Maio chegou e trouxe mais novidades para os usuários do Star+. De Missão Impossível a La La Land, tem produções para todos os gostos. Destaque também para a estreia de Bel-Air, série baseada no curta de 2019. Confere a lista abaixo:
04/05
Law & Order: Organized Crime
06/05
Missão Impossível Missão Impossível 2 Missão Impossível 3 Missão Impossível – Protocolo Fantasma Missão Impossível – Nação Secreta Missão Impossível – Efeito Fallout
Top Gun
Minha Super Ex-Namorada
Regras Não Se Aplicam
A Caldeira do Diabo
Ronaldo
Os Reis da Sua
Ano Um
O Rei da Comédia
O Intruso
Mike and the Mad Dog
11/05
Dollface (Segunda temporada) It’s Always Sunny in Philadelphia
Justiça por Malik Oussekine
Escravidão – Uma História de Injustiça (Primeira temporada)
Criminal Minds: Beyond Borders (Segunda temporada)
Cobra (Segunda temporada)
Britannia (Terceira temporada)
13/05
Los Angeles – Cidade Proibida
O Negociador
Era uma Vez na América
Perseguição em Alto Mar – Espécies em Risco La La Land
18/05
Bel-Air (Primeira temporada)
Férias na Prisão (11°temporada)
Real Housewives of New Jersey (11° temporada)
Real Housewives of Orange County (15° temporada)
Real Housewives of Atlanta (12° temporada)
Real Housewives of Beverly Hills (Nona temporada)
Real Housewives of New York (12° temporada)
Loyal (Primeira temporada)
Bless the Hearts
S.W.A.T.
20/05
Vale Night
Casal de Fachada Crepúsculo Crepúsculo: Lua Nova Crepúsculo: Eclipse Crepúsculo: Amanhecer Parte 1 Crepúsculo: Amanhecer Parte 2
Vovó…Zona
Vovó…Zona 3: Tal Pai, Tal Filho
O Sentinela
Endiabrado
O Cliente
Assassinos por Natureza
Flores de Aço
Crô em Família
A Vilã (AKA Aknyeo)
JFK
25/05
O Que Você Não Sabia Sobre o Humor Brasileiro
The Thing About Pam
Million Dollar Listing: New York (Nona temporada)
Nasdrovia (Segund temporada)
The Masked Singer (Quinta temporada)
The Next Thing You Eat (Primeira temporada)
Seven Types of Ambiguity (Primeira temporada)
27/05
O Destino de uma Nação
Agora é preparar a pipoca para fazer aquela maratona caprichada no Star+.
Finalizada em 2014 e com nove temporadas, ‘How I Met Your Mother’ acabou deixando um vazio no coração de todos os fãs. Afinal, que não gostava de acompanhar o querido Ted Mosby e suas aventuras amorosas? Enfim, por mais que seus dois últimos anos tenham deixado a desejar e com um final que até hoje divide opiniões, o título marcou a vida de muita gente e deixou seu legado na televisão norte-americana, junto com muitas outras sitcoms populares.
Na tentativa de manter o título vivo, logo em 2014, surgiu a ideia de um derivado dela. Intitulado de ‘How I Met Your Dad’, o spin-off contaria com Greta Gerwig no papel principal (exatamente, a diretora de Lady Bird e Adoráveis Mulheres) e acompanharíamos uma trama semelhante a de Ted, onde a protagonista teria acabado de terminar seu casamento e iria aproveitar a vida de solteira na cidade de Nova York – enquanto descreve toda a jornada para o seu filho.
Um piloto desse derivado chegou a ser gravado, porém foi recusado em sua exibição teste. De acordo com a emissora que iria exibir o show, os elementos em tela não funcionavam e o projeto foi engavetado. Por fim, o streamingHulu deu uma chance para a ideia que este derivado tinha e, assim, nasceu ‘How I Met Your Father’.
Em ‘How I Met Your Father’ acompanhamos Sophie, uma fotógrafa interpretada por Hillary Duff, em sua jornada amorosa durante 2022, a época dos aplicativos de relacionamento, tal como o Tinder. E, claramente, estamos descobrindo sua história através de sua narração para o seu filho, alguns anos no futuro. Bem semelhante ao original e o que veríamos no spin-off que nunca foi ao ar.
Realmente, é difícil esperar que uma série derivada mude sua estrutura e se diferencie da original – entretanto, não fazer isso é o que mais prejudica o andamento de HIMYF. Desde o seu início, onde acompanhamos a protagonista ligando para o seu filho até a narração e os momentos cômicos são semelhantes ao título anterior. O que muda, de fato, é que a história sofreu uma atualização com as tecnologias disponíveis atualmente: ou seja, os encontros por aplicativos e a presença de redes sociais marcam as piadas executadas durante os episódios.
Essa é uma tentativa válida de reconquistar o público que era fã da série original, porém acaba que em seus quatro primeiro episódios a série não passa de uma cópia atualizada da mesma e não consegue ter o seu destaque. Os protagonistas não apresentam nenhuma química entre si e nem carisma com o telespectador, além de apresentaram um desenvolvimento superficial e genérico. Não só isso, todo o humor da série é algo sem sal, que no máximo faz com que você solte um sorrisinho envergonhado.
Esse acaba sendo o grande problema de How I Met Your Father: ela gira tanto em torno de sua antecessora que esquece de ser original e desperdiça a grande oportunidade que é de aproveitar o ponto de vista feminino sobre sua vida amorosa e toda a temática respeito da era de relacionamentos via aplicativos e por outras tecnologias atuais. Essa falta de ousadia desgasta a série logo em seus minutos iniciais e se isso não for alterado nos próximos episódios, não há futuro que salve essa série.
Bom, como é de costume acontecer em quase toda sitcom, os primeiros episódios de How I Met Your Father deixam bastante a desejar e não conseguem atingir o seu tom. Agora é esperar e torcer para que o título se desenvolva melhor nos próximos episódios e recupere esse início raso, lento e completamente arrastado. Continuarei acompanhando as aventuras amorosas de Sophie por ser um grande fã a série original, obviamente, torcendo para que o título melhore no decorrer de sua primeira temporada.
