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Os dez melhores filmes de 2019

2019 foi um ano extremamente único e de tirar o fôlego para os amantes do cinema, com mega-produções incríveis e filmes independentes de arrancar lágrimas, é uma tarefa extremamente dificil ter que listar 10 melhores. Talvez, este ano foi um dos melhores da história moderna do cinema, se não, o melhor. Nossa redação também fez a lista de 10 piores filmes do ano, confira clicando aqui.

Confira nossa lista de melhores longas a seguir:

        10° – Alita: Anjo de Combate 

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Alita é um filme que talvez tenha passado despercebido pelo público. Dirigido por Robert Rodriguez e com produção de James Cameron, o filme é uma adaptação de mangá com o mesmo nome, e conta a história da guerreira Alita, em uma cidade futurista e que tem seus problemas, principalmente de desigualdade. Com toda certeza, o longa é recheado de muita ação, efeitos especiais incríveis e com um visual muito bem adaptado. Mesmo não tendo uma bilheteria tão alta, os fãs da saga amaram e pedem hoje por uma continuação, que depende da Disney.

9° – Shazam!
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Extremamente cômico, divertido e fora da caixa, Shazam! conquista o público com seu humor muito bem feito e por ser uma história tão peculiar. A direção de David F. Sandberg foi de grande ajuda ao filme, ele sabe como trabalhar com cada personagem de forma que não exclua os outros, e também consegue criar um filme bem fiel aos quadrinhos. Se você gosta ou não de filmes de heróis, esse aqui é quase improvável de não gostar.

8° – John Wick 3: Parabellum

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De tirar o folego, a franquia John Wick conquista o público em cada filme que lança. Com cenas de ação tão espetaculares, bem coreografadas e com uma história que cativa muito o público, o terceiro filme não erra, e se consagra nesse ano como um dos melhores blockbusters. Com um estilo extremamente diferente dos filmes de ação hollywoodianos, esse filme puxa sua direção para algo como cenas de ação de longas asiáticos; onde a câmera é limpa para você conseguir ver a ação, diferente da maioria dos filmes, onde é utilizada a técnica da câmera tremida.

  7° – The Lighthouse

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Dirigido pelo mestre do terror, Robert Eggers, The Lighthouse se caracteriza por um terror maritimo bem parecido com os contos do grande escritor H.P. Lovecraft. O filme tem uma direção impecável, atuações extremamente bem feitas pelos atores William Dafoe e Robert Pattinson. Com toda certeza é um clássico do terror atual, assim como seu filme anterior, A Bruxa.

6° –  Ford v Ferrari

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Para os fãs de corrida, e até quem não entende nada de carro, Ford v Ferrari é um filme que simplesmente cativa o público de uma forma única e eletrizante. Baseado em fatos reais, a história segue Carroll Shelby e o piloto Ken Miles, em busca da grande corrida de 24 horas de Le Mans. O filme não é só corridas o tempo todo, e sim consegue intercalar entre o drama familiar de Ken Miles, a busca de Carroll pelo carro perfeito e também da história por trás da criação. É provavelmente o filme mais imersivo do ano.

5° – Bacurau

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É do Brasil! Bacurau chega com os pés na porta com uma grande crítica social que é extremamente necessária aos dias atuais. Se passando em 2020 o longa conta a história de uma cidade fictícia que está sendo atacada por algo inexplicável, logo após simplesmente ter sumido do mapa. Com a direção de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o filme se tornou um dos maiores em Cannes e que mais chamou a atenção pelo mundo, o cinema brasileiro está em boas mãos. O filme fica melhor ainda quando você vê ele pela décima segunda vez, segundo espectadores.

4° – História de Um Casamento

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Simples e tocante , História de Um Casamento é um dos filmes que mais surpreenderam nesse ano. Com a direção de Noah Baumbach, o longa é inspirado no seu divórico com a atriz Jennifer Jason Leigh (Atypical, Good Time). O filme conta a história de Charlie e Nicole, que estão passando por um divórico, e nisso, mostra toda a história de separação, guarda do filho e também acaba se tornando uma competição entre os dois. Scarlet Johansson e Adam Driver arrasam em suas atuações, com certeza uma das melhores do ano.

3° – Entre Facas e Segredos

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Fãs de Agatha Christie com toda certeza amaram esse filme. O mais recente filme de Rian Johnson é uma obra prima do suspense, e também da comédia. O filme conta a história do famoso escritor de histórias policiais Harlan Thrombey (Christopher Plummer), que é encontrado morto dentro de sua propriedade. Logo, o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) é contratado para investigar o caso e descobre que, entre os funcionários misteriosos e a família conflituosa de Harlan, todos podem ser considerados suspeitos do crime. O filme, além de ser tão divertido, cria uma crítica social entorno dos imigrantes. Uma salva de palmas à atuação da Ana de Armas, que rouba a cena, conseguindo perfeitamente intercalar entre cenas cômicas e cenas dramáticas.

2° – Coringa

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Um divisor de águas, Coringa é simplesmente único em sua essência e traz para um momento onde filmes de quadrinhos estão perdendo seu rumo, para algo maior. Com uma história avassaladora, e com atuações primorosas, Coringa se encaixa sendo um dos mais primordiais filmes do ano. A construção do personagem e a direção de Todd Phillips é extremamente bem feita, e a atuação de Joaquin Phoenix é surreal. Sua crítica social também é bem feita e não é simplesmente jogada na tela.

1° – Parasite

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Mais um grande filme de Bong Joon-ho, que marcou a história do cinema. Parasite conta sobre a família de Ki-taek, que está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado. Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos. O filme consegue transitar entre drama, suspense, comédia, crítica sociais e elementos assustadores sem tropeçar e perder a atenção do espectador. As atuações de todos são tão boas, e a direção de Joon-Ho só melhora a experiência. Com toda certeza, é um filme necessário.

Menção Honrosa: Dois Papas

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Dois Papas pode parecer um filme simples, mas é uma crítica politica, é uma reflexão religiosa, é uma obra necessária aos dias atuais. A direção de Fernando Meirelles alterna entre planos bem cinematográficos, como de um filme comum, e cenas onde remete um documentário; e isso é feito com maestria. Pryce e Hopkins são dois monstros na atuação, e com toda certeza, serão lembrados nessa temporada de premiações.

Com toda certeza o ano foi esplêndido para o cinema. A tarefa de só listar 10 filmes foi de certa forma dolorosa, já que temos pelo menos 30 filmes que deveriam estar nessa lista. Agora, é esperar para que em 2020 nós possamos ter um ano para o cinema tão bom quanto esse.

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Fine Line: o álbum que mostra como Harry Styles se consagra como um artista solo

Desde seu início de carreira no One Direction, Harry Styles já apontava ser um dos membros que mais chamaria a atenção em seu futuro. E realmente, com seu primeiro álbum solo, Styles já buscava sua própria identidade visual na música, explorando vários ritmos, estilos musicais e diferentes abordagens em cada faixa. Agora, em seu segundo álbum, Fine Line, Harry consegue com maestria juntar seu conceito e misturar com vários estilos diferentes.

Nós começamos o disco com a faixa ‘Golden’, e acho que não teria forma melhor de começar; aqui vemos as primeiras formas do estilo criado pelo cantor britânico. Já é possível ver a inspiração do músico nas trilhas dos anos 70, e como ele consegue misturar um pop-rock que gruda. Vale lembrar que também já começamos a ver como Harry tem uma habilidade incrível na parte lírica.

Tastes like strawberries on a summer evening ,and it sounds just like a song“, ‘Watermelon Sugar’, uma faixa mais voltada para o pop e para o comercial. Tem uma musicalidade bem doce e que cativa facilmente a atenção do ouvinte. Também mostra como o Styles sabe variar de forma boa e sem perder seu foco de música em música.

Adore You‘ é provavelmente a faixa mais romântica do álbum, e que mais chamou a atenção do público. Voltada para o pop, sua lírica é marcante e provavelmente a que ficará na mente de todos por um bom tempo. Em seguida, temos ‘Lights Up‘, que também é uma das mais populares e que mostram muito como o cantor está mais maduro, e que agora só quer olhar para o seu futuro.

Quase como uma transição, somos apresentados a faixa ‘Cherry‘, a primeira faixa melancólica e sensível do disco, que é inspirada pelo término do namoro de Harry com a sua ex-namorada, Camille Rowe. “Não o chame de amor. Não estamos nos falando ultimamente. Não o chame pelo que você costumava me chamar“. O violão, as distorções e também a voz da modelo trazem um sentimento delicado e doce para a música.

