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Grandes Astros Superman: “Ele foi apenas consertar o Sol.”

Começa com uma expedição ao Sol, termina com um herói indo em direção a ele. Grandes Astros Superman é um ciclo finito. É como se o personagem não fosse mais publicado e você pudesse escolher qual seria o final definitivo para a história do Superman. Incontestavelmente é esse. Escrito por Grant Morrison, a minissérie de 12 edições, busca tornar os absurdos da Era de Prata palpáveis para os novos leitores, ao mesmo tempo em que introduz uma dose muito bem-vinda de nostalgia.

“É irônico a fonte dos meus poderes me matar, quando nada no universo jamais conseguiu.”

Cientistas do Projeto DNA fazem uma viagem ao Sol, contudo, a situação se torna perigosa e o Superman deve intervir. Após seu retorno à Terra, ele não apenas ganha novos poderes, como também descobre que está a beira da morte, graças ao seu contato com o Grande Astro. Antes de chegar ao fim, o herói precisa completar 12 desafios lendários e descobrir como deixar seu legado em nosso planeta.

“Minha última aventura está prestes a começar. Superman desligando.”

Planeta Condenado. Cientistas em Desespero. Última Esperança. Casal Bondoso.

Morrison realmente sabe como fazer uma despedida. Ao longo das edições, o roteirista não apenas revisita o absurdo da Era de Prata ou o elenco de apoio do personagem. Um grande exemplo, é a morte de Jonathan Kent. É um dos acontecimentos os quais gostaríamos de evitar nas páginas, mas é necessário. Afinal, a tragédia molda o herói e sem isso, Clark não deixaria Smallville. Ele usa tudo isso para moldar as características do que tornam o Superman, o próprio. É sem dúvidas, a versão definitiva do personagem. Extremamente poderoso, inteligente e tendo noção de tudo isso, o Homem de Aço por Morrison é diferente. Ele não é extremamente confiante, ou autoritário. Ele é o significado de calmaria e serenidade.

A arte de Frank Quitely complementa o herói definitivo. Seus traços evidenciam linhas de expressões faciais, tornando a história ainda mais humana. Seu Superman não é musculoso, é apenas grande e forte. Seus desenhos são charmosos e extremamente detalhistas, principalmente com tecidos. O seu design para o personagem também é ideal. A capa sob os ombros não se estendendo até o chão é simples e reforça a mensagem. Enquanto seu Clark Kent, é um cara grande. A mudança de postura é tão impressionante quanto a de Christopher Reeve no filme de Richard Donner.

 

É realmente impressionante como o roteiro de Morrison costura o passado e o futuro através de ações dos personagens no tempo presente. Isso cria, como já dito anteriormente, um ciclo de vida e morte para o personagem. Com a ideia de terminar a história por onde ela começou, o roteirista cria a maior história do personagem. A acessibilidade aos antigos leitores e aos novos, é basicamente a mesma. Além disso, os absurdos da Era de Prata estão em abundância aqui. Eles soam bregas, mas nunca antiquados, há um senso de modernização aqui. Quedas de braço por donzelas, robôs gigantes e Jimmy Olsen como Apocalipse. Temos tudo isso aqui e até mais. Com certeza, soaria ridículo nas mãos de qualquer outro roteirista. Nas mãos de Morrison, soa contemporâneo e extraordinário.

Grandes Astros Superman também traz coadjuvantes brilhantes os quais refletem diretamente em algum ponto da personalidade do herói. As edições 7 e 8 levam o Superman ao Mundo Bizarro, onde ele conhece Zibarro. Diferente dos habitantes daquele planeta, ele é inteligente. Ele se sente sozinho naquele lugar, como Superman já deve ter se sentido solitário alguma vez na vida por ser maior do que todos nós. Isso é um aspecto muito interessante do roteiro.

 

“Eu te amo, Lois Lane. Até o fim dos tempos.” 

Sendo não apenas uma despedida aos leitores, Grandes Astros Superman também é uma despedida do herói às pessoas amadas por ele. Para ser mais claro, uma despedida à Lois Lane, o amor de sua vida. A Lois de Morrison é a versão definitiva da personagem: Irônica, esperta e destemida. Sua crença é de que Superman sempre ganhará todas as batalhas. Metalinguisticamente, ela assume o papel do leitor da narrativa.

Todos sabemos o que iremos encontrar em uma revista do Homem de Aço: O bem versus o mal. Sabemos o fim de todas as histórias, pois ele sempre encontra um jeito. É uma constante a qual não pode ser quebrada graças à indústria das HQ’s. Então o que resta a fazer se acreditamos que ele sempre encontrará um jeito? Ser como ele. A história se torna ainda mais imersiva quando ela ganha os poderes do herói. É completamente relacionável. Alguém normal com os poderes de um deus, mas Lois é o lado puro da utilização desses poderes. E o que há de impuro em habilidades extraordinárias?

 

“Como você se sentiria se alguém ficasse em seu caminho toda vez?”
Grandes Astros Superman traz a melhor versão de Lex Luthor. Um gênio do crime o qual finalmente conseguiu alcançar seu objetivo: Matá-lo. Luthor também faz parte do absurdismo moderno. Ele é extremamente exagerado e com uma personalidade construída por inúmeros trejeitos e sorrisos diabólicos. A motivação dada ao vilão é tão simples mas tão eficiente. Superman está em seu caminho. Ele se vê como uma vítima. Alguém justificando suas más ações por causa da interferências de um ser poderoso. Dito isso, a relação protagonista e antagonista, nunca foi tão forte como nesse quadrinho a qual justifica porque ele é o maior vilão do herói. Luthor é um psicopata e não há margens para outras interpretações.

 

A cartada final está no momento em que o careca finalmente entende como o Superman enxerga a todos. “Apenas nós, aqui dentro, juntos. E somos tudo o que temos.”Superman precisou entender a raça humana e tomar cuidado aonde pisava. Nós nunca precisamos entender um deus. Ele é o que é e pronto. Nesse momento, Luthor se arrepende por alguns segundos, de todo o mal causado por ele ao Homem do Amanhã. Mas é muito tarde. É o final perfeito para uma luta de 80 anos.

 

INTERMINÁVEL

Se eu pudesse escolher uma edição para sintetizar o que Grandes Astros Superman representa, seria a décima. Superman escreve seu testamento enquanto pratica o máximo de bem possível enquanto houver um sopro de vida em seu corpo. Ele cria vida, um planeta sem o Superman, onde o mundo o verá apenas como um conceito. A última página traz um homem fazendo alguns rascunhos e declarando: “Isso vai mudar tudo.” Fica clara a linda homenagem aos criadores do Homem de Aço: Jerry Siegel e Joe Shuster.

Mas esse é não o único motivo pelo qual essa edição se destaca como a mais emblemática. Esse quadrinho salvou vidas. Em uma cena composta por 5 quadros, Superman impede uma garota de cometer suicídio. É provavelmente, um dos momentos mais poderosos, inspiradores e poéticos de todos. Muitas pessoas decidiram viver após lerem essa cena e ligaram para Morrison agradecendo. É um exemplo de como quadrinhos transcendem as páginas, como essas histórias sobre seres fantasiados são capazes de tocar a alma e nos fazer enxergar o mundo sob outro olhar. Um olhar mais positivo.

