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Os segredos de um amor sensível de Me Chame Pelo Seu Nome

Perfeição, admiração, sutileza e sofrimento são as quatro principais características que melhor descrevem o filme Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name) do diretor italiano Luca Guadagnino. O drama contemporâneo está concorrendo a quatro indicações no Oscar, que são: Melhor Ator, Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original, e sendo sincero, não será difícil para o longa levar para a casa ao menos duas estatuetas, já que a trama consegue criar um laço com o seu telespectador, ou seja, consegue transmitir com facilidade os sentimentos dos personagens ao decorrer de sua trajetória um tanto quanto parada e necessária.

Na trama, nós conhecemos um rapaz de 17 anos chamado Elio, que enfrenta suas férias de forma apática na casa de seus pais na Itália. Mas, tudo muda com a chegada de Oliver, um acadêmico que veio passar cerca de dois meses na casa da família para ajudar o patriarca com a sua pesquisa.

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Como a  excelente canção original diz: ”Eu te amei pela última vez, É um vídeo? É um vídeo?” É exatamente o que o filme retrata quando a atração de Elio pelo Oliver é descoberta, que mesmo tendo dificuldades para se assumir para os seus pais, amigos e outras pessoas que tem uma relação afetiva com a família, o personagem vivido por Timothée Chalamet se poupa de seguir uma linha de raciocínio mais comum e chata, indo para o lado mais natural da situação, que, apesar de perceber desde o início a opção sexual do personagem, tudo é tratado de uma forma mais leve e em alguns casos, mais realistas.

É perceptível que Guadagnino dirigiu um projeto cinematográfico para premiações e não para ser exibida em salas de cinemas comuns. Isso fica claro com a sua fotografia um pouco quanto sem foco, que lembra bastante as técnicas de filmagens usadas na década de 70 à 90. Outro fator que dá indicio de algo mais contemporâneo, é a sua história longa e arrastada, que em certos momentos, lembra a narrativa de um livro de romance dramático, tando que faz com quem estiver o assistindo, deseje que tudo aquilo acabe logo e que parta para outra. Mas é claro, tudo feito de uma maneira proposital.

Só que no segundo ato em diante, é que tem-se uma mudança drástica no cenário e ambientação, mas, antes disso, tudo é apresentado no ponto de vista de apenas uma cidade com diferentes lugares, onde os personagens gostam de passar as suas férias e até mesmo relaxar.

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O jeito como o drama e a tristeza são tratados aqui, é muito mais que uma simples experiência cinematográfica, provando que é possível sentir melancolia e mal-estar sem fazer grandes cenas marcantes, demonstrando assim, os fatores apenas por simples e subjetivos olhares. O amor do protagonista pelo personagem secundário do excelente Armie Hammer é desenvolvido com mais calma e sutileza, se diferenciando dos famosos filmes de romance onde os dois personagens principais já demostram compaixão um pelo outro logo em seu epílogo.

Apesar de não ter uma marcante trilha sonora, as Mystery of Love  e Visions Of Gideon, ambas compostas pelo músico Sufjan Stevens, criam uma ambientação mais melosa e  harmônica  em situações mais tensas e fortemente marcantes. Pode-se dizer o mesmo dos clássicos dos anos 80, que são tocados em situações mais descontraídas e alegres.  

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Me Chame Pelo Seu Nome não é uma simples história de amor que foi adaptada através de um livro do mesmo nome. Não! Ele é mais do que isso, pois conta os segredos  de um amor sensível através de um ponto de vista menos clínico e mais humano possível. Após o seu desfecho, permanece na mente de quem assistiu e consegue de forma pontual te fazer pensar e refletir em suas pequenas ações afetivas com outra pessoa. Pode ficar tranquilo, pois isso será usado para o bem e não para o mal.

Espero que tenha gostado, até a próxima e bendito seja os mistérios do amor.

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Maze Runner: A Cura Mortal é um fim satisfatório porém tardio

Distopia adolescente foi um subgênero que explodiu com Jogos Vorazes e acabou perdendo sua força com o fraquíssimo Divergente. No meio dessas duas franquias, reside Maze Runner. Não tão popular quanto Katness Everdeen e nem tão medíocre quanto Beatrice Prior. Thomas está ali em uma franquia permeada por erros bobos, mas com a direção extremamente eficiente de Wes Ball. Entretanto em A Cura Mortal, enquanto os problemas de estrutura são cada vez mais visíveis, a direção se demonstra cada vez mais dinâmica. 

Ball é um mestre nas cenas de ação. Há uma cena de perseguição no deserto e o diretor demonstra criatividade ao usar a câmera. A ação é acelerada, mas não é confusa. Ele faz questão de deixar tudo o mais claro possível para o espectador. É impossível se distrair, são cenas de tirar o fôlego. Além disso, ele retorna a fazer boas cenas de suspense, com jumpscares é claro. E ele sabe utilizar esse recurso muito bem. Infelizmente, ele não é tão bom em conclusão. Algumas tomadas deveriam ser um pouco mais longas para criar um impacto maior.

A construção de mundo não é inovadora, mas é incrível. A cidade construída pela CRUEL – se permitem a comparação – compartilha semelhanças com a Los Angeles de Blade Runner. É extremamente satisfatório ver um visual tão futurista em meio a desgraça alheia. Efeitos especiais também estão ótimos aqui. Outro aspecto técnico a se destacar em A Cura Mortal é a trilha sonora composta por John Paesano. Ela é memorável e se mistura organicamente a todas as cenas. Seja para aumentar a adrenalina ou a dramaticidade. 

O elenco apresenta um bom desempenho mais uma vez. Dylan O’Brien entrega um Thomas mais maduro e a Kaya Scodelario traz uma Teresa mais interessante. Se olharmos para os filmes anteriores, veremos que houve uma jornada para desenvolver os personagens. Quem rouba a cena mesmo é Thomas Sangster como Newt. Outro personagem extremamente carismático. O humor também está muito bem balanceado no filme. Em momentos dramáticos, os jovens mostram a que vieram. Se você é um fã da distopia, então prepare os lencinhos.

Entretanto, assim como os anteriores, o novo Maze Runner apresenta erros. Erros ainda mais bobos os quais poderiam ser evitados. Em determinada cena, um protagonista invade um local disfarçado, no meio da operação, ele acaba com o disfarce. Isso, antes dele ser descoberto. Além disso, temos alguns plot-twists sem sentido. O filme é um pouco arrastado e se estende um pouco mais do que deveria na conclusão. Se ele tivesse 10 minutos a menos e tivesse terminado em determinada cena, causaria um impacto muito maior no espectador. 

