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Discworld | Estranhas Irmãs

Sinopse:  ”Nem depois de morto o rei Verence pode descansar. Mesmo como fantasma tem que continuar zelando pelo reino de Lancre, que foi tomado pelo duque Felmet e sua esposa. Com a ajuda de três irmãs, as bruxas Vovó Cera do Tempo, Tia Ogg e Margrete, esse rei fantasma precisa coroar o verdadeiro herdeiro, entregue a uma trupe mambembe de passagem pelos arredores no dia de sua morte. As estranhas irmãs precisarão de muitas artimanhas para localizar um ator nato que interpreta reis como ninguém…”

Terry Pratchett (1948-2015)

A obra ‘’Estranhas Irmãs’’ (Wyrd Sisters), escrita pelo autor inglês Terry Pratchett, publicada em 1988, é o segundo volume do ciclo das bruxas, integrando a saga de livros Discworld. Já comentamos sobre o primeiro volume do ciclo das bruxas, ‘’Direitos Iguais Rituais Iguais’’, você pode conferir aqui.

Temos o retorno da enigmática personagem Vovó Cera do tempo, bruxa famosa pelos recantos das Montanhas de Ramtops, agora acompanhada de Tia Ogg e Margrete, ambas também bruxas, formando o trio mágico (senão uma irmandade, agora entende o título, correto?) em nossa história. Falando em história, a imagem das três bruxas não é tão desconhecido para o leitor que conhece a famosa tragédia de Hamlet com as três bruxas. Se você discordou com algo na frase anterior, você está certíssimo, na verdade as três bruxas descritas por Shakespeare estão na peça Macbeth, não é por acaso que elas são chamadas de estranhas irmãs, o mesmo título da obra de Pratchett que inclusive foi traduzido como Macbest para o alemão.

Ainda retomando Shakespeare, o plano de fundo do enredo nos relembra (agora sim) a peça Hamlet com toques de O Senhor dos Anéis. O Rei Verence, sobreno de Lancre, acabou se ser assassinado pelo Duque, por sorte o herdeiro foi salvo e confinado a nada mais e nada menos que as três bruxas de Ramtops. O Duque assassino chama uma trupe teatral para interpretar uma peça com que faça que as bruxas sejam colocadas contra o povo, relembrando Hamlet.  Misturando ‘’viagens no tempo’’, reviravoltas dignas de Deu a Louca na Chapeuzinho 1 (o 2 é bom, mas o 1 ainda é melhor) e claro bastante humor.

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Da esquerda para direita: Tia Ogg, Vovó Cera do Tempo e Margrete.

Além disso, Pratchett não só faz uma história mirabolante para puro entretenimento, a mensagem do autor é forte se olharmos com outro viés, como a avareza, inveja e a busca de ter mais e mais dentro da política de Lancre faz com que o Duque assassine o rei. Este que acaba por virar um fantasma desenvolve várias discussões existencialistas que, claro, o autor se utiliza de bastante humor, juntamente com a imagem da Morte, personagem que aparece em praticamente (em todos?) os livros de Discworld.

De fato, com Estranhas Irmãs, o autor se usa para criticar bastante a sociedade inglesa, tanto social quanto no plano político. Outro exemplo bastante interessante é quanto a ‘’viagem no tempo’’ na história, na verdade, uma parada no tempo. O herdeiro de Lancre, possível candidato para a sucessão do trono ao fugir do Duque, só poderia assumir com 15 anos, então as bruxas decidem parar o tempo em Lancre, digno de uma maldição como em A Bela Adormecida durante 15 anos, o autor parodia as eleições na Inglaterra e seus sucessórios representantes. Margaret Thatcher, conhecida como Dama de Ferro do partido conservador, governou durante 10 anos (acredito que Margaret pode ter influenciado o nome da bruxa Margrete) e em seguida John Major, que durou 7 anos de mandato, totalizando 17 anos, coincidência?

Espero que tenham gostado dos comentários sobre o livro e lembre-se que não é necessário ler Direitos Iguais Rituais Iguais para lê-lo. Estranhas Irmãs é um livro concomitante com o atual cenário politico brasileiro, vale a pena a leitura, é um dos melhores livros do ciclo das bruxas e está entre os 10 melhores do Disworld, segundo a rede social de leitores Goodreads. O livro está esgotado, só pode ser encontrado em pdf ou sebos.

Tenham uma ótima leitura!

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Resenha | Star Wars: Estrelas Perdidas

Star Wars: Estrelas Perdidas é um dos livros que fazem parte do novo cânone da franquia Star Wars. A escritora é Claudia Gray, fã de carteirinha de Star Wars e um nome relativamente novo na indústria de livros Young Adult (Jovem Adulto).