Enquanto tentamos nos recuperar de Cherry, o som de ‘Falling‘ começa e quebra nosso coração em segundos. Com uma forte presença de um piano e guitarras ao fundo, o vocal de Styles traz mais  dor à parte lírica da música. “O que eu sou agora? O que eu sou agora? E se eu for uma pessoa que não quero por perto? Estou desabando de novo, desabando de novo, desabando“. Com toda certeza, uma das mais bonitas e dolorosas do álbum. Vale ressaltar que nessa, o cantor consegue abandonar de certa forma o pop que seguia nas faixas anteriores, e atingiu uma musicalidade que lembra mais uma faixa do Snow Patrol.

Com um dedilhado doce e mais alegre, ‘To Be So Lonely‘, traz uma das faixas mais amáveis do disco. Lembrando muito o estilo musical do Sufjan Stevens, vemos uma junção de algo parecido com um folk-pop. Sendo praticamente uma continuação de Falling e Cherry, o cantor fala sobre a superação, ou quase, do término. Em partes da música como “Não me culpe por me apaixonar, eu era só um garotinho. Não culpe a ligação embriagada, Não estava pronto para tudo isso.” e “Não me chame de “amor” novamente. Você tem seus motivos,  sei que você está tentando que sejamos amigos, sei que está sendo sincera. Não me chame de “amor” novamente, é difícil para eu ir para casa, ficar tão solitário.” remetem as faixas anteriores.

Sedutora e sensual, ‘She‘ é uma das faixas que mais se destacam no álbum. Com uma musicalidade extraordinária com várias guitarras, distorção, traz uma sensação nostálgica de um Blues-rock dos anos 70. “Ela (Ela) , ela vive sonhando acordada comigo (Ela). Ela é a primeira que eu vejo, e eu não sei o porquê.“, a letra conta sobre um novo relacionamento de Harry. Em seguida, temos provavelmente a faixa que mais passa despercebido, ‘Sunflower, Vol. 6‘, traz muito da inspiração do cantor no Prince, com vários efeitos, guitarras e sintetizadores.

Canyon Moon segue a linha de musicas bem humoradas e de alto astral. Com uma musicalidade que lembra muito The Beach Boys, e até Fleetwood Mac. Com toda certeza, é impossível não ficar feliz escutando essa faixa. Nela, Styles conta sobre a saudade e em formas bem poéticas, com uma lírica digna dos anos 60/70.

Treat People With Kindness e Fine Line são casos tão opostos, porém, tão unidos e únicos. Poderia dizer que as duas faixas mostram bem o que o Harry quis criar para sua identidade musical, ela mostra que ele sabe conduzir virtuosamente entre a felicidade e a melancolia em suas faixas. Se for para fazer seus fãs chorarem ou dançarem, ele consegue fazer bem os dois casos. Talvez não sejam as musicas mais icônicas ou as melhores do disco, mas com toda certeza, são as mais importantes.

Fine Line é uma balada, é uma melancolia, é um adeus à alguém que Harry era; é um amadurecimento, uma superação, um grande passo. Com toda certeza, esse é o tipo de álbum que até para quem não gosta de pop, será memorável.

É notável que Harry se encontrou nesse álbum, que sabe o que ele faz de melhor e como fazer para progredir. É extremamente dificil ter que unir gêneros, conceitos e aprender a lidar e melhorar o seu estilo. Parece que ele não tem dificuldade alguma para fazer isso. Cada faixa tem seu toque, seu estilo e fica na cabeça durante dias. Também é merecido citar como a utilização de inspirações do cantor ajudaram esse álbum e seu estilo, você percebe a grande influencia de David Bowie, Prince, Fleetwood Mac, e vários outros. Por mais que algumas fiquem mais apagadas, isso não interfere na qualidade delas, e na importância. É com tranquilidade que se pode dizer que esse disco é um dos melhores do ano, por ser tão diversificado, bem produzido, criativo e marcante. O que mais intriga é a forma que a carreira do Styles seguirá, pois esse álbum abriu um leque de possibilidades infinitas para um artista que com certeza marcará a história do pop.

Nota: 5/5

 

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Jesus Is King é mais do que só um álbum, é uma história de superação

Após um conturbado período de sua vida, Kanye fez promessa de um novo projeto, Yandhi, que teve uma longa história, com dois adiamentos. Após o seu terceiro adiamento, o álbum mudou e se tornou Jesus is King, lançado em 25 de outubro. O álbum é o primeiro que West faz inteiramente dedicado ao  hip-hop gospel.

Contendo onze faixas, e 27 minutos, o álbum mostra muito sobre o amadurecimento de Kanye, mentalmente e espiritualmente. Logo após seu oitavo álbum de estudio, o cantor se dedicou à  ligar-se ao mundo religioso, com seu projeto Sunday Service, Ye entrava em uma nova era em sua vida e carreira. E mal ele sabia, que iria revolucionar o conceito que tinhamos de músicas gospels.

Com sua faixa inicial, Kanye abre o disco com ”Every Hour”, cantado inteiramente pelo coral do Sunday Service, e sinceramente é uma das suas melhores aberturas, chegando ao nível de Dark Fantasy, em My Beautiful Dark Twisted Fantasy, a produção dessa música é um nível absurdo de tão bem trabalhado.

Logo após uma introdução incrível, somos apresentados a ”Selah”, que com toda certeza é uma das faixas mais bem produzidas aqui. Com uma das frases mais icônicas do álbum “Todo mundo queria o Yandhi, então Jesus Cristo lavou a roupa suja”, Kanye mostra que ele realmente pegou as coisas que ele gostou no seu tão aguardado e adiado álbum, Yandhi, e o transformou em um álbum gospel; participação de vários artistas que estavam presentes em Yandhi foram cortadas, como XXXTentaction e Nicki Minaj. Selah, assim como Every Hour, lembram muito a musicalidade do álbum My Beautiful Dark Twisted Fantasy.

Então, seguimos para a terceira música, ”Follow God”, onde temos West cantando. Essa é uma das faixas que mais chamam a atenção em todo o álbum, com um sample de “Can You Lose By Following God”, do Whole Truth, a música toma forma de como o álbum vai prosseguir. A sonoridade é algo viciante e com toda certeza é um dos motivos dessa faixa ser uma das mais escutadas nos serviços de streaming. E a música se finaliza no maior estilo de Yeezus possível. A música conta sobre Kanye entrando para sua vida religiosa.

Closed on Sunday’‘ também é um caso que chama bastante atenção no álbum. Com um ritmo mais lento, acompanhado por um sintetizador e um dedilhado no violão, Kanye canta sobre uma rede de fast-food americana, Chick-Fill-A, e compara com sua amada; ao mesmo tempo que conta sobre como é necessário dar atenção à fé de sua familia, e sobre dedicar sua vida para o Senhor. Com toda certeza, uma das faixas mais bonitas do álbum.

Eu tenho dito a todos desde 2005, o maior artista morto ou vivo“. Em ”On God”, West fala sobre seus projetos e como Deus o ajudou desde o inicio de sua carreira, como cantor e estilista. Com um sintetizador que lembra bastante músicas dos anos 80, e de videogames, é quase impossível não lembrar dos álbuns 808 and Heartbreak’s e Graduation, e a música Paranoid do Kanye. Jesus is King, assim como 808, não há um palavrão sequer. Também é notável a presença de um sample da música ”Mercy”, do seu álbum colaborativo Cruel Summer.

Retirado totalmente de Yandhi, a faixa ”Everything We Need” originalmente se chamava ”The Storm”. Com a participação de Ty Dolla $ign e Ant Clemons, a música ganha um espirito totalmente único e bonito. A música fala sobre seguir em frente, e de superação. “A vida é muito curta, vá cuidar de você mesmo. Aproveite essa sensação, divirta-se, porque, nós temos tudo o que precisamos“.

Novamente com Ant Clemons, “Water” é uma das músicas com a sonoridade mais diferente de todo álbum. Com uma letra reflexiva, a música conta sobre  Deus e como Kanye se sente é tão puro como água,  que consegue atravessar as dificuldades que aparecem em sua vida. Na parte onde Kanye canta sozinho, a música remete até mesmo uma reza.

Sente saudades do ‘old‘ Kanye? Então ”God Is” está aqui para matar sua saudade. Numa musicalidade maravilhosa que se assemelha muito com a época dos álbuns The Collage Dropout e Late Registration, é impossível não se apaixonar por essa faixa. Kanye fala sobre o que Deus é, e o que ele faz por Kanye e quem a  Ele segue. “Obrigado, Jesus, venci a luta. Isso é o que Deus é”.

O que você tem ouvido dos cristãos? Eles serão os primeiros a me julgar. Fazendo parecer que ninguém me ama“. “Hands On” é uma ressalta do Kanye para todos que duvidaram dele, e um pedido para que o aceitem. A sonoridade distorcida e com sintetizadores lembra muito novamente o seu trabalho em 808 and Heartbreak’s , porém, de uma forma mais “madura”. Provavelmente, uma das músicas com a letra mais bonita do álbum.