CLÁSSICO MODERNO

Grandes Astros Superman #10 salvou vidas
Interminável é o nome do capítulo, assim como o Superman. Grandes Astros Superman é a obra mais completa do personagem, não apenas celebrando sua riquíssima e extraordinária mitologia. Mas também, celebrando seu legado e mostrando o porquê de ser um dos maiores ícones da cultura pop. Grant Morrison e Frank Quitely criaram a mais poética, triste e extraordinária história do herói de todos os tempos. Ao final, você será injetado com tanta esperança e se recusará a acreditar no trágico acontecimento. Assim como Lois Lane você gostará de acreditar que ele foi apenas consertar o Sol.

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Kobane Calling | Um pequeno e importante retrato da Guerra da Síria

Na última sexta-feira, dia 13/04 (que dia hein?), depois de saber que forças combinadas entre Estados Unidos, França e Reino Unido atacaram a Síria, lembrei da Graphic Novel Kobane Calling – ou Como Fui Parar No Meio da Guerra da Síria. Para quem não conhece, a publicação é um relato real do conceituado quadrinhista italiano Zerocalcare, que foi como enviado por um jornal italiano, atravessando os confins da Turquia, do Iraque e do Curdistão Sírio até chegar à cidade de Kobani. Nesse lugar, o autor, encontrou um exercito de mulheres curdas, que luta contra o avanço do Estado Islâmico.

Kobane Calling é uma reportagem em forma de quadrinhos que apresenta um testemunho incrível e ao mesmo tempo perturbador sobre as complexidades e contradições de uma guerra que a mídia internacional, em algumas ocasiões, trata com um conteúdo raso de discursos políticos. Na batida que aborda um tema seríssimo de cunho mundial, com teor dramático, Zerocalcade, tem sacadas bem humoradas e até mesmo sarcásticas sobre o que viu e presenciou

No começo, Zerocalcare e alguns amigos, em 2014, foram como voluntários para levar alguns equipamentos para os Curdos Na sua primeira viagem ele vai até a cidade de Mehser na Turquia pertinho da cidade de Kobani fronteira com a Síria. Nessa época, a cidade, estava rodeada pelo Estado Islâmico, que só foi expulso do lugar em janeiro de 2015. Transformando Kobani uma referência pela sua resistência. Em julho do mesmo ano, o Estado Islâmico voltou a atacar, depois de quatro dias, com 233 civis mortos e dezenas de combatentes de ambos os lados, os Curdos os expulsaram novamente.

Durante a sua experiência, o autor, se depara com diversos conflitos religiosos, étnicos e políticos, que mesmo sendo assuntos pesados e de diversas nuances históricas, a abordagem é bem leve e bem humorada. A HQ é narrada em primeira pessoa com traços cartunescos contribuindo para um tom cômico e ácido mas sem perder a elegância. Como por exemplo as simbologias usadas ao longo da leitura. Mas a reportagem em quadrinhos, funciona muito bem como um retrato sincero e forte da Guerra na Síria. Entre os diversos personagens que aparecem, eu destacaria as mulheres curdas da milícia YPJ, que tem um papel importante em um conflito pesado como esse, em uma luta ferrenha contra a crueldade do Estado Islâmico, esbanjam força e determinação.

Cidade de Kobane (2015)

Kobane Calling é uma leitura essencial para podermos refletir sobre o mundo, mas não te fala tudo o que você deve saber sobre esse conflito, ela apresenta apenas uma ponta do iceberg, aliás, essa nem é a proposta da graphic novel. Mas desperta no leitor a vontade de aprender mais. De ter um conhecimento que vai além do que lemos em redes sociais. Ela faz crescer o respeito pelas pessoas que, independente de decisões de líderes políticos, estão no meio da zona de guerra.

Kobane Calling – ou Como eu Fui Parar no Meio da Guerra da Síria, foi publicado pela Editora Nemo aqui no Brasil no ano passado, tem formato 23,8 x 17,2, 272 páginas e se encontra à venda em livrarias e sites especializados.

 

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Torre opina | Os 10 melhores filmes da Marvel Studios

Dando sequência ao especial de 10 anos ao Universo Cinematográfico Marvel, inicio esta humilde matéria mostrando a lista realizada entre a equipe do Torre de Vigilância sobre seus filmes prediletos. Tá esperando o quê para descer a barra de rolagem do seu mouse?

Homem de Ferro  

”Homem de Ferro foi o pilar de toda a construção do universo cinematográfico da Marvel. Além de nos presentear com a fantástica e histórica atuação de Robert Downey Jr., o filme apresentou uma trama política cercada por um mix de seriedade e humor – que logo seria adotado como a fórmula do todo – e pela direção precisa de Jon Favreau. Um dos maiores filmes de super-heróis já produzido, introduzindo o melhor personagem entregue pela Marvel Studios até hoje.” (Thiago)

Capitão América: O Primeiro Vingador

”Naquela época, ninguém pensava no que ia se tornar o MCU. Era só mais um filme de super-herói com o cara que era o Tocha Humana, e isso não fazia sentido na minha cabeça. Mas era um dos heróis que eu mais gostava! Tipo, era o Capitão o símbolo de tudo que é justo e tal. Eu ia assistir a história dele e eu tinha lido uns dias antes um gibi sobre o personagem. Minha cabeça começou a trabalhar freneticamente durante o filme, pensando no que tinha lido e imaginando o que ia acontecer no longa. Do nada, me vi mergulhado e comprei a amizade dele com os soldados e com o Bucky. Eu me senti parte do esquadrão do Capitão. Quando o filme acabou, eu fiquei triste porque não sabia o futuro. Não sabia o universo que tava sendo formado ali e imaginei que nunca mais veria o Capitão na telona! Comecei a comprar vários gibis para suprir o vazio que ficou. Quando soube sobre os planos da Marvel, fiquei bem feliz e até hoje acompanho o MCU por causa do primeiro filme do Caps. Antes dele, não tinha parado para assistir os outros que já tinham sido lançados.” (Luan)

 

Vingadores

”Hoje, quando estamos, finalmente, às vésperas do maior clímax de todo o MCU com a estreia de Guerra Infinita e o confronto (finalmente) contra Thanos, ficamos eufóricos e sedentos para assistir e superar as nossas expectativas. Mas pouca gente comenta (ou se lembra) que já passamos por isso lá no passado. Quando a Marvel Studios preparou o terreno para Os Vingadores. E o filme quando chegou foi tudo aquilo que esperávamos. Todos os personagens participam bem, tem o tempo de tela perfeito, temos (finalmente) o MELHOR Hulk dos cinemas e uma batalha final digna de um blockbuster.

Ouso dizer que Vingadores atingiu não somente o público que curtia os gibis, mas foi abraçado por quem nunca pegou um material da nona arte para digerir. Lembro de amigos falando: “Eu vi o filme e ele é foda! Lembrei de você!”. É um filme que atingiu os dois nichos e atingiu bem. É filme pipoca? Sim. É o Velozes e Furiosos da Marvel! É para o grande público? Sim! Mas como não se emocionar com a briga do Hulk x Thor (melhor do que qualquer Ragnarok), ou os feixes de lasers do Homem de Ferro expelindo no escudo do Capitão e atingindo os inimigos? Mais quadrinhos do que tudo que já tinha aparecido no MCU.