Sinopse: Ciena Ree e Thane Kyrell se conheceram na infância e cresceram com o mesmo sonho: pilotar as naves do Império. Durante a adolescência, sua amizade aos poucos se transforma em algo mais, porém diferenças políticas afastam seus caminhos: Thane se junta à Aliança Rebelde e Ciena permanece leal ao imperador. Agora em lados opostos da guerra, será que eles vão conseguir ficar juntos?

Através dos pontos de vista de Ciena e Thane, você acompanhará os principais acontecimentos desde o surgimento da Rebelião até a queda do Império de um jeito absolutamente original e envolvente. O livro relata, ainda, eventos inéditos que se passam depois do episódio VI, O retorno de Jedi, e traz pistas sobre o episódio VII, O despertar da Força! – Skoob

Estrelas Perdidas foi uma grata surpresa que eu não esperava. Entre todos os livros do novo cânone de Star Wars, este era o que menos tinha vontade de ler, mas acabei comprando depois de assistir Star Wars: O Despertar da Força e precisar urgentemente de pistas desse novo universo que está sendo construído pela Disney. Um dos motivos para esse livro não ter me chamado atenção em um primeiro momento é devido à temática romântica e, por se tratar de um “Romance nas Galáxias”, tive certo receio vindo de um velho preconceito que ainda é muito propagado sobre histórias de ficção cientifica não se encaixarem com histórias românticas, mesmo que muitos escritores já tenham provado o contrário, é um preconceito que ainda é comum de se ver. Felizmente, hoje eu penso diferente, acredito que uma boa história é aquela que sabe dosar as duas coisas, pois amor com ficção científica é uma mistura perfeita para uma leitura intrigante que prende o leitor do começo ao fim. E é exatamente isso que Claudia Gray faz no livro.

A trama inteira gira em torno da relação de Ciena e Thane com seus conflitos de ideologias, desde a infância em que eram crianças inocentes e sonhadoras que acreditavam no Império Galáctico, até se tornarem adultos céticos que já não são tão leais aos ideais que tinham. Um detalhe importante de toda a trajetória dos dois personagens principais é que toda a narrativa se passa durante os acontecimentos da trilogia clássica, e isso é sempre referenciado, inclusive com aparições de personagens populares da franquia, como a Princesa Leia, e também com acontecimentos importantes, como a destruição da Estrela da Morte.

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A aparência de Ciena e Thane foi inspirada na atriz Gugu Mbatha-Raw e no ator Sam Reid.

Outro ponto muito interessante da trama está no fato de não focar em mostrar que a Aliança Rebelde é o bem que deve ser seguido e o Império Galáctico é o mal que deve ser derrotado. Aqui o clássico “bem e mal” não existe. O foco está em mostrar as consequências que a guerra trouxe para Ciena e Thane, principalmente, e para todo o Universo. Quando se assiste Star Wars, alguém realmente pensa no fato de Luke ter explodido a Estrela da Morte com milhões de pessoas lá dentro? Pois é exatamente isso que acontece nos filmes.  Todas as pessoas que seguem o império são realmente más? Não, nem todas. Essas são algumas das abordagens do livro que são essenciais para compreender o relacionamento dos protagonistas. Ah, e tudo isso com muita ação ao estilo Star Wars!

Estrelas Perdidas é uma ótima leitura para fãs antigos de Star Wars, para fãs novos e para quem não é fã também. É para adolescentes, e também é para adultos. Leia sem medo essa história de Romeu e Julieta nas galáxias!

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Discworld | Direitos Iguais Rituais Iguais

Sinopse: ”À procura do oitavo filho de um oitavo filho para sucedê-lo, o mago Drum Billet encontra, momentos antes de morrer, um recém-nascido na casa de um aldeão. A sina parece estar certa – só que o bebê é uma menina. Assim a garota Esk começa sua complicada aventura de juntar a magia da natureza – a força da Terra que mulheres trazem em si – com as forças cósmicas que os grandes magos invocam…

Para ajudá-la, entra em cena a Vovó Cera do Tempo, uma bruxa cheia de feitiços e de poderes “animais”, que tenta driblar os preconceitos e levar a menina à Universidade Invisível – onde, por tradição, só estudam rapazes.

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Discworld é uma saga de livros escrita pelo inglês Terry Prachett (1948-2015), tendo mais de quarenta volumes dentre eles Direitos Iguais Rituais Iguais. Misturando humor, magia, jornadas cavalheirescas e até mesmo elementos de física quântica, paródias seja ela quanta a sociedade ou religião, Terry nos proporciona momentos de entretenimento e sutileza que imerge o leitor em suas histórias.

Apesar da imensa quantidade de livros, eles podem ser lidos de maneira avulsa que podem ser lidos em uma tarde. Não existe uma ordem que interferia no entendimento das histórias e isso é maravilhoso, contudo, claro, existe agrupamentos de histórias. Escolhi falar sobre ‘’o ciclo das bruxas’’ por sentir curiosidade de conhecer os feiticeiros e bruxas do Pratchett.

