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Asgard vs Shi’ar | Quando Star Wars encontra O Senhor dos Anéis

Imagine a possibilidade de ver os aliens de Star Wars se encontrarem com o povo da Terra Média de O Senhor dos Anéis. Visualize um encontro em que acontece um embate entre ficção científica e fantasia. É exatamente isso que é Asgard vs Shi’ar.

Asgard vs Shi’ar é o nome do arco que se passa entre as edições #15-19 do título The Mighty Thor da Marvel Comics. O roteiro é de Jason Aaron e a arte é de Rusell Dauterman e Matt Wilson.

The Mighty Thor #17

Com a sombra de uma guerra entre os Reinos da Árvore dos Mundos, os Asgardianos, de repente, se encontram em uma guerra contra o Império Shi’ar. A história já começa com Kallark, o Gladiador, surrando o Heimdall  e liderando a Guarda Imperial dos Shi’ar em um invasão a  Asgard em busca da Thor (Jane Foster) sem nenhum motivo aparente. Porém, no decorrer da história é revelado o motivo que levou a Guarda Shi’ar invadir o lar dos Deuses Aesir, e envolve Sharra e K’ythri, os Deuses do Império Shi’ar.

O altruísmo de Jane Foster sendo uma heroína que abdica de sua própria vida para ter o poder do trovão e se tornar a Deusa do Trovão para ajudar quem precisa fez com que ela se tornasse uma das maiores divindades do Universo. Não contentes com isso, Sharra e K’ythri decidem enfrentar a nova Deusa em um Desafio dos Deuses para testar a dignidade da Thor.

Sharra e K’ythri

Um aspecto bastante interessante da caracterização das divindades Shi’ar envolve um estereótipo de Deuses antigos que só se preocupam em ser adorados e não em ouvir as preces de seus devotos. Com Sharra e K’ythri, Jason Aaron retoma a abordagem sobre a dignidade dos Deuses que o escritor começou a desenvolver no arco O Carniceiros dos Deuses, lançado em Thor: God of Thunder #1-5, e ainda é tema na minissérie The Unworthy Thor com o Thor Odinson como protagonista. Na história, a personalidade dos Deuses Shi’ar contrasta com a da Thor, fazendo com que se torne um embate entre Deuses da Antiguidade vs Deusa Contemporânea.

Asgardianos marchando para a Guerra contra os Shi’ar

Enquanto o Desafio dos Deuses acontece, os Asgardianos não estão nada felizes de terem sido atacados pelo Império Shi’ar.  Sif e Cul organizam uma frente Asgardiana para guerrear contra os Shi’ar e resgatar a Thor, e, atravessando as galáxias em Drakkars, a guerra de Asgard vs Shi’ar começa.

É preciso dar uma pausa na trama para falar da arte magnífica de Russell Dauterman e Matt Wilson. A dupla responsável pela parte visual da história entrega um show estrondoso de batalhas épicas, expressões furiosas, cores berrantes, onomatopeias potentes, navios vikings no espaço, espaçonaves super tecnológicas e muito mais. O desempenho de Dauterman neste arco é um dos melhores trabalhos do desenhista desde que ele começou a desenhar Thor.

Shi’ar vs Asgardianos

Retomando a trama. Como se não bastasse enfrentar os Shi’ar, um novo desafio surge para a Thor e os Asgardianos: A Fênix, pulverizando tudo em seu caminho. Quando a Thor já não é mais suficiente para lidar com uma ameaça de magnitude cósmica é o momento de Quentin Quire, o maior rebelde mutante e futuro hospedeiro da Fênix, e Odinson aparecerem para ajudar a Deusa do Trovão. No embate contra a Fênix, com direito a uma luta psíquica na Sala Incandescente, os desafios da Thor tomam proporções épicas e, diante de uma experiência de quase morte, Jane Foster revê seus conceitos sobre como lutar a sua batalha contra o câncer e evitar uma Guerra entre os Reinos.

Quentin Quire

Algo a ser destacado sobre o desenvolvimento da história é referente a Jason Aaron ter retomado elementos das histórias de Wolverine e os X-Men e Thor: Deus do Trovão. Aaron traz elementos de sua fase em X-Men para desenvolver o Império Shi’ar e suas divindades e ainda insere na história Quentin Quire e sua relação com a Fênix. O escritor também retoma elementos de Thor: Deus do Trovão, pois traz de volta o questionamento sobre a dignidade dos Deuses e faz menções a acontecimentos envolvendo Gorr, o Carniceiro dos Deuses.

