mundo (da forma mais rasa possível, mas está lá), as camadas mais “profundas” do mangá perdiam-se no meio de robôs gigantes e roupas coladas, com muitos peitos e bundas.

Com o fim da série em 2013, Oku levou um ano para bolar o que, aparentemente, é sua obra mais intelectual, sem deixar perder sua assinatura e estilo que ficaram marcados no universo de Gantz. Inuyashiki veio ao mundo nas páginas da revista Evening japonesa e agora alcança as bancas do Brasil em volumes bimestrais publicados pela editora Panini.

Inuyashiki possui uma premissa semelhante a de Parasyte (Kiseijuu), mangá de Hitoshi Iwaaki publicado no Brasil pela Editora JBC. A história é centrada em Ichiro Inuyashiki, um senhor de 58 anos que aparenta ser muito mais velho. Sua família não dá muita bola pra ele e constantemente o desrespeita, e no meio de sua vida infeliz, Ichiro descobre estar com um câncer terminal. Rodeado em desgraça, o senhor acaba por se envolver em um acontecimento que altera sua perspectiva da realidade: ele é transformado num ciborgue. E daí pra frente, a vida de Inuyashiki muda de forma radical.

Oku parece possuir uma missão com este mangá. Todo o primeiro volume é centrado quase que exclusivamente em criticar os aspectos mais deploráveis da sociedade japonesa moderna, que vão desde a marginalização dos jovens até o desrespeito e falta de empatia pelos mais velhos. Os idosos do Japão são desprezados, ignorados e solitários, enquanto as pessoas mais novas agem de forma egoísta, instável e passional. As críticas sociais, típicas de qualquer boa ficção científica, misturam-se com a vontade de Ichiro ao passar por esta experiência com “seres alienígenas” que mudaram seu corpo: tornar-se uma espécie de justiceiro, um super-herói que faz o bem para a humanidade, agindo onde ninguém mais parece enxergar os problemas.

Obviamente, surge também um possível antagonista que passou por essa “experiência” ao lado de Ichiro e tornou-se um psicopata assassino.

O autor pesa a mão na dramaticidade, algo extremamente necessário para uma história que toca em assuntos tão delicados. O objetivo aqui é chocar o leitor, propor uma reflexão que se aplica também ao nosso dia-a-dia, e tentar expandir a visão de mundo dos leitores, criando paralelos entre a personalidade do leitor com algum dos personagens secundários, cheios de falhas de caráter e vivendo suas vidas das formas mais comuns e desprezíveis.

A semelhança com Parasyte é traçada no modo em que a trama é abordada. De forma similar, os protagonistas passam por um de contato alienígena que os torna super poderosos, e tentam agir para o bem da sociedade. Da mesma forma, outra pessoa (no caso da obra de Iwaaki, outras) passa pela mesma mudança, e vai para o lado oposto. E no meio disso, as questões sociais, políticas e reflexivas são abordadas, com choques culturais e um texto sofisticado em ambos os casos.

Deixando de lado o principal atrativo, que é sua temática, Inuyashiki também é um mangá lindamente ilustrado. Oku-sensei refinou seu traço ao longo dos treze anos de Gantz, tornando-o ainda mais realístico, bem detalhado e fluido, com uma movimentação única que poucos profissionais conseguem retratar com clareza. A beleza da arte também contribui para a imersão, visto que este mundo é extremamente similar ao nosso, facilitando o reconhecimento e potencializando a mensagem que deve ser passada.

O mangaká também brinca com a metalinguagem, inserindo outros mangás na narrativa, tornando este mundo teoricamente fictício algo verdadeiramente inserido na realidade, um perfeito retrato do nosso mundo quando somado ao seu já citado belíssimo traço.

E apesar da narrativa mais calma, com capítulos cadenciados de forma bem amena, rapidamente o passar das páginas torna-se algo frenético, com ação e cenas marcantes, misturando emoção e repulsa pelos acontecimentos. Este desenrolar é típico dos mangás de Oku-sensei, que deixam o leitor empolgado e curioso para saber o que acontecerá em seguida. E ao contrário de Gantz, aqui ele não deve se perder na aventura, já que o final da obra está programado para setembro, quando o décimo e último volume da série será lançado no Japão.

Inuyashiki é tudo de bom que o gênero da ficção científica tem a oferecer. Apesar do currículo estranho de seu autor (ele mesmo brinca com isso), a obra parece vir para acrescentar algo ao mercado, unindo-se aos outros ótimos mangás com premissas mais reflexivas, como Assassination Classroom – que é uma crítica ao sistema de ensino – e Arakawa Under The Bridge, que fala sobre a aceitação do diferente na comunidade.