No ‘’primeiro volume’’, publicado em 1987, Equal Rites (Direitos Iguais Rituais iguais, traduzido assim pelo trocadilho de Rites com Rights) Terry nos apresenta uma das memoráveis personagens de seu mundo: Vovó Cera do Tempo (em ‘Lordes e Damas’ a Bertrand deixou o nome em inglês Weatherwax, provavelmente por medo dos leitores terem nojinho) uma bruxa que vive em Cabra da Peste perto das Montanhas Ramtop que ficam em cima de uma crosta terrestre apoiada por 4 elefantes em cima de uma tartaruga gigante, A’Tuin, que vagueia o espaço sustentando a ‘’imensa roda do Discworld’’(é isso mesmo que você acabou de ler).

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Eskarina e Simon

A protagonista, diga-se de passagem porque para mim a Vovó rouba a cena, é a Eskarina, a oitava filha de um oitavo filho (isso te lembra algum livro certo?) escolhida para ser uma maga, porém, não existe magAs somente magOs, mulheres podem ser bruxas. O enredo gira em torno do questionamento: Por quê mulheres não podem ser magas?

O que mais me surpreendeu no livro foi como ele inspirou outros autores: vide Vovó Cera do Tempo que tem o poder de olhar lugares por meio de animais o que lembra os wargs em As Crônicas de Gelo e Fogo, ou as criaturas da outra dimensão que sugam a força da pessoa o que lembra bastante os dementadores em Harry Potter e claro a Universidade Invisível onde os alunos estudam a história da magia e outras matérias, uma ”Hogwarts” por assim dizer.

Vovó Cera do Tempo tenta convencer Eskarina de que ela pode ser bruxa mas não maga, mas a magia ou se preferir o destino, é inevitável e Eskarina ”exala” poderes de magos levando-as para uma jornada até a Universidade Invisível e conhecer personagens como o mago Treatle e seu pupilo Simon. Anões, orangotangos, ciganos, lobos famintos, corvos, vassouras de péssimo motor, são alguns elementos que tornam a história mais divertida.

Não diria que é a melhor história do autor, mas é genial e criativo. Infelizmente o livro está fora do mercado então precisa-se recorrer à pdf’s, o único volume disponível do ciclo das bruxas são ‘Lordes e Damas’ e Pequenos Homens Livres + Um Chapéu Cheio de Céu, esses dois últimos deixarei para falar mais tarde. A Bertrand Brasil, que publica os livros do Terry no Brasil, anunciou mais um livro esse ano do ‘ciclo das sentinelas’ (Watch Novels) ‘Guardas! Guardas!’

Tenham uma ótima leitura. A próxima resenha de Discworld será Estranhas Irmãs ”continuação” de Direitos Iguais e Rituais iguais.

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Resenha | Jonathan Strange & Mr. Norrell

Sinopse: ”Em 1806, a maioria da população britânica acreditava que a magia estava perdida há muito tempo – até que o sábio Mr. Norrell revela seus poderes, tornando-se célebre e influente. Ele abandona a reclusão e parte para Londres, onde colabora com o governo no combate a Napoleão Bonaparte. Tudo corre bem até que Jonathan Strange, um jovem nobre e impetuoso, descobre que também possui talentos mágicos.  […]

Misturando ficção e fatos históricos, Jonathan Strange & Mr. Norrell levou dez anos para ser escrito e foi baseado em uma extensa pesquisa da autora sobre a história da magia inglesa. Recebeu o Hugo Award, um dos prêmios mais importantes no gênero fantástico, além de ter sido indicado ao Man Booker Prize e eleito o melhor livro do ano pela revista Time. Agora adaptado para a TV pela BBC, o livro recebe nova edição, com introdução do escritor Neil Gaiman.

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Susanna Clarke, escritora inglesa, demorou 10 anos para concluir Jonathan Strange & Mr. Norrell. Publicada em 2004, a história foi premiada com o Hugo Award e diversos elogios. Nessa edição pelo selo Seguinte (Editora Schwarcz), temos o prefácio de Neil Gaiman, renomado escritor de fantasia, também inglês, que esbanja elogios ao livro: ‘’ […] escrevi para o editor de Susanna, pedindo-lhe para dizer a ela que, na minha cabeça, aquela era uma das melhores obras de fantasia em língua inglesa dos últimos setenta anos. […]’’.

Recentemente adaptado pela BBC, Jonathan Strange & Mr. Norrell merece mais do que elogios, é a continuidade de histórias um tanto quanto esquecidas em tempos de rapidez e livros com ”roteiros hollywoodianos”. Rico em linguagem, magia e um belo retrato da sociedade britânica em pleno conflito com Napoleão. A autora é original ao criar seu mundo, os magos da Inglaterra não usam varinhas ou chapéus pontudos, mas parecem ter vindos de um livro da Jane Austen com seu cavalheirismo.