The Mighty Thor #19

Asgard vs Shi’ar encerra com novas questões deixadas em aberto para serem desenvolvidas futuramente na saga da Thor. O resultado final da trama foi um encontro épico entre ficção científica e fantasia. Repleto de frases de efeito, questionamentos filosóficos, cores magníficas, batalhas épicas e a maior a lição a se tirar da Thor: mesmo que pareça impossível vencer, apenas lute. Quem ainda não simpatizou com a Thor, com certeza, começara a amar a personagem a partir dessa história.

 

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Artes conceituais de Thor por Russell Dauterman

Atualmente, o título The Mighty Thor da Marvel Comics, com roteiro de Jason Aaron e arte de Russell Dauterman, é um dos mais elogiados da editora, inclusive, é um dos indicados na categoria de Melhor série mensal do Eisner Awards 2017.

Em The Mighty Thor, Jane Foster é a nova Deusa do Trovão e, em meio à sombra de uma Guerra dos Reinos, Jane ainda tem que lidar com uma batalha muito delicada e pessoal: a luta contra o câncer. Nesse contexto, todo um cenário épico foi construído por Jason Aaron e Russell Dauterman. Já abordei as facetas épicas da fase do Aaron em Thor aqui.

Capa de The Mighty Thor #1 por Russell Dauterman e Matt Wilson

Dauterman, junto ao colorista Matt Wilson, são responsáveis por grande parte da beleza do quadrinho. A dupla constrói e colore o Universo Thor de forma mágica, capaz de encher os olhos do leitor com muitas cores e detalhes.

“Russell está ficando cada vez melhor. Quanto mais coisas eu jogar para ele, mais personagens ele tem para projetar, cenas maiores e mais loucas ele tem que desenhar. Ele apenas continua a ficar melhor, mais forte, mais surpreendente e mais inventivo.

Eu acho que Russell agregou muito a Thor em termos de seus projetos para os vários personagens e, especialmente, aos locais. Muito do que eu tenho feito no meu trabalho em Thor é dar corpo à configuração de todos os diferentes Reinos. Russell tem sido uma grande parte disso.

Ele percorreu um longo caminho até construção dos mundos e caracterização das pessoas e culturas dos diferentes locais.” – Jason Aaron elogiando o desempenho de Russell Dauterman durante uma entrevista. Confira a entrevista aqui.

Como o próprio escritor do título The Migthy Thor título disse, Russell Dauterman é muito inventivo em relação ás suas concepções do Universo Thor, trazendo novos detalhes que enriquecem o visual de alguns personagens já existentes nos quadrinhos, e também cria visuais incríveis para personagens novos.

Confira algumas artes conceituais de que Russell Dauterman disponibilizou em seu site:

 

Atualmente, The Mighty Thor de Jason Aaron e Russell Dauterman está sendo publicado pela editora Panini em uma revista mensal intitulada Thor.

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Asgard vs Shi’ar | Thor pede ajuda de Quentin Quire para lidar com a Fênix

The Asgard / Shi’ar War é o arco atual da revista The Migthy Thor de Jason Aaron e Russell Dauterman. No auge do arco, os Asgardianos já marcharam em seus barcos vikings até uma guerra espacial contra os Shi’ar enquanto a Thor participa de um Desafio dos Deuses. Na edição #18 do título, além de deuses e alienígenas furiosos, teremos a presença da Fênix, uma velha inimiga dos Shi’ar

Os Deuses Shi’ar invocaram o julgamento final sobre os Asgardianos. A Thor encontra uma ajuda desesperadamente necessária na forma de Odinson! Mas, dois deuses do trovão são mesmo o suficiente para lidar com a Força Fênix?

E para onde a Fênix vai? Sim, para o rebelde sem causa preferido dos fãs de X-Men, Quentin Quire! Será que Quentin ajudará a Thor ou deixará mundos queimarem?

Confira a prévia de The Mighty Thor #18:

 

Além de Quentin Quire, outra presença esperada pelos fãs é o retorno de Odinson nas histórias da Thor. O filho de Odin finalmente retornará ao título, e dessa vez é pra ficar. Confira aqui a entrevista que Jason Aaron deu sobre o futuro de Thor nos quadrinhos.

