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Jogos gratuitos do mês de agosto para assinantes PS PLUS

PlayStation revelou hoje os jogos que serão disponibilizados aos assinantes da PS Plus em agosto.

Hunter’s Arena: Legends se passa em uma era antiga, onde a humanidade além de lutar entre si, enfrenta uma legião de demônios que invadiram o mundo. Você desafiará masmorras de alto risco para conquistar recompensas e encontrar inimigos demoníacos. Ficando mais poderoso, você terá uma vantagem no campo de batalha quando enfrentar os outros Hunters.

Conforme anunciado durante o episódio de State of Play este mês, Hunter’s Arena chega para os assinantes da PlayStation Plus para PS4 e PS5.

O jogo de tiro divertido e maluco da EA está de volta. Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville. Prepare seus atiradores de ervilha para este título da franquia Plants vs. Zombies, conforme a tensão aumenta e vai além de Neighborville para regiões novas e livres, fora do domínio da cidade mais contestada dos games. Escolha uma das 20 classes customizáveis dos personagens e aperfeiçoe seu estilo de jogo para receber novas recompensas em cada vitória no campo de batalha, junte-se aos seus amigos em partidas co-op online ou locais e enfrente vários desafios contra hordas inimigas em PvE, contra outras pessoas online ou no caos da nova Battle Arena.

Tennis World Tour 2 permite que você jogue com os melhores do mundo ou crie seu próprio jogador e tente dominar o ranking mundial. Jogue para se divertir ou para competir no modo Ranked para melhorar suas habilidades. No modo Career, gerencie a sua temporada, seus funcionários e seus patrocinadores. Ou você pode enfrentar seus amigos no modo local ou online em jogos 1X1 ou de duplas. Não importa o que você escolher, terá uma experiência dinâmica, realista e precisa que coloca você no centro de partidas lendárias.

Todos os três games estarão disponíveis para assinantes PlayStation Plus até segunda-feira, dia 6 de setembro.

Para mais detalhes acesse o blog oficial PlayStation

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Serial-Nerd

Mestres do Universo: Salvando Eternia (2021) traz conforto para expandir a mitologia de He-Man

Uma sequência de qualquer desenho clássico traz duas linhas de pensamento na mente do telespectador: Ou respeitará o que veio antes ou não se importará com a mitologia, mexendo de forma desordenada e aleatória para determinado fim. Time que está ganhando, não se mexe. Sabe essa expressão? Mas nem sempre esse termo se encaixa aqui e o motivo claro disso é que deve-se mexer sempre que for necessário. Trazer uma nova atmosfera e testar táticas até então não vistas anteriormente. Foi assim que a Netflix entrou em campo com a primeira parte de Mestres do Universo: Salvando Eternia. E será que a partida foi boa, povo de Eternia?

A composição ágil dos cinco episódios dessa primeira parte é uma boa pedida para quem gosta de tramas sem enrolação. O fluxo de informação vai acontecendo na velocidade de um bater de asas de um beija-flor, porém não é um demérito. A execução foi feita da melhor forma possível e a conclusão dessa parte justifica totalmente essa tentativa de correr com o plot principal. Foi uma sacada do streaming vermelho para prender a nossa atenção e pedir por mais. E conseguiu! 

Desculpem saudosistas, mas He-Man não é o protagonista aqui. Lembra do que eu disse no início do texto sobre mudar o time quando necessário? Netflix mudou e deu muito certo. Ao trazer o protagonismo para a carismática Teela, criou-se uma atmosfera confortável e gostosa de assistir. Sua jornada é coerente na história e suas motivações para mudar seu status quo são pertinentes. A personagem não está ali apenas por estar. Ela tem seu propósito e executa maravilhosamente. Era o momento que estávamos esperando.

Outros personagens merecem menção como Andra, Roboto, Duncan, Maligna e os nossos queridos Pacato e Gorpo. Ninguém é deixado de lado e cada um possui o seu momento ao sol, trazendo apelo emocional para conectarmos ainda mais com eles. A sensação de perigo é crescente, então não existe medo de eliminar personagens em prol da missão. O vilão Esqueleto também ganha destaque e mostra que ainda está em pleno auge de sua vilania.

Essa primeira parte trouxe uma parcela de nostalgia para quem não consome nenhum material de He-Man e os Mestres do Universo desde sua passagem meteórica em 1983 até 1985 com 130 episódios no total (duas temporadas). Se o seu coração não ficou quentinho na abertura do primeiro episódio, você está morto(a) por dentro. Sinto-lhes informar, habitantes da SubEternia!

Mestres do Universo: Salvando Eternia respeita o antigo e abraça o moderno numa combinação ótima. O episódio 5 deixou um gancho irresistível e se a segunda parte mantiver esse nível, é melhor a Netflix renovar por mais temporadas. Caso contrário, vão sentir a ira de Grayskull.

Nota: Ouro.

Os episódios restantes de Mestres do Universo ainda não possuem data oficial de retorno, mas deixo uma esperança sobre o futuro da saga: Kevin Smith (showrunner e produtor) disse que planeja mais temporadas para a série. Vamos aguardar!

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Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #03

Para a minha própria surpresa, consegui chegar intacto na terceira semana de resenhas. “The Detective is Already Dead” continua com força total, e temos mais um episódio para comentar. Caso tenha perdido as resenhas anteriores, você pode ler aqui: Episódio 1 | Episódio 2.

Depois de introduzir a história e apresentar as regras do jogo, finalmente, com o terceiro episódio, começamos a ter um conto, de fato, de detetive. E a fundação toda está bem estruturada, precisamos apenas ver a execução (que virá nos próximos episódios) para descobrir se Tanmoshi será uma boa história de detetive, ou uma história de detetive medíocre. Vamos falar do que essa semana nos mostrou!

Captura de tela do episódio 3 de "The Detective is Already Dead"
Como o nome do episódio nos diz, a animação continua de qualidade. (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Episódio 3: “É de Qualidade Yui-nya!”

Mais uma vez, eu preciso gastar metade da postagem pra falar sobre a primeira cena do episódio. Foi uma cena incrivelmente bem dirigida, que contou uma história apenas com o visual, através de posicionamentos muito bem pensados. Claro que não é nada de extraordinário ou fora do comum, mas é sempre satisfatório ver quando a direção favorece tanto a narrativa. Quando a Nagisa escuta o Kimihiko dizendo que “Não é um detetive“, a reação dela é de imediatamente intervir. No final do episódio anterior, vimos o garoto dar a ela uma escolha (a escolha que ele não teve): Ela podia escolher viver uma vida comum, sem nenhum envolvimento naquele caos… Mas ela escolheu dar um passo a frente, e se apresentar como detetive para a nova personagem, a Yui (já falo dela).