Vingadores não é o melhor filme da Marvel, Soldado Invernal ainda é o melhor de todos, mas era o que esperávamos desde o começo de Homem de Ferro 1. E chegou muito bem. E que venha Guerra Infinita!” (Ricardo)

Capitão América: Soldado Invernal

De longe, o meu favorito da Marvel devido ao seu tom sério e coreografias de lutas sensacionais. O impacto que o mesmo teve no seu Universo Compartilhado foi extremamente importante para alavancar a qualidade da série Agents of S.H.I.E.L.D.” (Pedro)

”Os Irmãos Russo entraram com a importante missão de tornar a sequência do Primeiro Vingador tão excelente quanto foi este que aqui menciono. O tom sério mesclado ao clima puro de espionagem foram ideias que me fizeram sair do cinema com a certeza que eu estava diante do melhor longa já realizado até o momento dentro da Marvel Studios. Todas as cenas de lutas são empolgantes e para mim, a mais marcante é o embate entre Steve Rogers e Soldado Invernal. O desfecho do mesmo é de fazer qualquer um pirar e ainda gritar: Eu entendi a referência! Não bastando isso, foi o filme que mostrou a queda da S.H.I.E.L.D. que obviamente precisava respingar em Agents of S.H.I.E.L.D.” (Eu, o Cavillboy)

Guardiões da Galáxia

”Por ter trazido um grupo de heróis totalmente desconhecido ao reconhecimento gigante do público e por ter resgatado tecnologias já esquecidas como a fita K7, que teve seu mercado reativado em virtude do filme, além de uma trilha sonora POP, entrelaçada ao ritmo e desenvolvimento da trama. E empatado está Homem de Ferro 2 por ter introduzido a primeira heroína do Universo Cinematográfico da Marvel, a Viúva Negra, ampliado as relações de Tony Stark com a S.H.I.E.L.D. e preparado o terreno para o surgimento dos Vingadores.” (Tiago)

Capitão América: Guerra Civil

”Foi o fim de uma trilogia foda, em que só erraram em adaptar uma saga muito importante sem ter ainda heróis suficientes pra ela e onde diversos heróis ainda não apresentados tinham papéis muito importantes. Entretanto, mesmo com essas dificuldades, foi uma excelente adaptação.” (Guilherme Chaves)

Guardiões da Galáxia Vol. 2

”O filme é uma expansão do primeiro. São todos os aspectos do primeiro, só que em maior escala. Em relação a história, ela é divertida, mesmo que não tenha muito do contexto para o universo Marvel até o Guerra Infinita como o primeiro teve. O tom do filme é interessante e o destaque para isso foi a ambição do antagonista. Ela não foi vazia como uns aí (Lobo da Estepe), pelo contrário, teve um propósito próprio e egoísta, característica de vilão. As cenas de luta também foram muito boas, tirando a batalha final que achei meio bosta e a inicial que podia ter uma introdução melhor.” (Marco)

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

”É simplesmente esplêndido e incrível. Essas são as duas palavras que melhor descrevem a película que mescla: ação, comédia, aventura e drama em sua composição cinematográfica. Apesar de ter menções e até mesmo participações especiais de outros super-heróis em seu núcleo principal, é totalmente perceptível a independência que De Volta ao Lar carrega em suas costas. Seja por parte de seu rico universo até por questões mais técnicas, não abusando muito dos clichês de filmes hollywoodianos.

Com uma pegada mais voltada para o público infanto-juvenil, Tom Holland dá a vida ao melhor Homem-Aranha/Peter Parker que os amantes da sétima arte já viram. Suas emoções usam como base o humor, contudo, as fatalidades que cercam a vida do herói tornam os seus sentimentos alegres em algo um pouco mais sombrio, mesmo que seja por um tempo mínimo na telona.

Por fim, a famosa fórmula Marvel se encaixa perfeitamente com a linha de raciocínio que o filme segue. Isso, deve-se ao comportamento que o Amigão da Vizinhança age perante a postura dos demais sujeitos que compõem o longa-metragem.” (Daniel)

Thor: Ragnarok

”É o único filme da Marvel que não finge que não está seguindo a fórmula. Eles não disfarçam. Tudo é muito colorido, vibrante, tem piada o tempo todo, mas mesmo assim, não é um filme idiota. É uma revolução para o personagem. Uma perfeita desconstrução do personagem e da mitologia. Além disso, tem crítica ácida ao colonialismo e é full Kirby. Só por isso já é o melhor.” (João)

Pantera Negra

”É o filme mais humano e sombrio do Universo Cinematográfico da Marvel. Com pouquíssimas piadas fora de ritmo e uma trama que tem uma motivação muito maior por trás, Pantera Negra abalou não apenas a bilheteria dos cinemas ao redor do mundo, mas sim, conseguiu entrar para a história com a representatividade que a película faz com seus atos e dizeres.” (Daniel)

 

Menção honrosa: “Quem é você neste vasto multiverso, Sr. Strange?”

”Fugindo um pouco do lado mais humano e racional, Doutor Estranho estreou com o objetivo de abrir novos horizontes no MCU. Apesar de ser um ator simplesmente simpático, a escolha de Benedict Cumberbatch para viver o arrogante Mago Supremo casou perfeitamente com a personalidade do personagem e que durante o seu desenvolvimento, aprendeu a ser um herói mais humilde.

Mesmo com um tom que não sabe se vai para o drama ou se pega a comédia para si, a película age bem no quesito de desenvolvimento de personagens, mesmo que seja algo breve e não muito apelativo, que é o caso da Anciã e Dormammu. Resumindo em poucas palavras, o filme é um dos mais diferentes da Marvel, apresentando para os telespectadores um universo totalmente novo em cima de um macrocosmo já existente.” (Daniel)

 

Isso é tudo, vigilantes. Espero que tenham gostado da lista feita pela equipe e vejo todos na minha recapitulação sobre a Fase 2. See ya, fellas!

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Justiça e vingança se misturam em Gatilho

“Não estou atrás de Deus, velho… vim pelo diabo!”

Faroeste sempre foi um gênero muito por querido por todos. Quem nunca, no seu imaginário infantil, sonhou em ser um cowboy, salvar diligencias e trens de ataques de famigerados bandidos, adentrar no saloon e se aventurar no deserto? O Brasil sempre foi um grande consumidor desse nicho, com games como o ancestral Sunset Riders e Red Dead Redemption, diversos filmes, até novelas (Bang Bang exibida pela Rede Globo em 2005) e quadrinhos gringos como Tex e Lucky Luke. Mas faltava materiais dos nossos quadrinhistas. Como eu disse, faltava.