Uma coisa que todos os fãs do tão polêmico Kanye queriam era uma música tão poderosa quanto ”Runaway”, considerada por vários sua melhor música. “Use This Gospel” com toda certeza é a resposta de West para os fãs que tanto esperavam isso. Com uma produção nível My Beautiful Dark Twisted Fantasy, e com participação do Clipse (Pusha T e No Malice) e Kenny G, a faixa é poderosa e com toda certeza arranca arrepios até quem não é fã de músicas de rap/hip-hop. O solo de Kenny é o mais marcante, com toda certeza, em todo álbum.

Então, o álbum finaliza com a faixa “Jesus Is Lord“. Mesmo sendo curta, com a duração de quarenta e nove segundos, a sonoridade aqui é fantástica, e deixa aquela sensação de que você quer mais e mais. Essa faixa prova que, Deus entrando na vida do Kanye, foi uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido na carreira do rapper.

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É muito dificil ter que falar sobre Jesus Is King, pois não é só a música, não é só o que Kanye produziu ou não. Isso é uma história de superação,  é como uma nova chama acesa na vida de West. Um homem de 41 anos diagnosticado com bipolaridade, que tem vários problemas com a mídia, ainda assim consegue criar obras de arte, consegue ter uma familia e uma marca de bilhões de doláres. Para quem é fã, esse álbum simboliza bem mais do que só mais um álbum na extensa carreira do Kanye.

Jesus Is King pode ser entendido como um vinho, que quanto mais passa o tempo, melhor ele fica. Assim como Yeezus, o álbum pode não ser de agrado geral, e até visto como algo ruim, mas ao longo do tempo, verão o quão importante esse álbum é para a história do hip-hop gospel e do rap. Dissecando este álbum, é possível dizer que Kanye conseguiu pegar toda sua carreira e aprimorar toda sua habilidade musical e nos entregar o espetáculo que é esse disco. Uma mistura principalmente de Yeezus com The Life of Pablo, Jesus Is King mostra o amadurecimento de West em sua vida, tanto pessoal quanto profissional. Cada faixa arrepia, emociona e faz com que qualquer fã do rapper fique com um sorriso no rosto após escutar essa obra. E, idependente de sua religião, vale a pena escutar o novo trabalho de Kanye, e ver o tamanho amor e respeito pela fé que ele tem.

Vale a pena falar também que o filme que acompanhou o álbum em seu lançamento, de mesmo nome, virá ao Brasil a partir do dia 28 de novembro em sessões limitadas (Segundo a conta oficial da IMAX via Twitter). Kanye também confirmou que o Sunday Service  lançará um álbum com ele no dia 25 de dezembro, intitulado “Jesus Is Born“.

Nota: 10/10

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Projeto Gemini é simples, porém pioneiro e revolucionário

Três anos após seu último filme, Ang Lee volta às telas de cinema com o seu novo espetáculo visual, Projeto Gemini, filme que havia sido engavetado pela Disney nos anos 90. No filme, Henry Brogan (Will Smith) é o melhor assassino profissional do mundo, com uma taxa de sucesso maior do que de qualquer outro, mas, quando decide se aposentar, acaba se tornando um alvo da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, para quem trabalhava anteriormente. Enquanto luta para se manter vivo, ele se depara com um clone de si mesmo e descobre que as ações do governo americano são para esconder um grande segredo, que só Brogan, com toda sua experiência, é capaz de desmascarar.

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Em termos de história, é algo bem simples, é uma trama rasa e que provavelmente funcionaria melhor no passado, mas não que isso seja um problema. É melhor que tenhamos algo bem estruturado do que uma trama pretenciosa que deixa inúmeros furos. Como dito, o filme tem um tom de filmes nostálgicos de ação, principalmente por ter sido desenvolvido nos anos 90 (O filme havia ido para a ‘geladeira’ pois, na época, os efeitos visuais não eram bons o suficiente para reproduzir o que o filme queria passar).

Um problema no filme é explicar demais, todo momento somos apresentados à algo que cedo ou tarde receberá uma explicação enorme, algo que o próprio espectador poderia deduzir sozinho. Uma coisa ruim também, é que eles não explicam a coisa que motiva o filme: Não falam de como o clone do Henry foi criado. Isso é algo que incomoda, mesmo eles fazendo uma longa explicação sobre toda vida do clone, não explicam como ele foi criado.

Os diálogos são coisas bem superficiais também, muitos não tão bem feitos, porém, alguns até memoráveis. O longa sabe trabalhar muito bem seu tempo, cenas de luta, ação, comédia, drama, todas se encaixam como uma luva. Mais uma vez provando que, ser simples não significa ser ruim.


O elenco do filme também tem um grande destaque nesse filme. Will Smith na maioria do filme tem uma atuação aceitável, é como se fosse o mesmo padrão dele em todos os filmes de ação, porém, em cenas mais dramáticas, o ator consegue entregar uma carga emocional no ponto certo, e funciona de forma esplêndida.

Então, somos apresentados a Danny, personagem interpretada pela Mary Elizabeth Winstead, e sinceramente, ela rouba todas as cenas que aparece. Carismática, com uma atuação muito bem feita pela Winstead, ela é a melhor personagem do filme, junto com o Júnior, o clone do protagonista. E é engraçado pensar que, o personagem interpretado por Benedict Wong, Baron, era para ser um personagem feito para o alívio cômico, acaba competindo com a Danny para ver quem consegue conquistar mais o público; isso é bom, já que os dois fazem seu papel com maestria.


Agora, a parte mais importante de todo filme, seus efeitos especiais. O quê tem de tão especial nos efeitos visuais do filme? Uma tecnologia pioneira chamada 3D+, e cenas de ação feitas com autenticidade.  Mas, o que é o 3D+?

Desde o início do cinema, todos filmes eram projetados a 24 quadros por segundo, o que se tornou um padrão em todo audiovisual. Porém, em Projeto Gemini, o longa foi filmado em 120 quadros por segundo, e nas salas de cinema onde o 3D+ está disponível, o filme é exibido em 60 quadros, mais que o dobro da taxa tradicional. As imagens se assemelham muito à sensação de estar jogando um video-game, e como o efeito consegue trazer mais imagens, existe muito mais profundidade, assim deixando o espectador mais imerso e com maior desfrutação das cenas. Isso, além de conseguir passar o espetáculo visual que Ang Lee queria, se prova sendo uma das experiências mais imersivas que se tem no cinema atualmente. E quem odeia sessões 3D, não precisa ter medo ao assistir esse filme, pois vale muito ver nesse formato.

Inicialmente, pode-se até causar um grande estranhamento ao assistir o longa nesse formato, a fotografia é mais limitada, a movimentação de câmeras são bem diferentes, mas isso não é algo ruim. É pioneiro, e devemos aprender a respeitar isso. Então, antes de ir assistir o filme, certifique-se que o seu cinema oferece a opção 3D+, pois é a melhor maneira de ter uma experiência única. É uma diferença brutal do 2D para o 3D+, são visões extremamente diferentes.

E falando dos efeitos de rejuvenescimento que utilizaram no Will Smith, está simplesmente fantástico, assim como os efeitos em um todo. As primeiras cenas com o clone jovem do protagonista podem dar um sentimento ambíguo em um primeiro momento, mas ao longo do filme, o efeito melhora e acaba se tornando uma das partes mais marcantes.
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Em termos técnicos, o filme também acerta. Nele temos uma boa trilha-sonora, que funciona em todas as cenas, algo que impressiona e ajuda bastante na imersão que o diretor quis passar. A edição do filme também não conflita, e nem cria problemas, é bem feita.

Algo que pode dividir opiniões, se dá na hora da direção e fotografia, logo que é extremamente fora de um padrão já criado no audiovisual. Pode agradar muita gente, ou pode gerar um belo estranhamento. Pensando no que Lee queria passar no longa, toda essa nova imersão inovadora, eu acredito que funciona, e que futuramente terá uma enorme evolução quanto esse assunto. Mesmo limitado por tais quesitos, o filme não deixa de criar cenas bonitas, mesmo sem um filtro ou coisas do gênero, a fotografia é bem limpa e também tem um tratamento visual que funciona com o tom que o filme passa.

Em suma, o filme de certa forma funciona, tem seus momentos e tem seus erros. Mesmo apresentando um roteiro um tanto ultrapassado, ele diverte e cumpre seu papel em entreter o espectador. A tecnologia e a inovação que o filme traz em sua bagagem também é única e merece seu devido respeito, querendo ou não, o longa já entrou na história do cinema e do audiovisual, mais uma vez, Ang Lee fazendo história. É o primeiro filme a ter essa tecnologia, e com certeza veremos os filmes de heróis utilizando isso no futuro.

