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11 anos depois, Angel Beats ainda é perfeito no meu coração

Algum tempo atrás, fiz uma postagem sobre o valor de revisitar conteúdos, em oposição a consumir coisas novas. Acredito ser uma das minhas melhores obras, e ela foi justamente a inspiração para esse texto de hoje. Se não viu ainda, recomendo dar uma olhada: O valor de revisitar conteúdos já conhecidos.

Em suma, o que nos trouxe aqui hoje foi um experimento simples: O Vinicius de hoje tem os mesmos gostos que o Vinicius de 11 anos atrás? Pegamos um animê que, até então, eu considerava como um dos meus favoritos, e que sempre tive certo “receio” de rever: Angel Beats. Queria descobrir se eu continuaria gostando tanto quanto eu gostei no passado, e se eu teria uma visão diferente daquela que tive na primeira vez.

Inclusive, decidi fazer isso justo agora por um motivo especial: 3 de abril de 2021 marca o décimo primeiro aniversário do lançamento do show. O primeiro episódio foi exibido na televisão japonesa justamente nesse mesmo 3 de abril, no longinquo ano de 2010. Posso estar exagerando um pouco, mas ouso dizer que foi um animê que marcou não só o gênero, como toda uma geração de fãs. Pelo menos, me marcou.

O clássico episódio de beisebol, sempre sendo usado para desenvolvimento de personagens e, claro, como mote para várias piadas.

Sendo a mais nova – na época – artimanha de Jun Maeda e da Key, todos os olhos estavam voltados para Angel Beats: Com antecessores como Clannad e Little Busters, o público estava preparado para mais uma obra repleta de comédia e recheada de drama, com apenas um pequeno toque de magia e muito, mas muito beisebol.
Afinal, se existe um escritor que é consistente em suas obras, é justamente Jun Maeda. Um dos fundadores do estúdio “Key” (parte do grupo “Visual Arts“), ele é formado em psicologia pela Universidade de Chukyo, e olha… ele usa bastante o diploma. Os roteiros que escreve são conhecidos por serem fortes, alegres, tristes, engraçados, intensos e até cruéis, tudo ao mesmo tempo. Com os já anteriormente citados “Clannad” (Visual novel de 2004, com animação em 2007) e “Little Busters!” (Visual novel de 2007, até então sem animação) sendo considerados “clássicos”, e tendo mais ou menos a mesma temática, nós já tínhamos uma ideia de o que esperar de Angel Beats.

Mas é claro que em 2010, o pobre Vinicius de 14 anos não tinha a menor noção de nada disso. Ele tinha acabado de começar a assistir animês, tendo apenas visto alguns episódios de Naruto e os clássicos Dragon Ball e Sakura Card Captors na televisão.
Hoje, me recordo de ter adorado o show, e que ter assistido sem ter muita noção do que esperar foi parte do motivo. Eu simplesmente recebi uma indicação de um amigo meu (se estiver lendo isso, Nishida, grande abraço!), e fui atrás dos dois ou três episódios já lançados no momento. A cada semana, foi uma surpresa nova, uma risada nova, um sentimento novo.

O problema é que onze anos é muito tempo, bicho. Minha nossa, que tristeza pensar nisso… E com o tempo, memórias vão se deteriorando. O próprio conceito de “memória” é uma coisa horrível, pois ela deveria servir para nos recordar do passado, mas elas acabam apagando todos os detalhes e nos deixando apenas com o “sentimento geral” daquela situação.
Até reassistir o animê nesses últimos dias, eu me lembrava vagamente do show. Eu tinha certeza de que era algo divertido e emocionante, que me marcou muito e que eu considerei, na época, como uma das melhores coisas que eu conhecia. Mas… Se me perguntassem “por quê?“… Eu não saberia responder. Eu mal poderia dar uma sinopse de todos os arcos que ocorrem nos exorbitantes treze episódios. Nem é tanta coisa assim, sabe? E mesmo assim, minha memória era apenas uma bolota flutuante que dizia “Angel Beats bacanudo” e nada mais.