Bem que na verdade, nós sempre fizemos muito sobre o nosso Velho Oeste. Que aqui seria o Cangaço. Gedeone Malagola quadrinizou As Aventuras de Milton Ribeiro, baseado no clássico filme nacional O Cangaceiro (1954). Emir Ribeiro, em 1979, criou Severino, protagonista da HQ O Cangaceiro. A maior referência desse universo, Lampião, ganhou uma versão na Nona Arte por Flávio Colin em Mulher-Diaba no Rastro do Lampião (um clássico dos quadrinhos nacionais).

 

E podemos citar também: A Guerra do Reino Divino (Jô Oliveira), Lampião, Era o Cavalo do Tempo Atrás da Besta da Vida (Klévison Viana), O Capitão Rapadura (Mino), as obras de Henfil, Xaxado (Cedraz), Cangaceiros, Homens de Couro (Wilson Vieira, Eugênio Colonnese e Mozart Couto). Mais recentemente, Bando de Dois (Danilo Beyruth), a EXCELENTE Jurados de Morte (Beto Nicácio e Iramir Araujo). E está em produção a coletânea Sangue no Olho da Editora Draco, que vai focar no tema.

Mas faroeste temos poucas coisas, onde posso destacar, a revista independente Bill The Kid & Outras Histórias (Arthur Filho), Abutres (Julio Magah e Eduardo Vetillo) publicada pela Editora Estronho e Gatilho a produção independente de Pedro Mauro e Carlos Estefan.

E Gatilho é incrível.

Apesar de evidentes referências a produções de western das décadas de 60 e 70, o andamento é bem diferente do que estamos acostumado a ver no gênero. Para começar esqueça a tradicional trama de mocinho e vilão. Em Gatilho é o mal que provoca ações que desencadeiam mais formações do mal. Aqui sabemos que o mal pode fazer. E o que ele faz é germinar ainda mais o mal. Na batida da velha máxima “olho por olho”, tão normal em uma terra árida onde se resolve tudo na bala e na brutalidade, a sutileza é o ponto forte da HQ. A trama começa quando um caçador de recompensas chega a uma pequena e esquecida cidade em busca de justiça. Mas para atingir o seu objetivo, precisa enfrentar fantasmas do passado.

Gatilho tem uma levada bem misteriosa na sua leitura, que não entrega o jogo em nenhum momento e coloca pistas e sutilezas em seus quadros. O leitor tem que prestar bem atenção na linda arte de Pedro Mauro para não deixar passar nenhum detalhe. E como é rica de detalhes. A história vai misturando presente e passado com transições simples como um gesto, uma mosca, um garoto tocando gaita, uma paisagem ou na posição dos personagens.

Por diversas vezes temos a impressão de estarmos “lendo um filme” de western. Mas com diálogos melhores do que de algumas produções cinematográficas. Parece que uma trilha sonora até soa em nossas cabeças por tão profundo que mergulhamos no mundo da HQ. O clima de homens fortes que não tem nada a perder (mas sempre perdem algo) é representada com palavrões, cenas fortes como de abuso sexual, tensão, violência e mortes que vão ditando o ritmo do ótimo suspense escrito por Carlos Estefan, roteirista da Mauricio de Sousa Produções, em seu segundo trabalho autoral. O PLOT TWIST funciona, chega provocar certo choque. Apesar de que se o leitor ficar atento, ele descobre logo de cara. Mas mesmo assim não deixa de funcionar. Ele completa toda a estrutura que o roteiro vai construindo ao longo da trama e fecha com chave de ouro.

A arte de Pedro Mauro é um espetáculo a parte em Gatilho. Com belíssimos jogos de luzes e sombras e incríveis ângulos cinematográficos. O artista prende o leitor, que como disse lá em cima no texto, tem que ficar atento, em riquezas de detalhes em cada quadro. A cena do saloon é fantástica! O bar cheio, cada personagem ali dentro com ações e trejeitos únicos. É um colírio para os olhos. Pedro já é um velho conhecedor do Velho Oeste desde quando desenhava na Editora Taika e em trabalhos na icônica Bonelli Editore e parceiro do roteirista Gianfranco Manfredi (Criador de Mágico Vento). Durante a CCXP do ano passado, trocamos uma ideia com o desenhista, confira AQUI.

Gatilho é um colírio para os amantes do western spaghetti, dos filmes de Sergio Leone, dos quadrinhos de Sergio Bonelli e tantos outros ícones como Clint Eastwood e Charles Bronson. Uma leitura agradável, com artes impressionantes e que faz o leitor repetir a dose logo após o término. Pois sempre há um detalhe novo que passa despercebido no mundo de sutilezas escondidas em Gatilho.

Gatilho tem 64 páginas e o valor de R$ 35,00 e pode ser adquirida pelo e-mail: gatilhohq@gmail.com

 

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Re:Zero: Começando uma Vida em Outro Mundo – Livro 3

Para a surpresa de ninguém que tenha lido o segundo volume, chegamos no terceiro tomo de Re:Zero, aquela novel que você nunca sabe se bota dois pontos pra escrever o subtítulo ou não, pois já tem dois pontos no próprio nome e repetições são feias. Se você caiu de paraquedas aqui e não sabe nem do que eu estou falando, a resenha (sem spoilers) do livro um pode ser um bom começo.

Como dito da última vez, esse volume foi uma continuação do arco da mansão – que, digo para vocês: Deixou de ser da mansão rapidamente – e trouxe não só um fim para o nosso sofrimento, mas também para muitas dúvidas que pairavam no ar.
Bem, todas as dúvidas sanadas podem ser classificadas em duas categorias distintas: ou eram “dúvidas” que você poderia concluir sozinho trinta e dois capítulos atrás; ou eram mais dúvidas relacionadas a fanbase do anime do que à novel em si. Vou falar sobre uma de cada vez.

Começando pela puxada de orelha ao autor, temos as “revelações” (que me esforço para chamar de tal modo) da trama. O que eu normalmente espero quando estou imerso em uma nova história, é que ela consiga me surpreender. Obras cujo foco estão em te manter preso a elas através de reviravoltas (plot twist: quase todas que existem são assim!) precisam… Bem, te manter preso através de reviravoltas.

Quando penso nisso, sempre me vem à cabeça livros de detetive, aquela coisa no melhor estilo Agatha Christie, que te dá dicas aqui e ali, e você interpreta da sua forma, mas nem sempre você está certo no final da história. É sempre uma sensação boa não importa o resultado. Acertou? Satisfação por um trabalho bem feito. Errou? Surpresa por uma reviravolta intrigante.

Ok olha eu sinto muito por isso tá bom, eu não vou nem tentar fazer uma piada relacionando algum livro dela com Re:Zero. Apesar de ter vários, pode escolher: A Mansão Hollow? A Mão Misteriosa? Hora Zero? E no Final a Morte?

Por isso, quando peguei esse volume de Re:Zero, pensei: “Já tenho alguns palpites para as coisas que estão acontecendo… Mas elas parecem estar muito descaradamente fáceis de acertar… Não sou nenhum Xeroque Rolmes, mas acredito que é justamente isso que o autor quer, que eu tome conclusões precipitadas baseadas em suas falácias propositais…“.