Mesmo com seus erros de principiante, Maze Runner: A Cura Mortal é um fim extremamente satisfatório e infelizmente tardio para a franquia. Vá saber se o futuro ainda nos reserva mais uma distopia adolescente no cinema. Caso não, então essa foi uma boa forma de enterrar esse subgênero.

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Creed 2 pode ser o filme mais triste de 2018

Me desculpem pelo título tendencioso, mas isso precisa ser dito. Desde que assisti Creed – Nascido Para Lutar (2015), não parei de pensar nas inúmeras possibilidades que podem ser usadas na continuação, que já foi confirmada para esse ano. Apesar da ansiedade ser enorme, já que o filme dirigido por Ryan Coogle foi emocionante, impactante e pautado numa forte realidade, os pensamentos para o próximo Creed são aterrorizantes. Sendo que estes pensamentos não estão relacionados à qualidade da trama em si, mas ao que acontecerá nela.

A MÚSICA E O BOXE

Quando Adonis Creed (Michael B. Jordan) sai de sua mansão para ir morar perto de Rocky Balboa, o filho do campeão Apollo Creed conhece uma garota chamada Bianca, interpretada pela talentosa Tessa Thompson. Ao ouvir música em um nível altíssimo, Creed desce até o quarto da garota para pedir que baixe o volume, e rapidamente os dois se “resolvem” e se despedem. Em uma outra noite, Adonis encontra Bianca cantando em um bar pequeno, lotado de pessoas e luzes de neon. Interessado em conhecê-la, a convida para comer. Depois de conversarem e se conhecerem melhor, a garota revela que tem perda auditiva progressiva (concluindo-se que ela não conseguirá ouvir música e cantar, algo que sonhava). O filme traça paralelos duros, concretos e nítidos com os sonhos dos dois jovens, o boxe e a música, as limitações e os desafios.  Além de ter uma forte representatividade da cultura negra inserida nesta história, mas que pode ser comentada num outro momento.

O perigo, que na verdade não se caracteriza como um, porém, seria tristíssimo, é o problema auditivo se agravar durante Creed 2. Ver os sonhos da garota serem desmantelados e tendo que aceitar uma perda que fará imensa falta dentro de sua vida poderia ser uma das sequência mais tristes que a franquia “Rocky” (se considerarmos Creed dentro desta) já nos proporcionou – em meio de várias outras. Os filmes passados já demonstravam certa dramaticidade, seja pela vida íntima de Balboa desmantelada (virou um aposentado, se tornou velho, viu uma geração atropelar a sua, perdeu seu treinador, seu melhor amigo e sua amável esposa), ou por cenas pontuais: o discurso do lutador para seu filho, Paulie (Burt Young) chorando pela irmã Adrian (Talia Shire), a morte de Mickey (Burgess Meredith), e até mesmo o fantástico diálogo entre Balboa e Apollo: “ Deu tudo de si?”. É esperar para ver.

IVAN DRAGO E A VINGANÇA

Doulph Loundgren está no elenco da continuação, e, recentemente, houve a confirmação da contratação do lutador profissional romeno Florian Munteanu para interpretar o filho de Ivan Drago. Com isso, certamente veremos um embate entre a velha e a nova geração. Mas além disso, teremos um embate esperado e que promete ser impactante com um teor dramático, que é um Creed na frente de Drago. Para quem desconhece, em Rocky IV (1985), Apollo prometeu fazer um show contra o lutador soviético, que era altamente treinado e usava esteroides, enquanto seu desafiador já estava aposentado. A luta resultou na morte de Creed em um golpe fortíssimo e devastador de Ivan Drago.

Em Nascido Para Lutar, o espírito do lendário lutador e seu nome está rodeando inteiramente o ambiente do longa. Ele é citado várias vezes e tem um peso enorme na vida do protagonista, positivamente e negativamente. Mas o que sempre se mostrou desconfortável para Adonis foi a morte de seu pai e nunca o ter conhecido. Ver o homem que deu fim a vida dele causará um tormento psicológico na vida dos personagens em volta. O encontro dos dois poderá resultar em uma reconciliação?

Rocky e Ivan também tiveram um embate no passado, que serviu como uma “vingança” por Apollo, e Balboa levou a melhor. Ver Stallone e Lundgren em cena juntos é ótimo em Os Mercenários (2010), agora, retornando como seus icônicos personagens, será tão satisfatório quanto.

O FIM DA CAMINHADA DE ROCKY BALBOA

Deixei o pior e mais triste momento para o final. A coluna inteira é pautada por expectativa e previsão, portanto, posso dizer o que realmente acho que deve acontecer. Depois de sete filmes, não há como ignorar a fantástica vida de Rocky Balboa. Sua trajetória, desde a ascensão até a completa decadência, formaram um personagem forte e que consagrou o nome de Stallone. O boxeador era solitário e sozinho com um sonho e uma determinação na cabeça: ser um profissional e campeão.  Todos sabemos que ele conseguiu, mas logo depois, começou a perder amigos e parentes próximos (o mais valioso para ele), perdeu dinheiro e fama, e teve que reconquistar o reconhecimento de uma nova geração.

Já nessa nova empreitada, o Garanhão Italiano aprendeu a lição e entendeu sua posição no “novo mundo”. Treinou o filho do seu treinandor e oponente mais querido e ensinou os passos que todo o boxeador precisa passar. A imagem do personagem ficará na cabeça de fãs no mundo inteiro, principalmente por suas lições de vida e a demonstração de que com persistência e dedicação, podemos conquistar o que quisermos.

Pois bem, deixando seu legado em sete filmes (indo para o oitavo), talvez o roteiro entenda que a hora do pugilista chegou. E, infelizmente, há um oponente que não pode ser derrotado com porradas: o câncer. A luta contra o câncer, iniciada em 2015, continuará até os últimos minutos, servindo de alguma lição para Adonis, finalizando de vez a vida inspiradora de um dos melhores personagens da história do cinema. Seria o seu último round?

Aconteça o que acontecer, dia 21 de novembro deste ano obteremos as respostas. Se essas serão positivas ou negativas, só o tempo para dizer. Triste ou não, assistir a mais um filme desse universo é um grande prazer que só um Balboa e um Creed podem oferecer. LET’S GET READY TO RUMBLE!

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Dentro do cinema: o que realmente deveria importar?