Se quiser se aprofundar mais na história apresentada, juntamente ao longa, o livro contando a história mais aprofundada e mostrando um pouco mais dos personagens será lançado dia 16 de outubro. Agradecendo a Paramount Brasil, que nos disponibilizou uma edição, é possivel comparar com o filme e as cenas são extremamente fiéis, com uma diferença ou outra, é mais um modo de se envolver no universo do filme.

Nota: 3,5/5

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Dead by Daylight | Conheça e entenda sobre um dos melhores jogos multiplayer da atualidade

Anda procurando algum jogo online e barato para se divertir com os amigos e garantir várias risadas e muito entretenimento? Então, lhe apresentamos Dead by Daylight!

Dead by Daylight é um jogo indie multiplayer de terror que consiste em 4 jogadores versus 1, onde um player é um assassino brutal e os outros quatro, sobreviventes que tentam escapar e não serem mortos e sacrificados pela Entidade. Entre a grande variedade de personagens que os jogadores podem escolher, nós também temos a presença de várias personalidades famosas jogáveis dentro do game.

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Lançado em junho de 2016, o jogo já tem no total 17 tipos de assassinos e 19 de sobreviventes para diferenciar cada partida. Nessa vasta lista, cada tipo de personagem tem algo único (que pode ser transferido para outros personagens a partir do nível 30 em diante, os perks), no caso dos assassinos, vem 1 habilidade única e 3 perks, e os sobreviventes apenas 3 perks.

Cada personagem tem uma progressão única, e com isso, tem os seus desbloqueáveis (itens/addons, perks e oferendas) diferentes que te auxiliam na sua forma de jogo e estratégia pessoal. Se você quer distrair o assassino, se quer focar em fazer os geradores do mapa, se quer ser o curandeiro da partida, o jogo te disponibiliza uma infinidade de coisas para você jogar do seu jeito.

O jogo também contém  12 territórios e 17 mapas, que tem a sua criação de geradores (que o jogador precisa completar 5 para conseguir abrir o portão para escapar), baús (onde o sobrevivente pode encontrar itens sem utilizar da sua teia de sangue), armários (onde os sobreviventes se escondem do assassino), totens (que servem para quebrar os itens e alguns perks do assassino) e os portões de saída/alçapões são em lugares diferentes em todas as partidas. Até mesmo o próprio terreno do mapa muda de partida em partida. A escolha do mapa não é feita pelo jogador, e sim pela Entidade (ser onipotente não-jogável que segundo arquivos é a personificação do mal, tudo no jogo é controlado por ela), mas o sobrevivente/assassino pode influenciar na escolha do mapa ao colocar uma oferenda.

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Como os personagens progridem e como funciona o sistema de itens e nível? Com o sistema da Teia de Sangue. Apelidado pelo personagem não-jogável Benedict Baker (assim como quase toda a lore do jogo é descrita por ele), a Teia de Sangue é um conceito metafísico no jogo que pode ser acessado por ambos lados jogáveis, que implica no pensamento e sonho dos personagens. Esse é o único jeito de conseguir os itens, perks e oferendas sem os baús.

Em um sistema de nós, o jogador tem vários itens que podem ser comprados a partir de pontos de sangue, concebidos ao terminar uma partida. O preço varia entre o tipo de raridade do item, que seria comum (marrom), incomum (amarela), raro (verde), muito raro (roxo), ultra raro (rosa), ensinável (laranja) e itens de evento (amarelo escuro). Quando o personagem atinge o nível 10, a própria Entidade começa a interagir na teia de sangue do jogador, consumindo alguns dos itens oferecidos, então, escolha sabiamente!

Quanto mais desses sistemas de nós completados, mais o nível do personagem aumenta, e mais nós aparecem. Depois que o jogador atinge o nível 50 em um personagem, ele tem a opção de prestigio (que reiniciará a teia de sangue e todos os itens desbloqueados dos nós) ou continuar subindo no nível 50 infinitamente.

O ganho de pontos de sangue se baseia na quantidade de pontos que você ganha ao terminar uma partida. Quanto mais coisas você consegue fazer durante a jogatina, mais você ganha. Também existem os desafios/rituais diários, que quando completados, concebem ao jogador uma grande quantidade de pontos de sangue. No jogo, existem outros dois tipos de moedas, as células áureas e os fragmentos iridescentes, se servem em sua maioria para comprar skins , personagens e perks ensináveis no Santuário dos Segredos. As células áureas são desbloqueadas com dinheiro real, e os fragmentos são concebidos após o jogador passar de nível em sua conta.

O sistema de ranking competitivo também funciona através dos pontos ganhos entre as partidas (sem ser o modo Mate Seus Amigos). Tendo em mente que o 20 é o ranking mais baixo, e o 1 é o mais alto, você sobe de rank através dos ‘pips’ que você ganha. Esses pips são ganhados diante dos seus pontos (e sacrifícios, para os assassinos), você pode tanto perde-lós quanto ganhar dependendo do seu desempenho em jogo.

Vale lembrar que todo dia 13 o rank é resetado, ou seja, todos voltam para o primeiro rank. Por enquanto, não existe nenhuma recompensa pelo ranking que você atinge no jogo.

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Agora falando sobre uma das partes mais divertidas do jogo, os personagens licenciados! Quem nunca viu a sua série ou filme favorito de terror e  pensou o que faria no lugar do personagem? Pois bem, agora o jogo lhe dá essa possibilidade colocando alguns dos mais icônicos personagens do audiovisual; veja alguns dos que já estão disponíveis, tanto para os assassinos quanto para os sobreviventes.

Na lista de sobreviventes nós temos: Laurie Strode (DLC: The HALLOWEEN CHAPTER), Quentin Smith (DLC: A Nightmare in Elm Street CHAPTER), David Tapp (DLC: The Saw CHAPTER), William “Bill” Overbeck (DLC: Left Behind que não está disponível nos consoles, apenas no PC por ser um personagem da franquia Left 4 Dead, de direito da Steam/Valve), Steve Harrington e Nancy Wheller (DLC: Stranger Things CHAPTER) e Ash Williams (DLC:  Ash vs Evil Dead).

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E na lista de assassinos nós temos: O Vulto/Michael Myers (DLC: The HALLOWEEN CHAPTER), O Pesadelo/Freddy Krueger (DLC: A Nightmare in Elm Street CHAPTER), A Porca (DLC: The Saw CHAPTER), O Fantasma (DLC: Ghostface CHAPTER), O Canibal (DLC: LEATHERFACE) e O Demogorgon (DLC: Stranger Things CHAPTER).

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O jogo também oferece os assassinos e sobreviventes únicos do jogo, onde não é necessário a compra da DLC para obtê-los. O jogador já começa com vários personagens iniciais, os recomendados para quem está começando no jogo são: David King, Claudette Morel e Meg Thomas, para os sobreviventes. Para os assassinos, os recomendados são: O Caçador, A Caçadora, O Caipira.

Quase todas as DLC’s do jogo vem também com um mapa inspirado no tema, como é o caso da Halloween Chapter, que veio junto com o mapa Haddonfield, local onde o filme do brutal
Michael Myers se situa.
Resultado de imagem para pennywise, gifE para os fãs do terror do gênio Stephen King, vários rumores em fóruns do jogo vem surgindo sobre a próxima DLC do jogo ser sobre alguma das obras do autor. Os rumores só aumentaram quando a conta oficial do jogo começou a seguir o escritor no Twitter alguns dias antes do lançamento da DLC do Stranger Things.

Com o lançamento do sucesso de público It: Capítulo 2, muitos estão apostando que receberemos o amado palhaço Pennywise ao jogo. E você, qual personagem do terror gostaria de ver entrando no clube de amizade da Entidade?

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Finalizando, se você ficou interessado no jogo, o site SteelSeries nessa próxima semana, terça-feira (01) até sexta-feira (04) distribuirá  500 chaves de ativação de graça para a Steam por dia! Uma oportunidade única para ganhar um grande jogo sem gastar um centavo.

Para ganhar o jogo, basta criar uma conta no site da SteelSeries Games, seguir a conta do site no twitter para saber quando as chaves serão liberadas, todos os dias. Após isso, é só clicar em ”Get Your Key” e adicionar na sua conta Steam. Para mais informações do próprio site que irá distribuir o jogo, clique aqui. 

Também vale lembrar que desde o dia 26 (quinta-feira) até o dia 30 (segunda-feira) o jogo estará dando o dobro de pontos de sangue, o que torna mais fácil de você conseguir aumentar o nível de seus personagens!