Foi um suspense enorme, o autor ficou botando lenha no fogueira pra incendiar minha expectativa… E a realidade foi o maior fogo de palha do mundo. Tudo aconteceu da forma mais óbvia possível, tudo que estava praticamente PREMEDITADO desde o volume anterior aconteceu exatamente como eu estava esperando.
Sério, o autor é péssimo em guardar segredos. Não só as “surpresas” que deveriam ter sido o ponto alto desse volume, mas também a trama que virá no futuro. Acho impossível alguém ler a novel e não conseguir imaginar o que vai acontecer no futuro, ou o motivo de Subaru ter sido evocado para esse outro mundo. É tudo muito descarado, acaba até perdendo a graça.

Voltando ao ponto inicial, a segunda puxada de orelha é quanto a fanbase. Não necessariamente culpa deles, na verdade. Acho que é mais culpa do autor – de novo – do que dos leitores. É sobre como os personagens se desenvolvem ao redor do mundo de Subaru.

Após o fim do volume anterior, me indaguei: “Como diabos as pessoas podem gostar tanto da Rem? O que ela fez aqui é imperdoável!” e mantive esse pensamento durante a leitura do livro seguinte. O que senti foi que a barra estava sendo forçada demais, tentando nos fazer gostar da empregada. Não só dela, mas de outros personagens secundários também (A Beatrice, por exemplo, mas no caso da bibliotecária eu até consigo aceitar, tendo em vista suas ações anteriores).

Não só essa barra (que é gostar de você) que está sendo segurada, mas também a própria personalidade das personagens. Além de tentar nos convencer de que devíamos gostar delas, o autor, do nada, resolve mudar as personagens para fazê-las gostar da pior personagem já escrito na história da humanidade, o Subaru.
Não adianta, cara. Não importa o que você faça, eu nunca vou gostar do Subaru.

Sim, essa é minha conclusão. Jamais vou gostar do Subaru. Que sofra.

Ambos os pontos negativos de lado, posso dizer que o restante do volume (se é que sobrou alguma coisa) foi até que proveitoso. Como já dito anteriormente, a única coisa que me prende a história é o seu mundo e as coisas e pessoas excepcionais que existem nele. Esse volume nos trouxe um grande desenvolvimento de world-building, mesmo quando a melhor parte do livro tenha sido a preview do próximo.
Não, sério, estou ansioso pelo próximo, pois finalmente vamos ter alguma coisa acontecendo.

Sobre a parte física do negócio… Eu não vou nem comentar mais sobre a qualidade da impressão, do acabamento e da lombada. Segue a mesma maravilha dos outros volumes. Se um dia mudar, eu comento.

Agora algo que não mudou mas será sempre comentado é aquela, o nêmesis da editora e que eu preciso sempre cutucar sobre: a revisão. Dentre os três volumes, esse foi o que teve maior número de erros de revisão. São todos erros bobos, coisas que eu, lendo o livro de madrugada, consegui notar. Não consigo entender como esse tipo de coisa continua acontecendo.

Mas nesse volume, pela primeira vez, tivemos alguns erros que prejudicaram o entendimento da obra. Perdi a conta de quantas vezes os nomes Rem e Ram foram trocados. Em algumas frases fica óbvia a troca entre as irmãs (até pelo contexto), mas em alguns momentos, talvez eu tenha realmente tido uma interpretação errada da cena, por pensar que tal fala foi dita por uma das gêmeas, e não a outra.
Isso não pode continuar. Fica difícil defender a obra, a editora, e o mercado de light novels do país, quando esse tipo de erro amador continua acontecendo edição após edição.

Apesar dos pesares, o volume três de Re:Zero foi muito superior ao seu antecessor, e a promessa de COISAS™ no próximo volume nos dá esperança de que a leitura possa continuar valendo a pena. Se acharem com desconto na Amazon, acho que vale o preço.

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Infelizmente, Dark Nights: Metal não deu liga

Anunciada em 2017, a saga Dark Nights: Metal chegou ao seu fim na última quarta-feira. Escrita por Scott Snyder e com desenhos de Greg Capullo, a história fez muitas promessas. A primeira delas, era apresentar o Multiverso Sombrio. A segunda, encerrar todas as pontas soltas deixadas pelo Batman dos Novos 52. E a terceira, definir o futuro do Universo DC. Nada foi cumprido, pois tudo foi mal executado. Essa é provavelmente a pior história da DC nos últimos anos.

A Crise nas Infinitas Terras inaugurou as mega sagas. Crise Infinita seguiu seu legado, assim como Crise Final, elevando essas concepções a outro patamar. Mas isso foi passado. Mega sagas só são atrativas quando extremamente bem planejadas. Quando o editorial está em sintonia com a equipe criativa. Isso evita muitos erros de continuidade. Mas o problema de Metal não foi o editorial, foi o próprio roteiro de Scott Snyder.

Capa da primeira edição.

Um amontoado de ideias extremamente promissoras como o Multiverso Sombrio. Terras negativas geradas pelo medo e com Batmen malignos. Eles estão ali apenas para vender os próximos licenciados da editora e nada mais. O mais famoso deles, o Batman que Ri, é quase um Boba Fett. Ou trazendo para a linguagem DC, um Superboy Prime. Visual interessante, background promissor, mas nunca sai do lugar e fica apenas na promessa. Na verdade, Metal às vezes nem promete. Apenas imagina. Vários elementos são introduzidos e esquecidos ao decorrer da trama. Os prólogos em Dark Days se provam inúteis, assim como muitos tie-ins.

Na verdade, os tie-ins são a parte boa de Metal. Alguns deles sobre as versões maléficas do Batman são bem escritos. Outros, como Wild Hunt – por Grant Morrison – soam como uma verdadeira sinfonia em quadrinhos. Eles realmente trazem a empolgação e aproveitam muito bem os conceitos. Para chegar na saga principal e tornar tudo superficial novamente. O grande problema é a banalização do massaveio.

Hunt
Leiam Wild Hunt.

Massaveio nada mais é quando um roteirista apela para ação e frases de efeito apenas para parecer legal. Nada contra isso, toda mega saga tem massaveio. Aliás, o que seriam delas sem momentos assim? Mas Metal não entende os limites disso. Logo na primeira edição, a Liga da Justiça forma um Megazord e o Batman monta em um dinossauro. Tudo em prol da loucura e do heavy metal. Personagens são jogados de forma extremamente aleatória, mas está tudo bem. Sabe por quê? O Batman está montado em um Dragão Coringa! Esqueça a trama, certo?

São tantos conceitos criados os quais ele não consegue lidar. Quando é chegado o clímax da saga, o que deveria ser catártico, se torna extremamente patético. Recursos de metalinguagem são inseridos de uma hora para outra. Scott Snyder acredita ser Grant Morrison. Mexe com o Retorno de Bruce Wayne, utilizando Barbatos, mexe com Multiversidade e apresenta uma solução extremamente semelhante a de Crise Final, mas nada funciona.

Megazord
Sim, a Liga da Justiça formou um Megazord. Já viu de tudo, certo? Ha! Mas não mesmo.