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Jonathan Strange, Mr. Drawlight e Mrs. Bullworth.

Os acontecimentos se iniciam em 1806 no Condado de York na Inglaterra. Existia ali uma sociedade de magos, não magos que usam magias ou maldições, eles estudavam a história da magia. Tudo estava calmo quando John Segundus adentrou nesse pequeno grupo com o questionamento: por que não se fazia mais magia na Inglaterra? Após ser ridicularizado, John Segundus encontra Gilbert Norrell que afirma ser um mago praticante, e a partir daí a tentativa de reavivar a magia na Inglaterra vem à tona. Jonathan Strange aparece mais tarde junto com Arabella Woodhope, Stephen Black, Lady Pole e outros personagens.

-Pode um mago matar um homem com magia? – perguntou Lorde Wellington a Strange.

Strange franziu o cenho. Pareceu não gostar da pergunta. 

– Creio que um mago poderia – admitiu. – Um cavalheiro, jamais.

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Lady Pole e John Uskglass.

Com mais de 800 páginas, a história requer tempo do leitor que terá de ler diversas notas de rodapé que, na verdade, são histórias ou explicações muitas vezes necessárias para a continuidade do enredo, então nada de ignorá-los. As descrições são exuberantes e há um pouco do velho e bom humor inglês.

A magia no universo de Clarke se aproxima bastante da realidade, às vezes é difícil distinguir a realidade, o nosso mundo, com o ficcional. Referências memoráveis e participação de personagens históricas como Lord Byron, polêmico escritor inglês conhecido por sua melancolia. Personagens bem construídos, ambientado no inicio do séc. XIX com uma atmosfera obscura, como não se lembrar de Edgar Allan Poe? Personagens também são inesquecíveis, há uma brutalidade com sensibilidade em cada um.

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Jonathan Strange e Gilbert Norrell.

Resumi-se Jonathan Strange & Mr. Norrell um perfeito escrito nos temas de fantasia e ficção, há também um tanto de psicologia na obra. Talvez a obra não conquiste aqueles que não gostam de uma história longa e bem detalhada, o que pode ser bom para outros. Cativante e excepcional Susanna pode ser colocada a um patamar entre os mestres e mestras da literatura fantástica.

O que tange a adaptação, ela é fiel, porém perde-se um pouco do charme do livro, como em toda adaptação. Muitas coisas que aparecem nos últimos capítulos aparecem nos primeiros episódios que no total são sete, então é difícil conciliar a leitura e a série caso sejam simultaneamente acompanhadas.

Tenham uma ótima leitura!

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Resenha | Reinações de Narizinho

Sinopse: ”Não à toa Monteiro Lobato admitiu que, apesar do título dedicado a Narizinho, quem reinava mesmo nas histórias era Emília. Nem mesmo o autor mais respeitado de toda a literatura infanto juvenil brasileira conseguia dominar as peraltices da boneca de pano nas dezenas de aventuras povoadas da mais rica mitologia nacional. […]

Um clássico do faz-de-conta, na mesma medida que um Esopo ou um La Fontaine, Reinações de Narizinho ainda reina quando pensamos no projeto de uma literatura infantojuvenil nacional. Encontram-se ali os personagens que povoam nosso imaginário há tanto tempo, reunidos integralmente em um único volume, e que nos ensinaram e continuam ensinando a aprender brincando, instigando a curiosidade que é própria da infância e despertando o gosto pela leitura e pelo conhecimento.” 

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As Aventuras do Sítio do Picapau Amarelo é um marco na literatura infantil nacional. A primeira aparição do famoso sítio acontece no volume Reinações de Narizinho, escrito por Monteiro Lobato, publicado em 1931. Explorando o folclore e os contos de fadas, Monteiro cria personagens eternizados na cultura popular, como por exemplo, Emília a boneca de pano tagarela.

Alguns dizem que a bondosa velhinha chamada Dona Benta vive solitária em seu Sítio, pois estão muito enganados. Dona Benta vive com sua netinha chamada Lúcia, apelidada carinhosamente de Narizinho por causa de seu nariz arrebitado. Também moram no Sítio do Picapau Amarelo tia Nastácia a cozinheira de mão cheia contadora de histórias que costurou para Narizinho a boneca ”com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa”.

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Emília e Narizinho.

No primeiro capítulo titulado ”Narizinho”, Lúcia depois de um cochilo perto do ribeirão é convidada pelo Príncipe do Reino das Águas Claras para visitar seu reino, levando juntamente a boneca Emília que, depois de tomar uma pílula falante do Dr. Caramujo, começa a tagarelar fazendo suas asneiras serem o cômico da história.