Só que agora, eu revi o show. Sentei por treze episódios e assisti tudo novamente. Uma coisa que eu não tinha nem como apreciar no passado (pela falta de experiência), e que vi agora com outros olhos, foi a qualidade técnica de Angel Beats. Não preciso nem entrar no mérito de história ou trama pra isso. Falo mesmo da questão de estúdio, de direção, de animação, de dublagem. Até para os padrões de hoje, o animê é absurdamente bem feito. É bonito e bem animado (como já era de se esperar do Estúdio P.A. Works e nomes como Tadashi Hiramatsu e Katsuzou Hirata na equipe); tem OST de fazer inveja; umas três ou quatro (até perco a conta!) insert songs; um elenco de dubladores que reuniu os maiores nomes da época (com muitos deles estando no ápice de suas carreiras até hoje, como Kana Hanazawa e Kamiya Hiroshi)…
Não dá pra negar que uma quantidade enorme de dedicação, recursos e talento foi colocado nessa produção, que, com certeza, venceu o teste do tempo nesses quesitos.

Com apenas treze episódios, não dá para falar de todo mundo. Mas, talvez, seja melhor assim.

E quando entramos, de fato, no mérito da trama… Angel Beats é um show agridoce, como tudo que a Key custuma fazer. E, depois de ponderar um pouco sobre o assunto, acho que cheguei na conclusão de que isso é feito com o uso de elipses.
Vou explicar: A gente tem um elenco absurdo, personagens interessantíssimas e que sabemos, com certeza, que possuem uma história e um motivo para estar ali. Muitas delas nos deixam curiosos para entender o que aconteceu, ou o porquê de ter acontecido. Afinal, quem diabos é TK, e por qual motivo ele só fala em citações musicais? Por que Shiina age como uma ninja? O quão sofrida pode ter sido a vida de um jovem faixa preta 5º dan em judô?
Quando decide NÃO te dar essas respostas, Jun Maeda está reforçando ainda mais o impacto das histórias que ele decidiu te mostrar. Esse “ar de mistério” que cerca não só as personagens, como toda a trama, é que faz com que os pedaços que foram, de fato, elucidados, se tornem tão marcantes.
Isso é feito com grande maestria com o próprio protagonista. Privar o público do passado de Otonashi não é apenas uma ferramenta de roteiro para que a obra comece. É, também, uma elipse ao nos mostrar apenas metade da história, fazendo com que o final dela seja tão mais memorável.

Voltando ao ponto principal, que seria a minha interpretação atual: Assistindo a cada episódio, eu senti mais e mais que Angel Beats foi algo feito para mim. Ele tem as principais características que eu amo nessa mídia, e que comento sempre que posso. Animês são a mídia perfeita para comédia esdrúxula e, ao colocá-la no meio de um drama comovente que te faz chorar igual um bebê, você atinge um balanço ideal.
E, se entendermos o contexto em que esse show existiu na minha vida, é muito provável que ele seja um dos responsáveis por moldar o meu gosto. Possivelmente é o motivo de eu ter um fraco por comédias absurdas e um fraco ainda maior por qualquer historinha triste mequetrefe (por mais que eu tente esconder o fato de ser movido à lágrimas facilmente).

Impossível negar, porém, que chegar para assistir um show (ou ler um livro, ver um filme, ouvir uma música… A ideia é aplicável para qualquer mídia) já com “sentimentos” – a grande bolota que citei mais cedo – faz com que essa experiência não seja tão nova assim: Você já tem alguns pré-conceitos (talvez pós-conceitos?) que afetam a sua visão.
Por outro lado, justamente a existência desses “sentimentos” já é um fator que diferencia a sua nova jornada da primeira.

A história se aplica ao próprio show, onde personagens passam por coisas que os mudam, e mudam as percepções de mundo deles.

De novo trago a velha história do rio: A pessoa que assistiu Angel Beats hoje é completamente diferente da pessoa que assistiu Angel Beats 11 anos atrás. O modo de assistir, o clima e a visão do mundo, a personalidade, a visão de si próprio… Tudo isso mudou, apenas para citar alguns pontos. O show pode ser exatamente o mesmo, sem tirar nem por, mas eu não sou. Isso permitiu que essa experiência “velha” pudesse ser uma “nova” experiência, e que abriu novas interpretações e sentimentos, agregando novidades à bolota de memórias.

Um exemplo muito claro disso é minha relação com uma das personagens: Na experiência “velha“, lembro de não ter ido muito com a cara da Yui, por ser uma garota extremamente enérgica e que me dava uma impressão ruim. O impacto do passado dela não foi, nem de perto, tão grande quanto na experiência “nova“, onde eu tinha uma mente mais aberta e consegui me solidarizar com a garota.