Agradecimentos especiais a Star+, que disponibilizou os quatro primeiros episódios para a Torre de Vigilância. How I Met Your Father entrou no catálogo do serviço de streaming no dia 9 de Março e, até a atual data, tem três episódios disponíveis.
As vidas de Pamela Anderson e Tommy Lee sempre foram fora da realidade. Devido as personalidades de ambos, além de claro, os seus níveis de fama; os artistas ficavam na mira da mídia corriqueiramente; gerando um estudo para compreender suas vidas e trabalhos.
Entretanto, em 1995, a rotina do casal mudou drasticamente. Por vingança, uma fita que continha Pam e Tommy fazendo sexo, acabou vazando. Na época, quase toda Hollywood só falava disso; afinal, todo mundo tinha ciência de como uma das maiores atrizes daquele ano se comportava em momentos íntimos ao lado do baterista (e seu marido) do Mötley Crüe (banda de glam metal que foi um fenômeno entre as décadas de 80 e 90).
Atualmente, pode parecer bobo quando uma mídia íntima de famosos acaba vazando, afinal, há muitas estrelas que liberam suas fotos ou vídeos de propósito. Mas, naquele tempo, quando a sociedade era deliberadamente mais conservadora, isto poderia significar o fim da carreira de certas celebridades.
Baseado neste drama e em um artigo da Rolling Stone de 2014, a Disney anunciou a produção da minissérie Pam & Tommypara o HULU (Star+ no Brasil); que mergulharia afundo nesta história e mostraria todas as proporções que a ”tragédia” tomou.
Baseada em uma história real, Pam & Tommy segue o turbulento relacionamento de Pamela Anderson (Lily James), atriz conhecida por seu trabalho na série Baywatch, e de Tommy Lee (Sebastian Stan), baterista da banda Mötley Crüe. O romance começou em 1995, quando os dois resolveram se casar 96 horas (ou quatro dias) depois de terem se conhecido. No mesmo ano, o casal estampou tablóides do mundo inteiro com uma sex tape de sua lua de mel que acabou roubada e distribuída para o público pelo ex-ator pornô Michael Morrison (Nick Offerman) e seu amigo Rand Gauthier (Seth Rogen). Primeiro vídeo viral de todos os tempos, a tal gravação desencadeou um dos maiores escândalos sexuais da década de 90, lembrado até hoje. O vazamento da fita afetou imediatamente a carreira de Anderson que ficou marcada pelo escândalo e reduzida apenas a uma sex symbol, sendo sempre oferecida papéis que focavam em sua sensualidade. A empresa responsável pelo vazamento foi processada por Pamela e Tommy, resultando em um acordo confidencial que permitiu ao Internet Entertainment Group veicular, novamente, a fita para assinantes de seus sites.
Pam & Tommy iniciada com o pé direito de imediato. Os seus primeiros minutos contextualizam o que está por vir de forma sutil e inteligente. Sem ser maçante, como o início de diversas produções baseadas em fatos reais são, a minissérie apresenta os personagens principais de forma rápida e satisfatória.
O desenrolar da trama ao longo de oito e bem dirigidos episódios dá algumas voltas, mas são necessárias para mostrar todos os pontos de vista dos principais indivíduos que se envolveram na polêmica; sem deixar nenhuma ponta solta. Em determinados momentos, o ritmo oscila entre situações amenas e tensas, causando um desconforto e conforto imersivo.
Sua trama bem desenvolvida e escrita puxa o telespectador para dentro das psiques dos personagens, sendo possível criar empatia com cada um deles; mesmo com aqueles que causam problemas para cidadãos alheios. Pam & Tommy permite que não exista nenhum culpado e vítima, uma vez que ela explora a natureza humana em momentos de tensões e euforias.
Lily James como Pamela Anderson e Sebastian Stan como Tommy Lee em Pam & Tommy.
Mesmo com os elogios referentes à sua história, a cereja do bolo de Pam & Tommy está nas atuações de seus protagonistas. A minissérie distribuiu o destaque para três personas: Pamela (Lily James), Tommy Lee (Sebastian Stan) e Rand Gauthier (Seth Rogen), sendo o Rand responsável pelo vazamento. Os trabalhos de maquiagem e figurino excepcionais (e minuciosos) colaboram para trazer os anos 90 de volta aos anos 2000, além de carregar uma caracterização digna de elogios.
Seth entrega uma atuação ingênua e astuta. Ao corporificar Gauthier, empreiteiro que após ser demitido injustamente por Lee , decidiu roubar um cofre em que a fita sexual estava (e posteriormente divulgá-la na internet), Rogen mistura sua essência cômica com uma abordagem dramática típica de ”um homem fracassado”, mas que mesmo não tendo nada na vida, não se esforça para subir os degraus das ”oportunidades”.
Já, Lily James incorporou Pamela Anderson por completo. A atriz faz um trabalho espetacular como a ex-estrela de S.O.S, que vai desde mudanças na entonação de sua voz, até modificações em seu jeito de andar. Lily não só convence Anderson, como nasceu para o papel devido suas semelhanças com Pamela. Sem sombras de dúvidas, é o melhor e mais notório papel de sua carreira. Outro ponto positivo, está em sua interpretação crítica quando a infelicidade vem à tona. O seu choro, desespero e ansiedade são tão reais, que James dá a impressão de que é ela quem está passando por aquelas situações, e não uma personagem.
Tommy Lee possuiu Sebastian Stan. É inacreditável a tamanha fidelidade com o ego de Tommy que Sebastian trouxe à sua atuação. O ator é o grande trunfo de Pam & Tommy, sendo ele o grande colaborador do seu humor ácido e dinamismo. Muitos atores, quando vinculados com grandes projetos de super-heróis, o público tende a identificar o cidadão como o personagem que ele interpretou em todo papel de sua ocupação. Contudo, com Stan será diferente; agora, tornar-se-á quase impossível vê-lo como Soldado Invernal novamente, visto que em seus futuros trabalhos ele será reconhecido apenas como Tommy Lee por boa parte de seus fãs.