O cheiro de pipoca no ar. As máquinas de refrigerante não param em nenhum momento. Estamos dentro de um cinema. Damos o ingresso para o funcionário, ele analisa e permite nossa entrada. Na sala “da telona” subimos as escadas e passamos por corredores melados, provavelmente pela manteiga da pipoca ou das incontáveis gotas de refrigerantes que, acidentalmente, acabaram caindo no chão. Sentamos naquelas poltronas (às vezes confortáveis) e esticamos as costas. Há uma curta conversa prévia ao início da sessão, falando sobre regras de “boa conduta” dentro do cinema, fofocas, ou até algo relacionado à obra que está prestes a começar. De repente, as luzes se apagam lentamente, um feixe de luz atravessa a cabine de projeção. Os trailers, comerciais e afins começam a aparecer na tela e, finalmente, estamos prontos para ASSISTIRMOS AO FILME?

Qualquer apaixonado pelo cinema, talvez, se relacione com esse breve resumo. Em poucas palavras, eu consigo descrever toda a parte “externa” e física da atividade de ir no cinema. Quem nunca gostou de ir nesse lugar? Para alguns… um santuário. Para outros… um simples local para se passar duas horas, beijar, conversar e curtir com os amigos. E, em relação a esse segundo caso, claramente as redes cinematográficas do nosso país, especificamente, irão usar todos seus recursos possíveis para extrair cada centavo dessas pessoas. Salas XD, IMAX, 3D, D-BOX, 4D, MACRO XE etc… tudo o que for possível e que faça as pessoas se “interagirem” com os filmes e GASTAREM, com certeza estará lá. Infelizmente, com esses objetos externos, o simples material, a parte física da coisa: cadeiras que se mexem, coisas saltando perto de seus olhos, cadeiras que reclinam etc… cria-se uma redoma perigosa, e privam as pessoas de prestigiarem o verdadeiro motivo de estarem nesse lugar, nessa sala, nesse cinema: a arte.

Netflix, Hulu, Amazon e tantos outros serviços de streaming são baratos (em grande parte), rápidos, acessíveis e úteis. A quantidade de filmes e séries que estes serviços produzem, além dos milhares de títulos que são disponibilizados por estes, os tornaram rentáveis dentro do mercado consumidor. Várias pessoas assinam algum tipo de streaming, é bacana ver o interesse de assistir filmes de uma forma mais ágil, porém, ao mesmo tempo, o que torna a assistida uma experiência cinematográfica? Bem, a resposta depende de pessoa por pessoa, tentarei argumentar a minha.

O processo, descrito no primeiro parágrafo, tirando uma frase ou outra, pode, facilmente, ser feito em nossas casas. A pipoca, a cadeira, o sofá, o refrigerante, a tela, o escuro e a conversa prévia. Não teremos o vendedor, os cheiros, a meleca, o som imponente, as regras de convivência, a tela gigante, os trailers e os chatíssimos comerciais. Em suas vantagens e desvantagens, esse processo dentro de casa não se demonstra ruim, pelo contrário, o conforto de sua casa é incomparável e indiscutível. Além disso, você não precisa GASTAR DINHEIRO e consegue assistir inúmeros filmes de uma vez só. E, quando acabar, você não precisará fazer algum comentário, pensar sobre o que acabou de assistir durante a saída pelos corredores do cinema, simplesmente irá fazer um xixi, lavar a louça, dormir etc.

Bom, nos dois casos, assistimos a algum tipo de filme e fomos fazer outra coisa, que pode estar relacionada à atividade ou não. Porém, qual foi o significado de tudo aquilo que aconteceu há alguns minutos atrás? Aonde está a famosa experiência cinematográfica? A resposta é simples: ELA ESTÁ COM VOCÊ.

Parece que estou fazendo uma confusão, mas não. Quando estamos em casa, não gastamos dinheiro, ficamos completamente confortáveis e depois vamos procurar outra coisa para fazer. Quando ficamos sentados numa poltrona que se mexe, 3D incrível, grande parte das pessoas ficaram apenas prestando atenção nisso. Esquecendo do lado mais importante de todo esse processo: o interior.

Filmes, na MINHA perspectiva, são uma das coisas de extrema importância que o mundo artístico pôde nos proporcionar. Filmes são maiores do que os vinte reais que você pagou para assisti-los, melhores do que o simples 3D ou a cadeira vibrante (UAU!). Eles nos deixam um legado, uma mensagem, algo que ficará (pode ser que só por alguns instantes) em nossas cabeças e que durará muito mais do que as coisas supérfluas que fizemos durante aquele processo. Isso que deve ser levado em conta. As lacunas que as obras cinematográficas deixam para serem preenchidas individualmente por nossas visões de mundo, por nossas perspectivas e experiências de vida. A parte interior e psicológica fazem longas se tornarem grandiosos diante de nossos olhos. Claro que há milhares de outros quesitos, teóricos e técnicos, que fazem um filme poder ser bom, ruim, razoável, memorável e grandioso. Mas o meu foco com esse texto é falar sobre o que nós, como espectadores, podemos extrair de um filme. E para conseguirmos sentir a emoção, captar minúcias dentro da história, interpretá-los da melhor maneira possível, só o CINEMA, apenas esse lugar, pode nos auxiliar da forma mais prazerosa e rica possível.

Assistir a um filme na internet, na TV da sala ou em qualquer outro lugar é inteiramente aceitável. Eu faço isso! Eu, como muito de vocês, consigo reconhecer virtudes dos filmes que assisto dentro de casa. Só que o cinema, aquele maldito e incrível lugar, é incomparável. Ignore, por um simples momento, a cadeira vibrante e os aparatos tecnológicos. Olhe para aquela tela de preencher os olhos. Entenda o ambiente em sua volta, as caixas de som pulsando junto a telona. Sério mesmo que você acha que um filme só serve para se divertir, curtir com os amigos, conversar e beijar? TUDO ISSO EM SUA VOLTA TEM UMA RAZÃO! Por que fazem salas e salas, por que esses filmes são reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, se só servem para isso?

Porque não são só para isso. Faça esse exercício, olhe para a tela e tente pensar, que seja por dois segundos, o que esse diretor está tentando me mostrar? O que essa história, mesmo que falhe miseravelmente, quer me contar? Ao final, se fazendo essas perguntas, refletindo e até mesmo discutindo sobre esse assunto, não indo fazer outra coisa em sua casa, você saberá o que é a verdadeira experiência cinematográfica.

O valor de assistir, entender, refletir e discutir o cinema é intangível. Está na cabeça de cada um. Não me chame de velho, não fale que eu quero assistir filmes com os irmãos Lumière em uma sala com pianinho, ou que sou 100% tradicional e arcaico. O que eu quero de você, querido leitor, é que entenda o significado de tudo isso para mim e para outras pessoas apaixonadas como eu. Eu assisto 3D, já fui em inúmeras salas VIP, reclinei a cadeira e cometi várias vezes o erro de “conversar baixinho” dentro da sala. Porém, quando eu me direciono para olhar a tela, eu tento me aprofundar no INTERIOR. As coisas EXTERIORES são coisas passageiras, materiais, superficiais, e que não ficarão comigo após a sessão.