A conclusão que podemos tirar disso tudo é que eu posso ficar tranquilo, pois os meus shows favoritos (muito provavelmente) continuam sendo meus shows favoritos, mesmo depois de tantos anos. Assim, graças a Deus, não precisarei mais rever uma cacetada de animês. Eu confio no meu eu do passado e nas minhas queridas bolotas.
É uma desculpa a menos para não assistir coisas novas, mas é um preço que estou disposto a pagar.

“Angel Beats” está disponível na Crunchyroll, todos os 13 episódios com legendas em português, e é um animê que eu não poderia recomendar mais. Mas acho que esse ponto já ficou claro, né?

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Anime Cinema

BRZRKR ganhará filme e anime pela Netflix, ambos serão estrelados por Keanu Reeves

Por meio de suas redes sociais, a Netflix anunciou que um filme em live-action e um anime de BRZRKR está em desenvolvimento. 

Keanu Reeves, o criador do quadrinho de mesmo nome, irá estrelar ambas as produções. 

Reeves também será o produtor ao lado da BOOM! Studios, a editora da HQ nos Estados Unidos da América. 

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Cultura Japonesa Mangá

NewPop abre a pré-venda de Patrulha Estelar Yamato

A editora NewPop começou a pré-venda de Patrulha Estelar Yamato, de Leiji Matsumoto, um clássico criado no Japão em 1973 e que foi concebido pelo produtor Yoshinobu Nishizaki, após muitas revisões e principalmente com a entrada de Leiji na produção, veio o sucesso e o reconhecimento.

O ano é 2199, a Terra está sofrendo com as invasões e ataques do Império Gamilas, o que força a humanidade a se refugiar em uma metrópole subterrânea, devido às armas de radiação. Mas a situação está rapidamente se deteriorando e dentro de um ano o planeta inteiro se tornará inabitável.

Em meio a isso, uma mensagem misteriosa vinda dos confins do universo é captada pela base de Marte, contendo o método para a produção do “motor de ondas” e instruções que usassem essa tecnologia de viagem espacial para ir até o planeta Iskandar, onde conseguiriam um dispositivo que eliminaria por completo toda a radiação dos gamilanos. Para essa missão é escolhido um antigo couraçado utilizado na guerra de 250 anos atrás, o Yamato. Assim, o Couraçado Espacial Yamato parte em rumo a uma galáxia distante para trazer à Terra, dentro de um ano, a única e última esperança da humanidade.

A série original deu origem a um mangá chamado Cosmoship Yamato, diversos filmes de animação, spin-offs e um filme live action. No Brasil ela foi exibida pela Rede Record e pela extinta TV Manchete, tudo na década de 80.

Patrulha Estelar Yamato tem formato 15 x 21 cm, 648 páginas e o valor de R$ 96,90. Se a compra for feita na pré-venda, o leitor garante um desconto de 20%.

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Resenha | Fate/Zero é uma tragédia sem heróis

Lançado no Brasil pela editora NewPOP no longinquo ano de 2015, Fate/Zero é uma série completa em seis volumes, e que pode não ser a coisa mais nova ou mais popular no momento, mas como será reimpressa ainda esse mês, após alguns anos fora de estoque, achei um bom momento para comentar sobre ela. Isso, e o fato de que eu terminei de ler o negócio só semana passada, mas majoritariamente por causa das reimpressões.

Então vamos começar contando o que é Fate/Zero. Se você está aqui, muito provavelmente já ouviu falar da franquia Fate/, certo? Ela está em literalmente todos os lugares, é quase um negócio insuportável. Eu já fiz uma postagem contando como você pode entrar nesse universo (veja AQUI), e só passando o olho por lá, você vai ver que temos bastante coisa. Fate/Zero, embora seja uma prequel (isso é, uma história que se passa antes da história principal) de Fate/Stay Night, e seja melhor aproveitado dessa maneira, pode servir como uma porta para você adentrar esse vasto e sofrido mundo.

Escrito por ninguém menos que Gen Urobuchi – um dos autores japoneses mais conhecidos no nicho, principalmente por sua adoração por tragédias e incapacidade de escrever um final feliz – Fate/Zero é uma obra que deu todas as oportunidades para seu escritor fazer o que faz de melhor: Deixar todas as suas personagens sofrendo em um inferno cheio de desgraças.