The Mighty Thor #18 será lançado dia 26 de Abril nos EUA.

 

 

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A Poderosa Thor | Trovão em Suas Veias

Trovão em Suas Veias é o primeiro arco da revista The Migthy Thor (A Poderosa Thor). Lançado entre as edições 1-5 do título, essa nova fase da Deusa do Trovão é uma continuação direta de Thor Vol.4, que conta com a estreia da nova Thor da Marvel.  Nesse novo começo, a equipe criativa continua sendo Jason Aaron no roteiro, Russell Dauterman nos desenhos e Matt Wilson nas cores.

No final do volume anterior é revelado a identidade da mulher que está portando o Mjolnir após o fatídico acontecimento da saga Pecado Original, em que Thor Odinson deixa de ser digno de seu martelo.  A grande surpresa envolvendo a nova Deusa do Trovão é a revelação de que se trata de Jane Foster assumindo o cargo de seu amado e, mais do que isso, Jane está com câncer e ser Thor a deixa cada vez mais próxima da morte.

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Thor/Jane Foster

A história de A Poderosa Thor situa-se oito meses depois de Thor Vol.4 e começa com Jane Foster fazendo quimioterapia e explicando sobre sua doença e porque transformar-se em Thor tira um pouco de sua vida. A causa da morte lenta de Jane é até simples e envolve uma questão real sobre o câncer.

As químicas da quimioterapia são veneno para o corpo humano, elas destroem as células cancerígenas, mas também devastam a saúde do enfermo. Jane, ao portar o martelo mágico, elimina todo veneno de seu corpo. Portanto, ela não pode curar seu câncer. A magia do martelo não é capaz de eliminar o câncer, pois é uma doença que é parte do indivíduo, não é um vírus que se hospeda no corpo humano, são as próprias células do corpo que se voltam contra o individuo.

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The Mighty Thor #5

Há ainda outro fator que dificulta a vida da Thor: Odin.

Desde que Odin descobriu a existência de uma nova Thor, o Pai de Todos não está nada feliz de ter ver alguém portando um Mjolnir mudado que não aceita que ninguém o use além da Thor.

Odin proibiu a presença da Thor em Asgard e faz dela um alvo do Congresso dos Mundos, que é uma aliança formada entre os dez reinos; Asgard, Midgard, Jotunheim, Vanaheim, Alfheim, Muspellheimr, Svartalfaheimr, Nidavellir, Niflheim, e o mais recente reino introduzido na Marvel, o Heven. Cada reino é representado por uma figura de seu povo. Asgard tem Volstagg, o volumoso, e Midgard tem Jane Foster.

Devido a sua dupla função de Thor e representante de Midgard no Congresso dos Mundos, Jane precisa esconder um segredo mortal, o que a impossibilita de manter-se na forma de Thor e evitar as consequências de sua transformação em Deusa do Trovão.

The Mighty Thor #4
The Mighty Thor #4

Junto ao desenvolvimento da personagem principal acontece o desenrolar de uma Guerra Civil em Asgard, causada pela tirania de Odin, e uma Guerra de Elfos; luminosos e negros, causada pelo vilão Malekith em parceria com Dario Agger, o líder maligno da corporação Roxxon que pretende explorar os recursos naturais de Alfheim. Os dois vilões desse arco já vinham sendo desenvolvidos em Thor: Deus do Trovão e Thor Vol.4.  A novidade está na formação de uma aliança dos dois com outras figuras malignas do Universo do Thor, como Loki, Laufey e Encantor.

The Mighty Thor #1
The Mighty Thor #1

Loki tem um grande destaque nesse primeiro arco. A dualidade complexa do personagem é desenvolvida em alguns momentos com o Deus da Trapaça mostrando a sua faceta de vilão, que alterna entre uma intenção heroica de evitar uma ameaça maior, a Guerra dos Reinos. E como um personagem complexo que é, o trapaceiro acaba surpreendendo o leitor com uma atitude um tanto vilanesca no final do arco.

The Migthy Thor #3
The Migthy Thor #3

Quem já vinha acompanhando toda a fase de Jason Aaron com Thor tem ciência de que o escritor caminha todos os seus arcos para uma trama maior que, nesse caso, é a Guerra dos Reinos. Essa guerra foi descrita como a guerra que deu fim a todas às guerras em um vislumbre do futuro que aconteceu em Thor: Deus do Trovão. Portanto, tudo que acontece nesse primeiro arco são prelúdios para o que está por vir nessa saga épica construída por Aaron.

