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Joe, o Bárbaro: a jornada fantástica de um garoto diabético

Misturando elementos de fantasia medieval com ficção científica e um universo mágico, Joe, o Bárbaro é uma minissérie em oito edições escrita por Grant Morrison com arte de Sean Murphy. Lançada nos EUA pela Vertigo, e agora republicada no Brasil pela editora Panini em uma belíssima edição de luxo, a aventura de Joe Manson para enfrentar seus medos e problemas de saúde é mais que uma simples história, tornando-se um belo conto de fadas.

As histórias criadas por Grant Morrison dividem opiniões. Enquanto alguns leitores o veem como um pseudo-intelectual que escreve sobre nada com palavras bonitas, ou que revisita velhos conceitos para disfarçar sua falta de criatividade, outros estudam o que o roteirista superstar quis dizer e referenciar com cada um de seus parágrafos, descrições de quadros e narrativas como um todo.

De um lado temos Os Invisíveis, Patrulha do Destino e Crise Final, enquanto do outro temos Homem-Animal, We3 e… Joe, o Bárbaro. E mesmo com todos seus trabalhos sendo absurdamente fantásticos, o destaque da história de Joe é a capacidade de criar mundos e paralelos com a vida real que Morrison aplica, com a estonteante co-criação de Sean Murphy.

Nunca uma jornada até a cozinha num dia chuvoso e sem luz seria tão absurda quanto a de Joe Manson. Diabético, Joe precisa manter seus níveis de glicose adequados, e enquanto seu pai faleceu em uma guerra e sua mãe trabalha e luta diariamente para manter suas vidas minimamente dignas, com a constante ameaça de perder a casa, o garoto vive com raiva e age com antipatia. Sofrendo bullying, Joe perde seu chocolate para um grupo de garotos, e ao retornar para sua casa, uma tempestade tem início. A vida do jovem muda a partir de então.

O garoto se vê transportado para um mundo onde seu rato de estimação, Jack, é um tipo de guerreiro samurai, seus brinquedos criaram vida e há um grande vilão, o Rei Morte, vivendo num local obscuro. Entre duas realidades, a física e a imaginativa da Hipogeia, chamada Reino de Ferro, Joe descobre que está tendo um ataque de hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue), e precisa desbravar sua casa na escuridão em busca de algum tipo de açúcar, como um simples refrigerante. A jornada até sua cozinha, e consequentemente até o porão, é dividida entre as duas realidades, onde a casa de Joe afeta diretamente a forma e existência do mundo paralelo.

Se não bastasse a situação absurda descrita acima, Joe também é parte de uma profecia dos moradores do Reino, sendo chamado de O Menino que Morre, recebedor da difícil tarefa de salvar o mundo das garras do Rei Morte.

Apesar da sinopse louca, Joe é uma das histórias mais lineares de Morrison. O destaque, como citado, é a construção do mundo de Hipogeia, com seres fantásticos e uma atenção especial aos detalhes. Senhor dos Anéis, Alice no País das Maravilhas e Esqueceram de Mim são fortes influências no desenvolvimento de Joe, o Bárbaro, que introduz um garoto antipático e criativo, um típico nerd do colégio, e o desenvolve para que se torne uma pessoa melhor. De início, é difícil se relacionar com o herói (pouco heroico) desta série, mas até o final você já comprou suas dores.

A forma como Morrison e especialmente Sean Murphy retratam os cômodos da casa de Joe em paralelo com áreas específicas do outro mundo é um show por si só. Torneiras viram cachoeiras, vazamentos tornam-se rios, estantes viram castelos e escadas, grandes trilhas. O elenco de apoio, responsável por colaborar com a jornada de Joe, é muito carismático e cada um possui características que se destacam, enquanto a história se desenrola até uma batalha épica contra as forças do mal.

O paralelo traçado é claramente uma luta contra as complicações da saúde do protagonista e também uma forma de encarar seus problemas pessoais. Cada dificuldade e inimigo enfrentado pelo herói surge a partir de um enrosco presente na vida real, desde o ataque hipoglicêmico até as insatisfações e medos familiares. As cores estonteantes do premiado Dave Stewart complementam os belos traços de Murphy, tornando o mundo fantasioso algo verdadeiramente crível, com tecnologia e cultura próprias. As cenas escuras durante o apagão gerado pela tempestade e as paisagens exuberantes do Reino de Ferro possuem o mesmo brilho.

A minissérie pode ser descrita com palavras como sinceridade, aventura, desbravamento despretensioso e sentimentos, e ao longo das oito edições (que funcionam muito bem lidas em sequência, de uma só vez, com o encadernado) os autores exploram cada detalhe da casa do protagonista, e conseguem fechar todas as pontas soltas e ideias lançadas no decorrer da viagem, utilizando metáforas e análogos até as páginas finais.