E é essa cena que foi visualmente perfeita como uma metáfora dessa escolha. Nagisa estava na sombra, escondida pelo ponto de ônibus. Ao caminhar para o sol, com uma sincronia perfeita entre a sua fala, a música, e a transição entre luz e sombra, vimos sua decisão ser tomada. Um ponto interessante é que normalmente, se pensaria que a metáfora seria oposta: Ao entrar no “submundo” dos detetives, ela deveria estar caminhando para a sombra. Mas o que foi colocado em jogo não é a ambientação, mas sim, a caracterização das personagens. Pare pra pensar no design da Nagisa, em contraste com a da Siesta: As duas tem paletas de cores opostas. A Nagisa tem uma temática mais escura, com seus longos cabelos negros; enquanto a Siesta tem uma temática mais clara, com um curto cabelo branco, quase prateado. Ao sair para o sol, todo o tom da personagem se torna mais claro, como se ela estivesse admitindo a paleta de cores da Siesta nela mesma. Afinal, ela está tomando o lugar dela como a “lendária detetive”. Honestamente, uma cena que eu revi umas três vezes, de tão interessante que foi.

Captura de tela do episódio 3 de "The Detective is Already Dead"
Quando você deveria ser a protagonista, mas a protagonista antiga continua roubando a cena… (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Novamente trazendo um tópico que eu falei semana passada, tivemos a introdução de uma nova personagem, e, novamente, foi uma introdução… conturbada. Estou tendo a impressão de que “The Detective is Already Dead” não é muito bom em introduzir personagens. Nessa semana, conhecemos a cantora mais famosa do momento, Yui Saikawa. Vou começar com um elogio, pra depois reclamar: Pelo menos o show foi extremamente realista ao fazer os dois adolescentes que estão atolados de problemas não fazerem ideia de quem é a celebridade da semana. Pelo menos eu consegui me relacionar bastante com o caso…

Então vamos aos problemas da introdução da idol. Parece que eu bato na mesma tecla, falando da mesma coisa outra vez, mas é um problema que se repetiu hoje: A introdução pareceu deslocada. Dessa vez, ao menos, isso aconteceu por um motivo diferente. Semana passada, a Nagisa que apareceu pela primeira vez se mostrou completamente diferente da Nagisa de verdade, fazendo com que tivéssemos duas garotas diferentes; Essa semana, a impressão inicial da garota foi até que bem feita. A Yui se manteve daquele jeito ao longo de todo o episódio.

O que me causou certo incômodo é a forçação de barra do humor escrachado, que não se encaixa dentro do clima do animê, e que é totalmente dispensável. Entendo que a ideia foi mostrar que a Yui é, de fato, uma personagem menos séria, e que podemos esperar certo humor vindo dela, mas isso pode ser feito de formas tão mais naturais. A própria introdução faz isso! O humor, bem mais natural, da garota achar um absurdo os outros dois não a conhecerem (afinal, ela é a idol mais famosa do momento! Como eles não a conhecem?!), já servia a esse propósito, e emendaria muito bem com as piadas que aconteceriam no decorrer do episódio. O humor da garota vem do fato dela viver em um “mundo próprio“, onde ela não tem muita noção de o que é “normal” para os outros.

Captura de tela do episódio 3 de "The Detective is Already Dead"
A cena na sala de reuniões da Yui foi um ótimo exemplo de humor que faz sentido no contexto, e não é jogado fora instantaneamente. (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Toda a história de forçar o assunto a chegar em “Kimihiko é um tarado” é dispensável, e, na minha opinião, nem é engraçado no contexto. Já falei disso na semana passada, então não vou me prolongar aqui, mas essa semana tivemos uma situação que acabou mostrando ainda mais o quão inútil é essa cena: Ainda na introdução da Yui, passamos quase dois minutos nessa piada, e o clima é simplesmente interrompido imediatamente com uma batida de pé da Nagisa, como se fazendo todo mundo voltar pra Terra e lembrar que eles tem um animê de detetive para fazer. E o mais incrível é que todo mundo volta imediatamente ao normal, como se nada tivesse acontecido, e continuam a cena na maior cara de pau. É uma coisa inacreditável…

Continuando, tivemos duas cenas, uma seguida da outra, e que se complementaram bastante: Os dois protagonistas, Kimihiko e Nagisa, tendo seus pensamentos expostos. O uso do contraste entre claro e escuro foi bastante comum nesse episódio, com o Kimihiko pensando na situação durante o dia, em pleno céu aberto (céu, aliás, que sempre aparece quando ele pensa na Siesta); enquanto a Nagisa nos contou suas ambições e traumas durante a noite, em um quarto escuro e fechado. Ambas as introspecções serviram para mostrar melhor o que se passa na cabeça dos protagonistas, e tiveram visuais que representaram bem o estado de espírito de ambos. Mais uma vez, um acerto da direção.

Considerações Finais (Bem, “parciais”, mas vocês entenderam)

Hoje, tivemos a oportunidade de analisar melhor o jeito como os protagonistas interagem e se relacionam. E o que eu senti é que temos a mesma coisa, mas não exatamente igual com o que vimos no primeiro episódio, entre a Siesta e o Kimihiko. As interações são diferentes, mas a essência é basicamente a mesma. Acredito que o que se tenta passar com isso é o ponto principal de “The Detective is Already Dead“: A Nagisa não é a Siesta, ela é ela própria. Ela é uma sucessora da lendária detetive, e não uma substituta. Ao assumir o título que era da Siesta, a “paleta escura” da Nagisa se torna um tom de cinza, e não a mesma “paleta clara” que era a da antiga dona do coração dela.

Por fim, a questão que eu estava esperando: Finalmente começamos a tratar o animê de detetives como um mistério de detetives. Como comentei na introdução, as estruturas do mistério foram colocadas, e, por enquanto, parece que tá tudo em ordem. Até encerramos o episódio com o detetive (bem, nesse caso, o assistente) chegando em uma conclusão que parece absurda, e que funciona como um cliffhanger para a semana que vem. A graça de mistérios é justamente você passar a semana inteira pensando “Mas gente, como assim? Como é que ele chegou nisso só com essas migalhas de informação? Será que eu perdi algo? Não estou ligando algum ponto que é óbvio?“. O divertimento vem na hora da revelação, ao descobrir a real resolução daquilo, e acompanhar a linha de raciocínio do protagonista.