Dead by Daylight é desenvolvido pela Behaviour Interactive e publicado pela Starbreeze Studios. O jogo já está disponível nas plataformas de PC, Xbox One, PS4 e Nintendo Switch. 

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Ousado, inovador e único: ‘Charli’ é um dos melhores trabalhos da Charli XCX

Ao longo de sua carreira, Charli XCX vem se mostrando extremamente flexível quando a questão é talento. Sua capacidade de transitar entre uma música comercial, como ‘Boom Clap’ e ‘Boys’  para algo totalmente conceitual, como ‘Delicious’ e ‘Vroom Vroom’; e único é totalmente perceptível, feito com maestria. Em seu terceiro álbum de estúdio, Charli, sua evolução musical é o que mais chama atenção, e sua visão tão fora de seu tempo.

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O álbum começa com a faixa ‘Next Level Charli‘, onde somos levamos em uma música mais festiva, para principalmente ser tocada em festas e ser mais comercial. Não decepciona, logo que sua letra é viciante, e sua musicalidade é diferente da grande maioria de músicas pop comerciais.

E logo em seguida, uma das mais queridas entre os fãs, ‘Gone‘, ao lado de Christine and The Queens, é focada em sua letra, que aborda a insegurança de Charli , de como mesmo estando em lugares lotados, ela se sente tão sozinha, em um ritmo de balada. A própria cantora disse o quão importante é o significado dessa música para ela: “A canção é sobre aquelas situações em que você se sente isolado e sozinho. Eu me sinto assim muitas vezes em situações sociais. Eu nunca sei o que fazer comigo mesma. Me sinto tão insegura, deslocada e perdida. Sinto que muitas pessoas que conheço se sentem assim. Quando é comigo, faço uma festa para escapar dos meus sentimentos ou vou totalmente desmoronar. As emoções que acompanham a ansiedade são tão grandes e incapacitantes. Essa música é sobre desmoronar, mas também sobre se libertar. Parece um grande grito de exteriorização. Tanto a canção como o clipe são uma grande liberação de energia para mim. Quando eu a escuto e danço, me sinto verdadeiramente eufórica e viva, como se puxasse dos pensamentos ruins da minha cabeça. É como se estivesse canalizando toda a raiva e frustração (às vezes tristeza) para dançar.

Cross You Out‘ é uma slow-dance, fazendo pela primeira vez uma colaboração com a cantora Sky Ferreira; que conta sobre o término e superação de um relacionamento, sua sonoridade é uma das melhores do álbum. Sinceramente, até parece algo que entraria para trilha sonora de algum filme sci-fi, como Blade Runner 2049.

Apenas a Charli é capaz de nos levar para o passado. ‘1999‘ é um dos maiores hits do álbum, uma música extremamente festiva e com elementos da época, tanto em música quanto elementos da cultura história em geral; isso é perceptível no vídeo clipe, onde é inteiramente feito em referências a coisas do ano. Na faixa, temos a colaboração do cantor norte-americano, Troye Sivian, que é uma adição incrível ao álbum.

Voltando sua colaboração com Tommy Cash e Kim Petras, ‘Click’ junta versos de rap com uma composição futurista e também começando a colocar seus elementos de PC Music. Mencionando seu EP ‘Vroom Vroom‘ e a primeira faixa do álbum, essa música foi feita para se escutar no volume máximo.

Provavelmente a que passa mais em branco no álbum inteiro, ‘Warm‘ já é mais voltada à uma música mais lenta, que conta sobre um amor não compatível. Junto com a banda HAIM, a harmonia da música é extremamente bela, e mesmo sendo a música menos aclamada, ela ainda é incrível, e entrega o que propõe. Com um beat que dá marcação de tempo bem feita, conseguimos ter um bom destaque tanto para a Charli quanto para as garotas do HAIM.

Chegando a ‘Thoughts‘, temos uma música marcada por seus sintetizadores e por uma letra marcante. Sendo bem nostálgica, a música conta sobre os pensamentos da cantora, sobre amizade, sobre dor e perda. O vocal de Charli nessa faixa é também muito bem produzido, combinando muito com o tom da música.

Blame It On Your Love‘ pega uma das melhores músicas de seu álbum anterior, ‘Pop 2 – Track 10‘, e a retrabalha em um single que cativa e que com toda certeza é a que vai mais se popularizar entre as rádios. Sem ser facilmente enjoativa, o final com a cantora Lizzo só adiciona mais qualidades à música. A cantora já veio a mencionar que ‘Track 10’ é um remix de Blame It On Your Love, e que ela decidiu lançar o remix primeiro do que a faixa original, Charli realmente está em 2099!

Tendo uma das letras mais emocionantes e tristes do álbum, ‘White Mercedes‘ é uma das melhores músicas do álbum, que cativa do início ao fim. Toda a musicalidade e produção dessa música é extremamente bem feita, e a Charli prova mais uma vez que sua voz é única. E também mostrando como a diversidade no álbum funciona muito bem. É tocante, é triste, é como um desabafo pessoal da cantora aos seus fãs.

Construído usando elementos de Nightcore e um Techno dos anos 2000’s/1990’s, ‘Silver Cross‘ traz uma música feita para baladas e festas. É impossível escutar essa música e não sentir uma vontade enorme de dançar, Charli consegue juntar a estética sonora que traz em seu álbum com esses elementos com pura maestria.

Indo um pouco mais para trás no tempo, com seu estilo mais synthwave e uma pegada mais dos anos 80, ‘I Don’t Wanna Know‘ é marcante. Sendo pelo sua escolhas de sintetizadores, um vocal extremamente bem trabalhado, e com uma letra melodramática. Em uma música você já pode dançar, e na outra, te confortar nos momentos difíceis.

Official também chegou um tanto quanto apagada quando o álbum saiu, porém, ela é amavél e tem seu próprio estilo. Ela parece ser um sample de várias músicas de video-games, com uma doce melodia, e uma das letras mais bonitas de todo álbum; uma letra sobre o amor.

Ousado, provocante, estranhamente e maravilhosamente, ‘Shake It‘ é uma canção de amor da Charli ao PC Music que funciona da melhor forma possível. Sendo uma das músicas que mais lembram ao seu EP “Vroom Vroom” e “Pop 2“, os elementos colocados na música, os efeitos e as colaborações de todos os artistas combinam perfeitamente. O highlight da música é a participação da brasileira Pabllo Vittar, que tem sua parte lírica sendo uma das mais icônicas entre os artistas que colaboraram no álbum. É indescritível como Shake It consegue ser tão única, provavelmente a música que mais chama a atenção diante das músicas mais dançáveis do álbum.

Continuando em um ritmo mais animado e com as letras maravilhosas, Clairo, Yaeji e Charli se unem em ‘February 2017‘, uma música sobre a dor de lembrar de seus erros do passado e acabar perdendo o que se ama. O que mais chama atenção nessa música é o final, que ocorre a parte cantada pela Yaeji, que tem um vocal maravilhoso.

Fechando de forma surpreendente o álbum, ‘2099‘ tem novamente a colaboração de Troye Sivian e traz um estilo futurista, extremamente diferente de ‘1999‘. Em uma música mais conceitual, onde dialoga sobre como as coisas são rápidas, troca de informações, ritmos e sintonia. Uma das mais destemidas e avançadas de Charli, só mostra como ela já está preparada para o futuro e de como ela sempre consegue revolucionar e inovar a música pop.

É realmente difícil ter que classificar esse álbum, é uma mistura sem coesão entre uma faixa e outra, e isso é o mais engraçado disso tudo: Funciona extremamente bem. Enquanto uma música se apoia em elementos dos anos 90, outra é um PC Music dos anos 2010’s totalmente futurista. Uma te faz querer dançar a noite toda, e a outra a com uma melodia e letras tristes para ser escutados nos dias ruins. Essa é a maior conquista de Charli, ter uma identidate em meio a várias, não usufruir de apenas um estilo, de não ter medo de arriscar. Vários artistas e bandas que tentam fugir um pouco do seu estilo acabam falhando, e muitas vezes deixando de tentar trocar a sonoridade e diversidade musical. Esse álbum só confirma que a cantora britânica já dominou com maestria seu talento, e que sempre está evoluindo e revolucionando seu meio, e deixando a sua própria marca.

‘Charli’ é original, envolvente e provocante. Um dos melhores trabalhos feitos pela Charli XCX e com toda certeza um dos melhores do ano, e da década. A evolução da cantora desde seu primeiro álbum de estúdio é claro, e mostra como ela nasceu para fazer o que fazer, ela é a melhor nisso. Cada música tem sua magia, sua energia, sua imagem; o que é extremamente difícil de funcionar.