Joe, o Bárbaro é prova concreta da capacidade de Grant Morrison em criar histórias relacionáveis com o leitor, sem pesar a mão nas alegorias literárias e referências quadrinísticas, soando como diversão pura e simples e entregando o que há de melhor nas ótimas histórias em quadrinhos. Vencedora do Prêmio Eisner de Melhor Minissérie, a jornada de Joe possui uma construção de mundo encantadora, que remete a imaginação das crianças e jovens, e de forma apaixonante deixa o leitor sedento por mais aventuras no Reino de Ferro, por mais bizarro que isso possa soar dadas as circunstâncias que levaram o garoto a conhecer o outro mundo.

A edição de luxo Joe, o Bárbaro da editora Panini possui 224 páginas encadernadas em capa dura, no formato 27,5 x 18 cm, com preço sugerido de R$ 72,00. O encadernado conta também com uma galeria de extras, onde Morrison e Murphy apresentam roteiros e artes conceituais que tornam a experiência do leitor ainda mais prazerosa e aprofundada.

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Zenith – Volume Um | A primeira obra-prima de Grant Morrison

Em 1986 Alan Moore estava lançando nos Estados Unidos sua obra seminal Watchmen. Poucos anos antes, o mago inglês criava sua fagulha inicial da ideia que viria a se tornar a já citada série da DC Comics enquanto escrevia Miracleman (na época ainda chamado de Marvelman). Em 1987, motivado pelo sucesso dos super-heróis sérios da época, Grant Morrison criou sua resposta a Watchmen através de Zenith, que viria a utilizar conceitos similares aos das obras de Moore com um estilo muito mais fantasioso e divertido, pegada típica do autor quando trabalha com super-heróis. Sem deixar de lado, é claro, o caráter louco que tornou-se marca registrada do escocês.

Após uma série de histórias curtas dos Choques Futuristas, e tendo trabalhado na série Zoids pouco tempo antes, Morrison estava finalmente criando sua primeira aventura mais longa. Esta série, que teve início na prog 535 da 2000 AD (em agosto de 1987), conta com arte de Steve Yeowell e designs originais de Brendan McCarthy, e já era uma amostra dos roteiros megalomaníacos de Morrison que iriam se estender para suas outras histórias no futuro. Nela, Zenith é o personagem principal, e o único descendente de uma geração de superseres desenvolvidos pelo governo britânico após/durante a 2ª Guerra Mundial.

Ao invés de usar seus poderes (voar, resistência, força) para o bem da sociedade, o protagonista se aproveita do título de único super-herói em atividade para seguir carreira como pop star, até que se encontra envolvido em um confronto contra um ser de outra dimensão, que toma posse do corpo de um meta-humano nazista revivido por cientistas loucos para servir como receptáculo de uma entidade lovecraftiana.

Apesar de toda a bizarrice descrita acima, esta série – pelo menos as duas primeiras fases, compiladas no encadernado Zenith – Volume Um da Mythos Editora – é de fácil compreensão, sem muita complexidade no roteiro. Mesmo sendo descrita como a primeira de super-heróis da 2000 AD, o personagem que dá o nome à história não é nada heroico, e os coadjuvantes são mais interessantes e possuem melhores personalidades do que ele. O grupo Nuvem 9 (que se assemelha aos Minutemen de Watchmen), composto por heróis como Voltagem, Dragão Rubro e Mandala, marcou o retorno de uma Era Heróica após a Segunda Guerra, onde Maximan e Masterman (a contraparte nazista do herói britânico) lutaram e foram eliminados em um teste de bomba nuclear na cidade de Berlim.

Morrison brinca com a história real da existência dos super-heróis ao longo da Fase Um de Zenith. Ao situar o início da Era Heróica como o período da Guerra, o autor cria um paralelo com a realidade, onde os heróis surgiram na década de 30 e tornaram-se um hit durante o conflito, caindo num período de esquecimento em seguida (durante os anos 50) e sendo revividos na década de 60. A trajetória é muito parecida no mundo real e no mundo fictício de Zenith, onde com maestria a dupla criativa responsável pela série costura muitas tramas paralelas e cria uma cronologia única e muito bem estabelecida. Ao invés de Hiroshima, temos Berlim. Maximan é uma espécie de Superman britânico. E sobra ironia até para Fredric Wertham, o psiquiatra autor da Sedução dos Inocentes.

Como diz em seu livro Superdeuses, Morrison utiliza a série para, pela primeira vez, transportar-se para os quadrinhos. Anos mais tarde, o autor faria algo parecido com o King Mob da série Os Invisíveis, e de forma literal no encontro das páginas do Homem-Animal. Na persona de Zenith o autor insere todas as suas características mentais (e algumas físicas) da época, transportando sua personalidade para o protagonista da série. Ao fazer isto, cria também personalidades fantásticas que vieram a se tornar verdadeiras celebridades dos quadrinhos britânicos, como o já citado Peter St. John, o Mandala (um tipo de Doutor Manhattan de Zenith), e rega suas páginas com muitas referências da cultura pop da época, criando um apelo adicional único sem pesar a mão nas alusões literárias.

Enquanto Watchmen é uma espécie de literatura séria e rebuscada, Zenith foi criado como um escapismo jovial puro e simples. A arte de Steve Yeowell é um mangá ocidental de alto contraste, onde os designs de Brendan McCarthy criam vida com fluidez e simplicidade extremamente agradáveis.