E é aí que eu fico preocupado. Pelo menos pra mim, o negócio só é legal se eu tiver exatamente as mesmas informações que o detetive. Eu quero tentar ser tão sagaz quanto ele, eu quero tentar resolver o mistério com as “migalhas” que me foram dadas. Se a resolução acontece, e tudo que era necessário para se resolver estava ali, na minha frente, eu fico impressionado. Agora… Se a escrita do show tira alguma informação da cartola, algo que não tinha sido mostrado antes e que só o detetive sabia… Eu fico simplesmente frustrado. Qual a graça de resolver o mistério assim? Esse é o elemento que vai resolver ou destruir o animê.

Captura de tela do episódio 3 de "The Detective is Already Dead"
Esquecer de te contar informações cruciais só funciona e só é engraçado quando NÃO É O AUTOR que faz isso… (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

O animê está disponível na Funimation, com novos episódios aos domingos, e legendas em português. Além de “The Detective is Already Dead”, a Funimation também anunciou diversos outros títulos para a temporada de verão de 2021, incluindo algumas dublagens para o português.

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Música Torre Entrevista

Torre Entrevista: Jimmy London

Jimmy London fez a fama cantando sobre bebedeiras, brigas e roubos de caminhões em durante quase mais de vinte anos em frente ao Matanza. O seu jeito único de cantar e sua presença de palco criou uma legião de fãs a cantar as histórias do bebum acabado. Com shows históricos e performances destruidoras a banda foi uma das mais importantes nas últimas décadas. Por isso que muitos lamentaram o fim da banda.

Mas nunca é o fim para Jimmy London.

Foto: Felipe Diniz

O vocalista se uniu a banda carioca Rats, que ele já tinha produzido o primeiro disco, e formou a interessante Jimmy & Rats, onde mistura Irish, Folk, um tanto de Country com o bom e velho punk rock. A banda recentemente lançou o excelente álbum Só Há Um Caminho a Seguir.

Em meio a tudo isso ele ainda se uniu com dream team do metal brasileiro como Felipe Andreoli (Angra) no baixo, Antonio Araújo (Korzus) na guitarra e Amilcar Christófaro (Torture Squad) na bateria e assim foi formado o Matanza Ritual, onde pretende reencontrar com o público da antiga banda e no horizonte tem um disco de inéditas.

E ainda Jimmy ainda é ator e apresentador! Participou de produções como a minissérie Dois Irmãos e na novela Deus Salve o Rei, ambas na TV Globo, participou do filme A Viagem de Pedro (2018) e da série Cidade Invisível da Netflix. A próxima produção será O Anjo de Hamburgo do diretor Jayme Monjardim na Globoplay. Na TV ele ainda apresentou o Pimp My Rider Brasil, na antiga MTV e atualmente está de frente ao Rock Estúdio no Canal Bis.

Aqui batemos um papo sobre tudo isso e mais um pouco. Segura aí!

1 – Uma vez você postou no seu Instagram que estava lendo Watchmen. Você curte quadrinhos e está lendo o que atualmente?

Eu me amarro muito em quadrinhos. Quando era moleque, deixava de comer no recreio pra poder comprar duas revistinhas na hora de voltar pra casa. Quando as revistas mudaram de formato, o preço ficou salgado e eu me afastei, mas continuo achando esse tipo de literatura um tesão. Algum dia eu volto a ler com frequência, com certeza. Hoje em dia a vida tá corrida pacas e os livros tem preferencia, mas também entendo que as duas artes dialogam demais. Quem já leu um livro do jack London, com certeza sabe do que tô falando…

2 – Recentemente o Jimmy & Rats lançou o seu primeiro álbum de estúdio. A banda já tinha feito alguns shows, gravados algumas músicas, mas esse é o primeiro trabalho… digamos… completo. Esse tempo todo que passou até culminar no disco, rolou um bom caminho. Esse caminho foi necessário para muitos aspectos? Como por exemplo “afinar” mais a banda em um só ideal?

Bom, eu já tenho uma historia longa com o Rats. Ajudei o Fernando com algumas composições, produzi o primeiro disco deles, então sempre me senti muito confortável com a banda. Mas realmente, na hora em que começamos a trabalhar juntos foi necessário um ajuste de expectativas e no modo de fazer as coisas.

Eu tenho um jeito muito “guerrilha” de fazer as coisas, que se adaptava muito bem a realidade do Matanza, mas no J&R os ritmos são outros e os seres humanos são ímpares. Foi preciso ter um freio de arrumação pra gente conseguir andar em passos sincronizados, mas foi ótimo pra mim também. Sempre bom lembrar que o mundo não funciona de um jeito só e que sempre há uma opção, em qualquer cenário que seja.

Jimmy & Rats

3- É muito visível quanto o Jimmy & Rats de completa e te satisfaz. Vi umas entrevistas suas que você está bem satisfeito e orgulhoso do trampo. Ele foi uma evolução musical para a sua carreira?

Sem duvida alguma. São novas vozes, novos instrumentos e um fim a uma “cela auto-imposta” do Matanza. A verdade é que deixávamos nos fazer reféns do estilo Matanza e a inovação tava ficando de lado. Além disso, meu som mesmo começa com Country, Irish, Folk, Bluegrass, e é exatamente isso que fazemos no J&R.

4 – O Jimmy & Rats tem uma influência de Flogging Molly muito forte. E se olharmos para a música nacional, não temos muitos trabalhos assim, apesar de termos um bom público para esse estilo. Pode-se dizer que esse caminho do Jimmy & Rats é algo novo por aqui?

Não. Aqui no Brasil nós temos o Terra Celta, Confraria e mais uma porrada de banda fazendo essa mistura de Irish e Celta aqui, nos curtimos muito isso mesmo. Talvez nos sejamos a banda que mais mistura isso com o punk rock, mas também não estamos inventando nada. Mas estamos definitivamente colocando nosso tempero nessa mistura, e fico feliz que isso seja percebido como algo único.

Capa do novo álbum

5 – Fiquei sabendo que o Matanza Ritual está com novas músicas engatilhadas e que um álbum de inéditas será possível no futuro. O quanto é importante para a nova banda ter um disco com músicas inéditas nesse “universo” do Matanza? É uma nova identidade ou uma repaginada do que já foi feito?

Na verdade, ainda não sabemos exatamente qual será o futuro do Ritual. O disco tá nascendo porque ele nos obrigou a ser escrito (risos).. As músicas são uma mistura completamente insana das influencias dos quatro integrantes, então acho seguro dizer que vai surpreender a maioria das pessoas.

