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Torre Entrevista – Alexey Pajitnov

Conforme visto em matérias anteriores, a Torre de Vigilância tradicionalmente cobre a Brasil Game Show há muitos anos. Apesar de vários textos, testes de jogos, fotos de Cosplay etc., nunca havíamos entrevistado um convidado internacional da maior feira de videogames da América Latina. Porém, em 2023 a escrita foi quebrada: pela primeira vez conseguimos uma conversa exclusiva com um ilustre convidado, e foi justamente com o russo Alexey Pajitnov, engenheiro de computação criador de Tetris, um dos jogos mais populares de todos os tempos.

Quase 40 anos após a criação que mudou para sempre a vida do Moscovita de 68 anos e do mercado de jogos eletrônicos em geral, Alexey nos conta sobre de suas impressões sobre o Brasil, os segredos de Tetris e ideias para novas conquistas dessa marca tão icônica não só nos games, mas na cultura popular. Confira!

Bem, Alexey: antes de tudo, muito obrigado por aceitar conversar conosco. Como você está aproveitando sua estadia no Brasil? Tem planos para visitar outras cidades?

Sim, muito obrigado a você por vir e fazer esta entrevista. É minha primeira vez no Brasil e estou muito contente por estar aqui. Infelizmente, ainda não consegui ver muita coisa pois estive muito ocupado com a Brasil Game Show, porque me querem por aqui a todo momento, mas estou com expectativas de também visitar o Rio [de Janeiro] por alguns alguns dias e aproveitar o que o Brasil tem a oferecer.

Existe uma situação muito interessante a respeito de Tetris: várias franquias de jogos deixam seu público saturado por isso acabam entrando em hiato, como Tony Hawk’s Pro Skater e Guitar Hero. Por que você acha que Tetris sobreviveu de forma ininterrupta por gerações?

Bem… esse é um grande mistério e eu não tenho uma resposta precisa para dar a você. A primeira coisa é que basicamente as outras propriedades estão relacionadas à técnicas modernas, hardware e coisas do gênero. Tetris tem como base elementos mais simples e pode rodar em qualquer plataforma ou sistema. É algo muito universal e por isso mesmo o torna muito popular. Outra coisa é que [Tetris] mexe muito com o nosso cérebro, o hardware muda com frequência e por isso temos que a toda hora mudar nosso raciocínio, isso é uma grande qualidade para um jogo manter-se popular por tanto tempo. Mais um elemento é seu conteúdo deveras abstrato: não é igual outros gêneros como, por exemplo, jogos de Terror, que têm força em seu nicho específico, mas que representa somente uma parcela de uma audiência total. Já Tetris é destinado à todos, especialmente ao público feminino, o que é bem importante.

É mesmo?

Sim, nos primeiros anos da indústria dos videogames a audiência por gênero girava em torno de 95% homens e 5% mulheres; Para Tetris, nosso publico era 55% homens e 45% mulheres. É um baita de um feito. Existem outros fatores [para usar como resposta], mas vamos ficar somente nesses.

Desde 2010 existe o Campeonato Mundial de Tetris, competição disputada a versão do Nintendo Entertainment System (NES), e você já esteve envolvido com o Torneio, inclusive com aparições virtuais…

Exato, eu já entreguei o troféu ao campeão!

Ah, ao Jonas Neubauer! Além do Jonas, tivemos outros vencedores, como Joseph Saelee e Michael Artiaga, o atual Campeão. Como você vê hoje os E-Sports? Você imaginava que hoje Tetris estaria nesse mesmo meio?