Com ilustrações de Takashi Takeuchi, que, infelizmente, não aparecem no miolo dos livros

Como o título sugere, nessa Light Novel, não temos heróis. Temos apenas uma grande tragédia composta por uma infinidade de pequenas tragédias, cada uma com seu toque especial. Mas afinal, o que é um “herói“? O que é preciso para definirmos uma personagem como “herói“? É uma discussão complexa, mas acredito que aqui, nós passamos tão longe do conceito, que uma definição simples pode servir. Podemos dizer que um herói é alguém que faz coisas boas por bons motivos.

Colocando dessa forma, acabamos levantando outro questionamento: Histórias precisam de heróis? Eles são necessários para que uma trama persevere? Por um lado, uma história “sem heróis“, como é Fate/Zero, pode ganhar pontos ao ser – dentro dos limites da suspensão de descrença – um conto realista: Basta olhar para o mundo que você verá que não existem heróis na realidade. Ao menos, não o suficiente. A quantidade de “não-heróis” é astronomicamente maior. Então, as chances de você conseguir um herói ao fazer um pequeno recorte de pessoas é muito pequena. Uma história sem heróis é, em sua essência, um retrato do mundo.

Daí, entra uma questão pessoal, e que só posso falar por mim: Buscamos na ficção aquilo que não encontramos no mundo real, não é? Se eu quisesse uma tragédia, eu não estaria lendo light novels, eu estaria assistindo o jornal. Acaba sendo uma obra que não é para todo mundo, principalmente nessa época onde não tá fácil pra ninguém. Mas, sempre tem quem goste, né. Fica apenas como recado.

A parte interessante do livro, para mim, foi ver os diferentes tipos de personagens que tiveram suas vidas expostas, e como cada um deles poderia ser um candidato ao posto de “herói da história“. Em especial, quatro delas chegaram mais perto disso: Kiritsugu Emiya, Waver Velvet, Saber, e Kariya Matoh. De uma forma surpreendente, temos quatro pessoas absurdamente opostas.

Mas, como foi dito no começo da postagem, o autor da novel, Gen Urobuchi, não é conhecido por dar “felizes para sempre” à suas personagens. Nenhum dos quatro candidatos consegue alcançar essa vaga, todos terminando com um final trágico, o completo oposto do que seria digno de um herói.

Pelo menos ela tem uma motinha super irada

[spoiler]Começamos com o chamado “protagonista” da história: Kiritsugu Emiya. Ele será o primeiro pois, dentre os quatro listados, é o que precisamos mais forçar a barra para tentar justificar a quase classificação como herói. Afinal, Kiritsugu é um anti-herói, um clássico exemplo da famosa máxima erroneamente atribuída à Maquiavel: que “os fins justificam os meios“.
Esse é um esteriótipo de personagem bastante comum na ficção, mas que normalmente é acompanhado por uma outra personagem ou grupo, que está ali com a função de dar uns tapa na cara do “justiceiro” e tentar botar juízo na cabeça dele. Sem explicar que os fins não justificam os meios; e que ficar buscando por um milagre para resolver todos os problemas que você mesmo causou ao tentar resolver outros problemas é, francamente, um estilo de vida estúpido; Urobochi tenta nos convencer de que Kiritsugu deveria, mesmo, ser o herói da história. Claro que isso não cola com ninguém, e ficamos apenas com uma situação desconfortável por cinco volumes e meio, onde precisamos encarar os ideais do “Assassino de Magos” e fingir que estamos levando-o a sério, quando sabemos que personagens desse tipo nunca terão um final feliz.

Seguimos com Waver Velvet. Desde o princípio, ele é construído como uma personagem que tem as bases para ser um herói: Um jovem “comum” que recebe uma quantidade absurda de poderes e, com eles, uma carga igualmente grande de responsabilidades. A partir daí, a única coisa que falta para se alcançar o posto de herói seria coragem. É necessário coragem para dar o passo adiante, que definirá todo o resto do caminho.
Mas Waver não toma esse passo: Ele prefere se acovardar em sua própria mediocridade – aquela que ele tanto lutou para provar falsa – e acaba se contentando com se tornar uma mera sombra sob o manto de um herói, ao invés de se tornar um ele mesmo. Ao escolher passar a vida perseguindo um vulto inalcançável, ele descarta um possível grande futuro para ter um final trágico e sem esperanças.