Obvio que tem sangue de Matanza, mas também vem cheio de korzus, Angra, Torture e mais uma porrrraaaada de coisa. Melhor esperarem pra tirar suas próprias conclusões.

6 – E como foi essa montagem do Matanza Ritual? Foi algo que aconteceu naturalmente ou você chegou a escolher do tipo: “Quero esse aqui no baixo. Esse aqui eu quero na guitarra…”?

Os parâmetros eram simples: tem que tocar pra caralho e ser um puta profissional e gente finíssima. Era uma escolha pra fazer com que fosse, antes de mais nada, um enorme prazer pra se excursionar. Então não houve dúvidas, pq os três caras a bordo são dentre os melhores músicos do Brasil e do mundo, e de uma elegância ímpar.

7 – Eu acredito que a pessoa passe por uma evolução seja na vida pessoal e/ou na vida profissional. O Jimmy de hoje não é o mesmo dos tempos do Matanza. E não será o mesmo de dez anos para frente. Como essa evolução tem ajudado tanto no Rats e para voltar com algo como o Matanza Ritual?

Bom, que bom que eu evolui, né? comecei o Matanza com 20 anos, agora tô prestes a fazer 45 (essa entrevista foi realizada no dia 15/07, um dia antes do aniversário do Jimmy). Se nada tivesse mudado eu teria sérios problemas… eu acho que, hoje em dia, tenho mais clareza sobre o que quero alcançar e mais capacidade de trabalho. Acho que meu discurso também ta mais limpo, com menos interferência externa e isso me ajuda muito na comunicação com o público.

E como também tô fazendo várias coisas ao mesmo tempo, isso ajuda muito a não patinar, quando algo para de andar eu simplesmente mudo o que tô fazendo e volto depois. Costuma dar certo.

O Matanza Ritual, da esquerda para a direita: Felipe Andreoli, Amilcar Christófaro, Jimmy e Antonio Araújo. A banda fará shows em 2022!

8 – Você uma vez falou que sente falta do público do Matanza, (como público do Matanza, também digo que sentimos falta), e como você acha que vai encontrar esse público? Você acha que ele chegou a se renovar?

Não sei se chegou a se renovar ainda, nao tem nem três anos do fim da banda, mas acho que essa galera vai ficar feliz quando sentir a energia que tá guardada dentro de mim pra fazer esses shows do Ritual. Como também tivemos essa sinistra pandemia, eu tô acumulando quase dois anos em casa sem tocar. Imagina quando eu puder colocar pra fora? sai de baixo, mermão…

9 – E a carreira de ator, bicho? Quem viu o Jimmy lá no início do Matanza, nunca imaginaria ver você como ator em novelas. Como está sendo esse rolê? O próximo trabalho será O Anjo de Hamburgo do Jayme Monjardim, que tem uma forte história e uma certa ligação sua por causa de uma parente próxima.

Atuar é tão divertido quando fazer shows, e isso é uma afirmação bem radical. Tô apaixonado por essa nova atividade onde os mais mínimos detalhes ficam enormes a tela e meus instintos precisam ser utilizados ao máximo. Vou ate me conter, ou acabaria falando demais sobre isso. Só digo que tá foda, uma diversão gigantesca e uma honra poder estar fazendo projetos tão importantes.

Sobre a segunda guerra, acho que é um dos capítulos mais terríveis da nossa humanidade. Eu sou judeu e minha família passou em primeira mão vários desses horrores. É essencial falar sempre sobre isso pra que não caia no esquecimento e pra que as pessoas não comecem a usar estapafurdiamente o holocausto como certos políticos tem usado. A humanidade tem capítulos drásticos: os massacres, escravidões, guerras, extermínios…

Não sei como ainda existimos, sendo um ser tao defeituoso e capaz de tanta maldade.

Jessica Córes e Jimmy em cena na série Cidade Invisível.

10 – E qual seria o sonho de atuação? Uma produção que se pudesse gravar seria a cereja no topo do bolo?

Quero muito fazer cinema, algo grandioso. Meu sonho é um puta papel num filmão estilo Senhor dos Anéis. Em breve num cinema perto de você!

11 – O lançamento do disco do Jimmy & Rats agora e as preparações do Matanza Ritual, que terá shows (se tudo der certo com a vacinação) ano que vem, enquanto isso quais os planos do Jimmy para o restante de 2021?

Tudo andando ao mesmo tempo agora! Lives pro J&R, disco pro Ritual, atuando cada vez mais, Rock Estúdio no Canal Bis voltando em breve, e mais uma porrada de surpresa vindo ai!

Seguuura, e puuutaquipariu!!!

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Games

EVO 2021 já tem local, data e premiação para a grande final!

EVO – Evolution Championship Series, terá sua final presencial nos Estados Unidos, graças ao avanço da vacinação, será realizada presencialmente na cidade de Las Vegas.

A data da decisão está marcada, será nos dias 27 e 28 de novembro e contará com 40 jogadores.

Parte destes jogadores são os campeões de cada uma das regiões nos torneios online que começarão no mês de agosto. Cada modalidade na EVO terá como premiação a ser dividida o valor de US$ 25 mil (R$ 127 mil na cotação atual), o total somado entre todas as premiações das modalidades gira em torno de US$ 125 mil (cerca de R$ 636 mil).

O formato do evento principal segue a mesma linha dos campeonatos onlines. A final contará com cinco modalidades, que serão os jogos: Mortal Kombat 11, Street Fighter V, Tekken 7, Skullgirls 2nd Encore e Guilty Gear Strive.

Lembrando que os torneios regionais terão participação de competidores da América do Norte, América Latina, Ásia e Europa. A etapa online da EVO será realizada em duas jornadas durante o mês de agosto. Logo, a primeira acontecerá entre os dias 6 e 8, e a segunda entre 13 e 15.

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Quadrinhos

Representatividade LBTQIA+ nos Quadrinhos e a POC CON em Casa 2021

Aproveitando que o mês do Orgulho LGBTQIA+ aconteceu em junho deste ano, precisamos lembrar de duas coisinhas: Não precisamos fazer parte da comunidade para lutar contra a homofobia e precisamos sempre que possível abordar o tema representatividade como um todo.

Vamos dar uma breve recapitulada no significado da data antes de iniciarmos?

É comemorado em 28 de Junho internacionalmente, inclusive aqui no Brasil, o Mês do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays,Bisexuais,Transexuais, Queer, Intersexo, Asexuais e o + engloba outros grupos e variações como por exemplo os Pansexuais) .