Sim, era um projeto em curso há muito tempo. Tetris é um jogo muito apropriado para estar no muito do E-Sport: é muito popular, tem uma marca forte, pessoas o reconhecem instantaneamente, é muito viciante e o público ama jogar. Basicamente é isso e tivemos experiências maravilhosas com as edições do torneio até agora. Bom, não temos muita variação do jogo, mas vou dizer qual é o segredo na minha opinião de tudo isso: o jogo acaba requerendo todos os seus recursos, toda a sua atenção, concentração e velocidade. Logo, quando jogado em modo multiplayer você não tem como ficar acompanhando o jogo do seu oponente, então cada jogador acaba focando em sua própria partida. Diferente de outros jogos em grupo, não há como você fazer uma estratégia de jogada que desfavoreça ou atrapalhe o adversário, prever o movimento do outro, alternar em ataque e defesa ou situações assim, muito presente na dinâmica do modo multiplayer. Quando chegarmos a um recurso em Tetris para que um jogador possa influenciar a jogada do rival, acho que estaremos por completo no mundo do E-Sport. Mas o primeiro passo foi dado, estamos conquistando mais público e temos a atenção de uma audiência expressiva. Hoje em dia é difícil manter a atenção de alguém por mais de 30 segundos, e a equipe do Campeonato Mundial de Tetris está fazendo um grande trabalho nesse sentido de conquistar e prender a atenção do público.

Tetris hoje faz parte de maneira expressiva de nossa cultura popular. Temos trailers amadores envolvendo Tetris, o jogo batizou uma condição clínica chamada O Efeito Tetris. Como você vê essas adaptações de Tetris fora do mundo dos jogos? Você já assistiu a alguma dessas produções feitas por fãs?

Além disso, existe o filme oficial do Tetris. Você conhece?

Sim, e além desse existem os caseiros, uns deles bem curiosos e engraçados…

Ah, mas esses são coisa menor. A produção original tem mais força. Mas, sim: é parte da nossa cultura e estou muito lisonjeado e existem situações nem divertidas como, por exemplo, existe o verbo Tetris em inglês, que significa arrumar de forma eficiente peças de algum produto em um espaço limitado. Está de fato em nossa cultura e acho que há nada de errado a respeito disso.

Antes tínhamos a dependência de jogar em consoles, sejam eles para a TV ou portáteis. Hoje podemos jogar Tetris até online. Como você vê a modernização da sua criação? Além disso, em contrapartida dos jogos longos e de mundo aberto como Grand Theft Auto, Tetris continua sendo um jogo de partidas predominantemente curtas…

Acho que é perfeito, pois temos uma indústria muito rica! Temos vários gêneros de jogos e todos são igualmente valiosos. É perfeitamente viável termos jogos mais divertidos e curtos e outros mais longos e densos. Faz parte da natureza da indústria e do seu desenvolvimento e na minha opinião, que pode ser considerada bem forte, videogames são a melhor forma de entretenimento, porque mantêm o espectador ativo no assunto. Não é igual assistir à televisão por horas e não poder interagir [com o programa transmitido], mas sim ter a chance de participar e também de praticar. Por isso, todos os gêneros dentro do mundo dos videogames são legítimos e bem-vindos.

Portanto, Tetris pelo visto ainda viver por muito tempo. Muito obrigado pela entrevista!

Muito obrigado pela oportunidade!

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Para mais informações sobre a Brasil Game Show 2023 e o mundo dos games em geral, fique ligado aqui na Torre de Vigilância!

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Literatura Quadrinhos

Noite na Taverna, nova adaptação literária de Marcel Bartholo

Uma grande adaptação, da obra Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo, pelas mãos do quadrinista Marcel Bartholo. Esta não foi sua primeira experiência em adaptações da literatura clássica brasileira para o mundo dos gibis, tendo feito um trabalho recente com a adaptação de A vida Eterna de Machado de Assis.

Essa nova metodologia que está sendo lançada pela editora Ateliê – Arte com leitura é uma forma de atrair a atenção dos jovens para o melhor da nossa literatura em um formato mais agradável, misturando entretenimento e conhecimento. A editora ainda classifica suas obras por idade e seu estilo (Pré-leitor, iniciante, fluente e crítico), facilitando o acesso ao público alvo ao qual é destinada, o infanto-juvenil.