O comportamento de Sebastian Stan está tão acima da média, que durante o desenrolar dos capítulos de Pam & Tommy, é praticamente impossível reconhecer o ator. Têm-se a sensação de que a equipe de produção contratou Tommy Lee para interpretar ele mesmo, e não outra pessoa. A conduta do baterista diante uma situação desagradável é totalmente oposta de sua esposa, trazendo ainda mais imersividade para a obra.
Não há um defeito sequer em Pam & Tommy. Sua qualidade em tudo que propõe, leva a minissérie para além de todos os elogios cabíveis neste texto. É impressionante como ela diverte e entretém com sua comédia adulta usando como foco uma ocasião repleta de altos e baixos na vida real.
Nota: 5/5
Infelizmente, por se basear em um texto, Pam & Tommy não teve o aval de Pamela Anderson para ser produzida. Até os dias atuais, a atriz é atormentada pelos acontecimentos. Esperamos que sua série documental na Netflix seja tão excelente quanto e que ela consiga papéis relevantes novamente!
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The Boys, série de humor ácido do Prime Video que possui duas temporadas, caiu no gosto popular e se transformou em um verdadeiro fenômeno devido a sua excelente qualidade. Piadas de baixo calão, gore (violência gráfica), história minuciosamente elaborada e personagens carismáticos são os fatores que contribuíram com o sucesso do seriado. Entretanto, o seu universo, apesar de rico, não era fortemente explorado como merecido. Até então, isso pode parecer uma dor, mas a Amazon usou a angústia ao seu favor e transformou aquilo que era uma incógnita em diamante.
Anunciado sem aviso prévio há três meses, The Boys Apresenta: Diabólicos foi concebido com um único intuito: explorar mais afundo a mitologia dos personagens da Dynamite Entertainment. Todavia, felizmente Diabólicos usufrui de artimanhas delirantes para contar suas histórias antológicas, fazendo jus ao seu primeiro nome: The Boys.
Com uma vasta equipe criativa, The Boys Apresenta: Diabólicos trás grandes nomes em sua produção interna, tais quais como Seth Rogen, Awkwafina, Justin Roiland e Andy Samberg, que servem com peças centrais e únicas para a criação de cada episódio.
Reprodução: Prime Video.
Uma série de animação antológica que é um spin-off de The Boys ambientada no mesmo universo do seriado original, Diabólicos explora um mundo onde os super-heróis abraçam o lado mais sombrio da fama, centrando-se num grupo de vigilantes, conhecidos como The Boys, que se propõe derrubar, precisamente, super-heróis corruptos.
Por se tratar de uma antologia, as mentes por trás The Boys Apresenta: Diabólicos possuem uma vasta liberdade criativa, podendo levar cada história para uma jornada alucinógena nunca antes explorada em qualquer filme ou série.
São oito capítulos no total, que não se amarram em um universo já estabelecido para narrar seus os contos. Cada episódio apresenta um ponto de vista diferente perante o mitologia de The Boys. As histórias inovadoras e nem um pouco enjoativas de Diabólicos prendem o telespectador até os seus últimos segundos. Nada se repete ou é parecido dentro da obra, trazendo estilos de animações para todos os gostos.
As durações dos capítulos oscilam entre quatorze e treze minutos, sendo essenciais para determinar o que está eles estão apresentando. Seus ritmos também não deixam a desejar, uma vez que não se apressam devido a sua curta durabilidade, mas também não se delongam com a intenção de tirar leite de pedra.
Imagem do terceiro episódio intitulado de Eu sou seu Traficante.
Diabólicos não apresenta um episódio melhor que o outro, e muito menos, um pior que o outro. Todos os fragmentos, apesar de únicos, mantém a mesma linha de qualidade. É perceptível o cuidado que o Prime Video teve ao decidir produzir a série, quando ela poderia facilmente cair em seu próprio limbo de banalidade por se tratar de uma antologia.
A criatividade entrelaçada com o seriado é o seu ponto chave. Há diversas causas inovadoras e mitológicas que o espectador sequer sonha que The Boys Apresenta: Diabólicos aborda. Se distanciando de outras produções corriqueiras, algumas revelações bombásticas não são apresentadas em seu prelúdio ou epílogo, mas sim, ao decorrer que os capítulos avançam em suas tramas.
A ótima experiência que Diabólicos traz é apresentada antes mesmo de suas fábulas sequer serem iniciadas, e Terror, o cachorro de Billy Bruto, é o responsável por isso. Sem mais detalhes que para futuras experiências não sejam estragas, muitos abriram um sorriso quando forem presenciar os atos de Terror.
Diabólicos não se difere de The Boys ao contar com críticas sociais em sua composição. Entretanto, o derivado opta por apresentar temas importantes de formas mais cômicas com um pouco de drama, provando que é possível ”arrancar” pensamentos mais íngremes diante de quem estiver assistindo a respeito de temas que afetam a sociedade moderna constantemente.
Imagem do segundo episódio intitulado de Um curta animado onde alguns super zangados matam seus pais.
Diabólicos é um admirável começo para a expansão de The Boys, no qual mantém a sua essência ao mesmo tempo que introduz elementos originais. Com a vastidão que Diabólicos carrega, há a possibilidade do seriado animado ter temporadas infinitas sem se perder dentro de si mesmo.
Nota: 5/5
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Diferente da Netflix, o Prime Video não investe de forma corriqueira em séries animadas. São poucos os seriados animados autorais presentes em seu catálogo. Contudo, os que estão disponíveis, desempenham da atribuição de serem bem feitos ao contarem histórias que o público se sente atraído. Não é diferente com A Lenda de Vox Machina, obra televisiva baseada na criação da empresa Critical Role.
A Lenda de Vox Machina tem tudo que os amantes de RPG apreciam: personagens caricatos condizentes com suas funções, cenários medievais épicos, habilidades originais de cada persona, criaturas folclóricas, inimigos desafiadores e o principal, uma história divertida e pouco complexa, que leva o telespectador para uma verdadeira imersão neste mundo fantástico.