Essa data tem um significado histórico, relembrando a Rebelião de Stonewall Inn. Essa rebelião foi um ato de revolta a favor da comunidade, seguido por uma onda de protestos contra a LGBTfobia e contra uma série de invasões feitas pela polícia a bares frequentados por homossexuais em Nova York 1966, com prisão e uso de violência. 

 

 

Bom, já não é de hoje que é sabido que no quesito quadrinhos existem uma infinidade de temas a serem abordados e a cada dia vemos mais chegarem como os de terror,  suspense, drama familiar (Um bom Lemire, né mores?),  faroeste, ação, comédia e sim, representatividade.

Em uma época delicada, onde ao introduzir núcleos de minoria nos quadrinhos somos bombardeados por aqueles que acham que isso não passa de “lacração“. Parece que é mais fácil aceitar um alienígena de collant com poderes cósmicos e fenomenais do que aceitar um personagem homoafetivo que se  aproxime de histórias e pessoas reais. Como o exemplo abaixo:

Vingadores, a cruzada das crianças” (Salvat)

Lembrando evento vergonhoso, ocorrido no ano 2019 na Bienal do RJ quando o então prefeito Birovela mandou recolher obras com temática LGBT voltadas para o público jovem.

 

 

E foi pensando nisso que eu quis falar aqui sobre um evento super inclusivo que tem dado espaço para aos artistas, quadrinistas e ilustradores LGBT do Brasil, A POC CON -Feira LGBTQ+ de Quadrinhos e Artes Gráficas.

O nome Poc vem de uma gíria  ‘poc poc’ que era usada para ridicularizar Gays tidos como “Afeminados”  fazendo alusão ao barulho que o salto faz, mas hoje a gíria é usada pela própria Comunidade LGBT, não mais como um termo depreciativo, mas sim como representação de identidade.

A primeira POC CON  teve sua estréia em 22 de Junho de 2019 no Osaka Naniwa-Kai (Associação sem fins lucrativos que destina-se a desenvolver atividades beneficentes e culturais). Levando cerca de 73 artistas, conseguiram atrair aproximadamente 3.000 pessoas para contemplar esse espetáculo de cores e muita arte. 

Mário César (Bendita Cura) e Rafael Bastos Reis (Pornolhices) foram os idealizadores desse evento. Ambos sentiram a necessidade de ter um espaço para dar voz a um público mais específico, pois mesmo que já existissem muitos eventos voltados para Cultura Pop, como a famosa CCXP, não havia espaço para se falar sobre os autores e quadrinhos LGBTQIA+.

 

Infelizmente, com a pandemia, esse foi mais um evento que teve que ser adiado presencialmente, mas não deixando essas cores se apagarem, Mário e Rafael trouxeram em 2021 a Poc Con em casa. O evento online foi um sucesso! Foram apresentadas Lives, Oficinas, debates, Gibiteca Digital e até performance de cosplay, mostrando que o Poc veio para ficar.

Eventos como esse são de suma importância não apenas para comunidade LGBTQIA+, mas para que todas as pessoas independente de gênero possam frequentar ambientes onde celebrar a diversidade é o prato principal do dia, aprender sobre o que o outro tem a ensinar, respeitar  e dar continuidade a luta pelos direitos dos que ainda são minoria e sofrem diariamente nas mãos dos que não entendem quem lhes é diferente, reforçando o apoio ao cenário da nona arte brasileira que tem crescido absurdamente nos últimos anos e mostrando o que temos de melhor nos quadrinhos nacionais pelas mão de artistas LGBT.

Um Presente da POC CON em Casa de 2021 foi a Gibiteca Digital, que foi patrocinada pela  CHIAROSCURO STUDIOS e disponibilizaram quadrinhos de autores LGBT dos mais variados temas e classificação etária para Download Gratuito no site da POC CON. Babadeiro, né mon amour?

Agora, veja se não vai bancar a Alice e perder essa Biblioteca colorida de quadrinhos totalmente 0800!! Basta clicar no banner abaixo para ser redirecionado para o site e fazer o Download em PDF. São mais de 60 títulos multicoloridos e espetaculares para você se deliciar. 

 

Tá passada? Se joga, Bebê!! 😉

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Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #02

Mais uma semana, mais uma resenha semanal de “The Detective is Already Dead” (ou “Tanmoshi“, para abreviar o título japonês). Caso tenha perdido, a explicação da coluna e o comentário do primeiro episódio estão aqui.

O segundo episódio nos trouxe o começo da história de fato. Se o primeiro episódio foi uma grande introdução (e bota grande nisso, 47 minutos…), o de hoje foi quando finalmente colocamos as cartas na mesa e ensinamos como se jogar. Então vamos falar do que vimos!

Seja lá o que você esteja pensando sobre o animê, não pode negar que pelo menos bonito ele está… (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Episódio 2: “Ainda me lembro, depois de todo esse tempo”

A primeira cena nos trouxe uma última memória da Siesta e do antigo Kimihiko. Em questão de direção, foi uma escolha interessante, especialmente pelo jeito como ela começa: Nós vemos um avião no céu, nos lembrando de onde eles se conheceram, e os dois trocam uma conversa descontraída, exatamente como fizeram ao longo de todo o primeiro episódio. A função dessa cena foi para contrastar com o que vimos na semana passada. Se antes tivemos a duração inteira para os dois se conhecendo e interagindo no “passado”, para então termos uma pequena cena com o Kimihiko “do presente”, justamente para entendermos esse contraste entre as duas interações do garoto… no segundo episódio, tivemos a mesma coisa, mais invertida: tivemos uma pequena cena com a interação passada dele, para podermos contrastar com quem ele é hoje, que ocuparia todo o resto do episódio.

Descobrimos que o timeskip foi de quatro anos. Quatro anos! Fiquei impressionado com a passagem tão grande de tempo. Não por serem quatro anos em específico, mas gostei do fato de que agora, o Kimihiko é um aluno do terceiro ano do ensino médio. “Qual a importância disso, Vini?” você pode se perguntar. E é uma pergunta válida! A resposta é mais banal do que você deve estar imaginando, porém: Normalmente, animês que se passam no ensino médio nos mostram protagonistas como sendo alunos do primeiro ou do segundo ano. Quando tratam de alunos do terceiro ano, eles são vistos como “criaturas místicas, entidades superiores e misteriosas que irão MORRER ao final do ano letivo”, e sempre achei esse tratamento engraçado. Por isso, quando acompanhamos alunos que estão, de fato, no terceiro ano, o clima da obra parece mudar. Por exemplo, em “Just Because!“, acompanhamos alunos do terceiro ano em busca de entender o que o futuro deles reserva. Parece que os autores olham para a diferença de um ano e acham que é o suficiente para mudar completamente o gênero da narrativa. Quero ver como isso vai ser aplicado em “The Detective is Already Dead”.