Agora, voltaremos ao cinema em breve. Sentiremos o cheiro da pipoca de novo, ouviremos as máquinas soltando líquidos gaseificados atrás de líquidos gaseificados. Veremos novamente o funcionário do cinema, daremos o ingresso. Passaremos, tudo de novo, pelos corredores melados. Nos sentaremos em nossas poltronas, intituladas “às vezes confortáveis”. Conversaremos brevemente e OLHAREMOS para a tela. O feixe de luz passando. Se exibirão trailers, comerciais e afins. E, no final… presenciaremos aquele clima. O ambiente com luzes, som e tela riquíssimos, exteriormente e interiormente falando. As pessoas em volta, comendo suas pipocas e bebendo seus refrigerantes. Reconhecendo a real importância disso tudo: o que passará na tela, o filme, a experiência cinematográfica.

Agora sim, estaremos sempre prontos para ASSISTIRMOS AO FILME. De novo, de novo e de novo outra vez.

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O canibalismo falho de Raw

Canibalismo é algo que sempre me surpreendeu; chamando a minha atenção nos seres humanos mais ”selvagens” e escrupulosos; afinal, sempre tive o interesse de saber o que leva uma pessoa a chegar em um extremo tão grande a ponto de devorar um outro ser de sua mesma espécie. Como motivo de atiçar a minha curiosidade e aprender um pouco mais sobre esse ”universo obscuro”, um amigo me recomendou o filme francês Grave, que ficou conhecido como Raw no resto do mundo. Para ele, foi uma experiência chocante e angustiante, mas infelizmente, não posso dizer o mesmo.

Na história, a jovem vegetariana Justine acaba de ingressar na faculdade de Veterinária. Ao chegar no local, a garota é recebida pela irmã e veterana Alexia e pelo calouro Adrien, que acaba formando um forte laço de amizade com a moça. Em uma sequência de trotes não muito agradáveis, a protagonista da película acaba sendo forçada a comer um rim de coelho, que desencadeia uma fome insaciável por carne, e mais tarde, por carne de seres humanos.

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O filme é o primeiro trabalho reconhecido da diretora Julia Ducournau, que consegue entregar um drama razoavelmente bom para quem está assistindo. Mas o mesmo não pode-se dizer sobre as suas cenas ”chocantes”, que apesar de perceptível o esforço que a francesa tem em transmitir sequências desconfortáveis, Ducournau não consegue fazer com que o seu espectador sinta qualquer ”dor no estômago”. Bem, isso pode variar de pessoa para pessoa, mas das dez cenas ”surpreendentes”, apenas duas conseguem fazer um trabalho áspero.

O elemento principal demora para aparecer, causando cansaço e desânimo, dando vontade de parar o filme em seus primeiros trinta minutos. Porém, quando o canibalismo dá as caras, a antropofagia empurra a sensação de incômodo ao seu público, mesmo não sendo algo tão alarmante, apesar de uma sequência simples e bem conduzida. No entanto, o longa acaba deixando de lado a brutalidade para se focar em fatalidades mais pessoais, causando a ausência da selvageria que era para ser algo central.

Sua trilha sonora bruta e com altos acordes descreve bem as poucas situações empolgantes que Justine acaba passando ao decorrer das suas primeiras semanas acadêmicas, que cria uma linda sinfonia de tédio, desespero, medo e romance na vida da protagonista.

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Em diversas situações, Grave parece que é um trabalho feito em conjunto, ou seja, a sensação que se tem é que diversas pessoas dirigiram várias cenas e depois juntaram tudo para formar um único meio de entretenimento. A prova disso seria: perspectivas sem significado e com enigmas sem sentido, comédia leve e sem graça em cenas sérias e a bipolaridade de certos personagens, afinal, é tão simples assim uma pessoa que não come nada derivado de animais e após ser forçada a comer carne, apenas vomitar, alguns segundos depois esquecer da situação e não criar trauma algum?

Em compensação, sua ótima fotografia sem filtro e com baixa luminosidade consegue compensar alguns erros que são vistos no decorrer de sua história.

Deixando de lado a bipolaridade de alguns indivíduos, os atores entregam uma boa e memorável atuação, dando a impressão que certas ocasiões aconteceram de verdade e que aquelas pessoas realmente tinham um laço de afetividade entre si. O drama de cada personagem também deve ser mencionado e destacado, conseguindo mexer com as emoções do seu telespectador, fazendo um trabalho bem feito e nos mínimos detalhes.

Mesmo sendo bem ”elaborado”, seu encerramento é uma saída fácil para explicar os defeitos das irmãs Justine e Alexia, algo que poderia muito bem ser tratado com mais naturalidade e leveza, mesmo sendo um plot twist considerável. Várias pontas são deixadas para uma eventual continuação, mas é improvável que a sua sequência seja feita, já que Raw é uma produção redonda e contida.

Como citado anteriormente, minha experiência com Grave não foi tão agradável como esperado, principalmente com o objetivo de me chocar e sentir desconforto em meu corpo. Outra coisa que eu gostaria de citar, é que mesmo tendo um certo tipo de ”fissura” por esse universo de canibais, nunca comi carne humana e não pretendo. Espero que tenha gostado, até a próxima e procure sempre checar o fornecedor de seus alimentos. 😉

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Impossível! Eles desconstruíram meu personagem! E agora?

Star Wars deixou de ser uma série de filmes há muito tempo. A saga se tornou uma paixão e as pessoas a tratam como um conhecido que elas viram crescer, principalmente os fãs mais antigos dela. Quando George Lucas tentou trazer novos aspectos visuais e narrativos com a trilogia prequel, os fãs rejeitaram. E o ciclo parece estar se repetindo com Star Wars: Os Últimos Jedi, o filme mostra aquilo que o fã não quer ver, mas sim, o que ele precisa ver.

Rian Johnson fez um filme ousado tanto em termos narrativos como conceituais e aproveitou para desconstruir o maior herói da saga: Luke Skywalker. Quando ele fez isso, ele tocou na ferida dos fãs, trouxe um personagem cansado e suscetível ao erro, muito diferente do jovem fazendeiro altruísta da trilogia anterior. Muitos estão dizendo por aí que Johnson arruinou a infância deles escrevendo o personagem desta forma. 