Infelizmente, por não ter tido uma divulgação tão ampla parte do Prime Video, A Lenda de Vox Machina passou despercebida perante diversos assinantes da plataforma. Contudo, a série já foi renovada para a sua segunda temporada, tendo uma nova oportunidade para ‘ficar na boca do povo’’.
Em uma tentativa desesperada de pagar uma guia de barra de montagem, um bando de desajustados acaba em uma missão para salvar o reino de Exandria das forças mágicas das trevas.
A história transita entre os gêneros drama e comédia, mantendo o perfeito equilibro entre ambos os traços sem se perder em seu próprio ritmo. Os dois primeiros capítulos (que servem para apresentar o grupo que dá nome à produção) dão uma falsa sensação ao espectador, que espera o famoso ‘’vilão da semana’’ para se entreter. Todavia, o final do segundo episódio junto do desenrolar do terceiro, apresentam o verdadeiro tema de A Lenda de Vox Machina, que é conduzido através de doze episódios, sem serem enjoativos.
O conto de A Lenda de Vox Machina é sobre vingança e redenção. Por sorte, ele não caí nos famosos clichês dos subgêneros, que sempre buscam soluções fáceis e datadas para finalizarem problemas que assolam os personagens. Aqui, a história é tão bem trabalhada, que ela evolui para algo grandioso ao chegar em seu ápice; mas não deixa de lado a sua principal essência: ser descomplicada.
É perceptível os cuidados que Brandon Auman (showrunner) teve ao adaptar a criação de Critical Role; onde ele optou por trabalhar os principais elementos de um bom RPG, trazendo-os para uma linguagem transparente diante do público leigo.
Reprodução: Variety.
Outro ponto chave de A Lenda de Vox Machina, é a função que cada membro do grupo desempenha sem puxar o protagonismo para si. Devido as habilidades e conhecimentos únicos de cada personagem, todos recebem a mesma dose de protagonismo, tendo o mesmo tempo de tela ao decorrer que os rápidos, mas essências minutos, dos episódios são percorridos.
Por sorte, não há nenhum protagonista tedioso devido a originalidade e carisma de cada um. Ao decorrer da trama, os integrantes entram em uma jornada interna de autodescobrimento, que é feita de forma sutil, mas poderosa, causando uma empatia individual em quem estiver assistindo.
Em dados momentos, o time age como uma única persona, sendo uma amalgama dos seres já estabelecidos. Isto é devido as excelentes interações que Vox Machina tem entre si, compartilhando o mesmo nível de afeto que um tem pelo outro, sem esboçar uma preferência.
Os antagonistas menores, apesar de descartáveis, exercem bem suas funções ao enfrentarem Vox Machina. Seus papéis são semelhantes com os subchefes de videogames, que abalam a estrutura da coletividade, mas são derrotados quando a união decidi se concentrar mais afundo na situação.
Da esquerda para a direita: Vax’ildan, Percival de Rolo, Scanlan Shorthalt, Vex’ahlia, Grog Strongjaw, Pike Trickfoot e Keyleth.
A única complicação que ronda A Lenda de Vox Machina, são alguns diálogos que se estendem mais do que o necessário. As longas prosas servem para elucidar pontas soltas que poderiam facilmente serem mais breves, ou mostradas por meios de ações. Todavia, são poucas as ocasiões que a adversidade dá as caras.
O seriado animado não sofre com capítulos mais enjoativos do que os outros. Todos possuem o mesmo nível de qualidade, ao mesmo tempo que se esforçam para trazer elementos inéditos de seus antecessores.
Seu humor adulto, mas não apelativo, colabora com o desenvolvimento da fábula. O mesmo pode se dizer sobre as cenas violentas recheadas de gore (representação gráfica de sangue e brutalidade), que não são gratuitas como muitos cineastas e produtoras utilizam. Elas influenciam em algumas decisões que os heróis e vilões tomarão.
A Lenda de Vox Machina é um presente aos fãs mais fervorosos de cenários medievais mitológicos, sendo um prato cheio para essas pessoas. Uma produção simples, e com orçamento moderado, é capaz de contar uma história surpreendente quando bem trabalhada.
A Lenda de Vox Machina merece o seu reconhecimento por todo o seu esforço. Todos os capítulos já estão disponíveis no Prime Video.
Nota: 4,5/5
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Após três anos de hiato e dois especiais lançados, Euphoria retornou em 2022 com uma segunda temporada. Criada por Sam Levinson, produzida pela HBO e co-produzida pela A24, a série de drama adolescente conquistou milhares de fãs devido a sua qualidade técnica, história fatal misturada com humor negro e as atuações do elenco principal, como Zendaya no papel de Rue, e Hunter Schafer interpretando Jules.
O primeiro ano do seriado puxa o telespectador para dentro da sua trama celestial, sendo uma temporada surpreendentemente imersiva e espetacular, transformando-se como uma das melhores produções televisivas de todos os tempos. Pouco tempo depois, a série foi renovada para a sua segunda temporada, causando uma verdadeira euforia naqueles que acompanharam de perto a jornada de Rules como um casal (além dos outros dramas envoltos nas construções dos personagens secundários).
Entretanto, lamentavelmente, o segundo ano é assustadoramente inferior em comparação ao seu antecessor. Mesmo com uma direção impecável partindo de Levinson e desenvolvimentos razoavelmente satisfatórios, a segunda temporada de Euphoria é decepcionante.
Zendaya como Rue.
O retorno de Euphoria explora novos lados dos personagens que não tiveram muito destaque na primeira temporada e ainda revela o destino de Rue. Em meio a caminhos entrelaçados, Rue precisa encontrar esperança enquanto tenta equilibrar as pressões do amor, perda e vício.
Afortunadamente, o primeiro capítulo começa com uma grande tensão entre Nate Jacobs (Jacob Elordi), Cassie (Sydney Sweeney), Maddy Perez (Alexa Demie) e Fezco (Angus Cloud), que serve como desenvolvimento e estudo mais aprofundado de personagens até o quarto episódios. Por outro lado, temas importantes e sem soluções introduzidos na primeira temporada são deixados de escanteio e mal aproveitados, tendo resoluções apressadas e pouco atrativas devido aos anseios iniciais de Nate, Cassie, Maddy e Fezco. Mas porque ‘’iniciais’’? Simples, pois os fatores servem apenas para deixar uma falsa adrenalina no telespectador, que posteriormente, também são deixados de lado.