Outros personagens aparecem ao decorrer da narrativa: Pedrinho o outro neto de Dona Benta, o Marquês de Rábico, o Visconde de Sabugosa e personagens dos contos de La Fontaine e Esopo. É uma narrativa espontânea e divertida, além de ser uma relembrança da infância para aqueles que já viveram na zona rural ou interior e um deleite para as crianças.

As aventuras do Sítio são envoltas por diversas curiosidades. Monteiro por meio de suas personagens pôs suas convicções em evidência, ele acreditava no desenvolvimento do país poderia ser acarretado pela exploração do petróleo, o qual o Visconde de Sabugosa encontra no sítio, ou quando a Emília e o Marquês de Rábico se casam e pedem o divórcio que na época ainda era tabu. O pó de Pirlimpimpim, capaz de fazer os personagens viajarem para o país das Fábulas, era cheirado pelos protagonistas, contudo nas versões para televisão foi modificado para não fazer apologia às drogas.

Confira uma parte do filme O Saci de 1951 (completo no youtube):

Em 18 de abril, nascia Monteiro Lobato, data que foi escolhida para se comemorar o dia do livro infantil. Dentre outras obras do autor para o público infantil estão O Saci e As Caçadas de Pedrinho.

Tenham uma ótima leitura!

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Resenha | Robin Hood

Sinopse: ”O clássico Robin Hood encontra sua melhor versão literária no talento inquestionável de Alexandre Dumas.

Ambientado na Inglaterra nos séculos XII e XIII, em especial sob o tumultuado reinado de Ricardo Coração de Leão, o livro traz as peripécias do fora da lei e seu bando dos alegres homens da floresta em busca de justiça e igualdade, e também de diversão. Nas matas de Sherwood e Barnsdale, acompanhamos os embates de Robin com o xerife de Nottingham, sua história de amor com lady Marian e sua parceria com o leal João Pequeno e frei Tuck – tudo isso, e muito mais, na narrativa ágil e mordaz que é marca registrada do autor.

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O príncipe dos ladrões, título atribuído a Robin Hood personagem do folclore inglês, ganhou diversas versões na literatura. Howard Pyke talvez seja o escritor que mais popularizou a história como nós conhecemos até mesmo filmes ajudaram a completar no nosso imaginário a imagem do peculiar Hood. Contudo, muito antes de Howard Pyke e o cinema nascerem, foi publicado em 1872 e 1873, As Aventuras de Robin Hood e O proscrito, ambos escritos por não menos que, Alexandre Dumas, escritor francês.

A versão de Dumas já começa a surpreender na sua própria apresentação da edição da editora Zahar, contando-nos sobre a participação de outra figura que ajudou a compilar o volume: Victor Perceval, um pseudônimo de Marie de Fernand.

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O Resgate de Robin Hood das mãos do Barão Fitz-Alwine.

Robin Hood não era pobre, não tinha nome Hood e não ajudava os ‘’pobres’’. Na obra de Dumas, Robin é deixado por um nobre cavaleiro em uma casa campesina onde vivia os Head, os quais receberiam uma generosa mesada para cuidar do bebê. Robin cresceu, é lhe revelado suas origens e acrescentado a isso o aparecimento de Allan Clare, um cavaleiro apaixonado por Christabel, e sua irmã Marian Clare, que vão mudar os rumos da simples vida do campo de Robin que, aliás, já tinha uma ótima pontaria com o arco e flecha.

Como surgiu o Hood é um mistério, mas claro que isso deve ter sido criado pelo Dumas que misturou o mito com sua imaginação, simplesmente Robin Head com o tempo foi sendo chamado de Hood. Robin vive com seus pais na orla da floresta da famosa Sherwood que fica próximo do Barão de Nottigham, Fizt-Alwine, pai da belíssima Christabel.

Em As Aventuras de Robin Hood, primeira parte do livro, há o encontro de personagens memoráveis como João Pequeno e a formação do bando dos homens livres na floresta de Sherwood, com derrota de Robin perante a um tribunal… Mas sem muitos detalhes para não dar spoilers. A segunda parte, O proscrito, possui pequenas aventuras de Robin já com sua fama de roubar qualquer um que passe pela floresta e no final o encerramento dos acontecimentos da primeira parte com a morte romantesca de Robin. Confira uma cena da animação feita pela Disney:

Reviravoltas são comumente vistas nas obras de Dumas, não seria diferente em Robin Hood. A obra consegue surpreender, tendo seus ápices de violência e aventura, como também, partes devotadas para os relacionamentos amorosos e de camaradagem.

Não se pode esquecer da participação de ícones da história inglesa, vide reis Ricardo Coração de Leão e João Sem-Terra. A obra foi publicada postumamente fazendo com que a mesma não seja tão famosa quanto O Conde de Monte Cristo ou Os Três Mosqueteiros, mas a competência do autor permanece digna do seu nome e sua capacidade de criação. Tenham uma ótima leitura!