Durante toda a introdutória Fase Um, a dupla criativa Morrison & Yeowell trabalha para estabelecer as características primordiais da série, como a existência dos Multiângulos e dos heróis, para descambar na Fase Dois onde são explorados alguns detalhes do passado de Zenith, da existência dos Lloigor e o conceito do Multiverso, aqui apelidado de Alterna. A utilização de Terras Paralelas rendeu para a série a alcunha de “Crise nas Infinitas Terras dos quadrinhos britânicos.”

A edição de luxo nacional da Mythos Editora compila as Fases Um e Dois na íntegra, com seus interlúdios e extras. Apesar de não ser um material inédito no Brasil, por já ter sido publicado em meados dos anos 2000 pela extinta Pandora Books, é a primeira vez que a série chega ao país de forma oficial em seu formato original, sem cortes e com nova tradução pelas mãos do gabaritado Érico Assis. E o tratamento gráfico dado ao encadernado é primoroso.

Talvez o Grant Morrison de Zenith seja mais acessível para os leitores que gostam de séries descompromissadas e com uma dose de nonsense divertido e empolgante, coisa que o autor extrapolou em suas histórias para a DC e Marvel e também nas continuações desta própria publicação. E deixando um gancho para as continuações, encarnadas nas Fases Três e Quatro (esta última inédita no Brasil, totalmente colorida e sendo publicada em breve pela Mythos), a empolgante história do cantor Zenith e todos que o cercam parece estar apenas começando, de uma forma tão excelente que nem parece o início da carreira de um roteirista, provando sua genialidade desde cedo.

Zenith – Volume Um possui 212 páginas encadernadas em capa dura no formato 26 x 19 cm, com preço de capa sugerido R$ 74,90.

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Mulher-Maravilha: Terra Um | Uma reinvenção ousada e criativa

Terra Um é uma série de graphic novels que reconta e atualiza as origens dos heróis da DC. Depois de Superman e Batman, é hora de testemunharmos a Mulher-Maravilha desta série. Escrita por ninguém mais ninguém menos que Grant Morrison, a HQ provavelmente, entre as três, é a que mais altera certos elementos da personagem, tais como sua personalidade. Aqui não temos a princesa que sai de Temiscira para uma missão oficial no Mundo dos Homens e sim, uma garota rebelde que se opõe a todos os costumes do seu povo e tem curiosidade em explorar o mundo lá fora, saindo sem a permissão da mãe.

O grande trunfo da HQ está na narrativa não linear e no Laço da Verdade, que funciona como um elemento narrativo muito eficiente e criativo. Ao invés de escolher um caminho tradicional para contar a história de Diana, o roteirista escolhe contá-la através de um julgamento. Não existem vilões aqui, este é um quadrinho sobre o prazer da descoberta. O choque cultural é sempre muito interessante nas histórias de Mulher-Maravilha, mas em Terra Um ele é gritante. Existe um certo humor involuntário nisso, principalmente na cena do hospital, onde a heroína não acredita que existam tantas mulheres doentes em um só lugar.

O núcleo de apoio também é ótimo. Algumas alterações foram feitas, por exemplo, Steve Trevor nesta versão é negro e o discurso feito pelo personagem na resolução do quadrinho é perfeito. Elizabeth Candy, que seria neste caso, a Etta Candy, não é uma militar amiga de Trevor e sim uma mulher extrovertida e feliz com o peso que tem. E esta é com certeza a Rainha Hipólita mais paranoica de todas as histórias da Princesa Amazona.

A arte de Yanick Paquette é bonita, não só pela sua Diana que tem um certo ar de superioridade em relação aos humanos, como também as diferentes e inusitadas vestimentas das Amazonas e as tecnologias utilizadas na Ilha Paraíso, que parecem ter saído de um filme de ficção científica. As expressões faciais são o grande destaque dos traços aqui, já que a obra não conta com muita ação.

Mulher-Maravilha: Terra Um é uma obra completa e reimagina de forma muito criativa e ousada a maior heroína de todos os tempos. Foge de todos os clichês possíveis: Seja a presença de um vilão maior ou uma narrativa linear. A editora Panini publicou o quadrinho no Brasil no início deste ano. Você pode adquiri-lo no link abaixo:

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Mythos lança conclusão de Zenith inédita no Brasil

Encerrando a saga do super-herói criado por Grant Morrison e Steve Yeowell, a Mythos Editora está lançando o segundo volume de Zenith, com as duas Fases finais da série, sendo a última inédita no Brasil e totalmente colorida. Confira os detalhes abaixo!

Os Lloigor estão de volta e dessa vez eles pretendem tomar o controle de tudo. Para fazer isso, precisam alinhar universos alternativos e formar um cristal conhecido como “Omniedro”. Um Maximan de uma realidade alternativa reúne um exército de super-heróis de múltiplas Terras para enfrentar os deuses sombrios. Será que Zenith vai ser maduro o suficiente para levar a sério essa guerra pelo destino de todas as coisas?