Zendaya continua fantástica como Rue, entregando mais uma vez, uma atuação de respeito. Os seus problemas com entorpecentes (e familiares) são levemente agravados, dado que a trama corrida e desleixada se preocupa mais em ‘’ir pra lá e pra cá’’ com sujeitos menos atrativos, do que se focar em personas interessantes de verdade. Rue ainda é a protagonista, já que é ela quem narra os eventos de Euphoria; porém, possui um desenvolvimento mais raso. Há momentos de positivamente estressantes para a adolescente, mas são solucionados de uma forma indecente.
Se Rue, a personagem mais importante de Euphoria, foi tratada porcamente por Sam Levinson no novo ano, Jules (Hunter Schafer) recebe um zelo ainda pior. Transformada em uma ‘’figurante’’ de luxo, Jules parece acompanhar as ações de seus colegas, sem ter uma identidade própria. A narrativa da garota construída anteriormente não é aproveitada, tirando todo o seu brilho. Por sorte, Hunter segue interpretando Jules com excelência, e graças a atriz, ela não caiu no esquecimento.
O relacionamento de Rue e Jules também não convence. Nos primeiros episódios, ele é bem desenvolvido e podemos ter uma noção de como o casal está se comportando após três anos. Mas posteriormente, é melancólico ver as decisões de Sam perante as colegiais. A introdução de Elliot (Dominic Fike) é razoavelmente boa, mesmo ele sendo um personagem chato. Contudo, quando o garoto decide se ‘’intrometer’’ na relação das personagens principais, resultando em um triângulo amoroso, a mitologia de Rue e Jules perde o seu vigor, acabando em uma convivência amorosa desinteressante.
Através de Nate, Cassie e Mady, a segunda temporada de Euphoria constrói uma bomba relógio imensurável, que quando estoura, não satisfaz as expectativas. Por outro lado, é nítido que estes elementos tiveram um tratamento muito mais abrangente e cuidadoso em relação ao primeiro ano, como por exemplo, o aprofundamento nos problemas familiares de Nate Jacobs (mais especificamente com seu pai, vivido por Eric Dane), que previamente eram vistos com muitos mistérios.
Quanto a Cassie, o progresso em sua depressão é condizente com devaneios mentais que assolam uma grande parte dos adolescentes, que muitas vezes veem refúgio em um namoro abusivo e sem amor para as suas carências psicológicas ou até mesmo, para tentar apagar um trauma da memória.
Já, em relação com Mady Perez, não há nenhuma mudança drástica em sua história. A figura continua com os mesmos traços, não trazendo nenhuma adição interessante para o novo conto de Euphoria.
Maddy (Alexa Demie) e Cassie (Sydney Sweeney).
A trama flerta entre um possível romance entre Fezco e Lexi Howard (Maude Apatow). É satisfatório assistir as interações de ambos, mesmo em segundo plano. Neste caso, é compreensível que o flerte entre eles não foi aprofundado, apenas levemente introduzido, visto que ele deve ser mais explorado no terceiro ano (lançamento previsto para 2024).
Por último, vale mencionar brevemente a participação de Barbie Ferreira como Kat, que foi drasticamente reduzida por Sam Levinson após desentendimentos criativos entre a atriz e o cineasta. Kat foi diminuída para uma personagem enfadonha e desprezível, podendo ser facilmente cortada da obra.
Lexi (Maude Apatow) e Fezco (Angus Cloud).
Entediante de acompanhar, é inacreditável como a classe de Euphoria decaiu em relação ao seu primeiro ano. Não adianta ter uma boa direção com uma fotografia bem feita, quando os pontos chaves da produção são jogados de escanteio. Instintivamente, tem-se a impressão de que não se trata da mesma série devido a baixa qualidade da sua história. Todavia, como mencionado no terceiro parágrafo dessa crítica, Euphoria continua sublime em relação à outros seriados, principalmente com os que possuem juventude como alicerce.
Sem medo de falar sobre sexo, drogas e comportamentos problemáticos, tanto a primeira quanto a segunda temporada de Euphoria dão uma aula de como o fim da juventude para o começo da fase adulta se comporta em jovens mais frágeis. Entretanto, a ‘’fábula’’ moderna não consegue se superar, causando uma grande frustração.
Após o estrondoso fracasso de Esquadrão Suicida (2016) e a redenção do soft-reboot, pelas mãos de James Gunn, com O Esquadrão Suicida (2021), muito se questionava sobre a série do Pacificador. Afinal: “quem precisa de uma série de um personagem B?” É aí que somos supreendidos.
Após os eventos de O Esquadrão Suicida, o Pacificador se vê em uma cama de hospital, se recuperando dos ferimentos de sua luta contra o Sanguinário (Idris Elba). Ainda corroído pela culpa de suas escolhas, ele é chamado para mais uma missão, a mando de Amanda Waller(Viola Davis), para impedir uma invasão alienígena. A trama se desenrola a partir daí. As “borboletas”, esses pequenos seres invasores de corpos de outro planeta, foram criados por James Gunn, exclusivamente para a série.
Trazendo uma abordagem mais cômica e leve do personagem, apresentado pela primeira vez em Fightin’ 5 #40 (1966), Pacificador é uma sátira ao próprio universo dos personagens de quadrinhos, e que não tem medo de soar brega, com collants coloridos e discursos clichês.
Na série, não faltam referências ao universo DC, tanto dos quadrinhos quanto do seu próprio Universo Cinematográfico. Como fã da editora, fiquei muito satisfeito em captar quase todas as referências. Um prato cheio para quem já é inserido a este mundo, mas que se apresenta muito bem aos entusiastas de primeira viagem.
Eu quero o Homem-Pipa na segunda temporada. É isto!
O humor de James Gunn já é conhecido: ácido, cafona e com pitadas de humor politicamente incorreto. Mas, na série, você nota uma maior liberdade criativa, tanto no tom satírico da série quanto na violência gráfica. Esqueça as porradas fofas, aqui, Gunn nos entrega entranhas, tripas e cérebros voando entre as piadas.