Na verdade, a reintrodução dos Gaviões ao Universo DC funciona e alguns momentos da Mulher-Maravilha são bons assim como a arte de Greg Capullo. Ele tem um estilo sujo perfeito para a proposta da história. Metal queria ser uma Crise, mesmo sem o nome. Essa era a intenção. Mas tudo não passou de uma história sem nexo apenas para satisfazer a tal loucura. A definição completa de potencial extremamente desperdiçado. Sandman poderia acordar e dizer ao Batman que tudo não passou de um pesadelo barulhento. Preparem-se para a nova Liga da Justiça.

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Universo Cinematográfico Marvel | Fase I e a introdução aos Maiores Super-Heróis da Terra

Faltando apenas algumas semanas para o Universo Cinematográfico Marvel completar oficialmente uma década (Homem de Ferro foi lançado aqui no Brasil em 30 de abril de 2008), estaremos em breve diante de um grande evento que foi sendo construído em passos lentos e de forma organizada. Foram três fases definidas que culminarão em Vingadores: Guerra Infinita e finalmente veremos o Titã Louco mostrar o motivo de ser chamado desta forma.

Cada Fase pode ser definida de acordo com o tema proposto durante esses anos e esse é o objetivo desta coluna. Fazer um pequeno balanço sobre o que aconteceu nestes inúmeros filmes como uma forma de comemorar esta marca para o MCU.

Que venham mais dez anos!

Como o próprio nome já deixa claro, este universo foi criado para interligar os eventos de seus longas com referências que dariam o pontapé para a próxima trama e citações diretas ou indiretas sobre o que já vimos anteriormente. E por fim, filmes individuais que teriam seu ápice com Vingadores. Nem tudo foi realizado de uma forma totalmente positiva, mas este não é o intuito aqui. Apertam os cintos e espero que curtam esta viagem terráquea, cósmica, microscópica e mística.

Um homem grande com armadura, sem isso, sobra o que?

Como mencionado anteriormente, Homem de Ferro foi o primeiro projeto responsável em moldar este universo compartilhado e a partir deste, já permitir o uso de easter-eggs que traria depois a primeira reunião dos Super-Heróis Mais Poderosos da Terra. Não dá para negar que Robert Downey Jr. entregou uma exemplar atuação como Tony Stark e isso foi essencial para se tornar um dos personagens mais queridos até então.

Considerado como um dos melhores filmes de origem, ele segue uma narrativa similar aos gibis e brinca com o Stark ao jogá-lo numa situação extrema de estresse para modificar o seu pensamento sobre o funcionamento de sua própria empresa. Tivemos um vilão regular que cumpriu a sua função como antagonista, mas foi um detalhe que conquistou seus fãs e deu início à contagem regressiva para o crossover.

”Você gostaria de ouvir as palavras da Iniciativa Vingadores?”

Quem não deu uma surtada com esta aparição, considere-se uma pessoa sem alma. Este diálogo deu início a cultura de cenas pós-créditos que se tornaram padrões dentro da Marvel Studios. Se você continua saindo quando os filmes acabam, que sua alma não entre pelos Portões de Valhalla. Podemos definir esta prática recorrente em três: Uma que definitivamente agrega para a mitologia do personagem em uma sequência, outra que entrega o próximo longa e a terceira que serve apenas para mostrar algo mais humorado. Paciência é tudo! 

Viúva Negra, Patriota de Ferro, Howard Stark e muito mais…

Sua sequência expandiu o universo de Tony como sua aproximação indireta com seu pai através do visionário projeto, novos vilões quebrando o significado de segurança e ainda trouxe a bela Scarlett Johansson como Viúva Negra, a segunda personagem como aliada de Fury. Já que o primeiro foi o maravilhoso agente Phil Coulson com a sua SHIELD. Particularmente, é uma das minhas sequências prediletas dentro do MCU.

 Incrível Hulk faz parte também, viu?!

Temos outro Hulk, mas isso não impediu que os acontecimentos ocorridos em Incrível Hulk fossem deixados de lado. A tentativa de suicídio, o General Ross e o confronto no Harlem (também lembrada nas séries da Netflix) são umas dessas menções. Podendo ser considerada até como uma estratégia para driblar os direitos do Golias Esmeralda que pertencem a Universal, ou seja, sem a necessidade de criar uma origem para o mesmo. Um excelente filme com uma interpretação impecável de Edward Norton.

Oferecimentos: L’Oréal Paris, porque você vale muito!

Considerado como um dos piores, Thor não chegou da forma como merecia. A atuação de Chris Hemsworth não ajudou muito e a trama foi mais vilã que o Destruidor, Loki e os Gigantes de Gelo juntos. No final, acabou sendo uma experiência amarga para todos nós. Destaque para aparição de Clint Barton, aquele que não gosta de mostrar que é o mais poderoso do grupo. Detalhe que foi o primeiro a detalhar a trama de Vingadores e a mostrar o Cubo Cósmico, dando o salto para o penúltimo projeto desta primeira fase.

Nosso Sentinela da Liberdade

Um dos objetivos deste universo é sempre mostrar para o seu telespectador o que está acontecendo, como por exemplo, o fato do Cubo ter aparecido lá na cena pós-crédito de Thor e logo em seguida, termos Capitão América: O Primeiro Vingador para uma explicação mais detalhada deste artefato e seu grau de poder.

Ao contrário do Deus do Trovão, Steve Rogers desde o princípio foi um personagem bem aproveitado em seus filmes e Chris Evans se mostrou bastante confortável em sua interpretação. A ambientação é maravilhosa e ainda tem um vilão exemplar, um dos maiores antagonistas nos gibis. Com um elenco também sensacional, o destaque fica para a Hayley Atwell como Agente Carter. Sua carisma foi tão grande que ganhou um One-Shot e em seguida, sua própria série.

Seguindo a ideia de Thor, temos mais uma cena sobre Os Vingadores e que se torna bem interessante, pois mostra o primeiro contato de Rogers com o mundo moderno e tendo que lidar de forma imediata com uma grande ameaça. As pistas e os preparativos já estavam feitos. A cereja do bolo estava por vir. É chegada a hora do debut daqueles que vingariam a Terra pela primeira vez.

Avante, Vingadores (?) 

Eis que fazendo este texto me deparo com uma bela coincidência: Nesta terça-feira (27) faltará um mês para o filme completar seis anos desde a sua estreia aqui em terras brasileiras. Uma coisa interessante de se debater na rodinha de amigos é o impacto que Vingadores causou em toda comunidade geek, não importa de qual lado esteja.

Com a direção de Joss Whedon e roteiro deste com Zak Penn, a proposta de colocar estes personagens que nos acostumamos ao longo dos cinco anos que se passaram a Fase 1 deu bastante certo e é de longe, um dos melhores longas da Marvel Studios. Spoiler alert: uma lista com os 10 preferidos entre a equipe da Torre de Vigilância está chegando. Fiquem alertas! 

Interação excelente entre os personagens, ação e humor foram os ingredientes essenciais para conquistar o público. Mesmo que alguém não tenha curtido, sempre tem uma cena memorável que possa citar. E claro, uma menção mais que honrosa para a trilha instrumental que gosto tanto e para causar uma certa nostalgia, está presente no primeiro trailer de Guerra Infinita. Impossível não arrepiar ao concluir que estamos diante da junção de todos os plots vistos até agora. Isso é muito bom.