Continuamos com a Saber. Você pode estar me olhando torto agora, pensando “mas a Saber É uma heroína!“, e eu preciso concordar com você. Sim, é claro que ela é um heroína. Acontece que, em Fate/Zero, ela não recebe o tratamento de uma heroína, muito pelo contrário.
Sendo uma pessoa majoritariamente boa e com boas intenções, o que Saber busca, na novel, é redenção. Quando nega essa redenção à ela, Urobochi está, na prática, dizendo que o “caminho de reinado” dela – que ela se esforçou para mostrar ser correto para os outros reis – é falho.
O fim trágico de Saber em Fate/Zero é, de certa forma, como o ponto mais baixo em um filme de super-herói, onde temos a segunda metade do filme para fazer o protagonista re-assumir seu papel de herói. Podemos usar “O Homem de Aço” como exemplo: Quando o Super Homem se deixa ser algemado e levado, estamos vendo o pior momento do antes chamado “símbolo de esperança“; mas temos todo o resto da história para que ele consiga “se redimir” com aqueles que decepcionou. O problema é que esse não é o fim da história de Saber, mas é o fim da light novel. A “conclusão” da saga de redenção e heroísmo de Saber acontece em Fate/Stay Night, fazendo com que ela termine não como uma heroína, mas sim, como uma casca vazia do que já foi uma heroína.

Não apenas a capa, como todo o sexto volume da obra serve para mostrar esse ponto: que Saber não está aqui para ter um final feliz

E encerramos nossa lista com Kariya Matoh. Possivelmente a personagem que é, ao mesmo tempo, mais parecido e mais diferente ao primeiro da lista, Kiritsugu. Os dois são pessoas com motivações nobres e que costumam fazer coisas estúpidas para alcançar esses objetivos, mas, enquanto Kiritsugu escolhe sacrificar outros em busca de um ganho coletivo, Kariya escolhe sacrificar a si próprio em busca de uma causa individual.
Ele tenta agir de forma heroica, mas mesmo com uma causa justa e lutando para provar que seu ponto de vista é o certo, ele acaba simplesmente jogando sua vida fora, num final trágico e melancólico. Kariya funciona, de certa forma, como um recado de que a linha entre coragem e burrice é tênue, e que o que faz um herói é saber em qual ponto dessa linha se deve parar. Num caso oposto ao de Waver, o problema de Kariya foi ter ido longe demais.[/spoiler]

Voltando agora aos detalhes da edição nacional, é preciso lembrar que Fate/Zero foi publicado pela NewPOP em 2015. Se você acompanha o mercado nacional há algum tempo, sabe o que isso significa: O livro tem uma quantidade maior do que se gostaria de erros de revisão. É um problema que a editora possuía no passado e que vem melhorando bastante, mas que, infelizmente, não é retro-ativo. As obras antigas ficarão, para sempre, com esses erros.
Durante a leitura, encontrei uma infinidade de problemas de revisão, e me vi corrigindo automaticamente algumas digitações incorretas no texto. Porém, nenhuma delas foi grave a ponto de tornar uma frase ilegível, ou de mudar o contexto de alguma cena. Acaba sendo apenas um inconveniente que atrapalha a leitura, mas não a prejudica.

Créditos do volume 6 da obra

No fim, seja para fãs de longa data da franquia ou para novas pessoas querendo ingressar nela, Fate/Zero é uma Light Novel que faz muito bem o seu papel de entregar uma história trágica e extremamente em sintonia com suas antecessoras.

Você pode comprar os volumes disponíveis da Light Novel na Amazon, enquanto se prepara para as reimpressões: Volume 1 | Volume 4 | Volume 5 | Volume 6.

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Anime

O Exterminador do Futuro ganhará um anime produzido pela Netflix

Foi revelado através do The Hollyood Reporter, que a Skydance está desenvolvendo um anime de O Exterminador do Futuro em parceria com a Netflix

Mattson Tomlin, roteirista de Batman, será o encarregado pelo projeto. 

Não foi revelado se a produção será um reboot da franquia, ou uma espécie de continuação.