Acontecem muitas coisas em apenas cinco edições e tudo com muita ação do começo ao fim. Para deixar tudo mais empolgante, Russell Dauterman e Matt Wilson trazem um espetáculo visual de arte com muitas cores, efeitos de magia espalhafatosos, onomatopeias estrondosas, pancadarias e expressões furiosas.

Trovão em Suas Veias é um bom começo para uma nova fase da Thor. Cumpre com muita exatidão a função de empolgar o leitor, desenvolver personagens e trazer uma arte de encher os olhos.

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A grandiosa saga épica de Jason Aaron com Thor

Desde que Jason Aaron assumiu os quadrinhos do Thor em 2012, o título do herói , que já contempla cinco séries (Thor: Deus do Trovão, Thor vol.4, Thors, A Poderosa Thor e O Indigno Thor), vem sendo um dos quadrinhos mais elogiados da Marvel, pela crítica e também pelos fãs. Os elogios são os mais variados e envolvem uma boa construção de personagens, boa história, boa arte (graças a Esad Ribic e Russell Dauterman, principalmente) e também ao nível de construção de uma saga épica, que será o foco deste texto.

Thor do Jason Aaron é uma das melhores sagas épicas dos quadrinhos de super-heróis nos últimos anos. Dito isto, entenda o motivo para tal afirmação.

Começando com uma pequena definição. O que é um ÉPICO?

Basicamente, o gênero épico contempla quatro dimensões que fazem algo ser considerado épico.

1ª Dimensão – Heróica

A dimensão heróica contempla a saga do herói, as aventuras do personagem principal. Porém, só isso não define uma história como épica.

2ª Dimensão – Bélica

Na dimensão bélica estão as batalhas, as grandes guerras. Se não houver grandes batalhas, não é épico.

3ª Dimensão – Histórica

Aqui, a história de um povo é contada. Porém, assim como as outras dimensões, sozinha não pode ser considerada épica, afinal, seria um relato histórico.

4ª Dimensão – Mítica

Por fim, temos a dimensão mítica, que é onde os Deuses mitológicos entram em cena. Não, necessariamente, são figuras mitológicas já existentes, afinal, existem escritores que criaram e criam seu próprio panteão de Deuses e criaturas míticas. Um bom exemplo é o universo da Terra Média criado por J.R.R. Tolkien, pois alguns dos seres míticos de Tolkien foram inspirados em figuras da Mitologia Nórdica, mas ainda sim são diferentes e criações de seu próprio mundo.

Em síntese, algo só se enquadra no gênero épico quando contempla essas quatro dimensões, sem uma delas é qualquer outra coisa, menos épico.

Exemplos clássicos de sagas épicas são a “Odisséia” de Homero e “Os Lusíadas” de Camões. Mas, um exemplo bastante popular é a saga do Naruto.

Fazendo uma analise bem simplista, Naruto é uma saga HEROICA do personagem com o mesmo nome da obra, com elementos BÉLICOS envolvendo grandes guerras ninjas e também a HISTÓRIA de um povo, no caso, os ninjas, cuja origem envolve a presença de figuras da MITOLOGIA japonesa.

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Naruto

Há ainda duas características importantes do gênero épico:

1ª Característica

O título da saga épica leva nome do herói. Em “Odisséia”, Ulysses é o herói e Odisseu é outro nome para Ulysses. Em “Os Lusíadas”, os Lusos, que são os portugueses, são os heróis da obra. Já em Naruto, é bem óbvio, Naruto é o herói.

2ª Característica

A narrativa do gênero épico começa do meio. Isso se chama In medias res (“no meio das coisas“). A história não começa no início, mas sim no meio da trama, em um momento crucial e, posteriormente, utiliza-se flashbacks, entre outros recursos narrativos, para narrar sobre o que veio antes. Esse recurso é utilizado para prender a atenção do leitor, criar curiosidade e suprimir o impacto de acontecimentos impactantes  que possam ser desagradáveis.

[É importante frisar que essas duas características não são exclusivas de épicos.]