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Resenha | Ayla A Filha das Cavernas

Sinopse: ”Nesta aventura pré-histórica ambientada há cerca de 35 mil anos em algum lugar da Europa, Ayla é a heroína de 5 anos que perde os pais em um terremoto e é resgatada por um grupo de uma outra tribo – o Clã do Urso das Cavernas. A pequena Ayla é uma cro-magnon, representante de uma espécie mais evoluída, e o clã que acolhe a menina é formado pelos últimos Neandertais. Eles se sentem ameaçados pela presença estrangeira, e à medida que Ayla cresce e amadurece, suas tendências naturais desabrocham, tornando-a o centro de uma brutal e perigosa luta pelo poder.

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Ayla A Filha das Cavernas (The Clan of the Cave Bear) é uma experiência totalmente inovadora na literatura. A escritora estadunidense, Jean M. Auel mistura ficção e arqueologia fundamentada em pesquisas. O resultado foi uma obra que agradou leigos e a comunidade arqueológica, Auel reconta os primeiros passos da humanidade.

Entre 35 e 25 mil anos atrás em uma Europa pré-histórica, Ayla uma criança da espécime cro-magnon escapa de uma tragédia que destrói sua morada deixando-a diante de perigos. Enquanto isso milhas dali, um grupo de Neanderthais liderados por Brun com a companhia de seus irmãos: Creb o misterioso representante religioso de título Mog-ur e Iza a curandeira da tribo, estão a procura de uma caverna para sobreviverem ao inverno com a esperança de serem guiados por Ursus, espírito de grande poder. Confira o trailer da adaptação de 1986 que contou com a atriz Daryl Hannah interpretando Ayla:

O encontro entre a tribo de Brun e da garotinha Ayla é o marco da convergência evolutiva. Ayla é acolhida recebendo cuidados maternos de Iza, mas com a rejeição por ser da espécie dos Outros (cro-magnons) Ayla terá de enfrentar paradigmas e se adaptar às regras tribais. Se utilizando da teoria de que houve entre os cro-magnons e neandertais não só conflitos, como cruzamentos provocando a ‘’extinção’’ destes últimos e o aparecimento do homo sapiens, Auel constrói uma trama que não se restringe ao âmbito cientifico e se expande no social como forma de crítica e análise da sociedade contemporânea.

Auel tem a sensibilidade enorme na ambientação, criação de suas personagens e desenvolvimento de toda uma religião primitiva, além da organização dos papéis sociais dentro de uma tribo neandertal. Rico em descrições e explora bastante os pensamentos das personagens, o clímax fica por conta das provações de Ayla junto com marcantes momentos que envolvem família e o papel feminino.

Ayla A Filha das Cavernas (1980) é o primeiro volume da saga Os Filhos da Terra que foi finalizado em 2011 com o volume A Terra das Cavernas Pintadas publicada em 2013 no Brasil. O final do primeiro volume é satisfatório e apesar de não ter lido o segundo volume, a sensação no final foi parecida com a da obra E o Vento Levou que nunca possuiu sua continuação por causa da autora que veio a falecer, mas ao contrário de Ayla, para aqueles que gostarem muito da obra poderão acompanhar a saga.

Atualmente a distribuição do livro é feita pela BestBolso do Grupo Editorial Record, o exemplar pode ser encontrado em pocketbook. A tradução é de Maria Thereza de Rezende Costa que fez um magnifico trabalho. Tenham uma ótima leitura.

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Resenha | A Menina que Roubava Livros

Sinopse: ”Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. […]

A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto — e raro — de crítica e público.

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”Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.”

Publicada em 2005 a obra A Menina que Roubava Livros (The Book Thief) do autor austríaco Markus Zusak, é a cativante história de Liesel Meminger que, após uma série de eventos trágicos, foi entregue à família Hubbermann. O enredo tem como cenário a Alemanha nazista e um narrador peculiar: a própria Morte.

Apesar da narração impecável, a trama é simples.  Zusak nos transmite a ingenuidade em plena segunda guerra mundial através da protagonista que busca na literatura o refúgio dos males da guerra. Vide a perseguição não só aos judeus e minorias, como também, livros que fossem ”inconvenientes” ao regime, fazendo se tornar secreto a adoração pelos livros por Liesel,  roubando seu primeiro livro ‘’O Manual do Coveiro’’ antes mesmo de saber ler.

Confira o trailer da adaptação lançado em 2014:

Entre 1939 e 1943, Liesel escapa três vezes da Morte, por isso a própria tem interesse na garota, uma ”sobrevivente”. Além da protagonista, outras personagens estão inseridas nesse contexto como Hans Hubbermann pai adotivo que a alfabetiza, Rudy Steiner seu vizinho e Max Vanderburg, esse em especial é o que recebe bastante destaque, por ser judeu sofre perseguição nazista e se esconde no porão dos Hubermann, criando momentos de tensão e partes comoventes.