Num futuro próximo, a guerra entre humanos e máquinas foi deflagrada. Com a tecnologia a seu dispor, um plano inusitado é arquitetado pelas máquinas ao enviar para o passado um andróide (Arnold Schwarzenegger) com a missão de matar a mãe (Linda Hamilton) daquele que viria a se transformar num líder e seu pior inimigo. Contudo, os humanos também conseguem enviar um representante (Michael Biehn) para proteger a mulher e tentar garantir o futuro da humanidade. Diz a sinopse do filme de 84.

Para futuras informações a respeito de O Exterminador do Futuro, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.

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Anime Cultura Japonesa

A dublagem da Funimation: Azur Lane

Se algo mudou nos últimos anos no mundo do entretenimento, foi a ascensão do streaming. Cada vez mais e mais plataformas estão surgindo e disponibilizando conteúdos em novas regiões, nos deixando até confusos, às vezes, tentando lembrar em qual site está aquela série em específico. No final de 2020, a Funimation, uma das gigantes da indústria de animê, lançou – aos trancos e barrancos – o seu serviço no Brasil, trazendo um catálogo com diversos títulos legendados e dublados.

Inclusive, a dublagem de shows recentes é um dos carros-chefe da empresa no exterior, e eles parecem estar querendo trazer isso para o nosso país, também. Dublando clássicos absolutos como Steins;Gate e Claymore, e sucessos mais recentes como My Hero Academia e Attack on Titan, a Funimation mostra que não está pra brincadeira e que realmente quer emplacar a cultura do animê dublado no Brasil.
Sua parceria com o mais novo canal da TV aberta, a Loading, está levando algumas dessas obras dubladas para a televisão, com um programa voltado especialmente para os conteúdos da plataforma. A “Funimation TV” está no ar de segunda a sexta, 22:20.

Introdução feita, vamos falar sobre o tema de verdade: Azur Lane. Lançado em 2017 pelas empresas chinesas Shanghai Manjuu e Xiamen Yongshi, esse jogo para celular viu sua popularidade zarpar para mares muito além do que poderiam imaginar. Usando a velha tática de antropoformizar uma categoria de objetos (como, por exemplo, células do corpo humano), temos navios da segunda guerra mundial transformados em garotas de animê, com designs e personalidades baseados na história e visuais dos barcos reais. O que faz com que o jogo acabe agradando os nerds marítimos e os weeaboos ao mesmo tempo (e você se impressionaria como grande parte das pessoas que jogam fazem parte de ambos os grupos).

E como tudo que faz sucesso hoje em dia, não demorou muito para Azur Lane receber uma adaptação animada. Quando esses projetos são aprovados (e isso também vale para a dublagem, aliás), sempre se tem um público-alvo em mente, e se constrói o show em volta dele. O resultado disso é que Azur Lane se tornou um clássico do cinema: “Porradinha super brega com garotas em roupas sexy“. É o tipo de coisa que você sabe perfeitamente do que se trata quando pega para assistir, pois ele não tenta te enganar ou fingir que é outra coisa.

E pensando por esse lado, talvez “Azur Lane” seja um show ideal para ser dublado. Embora esteja longe de ser um “título de entrada”, é específico o bastante para talvez converter pessoas que já estão nesse meio, fazendo-as dar novas chances para shows dublados.

Captura de tela do episódio 1 de "Azur Lane"
A parte “garotas em roupas sexy” do show é bem aparente logo de começo. A porradinha brega, nem tanto.

Feita em São Paulo, pelo estúdio DuBrasil, com direção de Bruno Sagregório e Bernardo Berro, a dublagem do show foi uma feliz surpresa pra mim. Eu não sabia o que esperar, sendo a primeira dublagem da Funimation que eu assisto (assim como a primeira do estúdio DuBrasil), então entrei com um pé atrás, desconfiado. Mas o resultado me trouxe muito mais pontos positivos para comentar do que negativos para reclamar. No geral, uma dublagem de qualidade. Mas vamos falar mais a fundo sobre esses pontos.