Essa situação me lembra bastante Batman vs Superman. Me arrisco a dizer que Os Últimos Jedi é o BvS de 2017. Zack Snyder já tinha mexido na ferida em 2013 fazendo com que o Superman quebrasse o pescoço do general Zod em O Homem de Aço. A revolta foi imediata também. Três anos depois, ele tocou ainda mais na ferida quando fez Kal-El se questionar se ele deveria continuar a proteger as pessoas ou se manter neutro em relação a isso. Além disso, ele apresentou um Batman cansado e sem paciência para criminosos. O resultado: As pessoas reclamaram ainda mais e agora temos um Universo DC sem ousadia, sem um toque diferente em relação aos outros filmes de super-heróis.

Outro dia passeando pela Internet encontrei um comentário muito interessante sobre Batman vs Superman que dizia o seguinte: “Neste filme, vemos a humanização de ícones. E rapidamente rejeitamos. Porque não conseguimos aceitar heróis que tem vontade-própria.” As pessoas enxergam Luke Skywalker, Batman e Superman, como seres perfeitos, sendo que se eles fossem realmente perfeitos, eles não seriam interessantes. Eles são tão humanos quanto nós.

Eles também são suscetíveis ao erro, à falha, ao fracasso, como todos nós. Abordar a realidade no cinema é errado, mas a verossimilhança é algo essencial na ficção. É o que realmente nos conecta com os personagens. Isso incomoda muitos, pois lidamos com tantos problemas, que quando vamos aos cinema, queremos relaxar e esquecer da realidade, não é errado querer escapismo leve e inocente, mas é errado querer uma personagem hoje com a personalidade de 40 anos atrás. Personagens de uma faceta não vivem para sempre, mas as de múltiplas, a elas pertencem seu lugar à eternidade no imaginário da cultura pop.

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Bright: A falsa mensagem de David Ayer

Ao se deparar com a premissa de Bright, novo filme do diretor David Ayer em parceria com o astro Will Smith, é quase impossível não compará-la com a de Distrito 9 (2009), dirigido por Neill Blomkamp. É visível o objetivo de Neill em discutir questionamentos sociais e, principalmente, humanitários, quando se coloca aliens e humanos juntos na Terra, onde os extraterrestres são completamente oprimidos e segregados da humanidade em uma metáfora que retoma o Apartheid e outras divisões existentes atualmente. Usando essa mesma estrutura, Ayer utiliza sua fantasia misturada com ficção, tentando trazer debates semelhantes entre orcs, elfos e humanos, porém, diferente de suas inspirações, o filme joga fora várias oportunidades em construir um discurso inteligente e sério, se perdendo na ação excessiva e na maldita necessidade de colocar seu astro hollywodiano em cada frame.

Will Smith sempre foi uma peça importante para seus filmes. Sua presença de tela incrível aliada a suas próprias habilidades de atuação e conseguir extrair diversas emoções dos personagens foram alguns dos motivos que o fizeram a ser o grande ator que é. Infelizmente, as vantagens do ator acabam caindo na péssima prática publicitária de diretores e produtores em colocarem seu rosto em cada momento do filme, em pôsteres e publicidades, apagando outros personagens e até atrapalhando o ritmo da própria história. E, enquanto seu personagem, Scott Ward, consegue transmitir a mensagem necessária ao público, do policial negro que está em constante luta diante da exclusão de seus companheiros, a falsa necessidade atrapalha o desenvolvimento de Joel Edgerton, que deveria ser mais reconhecido.

Não só por seu excelente trabalho em caracterização como orc, mas a atuação timída e ao mesmo tempo cômica traz bastante receptividade entre Nick Jakoby e o espectador. A dinâmica entre a dupla Smith e Edgerton funciona e impressiona pela proximidade, mas, como dito excessivamente no parágrafo anterior, Jacoby poderia ter tido um desenvolvimento mais inteligente de certa forma. Se o filme está se vendendo o tempo inteiro como a exclusão de orcs dentro da sociedade e, do protagonista, dentro da polícia, faltou grande tempo de tela e demonstrações por parte do roteiro.

Como mistura de gênero: sci-fi, fantasia, ação e até comédia, Bright está frágil nessa relação. No sci-fi, David Ayer flerta bastante e em quase todos seus discursos fala sobre as questões que estão na trama, mas se elas só são refletidas numa introdução que deixaria Zack Snyder orgulhoso, além da trilha sonora, sem mais nenhuma exemplificação nítida, estas se tornam fracas, rasas e desinteressantes. Na fantasia, orcs e elfos têm uma maquiagem exuberante e detalhista, só que a representação por meio das atuações é pífia e chega até ao ridículo de elfos fazerem piruetas excessivas. Há outro flerte que é o dragão, sem nenhuma menção anterior, em um rápido plano geral desnecessário e que falha na tentativa de ambientação.

O diretor, entretanto, não chega a decepcionar em todos os gêneros. Como ação e comédia, Bright é extremamente agradável. Não é repleto de piadas isentas de graça e sem timing, há várias passagens que despertam facilmente o riso, principalmente pela dupla protagonista que tem os melhores diálogos. Em um feito muito parecido com Esquadrão Suicida (2016), a ação bem feita e produzida por Ayer é frenética e de difícil acompanhamento pela edição defeituosa, mas traz um efeito violento eficiente – remete aos filmes de gângster.

Bright é muito mais o flerte de seu diretor do que filme de “ficção com ação”. Apesar de ter uma excelente dupla como protagonista, suas decisões desperdiçam oportunidades complexas e promissoras, deixando as mensagens apenas nos discursos promocionais de sua equipe. Ao final, há um pequeno gancho para uma possível continuação, e que isso aconteça! Porém, com outros caminhos a serem percorridos, já que esse universo parece muito rico e, se for explorado corretamente, poderá se tornar uma das melhores produções da Netflix.

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Viva: A Vida é Uma Festa: A arte como ela deve ser

A Disney/Pixar já provou várias vezes a sua habilidade em conseguir conquistar o público infantil, adulto e até mesmo idoso. E essa conquista não é por acaso, já que o trabalho feito pelo estúdio sempre teve esse objetivo. A forma como as história são infantilizadas e contadas de um jeito leve e sutil, mas sem perder a seriedade ao tratar de perspectivas sociais, é o grande trunfo da Disney/Pixar desde os dias de hoje. Provando-se mais uma vez competente, o novo trabalho do estúdio: Viva: A Vida é uma Festa, discute bastante todas as visões da arte em nossas vidas; sua obsessão, admiração e seu prestígio no mundo; cercada pela premissa do menino Miguel, que tem o sonho de ser músico um dia, dentro da família onde a música é proibida.