Além disso, superseres do passado voltam para punir os Estados Unidos por atentarem contra suas vidas. Incubando-se no Sol, eles também querem ascender a um novo nível de existência mesmo que isso resulte na destruição da Terra. Zenith e St. John se veem enfrentando antigos conhecidos… e precisam escolher entre eles e o futuro da humanidade! Os criadores de Zenith, Grant Morrison (Homem-Animal) e Steve Yeowell (Os Invisíveis) apresentam uma história super-heroica épica, que atravessa o tempo e o espaço!

O final da saga rendeu ao título a alcunha de “Crise nas Infinitas Terras dos quadrinhos britânicos“, onde Morrison reúne todos os conceitos apresentados nas Fases anteriores e fecha as pontas soltas, com viagens dimensionais e conceitos que só o roteirista escocês é capaz de criar.

O Volume Um, compilando as Fases Um e Dois da série original, foi lançado há cerca de um mês.

Zenith – Volume Dois possui 252 páginas encadernadas em capa dura, formato 25,9 x 18,7 cm, com histórias em preto e branco e coloridas, e preço de capa R$ 84,90. Encontra-se em pré-venda no site da editora e na Amazon.

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Mythos anuncia Zenith: Volume Dois, B.P.D.P e O Sombra

A Mythos Editora está cumprindo um rígido calendário de lançamentos em 2017, publicando sem atraso todas as obras planejadas e surpreendendo os fãs com uma verdadeira chuva de ótimos encadernados. Confira outros quadrinhos que virão nos próximos meses, dando continuidade ou iniciando novas séries publicadas pela editora.

Alguns dos futuros lançamentos foram divulgados através do ISBN da editora, onde foi possível localizar os próximos trabalhos a serem finalizados. Abaixo, veja detalhes sobre cada uma das obras.

  • Mundo Invernal

A série WinterWorld de Chuck Dixon, publicada nos EUA pela IDW, é considerada uma obra-prima do desenhista Jorge Zaffino. Uma espécie de Mad Max no gelo, o encadernado nacional da Mythos irá compilar não somente a série WinterWorld como também sua continuação, WinterSea, e WinterWorld – La Niña, que contém a arte de Butch Guice.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da IDW clique aqui.

  • O Sombra – Grandes Mestres: Howard Chaykin

A editora também é a casa nacional das publicações da Dynamite, que incluem O Sombra, Besouro Verde, Vampirella e outros personagens clássicos. No encadernado Grandes Mestres: Howard Chaykin estará a clássica minissérie do Sombra criada pelo autor trinta anos atrás (publicada no Brasil com o nome Crime e Castigo, no original Blood and Judgment) e uma história recente, chamada Meia-Noite em Moscou, que marcou o retorno de Chaykin ao personagem em décadas. Outras séries “Grandes Mestres” da Dynamite são publicadas em encadernados no Brasil, como os Grandes Mestres da Vampirella, que você pode saber mais detalhes clicando aqui.

American Flagg, famosa obra de Chaykin, também foi publicada pela Mythos em um encadernado de luxo no ano retrasado.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da Dynamite clique aqui.

O Sombra – Grandes Mestres: Howard Chaykin tem preço de capa sugerido R$ 89,90.

  • Zenith: Volume Dois

Dando sequência à obra de Grant Morrison e Steve Yeowell publicada pela 2000 AD a Mythos traz o segundo e último volume da série, contendo material inédito no Brasil, em cores. O segundo volume de Zenith, que compila as Fases Três e Quatro da série original, é continuação direta do lançamento de abril/maio, Zenith: Volume Um, como divulgado há algumas semanas.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da 2000 AD clique aqui.

Zenith: Volume Dois tem preço de capa sugerido R$ 89,90.

  • Tex Graphic Novel: Drama no Deserto

Drama no Deserto (no original, Painted Desert) é o novo volume da série Tex Graphic Novel, que você pode saber mais detalhes clicando aqui. Com roteiro de Mauro Boselli e arte de Angelo Stano, a história é a terceira edição da série, que apresenta aventuras fechadas, em cores, em cada um de seus volumes. Há também um quarto volume, publicado recentemente na Itália, chamado Sfida del Montana, com roteiros de Gianfranco Manfredi e arte de Giulio de Vita.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da série Tex Graphic Novel clique aqui.

  • B.P.D.P: Inferno na Terra – Vol. 1: Abominável Mundo Novo

O mais novo encadernado do universo Hellboy, publicado originalmente pela Dark Horse, será B.P.D.P: Inferno na Terra, a famosa série Hell on Earth no original. Nos EUA Hell on Earth possui mais de 140 edições mensais lançadas até o momento, totalizando 15 encadernados. O épico que começou na primeira revista do Hellboy é concluído com o Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal, sendo “Novo Mundo” o primeiro arco da saga, englobando as edições #1 a #5 da revista original.

A editora publica histórias do B.P.D.P em encadernados há alguns anos, sendo os mais recentes B.P.D.P Origens: 1946-1947 e Hellboy e o B.P.D.P: 1952.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da Dark Horse clique aqui.