Noite na Taverna foi publicada originalmente em 1885, 3 anos após a morte de Álvares de Azevedo. Essa adaptação é um romance gótico, com traços românticos e de horror, capaz de despertar grande interesse aos fãs do estilo.

O quadrinho narra a história dos amigos Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius, Arthur e Johann, que se encontram na taverna para compartilhar suas experiências com o sobrenatural em histórias de terror e mistério. No decorrer das bebidas, risadas e contos, situações estranhas começam a aparecer, deixando uma tensão no ar, com direito a um vilão misterioso.

Cada história é narrada em forma de conto, cada qual revivendo a experiência de um dos amigos, envolvendo suspense, morte, obscurantismo e sobrenatural. Passando para o leitor os sentimentos de tédio, angústia, melancolia e tristeza que envolvem os personagens, tudo isso recheado das mais belas ilustrações de Marcel Bartholo.

Você pode conhecer mais desse e outros trabalhos acessando o site da editora, o Ateliê da Escrita. Vale muito a pena conhecer mais esse quadrinho nacional!

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Quadrinhos

Conheça os Detalhes da Coleção Histórica Marvel, que começou a ser publicada pela Panini

A Editora Panini já começou a venda da sua série Coleção Histórica Marvel, onde podemos conhecer as aventuras originais dos personagens da Casa das Ideias em suas primeiras aventuras, lá pelos idos de 1963. Ou seja, muito artista histórico como Jack Kirby, Steve Ditko, Stan Lee e etc dando os primeiros passos com os heróis que se tornariam ícones da cultura pop mundial.

A publicação de Coleção Histórica Marvel será de forma quinzenal e alternará os personagens. Ou seja, uma edição terá o Homem-Aranha, na outra terá o Quarteto Fantástico, depois os Vingadores e assim vai. Até que volte a ser o Homem-Aranha novamente. A sequência inicial é Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, X-Men, Vingadores, Hulk e Demolidor.

 

Não se sabe quantas edições cada personagem aproximadamente terá. E nem quantas edições a Coleção Histórica Marvel terá, tudo dependerá das vendas, claro. Na Europa, por exemplo, essa linha já tem dezenas de volumes publicados. Na Itália já se encontra no Número 214 atualmente.

O mais legal é que não necessariamente o leitor precisa pegar todas as edições. Se por exemplo ele quiser ter somente a coleção do Homem-Aranha, é só comprar as edições do Cabeça de Teia e esperar até chegar a vez dele ser publicado novamente na coleção.

Coleção Histórica Marvel tem mais de cem páginas por edição (algumas chegam a 160 páginas), capa cartão e pode ser encontrado no site da Panini ou então nos links abaixo.

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Música

”Bandas como Duran Duran, Pet Shop Boys e Wham! são eficientes em alguns aspectos da saúde”, diz estudo

Caso você seja aquela pessoa, como eu, que não dispensa uma playlist de hits dos anos 80, tenho uma excelente notícia sobre como estes clássicos podem influenciar positivamente na saúde mental de quem ouve.

Com informações do site Mundo Livre FM, a pesquisa foi realizada pela Vera Clinic e constatou que bandas como Duran Duran, Pet Shop Boys e Wham! são bastante eficientes em alguns aspectos da saúde por sua nostalgia positiva.

Músicas pop da década de 1980 ajudam a diminuir a frequência cardíaca, pressão arterial e ansiedade.

Foram 1.540 voluntários entre 18 e 65 anos que ouviram uma playlist criada no Spotify com músicas dos seguintes gêneros: pop, jazz, heavy metal, R&B e etc… Aparelhos de frequência cardíaca e pressão arterial foram utilizados durante o processo.

Maior redução de ansiedade (diminuição de 36% na frequência cardíaca) e 96% dos voluntários relataram uma queda na pressão arterial foram notados em quem ouviu músicas pop.

As canções de heavy metal ficaram em segundo lugar na redução da ansiedade com 89% dos participantes anunciando uma redução de 18% na pressão arterial e na frequência cardíaca.