Todo o primeiro ato é pautado por essa premissa, que trabalha vários traços da cultura mexicana no Dia dos Mortos, suas tradições e crenças.  Não sendo um mexicano, não há como afirmar se o que nos foi apresentado está recheado de clichês do país, mas em se tratando do ponto de vista puramente estético, há um ótimo trabalho técnico no design criado em Viva. Vários lugares recheados de cores e vida; repare nas bandeiras, no figurino dos personagens e nos próprios edifícios e cemitérios; o som criado pelos violões sempre usado como pano de fundo; e as imagens remetentes a comemoração dos mortos trazem para o ambiente algo de grande valor representativo.

Após um grande aprofundamento dentro da cultura mexicana, o filme vai para um lado mais fantasioso quando Miguel entra no mundo dos mortos. Todos os esqueletos que ele vê estão lá, comemorando com suas famílias vivas, impossibilitadas de os verem, mas acreditando que eles estão com elas. Com isso, o longa nos introduz a perspectiva dos mortos com o mundo atual sem perder a leveza e a graça, além de conseguir encaixar os próprios questionamentos de sua história: a influência da arte na vida, segregação e prestígio social no pós-vida.

Adrian Molina e Matthew Aldrich, roteiristas de Viva, além de criarem uma mitologia própria baseada em acontecimentos reais, conseguem criar personagens engraçados, interativos e profundos. Tudo o que vai sendo apresentado ao Miguel: conhecer e reencontrar familiares já falecidos que mantiveram, por várias gerações, o seu desprezo pela música e tradições, faz reconhecermos valores de nossas próprias famílias. A curiosidade de saber o porquê da criação de alguma tradição por meio de seus antigos parentes talvez seja o desejo ínfimo de alguém.

Enquanto todas essas cenas se mostram bem próximas ao público, a aventura passada por Miguel chega a nos emocionar em várias horas. Os conflitos vividos durante todo o desenvolvimento da narrativa parecem cair, às vezes, para o simples imaginários fantasioso de seus criadores, mas sempre há aquela peça da Disney/Pixar em que o background do protagonista é destrinchado para ser usado em várias causas e consequências dentro da história: Miguel e Héctor precisam cantar em um show de talentos; Miguel entra no mundo dos mortos por um violão; o passado de sua família foi marcado pela a música, entre outras. Por causa disso, a aventura sempre é pautada pela música e a arte como essenciais para a vida de seus personagens.

Musicalmente, a trilha sonora de Viva: A Vida é Uma Festa empolga dentro de seu próprio visual, tem partes interessantes e vívidas, além de ser importante na introdução e no desfecho de personagens, porém tende a ser mais memorável pela mensagem do que como música em si. Detalhe nos enquadramentos das mãos quando tocam nas cordas dos violões, a riqueza de detalhes impressiona.

Viva: A Vida é Uma Festa finaliza com uma mensagem esperançosa e realmente prova como a arte transforma nossa vida na festa que ela deve ser. Em uma das cenas mais emocionantes que o estúdio nos proporcionou desde o início, seu filme se encerra demonstrando que aqueles que já foram sempre serão lembrados por nós, seja por meio de nossas lembranças ou por meio da arte: o instrumento mais poderoso que podemos ter.

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31 easter-eggs e referências em Liga da Justiça

Liga da Justiça, o quinto filme do universo compartilhado da DC, já está em cartaz em todos os cinemas do país. O longa é cheio de referências e easter-eggs, deixando vários fãs empolgados com as menções presentes nos filmes.

Este post terá o objetivo de listar as principais pistas e referências aos quadrinhos em Liga da Justiça.

Atenção, essa matéria irá entregar toda a trama do filme, caso você ainda não tenha assistido, é aconselhável assistir primeiro e depois voltar aqui.


1-Gotham sombria

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Logo no início do filme, quando Batman está perseguindo um ladrão para atrair um Parademônio através de seu medo, é possível reparar que a ambientação de Gotham está muito parecida com a da trilogia Arkham  dos games e com a sua versão dos quadrinhos. A cidade está bem fiel ao material original, tendo os famosos prédios iluminando o céu e fumaças por toda a cidade, com um clima sujo, frio e sombrio.


2-Janus

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Ainda em Gotham é possível reparar um edifício com o letreiro em caixa alta escrito ”Janus”. Janus Cosméticos. É a empresa que Roman Sionis, o Máscara Negra, assumiu após a morte de seus pais. 


3-Eles retornaram ao seu planeta?

Bowie e Prince

Na introdução do longa situada em Metropolis, a câmera passa em frente a uma banca de revistas, dando close em um jornal do Metropolis Post, onde é possível notar uma comparação do Superman com os artistas David Bowie Prince. Logo ao lado da imagem, tem outra foto com os dizeres: ”Citywide Crisis” que em tradução livre seria algo como: ”A grande cidade está em crise”, fazendo referência direta as várias sagas da DC envolvendo ”Crises”.


4-“Você pode falar com peixes?” 

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Quando Bruce Wayne vai atrás do herói para tentar integrá-lo a Liga, o atlanteano acaba recusando de primeira falando que não tem poder nenhum. Como provocação, o homem-morcego questiona: ”Arthur Curry, estou sabendo que você pode falar com peixes”. A piada não é nova, pelo contrário, ela existe desde a época do desenho SuperAmigos, no qual, Aquaman era motivo de zoação por suas ações cometidas na animação.


5-Aquaman badass

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O Aquaman de Jason Momoa é mais do que um simples herói que sabe falar com os peixes… ele é literalmente, o soberano dos sete mares. Durante uma cena em que o vigilante submarino salva um pescador, o personagem leva o homem até um bar mais próximo.

Nisso, Arthur pede uma bebida, que acaba ficando na conta do pescador. Na vida real, Momoa tem uma marca de cerveja chamada Mano Brewproduzida pela Guinnes, que aparece em todas as cenas do bar presentes no longa, inclusive, na já citada.


6-Uma noite chuvosa cheia de produtos químicos…

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A origem de nenhum herói é aprofundada em Liga da Justiça (a não ser a do Ciborgue), porém, isso não impede que menções sejam feitas no decorrer de sua trama. Enquanto desenterra o Superman, Barry Allen ao lado de Victor Stone, começam a debater sobre como ganharam seus poderes. Barry menciona que um dia, um raio caiu em uma prateleira cheio de produtos químicos, que acabou caindo em cima de si. É exatamente assim que o Velocista Escarlate ganha as suas habilidades de supervelocidade nos quadrinhos e em outras mídias.