B.P.D.P: Inferno na Terra – Vol 1: Abominável Mundo Novo tem preço de capa sugerido R$ 72,90.

Os últimos lançamentos, Zenith: Volume Um, Vampirella: Grandes Mestres (Grant Morrison & Mark Millar) e Rei Conan: A Fênix na Espada/O Deus da Meia-Noite já estão disponíveis na Amazon, todos com mais de 20% de desconto.

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Mythos lança novo volume de Vampirella: Grandes Mestres

Dando continuidade à série iniciada em 2015, a Mythos Editora segue com suas publicações da Vampirella, clássica personagem criada por Forrest J. Ackerman. Com previsão de lançamento para o final do mês de abril, o segundo volume de Vampirella: Grandes Mestres já está em pré-venda.

Aqui você vai encontrar a temporada completa de Grant Morrison e Mark Millar, considerada uma das melhores de toda a história da personagem! Vampirella volta do túmulo com uma determinação sem igual de acabar com vampiros. Usando de uma criatividade sem limites para explorar as fraquezas dos predadores da noite, e sem ser afetada por nenhuma delas, Vampi é uma verdadeira máquina de extermínio. Só que existe uma máfia vampiresca e o sinistro Von Kreitz em seu caminho… e uma irmandade de caçadoras quer recrutá-la para enfrentar a ameaça do Antivaticano!

Os roteiros de Morrison e Millar criam vida através da arte de Amanda Conner e Jimmy Palmiotti. Este volume compila os clássicos: “Mal Ascendente” e “Guerra Santa”, dois arcos de história que apresentaram uma Vampirella mais durona e implacável, perigosamente obcecada em varrer os vampiros da face da terra, e as histórias “Jogo Sangrento”, de Grant Morrison e “Um Dia Frio no Inferno”, de Mark Millar, onde eles mostram seus talentos individuais.

Vampirella: Grandes Mestres – Grant Morrison & Mark Millar possui 180 páginas encadernadas em capa dura, formato 17 x 26 cm e preço de capa sugerido de R$ 69,90. Já disponível em pré-venda no site da editora e na Amazon.

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Mythos Editora republicará Zenith, de Grant Morrison

Série de Grant Morrison em início de carreira, publicada na revista semanal britânica 2000 AD, Zenith retornará ao Brasil em edições de luxo publicadas pela Mythos Editora. Confira os detalhes abaixo.

Além de Zenith a editora também lançará outra edição da série Vampirella: Grandes Mestres. Este é o segundo volume da coleção.

Esta série, que teve início na prog 536 da 2000 AD (em agosto de 1987), com arte de Steve Yeowell e designs originais de Brendan McCarthy, já era uma amostra dos roteiros megalomaníacos de Morrison que iriam se estender para suas outras histórias no futuro. Nela, Zenith é o personagem principal, e o único descendente de uma geração de superseres desenvolvidos pelo governo britânico após/durante a 2ª Guerra Mundial.

Ao invés de utilizar seus poderes (voar, resistência, força) para o bem da sociedade, o protagonista usa o título de único super-herói em atividade para seguir carreira como pop star, até que se encontra envolvido em um confronto contra um ser de outra dimensão, que toma posse do corpo de um meta-humano nazista revivido por cientistas loucos para servir como receptáculo.

Capa da edição 536 da 2000 AD, onde Zenith fez sua estreia.
Capa da edição 536 da 2000 AD, onde Zenith fez sua estreia.

Muitos consideram esta obra como a “Crise nas Infinitas Terras” dos quadrinhos ingleses. A série já foi publicada no Brasil no início dos anos 2000 pela extinta Pandora Books. Agora, pela Mythos Editora, serão lançados dois volumes compilando as quatro fases originais. No exterior foram quatro volumes com cerca de 100 páginas cada, enquanto aqui o número foi reduzido para dois volumes, com cerca de 200 páginas cada e tradução de Érico Assis, responsável pela adaptação de outras obras de Morrison como Os Invisíveis, Patrulha do Destino e Superdeuses.

Zenith: Fase Um e Fase Dois. Capas dos encadernados britânicos.
Zenith: Fase Um e Fase Dois. Capas dos encadernados britânicos.

Os próximos lançamentos da editora serão Juiz Dredd: Heavy Metal, que conta com arte de Simon Bisley e outros grandes ilustradores, e Monstro, de Alan Moore e John Wagner. Ainda não há previsão de lançamento para as edições de luxo de Zenith, porém a obra deve chegar às livrarias ainda em 2017. Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades!

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Muu! | Saiba tudo sobre a Batvaca

Se você está meio perdido, saiba que não leu o título errado. A Batvaca existe, e ela é maravilhosa. Criada nas páginas de Corporação Batman pelas mãos de Grant Morrison e Chris Burnham, a simpática vaquinha rapidamente se tornou um dos membros mais queridos (e inusitados) da Bat-Família. Confira abaixo tudo sobre a vida da personagem até os dias de hoje! CONTÉM SPOILERS DE “BATMAN INCORPORATED” E “BATMAN & ROBIN”.

