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Resenha | A Menina que Roubava Livros

Sinopse: ”Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. […]

A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa desse duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto — e raro — de crítica e público.

Menina q roubaa livros

”Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.”

Publicada em 2005 a obra A Menina que Roubava Livros (The Book Thief) do autor austríaco Markus Zusak, é a cativante história de Liesel Meminger que, após uma série de eventos trágicos, foi entregue à família Hubbermann. O enredo tem como cenário a Alemanha nazista e um narrador peculiar: a própria Morte.

Apesar da narração impecável, a trama é simples.  Zusak nos transmite a ingenuidade em plena segunda guerra mundial através da protagonista que busca na literatura o refúgio dos males da guerra. Vide a perseguição não só aos judeus e minorias, como também, livros que fossem ”inconvenientes” ao regime, fazendo se tornar secreto a adoração pelos livros por Liesel,  roubando seu primeiro livro ‘’O Manual do Coveiro’’ antes mesmo de saber ler.

Confira o trailer da adaptação lançado em 2014:

Entre 1939 e 1943, Liesel escapa três vezes da Morte, por isso a própria tem interesse na garota, uma ”sobrevivente”. Além da protagonista, outras personagens estão inseridas nesse contexto como Hans Hubbermann pai adotivo que a alfabetiza, Rudy Steiner seu vizinho e Max Vanderburg, esse em especial é o que recebe bastante destaque, por ser judeu sofre perseguição nazista e se esconde no porão dos Hubermann, criando momentos de tensão e partes comoventes.

É inevitável citar o Diário de Anne Frank, apesar de grande disparidade entre as autorias e narração, ambas as obras têm literatura como escape da guerra e se passam na segunda guerra mundial. Um ponto importante na obra A Menina que Roubava Livros são os personagens comuns que visem aproximar da realidade da ficção.

This image released by 20th Century Fox shows Ben Schnetzer, left, and Sophie Nélisse in a scene from "The Book Thief," about a girl who loves books. (AP Photo/20th Century Fox, Jules Heath) ORG XMIT: NYET714

Cena do filme A Menina que Roubava Livros (2014), Max Vanderburg (Ben Schnetzer) e Liesel Meminger (Sophie Nélisse).

O livro não explora muito a parte histórica, mas deixa referências para que o leitor se mantenha orientado. A inspiração do autor veio de sua família que chegou a passar por dificuldades na mesma época em que as personagens fictícias vivem, logo existe um vinculo especial entre o autor e a obra muito além das pesquisas que Zusak fez.

A escrita é singela e até poética, abrangendo o seu público alvo. O ritmo nas primeiras 50 a 100 páginas é lento, descrevendo o cotidiano das personagens, ambientes e reflexões, o que pode não agradar muitos. Aclamado pela crítica, está entre os 10 mais lidos na rede social Skoob e entre os 10 melhores livros da década de 2000.

A Menina que Roubava Livros transcende o seu gênero, é muito mais do que uma simples ficção na segunda guerra mundial, é o vislumbre de como a literatura pode amenizar o sofrimento humano. Tenham uma ótima leitura.

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Sobre o Autor

Daniel Estorari

With great powers...