Acredito que a primeira coisa que preciso dizer é que o elenco principal foi um enorme acerto. Quando se tem profissionais tão experientes e de alto nível como protagonistas, fica difícil de dar errado. Com vozes que se encaixaram muito bem nas personagens, e atuações que deram vida e credibilidade para elas, a DuBrasil conseguiu trazer seu trabalho para o mesmo nível que as atuações das dubladoras originais.
Em especial, gostaria de parabenizar Flavia Saddy (Gal Godot em “Mulher Maravilha”) em seu papel como Enterprise. Como alguém que já conhecia o jogo antes de ver a série, e nunca gostou muito da personagem, devo dizer que a dublagem brasileira me fez entender melhor como ela se sente e me deu novos horizontes. Foi uma atuação impecável.
Outros nomes que merecem destaque são Maitê Cunha (Kurisu em “Stens;Gate”, também na Funimation) como Belfast, que conseguiu trazer toda a tranquilidade da personagem, sem perder o “peso” da personalidade dela; e Fernanda Baronne (Vampira na franquia “X-Men”) no papel da Kaga, especialmente em seus momentos mais marcantes nos episódios finais, onde a carga emocional da cena exigiu uma atuação excepcional, que foi entregue com louvores.

Outro ponto, um pouco mais polêmico, é sobre a adaptação. Eu sempre comento calorosamente sobre o assunto, explicando meus pontos sobre como uma dublagem deveria trazer o maior sentimento brasileiro possível. Aqui, é um pouco mais complicado, pois praticamente todas as personagens são absurdamente caricatas. Ter personagens que falam de forma caricata é normal, principalmente no universo dos animês, mas “Azur Lane” consegue extrapolar todas as noções que temos. O trabalho da tradução e direção foi complexo, ao tentar equilibrar os dois lados da moeda: Tentar manter as personagens caricatas, pois é uma característica do show; mas fazer isso de uma forma que continue mais ou menos natural para um brasileiro.
E eu diria que, no geral, o trabalho deu certo. O show conseguiu alcançar o meio-termo, mantendo aquele clima brega que o original tem, mas sem ficar muito alienígena para quem não está muito familiarizado com shows japoneses. Acho que a única instância de adaptação que ficou estranha demais pro meu gosto foram todas as “irmãzona” que ficaram no roteiro. Os diversos “minha irmã” e “querida irmã” soam mais caricatos e plausíveis do que qualquer um dos “irmãzonas” que acontecem entre as garotas da classe Cleveland.

Captura de tela do episódio 9 de "Azur Lane"
Dois dos principais problemas do show de uma vez: As personagens secundárias e a falta de legendas.

Como já comecei a falar de coisas não tão boas… Vamos falar dos pontos negativos da dublagem. Embora eu tenha gostado bastante do produto final, ele não é perfeito. Acredito que o pior dos defeitos seja, em contraste com a melhor das qualidades, a dublagem das personagens secundárias. Muitas das personagens que tem pouco tempo de palco (e, consequentemente, poucas falas) tiveram vozes estranhas, que muitas vezes não combinavam com elas, e com atuações abaixo da média. Realmente deu pra perceber que o show tinha uma quantidade absurdamente gigante de personagens, e que não dava pra dublar todo mundo. De qualquer maneira, por serem personagens com pouco impacto na obra, o maior defeito acaba não sendo tão grande assim, apenas um peixinho num grande oceano de qualidades.

Um problema menor, mas ainda existente, é a falta de legendas na versão dublada. É claro que não precisamos legendar os diálogos, mas todo o resto do show ainda está em japonês: Placas, letreiros com nomes de personagens e localizações, todas essas informações ficaram perdidas, completamente sem tradução. Sempre que uma nova personagem aparecia, seu nome e mais alguns dados (que eu só posso supor que fossem sua classe e afiliação) eram apresentados, mas eram completamente ilegíveis. Locais também eram apresentados por letreiros e nunca colocados em português, fazendo a já escassa noção espacial do show ficar ainda pior.

Para finalizar, uma reclamação que nem sei se vale a pena ser feita, pois muito provavelmente está fora do alcance das pessoas envolvidas, mas… Sabe, quando você tem uma obra onde a ideia é justamente atrair pessoas que estão afim de ver garotas com roupas sexy, usar a versão censurada do vídeo não parece ser uma boa ideia. Tá certo que a censura só existe em uma única cena de cinco minutos em apenas um episódio, mas só de dar uma olhada nas respostas do tweet que postei ali em cima, já dá pra ver que a galera ficou decepcionada com os raios de luz cobrindo metade da tela deles. Fazer o quê? Imagino que seja uma questão contratual.