Outro destaque fica por conta dos personagens secundários, como o Vigilante(Freddie Stroma), que por muitas vezes rouba a cena. Na versão original oitentista dos quadrinhos, o promotor Adrian Chase, o Vigilante, se torna uma espécie de Justiceiro da DC, quando teve sua família assassinada brutalmente pela Máfia. Ele decide agir, quando vê o sistema judiciário falhar em punir os responsáveis. É interessante notar, a releitura que Gunn fez no personagem, o tornando muito mais interessante e carismático. A química entre ele (Vigilante) e o Pacificador é incrível. Eu não me surpreenderia se o personagem ganhasse um spin-off só dele no futuro.
(Fonte: HBO/Divulgação)
Ainda falando em carisma, a águia Eagly tem seus momentos de destaque, mesmo sendo quase sempre em computação gráfica, é impossível não se apegar ao penoso.
Uma grata surpresa, foi notar que a série não se prende apenas a referências e humor, mas explora o lado emocional dos personagens, como do próprio protagonista. John Cena consegue entregar takes muito emocionantes. Mesmo caricátos, você se compadece de sua dor e traumas por muitas vezes. O cena abaixo, foi o ápice neste quesito, ligando conversas do primeiro episódio. Foi de uma sensibilidade incrível.
(Fonte: HBO/Divulgação)
A série também se esbalda com uma trilha hard rock farofa dos anos 80. Gunn tem um ótimo timing musical para inserí-las no momento certo sem soar cansativo. Mais uma marca registrada dele.
Os personagens de apoio também cumprem muito bem o seu papel, como Clemson Murn (Chuk Iwuji), Leota Adebayo (Danielle Brooks), Emilia Harcourt (Jennifer Holland) e John Economos (Steve Agee). Estes dois últimos, já haviam aparecido em O Esquadrão Suicida (2021). As coreografias nas cenas de ação são bem satisfatórias. Todos da equipe possuem sua ponta de importância, e o tempo de tela de cada um são muito bem dosados. Você simplesmente não se cansa de vê-los em ação, seja do protagonista ao figurante.
(Fonte: HBO/Divulgação)
Além da trama principal, o antagonismo da invasão alienígena é dividida com o Dragão Branco, personagem interpretado pelo veterano Robert Patrick, eternamente conhecido como o androide T-1000, em O Exterminador do Futuro 2. Apesar de não aparecer tanto quanto deveria, dado ao potencial do ator, o personagem cumpre bem o seu papel de ser odiado pela audiência. Afinal, quem não ama odiar um vilão? A série ainda consegue pincelar críticas políticas à extremistas, negacionistas e teóricos da conspiração. Mas não espere nada muito contemplativo.
E como poderia me esquecer do baixinho Mestre-Judoca(Nhut Le), que assim como o Vigilante, rouba a cena com seu collant verde e seu Cheetos picante. O personagem também teve sua versão modificada, para algo que se encaixasse melhor no tom da série. Acho digno resgatar e repaginar personagens esquecidos no leque da editora, que tem uma mitologia riquíssima e ainda pouco explorada nas telas.
(Fonte: HBO/Divulgação)
O número de episódios é satisfatório. Não espere uma trama complexa ou megalomaníaca. Ela é simples, direta ao ponto e na medida certa. Uma curiosidade, é que Gunn escreveu o roteiro em apenas 8 semanas. A estratégia do serviço de streaming do HBO Max também foi acertada: 3 episódios lançados na estreia, e o restante particionado nas cinco semanas seguintes. Creio que isso aumentou a meia-vida da série nas redes sociais. Afinal, nada mais vende do que o velho e bom boca a boca.
(Fonte: HBO/Divulgação)
Nem todas as piadas parecem funcionar muito bem algumas horas. São momentos pontuais, admito, mas a repetição de algumas delas podem cansar algumas vezes. Nada que tire o brilho do produto final. Todos os episódios também contam com cenas pós-creditos. Fique atento! Também, no último episódio, que foi ao ar no dia (17), temos uma grata surpresa, com heróis do time A já conhecidos por nós fazendo uma ponta.
(Fonte: HBO/Divulgação)
Pacificador entrega o que promete. Uma série sincera, divertida e que certamente renderá frutos, não só aos fãs da editora, quanto ao próprio Universo DC. Vida longa a James Gunn e sua visão criativa. E uma boa notícia: A série já foi confirmada para sua segunda temporada e a primeira temporada já está disponível no HBO Max.
Assim como na canção de Joe “Bean” Esposito, “You’re The Best”, feita para o icônico filme que deu início a esse universo, a história se repete; e você é o melhor. Em sua quarta temporada, Cobra Kai retorna triunfando com um refinamento em seu insistente enredo de tramas familiares e muita competição. Agora, Johnny Lawrence e Daniel LaRusso precisam unir forças para ganhar no campeonato sub-18 de All Valley, mas, será que eles terão a maturidade de se unir e vencer de uma vez por todas o Cobra Kai?
Após uma longa jornada, vemos mais uma vez que a conflituosa relação dos dojos está longe de acabar. Porém, mesmo sendo algo que se mantem durante toda a sua exibição, ver esses personagens e seus relacionamentos é revigorante. Nessa temporada, o maior foco foi explorar vínculos e desenvolver personagens que eram esquecidos e pouco lembrados – como o filho de Daniel, Anthony. Esse é o âmago primordial para que possamos ter mais inúmeras produções e continuações dentro de uma estória que, se fosse feita de maneira desatenciosa, não conseguiria nem chegar em uma primeira renovação pela Netflix.
O que também é motivo de admiração, é como muitos dos atores conseguiram evoluir e crescer com seus trabalhos, comparado com períodos anteriores. Em uma cena específica entre Johnny e Miguel, durante o episódio 8 (oito), ambos conseguem cortar o coração do espectador durante a cena mais emocionante de toda a série. E também, todos os outros atores conseguem entrar cada vez mais em seus personagens, algo que definitivamente o roteiro faz com maestria. Também temos a apresentação de novos rostos e já conhecidos nos dojos, como Terry Silver e Devon, que prometem ser as próximas estrelas entre os caratecas.