É inevitável citar o Diário de Anne Frank, apesar de grande disparidade entre as autorias e narração, ambas as obras têm literatura como escape da guerra e se passam na segunda guerra mundial. Um ponto importante na obra A Menina que Roubava Livros são os personagens comuns que visem aproximar da realidade da ficção.

This image released by 20th Century Fox shows Ben Schnetzer, left, and Sophie Nélisse in a scene from "The Book Thief," about a girl who loves books. (AP Photo/20th Century Fox, Jules Heath) ORG XMIT: NYET714
Cena do filme A Menina que Roubava Livros (2014), Max Vanderburg (Ben Schnetzer) e Liesel Meminger (Sophie Nélisse).

O livro não explora muito a parte histórica, mas deixa referências para que o leitor se mantenha orientado. A inspiração do autor veio de sua família que chegou a passar por dificuldades na mesma época em que as personagens fictícias vivem, logo existe um vinculo especial entre o autor e a obra muito além das pesquisas que Zusak fez.

A escrita é singela e até poética, abrangendo o seu público alvo. O ritmo nas primeiras 50 a 100 páginas é lento, descrevendo o cotidiano das personagens, ambientes e reflexões, o que pode não agradar muitos. Aclamado pela crítica, está entre os 10 mais lidos na rede social Skoob e entre os 10 melhores livros da década de 2000.

A Menina que Roubava Livros transcende o seu gênero, é muito mais do que uma simples ficção na segunda guerra mundial, é o vislumbre de como a literatura pode amenizar o sofrimento humano. Tenham uma ótima leitura.

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Resenha | O Caminho Jedi

A força é forte em todos nós, mas você sabe dominá-la? Continuando a série de resenhas sobre o box de manuais de Star Wars, o livro que falaremos hoje é especial para os aspirantes a Jedi e adoradores da força. Conheçam… O Caminho Jedi.

Seguindo o padrão da última resenha (se você ainda não leu, pode encontrar clicando aqui) começaremos pelo design do livro. Muito bem encadernado, com uma textura áspera, ele carrega detalhes em baixo relevo, dentre eles o brasão da ordem Jedi. Algo bem simples mas também que nos chama muita atenção é o formato das páginas, suas bordas são digamos que “gastas”, feitas para parecer que realmente estamos pegando em algo muito antigo que foi lido inúmeras vezes (uma excelente visão de quem fez o acabamento).

Capa do livro
Capa do livro.

A linha do tempo fictícia da obra (onde é mostrado quem já esteve em posse dela), dessa vez, se dá de uma forma digamos que hereditária, ela é passada de Mestre para Padawan. Originalmente quem carregou o exemplar foi o mestre Yoda que o entrega para Thame Cerulian, logo depois ele passa o mesmo para Dookan (sim, o Conde que se voltou para o lado negro), após um período de tempo, Dookan entrega-o para o seu padawan Qui-Gon Jinn, assim a linha suscetiva continua com Obi-Wan Kenobi, Anakin Skywalker e Ahsoka Tano. Porém após as guerras clônicas o livro cai nas mãos do império e vai parar com Darth Sidious (nome Sith do Imperador Palpatine), felizmente, após um longo período de tempo quem o acha é Luke Skywalker, que é inclusive quem nos conta essa história logo na primeira página.

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Parte sobre os animais que manejam a força e um comentário de Luke Skywalker.

Bom, os pontos mais altos dessa coleção são os comentários dos personagens enquanto estavam lendo a obra, e especialmente nessa, eles desempenham seu papel perfeitamente. Os Comentários do mestre Yoda são exatamente como você imaginava, ele utiliza de forma sábia a sua linguagem, digamos que, peculiar.  Outro diferencial, é que já que a maioria recebeu o livro quando era padawan, podemos ver o ponto de vista, de certa forma, imaturo de alguns personagens que não pudemos conhecer com essa idade nos cinemas, dentre eles está o Conde Dookan. Já Luke, se encontra em um estágio extremamente contrário quando vai ler, e cita como está sendo a sua experiencia com novos aprendizes para uma nova linha Jedi (tema um pouco visto em Star Wars VII: Despertar da Força).

Introdução ao sabre de Luz com comentários do Mestre Yoda.
Introdução ao sabre de Luz com comentários do Mestre Yoda.

É bom sempre ressaltarmos que esse é um tipo de gênero textual diferente (não é uma narrativa como de costume), e isso acaba fazendo com que a resenha se torne mais uma análise sobre o que é o livro. Seu conteúdo trás: A história jedi, A profecia do Escolhido (que se encontra completamente censurada como na foto abaixo), os passos de como fazer pra ser um Jedi iniciado, um Padawan e um Cavaleiro Jedi, incluindo equipamentos, vestimentas, golpes, estilos de luta, modos de meditação, enfim, um guia completo para quem quer seguir o melhor que há na Força.