Com certeza esse é o álbum que marcará a vida profissional de Charli. Como será que depois de uma obra-prima tão única, como ela prosseguirá agora? Será instigante ver o futuro de sua carreira, e aguardar por mais trabalhos dela.

Nota do álbum: 5/5

Charli já está disponível no Spotify, Deezer, Amazon Music, Apple Music, iTunes Store, TIDAL e mídia física. 

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A24 e a sua promessa aos futuros clássicos do cinema

Você já ouviu falar sobre, ou viu um filme que começa com uma logo escrita ‘A24’? Caso sua resposta seja positiva, provavelmente teve o prazer de assistir um espetáculo do audiovisual. Se negativa, não tem problema, pois iremos agora decorrer sobre quem é essa produtora, e quais são seus filmes.

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A24 é uma produtora que foi fundada em agosto de 2012 por Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges. Seu nome foi inspirado na Autoestrada 24, que fica na Itália; o motivo desse nome, foi que Katz estava passando por essa estrada quando decidiu fundar a empresa.

Logo após um ano, em 2013, a produtora fez seus primeiros longas, como o polêmico Spring Breakers. Já em 2014, abriram uma divisão para televisão, com a série Playing House, e também havia anunciado que financiaria e trabalharia em vários episódios pilotos.

Ao longo dessa década, a empresa já virou uma querida entre os cinéfilos, amantes de filmes de terror, filmes teen, filmes de comédia e romance. Tendo abordagens mais reais e direções maravilhosas, vários dos longas produzidos por eles dominam premiações e aclamações do público. Então, vamos mostrar os cinco longas mais importantes, e suas futuras produções;

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Provavelmente o filme que colocou o nome da produtora em um nível acima, The Witch (The VVitch: A New-England Folktale) conta uma história de pecado, culpa religiosa e histeria.   No século 17, a familia de Thomasin (Anya Taylor-Joy) culpa a jovem garota pelo desaparecimento do seu irmão mais novo, ainda bebê. Com sua trama centrada na religiosidade da familia, magia negra e terror psicológico fez com que o longa fosse aclamado por crítica e premiações, sendo chamado até de ‘melhor filme de terror dos últimos tempos’.

Mesmo dividindo a opinião do público, que teve várias críticas por achar o filme ‘complicado’ e ‘lento’, é inegável dizer que a direção do Robert Eggers não foi um dos pontos principais para que esse filme triunfasse. Tanto que ele e a atriz Anya Taylor-Joy foram os mais premiados durante o lançamento do longa. The Witch é um clássico atual, e foi o pontapé para a A24 decolar para produções grandiosas e icônicas.

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Um filme histórico. Moonlight: Sob a Luz do Luar conta três fases da história de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas, este é um poético e emocionante estudo de personagem.

O longa marcou história no Oscar 2017, por ser o primeiro filme com o elenco todos de negros, o primeiro filme com temática LGBT e o segundo filme com menor bilheteria americana a ganhar o prêmio de Melhor Filme.  Também foi o primeiro a conceder o prêmio de Melhor Ator para um mulçumano e a ter o prêmio de Melhor Edição para uma mulher negra.

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A fantasia do terror, o drama do amadurecimento, e agora à questão filosófica do sci-fi.

EX_MACHINA conta a história de Caleb (Domhnall Gleeson), um jovem programador de computadores, que ganha um concurso na empresa onde trabalha para passar uma semana na casa de Nathan Bateman (Oscar Isaac), o brilhante e recluso presidente da companhia. Após sua chegada, Caleb percebe que foi o escolhido para participar de um teste com a última criação de Nathan: Ava (Alicia Vikander), uma robô com inteligência artificial. Mas essa criatura se apresenta sofisticada e sedutora de uma forma que ninguém poderia prever, complicando a situação ao ponto que Caleb não sabe mais em quem confiar.

O filme foi aclamado por crítica, público e premiações por toda sua parte técnica e visual. Alguns críticos até dizem que esse filme pode ser considerado um dos melhores, se não o melhor, longa de ficção cientifica atual.

Resultado de imagem para good timeNeon, arthouse, e de tirar o fôlego, com certeza todos que assistiram a Bom Comportamento definiriam o filme assim. Com uma das melhores atuações do Robert Pattinson, e direção dos irmãos Safdie, o longa conta sobre o plano de Constantine Nikas (Robert Pattinson), que era assaltar um banco e descolar uma boa quantia em dinheiro, mas nada sai como o planejado e seu irmão mais novo acaba sendo preso. Decidido a resgatá-lo, Constantine embarca em uma perigosa corrida contra o relógio, e onde ele mesmo é o próximo alvo da polícia.

Consagrando mais ainda a carreira dos diretores e de Robert Pattinson, Bom Comportamento foi extremamente aclamado e ainda gera discussões na internet. Com sua trama única, atuações que impressionam do inicio ao fim, esse longa já é considerado por vários um clássico atual.

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Para arrancar lágrimas, Lady Bird é aclamado como um dos melhores filmes ‘Coming of Age’, o longa conta a história de Christine McPherson (Saoirse Ronan), que está no último ano do ensino médio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia firmemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Enquanto sua hora não chega, no entanto, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a progenitora.

Com a aprovação de 99% no Rotten Tomatoes, o primeiro filme dirigido e escrito por Greta Gerwig, o longa foi aclamado em festivais de cinema, e até chegou a concorrer em quatro categorias no Oscar 2018.

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Agora uma menção especial: Como havíamos dito, a A24 não se limita apenas aos filmes, ela já produz e produziu dezenas de seriados americanos, e o que mais chamou a atenção foi
‘Euphoria’, estrelando a atriz Zendaya.

A série conta o dia-a-dia de adolescentes do ensino médio, mostrando seu amadurecimento, relacionamentos, traumas, redes sociais, drogas e vários outros assuntos que um bom ‘coming of age’ (assim como Lady Bird) precisa dialogar sobre.

A série é uma das favoritas para futuras temporadas de premiações, com destaque na direção, arte, maquiagem e atuação apresentadas na série.

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É realmente dificil ter que escolher apenas cinco longas para representar uma produtora que a sua maioria de filmes devem ser classificados como ‘ver antes de morrer’. Midsommar, Hereditário, Oitava Série, Mid90’s, High Life, Climax e First Reformed são alguns exemplos de filmes que também merecem ser vistos e apreciados, futuramente esses nomes ocuparão a lista de clássicos.

Resultado de imagem para lighthouse movie gifTambém não podemos deixar de citar as futuras produções da empresa, que prometem também entrar nessa lista tão magnifica. The Lighthouse, dirigido por Robert Eggers (o mesmo diretor de ‘A Bruxa’), trabalha ao lado de Robert Pattinson e Willian Dafoe em um terror marítimo, que foi concebido com muitos aplausos, críticas extremamente positivas em Cannes, o longa está sendo cotado como um dos favoritos para o Oscar 2020.

Também podendo ser citados nessa lista, The Last Black Man in San Francisco, elogiado e sendo uma aposta para um dos melhores filmes nas próximas temporadas de premiações, é um longa muito dramático, bonito e emocionante. Outro que entrou de surpresa para essa lista é Uncut Gems (dirigido pelos irmãos Safdie, os mesmos de Bom Comportamento), estrelado pelo Adam Sandler, o longa recebeu aprovação de 100% no Rotten Tomatoes e está sendo comentado como uma das melhores atuações de Sandler, e uma história única.

Resultado de imagem para the witch gifEntão, não se preocupe quando ver o nome da A24 em um filme; talvez você ache o filme controverso, mas esse é o papel de um longa. Criar discussões, te emocionar, assustar, divertir e marcar, é tudo isso que os filmes dessa grandiosa produtora oferecem, e garantem uma experiência única.

Você pode encontrar vários desses filmes citados em plataformas de streaming, cinemas e mídias-físicas. O próximo lançamento da A24 aqui no Brasil será Midsommar: O Mal Não Espera a Noite, no dia 19 de setembro, e terá sessões antecipadas no dia 13, uma sexta-feira.

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Os Novos Mutantes recebe reações positivas em nova sessão teste

Após várias conturbações em sua produção, contanto até mesmo com três adiamentos, Os Novos Mutantes tiveram uma nova sessão teste para o público, segundo o insider ViewerAnon. A conta, New Mutants Updates também confirmou que a sessão de fato ocorreu.

https://twitter.com/ViewerAnon/status/1165470147760377856

Relatado pela conta do New Mutants Updates, o corte mostrando para o público seria já feito pela Disney, mas utilizando apenas cenas já terminadas e feitas pelas gravações anteriores. O que de fato teria mudado do corte original da FOX, seria a adição de mais cenas de luta e o VFX teria sido ampliado e melhorado. Por enquanto, a história não teria sido alterada, mas algumas cenas foram mexidas e deletadas. E felizmente, a reação dos que assistiram ao longa foi positiva.