Corporação Batman foi a série final de Grant Morrison na vida do Homem-Morcego. O renomado escritor deu início à sua fase no personagem em 2006, na revista Batman #655, onde começou o arco que apresentaria o filho de Bruce Wayne com Tália al Ghul, Damian Wayne. Reaproveitando a ideia de uma história que até então não fazia parte do cânone do Batman (O Filho do Demônio), Morrison explorou Damian ao longo dos anos, com passagens memoráveis como a época em que o garoto assumiu o manto de Robin ao lado de Dick Grayson (atuando como Batman após a “morte” de Bruce na Crise Final), e toda sua passagem no título da Corporação.

Dick Grayson e Damian Wayne na revista Batman & Robin. Arte de Frank Quitely.

A ideia da Corporação Batman pode ser resumida em poucas linhas: Bruce Wayne, após voltar de sua viagem temporal forçada por Darkseid na Crise, assume que financia o Batman e deseja criar um grupo de Batmen ao redor do mundo, unindo justiceiros mascarados de todas as partes do globo (a maioria previamente apresentados no arco A Luva Negra). É então que, na edição número #1 do Volume 2 da Corporação Batman (já nos Novos 52), Damian resgata uma vaca dentro de um abatedouro, enquanto declara que agora é vegetariano e a vaquinha “diferenciada” será a Batvaca.

“A partir de agora, eu sou vegetariano. E esta é a Batvaca.” Arte de Chris Burnham.

A forma como a Batvaca foi introduzida serviu para estabelecer que, apesar de ser treinado pela Liga das Sombras de Ra’s Al Ghul e ser praticamente uma máquina de matar, Damian ainda é uma criança. Outros animaizinhos, como o cachorro Titus e o gatinho Alfred também passaram a habitar a Batcaverna até os dias de hoje. Mas voltando ao tema principal deste texto, a partir da sua primeira aparição a simpática vaquinha marcou presença durante todo o run do Morrison na Corporação.

Corporação Batman #3.
Corporação Batman #3.
Corporação Batman #6.
Corporação Batman #6.
Corporação Batman #7.
Corporação Batman #7.

Então, nas páginas de Corporação Batman #8, Damian Wayne morre. Em uma batalha cruel, o filho do Batman é espancado e empalado por uma espada, encontrando seu derradeiro fim. Bruce dá início aos seus planos em busca de vingança pelo que Tália fez ao seu filho, e a Batvaca protagoniza um momento emocional onde o herói, deprimido, demonstra um pouco de carinho pelo animalzinho que traz lembranças de seu filho.

Corporação Batman #9.
Corporação Batman #9.

Ao final do arco, Morrison encerra em julho de 2013 sua longa passagem pela vida do Cruzado Encapuzado mostrando um Batman de luto, mais revoltado e menos… Atencioso com os pets de seu falecido filho.

"Muu. Cale-se. Miau." Corporação Batman #13.
“Muu. Cale-se. Miau.” Corporação Batman #13.

A próxima aparição da vaquinha foi numa revista especial, em agosto do mesmo ano, protagonizando sua própria aventura. Parece loucura, mas em “Batman Incorporated Special #1” diversos artistas e roteiristas trabalharam com os vários heróis da Corporação, e coube a Dan Didio (Editor Executivo da DC) e Ethan Van Sciver a missão de contar uma história de seis páginas onde a Batvaca (trajada de uma bela capa negra e esvoaçante) salva um bebê que havia sido sequestrado. Ao entrar na frente do carro dos sequestradores, fazendo com que eles batessem o veículo e a polícia os alcançasse, a vaquinha salva o dia. De quebra, a heroína ainda forneceu leite para a mamadeira do bebê.

Capa variante de "Corporação Batman Especial #1"
Capa variante de “Corporação Batman Especial #1”.
A Batvaca fornece leite para o bebê recém resgatado.
A Batvaca fornece leite para o bebê recém resgatado ao final de “Corporação Batman Especial #1”.

Se desvencilhando dos títulos do Homem-Morcego, a Batvaca voltou a aparecer nas páginas dos quadrinhos da DC Comics em outubro de 2014, num encontro especial do Povo da Eternidade com a “Bat-aparição gratuita!“. A revista escrita por Keith Giffen e Dan Didio mostrou o encontro dos protagonistas com a Batvaca na edição número #4. A Bat-vaquinha lambe uma Caixa Materna e dá um presente para Serafina Baldaur. Tudo isso em apenas duas páginas!

Infinity Man and the Forever People #4. Bat-Aparição gratuita!

Dois meses antes, voltando à cronologia do Batman, o escritor Peter Tomasi deu início ao retorno de Damian com o arco “Robin Rises“. Tomasi foi o responsável pela excelente revista Batman & Robin ao longo dos Novos 52, onde trabalhou muito bem a relação de pai e filho entre Bruce e Damian. O arco da ressurreição do Robin teve início na revista especial “Robin Rises: Omega” e se desenvolveu entre as edições #33 e #37 da revista da dupla. Na edição #35 a Batvaca faz uma pequena aparição.

"Batman & Robin #35". Arte de Patrick Gleason.
Batman & Robin #35. Arte de Patrick Gleason.