A profecia do escolhido, completamente censurada e um comentário de Luke Skywalker sobre o ocorrido.
A profecia do escolhido, completamente censurada e um comentário de Luke Skywalker sobre o ocorrido.

Se quer seguir o caminho da luz, fazer o bem, como um Jedi, e aceita o desafio de não cair na tentação do Lado negro, esse é o livro perfeito pra você. Agora, se você pretende ir para a obscuridade e ter como mentor o Imperador Darth Sidious, aconselho então ter um pouco de paciência e esperar a próxima resenha que será sobre: O Livro dos Sith.

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Resenha | O Código do Caçador de Recompensas

Você ama o universo expandido de Star Wars, é fã do Boba Fett, gosta do modo como os caçadores de recompensa trabalham, ou apenas gosta da franquia e queria saber mais? Acabou de encontrar o livro perfeito para isso tudo! E o nome dele é: O Código do Caçador de Recompensas.

Já diferenciando de qualquer outra obra, aqui não trataremos de uma narrativa e sim de um manual. E aí você se pergunta: “O que eu faria com um manual de caçadores de recompensas intergaláticos do universo expandido de uma franquia fictícia?”. Bom, primeiramente não é qualquer “manual intergalático do universo expandido de uma franquia fictícia” mas sim, um manual que já “passou pelas mãos” dos caçadores Boba Fett, Greedo, Dengar, Bossk e de alguma forma, depois de um tempo, acabou parando nas mãos do próprio Han Solo.

Respectivamente: Bossk, Dengar, Boba e Greedo
Respectivamente: Bossk, Dengar, Boba e Greedo

Bom, vamos ao que interessa. O primeiro detalhe que se pode observar é o trabalho maravilhoso que foi feito no acabamento da obra, tudo, em toda a coleção (que será comentada nas resenhas seguintes), foi feito para sentirmos que estamos pegando em um objeto que foi utilizado pelos próprios personagens da franquia (sensacional, né?). A capa se parece realmente com um manual espacial, desde a pintura até a espessura, e o mais legal é que logo atrás, em baixo relevo, temos um brasão Mandaloriano, que pode ser considerado um indício que a edição foi encadernada pelo próprio Boba Fett.

Capa do livro
Capa do livro

Logo ao abrir, temos uma espécie de relatório Rebelde anexado dizendo como, quando e onde o manual foi encontrado (o que já mexe bastante com a imaginação do leitor). No decorrer do livro, temos o manual com tudo o que se precisa saber para se tornar um caçador de recompensas: As noções básicas, requisitos de alistamento em guildas, credos, regulamentos de guilda, recompensas por regiões, história dos caçadores de recompensas, armas que se devem ser utilizadas, veículos, procedimento com o império, as quatro fases de como caçar uma aquisição, enfim, exatamente tudo que você precisaria para se tornar um caçador de recompensas.

Anotações de Boba Fett e gravuras de modelos de Landspeeders.
Anotações de Boba Fett e gravuras de alguns modelos de Landspeeders.

Além de todo o manual muito bem estruturado, e com cada parte escrita por um membro importante da guilda dos caçadores de recompensas, temos o ponto alto do livro, enquanto você aprende tudo sobre esse universo, também pode desfrutar de comentários feitos pelos próprios caçadores quando também estavam lendo a obra. veja um exemplo abaixo:

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Comentário feito por Bossk em relação ao que era a guilda antigamente.

Em termos cronológicos, respondendo a pergunta: “Mas como eles pegaram o mesmo livro e leram ao mesmo tempo?” A leitura de cada um ocorreu em tempos diferentes, fica subentendido que primeiro, o manual estava nas mãos de Greedo, após um tempo foi para as mãos de Bossk, depois Dengar que o entrega para Boba, até que finalmente vai parar com Han Solo através da Aliança Rebelde.  Em determinadas partes da obra é possível ver respostas dos que pegaram o livro depois, para alguns comentários dos que pegaram antes, outro atrativo sensacional.

Por fim, nas ultimas páginas, temos outra história, um manifesto dos sentinelas da morte Mandalorianos (raça do caçador Boba Fett), Onde podemos ver a origem da fama e a grandeza da espécie. Ideal para desvendar inúmeros mistérios sobre o Caçador. Dentro desta parte podemos desfrutar dos comentários de Jango fett, que são direcionados para o filho Boba, que depois, deixa comentários para a filha Ailyn Vel, já que se trata de um exemplar passado de geração em geração. Além deles ainda temos palavras de Aurra Sing e do pirata Weequay Hondo Ohnaka.

Respectivamente: Aurra Sing, Jango Fett, Ailyn Vel
Respectivamente: Aurra Sing, Jango Fett , Weequay Hondo Ohnaka e Ailyn Vell.

O livro é considerado para mim, um item indispensável para um colecionador de Star Wars, principalmente para quem foca a sua coleção nos caçadores de recompensa da franquia.