Também seguindo as informações de insiders, foi dito que o diretor de X-men: Fênix Negra estaria bem envolvido no filme e sua produção, mais do que o aparentado. O mesmo diz que nesse novo corte, várias aparições de personagens foram cortadas nessa nova versão.

Vale lembrar que o filme receberá novas regravações pela Disney, e com isso algumas coisas podem mudar, tanto em efeitos especiais quanto em história. Provavelmente, as gravações comecem em novembro desse ano.

Cinco jovens mutantes acabam de descobrir suas habilidades. Presos contra sua vontade em um local de segurança máxima, eles precisa lutar para escapar do inimigo e de seus pecados do passado. Esta é a história dos Novos Mutantes, uma equipe formada pelos primeiros graduados da escola de Charles Xavier.

Os Novos Mutantes chega aos cinemas dia 3 de Abril de 2020

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A estagnação dos filmes de heróis

Ao longo da história do cinema, nós já tivemos vários filmes de super-heróis, grandes clássicos e extremamente influentes até hoje. Mas, durante todo este tempo, uma coisa não mudou: Não temos uma diversidade, ou subgêneros para tais longas. Pegue de exemplo o Universo Cinematográfico Marvel, que completa onze anos e atualmente com 23 filmes já lançados, e mais 12 em desenvolvimento; sem contar suas séries. Pensando em um todo, isso não saturou  um gênero em que quase não havia diversificação?

Marvel e a DC Comics sempre estiveram presentes desde o início do século 21 com seus filmes, X-Men (2000), Homem-Aranha 2 (2004) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), longas que sem dúvidas mudaram o rumo do audiovisual e dos blockbusters. Esses filmes foram extremamente importantes para a formação e a base para o que temos hoje, os universos compartilhados, novos efeitos de CGI, e bilheterias exorbitantes.

E pensando nisso, fica no ar uma questão que não quer calar, quando teremos um novo filme que  realmente mudará o cenário que nos encontramos? É dificil pensar nisso, já que praticamente estamos vivendo em uma homogeneização em estilos, formas e histórias, e o que sai deste padrão, é atacado. Isso é visivelmente comprovado em questões de crítica (tanto profissional, quanto de público) e de bilheteria.

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Um dos maiores problemas talvez seja feito diante da “Fórmula Marvel”, tão criticada pelos fãs mais antigos, porém bastante ignorada pelo público em geral. Essa Fórmula consiste em invariavelmente, como um ‘esqueleto’ para o todos os roteiros
“O protagonista geralmente está cheio de problemas e tem um interesse amoroso não reciproco,  ele descobre seus superpoderes, um vilão descartável aparece e derrota o herói, e no final o herói enfrenta o vilão, derrotando-o e conquistando a garota. Cena pós-credito”.

Mas, felizmente, nem todos os filmes da Marvel se baseiam dessa fórmula, temos uma minoria que consegue ter seu próprio estilo e roteiro inovador, como Capitão América 2: Soldado Invernal e Guardiões da Galáxia. Esse estilo de filme se tornou extremamente rentável ao estúdio, já que só esse ano, a Disney fez mais de 1 bilhão de dólares em três filmes da Marvel Studios!

Esse com toda certeza é um dos maiores motivos de provavelmente todos os filmes do estúdio seguirem dentro de uma bolha, mas não só em roteiro, como tambem em efeitos especiais, fotografia, direção e trilha-sonora; praticamente a parte técnica e artística nesses filmes sao totalmente deixadas de lado, o que cria mais ainda uma saturação ao gênero. E isso acaba se tornando uma bola de neve, já que temos uma onda de universos compartilhados se inventando e todos utilizando dessa estrutura que a Disney criou. E isso com toda certeza interfere no trabalho dos diretores, que querem trazer sua visão para dentro de um universo tão rico, mas entre ideias e dinheiro, acho que é de ciência de todos qual o estúdio prefere.

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Levando em consideração tudo o que já foi apresentado sobre como a Marvel homogeneíza os longas de super-heróis, temos de falar sobre qual é o problema da DC Films: a vontade de ser inovadora e a auto sabotação da Warner Bros.

É inegável que a DC tem seu próprio estilo de filmes desde a trilogia do Cavaleiro das Trevas, do renomado diretor Christopher Nolan. Tratando de questões sociólogas, filosóficas, psicológicas e adaptando o que tem de melhor nos quadrinhos, a visão de Zack Snyder para esse universo era única, diferente de tudo que a Marvel estava atualmente fazendo, mas acabou de tornando um tiro no escuro após ter que lidar com um público que não tem senso critico desenvolvido, e por executivos gananciosos.

Após Homem de Aço e Batman v Superman falharem em crítica, e deixar o público misto, chegou Esquadrão Suicida, o primeiro filme em que mudaram todo o conceito original para se tornar um filme mais rentável. Mesmo o filme tendo um roteiro fraco, com falhas e furos, e críticas pesadas, se o selo “Marvel Studios” estivesse ali, provavelmente seria totalmente aceito, assim como “Liga da Justiça”, que foi praticamente todo alterado por Joss Whedon, diretor de Vingadores (2012). Ambos os filmes tem em si elementos que os filmes do estúdio rival apresentam, elementos que são glorificados, agora odiados.

Mas agora, a DC está sendo pioneira novamente, com uma nova direção sobre a DC Films e a troca de CEO da Warner Bros. Já foi dito que cada herói terá seu próprio tom e temas, sendo sombrios, engraçados e afins. Também vale lembrar que a DC está abrindo um novo selo para seus filmes, que pretende trazer filmes mais adultos, sombrios e artísticos, fora do universo criado por Snyder. Então, já temos  uma produtora correndo atrás contra a mesmice dos heróis.

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Chegamos a parte de nos perguntar, “Onde estão os filmes como Cavaleiro das Trevas, Watchmen, V de Vingança? Quais serão os futuros clássicos?”. É com muito prazer que digo , finalmente estão voltando, aos poucos, e devemos agradecer principalmente a Warner e a FOX (atualmente Disney) por isso.

Como citado acima, a DC está para lançar um selo de filmes originais, adaptações fiéis aos quadrinhos e sombrios. Longas mais artísticos, focando em festivais de cinema e que tem a chance de marcar a história em si. Felizmente, o filme já foi descrito pelo co-diretor do festival canadense de cinema como ”uma grande conquista cinematográfica”. Já o diretor de arte do festival disse que Coringa é a melhor atuação do premiado e nomeado Joaquin Phoenix. Já temos provavelmente mais um filme para lista dos pioneiros na diversificação do gênero, e com o novo selo do estúdio, a tendência é vir mais e mais.

Vale lembrar que a DC também se envolve muito quando a questão é técnica em seus filmes, pegando diretores e atores premiados, como Steve Spielberg e Jared Leto, por exemplo.

Imagem relacionadaMas também não podemos deixar de citar como a FOX ajudou o gênero de heróis, filmes como X-Men: Primeira Classe, Deadpool e Logan são tão únicos como são bons, e todos deixaram a sua marca na história. Logan foi o primeiro filme de super-heróis a concorrer a categoria “Melhor Roteiro Adaptado” no Oscar, e também foi super bem recebido nas criticas, chegando a alcançar 93% no Rotten Tomatoes. Deadpool reacendeu a faísca que Watchmen criou ao ser um dos primeiros longas para maiores com o tema de heróis. A grande maioria dos X-men’s trouxeram filmes bem desenvolvidos e bons sobre a equipe, questões sociais e boas adaptações, como pode ser visto em Dias de Um Futuro Esquecido. Uma menção honrosa pode ser feita também para o seriado Legion, que é comparado por muitos como um ‘filho perdido’ de David Lynch.

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Mas não é só isso, a FOX também  se tornaria uma pioneira em praticamente criar o primeiro filme de super-heróis em que teria o subgênero de terror. Os Novos Mutantes é a promessa de um divisor de águas legitimo. Com um elenco cheio de futuras premissas de Hollywood, como Anya Taylor-Joy (A Bruxa, Fragmentado) e Maisie Williams (Game of Thrones),o longa também conta com a brasileira Alice Braga (Cidade de Deus) e Antonio Banderas (A Mascará de Zorro). Tudo ocorria bem, até que um problema maior bateu as portas: a venda da FOX para Disney.