Ao final do arco, na revista “Robin Rises: Alpha“, a vaquinha marcou presença novamente, e ainda confrontou Kalibak, filho de Darkseid:

Robin Rises: Alpha #1.
Robin Rises: Alpha #1.
Robin Rises: Alpha #1. A Batvaca consegue peitar o Kalibak!
Robin Rises: Alpha #1. A Batvaca consegue peitar o Kalibak!

Pouco tempo depois, já em 2015, a vaquinha voltou a aparecer na revista de Peter Tomasi:

Batman & Robin #40.
Batman & Robin #40.

Meses depois, ainda em 2015, Damian ganhou seu título próprio que durou pouco mais de um ano, chamado “Robin: Son of Batman (Robin: Filho do Batman), escrito e desenhado inicialmente por Patrick Gleason, o artista que trabalhou com Tomasi no título da dupla dinâmica. Esta revista introduziu alguns personagens que vieram a se tornar recorrentes na vida do Robin, durou 13 edições e a Batvaca fez aparições em algumas delas.

Robin: Son of Batman #1.
Robin: Son of Batman #1.
Robin: Son of Batman #9.
Robin: Son of Batman #9.
Robin: Son of Batman #10.
Robin: Son of Batman #10.

Voltando um pouco no tempo, em Abril deste ano a Batvaca também fez uma aparição rápida na revista Batman/Superman #31, escrita por Peter Tomasi e desenhada por Doug Mahnke, onde ela recebe um carinho do Superman em carne e osso.

Batman/Superman #31.
Batman/Superman #31.

Então veio o Rebirth. O grande evento da DC Comics que reiniciou a numeração de suas revistas, trouxe de volta revistas antigas e elementos clássicos da editora e renovou suas equipes criativas vem se provando um grande sucesso de público e crítica. Um dos grandes acertos da editora com este evento foi trazer de volta o Superman pós-Crise, casado com Lois Lane e criando seu filho, Jon Kent, o novo Superboy.

A revista do azulão ficou a cargo das mãos abençoadas de Peter Tomasi, onde ele vem desenvolvendo a relação familiar dos personagens ao longo de suas onze edições publicadas até o momento. Além disso, Superman também vem sendo utilizada para dar início ao título Super Sons, revista que também será escrita por Tomasi e será protagonizada por Damian e Jon, ambos personagens carimbados no currículo do roteirista. Para a surpresa de muitos, na revista Superman #10, Tomasi promoveu o primeiro encontro dos garotos, e de quebra trouxe a Batvaca de volta, em sua aparição mais recente.

Em Superman #10, Damian faz as pazes com Jon Kent e apresenta todos seus mascotes ao Superboy.
Em Superman #10, Damian faz as pazes com Jon Kent e apresenta todos seus mascotes ao Superboy.

A aparição da Batvaca na revista do Superman foi a mais recente até agora. A revista foi lançada há pouco menos de um mês, e os leitores tiveram a chance de vislumbrar mais uma vez os belos olhos brilhantes da vaquinha mais querida da DC Comics.

O conceito da Batvaca foi utilizado por Morrison (seu criador) para, além de humanizar Damian, dar um tom mais leve e aventuresco ao redor do Batman, similar a aventuras do personagem na Era de Prata, época em que Morrison se baseia para criar boa parte de suas histórias. Durante sua passagem na Corporação, Morrison satiriza o ridículo da situação (de um animal qualquer estar vestido de morcego), e ao mesmo tempo torna a ideia aceitável e cria um laço afetivo com os leitores. A própria DC brincou com a personagem, quando sites estrangeiros especularam, na brincadeira, que a grande revelação sobre quem estava vestindo a roupa do Alado (membro da Corporação), seria inusitadamente a Batvaca.

Alado é, na verdade, a Batvaca. Teria sido uma revelação bem mais surpreendente do que a real.
Alado é, na verdade, a Batvaca. Teria sido uma revelação bem mais surpreendente do que a real…

Com Tomasi a cargo de duas revistas da DC, as chances da vaquinha voltar a aparecer são bem grandes. O que será que o futuro reserva para o mamífero ruminante? Será que um dia veremos sua trágica morte nas páginas de um gibi? Só o tempo dirá. E até lá, esperamos que Damian mantenha o melhor feno disponível no comedouro da mimosa.

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Happy! | SyFy ordena Piloto para adaptação de Grant Morrison

Após um curto tempo de desenvolvimento, parece que a emissora ordenou o Piloto oficial para Happy!. No mês passado, a Universal Cable Productions anunciou que estava trabalhando em uma adaptação da graphic novel que a SyFy desde então tem sinal verde.

De acordo com o The Wrap, o episódio de estreia será escrito e produzido pelo criador e sócio, Brian Taylor. Ele também estará responsável pela direção. Neal Moritz, Pavun Shetty e Toby Jaffe serão os produtores executivos.