Continuando, temos a apresentação da nossa “nova protagonista”… se é que dá pra dizer assim? Nagisa Natsunagi teve uma primeira impressão forte. Positiva? Acho que não, mas “forte”, com certeza. Conforme o episódio foi passando, eu consegui entender o tipo de personagem que ela é. Deu pra ver a personalidade e jeito de ser dela, e a cada cena que se passava, a introdução dela parecia mais e mais fora de personagem. Toda a primeira cena dela, com as ameaças, a mão na boca e os comentários sádicos foram extremamente esquisitos. A ideia que foi passada nessa cena foi completamente diferente de todo o resto que aconteceu no episódio. Mesmo com uma explicação futura, sobre como ela poderia estar “sendo influenciada” a fazer as coisas que fez… isso ainda não explica a mudança tão drástica.

Não importa o quão absurdo a coisa seja, sempre vai ser o fetiche de alguém… Talvez essa seja a explicação? (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Isso é pura especulação minha, mas o formato e a direção da cena me lembraram de Bakemonogatari. A cena clássica onde a garota, Senjougahara, enfia um grampeador na boca do garoto, Araragi, assim que se conhecem. A única coisa que consigo pensar, após ver várias referências no episódio anterior, é que o autor (ou diretor, não sei se essa cena é original do animê, embora pareça impactante demais para ser) quis homenagear essa outra obra, colocando uma cena parecida na sua própria. Acontece que em Bakemonogatari, a garota é daquele jeito mesmo. Ela é meio maluca, e por isso, enfiar um grampeado na boca de um desconhecido é algo que se enquadra na personagem dela. A impressão que todo o episódio passou sobre a Nagisa é de que ela é uma garota boa e honesta. Esquentadinha? Sim, mas com um bom coração (Ha! Trocadilhos!). A cena inicial parece deslocada e desnecessária.

Voltando ao protagonista, vimos como o “novo” Kimihiko é, depois de tudo que passou. Gostei bastante do jeito como ele foi escrito, pois eu consegui perceber que o “espírito” do garoto que conhecemos ainda está ali: Ele ainda é brincalhão, tranquilo e gentil, embora essas características tenham sido deixadas um pouco de lado por conta de seu amadurecimento. Amadurecimento esse que aconteceu tanto pela passagem do tempo, como pelo trauma que ele viveu. A conversa que ele teve com a Nagisa no café foi um bom exemplo disso, onde ele mostrou tanto alguns “tiques” que adquiriu com a Siesta, mas ainda se manteve autêntico com o que vimos anteriormente. Também achei interessante o quanto ele acabou se aproximando daquela policial, a Fuubi. É uma relação que parece bastante natural, dado o que ele passou os últimos quatro anos fazendo, e até o que ele fazia antes. Foi um toque legal.

Com a construção do episódio, estava claro que o coração que a Nagisa recebeu era, de fato, o da Siesta. Em nenhum momento eu tive dúvidas disso. Mas ter a confirmação de algo é completamente diferente do que apenas pensar sobre. Eles conseguiram explicar de uma forma que ficou tanto interessante como impactante ao mesmo tempo. As reações de ambas as personagens envolvidas foram dentro do que eu imaginava, mas, de novo, estar dentro da expectativa não faz com que o resultado seja medíocre: O Kimihiko mostrou seu amadurecimento ao ficar emocionado e até em negação, mas sem ter uma crise exagerada; e a Nagisa mostrou ainda mais a sua personalidade, de que é alguém que se baseia muito em sentimentos, mas que não é totalmente incapaz de usar a razão para puxar alguém de volta do mundo da lua.

Eu adoro tapões na cara, principalmente quando eles são merecidos. Esse foi merecido. (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Uma coisa que eu não gostei no episódio, porém, foi a cena onde os dois se encontraram na rua. Sim, você sabe do que eu estou falando: Quando passamos cerca de dois minutos falando sobre os peitos da Nagisa. É uma situação que está ali para ser engraçada, mas que acaba sendo simplesmente vergonhoso, principalmente por não se encaixar no contexto. Isso chega até a ser irônico, pois ontem mesmo eu estava falando sobre como a vergonha alheia é justamente o que faz “Girlfriend Girlfriend” ser engraçado. E, como eu comentei naquela postagem, é uma questão de atmosfera: Todo o resto do animê está se levando a sério, e mesmo possuindo ótimas cenas de humor, elas são de um outro tipo de humor, um que faz sentido de existir no contexto “sério” de “The Detective is Already Dead“. A cena acaba sendo apenas vergonhosa, e não uma “vergonha engraçada”.

Considerações Finais (Bem, “parciais”, mas vocês entenderam)

Esse episódio foi bem mais fraco do que o da semana passada, e isso já era de se esperar. É normal começarmos com um estouro, para prender a atenção de quem está assistindo, para então diminuir a tensão e explicar o que tá rolando de verdade, essa técnica é mais velha que andar pra frente. Isso só quer dizer que eles estão seguindo o ritmo comum de obras do gênero, e que daqui algum tempo, já estaremos investidos demais no animê para desistir. Se você quiser desistir, a hora é agora. Eu vou continuar.

A cena de exposição no café me fez espumar pela boca um pouquinho, pois “exposição num café” já virou um meme de tanto que acontece em animê. Parece que não tem outra forma de contar o que está acontecendo, e não duvidaria se isso estivesse sendo feito propositalmente, como uma forma de circlejerk entre os autores japoneses. Desavenças pessoais à parte, a cena até que se desenvolveu de forma satisfatória, com um bom uso da ambientação.

Por fim, achei incrível a inversão de papéis que aconteceu nesse episódio. Dessa vez, foi o Kimihiko que estava na posição de pessoa informada, daquele que sabe o que está acontecendo. Sendo que semana passada, esse papel era da Siesta, e o garoto estava no papel que, essa semana, foi da Nagisa. Essa inversão se encaixa tanto com o que eu comentei sobre a primeira cena do episódio, como serve para mostrar a gentileza do Kimihiko: Quando se viu em uma inversão de papéis, ele fez questão de dar uma escolha para Nagisa. Uma escolha que ele não teve. Quando se encontrou com Siesta, ele acabou “arrastado” para a situação, sem ter chances de recusar. Ele quis ter certeza de que a Nagisa poderia fazer essa escolha, de que ela não precisaria substituir a Siesta na vida dele, que ela poderia continuar sendo ela mesma. Mesmo com toda a influência e tutelagem da Siesta, o Kimihiko continuou sendo ele mesmo. Excelente toque para caracterizá-lo.