Ainda falando sobre o seu roteiro, ele sabe muito bem escalar a história, e também como imergir e fazer com que todos possam entrar nesse mundo. A direção também soube como executar essa escrita em uma simbiose perfeita, seja nos timings das piadas, nos momentos de maior impacto, é feita de forma magistral. Mas infelizmente, existem momentos em que ele se perde e foca em tramas secundárias que se podem resolver em apenas um episódio, só que acabam indo até o fim da temporada.
Em relações técnicas, isso é onde a série mais se perde. Sua fotografia ainda parece algo muito cru, pouco trabalho; seu uso de câmera é extremamente simples, e apenas em momentos de luta parece que realmente tem uma atenção maior nesse quesito. Para pessoas que focam nessa parte, podem se sentir incomodadas vendo a série (que tem esse erro continuamente). Seu CGI também é simplório, como efeitos ao dirigir onde é notável uma diferença nas janelas, um sentimento de que parece não ter renderizado direito.
Já em sua cenografia e figurinos, a série entrega em cheio como se fossem personagens, ele consegue adicionar personalidade através das roupas, e também mostrar que os lugares onde os personagens frequentam dizem muito sobre quem são. E para finalizar as partes técnicas, sua trilha-sonora é um ponto incrível, extremamente bem utilizada e coerente com o que a série se propõe.
E com tudo isso, é inegável dizer que Cobra Kai é viciante, cada capítulo te faz querer ver mais e mais, sempre prendendo a atenção em cada parte dos episódios e fazendo com que a história se torne uma completa e entusiasmada atração única. Com o fim de sua temporada, também temos claramente que eles não têm medo de ousar, logo que, o gancho para o futuro é diferente de literalmente qualquer coisa já apresentada aqui. Dos personagens que amamos há tempos, e novos que conseguem deixar uma intriga, é um deleite para qualquer fã. E também, a série consegue mais uma vez trazer críticas sucintas diante de assuntos “modernos”, ao maior estilo vergonha alheia de The Office possível, mostrando como o pensamento antiquado e ultrapassado só serve como deboche.
E uma menção honrosa deve ser feita para a dublagem, que fez um trabalho impecável, e deu uma personalidade mais singular para as personagens, como Lawrence, que se conecta muito com o dialeto brasileiro.
Cobra Kai mostra que conhece como ninguém sua origem, que sabe como cativar o público, e sempre ser aquela série que deixa qualquer um empolgado e completamente obcecado com esse universo. Seu futuro será glorioso, e assim como a canção, ela é a melhor a sua volta. Nada jamais irá abatê-lo.
Após anos, inúmeros fãs pedindo para que um dos mais saudosos heróis do universo da Marvel fosse explorado em um projeto solo, finalmente chegou a vez do Gavião atirar suas flechas. Com seus dois primeiros episódios lançados em 24 de novembro, a série finaliza com seis atos que definitivamente merecem uma bela análise.
Temos que deixar bem claro que a sua fonte de inspiração é totalmente focada na run de Matt Fraction, que foi de 2021 até 2015. Até mesmo a arte de David Aja é relembrada na introdução e nos créditos finais. Com isso, devemos lembrar que em uma década de MCU, a fidelidade com o material original é uma incógnita entre os fãs, mas a forma que se propõe aqui é diferente de tudo já visto em termos de honrar sua inspiração.
Com isso dito, já podemos falar que muitas origens são modificadas, mas que são bem-vindas. Com isso, começamos com a da Kate Bishop, que se liga com os eventos de Os Vingadores, em uma cena que lembra muito o início de Batman v Superman. Lucky, Jack Duquesne, Kazi e Derek Bishop são outros que também tem suas histórias modificadas; mas, algumas ideias criativas aqui podem causar revolta nos fãs. Porém, cada uma das novas invenções mostradas aqui se encontra em harmonia e fazem muito sentido.
Em sua história, o roteiro é fantástico. É difícil tentar definir como ele funciona, mas é uma mescla de uma comédia dos anos 80 natalina com uma trama criminal recheada de ação, coisa que até provavelmente Scorsese gostaria. Todo o desenvolvimento aqui funciona extremamente bem, a relação de Clint com Kate, como o mistério envolvendo a família Bishop e a gangue do agasalho estão conectadas, e como cada personagem está amarrado. Desde o momento inicial até o final, somos cativados por esse mundo que estava sendo muito necessitado nesse universo de deuses e poderes, algo mais pé no chão. Além de que, todo o humor da série acerta em cheio com o dos quadrinhos, e todas suas partes dramáticas também funcionam – uma parte muito bem realizada principalmente pelo remorso do Clint. Mas, infelizmente tem sua parte ruim, que é o desperdício de histórias, não temos muitos aprofundamentos em elementos essenciais dos quadrinhos que poderiam aumentar ainda mais a qualidade da série – e isso é um erro em quase todas produções Marvel, tristemente. Também, a série infelizmente desliza em seu último episódio, sem conseguir de fato atingir toda a glória na qual ele estava quase conquistando. Por mais que seja bom, aquele gosto amargo fica, de que está faltando alguma coisa; e isso se intensifica na pior cena pós-credito de qualquer produção do estúdio.
Já por parte de seu elenco, é digno de salva de palmas. O maior foco é para Hailee Steinfeld, que acertou em cheio ao dar vida para Kate, é uma combinação que até mesmo Kevin Feige disse que não houve teste de elenco. Jeremy Renner continua dando vida para uma adaptação nada fiel, porém divertida de Clint, e consegue trazer muita emoção para o background do personagem. Os outros personagens secundários também são marcantes e muito divertidos, assim como os antagonistas, principalmente Echo e Yelena.