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Asgard

Depois de toda essa contextualização sobre o gênero épico fica mais fácil entender o porquê de eu afirmar que Thor do Jason Aaron é uma das melhores sagas épicas em histórias de quadrinhos de super-heróis dos últimos anos. O motivo é simples: A fase de Aaron com Thor contempla todas as dimensões do épico de uma forma bem construída e bem pensada para prender o leitor até o final com questões intrigantes, ótimas caracterizações e ótimas batalhas.

dimensão mítica de Thor está escancarada, pois o protagonista além de ser o herói principal, também é uma figura da mitologia nórdica.

Existe uma forte presença do mítico envolvendo diversos Deuses em Carniceiro dos Deuses, que é o primeiro arco do Thor de Jason Aaron, que acontece  entre as edições 1-5 do título Thor: Deus do Trovão. É onde se estabelece tudo o que vem a seguir na mitologia do Deus do Trovão.  O vilão Gorr, assassino de Deuses, é apresentado nessa história e uma questão importante é plantada no imaginário dos leitores e no próprio Thor. E a questão é:

Os Deuses realmente são dignos das posições que ocupam perante seus adoradores?  

Essa questão é levantada por Gorr e é o alicerce de tudo o que vem a seguir até as histórias atuais, em que Thor é o nome carregado por uma mulher, a Dra. Jane Foster.

Por trás de uma questão filosófica, a dimensão bélica é desenvolvida com batalhas épicas envolvendo deuseselfos,  gigantes, trolls, alienígenas, corporações malignas e a sombra de uma grande Guerra dos Reinos, e tudo isso com belos desenhos de encher os olhos.

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Thor vs Malekith

A dimensão heróica que o escritor explora é a de Thor, mas não de um único Thor, e sim de diversas versões, incluindo um jovem Thor, ainda imaturo, um rei Thor, que já está mais cansado e amargo, e uma mulher Thor, que na verdade é uma humana que foi considerada digna do poder de Thor por seu altruísmo. A partir disso, o escritor traz outra questão para os leitores: O que é ser Thor?

E toda uma série de acontecimentos se desenvolve em cima dessa questão.

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Thors

Na dimensão histórica,  em um primeiro momento, temos as histórias dos asgardianos, mas que está conectada com o povo de Midgard. Há um desenvolvimento de dois povos; os deuses e os humanos, e o grande elo entre eles é Thor, tanto Odinson quanto Jane Foster. E,  não é por mera coincidência que, atualmente, Thor seja uma mulher humana com câncer. Além de abordar uma questão bastante atual sobre uma mulher assumir uma posição que até então era de um homem e trazer uma luta bastante mundana, que é a luta contra o câncer, um outro desenvolvimento é focado em mostrar a diferença entre uma humana que se tornou digna do poder de um Deus e um Deus que já nasceu Deus. E é algo que fica bem contrastante dentro da trama

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Jane Foster

Para amenizar o impacto dos leitores em relação a alguns acontecimentos marcantes, como descobrir o porquê de vários deuses serem assassinados, o que tornou o Thor indigno de seu martelo, ou o surgimento de uma nova Thor, Jason Aaron recorre a estratégia narrativa do In medias res. Ou seja, os arcos sempre começam do meio de uma história, e isso e cria uma atmosfera de curiosidade que prende o leitor até o fim. Nesse espaço entre o começo e meio da história é onde os artifícios de caracterização se mostram importantes.

A  ideia de existir uma Thor mulher pode soar estranha e causar controvérsia em um primeiro momento. Alias, essa ideia foi extremamente repudiada quando foi anunciada. Mas, hoje, a Thor é uma das personagens mais queridas nos quadrinhos da Marvel. Nessa hora é que Aaron dá uma prova definitiva de que sabe utilizar o recurso do In media Res com maestria. Antes que o escritor revele quem é a nova Thor e o motivo de Jane Foster exercer esse papel, ele vai preparando o terreno com boas estratégias de apelo, como o fato da Thor ser uma mulher que luta contra o câncer e também luta pra salvar o mundo e, ao se transformar na Poderosa Thor, ela se desfaz de um pouco de sua vida. É uma atitude altruísta e que também é característica marcante de grandes heróis que não pensariam duas vezes em se sacrificar por seu povo, como Superman e Capitão América, o que faz com que o leitor simpatize facilmente com a heroína.

Ainda há outras questões que são pontuadas positivamente sobre a fase de Jason Aaron em Thor, mas por hora, já basta essa análise em relação à grandiosidade ÉPICA.