O animê está disponível na Funimation, com novos episódios aos domingos, e legendas em português. Além de “The Detective is Already Dead”, a Funimation também anunciou diversos outros títulos para a temporada de verão de 2021.

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Narrativas Periféricas: HQs Nacionais e a inclusão

Depois de anos afundados no maravilhoso universo dos quadrinhos e imersos em um mundo de super-heróis estrangeiros, acabamos sentindo a necessidade de um novo tipo de imersão, e, se ela puder vir carregada com um pouco da nossa realidade e vivência dentro do nosso país, é melhor ainda!

O projeto Narrativas Periféricas merece um olhar mais atencioso e especial. Ele nasceu através de uma parceria incrível entre a Perifa Con, Editora Mino e a Chiaroscuro Studios.

O Projeto tem cunho social e tem o objetivo de formar profissionais e publicar quadrinhos de autores da periferia. Foram abertas 8 vagas, sendo 4 destinadas a quadrinistas negros.

Tudo isso aconteceu logo após a primeira edição do Perifa Con, que é uma espécie de Comic Con das periferias, que ocorreu no Capão Redondo, distrito da Zona Sul de São Paulo em 2019 que teve e tem o intuito de unir tudo sobre a cultura Pop como quadrinhos, desenhos, filmes e o mundo Nerd/Geek em geral.

Chegaram ao final do processo 6 artistas, que tiveram seus quadrinhos publicados através de um financiamento coletivo no início de 2020. O financiamento fez tanto sucesso que ultrapassou sua meta de R$26.000,00 e quase dobrou esse número.

Agora, conheça um pouco dos quadrinhos lançados nesse projeto:

Quando a música acabar de Isaque Sagara

Narra a história de jovens da periferia de São Paulo,1991 – que apenas queriam comemorar o aniversário de um dos integrantes do grupo, mas suas histórias se cruzam em tragédia, mostrando o racismo nada velado da nossa sociedade.



Para todos os tipos de vermes – Kione Ayo

Após a morte da melhor amiga, dois primos ficam obstinados em descobrir os segredos que mantém sua sociedade dividida. A história mostra claramente uma divisão social doentia, em  “Para todos os tipos de vermes” vemos habitantes de dois mundos que vivem dentro de gigantescos vermes no fundo do oceano. Os habitantes do intestino vivem à margem da sociedade,  convivem com doenças e as migalhas de uma vida miserável.  Já os habitantes da região lipídica do verme, vivem as custas do trabalho e sacrifício dos moradores do submundo.

Shim – Isaac Santos

Um pai em seu último dia em um emprego saturado fazendo de tudo para dar um futuro melhor para sua filha Luna. D é um Shinobi em uma missão, um dos melhores no que faz, mas precisa abrir mão dessa vida para viver uma vida normal com sua única filha. O que parece ser um caminho sem volta, na verdade tem um belo encerramento.

Crianças Selvagens – Gabriel Brito “Gabú”

O Jovel Ariel se vê perdido entre viver em um lar abusivo e fugir de toda dor e sofrimento. Em sua fuga encontra outras crianças em situação de rua e juntos enfrentam todas as dificuldades de uma vida de abandono e perigos. Nessa emocionante jornada, uma verdadeira família  nasce dessa amizade.

POMO – Eyk Souza

História futurista, num mundo distópico onde se discute política, extremismo religioso e uma luta para encontrar seu próprio caminho. O rumo dessa história é totalmente virado de cabeça para baixo quando um homem encontra um alienígena andrógeno que põe em cheque tudo o que ele acreditava.

Thomas, La Vie En Rose – Arthur Pigs

Todos os dilemas de uma sociedade doente, contada com humor. Onde é preciso força para lidar com um emprego odioso, término traumático e uma jornada em busca da felicidade.

E aí, curtiu? Já deu o seu  apoio a algum projeto de quadrinho nacional? Então, corre lá e conheça o que temos de melhor!

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Editora Mythos anuncia Juiz Dredd: A Guerra do Apocalipse

E por falar em Dredd… Durante uma live no Youtube, a Editora Mythos anunciou alguns lançamentos, dentre eles, Juiz Dredd: A Guerra do Apocalipse, publicação inédita aqui no Brasil. Confira a sinopse:

“Juiz Dredd: Essencial, imperdível e mandatório! Conheça a clássica história que foi o maior ponto de virada da trajetória do Juiz Dredd! Depois da disseminação da Condo Mania, uma doença que devastou parte da cidade enlouquecendo a população, Mega-City Um sofre o implacável ataque dos sovs de Mega-Leste Um, determinados a dominar a cidade inimiga de uma vez por todas! Agora, com parte de sua megalópole varrida do mapa, o Juiz Dredd precisa impor a Lei sobre os inimigos… de uma vez por todas!”

 

Capa provisória do encadernado

A Guerra do Apocalipse figura entre as sagas mais importantes na cronologia do Juiz Dredd e tem a participação de artistas de peso, como Alan Grant, Steve Dillon, Brian Bolland, entre outros.

Torçamos para que a Editora Mythos emplaque de vez o personagem aqui no Brasil. A publicação seguirá com o acabamento de capa cartão, 228 páginas e está previsto para o mês de Agosto/ 2021.

Você pode adquirir o seu exemplar aqui. E usando o cupom de LIVE10, ganhe 10% de desconto em sua compra. A promoção é por tempo limitado.

Para mais notícias sobre o Bom Juiz de Mega-City Um, fique ligado na Torre.

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Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #01

Nem só de obras completas vive um redator, e por isso, fujo da panela para cair no fogo. Querendo engajar mais com os leitores, me propus a comentar semanalmente um novo animê dessa temporada: “The Detective is Already Dead“. Como o bom mistério que é – ou que se propõe a ser, mas isso será discutido já já – esse show pode vir a ser um exercício mental interessante, ao comentarmos semana a semana o que está acontecendo. Se a ideia der certo, pretendo continuar com outros animês no futuro.

Primeiro, vamos conhecer o show: “The Detective is Already Dead” (no original em japonês, “Tantei wa mou, shindeiru“, ou “探偵はもう、死んでいる”) é baseado numa Light Novel de mesmo nome, que ainda está em publicação, com apenas cinco volumes lançados pela MF Bunko J. A obra, de autoria de nigozyu (二語十) e com ilustrações de Umibouzu (うみぼうず),  ainda é inédita no Brasil. O animê está em produção no Estúdio ENGI, e conta com um interessante comitê de produção.