Com um início modesto, a primeira fase foi bem introdutória e girando em torno do que podemos considerar como a Trindade da Marvel no cinema. Com a aceitação de seu público, isso permitiu que Kevin Feige expandisse este maravilhoso mundo para locais ainda não explorados e com personagens não adaptados. E que venha a Fase 2!!

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Serial-Nerd Séries

Krypton é um presente para os fãs do Superman

Desde o seu anúncio, Krypton era uma incógnita. Ao mesmo tempo que era promissora por explorar o lore alienígena do Superman, era um risco devido aos personagens desconhecidos. Diferente de Gotham, o planeta natal do personagem nunca contou com uma mitologia bem construída nos quadrinhos. A série era a oportunidade perfeita para construí-la de forma coesa. O piloto foi ao ar na última quarta-feira e felizmente, a série começou com o pé direito.

Na trama, a Casa de El é vista pela sociedade teocrática Kryptoniana como uma pária. Tudo isso se deve a quantidade de descobertas feitas por Val-El. 14 anos depois, o símbolo da Casa foi renegado e cabe a Seg-El reerguer o legado de sua família e salvar o seu planeta de uma futura ameaça. Em seus minutos iniciais, a série traça paralelos com cenas icônicas do Superman de Richard Donner. Os diretores Ciaran Donnelly e Colm McCarthy fazem um jogo de câmera interessante logo nos segundos iniciais. Temos a impressão de que veremos o Superman devido ao som da capa ao vento e ao emblema nela, mas é tudo um truque.

Seg-El

Falando em Superman, a série não apenas serve à sua própria trama, como também entende e abraça a importância do herói para a cultura pop. Seja através do tema composto por John Williams ou pelo recurso mais óbvio: Adam Strange, um herói vindo do futuro. Ele é o responsável por demonstrar o impacto do S no universo para Seg. O roteiro cumpre essa função com perfeição. Criando um ciclo onde tudo recomeça ou acaba com o Superman.

O roteiro de David Goyer (O Homem de Aço) é eficiente em sua maioria. Ele apresenta muito bem todos os conceitos, o modo de vida da sociedade e suas crenças. Goyer também escreve bem os personagens, mas os introduz de forma apressada. Como por exemplo, o romance entre o protagonista e Lyra Zod. Demora alguns minutos para o espectador se acostumar com a ideia. Já as tensões políticas e militares entre as Casas são muito bem construídas. O roteiro também aproveita alguns conceitos de O Homem de Aço como o controle artificial populacional. A série poderia facilmente se passar no Universo Cinematográfico da DC.

Seg-El e Lyra Zod

A construção de mundo é excelente. É notável o valor de produção aqui. Há muita inspiração nos designs de produção de O Homem de Aço, com estruturas medievais espaciais e a trilogia prequel de Star Wars, com edifícios luxuosos e modernos. É uma mistura perfeita e acarreta na criação de um visual único e totalmente consistente com a sua proposta.

Em relação ao elenco de Krypton, todos estão bem. Destaques para Ian McElhinney com Val-El em uma curta e memorável participação. Elliot Cowan, extremamente imponente e com excelentes overactings. Ann Ogbomo como Alura Zod, impressionando pela sua frieza e falta de compaixão. Cammeron Cuffe como Seg-El é um bom personagem, mas ainda há espaço para melhorar. O mesmo vale para Georgina Campbell como a filha de Alura.

Val-El

Krypton celebra o Superman como um todo, mesmo sem o próprio. É uma série extremamente promissora e empolgante. Torçamos para que o nível se mantenha e que as pequenas falhas sejam corrigidas. Em uma época escassa do personagem fora dos quadrinhos, esse piloto é um grande presente para os fãs do Homem de Aço e para os 80 anos de sua existência.

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Gameplay Games

Review | Sword Art Online: Fatal Bullet

Sword Art Online é uma light novel escrita por Reki Kawahara. O enredo da série se passa no futuro e traz a tona problemas relacionado ao avanço tecnológico, mais especificamente relacionado aos jogos de realidade virtual de MMORPG. O primeiro jogo baseado na série foi lançado em 2014 para PlayStation 4 e PlayStation Vita. O título conta o início da jornada de Kirito e Asuna, os personagens principais. No decorrer dos anos, outros jogos foram lançados, todos seguindo a linah de raciocínio do anime/light novel, e é nesse quesito que Fatal Bullet foge à regra.

Pela primeira vez não temos Kirito como o protagonista, aqui você ficará responsável por criar um avatar que ocupe esse papel. Essa é a premissa de Sword Art Online: Fatal Bullet, o jogo da Dimps e da Bandai Namco que também se propõe a simular a ideia de Gun Gale Online (GGO) jogo onde se passa o terceiro arco da light novel.

A história de Sword Art Online: Fatal Bullet é fácil de compreender, caso você tenha lido o mangá ou assistido o anime sua experiência não será diferente de quem nunca teve contato com essas duas mídias, tudo é bem explicado, tanto nas cutscenes quanto nos inúmeros diálogos.

Dentro do arco Gun Gale Online, começam a ocorrer uma série de mortes misteriosas com os jogadores no mundo real, o que leva Kirito para investigar o que está acontecendo e quem é o tal de Death Gun que parece estar por trás dos acontecimentos. E você é apenas um novo jogador que acabou de entrar no jogo e começa a fazer amizade com os jogadores, que te deixam ficar a parte de toda a situação. Ou seja, sua preocupação máxima no momento é apenas curtir o game.

O próprio jogo diz que as terras em Gun Gale Online são compostas por áreas desertas. Quatro, e dentro delas existem as dungeons. Embora seja uma alternativa para incentivar a exploração, isso acaba sendo entendiante, principalmente pelo design dos calabouços. Por muitas vezes repetitivas e maçantes de serem atravessadas.

Sword Art Online: Fatal Bullet é um RPG com a jogabilidade de um jogo de tiro em terceira pessoa, tudo pensado para trazer o máximo da sensação de estar dentro do Gun Gale Online que vemos no anime/mangá. Para tal, os jogadores possuem no seu arsenal diversas pistolas, escopetas, metralhadoras, rifles de assalto, lançadores de foguetes, lançadores de granadas e espadas.

A movimentação do jogo é bem construída, seja em relação a mirar, que em jogos de tiro deveriam ser a glória, muitas vezes são o pesadelo, no quesito batalha o jogo também agrada. O jogo traz uma curva de aprendizado bem simples, que é amigável para os novatos, e muito bem desenvolvida para os que já tem o costume com o estilo de jogo. A movimentação no mapa é gratificante, caso com você tenha dificuldade em mirar ao mesmo tempo em que realiza outra ação in game, o jogo oferece uma opção de assistência, mas que não é tão efetiva quanto a manual. Entretanto é uma ajuda de valor para encontrar os pontos fracos dos inimigos que aparecem em sua frente, suas movimentações são bem imprevisíveis, o que pode atrapalhar a mira. Não há uma variação muito grande de inimigos, mas constantemente você encontrará alguns muito mais fortes do que você, o que te fará voltar por muitas vezes nos mapas iniciais para melhorar o seu level. O que de certa forma é bem chato.