O ex-policial Nick Sax experimentou sua cota de tragédias. Consumido por uma rotina de investigação a crimes violentos, um casamento deteriorado e afogado pela sujeira de um sistema corrupto e dominado pela máfia, ele viu tudo o que mais prezava ruir, deixando-o sozinho num mundo cinza escuro dominado por sangue, drogas e perversões. Desacreditado, tornou-se um assassino de aluguel lidando com um doença de pele e nenhuma vontade de viver. Até que um cavalinho azul falante apareceu para mudar a sua vida!

Não há detalhes sobre elenco, início de gravações ou lançamento na grade da SyFy.

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O Homem-Animal de Grant Morrison

A reinvenção do herói secundário Homem-Animal pelas mãos do escocês Grant Morrison é uma das fases mais memoráveis de uma revista mensal da DC Comics pré-Vertigo. Em 26 edições o roteirista transformou completamente a vida de Buddy Baker, e esta série está chegando ao Brasil graças a Panini. Mas afinal, do que se trata o Homem-Animal?

O personagem foi criado por Dave Wood e Carmine Infantino em 1965. Dublê de cinema, Buddy Baker ganhou seus poderes (a capacidade de absorver características de animais) graças a um acidente com um alienígena, e com isso adotou a identidade de Homem-Animal (A-Man, ou Animal Man, no original). Utilizado desde então como personagem secundário (inclusive sendo membro da equipe Heróis Esquecidos, um nome bem explicativo), sua reinvenção foi feita pelas mãos do controverso Morrison, sendo este seu primeiro trabalho para a DC Comics.

Morrison foi o responsável por dar profundidade ao personagem. Com uma equipe de artistas composta por Chaz Truog, Doug Hazlewood, Tom Grummett e Tatjana Wood, o principal motivo do sucesso desta fase são os temas abordados e como o herói é tratado pela sociedade.

Buddy é um fracasso. Seus poderes são incríveis, já que ele pode ter a força de um rinoceronte, a velocidade de uma formiga, voar como uma águia e até mesmo se regenerar rapidamente, tudo dependendo de algum animal estar por perto. Mas apesar de tudo isso ele ainda é um fracassado, sem emprego, sustentado pela esposa, tendo dois filhos (um menino e uma menina), e tornando tudo pior, sendo motivo de chacota por parte das outras pessoas.

A ideia de Grant Morrison é fabulosa. Algo semelhante ao Miracleman, do Escritor Original, o Homem-Animal deve tentar ser alguém de importância para o planeta, ser um herói de verdade e ter uma vida melhor. E nisso o roteirista traz a tona o melhor aspecto deste gibi: os temas ecológicos.

Temas como a extinção de animais, poluição, terrorismo ecológico, uso de cobaias animais em laboratórios são abordados de diversas formas nesta fase do personagem. Tratar de tais assuntos requer um roteiro de qualidade para não soar piegas, mas a partir do momento que o protagonista é um Homem-ANIMAL, parece que tudo se encaixa perfeitamente.

Com temas tão sérios o grande destaque, com certeza, acaba sendo a evolução do personagem. Buddy abraça a causa de defesa do ecossistema de uma forma maravilhosa, com histórias na maioria das vezes auto-contidas, e sua vida passa por reviravoltas inimagináveis. Durante as 26 edições feitas por ele, Morrison traz a tona todos os temas citados acima e ainda desconstrói toda a vida do personagem, além de revisitar sua origem e encaixar momentos que transcendem o gibi, criando (sem spoilers) uma das cenas mais icônicas dos quadrinhos. Tudo isso dentro da cronologia da DC Comics pós-Crise nas Infinitas Terras, incluindo aparições de outros heróis e vilões ou elementos de outras sagas (como Invasão) tendo influências diretas no título.

Mas rasgar elogios com relação ao roteiro é muito fácil, já que eu considero esta a melhor obra de Morrison. Esta fase, como se não bastasse tudo citado anteriormente, também conta com ótimos artistas capazes de criar cenas memoráveis e ilustrar perfeitamente as características dos animais, as feições humanas, cenas dramáticas, cenas de ação, etc. E você ainda não achou tudo isso bom o bastante? Pois saiba que a série tem todas suas capas ilustradas pelo maravilhoso Brian Bolland (Juiz Dredd, A Piada Mortal). Tais capas são tão icônicas quanto a própria série, pois mesmo que você não a tenha lido, provavelmente já viu algumas das belíssimas imagens.

“É uma selva lá fora.”

A edição lançada pela Panini pode ser encontrada atualmente nas bancas e compila as primeiras nove edições da revista original em um encadernado de capa cartão contendo 252 páginas ao convidativo preço de R$ 26,90. Se seguir este formato a editora deve finalizar a fase de Grant Morrison em três encadernados, sendo que já confirmaram que darão continuidade ao título publicando a sequência direta escrita por Peter Milligan.

Homem-Animal é uma obra essencial para qualquer fã de quadrinhos. São raras as oportunidades de vermos personagens secundários e esquecidos sendo tratados com maestria, com temas tão relevantes e sérios ditando suas vidas. E ser publicada no Brasil num ótimo formato torna essa necessidade ainda maior, pois histórias como essas merecem ser conhecidas por todos os leitores.