7-Cemitério Maldito

Na mesma cena citada anteriormente, Barry fala que tem medo que o Superman retorne de uma foma parecida com Cemitério Maldito, filme em que animais já falecidos, retornam a vida de uma maneira mais agressiva e sem conhecer os seus antigos donos. Mais pra frente, no retorno do herói, ele acaba voltando a vida mais violento e sem reconhecer os seus amigos, então, Flash menciona mais uma vez o clássico do terror.


8-Uma loja do diabo

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No momento em que Bruce irá recrutar o Barry para a Liga da Justiça, existe vários monitores em seu esconderijo, e um deles, está passando um episódio de Rick and Morty denominado de ”Uma Loja do Diabo”.  Rick and Morty é um desenho para maiores, que mostra o cotidiano de um cientista e seu neto através de várias aventuras.


9-Black Pink

Na mesma cena mencionada no tópico anterior, o velocista escarlate está ouvindo a banda de K-Pop, Black Pink, através de seus monitores.


9-Força de Aceleração

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Quando está prestes a entrar no carro de Bruce Wayne, Barry menciona que a sua supervelocidade vem de um lugar que ele mesmo denominou de Força de Aceleração. Nos quadrinhos, o elemento  é um campo de energia que garante a todos os velocistas o seu poder. 


10-”Eu irei provar a sua inocência”

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Existe um diálogo lindo na prisão entre Barry Allen Henry Allen, o seu pai. Dentre vários dizeres, existe uma que chama bastante atenção. ”Eu irei provar a sua inocência pai, estou estudando pra isso. Vou te tirar da cadeia”.

Nos quadrinhos, Barry trabalha para o departamento de polícia de Coast City, onde ele é investigador criminal e descobre que o verdadeiro assassino de sua mãe é o Flash Reverso, causando o Flashpoint (para mais informações, clique aqui). No final do filme, o jovem consegue se formar em sua profissão, mostrando seu diploma para o pai falando que agora ele tem um emprego na polícia de Coast City.


11-Linguagens de sinais de Gorilas

Após Bruce Wayne perguntar quais são as suas habilidades para Barry Allen, o herói responde que tem várias, mas uma se destaca, que é ser fluente em linguagens de sinais de Gorilas. A fala é uma clara referência ao Gorila Grod, um dos maiores vilões do Velocista Escarlate.


12-Guerra entre Amazonas e Atlantes

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Em uma determinada cena, o Aquaman menciona que a muito tempo atrás, antes de seu nascimento, os Atlantes e as Amazonas tiveram uma guerra. O dizer é uma referência direta ao Flashpoint, que após voltar no tempo e impedir o assassinato de sua mãe, o herói viaja para uma realidade alternativa que há muito tempo, ambas as raças estão em guerra


13-Planos de Contingência 

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Antes do Superman voltar a vida, Alfred e a equipe mencionam se existe um plano de contingência caso o herói volte do mau e permaneça dessa maneira. Nos quadrinhos, os planos foram criados por Batman, com o objetivo de deter cada heróis da Liga da Justiça caso cada um decida lutar contra o bem.


14-Deuses do Olimpo

Quando Diana vai contar a história do Lobo da Estepe e a sua vinda ao planeta Terra para Bruce, existe um flashback magnífico da história. Nele, vários povos se reúnem para combater o tirano, incluindo os deuses da mitologia Grega. Na cena, Zeus e Ares estão presentes na batalha.


15-No dia mais claro, na noite mais densa…

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FINALMENTE OS LANTERNAS VERDES FORAM INSERIDOS NO UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO DA DC! Depois de muita espera e rumores, na cena do flashback, um Lanterna-Verde alienígena está ajudando a expulsar o Lobo da Terra, mas infelizmente, o mesmo acaba morrendo e seu anel vai em direção ao espaço na procura de um novo portador.


16-”Fala pra mim, você sangra?”

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Depois de ressuscitado, Superman vai em direção ao Batman, agarra o homem-morcego no pescoço e pergunta: ”Diz pra mim, você sangra?” A frase é a mesma utilizada por Batman em Batman VS Superman quando ambos do heróis se encontram pela a primeira vez.


17-”Conheci um homem que adoraria pilotar essa nave”

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Quando toda a Liga (menos o Superman) está reunida na bat-caverna, a Mulher-Maravilha observa o jato da equipe, então ela menciona: ”Conheci um homem que adoraria pilotar essa nave”, que é ninguém mais ninguém menos, que Steve Trevor, o homem que a princesa de Temiscira amou durante a primeira primeira guerra mundial.

Mais a frente, Bruce Wayne fala do personagem em uma discussão com Diana.


18-Pinguins explosivos

”Sinto saudades quando a nossa maior preocupação era pinguins explosivos” fala Alfred ao homem-morcego fazendo referência ao Pinguim, um dos maiores inimigos do cavaleiro das trevas.


19-”Você vai me amar”

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Na cena em que o Lobo da Estepe vai até Temiscira roubar a caixa materna das amazonas, o vilão fala para Hipólita que todas as amazonas irão amar ele. A frase, é uma possível referência a equação antivida, que tem como poder, controlar todas as mentes que estão ao seu redor, menos a de seus portadores.


20-Superman: O Filme

Após voltar  dos mortos, Clark retorna para a fazenda Kent e logo mais, o personagem usa uma camiseta xadrez, que é idêntica a usada pelo Superman no filme de 1978 em um cenário bem parecido com o da Liga da Justiça.


21-Verdade, Justiça e o modo de vida americano

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Durante a luta final contra o Lobo da Estepe, Superman menciona que é fá da verdade e justiça. Na Era de Ouro, esse era o bordão do herói.


22-Sopro congelante 

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Depois de muita espera, o Homem de Aço finalmente usou seu sopor congelante em um filme do universo cinematográfico da DC! Em Batman vs Superman, o herói quase usou a sua habilidade, mas, apenas em Liga da Justiça, tivemos um vislumbre do poder.


23-Dostoievski

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Após salvar uma família russa no ato final, o Flash acena para a garota da família e diz: ”Dostoievski”. Fiódor Dostoiévski é o nome de um renomado autor russo nascido no ano de 1821.


24-Liga da Justiça

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Em 17 de Novembro de 2001, estreava o desenho da Liga da Justiça em território americano. 16 anos depois, na mesma data, a adaptação cinematográfica da equipe chega aos cinemas nos Estados Unidos. Linda homenagem não? A última cena dos heróis reunidos na Rússia, também lembra a posse clássica dos personagens na animação.


25-Booyah!

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Quando está ganhando um upgrade pelo seu pai no final da trama (que por sinal, lembra muito o seu visual dos quadrinhos com o clássico emblema no peito), Ciborgue fala: ”Booyah!” Expressão clássica usada pelo personagem na animação Jovens Titãs e na recente Jovens Titãs em Ação.