Graficamente, o jogo é impressionante, e traz um mundo bem interessante com o uso da Unreal Engine 4. O jogo começa com mapas não muito interessantes e que sofrem com falta de detalhamento de elementos, mas conforme a gameplay avança e outros mapas vão aparecendo podemos vê-los crescendo em beleza e com ideias mais inspiradas. As dungeons também oferecem bons designs, mas é triste quando notamos a repetição demasiada de conteúdo. O grande ponto positivo no quesito gráficos fica por conta dos efeitos das armas e habilidades especiais que realmente são de encher os olhos.

Os personagens também são muito bem finalizados, e foram trazidos com fidelidade do anime, algo que certamente irá agradar aos fãs. Os inimigos comuns também são bem interessantes, mas como já falei são pouco variados. Já os inimigos especiais são realmente variados e interessantes e dão um gosto diferente para a batalha.

As telas de loading são um tanto quanto exageradas. Elas nem são tão demoradas, mas o fato de elas aparecerem praticamente em qualquer lugar, tanto para entrar como para sair de certas situações, como diálogos por exemplo, quebra demais o ritmo do jogo.

VEREDITO:

Em Sword Art Online: Fatal Bullet notamos um pouco a falta de criatividade relacionada as dungeons, inimigos repetitivos e a dificuldade em subir de nível é desgastante. Porém, se você é fã da saga, pode se divertir com a busca por equipamentos, e com os personagens principais e seus estilos únicos.

O título está todo traduzido para o nosso idioma. Porém, os áudios permanecem em japonês, sem opção de mudança. No fim das contas, Fatal Bullet é válido para os fãs, mas não agrega tanto ao conteúdo extra de Sword Art Online.

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Trama Fantasma: A moldura imperfeita

Dirigido pelo experiente Paul Thomas Anderson, e estrelado pelo lendário Daniel Day-Lewis, Trama Fantasma não é um filme fácil de se assistir. Seja pelo seu desenvolvimento lento durante duas horas, pela própria técnica do diretor em expor os elementos cinematográficos com precisão ao abusar de planos mais parados e longos, ou até mesmo pela jornada contemplativa romântica e dramática percorrida pelos protagonistas, Reynolds Woodcock e Alma. Seria o amor, o verdadeiro objetivo que toda a humanidade almeja conquistar? Encontraremos o molde perfeito? Para chegar a essas perguntas seria necessário meses de discussão sobre  ilusões, obsessões e consequências que esse doce e ameaçador sentimento pode acarretar.

Reynolds Woodcock é um estilista renomado e severo em seu trabalho, além de ter uma sossegada vida pessoal. Quando este conhece Alma em um pequeno restaurante, se dá a impressão de que a peça que faltava nele se personifica na jovem moça. Depois que ambos se conhecem, seus estilos de vida demonstram contrariedade de um com o outro, até as consequências e os problemas dessa relação se tornarem expostos e difíceis de se administrar. Quanto ao psicológico de cada personagem, Thomas Anderson se prova mais uma vez eficaz ao ter controle absoluto de suas criações artísticas. Na primeira aparição do estilista, é notável a exploração total de seu local de trabalho: as mulheres que trabalham para ele respeitam regras de comportamento, andando organizadamente; as paredes são predominantemente brancas; e a luz consegue transmitir um senso de maior seriedade, sistematização e trabalho no ambiente.

Já na primeira aparição de Alma, percebe-se que ela está usando uma roupa de garçonete predominantemente vermelha, dentro de um restaurante azul com janelas iluminadas pela luz embranquecida, dando um ar de leveza e serenidade, contrastando os perfis dos protagonistas. Ao criar tal controle, o diretor encaixa perfeitamente sua bipolaridade: trabalhando com o romance e a melancolia ao mesmo tempo. Enquanto há momentos que os personagens se apreciam e tentam se entender, há outros que – com o auxílio da fantástica trilha de Jonny Greenwood (consegue captar a essência das passagens) – isolam eles por completo, criando um vazio interior e uma barreira exterior.

Vazio e barreira criados pelo conflito entre as abusivas regras do personagem de Daniel Day-Lewis, um dos atores mais completos existentes hoje em dia. Não só pela pesquisa e a preparação para com seus personagens, mas à habilidade de criar traços próprios e únicos em seus papéis: o movimento irritado com a boca, a delicadeza ao mexer com os tecidos das roupas e os picos de nervosismo provam isso. E quando as regras do silêncio no café da manhã e da dedicação completa ao trabalho são quebradas por Alma – Krieps ficará para a história com essa atuação – as consequências surgem no mesmo ritmo em que a inibição da liberdade individual de ambos acontece. O verdadeiro significado da expressão “cego por amor”.

Contudo, Trama Fantasma não usa o amor só como foco narrativo, mas também como uma ferramenta de roteiro para tecer críticas severas ao comportamento social e preconceituoso. Não é apenas sobre o “molde” de uma alma gêmea ou de uma simples roupa, mas sobre a injusta meritocracia predominante, que será a causa para as perspectivas errôneas que podem reclamar sobre a trama ser machista e divisora. NÃO. Isso é uma análise crítica do próprio Paul Thomas Anderson, praticando um exercício no roteiro ao injetar diálogos e continuidades que tratam diretamente sobre o assunto.

Por exemplo; quando Woodcock está conversando com Alma logo após o primeiro encontro: “Acho que as expectativas e suposições dos outros que nos causam mágoa”, já referencia o que possa acontecer no prosseguimento da história. Mais adiante, e que promete ser uma das cenas mais fortes do longa inteiro, é quando sua empresa necessita costurar um vestido de casamento para uma mulher (Barbara Rose) “fora dos padrões das clientes que aparecem naquele ateliê”, mas que como esta tem dinheiro e de certa forma parece sustentar os custos dos vestidos, ela se torna ACEITA por seu capital. Logo depois de receber o vestido para cerimônia, Rose começa a se comportar de uma forma antiquada para os padrões de se estar usando um vestido daqueles, se tornando excluída definitivamente devido suas ações quando Alma conclui sobre a vestimenta: “Ela não o merece”.

Se há vários pontos temáticos que comprovam o motivo de Paul  Thomas Anderson ser um gênio da atualidade, não se pode esquecer do tratamento técnico na maquiagem e no figurino dessa obra. Tanto para com os próprios cabelos de Day-Lewis, que quando bagunçados parecem refletir a vulnerabilidade do personagem, até as fantásticas roupas sofisticadas que dão um glamour a parte na triste e apaixonante jornada.  Os riquíssimos detalhes denotam profissionalismo e cuidado na preparação da ambientação e do impacto visual.

Trama Fantasma é a provável porta de saída de Daniel Day-Lewis, que mostra a toxidade do amor contemplativo e puramente cego. Na tentativa de exercermos sob o outro nossas vontades e desejos, estamos apenas o afundando junto a sociedade segregada e hipócrita. Uma última lição importante e duradoura, deixada por um dos maiores atores do século.

“Beije-me, minha garota, antes que eu esteja doente.”