Ömer Avlanmis, diretor da Vera Clinic, falou sobre o estudo.

“Hits dos anos 80 parecem trazer com eles uma nostalgia positiva e a sua sonoridade festiva ajuda a induzir a liberação de endorfinas e serotonina no cérebro, aumentando os sentimentos de felicidade e calma. Já as músicas do heavy metal, entretanto, podem ajudar os ouvintes a processar seus sentimentos e, como resultado, levar a um maior bem-estar.”

O gênero techno foi menos eficaz na diminuição da ansiedade.

O objetivo do estudo de uma clínica sobre transplante capilar era entender como a música pode reduzir o estresse e a queda de cabelos.

Conclusão: Está esperando o quê para começar a montar sua playlist com clássicos dos anos 80?

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Quadrinhos

Panini Começa a Pré-Venda de Superman Antologia

Já começou a pré-venda de Superman Antologia, a série de luxo com histórias marcantes do maior super-herói de todos. Depois de uma leva de diversos personagens da Marvel e pela DC Comics, com Batman e Mulher-Maravilha.

Superman Antologia refaz muitas fases do Homem de Aço, desde a primeira aparição, em 1938, até sua recriação em 2012. As histórias apresentam todas as facetas da trajetória do herói, da mais fantástica a mais humana. Obras produzidas por nomes como Jerry Siegel e Joe Shuster, criadores do herói, além de John Byrne, Frank Miller, Grant Morrison, Alex Ross, Curt Swan, Denny O’Neil, Grant Morrison e Rags Morales, dentre outros.

Além da já citada a origem, temos a primeira aparição do Brainiac, o retorno à Krypton, a morte do Superman na Era de Prata, as reformulações de Lex Luthor e Brainiac, o início da década de 1980, a origem do grupo Elite, provocando em embate moral com seu modo de combate ao crime, a fase Novos 52 e muito mais.

A clássica história Precisa haver um Superman? de 1972, também será republicada. Nela o escritor Elliot S. Maggin analisa a importância e influência do personagem em um contexto em que o coloca sendo julgado pelos Guardiões do Universo, que acusam o Homem de Aço de prejudicar o desenvolvimento natural da humanidade.

Superman Antologia tem formato 17 X 26 cm, 384 páginas, capa dura e o valor de R$ 139,90.

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Literatura

Sugestão Literária | Americanos, Franceses e Russos

Americanos, Franceses e Russos foram escolhidos pela editora Hedra para compor coletâneas de contos e romances, organizadas pelo poeta Luis Dolhnikoff. Ilustres nomes da literatura como Voltaire e Dostoiévki, que continuam a influenciar a escrita e o pensamento do homem moderno, participam dos três volumes que reúnem mais de 2000 páginas.

Para alguns podem parecer genérico tais volumes,  uma vez que toda uma ‘’literatura não cabe em um volume’’. Contudo, essa coletânea é ótima para futuros leitores que nunca se enveredaram nesses ramos literários.

BOOKS

Em Os Franceses o iluminismo francês, o realismo de Balzac, Proust e dentre outros, marcam presença. Enquanto em Os Americanos as histórias de horror de Edgar Allan Poe, contos policiais e suspense, além do conto de Scott Fitzgerald que deu origem ao filme ‘O curioso caso de Benjamin Button’. No volume Os Russos é implacável a exploração da alma humana apenas em saber que Dostoiévki se encontra no índice, Púchkin um dos maiores nomes da poesia russa, Tolstoi exaltado pelo magmático romance Guerra e Paz, tanto em volumes quanto qualidade, é representado pelos contos de Sebastopol.

Outros escritores como Melville, Twain, Rousseau e outros, estão incluídos. Os preços podem pesar um pouco, mas vale o investimento por causa da economia que se faz ao invés de comprar os contos separadamente. Espero que gostem das sugestões, tenham uma ótima leitura.