Sua sinopse é a seguinte, cortesia da Funimation, que detém os direitos de exibição do animê no Brasil:

Reprodução: Funimation

Barrar o sequestro de um avião ao lado da bela detetive de cabelos prateados, Siesta, transforma a vida do jovem Kimihiko. O sucesso dos dois os lança em solucionar crimes e confrontar organizações mundo afora por anos até a morte de Siesta. Deixado para trás cheio de perguntas, Kimihiko segue com sua vida. Mas agora, um novo caso pode reabrir as feridas curadas ao se conectar com um assassino, uma conspiração mundial e sua parceira morta!

Com um primeiro episódio duplo, tivemos quase 47 minutos para conhecer a história, as personagens, e o universo que o animê quer nos contar. Mas e aí? O que eu achei? Vale lembrar que, como toda resenha, ela reflete apenas a opinião do autor, e de ninguém mais. Pra piorar, temos apenas um episódio para avaliar a situação. Todo o recado dado, vamos lá:

Episódio 1: “Atenção, passageiros: Há algum detetive a bordo?”

O episódio começa com uma clássica cena de exposição. É claro que precisamos ouvir o protagonista contar, em um solilóquio, quem ele é de uma forma bem pouco natural. Mas isso só precisa ser chato se você quiser que seja. O jeito como o nosso personagem principal conta sobre sua vida é bastante bem-humorada (bom humor que, aliás, parece ser uma característica do rapaz), e transforma a introdução em uma pequena esquete de humor. Como meu professor de teatro costumava dizer, “o verdadeiro humor é a desgraça alheia“, e isso talvez se aplique bem demais ao Kimihiko.

Quando conhecemos Siesta, a auto-proclamada “lendária detetive”, fica claro o tipo de personagem que ela é. É bastante comum termos personagens “geniais”, com capacidades absurdas em determinadas coisas, terem uma personalidade que não se encaixa na fantasia da posição que eles possuem. A Siesta é relaxada, talvez até “folgada” em alguns sentidos, e parece usar uma “inocência” para esconder sua natureza gentil. Claro que não tivemos tempo o suficiente para julgar, mas ela parece ser uma garota genuinamente boa, enquanto não podemos ter certeza se a sua atitude “bobalhona” é uma fachada ou não.

99% anjo, perfeita, mas aquele 1%… (Reprodução: Twitter Oficial, @tanteiwamou_)

Uma coisa que me pegou desprevenido foi a súbita aparição de elementos fantasiosos na história. Claro que existe a tag “sci-fi” atrelada ao show, mas não esperava que fôssemos tão longe. Pela sinopse, imaginei que teríamos apenas um show investigativo, mas realista, que se passa num futuro próximo. O máximo que eu pensei que teríamos eram projeções holográficas ou coisas assim. Mas não que isso seja ruim! Até acabo ficando mais interessado por conta disso.

O episódio inteiro foi incrivelmente bem animado, com um design que eu achei muito bonito, e que foi consistente ao longo de toda a duração. Um destaque que eu dou é a cena de “combate”, que aconteceu na primeira metade. Mais do que uma animação bonita, um combate interessante precisa ter uma boa coreografia. E eu adorei a coreografia de “The Detective is Already Dead” até então: A intensidade da luta foi passada tanto pelos movimentos caóticos e imprevisíveis, como também pelas consequências que ele deixou nos arredores. E ela também foi caótica, como era de se esperar, considerando que estamos acompanhando o “ponto de vista” do protagonista, que não fazia ideia do que estava acontecendo. Isso também vale para a trilha sonora, que eu gostei bastante, e acredito ter acrescentado à experiência.

O ponto alto do episódio pra mim, porém, foi a química entre os dois protagonistas. As interações entre a Siesta e o Kimihiko são hilárias, de uma forma bastante natural. O clima de humor do animê inteiro é super agradável, com piadas mais “prontas” sendo usadas na hora certa, e na quantidade certa, enquanto as piadas mais sutis são constantemente jogadas na sua cara (até mesmo uma referência a JoJo!). O Kimihiko é um tipo de cara que acaba sendo arrastado pras coisas, ele querendo ou não; enquanto a Siesta é uma garota de presença forte, que arrasta os outros ao seu redor. O fato de ambos serem bastante “bobos”, cada um em um sentido diferente da palavra, faz com que eles sejam bem complementares, alternando seus papéis como BokeTsukkomi. Eles são uma dupla perfeita.

Também queria comentar sobre como o animê usou, principalmente na primeira metade, a questão do protagonista “não ter ideia do que diabos está acontecendo”. Quando você esconde informações de um determinado grupo que inclui os espectadores, manter esse teatro por muito tempo pode levar a irritação. Eu, pelo menos, acho insuportável quando tentam fazer um mistério ao dar as informações para todo mundo, menos você. Deixar só uma pessoa no escuro enquanto todos ao redor sabem e parecem estar dando risadinhas às suas costas (cof cof Attack on Titan). Quando isso é usado para o humor, porém, você consegue um resultado interessante, se não exagerar na dose. O jeito como a Siesta evitava propositalmente dar respostas concretas para o Kimihiko foi feito para gerar uma situação engraçada, e também para nos mostrar os limites da paciência do garoto. Quando foi necessário, eles pararam com isso.

Participação especial: Loira do Banheiro (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Considerações Finais (Bem, “parciais”, mas vocês entenderam)

Embora o episódio “duplo” tenha sido simplesmente a junção de dois episódios completamente independentes, entendi o valor de tê-los unidos: Como a detetive já está morta, o impacto é muito maior ao terminar a primeira impressão com a sua morte, acompanhada de um titledrop, e, se entendi direito, de um timeskip. Embora isso me deixe um pouco triste, pois gostei muito da interação entre os dois, esse animê não é sobre a Siesta, mas sim, sobre Kimihiko. Juntar os dois episódios serviu para nos dar mais tempo com os dois, sem termos “tempo” de absorver essa situação, que um intervalo de uma semana nos daria. Assim como ela chegou, Siesta também se foi: Intangível, Intensa, Imprevisível.

Gostei bastante do que vi, e já estou bastante investido nas personagens. Nem tanto na trama, mas o suficiente, eu diria. Esperarei ansiosamente pelos domingos, para poder assistir mais um novo episódio de “The Detective is Already Dead“, e, claro, comentar com vocês.

O animê está disponível na Funimation, com novos episódios aos domingos, e legendas em português. Além de “The Detective is Already Dead”, a Funimation também anunciou diversos outros títulos para a temporada de verão de 2021.