Já foi reportado pelo site norte-americano, Variety, que o estúdio não se impressionou com o filme, e acha ele não fará sucesso. A empresa vê o filme como ‘limitado’, e que não será um sucesso de bilheteria. Chega a ser cômico eles pensarem desta forma, já que o gênero de terror e heróis são os que mais lucram todo ano, e eles já faturam bilhões por qualquer coisa com o selo ‘Marvel’ na frente. E mais uma vez, temos a Disney mostrando que não se importa com o gênero, muito menos com o potencial dele, o dinheiro fala mais alto, sempre. As ações gananciosas podem afetar não só Os Novos Mutantes, como também pode afetar Deadpool e os próprios mutantes!

Resultado de imagem para deadpool gifO próprio diretor do Deadpool 2, David Leitch, se pronunciou sobre o mercenário tagarela indo para o MCU com uma posição polêmica. Segundo Leitch, o terceiro filme da franquia não tem necessidade  ser para maiores: “Ele é classificado para maiores, que não é a marca do MCU. Mas ele não precisa ser necessariamente assim e a Disney não precisa apenas fazer filmes para maiores de 13 anos. Eu acho que vamos encontrar um bom patamar. Ainda há muito mistério sobre o que eles querem fazer com o Deadpool no mundo da Marvel, mas pelas discussões que eu ouvi, tudo é positivo. Eu acho que eles apenas estão tentando descobrir um jeito de colocar ele dentro, já que pode ser difícil com o Deadpool”.

Em 2018 a FOX tentou fazer a sua versão para maiores de 13 anos de Deadpool 2, intitulada ‘Era uma Vez um Deadpool’, e o resultado foi aprovação de 51% do público e da crítica no Rotten Tomatoes, e nota 4.0 no Metacritic pelos usuários. Tornar um personagem em algo feito para crianças com a versão já apresentada nos cinemas seria um erro fatal, já que sua imagem está associada para maiores. Seria o mesmo erro que Venom (2018) cometeu, prometer um filme para maiores e entregar um para menores, isso tirou o que o filme sempre propôs.

Outro medo é como a Disney pretende utilizar dos X-men, uma das equipes mais importantes dos quadrinhos. Desde que Stan Lee e Jack Kirby os criaram em 1963, os quadrinhos da equipe sempre abordaram temas políticos, sociais, diversidade e isso é algo que precisamos no cinema. Precisamos de diversidade, criar essa consciência de pensar no próximo, respeitar, por meio dos filmes que mais fazem sucesso atualmente. Não podemos deixar usar apenas mais uma ‘fórmula marvel’, precisamos que isso seja único.

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Diversidade é algo que felizmente anda crescendo no mundo dos heróis. Temos por exemplo Pantera Negra, que foi um sucesso de crítica, bilheteria e prêmios. Mulher-Maravilha sendo uma das personagens mais amadas pelo público prestes a ganhar seu segundo filme, ao lado das Aves de Rapina, o primeiro filme de uma equipe feminina em um universo cinematográfico. E depois de anos pedindo, finalmente teremos o filme da Viúva Negra.

Temos atores e atrizes LBGTQ+ atuando como grandes personagens, como por exemplo Chella Man, que é um ator trans e surdo, ele interpretará Jericho na segunda temporada de Titãs. Ezra Miller, o Flash, é abertamente queer. Grandes perspectivas estão a caminho.

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Concluindo, os filmes de heróis não fazem mal algum ao cinema, muito pelo contrário. Porém, precisam sair da zona de conforto, nao continuarem a ter sempre os mesmos esquemas de roteiro, ideias não originais; vilões genéricos, isso sim faz mal ao cinema e ao gênero. Abrindo novos caminhos, novas visões e adaptações, é necessário que abracemos a diversidade e caminhos diferentes. Assim como o terror, o gênero de herói precisa ter suas vertentes e subgêneros.

O futuro nos trás esperança com tantos projetos bons e novas visões vindo, o que nos resta é esperar, e torcer para que o gênero se enriqueça e não se sature.

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Era uma Vez em… Hollywood mostra o vício do Tarantino em fazer obras primas

É realmente difícil ter que falar sobre essa obra sem suspirar, ou não querer empolgadamente falar das cenas favoritas. Acho que esse é algo que poderia ser chamado de “Efeito Tarantino“; é quando você, mesmo depois de dias, ainda não consegue assimilar o que viu e viveu ao ver o filme. Antes de começarmos, uma coisa deve ser explicada sobre ‘Era uma Vez em… Hollywood‘, isso não é uma biografia. É um filme do Tarantino. “É O filme do Tarantino!”, como diria minha cabeça ao terminar esse longa.

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O filme se situa no ano de 1969, contando as tramas de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), Sharon Tate (Margot Robbie) e Cliff Booth (Brad Pitt). Os personagens de DiCaprio e Pitt são dois grande amigos que trabalham juntos no ramo de cinema e televisão, e nisso damos início ao filme. Rick ao lado de Cliff, seu dublê, busca a fama de ser uma estrela, o que os acaba levando aos assassinatos realizados por Charles Manson na época. Assim, somos apresentados a Sharon Tate, que acaba de se mudar com seu marido, Roman Polanski, para Los Angeles. Com sua junção de fantasia e realidade, nós temos aqui uma história fantástica.

Provavelmente, esse é o longa mais puxado para o humor dramático que Quentin já dirigiu em sua carreira, e também um dos com menos violência (mas não se assuste, o filme tem partes de violência muito bem dirigidas). Também já vimos algo que o diretor fez em “Bastardos Inglórios“, juntando a realidade e a ficção, e isso merece reconhecimento. O filme consegue transitar entre ‘filme de época’ e a visão do Tarantino. Na medida que temos movimentos de câmeras mais usados da época, gírias e tudo remetente aos anos 60, ainda temos a fotografia, os diálogos e piadas que apenas ele poderia ter criado, e lógico, várias cenas com pés.

O desenrolar do filme funciona muito bem, a motivação de cada personagem, suas personalidades, tudo é muito bem desenvolvido. Por mais que no segundo ato do filme o roteiro acabe ficando um pouco mais arrastado, não quer dizer que faça perder qualidade, é nesse momento onde temos as partes mais importantes para o final, e onde entramos mais na cabeça e na história de cada personagem. Em todos os atos, a diversão é algo que não falta e poder ver a progressão de cada trama é eletrizante e curioso.

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Um dos feitos mais impressionantes do filme são as atuações, todos os atores estão dando o seu melhor. Enquanto DiCaprio consegue passar a dor de um ator fracassado, Brad Pitt consegue passar a imagem de um dublê misterioso e durão. Mas, a única crítica aqui vai pelo fato de não terem usado do magnifico talento da Margot Robbie, que apenas ganha suas falas após a uma hora de filme. Sendo que o filme tem como base o caso do assassinato de Sharon Tate, durante a primeira hora de filme nós apenas vemos a atriz sendo admirada, sem ter um impacto; praticamente usada só para mostrar a sensualidade de Sharon, que foi a sex symbol dos anos 60.

Talvez possa ter sido uma forma de falar do cinema da época, ou da forma em que a mulher era retratada, mas mesmo assim, é triste ver a Margot não podendo mostrar todo seu talento. Em suma, um baita espetáculo de atuação, praticamente uma aula de um elenco de peso como esse. Até mesmo os personagens secundários e alívios-cômicos conseguem um destaque com suas atuações.

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Não podemos esquecer da parte técnica do filme, que foi feita majestosamente. A fotografia do filme, como já mencionada, usa de cenários, ângulos e movimentos que remetem a outras obras dos anos 60, mas também é possível ter a visão do diretor nelas. Com imagens lindas que possuem de cores vibrantes, contraste e chamativas; literalmente um ”every frame a painting”.

Sobre a trilha-sonora, simplesmente fantástica e selecionada. Com músicas da época, o filme cria uma atmosfera que faz o espectador entrar para o mundo do filme, e todas conseguem tornar as cenas momentos mais memoráveis ainda. Em certos momentos, a trilha sonora é também utilizada para a transição de cenas, que funciona perfeitamente bem, e deixa um toque especial.

A maestria por parte do Tarantino e sua equipe técnica fazem com que o nível do filme se eleve cada vez mais, cena após cena, é impossível não se apaixonar pela fotografia, ou não ficar com vontade de dançar ao escutar músicas tão icônicas.

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Em conclusão, Era uma Vez em… Hollywood é um filme que respeita a base da sua história, que consegue cativar o espectador até o final e que ao mesmo tempo consegue entreter. Um filme que tem sua visão própria, mas que ao mesmo tempo consegue remeter aos clássicos da época, o nono filme de Quentin Tarantino é uma grande obra, e eu poderia dizer que uma das suas melhores, que até mesmo com suas falhas, tem seu encanto único.

“Era uma Vez em… Hollywood” chega aos cinemas brasileiros dia 15 de agosto.

Nota: 4.5/5