26-Clássica cena da camisa se abrindo

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No ato final, quando Clark vai vestir o traje do homem de aço, o personagem entra em um beco arriando a sua camiseta, que mostra o logo da Esperança. Nos quadrinhos, o personagem vive fazendo isso quando tem algum perigo por perto.


27-Mulher-Gato

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Quando a vida dos heróis voltam ao normal, Diana impede um roubo que estava acontecendo em um museu na Europa. Mas, ao fundo, tem um detalhe muito curioso. Uma bela jovem está sendo presa por um grupo de policiais enquanto a Mulher-Maravilha está colocando em um caixote, uma estátua de gato. Seria uma pequena participação da Mulher-Gato para futuras aparições?


28-Por Darkseid!

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Quando o Lobo da Estepe vai tentar dominar o planeta Terra no passado, o tirano menciona que está fazendo aquilo por Darkseid, seu sobrinho e regente de Apokolips. Já, no ato final, o tirano diz: ”Tomarei meu lugar entre os Novos Deuses”. Os novos deuses são categorizados assim todos os habitantes dos planetas Nova Gênese e Apokolips.


29-Sala da Justiça
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Em uma das cenas finais, Bruce Wayne abre a antiga mansão Wayne com Alfred e Diana dizendo que colocará uma grande mesa redonda ao centro, com seis cadeiras ao redor. Então, a Mulher-Maravilha fala que deve ter mais cadeiras para futuros membros. A cena faz uma clara referência a Sala da Justiça, a sede oficial da Liga da Justiça.

30-Superman e Flash

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A primeira cena pós-créditos do filme é um grande fan-service. Nela, Superman e Flash apostam uma corrida até o Pacífico de uma maneira bem divertida. O momento é bem comum nas mídias, onde os dois heróis vivem apostando corrida para ver quem é o mais rápido.

31-Precisamos montar a nossa própria Liga…

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Já na segunda cena pós créditos, Slade Wilson, Exterminador, se encontra com Lex Luthor em seu Iate particular. Após tirar seu capacete, onde podemos ver o visual do ator Joe Manganiello como o mercenário, Luthor menciona que agora que o mundo conhece a Liga da Justiça, eles têm que montar a própria Liga. A frase é referência direta a Liga da Injustiça, um grupo formado apenas por Super-Vilões.

Esses foram os easter-eggs encontrados, vigilantes, reparou em mais algum que não está na lista? Comente! Até a próxima e com grandes… droga, estou atrasado na investigação de um assassinato, thau!

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Liga da Justiça: Uma carta de amor ao heroísmo

Logo em seus minutos iniciais, Liga da Justiça desponta como o filme mais maduro do DCEU até então, utilizando uma metalinguagem que vai da ansiedade e do medo sentido pela sociedade, extremamente presente em obras como o Senhor Milagre de Jack Kirby, até a falta de esperança proposital porém não aceita em Batman vs Superman em uma abertura extremamente dinâmica ao som de Everybody Knows. Essa aceleração, por um lado significa algo bom, pois tem um ritmo divertido de se acompanhar, por outro lado, significa algo ruim, pois com isso, temos personagens subdesenvolvidos. 

A sorte de Liga da Justiça é contar com a ótima direção de Zack Snyder, que continua emulando momentos tirados das páginas de quadrinhos, apresentando ótimos conceitos e com o carisma de todo o elenco. Todos podem ser mais esperançosos, mas não estão na mesma sintonia, são personalidades distintas. Batman (Ben Affleck) agora mais altruísta, porém com o sentimento de culpa, o mesmo com a Mulher-Maravilha (Gal Gadot) que precisa se reintegrar ao mundo e fazer parte de uma equipe novamente. A química existente entre os dois principais fundadores é perfeita e às vezes extremamente provocante, mas felizmente sem espaço para um romance desnecessário.

De todos os novatos, certamente o Ciborgue (Ray Fisher) é o personagem mais interessante, Chris Terrio e Joss Whedon conseguiram fazer o que Geoff Johns jamais conseguiu: Integrá-lo naturalmente ao grupo. Todo o arco “homem e máquina” é bem apresentado e se prova um membro extremamente útil. Flash (Ezra Miller) é o personagem que o DCEU precisava. É o alívio cômico e a chave perfeita para destravar o cadeado das audiências. Já Aquaman (Jason Momoa) é o membro menos interessante, mas consegue revitalizar o personagem com toda a personalidade de “lobo solitário”.

Liga da Justiça é um filme decidido, são poucos os momentos em que os heróis precisam brigar entre si e a aprender trabalhar em equipe (como um certo Liga da Justiça: Origem), eles compreendem que o mundo está passando por tempos sombrios e então eles simplesmente vão salvá-lo. É tão direto e não cai no clichê de “precisamos aprender a trabalhar em equipe”, eles já são uma equipe, apenas não sabem disso, mas trabalham como uma. Os eventos apenas acontecem e esse encurtamento se faz necessário para fugir de certos padrões do subgênero, porém provoca um certo vazio no espectador quanto diz a respeito de desenvolvimento de personagens, principalmente em relação ao Lobo da Estepe que melhora conforme a narrativa, mas não é o suficiente para alcançar o posto de bom vilão, mas funciona nas cenas de ação. Claro que o filme cai em algumas armadilhas do subgênero como piadas em momentos errados e uma trilha sonora extremamente genérica e entediante que prefere permanecer no passado composta por Danny Elfman

Definitivamente, a esperança está viva. 

Tudo o que envolve a figura do Superman funciona perfeitamente nesse filme, a situação do mundo após a sua morte, Martha e Lois Lane, o seu retorno e claro, o próprio Homem de Aço. Agora livre de dúvidas e da moralidade ambígua vista nos dois filmes anteriores, o Superman volta a ser aquilo que todos gostam e não apenas alguns: O escoteiro. A performance otimista, esperançosa e irreverente de Henry Cavill explora todo o seu potencial e fará com que qualquer fã do personagem cinema saia emocionado, tanto os fãs da versão idealizada por Snyder quanto aos fãs mais tradicionais . Na verdade, é difícil algum fã não se emocionar quando a equipe se une, ou quando certos momentos considerados galhofas os quais você pensava que jamais veria em uma tela grande acontecem. 

Liga da Justiça é um gibi amassado que você pega na banca, mas quando começa a folheá-lo e vê que é o único que resta, você simplesmente não quer esperar mais uma semana e voltar para comprá-lo em melhor estado, pois já está satisfeito o suficiente com o que tem em mãos e mal pode esperar pela próxima edição. É uma carta de amor ao heroísmo.