Um dos pontos mais fortes aqui é a representatividade trazida por um dos fatos mais importantes dos quadrinhos do herói, que é a deficiência. Aqui é sondado toda uma parte focada na surdez de Clint, que após inúmeros eventos envolvendo lutas físicas, intensificou para quase uma perda total auditiva. E falando de representatividade, também temos a atriz iniciante da Echo, Alaqua Cox, que é nativa-americana, surda e tem sua perna direita amputada. É uma atitude belíssima por parte da Marvel de explorar isso com atores que realmente tem as mesmas características que suas personagens, vimos isso também em Os Eternos – e que isso seja um bom começo para que todas as produtoras acabem com o capacitismo dentro de produções audiovisuais. E também, que respeitem as origens étnicas de seus atores com seus papeis, assim como mais uma vez foi realizada com Alaqua.
Em seus pontos técnicos, tudo é feito com maestria, menos dois pontos que pareceram ficar sem atenção pela produção. Sua direção é fantástica, temos cenas em plano-sequência que são absurdas (com foco na da terceira temporada), uma ótima forma de se contar a história e um timing bem estruturado para o clima funcionar. Sua fotografia também é uma bela cereja nesse bolo, junto com a equipe de cenografia e figurino, as cores funcionam de maneira primorosa e com foco no roxo – marca registrada dos heróis nos quadrinhos – e parece que ele puxa da página para a tela. Seus efeitos especiais também são muito bem feitos, principalmente em momentos de luta. E uma trilha sonora recheada de Natal, com músicas de Esqueceram de Mim e Grinch, só para deixar o natal ainda mais especial.
Mas a grande aflição chega na parte de maquiagem, que entrega perucas de qualidade baixíssima e execuções desnecessárias, um exemplo é o cabelo de Eleanor Bishop no início do primeiro episódio, que parecia de um vídeo feito para o Youtube. Sua montagem e edição também são em certos momentos confusa e chega a tirar a imersão, quebrando regras que deixaram Walter Murch arregalado. Mas, isso provavelmente foi causado por cortes de cenas, logo que, há rumores fortes quanto a pós-produção.
De todos os alvos, Gavião Arqueiro acerta com maestria, mesmo que por vezes quase errando de raspão, é uma obra essencial e que merece um reconhecimento como uma adaptação de sui generis. Se o futuro do universo cinematográfico se parece com isso, então, é fácil dar um salto de fé e dizer que o amanhã é glorioso.
De acordo com Jesus, quem vive pecando é escravo do pecado e não tem lugar na família de Deus, não importa qual seja a sua origem. Seja judeu ou gentio, se for escravo do pecado, não tem parte com o Senhor (João 8:34-36).
A Bíblia sempre foi a principal fonte para termos uma ideia sobre o pecado, uma vez que ela listou várias formas de como alguém poderia pecar e assim, impedir a sua entrada no Reino de Deus. Através de representantes religiosos fomos capazes de entender este conceito a partir de suas interpretações. Uma pequena palavra que carrega o poder de definir o destino de sua alma. Assustador, né?
Aprendemos desde pequenos sobre as atitudes corretas e anos depois, esse mesmo aprendizado ganha um tom mais sombrio e ameaçador. Ficamos cientes de mais regras de como andar na linha para não queimar nas labaredas do Inferno por toda a eternidade. Se sucumbir ao pecado e não se arrepender, trago péssimas notícias para vocês. Tentamos a vida inteira caminhar na obediência (ordem) para não trazer a desobediência (caos). É um peso que precisamos carregar para sermos aceitos. Então, imaginem atualmente o nosso mundo vivendo rigidamente nessa obediência com o temor do julgamento público. Essa foi a premissa de Profecia do Inferno, a produção sul-coreana que entrou recentemente no catálogo da Netflix.
Quando criaturas sobrenaturais começam a mandar pessoas para o inferno após condenações brutais, surge uma seita religiosa que tem a justiça divina como maior preceito.
Retirando a parte sobrenatural daria para afirmar que o restante da sinopse foi retirada de algum noticiário atual. Conhecemos também histórias de tempos remotos sobre o levante de seitas religiosas pregando o divino para todos os povos e trazendo mais almas para o Criador. O grande problema é quando essa visão utópica da religião acaba alcançando uma dura distopia e não estou falando apenas da série. A realidade já provou inúmeras vezes de como essa inversão acontece com mais frequência do que queríamos.
Profecia do Inferno teve apenas seis episódios em sua temporada de estreia, porém conseguiu definir bem o caminho que queria traçar do início ao fim. Dando para perceber de forma explícita como o plot foi dividido para mostrar duas fases da Nova Verdade: Ascensão e Controle. Sendo a primeira contando com o protagonismo do presidente Jung em explicar o motivo para as condenações e assim, tornar mais fácil para as pessoas aceitarem que o pecado não fica impune. Sempre a conta será entregue para o pecador, ou seja, a morte. Já a segunda acontece por causa de uma decisão e por consequência, acarreta em toda a u(dis)topia. Foi muito interessante acompanhar essa evolução do grupo e como impactou a sociedade de tal forma que o pecado se tornou sinônimo de desonra para a família e amigos.
As condenações foram feitas de maneiras brutais e sujas com um rastro de sangue deixado após o término. O julgamento imposto pelas criaturas era fisicamente intenso e claramente deixava um aviso para todos os pecadores. O medo é o melhor elemento para doutrinar alguém e conseguiram esplendidamente. O fanatismo religioso foi apresentado pelo grupo Arrowhead com uma ideologia radical, entrando em choque com a Nova Verdade.
Isso prova como Profecia do Inferno foi muito além de uma trama sobrenatural. Mostrou a doutrinação religiosa como um instrumento perigoso nas mãos erradas e a manipulação da massa para agir como um rebanho de ovelhas seguindo todas as ordens de seu bondoso pastor.
Profecia do Inferno (Hellbound) é uma excelente pedida para quem gosta de debater os principais conceitos religiosos e os dilemas morais da sociedade para viver seguindo fielmente os fundamentos de Deus, Jesus e o Espírito Santo. Podendo então rolar uma identificação notável com a trama e seus personagens por causa desses temas próximos de nossa realidade. Outros motivos seriam: teorizar sobre a origem desses arautos da Justiça e tentar entender a cena final. O gancho foi jogado e esperemos que venha mais uma temporada para esclarecer as principais dúvidas.
Nota: 4/5
Profecia do Inferno está disponível atualmente na Netflix.