E sendo outro ótimo candidato ao posto de melhor mangá do ano, a obra de Hiroya Oku também acrescenta qualidade ao mercado, que passa atualmente por um belíssimo momento onde verdadeiros clássicos e novos-clássicos enchem as prateleiras de bancas e livrarias de todo o Brasil. A edição também conta com um belo glossário em suas páginas finais, que explica as referências e termos utilizados ao longo das 204 páginas do primeiro volume, que assim como a edição japonesa, possui um efeito holográfico especial em sua capa. Um capricho editorial respeitável, que faz valer cada centavo dos R$ 13,90 cobrados.

Recentemente o estúdio MAPPA anunciou que adaptará a obra para um anime, além de haver um filme live-action programado para 2018.

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Entretenimento

SESI-SP Editora promove evento de lançamento de Jardim Atlântico

O recém-anunciado Jardim Atlântico, do artista Flávio Capi, é o próximo lançamento da SESI-SP Editora. Jardim Atlântico é um “cine-livro” situado no futuro, e o lançamento da obra será em São Paulo no dia 30/05.

O evento de lançamento será realizado nesta terça-feira, 30/05, às 19h, no Bar Pé de Manga na Rua Arapiraca, 152 Vila Madalena, São Paulo.

Sinopse: Ano de 2082. Meu nome é Jardim Atlântico. Sou um pequeno espaço de preservação ecocultural em uma área litorânea ultra-urbana e vivo constrangido entre grandes construções. Em meu ambiente crianças se perdem voluntariamente em busca de aventura, outras passam a tarde com brinquedos antigos, jovens mergulham atrás do peixe magnético e famílias desconhecidas transformam suas diferenças em amizade. Ao final de cada dia os portões se fecham e um funcionário me observa com saudade. Saudade de um mundo que já foi, quando seus antepassados viviam da pesca e do artesanato. Estas histórias, contadas no formato cine-livro, possuem várias camadas de entendimento. A harmonia das cores retrata uma supernatureza e a ação está implícita no silêncio da ausência de palavras.

Flávio Capi se surpreendeu na infância quando marcando centenas de pontinhos numa folha de papel criou algo que parecia com uma superfície. De lá pra cá essa paisagem virtual vem se desenvolvendo em paralelo com sua realidade de professor, pai e profissional do desenho.

Ilustrou os livros “Cadeira de Balanço”, de Vanessa Campos Rocha (Editora Hedra, prêmio PNBE 2009), “A Botija”, de Clotilde Tavarez (Editora 34, prêmio PNBE 2010) e “O Menino que Perdia as Palavras”, de Laércio Furquim, (Editora Bamboozinho, selecionado pelo Governo de Minas Gerais em programa de distribuição gratuita). É autor da narrativa visual “Melhor Amigo” em parceria com Gabi Mariano (Editora 34) e agora desse “cine-livro” Jardim Atlântico que tem o prazer de publicar com o apoio de SESI-SP Editora.

Confira essa experiência literária.

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Mythos republicará A Origem de Zagor em Edição Especial colorida

No mês de junho os fãs de Zagor no Brasil poderão reler a história de origem do personagem, que marcou sua estreia nas bancas brasileiras na década de 70. Em uma Edição Especial em Cores, chegará A Origem de Zagor, um compilado essencial para a coleção dos fãs e uma perfeita porta de entrada para o universo do Rei de Darkwood publicado pela Mythos Editora.

Zagor conta a Chico a triste história de seu passado, desde quando ele era menino e morava com o pai e a mãe numa cabana às margens do rio Clear Water e, num dia terrível, os Wilding foram atacados e mortos pelos índios abenakis, liderados por um branco, Salomon Kinsky. Jurando vingança, o futuro Rei de Darkwood não conseguia aplacar a sua sede de vingança, até que um dia se viu frente a frente com Kinsky, e esse encontro mudaria para sempre a sua vida.

Via: Tex Willer Blog

A história já foi publicada no Brasil em duas ocasiões, uma em 1978 pela Editora Vecchi e outra em 1989 pela Record. Em ambas as vezes a história foi lançada em preto e branco, tornando a edição especial da Mythos a primeira vez que este histórico arco é lançado em cores por aqui, dando início a uma possível nova coleção.

O material original italiano é composto pelas histórias “A origem de Zagor” (edição 55), “O Rei de Darkwood” (edição 56) e “A Lenda de Wandering Fitzy” (sétimo especial). O texto é de Guido NolittaMoreno Burattini e Maurizio Colombo, e a arte de Gallieno Ferri, que também assina a capa do especial.

A previsão de lançamento nas bancas é para o dia 28 de junho. Zagor Especial em Cores: A Origem de Zagor possui 168 páginas encadernadas no típico formatinho dos fumettis da editora.