Captura de tela do episódio 9 de "Azur Lane"
Se a terra é plana, como você explica isso?

Com uma história surpreendentemente mais complexa do que se esperaria (mas não tão complexa assim), cenas de ação muito bem animadas e um tom quase que estável por toda a sua duração, Azur Lane acabou sendo um show bastante divertido de se assistir. É super brega, com jargões toscos sendo jogados à bombordo e estibordo? É. Tem umas situações meio forçadas só para aumentar a taxa de cenas sexy por minuto? Tem. Mas se você atravessou mares conturbados para chegar até aqui, você sabe exatamente o que está fazendo, e a versão nacional pode ser uma boa escolha para justificar suas ações.

Afinal, eu só estou querendo incentivar a dublagem brasileira! É por isso que eu assisti! Sim, sim, por isso!

Você pode assistir “Azur Lane”, dublado em português ou legendado, com exclusividade na Funimation.

 

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A guerra entre robôs e kaijus está de volta! Netflix divulga o trailer completo de Pacific Rim: The Black

Netflix liberou o trailer do anime Pacific Rim: The Black, que chega em 04 de Março de 2021 no streaming.

 

Há muito tempo, a humanidade derrotou os Kaijus. Agora, eles evacuam a Austrália. Em 2021, junte-se a dois irmãos e seu danificado e abandonado Jaegar enquanto lutam através do continente em perigo na série ‘Pacific Rim: The Black’.

Para futuras informações a respeito de Círculo de Fogo, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.

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GYO, de Junji Ito, é publicado no Brasil pela Editora Devir

A editora Devir Brasil está lançando mais uma obra escrita e ilustrada pela lenda Junji Ito, o selo Tsuru, braço editorial de mangá da editora, começou a pré-venda de Gyo. Uma das histórias mais esperadas pelos fãs de Ito.

Gyo, que tem o título completo de Gyo Ugomeku Bukimi (na tradução livre: Peixe Estrbuchando de Medo), é um mangá de horror para o público adulto, onde conta a história e monstros meio máquina, meio peixe, que invadem o Japão, espalhando um fedor medonho e contagioso. Tadashi e sua namorada Kaori tentam sobreviver à invasão dos peixes que andam e, também, descobrir o motivo do ataque. A história se concentra nas situações desesperadoras e nas mudanças físicas e psicológicas dos dois protagonistas da trama.

Em 2007, Gyo foi incluída na Seleção Oficial do Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême. Em 2012, foi lançada uma animação original em vídeo de uma hora de duração baseada nesse mangá, dirigida por Takayuki Hirao.

Em uma entrevista, Junji Ito disse que Gyo foi inspirado no filme Tubarão de Steven Spielberg. “Ele capturou magistralmente a essência do medo na forma de um tubarão devorador de homens. Eu achei que ficaria ainda melhor registrar esse temor num tubarão devorador de homens que circula tanto na terra quanto na água”, disse Ito na ocasião.

Gyo tem formato 17 x 24 cm, 408 páginas e o preço de capa de R$ 78,00. Comprando no link abaixo você consegue um desconto de 15%.

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Assista o primeiro teaser de Pacific Rim: The Black

A Netflix liberou o primeiro teaser do anime Pacific Rim: The Black, que chega em 04 de Março de 2021 no streaming.

Há muito tempo, a humanidade derrotou os Kaijus. Agora, eles evacuam a Austrália. Em 2021, junte-se a dois irmãos e seu danificado e abandonado Jaegar enquanto lutam através do continente em perigo na série ‘Pacific Rim: The Black’.

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Anime

Tomb Raider ganhará anime pela Netflix

A Netflix anunciou através do Deadline, que um anime de Tomb Raider está em desenvolvimento.

A série animada irá explorar as aventuras de Lara Croft após os eventos dos jogos reboot da saga.

Uma previsão de lançamento não foi revelada pelo serviço de streaming.

Tomb Raider é um game de ação e aventura, décimo título da série Tomb Raider e o quinto jogo produzido pela Crystal Dynamics. Foi publicado pela Square Enix em 05 de Março de 2013 para Microsoft Windows, PlayStation 3 e Xbox 360 e em 2019 para Google Stadia. 

Para futuras informações a respeito de Tomb Raider, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.