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Review | Shadow of the Tomb Raider

Escrito por Luan Oliveira

Desenvolvido pela Eidos Montreal em colaboração com a Crystal Dynamics, Shadow of the Tomb Raider traz uma Lara bem diferente daquela de alguns anos atrás. Sua evolução como personagem é nítida em cada diálogo e ações da protagonista. O fechamento da trilogia do reboot de Lara Croft é complicado. É ao mesmo tempo o mais bem realizado até agora, mas também carrega o peso de seus antecessores.

O que você precisa saber basicamente é que Lara acidentalmente coloca um apocalipse maia em ação depois de enfrentar a Trinity pela posse de um artefato místico. E isso faz com que nossa protagonista seja colocada em uma cadeia de eventos com ritmos conturbados e uma estranha mistura de fatos. O principal fator que vemos em Shadow of the Tomb Raider é o ritmo enfraquecido do roteiro, seus arcos são estabelecidos sem um background, e as vezes vagam no limbo sem serem citados por muito tempo

Jonah é seu único vínculo com a humanidade de Lara, um amigo íntimo, cujo relacionamento é um prazer testemunhar, pois de algum modo a relação dos dois é brilhante, se compararmos com o restante das interações durante o jogo. Deveria ter sido o foco principal do jogo, mas, em vez disso, foi jogado para escanteio, resultando em várias cenas sem profundidade que não acrescentam em nada tanto para a história, quanto para a personagem.

 

Além de alguns locais feitos exclusivamente para que aconteçam a progressão da história, a maior parte do seu tempo será gasto nas cavernas e na cidade principal, são sem dúvida a parte mais interessante de todo o universo de Tomb Raider, e em Shadow, eles não são diferentes. A cidade é inteligentemente projetada e movimentada como a vida real, com os cidadãos realizando suas rotinas diárias, e Lara sendo uma estranha em terras estranha e seus ocupantes reagem de acordo. Por sua vez, as cavernas trazem puzzles, alguns muito bem elaborados, enquanto outros não passam de perda de tempo, mas nada que diminua a experiência da gameplay. Nenhum deles é tão complexo que você precise de uma folha de papel para anotar informações ou muita raiva para resolvê-los, mas nenhum deles é tão fácil que te faça se sentir estranho.

O combate também reflete a evolução de Lara, agora sujeita a flechas feitas com o veneno de aranhas e sendo pendurada em árvores. Você pode entrar na briga com armas de fogo, mas não vai se divertir muito assim, a verdadeira emoção é se utilizar das suas habilidades do modo stealth, se camuflando e se protegendo de ser vista e em seguida derrubar inimigos um a um.

Não há dúvida de que Tomb Raider influenciou Uncharted no passado, e agora Uncharted está retribuindo o favor. E isso é muito bom, mostra que quando se tem alguma coisa boa no mercado que dá certo, outros jogos do gênero procuram melhorar da mesma maneira, implementando o que deu certo, mas sem copiar. O ritmo do jogo, cenas de Lara criança, cena de desastres com o terreno desmoronando ao seu redor, se você jogou Uncharted, tudo isso não é novidade, mas a maneira como foi aplicada dar um peso maior em toda a gameplay.

VEREDITO:
Shadow of the Tomb Raider é uma aventura de ação agradável na maior parte do tempo, mas frequentemente é vítima de uma narrativa aleatória e de um ritmo estrutural que impede que o final da trilogia seja realmente genúino.

PONTOS POSITIVOS:

  • Aulas de sobrevicência com a Lara.
  • Cenário grandioso.
  • Aventureiro e divertido.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Mecânica pouco desenvolvida, comparada com os antecessores.
  • Personagens sem profundidade, exceto Lara e Jonah.

NOTA: 8,5

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore