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Primeiras Impressões | Asobi Asobase e Cells at Work

Cá estamos nós para mais um post de primeiras impressões dos animes da temporada de Verão 2018. Dessa vez, trago à vocês dois animes, que estão no meu TOP 5 da temporada: Asobi Asobase e Cells at Work.

Até o momento dessa postagem, ambos os animes estão em seu terceiro episódio, então já é o suficiente para serem indicados. O fato é que, nenhum dos dois animes traz uma discussão complexa, ou tramas pesadas, então ficaria muito difícil fazer um post separado para os dois. Então na tentativa de me poupar tempo e criatividade, que já é escassa, decidi juntar os dois em um post só.

Pois bem, vamos lá!

Asobi Asobase  é uma comédia sobre três garotas, Hanako, Kasumi e Olivia, que possuem um “Clube de Passatempeiros” em sua escola. O anime é produzido pelo estúdio Lerche e é dirigido por Seiji Keishi, ambos trabalharam na adaptação do mangá Assassination Classroom.

Sim, é uma sinopse bastante vaga mas, garanto a vocês, é um anime extremamente bizarro. A começar pela sua abertura que é totalmente diferente do tema do anime.

As três protagonistas são bem exóticas, e isso eu coloco na conta das suas dubladoras. As vozes que elas criaram para as personagens funcionam perfeitamente, em especial a da Hanako, que é dublada por Hina Kino. Rika Nagae e  Konomi  Kohara também fazem um excelente trabalho como Olivia e Kasumi, respectivamente. Vale dizer que as três dubladoras são relativamente novatas.

As piadas de Asobi Asobase são excelentes, algumas são leves ou pesadas, ou trazem um tom dramático muito bem dosado. Mas sem dúvida, a melhor parte do anime para mim, são as caretas das personagens, que me fazem rir igual um imbecil.

Destaque também para o encerramento bizarríssimo.

Agora vamos para Cells at Work, um anime sobre… células… trabalhando em um… corpo humano?

É isso mesmo. Cells at Work (ou Hataraku Saibou), é um anime que se passa em um corpo humano e traz o dia a dia de trabalho das células dentro do dele. É produzido pela David Production e dirigido Kenichi Suzuki que foi diretor de série das 3 primeiras partes de JoJo’s Bizarre Adventure, que também é do mesmo estúdio.

Cells at Work é um anime de comédia, que funciona muito bem. No entanto, ele possui bastante cenas de ação, já que temos células combatendo bactérias, e isso faz ele ser bem sangrento, mas de uma maneira leve. Além disso, é um anime bastante educativo.

Alô, Polícia Federal!

Os personagens são bem interessantes, ainda que unidimensionais , afinal, são células, e cada uma tem diferentes funções, que acabam sendo repetitivas, mas quem sabe o anime acabe “desenvolvendo” as personalidades delas. Uma dessas coisas repetitivas, é o fato da Glóbulo Vermelha ficar se perdendo, é uma jogada para apresentar os lugares do corpo humano, mas pode acabar ficando chato. Mas de resto, é um ótimo anime. Estou esperando um episódio sobre rinite para ver se me ajuda.

Asobi Asobase e Cells at Work estão disponíveis no Brasil via Crunchyroll.

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Anime Friends 2018 acontece este fim de semana em São Paulo

O maior evento de cultura geek japonesa do Brasil está voltando para sua 15ª Edição em 2018: O Anime Friends acontecerá em São Paulo – dessa vez no Anhembi Parque, um dos maiores complexos de eventos do país.

Do dia 6 a 9 de Julho, o evento contará com atrações nacionais e internacionais. São mais de setenta ilustres visitas confirmadas. Os destaques vão para uma exposição de Ultraman, que trará também os atores do filme; uma palestra com o Profº Fukuoka, o “pai” da Hatsune Miku (que se apresentará “ao vivo” no evento); e a presença do conjunto de metal mais kawaii do mundo: Deadlift Lolita.

O evento ainda contará com os corriqueiros estandes que já fazem parte do dia-a-dia do otaku rolezeiro: temáticos de Harry Potter; Board Games; beisebol; a Artist’s Alley; e uma variedade de lojas para todos os gostos possíveis e imagináveis.

A equipe da Torre de Vigilância estará no evento e fará a cobertura através de seu Instagram, Twitter e Facebook. No sábado, a partir das 14h, haverá cobertura em tempo real das palestras das Editoras de Mangás: JBC, NewPOP e Panini se apresentarão em sequência no auditório principal, e prometem anúncios e novidades.

Também completam o time de atrações os dubladores brasileiros Guilherme Briggs, Wendel Bezerra, Tânia Gaidarji, Charles Emmanuel, Marco Ribeiro, Wellington Lima, Christiano Torreão, Alfredo Rollo e Melissa Garcia, e os YouTubers Haru, Danilo Modolo (TokuDoc), Nelson da Casa do Kame, Anime Unided, Bunka Pop, Sempre Bom Saber, Yuki Takasaka e Anime Whatever.

Os ingressos para o Anime Friends já estão à venda. Além da tradicional entrada para curtir todas as atrações, o evento oferece ainda outras opções. Os fãs poderão participar de um Meet & Greet com seu ídolo, com direito a foto e autógrafo. Tem também o fastpass para fugir das filas, e a hotzone, área reservada para ficar mais pertinho dos artistas.

O quadro de visitantes completo pode ser visto no site clicando aqui. Nos vemos por lá!

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O que falta para o mercado brasileiro de Light Novels crescer?

Lendo o título da postagem, você pode levantar diversos questionamentos, como por exemplo “Isso é algo que realmente pode ser feito?“; “De onde que um zé ruela que escreve pra um blog poderia ter tirado uma fórmula mágica pra isso?“, ou “A maioria dos problemas não está fora do alcance das editoras?“. E, embora confesse ter sido um pouco sensacionalista na chamada, acredito ser um tema relevante o bastante para discussão, e onde todas as perguntas mencionadas possam ser analisadas e eventualmente, respondidas.

Começo, de cara, respondendo a segunda: longe de mim querer ser o dono da verdade. Mal sou o dono da minha própria vida, quem dera ter razão em alguma coisa. O que eu venho aqui sugerir hoje (destaque pro verbo) é apenas uma (de diversas) formas de tentar dar o empurrão que pode embalar o mercado que hoje é tão parado.

Diferenças postas de lado, me escutem nessa. Light Novels são livros, e todos sabemos que o brasileiro odeia ler. Tá, tá, “odeia” é uma palavra forte, mas vejam as estatísticas: em pesquisa da Ibope Inteligência para o Instituto Pró-Livro em 2015 (a mais recente que pude encontrar sobre o assunto), apenas 56% dos Brasileiros leram (de forma parcial ou integral) algum livro nos últimos três meses. Já começamos mal. Então quando uma Light Novel – que tem, dentre outras possíveis, uma periodicidade trimestral – é publicada, já temos apenas 56% da população como possíveis compradores.

Mas veja o dado seguinte, que intrigante: dentre esses que leram algum livro, 25% deles o fizeram por gostarem do que estão lendo, e 15% estavam interessados somente em se distrair. E também vemos que 30% dos livros são escolhidos devido ao seu ‘Tema ou Assunto‘. Consegue perceber para que lado eu estou querendo levar essa conversa?

Existem tantos gêneros e tantos tipos de Light Novels diferentes, que a nossa tentativa de estereotipar a mídia para fins cômicos acaba sendo a piada. Dos poucos títulos que temos no mercado atual, muitos deles acabam tendo gêneros que se sobrepõem, limitando ainda mais as possibilidades para possíveis leitores. Finalmente chego até meu ponto: o que falta no Brasil é variedade.

Antes que você comece a vir pra cima de mim com três pedras na mão, eu já adianto que eu sei que popularidade dentro do nicho é importante, e que as editoras usam fama de adaptações como termômetro para anúncios. Posso parecer que não entendo absolutamente nada sobre o que estou dizendo (o que é verdade na maioria das vezes), mas tenho noção do que sugerirei agora, e vocês entenderão também, se tiverem saco para ler.

Agora que tudo está colocado no papel, vamos para aquilo que Brasileiro gosta: LISTAS. Todo mundo adora listas, não é verdade? Listarei os gêneros de Light Novel que ainda não têm um representante aqui no país, e darei algumas sugestões (justificadas, pois não quero levar aquelas pedradas do parágrafo anterior) de possíveis títulos.

1 – Comédia

Não, sério? Como não temos um título que seja puramente cômico sendo publicado? Humor é um dos carros-chefe da mídia. Apesar de termos partes com foco cômico em alguns títulos (Re:Zero, No Game No Life ou Log Horizon como exemplos), ainda não existe algo que seja dedicado a isso. As sugestões são óbvias:

  • KonoSuba – Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku o!

Além de fazer parte do clube de “títulos enormes característicos de Light Novels”, KonoSuba foi adaptado em duas temporadas de anime, ambas extremamente populares (Média 4,7/5,0 no Crunchyroll), e tem um “novo projeto animado” já anunciado, podendo fazer ibope para a publicação nacional no futuro.

  • Hataraku Maou-sama!

No longinquo ano de 2013, Hataraku Maou-sama! foi a sensação da garotada. Tá certo que coisas que foram um sucesso cinco anos atrás (é rapaz, 2013 não foi ontem não!) não necessariamente fariam sucesso agora, mas parece que uma Copa do Mundo não é tempo o bastante para largar o osso, não é mesmo?

2 – Harém Escolar Mágico Genérico

O termo acima, cunhado por este mesmo que vos digita, é, provavelmente, o mais próximo do estereótipo de Light Novels que você chegará. Ao menos no mundo animado, quando falamos de “Adaptações de Light Novel”, é isso que vêm a cabeça. O nome ‘correto’ (se é que dá pra ser mais correto do que isso) para o gênero é “Escola Mágica”, mas – quase – todas são acompanhadas por um harém e por clichês literários mais batidos que mulher de vagabundo, então… De qualquer forma, é um gênero que é polarizante, sendo um Hit or Miss, ou você adora, ou você detesta.

  • Mahouka Koukou no Rettousei

Falando no diabo… A Panini recentemente (e repentinamente, convenhamos) anunciou a publicação desta obra… Em sua adaptação para mangá. Assim como a maioria, fiquei decepcionado por não termos recebido a obra original. Acho que só a comoção que foi feita na página da editora no Facebook já é sinal o bastante de que a galerinha tá bem animada com isso. E se quiser mais, a adaptação em anime tem média 4,2/5,0 no Crunchyroll.

  • Gakusen Toshi Asterisk

Tudo bem, podemos argumentar sobre a qualidade da popularidade do anime de Gakusen Toshi Asterisk, mas não podemos negar que popular ele foi. Em suas duas temporadas, com sua mais recente em 2016, o show não saía da boca (e dos teclados) do povo, por ser o ápice de tudo que um Harém Escolar Mágico Genérico é aclamado (ou difamado) por ser.

  • Date A Live

Confesso que esse está na lista por indicação do Redator, mas não me crucifiquem que eu tenho um motivo! Date A Live não foi muito popular na época em que sua adaptação animada saiu, com primeira temporada em 2013 e segunda em 2014, mas ele se encaixa bem no gênero (com certa licença poética). Além disso, a publicidade está garantida, pois uma nova temporada já está anunciada, e confiem em mim quando digo que os arcos que serão cobertos pelo novo anime são ótimos e com certeza gerarão atenção para a obra. Olha que baita oportunidade, hein?

3 – Fantasia Urbana

Como assim? Temos várias novels de fantasia publicadas no Brasil! Você pirou?” Talvez você se indague. É mais uma questão de classificação, no final das contas. Os títulos que poderíamos enquadrar no gênero “Fantasia” acabam sendo engolidos por um gênero maior, mais corpulento e ameaçador: O Isekai. Re:Zero, No Game No Life e Log Horizon são todos títulos de fantasia, é claro. Mas todos eles acontecem em outro mundo, cada um por seu motivo. E justamente por serem obras Isekai, elas têm suas características próprias, deixando os arquétipos de “Fantasia” mais comumente conhecidos de lado.

Fora que nenhum deles é, de fato, uma Fantasia Urbana. Um subgênero da fantasia que, como o nome sugere, se passa no nosso mundo moderno. É uma categoria inteira que não se vê representada no mercado desde o fim da publicação de Fate/Zero, completo em seis volumes pela editora NewPOP.

  • Fate/Apocrypha

Já que o único caso do gênero foi justamente outra obra da franquia… Nada melhor para substituir Fate/Zero do que a sua prima pobre, não é mesmo? As vantagens são diversas: já temos algo no mercado, então já existe um público garantido; Uma adaptação em anime acabou de sair, e também foi deveras popular; E o melhor de tudo, a dita adaptação está disponível na Netflix! Quer divulgação mais abrangente que estar disponível na maior, mais famosa e menos julgada-por-ser-assinante-de plataforma paga do país?

  • Toaru Majutsu no Index

Se você forçar a barra, pode entrar como “Harém Escolar Mágico Genérico” também. Veja só, é dois pelo preço de um! O anime, apesar de criticado por alguns, é extremamente popular, e gerou comoção global quando teve sua terceira temporada anunciada para ainda este ano. Por também possuir um spin-off de grande sucesso, Toaru Kagaku no Railgun, a mídia está sempre na boca do povo. E outro ponto positivo: a série ainda está em publicação, mas foi dividida em duas partes. A primeira parte (chamada de “Velho Testamento”) já está completa. Talvez seja mais fácil e/ou menos arriscado licenciar somente uma parte, com número já estabelecido de volumes.

  • Monogatari Series

Talvez seja cedo demais, talvez o mercado ainda não esteja maduro o bastante para isso, mas Monogatari é uma das obras mais pedidas para todas as editoras, o tempo todo. O meu receio – e talvez dos editores também – em recomendar isso é que a obra é deveras… complicada. Ela é longa, possui uma gramática e ortografia extremamente complexas, e tem diversos títulos com nomes diferentes e que não fazem muito sentido para alguém de fora da bolha. Fico muito frustrado quando vou ver alguma série nova e os livros não tem “Livro 1”, “Livro 2”, etc, na lombada, e cada um tem um nome que não indica de forma alguma em que ordem eu deveria comprá-los.

Apesar dos pesares, o título é pedido com ardor por milhares de fãs ao redor do Brasil. E a franquia não parece dar sinal de estar acabando tão cedo: com novos volumes e novas adaptações sendo anunciadas e lançadas o tempo todo, estará sempre relevante na mídia.

  • Baccano! e Durarara!!

Duas obras pelo aclamado autor Ryōgo Narita, elas seriam o ápice da “Fantasia Urbana”. O anime de Durarara!! teve sua primeira temporada em 2010, e já foi um sucesso. Quando teve sua continuação anunciada, foi outro estardalhaço. Seu episódio final saiu em 2016, e tem uma nota de 4,8/5,0 no Crunchyroll. Baccano! teve sua adaptação em 2007 e repercutiu na mídia recentemente por conta de seu irmão mais novo. Surfando na fama de Durarara!!, acabou voltando a ser pauta.

4 – “Mas o que diabos…?”

Outra parte que define a mídia, que é marca registrada de Light Novels, é o absurdo. O formato pequeno, de periodicidade espaçada e o baixo custo de publicação são os fatores perfeitos que abrem espaço para obras que beiram o surrealismo, e nos fazem questionar nossa sanidade. Em bom português, são aquelas coisas nada a ver com nada e que você tem dificuldades de entender como que um script desses foi aprovado.

Essas obras são muito mais de nicho do que qualquer outra (isso num assunto que já é de nicho), e fica difícil de fazer uma lista igual as anteriores. As coisas absurdas existem e são uma parte importante do mercado, mas não tem tanta repercussão fora do Japão. O melhor que posso fazer é trazer alguns dados do mercado estadunidense de Light Novels:

  • Kumo Desu ga, Nani ka?

Publicado nos Estados Unidos pela Yen Press como “So I’m a Spider, So What?” (“Então Eu Sou Uma Aranha, E Aí?” em tradução livre), temos uma história de uma garota que… Vira uma aranha. Do nada. E é isso, essa é a história.

  • Ore ga Heroine wo Tasukesugite Sekai ga Little Apocalypse!?

Com o título de “I Saved Too Many Girls and Caused the Apocalypse” (“Eu Salvei Garotas Demais e Acabei Causando o Apocalipse?!”), essa obra é publicada pela J-Novel Club e, como o nome sugere, é sobre um rapaz que por motivos absurdos e desculpas esfarrapadas acaba sendo a causa de uma guerra intergalática.

  • Slime Taoshite 300-nen, Shiranai Uchi ni Level Max ni Nattemashita

Se você não se cansou dos títulos monumentais até agora… Está de parabéns. Esse será o último: pela Yen Press, é publicado como “I’ve Been Killing Slimes for 300 Years and Maxed Out My Level” (ou, “Eu Fiquei Matando Slimes Por 300 Anos e Acabei Chegando No Nível Máximo”). Adoro como eu não preciso fazer uma descrição da obra, apenas lendo seu nome já temos prova o suficiente para enquadrá-la na categoria.

Essa categoria te deixou um pouco tonto? Normal, é justamente esse o papel dela. Mas acredite que, assim como memes surrealistas fazem sucesso com um certo público, Light Novels de títulos gigantes e auto-descritivos com premissas absurdas também fazem.

Essas foram apenas algumas sugestões, baseadas na minha – limitada e normalmente errada – visão de mundo. Sei que com certeza nada disso vai mudar o mercado em si, mas apenas ergui a bandeira para uma discussão que pode vir a ter algum efeito de fato. Apesar de isso tudo depender das editoras e seus respectivos manda-chuvas, nós – que compramos as obras e sustentamos a empresa – ainda temos (ou fingimos ter) voz para buscar melhorias e tentar fazer o mercado cada vez melhor.

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Primeiras Impressões | Magical Girl Ore

Tá, admito que esse parágrafo inicial normalmente é usado apenas para tirar um sarro e dizer que Japonês é um povo estranho, mas dessa vez, eu acho que eles têm razão. Presta atenção nisso: duas garotas que são idols, que se encontram com um membro da Yakuza que transforma elas em garotas mágicas, cuja verdadeira forma são homens sarados. Daí elas decidem virar idols ENQUANTO TRANSFORMADAS EM HOMENS SARADOS MÁGICOS.

Sério, como você pode não gostar de algo assim? É sensacional!

Ok, tudo bem. Sabemos que nem todos gostam de tudo, e que cada um tem o seu tipo predileto de mídia. Não somos todos iguais (graças a Deus!) e as diferenças são nossa força motriz. Mas mesmo assim, como que você pode ler uma descrição dessas e simplesmente não pensar “irado!“? Esse é o ápice da Japanimação e nem a vergonha alheia enorme de usar a palavra “Japanimação” não-ironicamente poderia superar a epicidade que estamos encarando aqui hoje.

Assim como One-Punch Man foi uma sátira que conseguiu rir de si próprio e se manter como um Battle Shounen enquanto tirava sarro de Battle Shounens, Magical Girl Ore faz exatamente a mesma coisa com o gênero Mahou Shoujo: é claramente um deboche de todas as obras semelhantes, mas continua sendo uma delas.

A cena de transformação; as roupinhas exageradamente coloridas; o mascote; a premissa confusa; os ‘vilões’ semanais e episódicos que não agregam em nada; armas duvidosas e questionáveis; o poder do amor movendo as personagens; aquela personagem chata que só existe para atrapalhar a vida das protagonistas…
Tudo está lá, todos os elementos de um Mahou Shoujo estão lá. É inegável que o show se trata, de fato, de um Mahou Shoujo. E o grande charme do show é justamente ser aquilo que eles mesmos parodiam.

Você já fez coraçãozinho com um membro da Yakuza hoje?

Se a simples meta-linguagem não for suficiente para te comprar, talvez o excessivo humor seja. Eu sou um cara que gosta de comédias (é o meu gênero predileto), e me agrado com tudo um pouco. Não tem tempo ruim comigo, desde que o negócio me faça dar risada, propositalmente ou não. Inclusive algumas das melhores obras que tem são aquelas acidentalmente engraçadas.

Com Magical Girl Ore, eu me vi não apenas dando risada, mas tendo crises de riso, em diversos momentos dos episódios. Além do humor parodial – que, confesso, você precisa ter ao menos uma base de conhecimento sobre clichês de garotas mágicas para entender – de excelente qualidade, o show ainda apresenta uma premissa tão absurda, e acontecimentos tão insanos, que simplesmente por existirem, certas situações já são engraçadas. É uma mistura maravilhosa de humor de nicho com humor nonsense, que trouxe o melhor dos dois mundos e conseguiu mascarar as falhas de ambos.

No elenco, temos personagens que são claramente esteriótipos ambulantes. Quando falamos de sátiras, fica difícil de fugir disso. Mas eles conseguem sair pela tangente ao colocar os esteriótipos em “carcaças” diferentes do comum. Essa diferença abismal entre cara-crachá que algumas personagens apresentam só acrescenta ao senso de humor que é o forte do anime (assim como era na antiga Zorra Total).

Mudando de assunto pra falar da parte técnica, Magical Girl Ore trabalha com bons visuais. Não é uma animação cinemática (às vezes, muito pelo contrário), mas faz um excelente uso de “carinhas”. Uma vez eu estava conversando com um amigo meu sobre o motivo dele não gostar de animes. A resposta dele foi que “personagem de anime faz muita ‘carinha’ e isso me irrita“. Desde então, passei a chamar qualquer expressão caricata usada por personagens de “carinha”. Esse show tem excelentes carinhas.

Meu amigo odiaria isso. Acho que nem por causa das carinhas, mas…

E não tem mais o que falar, sem se tornar repetitivo. Apesar dos três princípios da comédia (Não se lembra? O primeiro princípio da comédia é a repetição, e o segundo princípio da comédia é a repetição), e apesar de eu ser um palhaço, e apesar do anime de hoje ser uma excelente comédia… Chega de falar mais do mesmo.

Para finalizar, então: Magical Girl Ore apresenta exatamente o que promete em uma paródia ciente de si mesma e que tem um senso de humor hilário para 3% da população, mas que ainda pode oferecer algumas boas risadas para os outros 97%. Não sei você, mas ainda estou estupefato pelas garotas mágicas serem homens bombados contratados pela Yakuza.

Não conseguiria dormir a noite se desse uma nota inicial menor que 9/10 para Magical Girl Ore, que é a definição da frase “Deus abençoe essa bagunça“. O show está disponível na Crunchyroll, com novos episódios toda segunda-feira.

E não esquecer que pegar a pessoa desprevenida é o terceiro princípio da comédia.

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Primeiras Impressões | 3D Kanojo: Real Girl

Se você arruma uma namorada, por aqui você não precisa deixar claro de quantas dimensões ela é. Já no Japão, essa diferenciação não só é necessária como é obrigatória. Se isso não for ser um povo estranho, eu não sei mais o que é. Veja a prova no próprio anime que vamos comentar sobre, hoje. Não basta dizer que a namorada é 3D, tem que dizer também que ela é real. Incrível.

Mas tiração de sarro de lado, e indo praquilo que vocês realmente vieram aqui para, vou direto ao ponto com vocês, pois não há forma melhor de descrever esse show do que assim: O que diabos está acontecendo aqui?

Baseado num mangá relativamente antigo (início em 2011, com término em seu décimo segundo volume no ano de 2016), 3D Kanojo: Real Girl é da autora Mao Nanami, uma mulher que, por trabalhar num meio dominado por homens, tenta se destacar ao fugir dos padrões e mostrar facetas que não estamos acostumados a lidar nesse tipo de mídia. Já vou falar disso.
Mas antes tenho que expressar minha frustração.

A premissa do anime não é difícil de se entender, na real. É o clássico onde um garoto otaku nerd gótico diferente e raro, feito pra ser o self-insert do maior número de japoneses possíveis, DO NADA, consegue uma vida maravilhosa e que ele não merece de jeito nenhum. Se você parar pra buscar outras séries com mote semelhante, vai achar aos montes. Sério, não é difícil de encontrar, escapismo faz sucesso.

O que veio para – tentar – diferenciar o dito cujo dos seus milhares de concorrentes, ao que parece, não foi o seu roteiro, sua trilha sonora, nem sua animação. Suas personagens (ou melhor, suas personalidades e atitudes) aparentam ser o divisor de águas. Ao menos foi o que os três primeiros episódios tentaram passar.

Senta que lá vem a história…

Normalmente temos um elenco ideal: personagens boas, talvez injustiçadas, beirando a perfeição. Problemas nunca são culpa do protagonista, mas sim desse mundo cruel onde uma boa alma não consegue perambular em paz, sem ser julgada e abusada.

Não aqui. Não nesse show. O garoto é recluso, pouco confiante, covarde, desdenhoso e suas ações são mais movidas a orgulho do que benevolência. A garota é rebelde, promíscua, impulsiva, mentirosa e não possui um só pingo de juízo.

As nossas personagens principais são pessoas repletas de problemas, com personalidades questionáveis e defeitos até faltar adjetivos (tive certa dificuldade pra completar o último parágrafo, inclusive). Falando em bom português, ambos garoto e garota são péssimas pessoas. Não é um nível de problemática onde você pode usar o discurso de que as personagens são “realistas por terem defeitos”. São defeitos demais, pontos negativos demais, pra poucos elogios.

O mais intrigante, porém, é que a velha regra da matemática se aplica também ao show business: menos com menos dá mais. Eu passei nervoso vendo os dois protagonistas sozinhos, mas quando estão juntos… Parece que funciona? A interação entre os dois é sensacional, e consegue usar os seus respectivos defeitos de uma forma que complementam as falhas do outro.
Mas quando eles estão separados, continuam detestáveis.

Só que as coisas entendíveis acabam por aí. O ritmo do anime é frenético, e as coisas acontecem uma atrás da outra, sem te dar tempo para respirar ou tentar entender o que diabos rolou. Não é que o show seja rushado, é mais que as próprias personagens são frenéticas, e tomam decisões além da compreensão de um humano normal. Você vê mil coisas sendo ditas e acontecendo dentro e fora da tela, e nenhuma delas é explicada em momento nenhum.

Tanto os fatos quanto os “defeitos” das personagens mencionados anteriormente não são explicados e ficam no ar para entender como ou o motivo deles existirem. Claro que com apenas três episódios, não dá pra ter certeza de nada mesmo que a autora tentasse explicar, mas ficar no escuro assim não é muito legal.

Quando você finalmente você tem uma namoradinha e seu tio chega no churrasco.

Apesar de ser chamado de “comédia-romântica”, o show tem seus momentos divertidos, mas nada de extraordinário até então. Coisa no nível Os Trapalhões, no máximo (não que Os Trapalhões seja ruim, é claro). E eu não pude deixar de reparar no enorme CLIMÃO que a atmosfera do anime passa com sua abertura (“Daiji na Koto” por Quruli) e suas músicas de fundo. Parece que algo vai dar errado, lágrimas vão ser derramadas e pessoas vão ser atropeladas por caminhões a qualquer momento. Não sei se estou preparado para isso.

Só para não perder o costume, podemos falar da parte técnica: o estúdio responsável é a Hoods Entertainment; e quem dirige é Takashi Naoya, que tem em seu currículo a direção de um terço de um de meus animes prediletos, que por acaso também é uma comédia-românica: Sakurasou no Pet na Kanojo. Lá, o trabalho foi bem feito. Podemos esperar algo no mesmo nível para cá.

No final das contas, 3D Kanojo: Real Girl consegue ser divertido, apesar de você não entender o que está acontecendo por 90% do episódio. Tenho como esperança de que no futuro, todas as decisões tomadas e todos os defeitos dos personagens sejam devidamente explicados. Por enquanto, um 6/10 parece ser razoável, e ainda aguardamos por fatos (ou pela falta deles) para saber se essa nota desce ou sobe ou empina ou rebola.

O show pode ser assistido legalmente no sistema de streaming da Hidive, com legendas em português.

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Re:Zero: Começando uma Vida em Outro Mundo – Livro 3

Para a surpresa de ninguém que tenha lido o segundo volume, chegamos no terceiro tomo de Re:Zero, aquela novel que você nunca sabe se bota dois pontos pra escrever o subtítulo ou não, pois já tem dois pontos no próprio nome e repetições são feias. Se você caiu de paraquedas aqui e não sabe nem do que eu estou falando, a resenha (sem spoilers) do livro um pode ser um bom começo.

Como dito da última vez, esse volume foi uma continuação do arco da mansão – que, digo para vocês: Deixou de ser da mansão rapidamente – e trouxe não só um fim para o nosso sofrimento, mas também para muitas dúvidas que pairavam no ar.
Bem, todas as dúvidas sanadas podem ser classificadas em duas categorias distintas: ou eram “dúvidas” que você poderia concluir sozinho trinta e dois capítulos atrás; ou eram mais dúvidas relacionadas a fanbase do anime do que à novel em si. Vou falar sobre uma de cada vez.

Começando pela puxada de orelha ao autor, temos as “revelações” (que me esforço para chamar de tal modo) da trama. O que eu normalmente espero quando estou imerso em uma nova história, é que ela consiga me surpreender. Obras cujo foco estão em te manter preso a elas através de reviravoltas (plot twist: quase todas que existem são assim!) precisam… Bem, te manter preso através de reviravoltas.

Quando penso nisso, sempre me vem à cabeça livros de detetive, aquela coisa no melhor estilo Agatha Christie, que te dá dicas aqui e ali, e você interpreta da sua forma, mas nem sempre você está certo no final da história. É sempre uma sensação boa não importa o resultado. Acertou? Satisfação por um trabalho bem feito. Errou? Surpresa por uma reviravolta intrigante.

Ok olha eu sinto muito por isso tá bom, eu não vou nem tentar fazer uma piada relacionando algum livro dela com Re:Zero. Apesar de ter vários, pode escolher: A Mansão Hollow? A Mão Misteriosa? Hora Zero? E no Final a Morte?

Por isso, quando peguei esse volume de Re:Zero, pensei: “Já tenho alguns palpites para as coisas que estão acontecendo… Mas elas parecem estar muito descaradamente fáceis de acertar… Não sou nenhum Xeroque Rolmes, mas acredito que é justamente isso que o autor quer, que eu tome conclusões precipitadas baseadas em suas falácias propositais…“.

Foi um suspense enorme, o autor ficou botando lenha no fogueira pra incendiar minha expectativa… E a realidade foi o maior fogo de palha do mundo. Tudo aconteceu da forma mais óbvia possível, tudo que estava praticamente PREMEDITADO desde o volume anterior aconteceu exatamente como eu estava esperando.
Sério, o autor é péssimo em guardar segredos. Não só as “surpresas” que deveriam ter sido o ponto alto desse volume, mas também a trama que virá no futuro. Acho impossível alguém ler a novel e não conseguir imaginar o que vai acontecer no futuro, ou o motivo de Subaru ter sido evocado para esse outro mundo. É tudo muito descarado, acaba até perdendo a graça.

Voltando ao ponto inicial, a segunda puxada de orelha é quanto a fanbase. Não necessariamente culpa deles, na verdade. Acho que é mais culpa do autor – de novo – do que dos leitores. É sobre como os personagens se desenvolvem ao redor do mundo de Subaru.

Após o fim do volume anterior, me indaguei: “Como diabos as pessoas podem gostar tanto da Rem? O que ela fez aqui é imperdoável!” e mantive esse pensamento durante a leitura do livro seguinte. O que senti foi que a barra estava sendo forçada demais, tentando nos fazer gostar da empregada. Não só dela, mas de outros personagens secundários também (A Beatrice, por exemplo, mas no caso da bibliotecária eu até consigo aceitar, tendo em vista suas ações anteriores).

Não só essa barra (que é gostar de você) que está sendo segurada, mas também a própria personalidade das personagens. Além de tentar nos convencer de que devíamos gostar delas, o autor, do nada, resolve mudar as personagens para fazê-las gostar da pior personagem já escrito na história da humanidade, o Subaru.
Não adianta, cara. Não importa o que você faça, eu nunca vou gostar do Subaru.

Sim, essa é minha conclusão. Jamais vou gostar do Subaru. Que sofra.

Ambos os pontos negativos de lado, posso dizer que o restante do volume (se é que sobrou alguma coisa) foi até que proveitoso. Como já dito anteriormente, a única coisa que me prende a história é o seu mundo e as coisas e pessoas excepcionais que existem nele. Esse volume nos trouxe um grande desenvolvimento de world-building, mesmo quando a melhor parte do livro tenha sido a preview do próximo.
Não, sério, estou ansioso pelo próximo, pois finalmente vamos ter alguma coisa acontecendo.

Sobre a parte física do negócio… Eu não vou nem comentar mais sobre a qualidade da impressão, do acabamento e da lombada. Segue a mesma maravilha dos outros volumes. Se um dia mudar, eu comento.

Agora algo que não mudou mas será sempre comentado é aquela, o nêmesis da editora e que eu preciso sempre cutucar sobre: a revisão. Dentre os três volumes, esse foi o que teve maior número de erros de revisão. São todos erros bobos, coisas que eu, lendo o livro de madrugada, consegui notar. Não consigo entender como esse tipo de coisa continua acontecendo.

Mas nesse volume, pela primeira vez, tivemos alguns erros que prejudicaram o entendimento da obra. Perdi a conta de quantas vezes os nomes Rem e Ram foram trocados. Em algumas frases fica óbvia a troca entre as irmãs (até pelo contexto), mas em alguns momentos, talvez eu tenha realmente tido uma interpretação errada da cena, por pensar que tal fala foi dita por uma das gêmeas, e não a outra.
Isso não pode continuar. Fica difícil defender a obra, a editora, e o mercado de light novels do país, quando esse tipo de erro amador continua acontecendo edição após edição.

Apesar dos pesares, o volume três de Re:Zero foi muito superior ao seu antecessor, e a promessa de COISAS™ no próximo volume nos dá esperança de que a leitura possa continuar valendo a pena. Se acharem com desconto na Amazon, acho que vale o preço.

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Primeiras Impressões | Koi wa Ameagari no You ni

Para abrir esse post, eu poderia falar que japonês é um povo estanho, mas vou deixar isso pra lá. Afinal, nada se encaixa melhor do que citar o nobre compositor e violinista brasileiro Luis Carlinhos, com a música que se popularizou na voz de Tato, vocalista do grupo Falamansa:

Experimente tomar banho de chuva
E conhecer a energia do céu
A energia dessa água sagrada
Nos abençoa da cabeça aos pés”

Baseado no mangá de Jun Mayuzuki, ganhador do 63º Shogakukan Manga Awards, serializado desde 2014 e que conta atualmente com nove volumes, “Koi wa Ameagari no You ni” (lit. “O amor é como o cessar da chuva”) é o show que iremos fazer uma análise precoce hoje. E amigos, acho que “show” é uma palavra perfeita pra isso.

Tudo, absolutamente TUDO no anime é demasiadamente pomposo, e merece o título de “show”. A premissa é o que mais chama a atenção, mas o desenvolvimento, a direção artística e as personagens não ficam para trás, formando um enorme mosaico de coisas espalhafatosas (positivamente falando) que quando juntas, acabam funcionando muito bem. Falemos de cada um desses pontos.

Quando o amor é pelo administrador do grupo

Primeiro, a premissa: Sabemos que o amor não tem barreiras; que não escolhe alguém por aparência, cor, credo ou idade; e que é responsável por muitas ações policiais envolvendo garotinhas que dizem ter 900 anos de idade, mas aparentam ter 12.
Uma garota de dezessete anos e um homem de quarenta e cinco. Esse é o tipo de história que poderia tanto ser um belo conto sobre a luta pelo triunfo do amor, como poderia ser o tipo de história que levanta diversos questionamentos sobre a integridade da mídia “anime” como um todo e geraria polêmicas reportagens no Fantástico.

Felizmente, até então, tivemos personagens extremamente racionais, tendo reações e tomando decisões também racionais, que fizeram com que a trama conseguisse se manter verossímil em seu desenvolvimento. É essa verossimilhança que me deixou tão intrigado (de novo, positivamente) com o show, por me mostrar que não importa o que o autor quiser fazer, ele tentará traçar um caminho que não ofenda a inteligência (e a ética) de ninguém.

Apesar de todos os elogios aos pontos anteriores, nenhum deles chega aos pés da qualidade de sua direção artística. Com Ayumu Watanabe no cargo-chefe, o anime consegue ser lindo e maravilhoso, sem exagerar. Nessa mesma temporada temos Violet Evergarden, que é considerado por muitos como um dos shows de TV mais bonitos da história. Pra mim? Eles exageram demais, tudo é demasiadamente detalhado, é como se eles tentassem demais fazer o negócio ficar bonito, e acaba não soando tão natural.

Já aqui, tudo é naturalmente bonito, os cortes são belos por sua simplicidade e por estarem sempre adequados ao momento. O estilo muda repentinamente, e você é pego de surpresa por isso. Ele muda, mas para algo que retrate bem a situação, e tudo flui perfeitamente. É um bagulho 5000% AESTHETICS o tempo todo. Mesmo quando não tenta ser cinematográfico, o show tem cenas bem animadas e agrada a todos os públicos.

Por fim, mas não menos importante, as personagens: Cara, o que falar dessas pessoas que eu mal conheço e já considero pacas? Todas as personagens são idiotas, mas são idiotas adoráveis. Desde a protagonista que não sabe ajustar o seu temperamento, até o gerente de meia-idade com mania de perseguição. Os secundários também brilham de uma forma incrível, com designs interessantes e personalidades que completam perfeitamente o quadro de pessoas da trama. É um elenco perfeito para uma obra que tenta pagar de hipster sem querer passar longe do palpável.

Minha única recomendação é: Dá uma chance pra esse negócio, venha de coração e mente abertas, e você não vai se arrepender de tentar. Você pode até não gostar, mas com certeza será uma experiência única. Pra mim, acho difícil alguma outra estréia bater essa, e carimbo um 8/10 para o começo dessa história que olha… Ainda tem muito chão pra andar, e muita água pra cair do céu.

O show pode ser assistido por assinantes da Amazon Prime.

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Your Name é um filme deslumbrante sobre o encontro de duas almas gêmeas

Você acredita no amor ou que um dia, por ventura, duas almas gêmeas possam se encontrar e viverem felizes para todo o sempre? Bem, caso a sua resposta for não, Your Name (Kimi No Na Wa no original) te fará acreditar até o seu final, que a chama da paixão é nada mais nada menos, que dois fios entrelaçados nesse destino chamado vida. Já, se a sua resposta for sim, coloque os seus fones de ouvidos, escolha a sua melhor música e me acompanhe até o fim.

Desde que me conheço por gente, sempre amei a cultura japonesa e suas filosofias, mas, nunca fui de ficar divulgando o tal fato para as pessoas, principalmente quando se trata de um garoto de apenas 17 anos, que o único anime que ele viu até o final foi Death Note e One Punch Man, e mais nenhum. Porém, ao ver várias críticas e comentários de conhecidos a respeito de Your Name nesse vasto universo paralelo chamado internet, tenho que admitir que a minha atenção para as animações japonesas que eram quase nula, se transformaram em algo que nem eu mesmo consigo explicar, já que o filme prende o seu telespectador antes mesmo do espectador dar o play.

Mitsuha mora em uma pequena cidade no Japão e seu maior desejo é se mudar para Tókio com o objetivo de ganhar a vida. Já Taki, é um jovem rapaz que seu maior sonho é ser um arquiteto de sucesso. Entretanto, em um belo dia, a vida dos dois jovens acabam se entrelaçando, causando uma bela ”confusão” que em seu epílogo, acaba sendo a coisa mais maravilhosa que já aconteceu na vida deles

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Kimi No Na Wa, é vendido de maneira proposital como um drama que te fará chorar do início ao fim, sem precedentes. Isso precisamente, não deixa de ser uma verdade, mas o diretor Makoto Shinkai insere uma paleta de gêneros que acaba se fundindo com romance meloso da película, tendo como resultado, uma nova cor totalmente chamativa e linda.

Your Name, começa mais como uma comédia do que uma história de relacionamento propriamente dito. Temas comuns da adolescência como: puberdade, curiosidade a respeito de seu próprio corpo e dentre outros, é tratado com uma fórmula mais ”casual” e simples, tirando ótimas e boas gargalhadas de quem estiver assistindo. Problemas de relacionamentos também são trabalhados com mais sutilezas e menos ambiguidades, que mesmo sendo algo mais puxado pelo o lado da mesmice, é fácil se identificar com os seus dizeres e tais atitudes dos personagens.

Já a sua parte mais triste e melancólica, demora um pouco mais para dar as caras, entretanto, quando os fatores finalmente aparecem de uma maneira mais discreta que o normal, aí sim, temos uma mescla de drama e romance, que apesar de ser considerado algo clichê e piegas, é tratado com mais originalidade e sutileza que o comum. Como por exemplo, o relacionamento de Mitsuha com seu pai, que mesmo tendo como foco uma história de amor entre dois jovens, o anime acaba explorando o outro lado da moeda, mesmo que seja de relance.

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Agora indo para o lado mais técnico da coisa, se você odeia músicas japonesas por acharem elas ”chatas” demais, seu ódio sumirá instantaneamente quando a película for iniciada. Com traços originais e comuns do oriente, sua trilha sonora mistura elementos de filmes renomados (como Interestellar, por exemplo) com algo mais natural e original, lembrando em algumas ocasiões, a música Sad Machine, do DJ Porter Robinson (para mais informações, clique aqui). Contudo, quem assiste ao filme, tem em mãos uma trilha sonora totalmente tocante e emocionante, que adentrará em seu coração e te fará chorar  no momento que os sonetos forem até os seus ouvidos.

Já, a direção de arte de Kimi No Na Wa, é simplesmente fantástica, no qual  conta com movimentos mais delicados e menos ”brutos”, algo que é bem comum dos animes. As paletas de cores que abusam mais de tons claros e suaves, mais precisamente, de gamas como: roxo, azul, vermelho e branco. Pode-se dizer que então, tem-se uma obra de arte sendo transmitida ao telespectador.

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Tenho que admitir que foi um pouco difícil fazer essa coluna em forma de crítica sem dar nenhum spoiler, dando inúmeros argumentos para que você se jogue de corpo e alma na animação, portando, é muito importante que você vá conferir ao filme com a sua cabeça limpa e em paz.

O tema, já foi abordado em diversos outros filmes, que mesmo sendo algo comum de se ver em mega produções, ,ele é contado a partir de um ponto de vista mais humano e realista, mesmo tendo uma bolha envolta de sua ficção não tanto superficial.

Mesmo sem querer, Your Name transmite uma mensagem de persistência e força ao seu espectador, que mesmo em horas, dias, semanas, meses e até anos difíceis, é importante que você nunca se deixe entregar para aquilo que lhe faz mal e te deixa pra baixo, mas pelo ao contrário, você deve se jogar nos braços do destino e sempre deve manter a cabeça erguida em situações não muito boas.

Eu tenho que te admitir que quando eu terminei a animação e desliguei a minha TV, eu não conseguia pensar em mais mais nada, a não ser em coisas boas e que um dia, eu serei feliz ao lado da minha ”alma gêmea”. Bom, depois que você leu essa coluna, apenas quero que você curta o momento e aproveite a sua vida ao máximo, pois um dia dois meteoros irão fazer com que o seu destino se entrelace com o de outra pessoa.

Então é isso, espero que tenha gostado, até a próxima e se for realmente possível voltar no tempo, que segundas chances sejam feitas.

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Primeiras Impressões | Grancrest Senki

Magos, cavaleiros, feudos e poderes malignos desconhecidos. Esse é o tipo de coisa que você encontra em qualquer tipo de mídia, não importa a sua origem. Então hoje provamos que não só os japoneses, mas como todo o mundo é um povo estranho.

Tudo começou quando um jogador de D&D fez amizade com um fã de Sonic. Após diversas carícias e noites de amor, eles deram à luz um menino chamado Grancrest Senki. Vivendo uma adolescência conturbada, o garoto foge de casa, mas leva consigo o lema de sua mãe. Um dia, ele é parado na rua por executivos extremamente suspeitos de um estúdio de animação (e fast-food) chamado A-1 Pictures. Vendo ali uma chance de garantir seu sustento, o garoto Grancrest aceita a proposta que lhe é oferecida.
O nome desse executivo? Ninguém menos que Albert Einstein.

Brincadeiras e surrealismo a parte, algo em torno de dez porcento do parágrafo anterior é, de fato, realidade. Você talvez conheça Lodoss-tou Senki (ou “Record of the Lodoss War“, em inglês), um OVA que foi produzido no início dos anos 90, e que foi o estopim para a explosão do sub-gênero de fantasia nas obras japonesas. Lodoss-tou Senki é o transcrito de uma campanha de RPG de mesa mestrada por Ryou Mizuno, o homem que viria a ser o criador do sistema 2d6, uma adaptação do clássico D&D para dados mais modestos.

Mas o que isso tudo tem com o anime que vamos falar hoje? Bem, Grancrest Senki é, de certa forma, o sucessor de Lodoss-tou Senki. Escrito pelo mesmo autor e com as circunstâncias semelhantes, uma Light Novel se cria e após ser adaptada em mangá, vira também um anime. Anime este que vamos falar hoje. Entendeu a volta que demos?

Com uma temática superficialmente genérica (assim como todas as obras de fantasia medieval), percebemos que o mundo que estamos por explorar é rico e amplamente detalhado por várias e várias horas de atenção dada por seu criador. Não que isso seja aproveitado, mas comentarei mais sobre, depois. Primeiro a gente fala de como é genérico, já que chamar as coisas de ‘genéricas’ dá ibope.

mcq chamam o meu anime de genérico

Eu normalmente não dou sinopses em minhas análises e resenhas pois é algo trivial, que pode ser facilmente encontrado internet afora, e que não acrescenta nada, além de tamanho, para meu post. Mas vejam só como a sinopse – levemente alterada – do show em questão pode ser encaixada em diversos outros:

Num mundo fantástico e de temática medieval, um grande mal de origem desconhecida paira pelos quatro cantos do continente. Um grupo de pessoas, agraciadas com um poder especial, são os únicos capazes de combater os misteriosos inimigos que espalham o caos. Com o passar das décadas, os homens começam a brigar entre si, buscando obter esse poder. Não para combater o mal, mas para seus próprios objetivos egoístas. Protagonista A é um(a) talentoso(a) que busca um(a) companheiro(a) de aventuras que tenha uma missão nobre para que juntos, possam mudar o mundo que, além de devastado pelo mal, sofre com a ganância dos homens. Protagonista A encontra Protagonista B e juntos, vivem incríveis aventuras.

Agora que falamos da parte genérica, podemos tentar falar sobre o ricamente trabalhado universo da séri-
Já o próximo tópico é sobre os personag-
Falemos também sobre a política que envolv-

Essa é a experiência de assistir Grancast Senki. Lembra do lema da mãe do garoto, que era fã de Sonic? Isso mesmo, o lema é “Gotta go Fast“. Tudo acontece num ritmo tão frenético que mal temos tempo de parar para respirar. Eu honestamente, sem meme, acredito que todo o conteúdo mostrado nesses três primeiros episódios poderiam preencher uma temporada inteira, e ainda estaríamos correndo um pouco. É sério, o negócio corre.

Gravação ao vivo dos bastidores do show

Há tantos acontecimentos, personagens, explicações de mundo e implicações políticas rolando, e tão pouco tempo para eles, que é muito fácil de se perder. Acabamos por ter diversas coisas na mesa, mas todas com pouco ou nenhum aprofundamento. Tudo é raso, tudo é superficial. O negócio chega ao absurdo de termos uma personagem que simplesmente surge, do nada, no episódio três, e está lá, junto com os protagonistas, fazendo coisas e tomando parte na ação. E que eu não faço a menor ideia de quem seja, nem mesmo o seu nome eu sei! Fica subentendido que todo o seu arco aconteceu por debaixo dos panos, e que devemos simplesmente aceitar aquilo como realidade.

A animação também não é lá essas coisas, falando em bom português. Cortesia da A-1 Pictures (Sword Art Online, Ao no Exorcist, Magi), que nunca foi conhecida por seus trabalhos de qualidade gráfica elevada. A maioria absoluta dos cortes são feios. Sério, feios mesmo. Temos eventuais bons cortes, mas que de nada ajudam com o resto, e pouco agregam a experiência como um todo. É de uma mediocridade sem igual.

O incrível, porém, é que mesmo rushado e visualmente feio, o anime ainda consegue ser prazeroso de se ver. Os seus personagens são interessantes (com um design único e que retrata bem suas personalidades) e todos são LEGAIS PRA CARAMBA, o tempo inteiro. Até mesmo o protagonista, que está mais para uma porta do que um lorde, tem seus momentos e consegue estampar um sorriso no teu rosto de vez em quando. Você não entende absolutamente nada do cenário mais amplo da trama, e quais consequências aquelas ações terão, mas as ações em si são divertidas, mesmo fora de contexto, por causa de seus atores.

No final do dia, a gente xinga, maltrata e esperneia, mas se diverte e dá gostosas risadas com a companhia de Grancrest Senki. É uma merda, mas é bem legal, eu gosto até. Pra esse conturbado início, creio que 6/10 é uma nota interessante. O show não é ruim. O show não é bom. A experiência de assisti-lo é simplesmente… Intrigante. Vale a pena arriscar, eu diria.

O anime pode ser assistido legalmente no site de streaming Crunchyroll.

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Re:Zero: Começando uma Vida em Outro Mundo – Livro 2

Depois do fim de ano agitado, comendo igual um porco e tendo que ouvir os parentes perguntando das namoradinhas, voltamos às nossas atividades normais com uma nova resenha de livrinho japonês (Light Novel, para os leigos). Se você ainda não acompanha a série, e está pensando se deve começar a fazê-lo, dá uma olhada na resenha (sem spoilers) do Livro 1. Se você já leu o livro 1, achou que japonês é um povo estranho, e está mais pra lá do que pra cá, esse post é pra você.

Assim como Subaru, retorno da morte para fazer outra postagem. Se achou que eu desistiria depois de apenas um volume, você está muito enganado. Fazer resenhas é o único motivo que me força a terminar de ler qualquer coisa, e como minha lista de espera está saindo de controle, é hora de seguir as sábias palavras de René Descartes: “Leio, logo resenho“, ou algo assim. De qualquer maneira, segundo volume de Re:Zero – Começando uma Vida em Outro Mundo, da Editora NewPOP.

Depois de vê-lo morrer umas três vezes para conseguir sobreviver seu primeiro dia no mundo alternativo, encontramos Subaru numa situação completamente diferente da inicial. Tirando-o de sua zona de conforto, e tendo que se virar num ambiente e com tarefas onde seu vasto (e apenas ocasionalmente utilizado) conhecimento não lhe é útil, voltamos a uma sensação boa de ter prazer em vê-lo se dando mal.

A primeira parte do volume (e, se me permitirem a audácia de tentar traçar padrões após apenas dois exemplares… De todos os volumes) foi uma leitura extremamente agradável. Subaru fez suas cagadas como sempre, mas a história estava fluindo e estávamos explorando novos acontecimentos, recebendo novos fatos, descobrindo novas informações. Re:Zero pode até não se esforçar para, mas acaba construindo um universo interessante e que tem gostinho de quero mais. Por isso, a “primeira volta” é sempre fenomenal e o melhor excerto do(s) volume(s).

Júnior Fonseca parece ter 17 anos mas na verdade é um tiozão do pavê, e eu posso provar.

Porém, como diz o ditado, “O mundo gira e vacilão roda“. Nesse caso, quem roda é você, leitor, ao ter que experienciar os mesmos dias, os mesmos fatos, várias e várias vezes. Tá certo que a cada volta de Subaru, novas coisas acontecem, mas… É frustrante, caras.

O autor retrata, em diversos momentos, a frustração do protagonista, por ter que reviver diversos dias, diversas vezes. Mas em momento nenhum ele pára para pensar na frustração… do leitor. Como já discutido anteriormente, e acredito ser unanimidade, ninguém lê essa light novel por causa de seu protagonista cativante. O que nos prende é o cenário interessante e as personagens que cercam o poço de ruindade. Daí o senhor Nagatsuki vem e nos força a ter apenas um terço do livro para essas coisas legais, e todo o resto é exclusivamente um desafio de tentar escalar o poço de ruindade previamente mencionado.

Juro pra vocês que, quando cheguei na segunda volta, fiquei tão frustrado pela interrupção abrupta do meu livrinho japonês, que larguei mão de ler e só voltei uma semana depois. E infelizmente, deve ser um comportamento que se repetirá, afinal… A única coisa que o cara faz direito é morrer.

De qualquer maneira, deixando a causa da discórdia de lado, o segundo volume introduziu diversos novos personagens na história, todos muito importantes para o decorrer da obra a longo prazo. As empregadas gêmeas são literalmente fábricas de memes ambulantes; o nobre é literalmente um bobo da corte; e a bibliotecária é literalmente… Hm… literalmente uma bibliotecária? Não sei, “literalmente” é uma palavra muito forte.

O importante é que todas essas personagens tiveram sua primeira aparição neste segundo volume, e tivemos um terço dele para conhecê-las melhor. Todas intrigantes (cada uma em seu estilo), mas nenhuma chega aos pés de Reinhard van Astrea, o santíssimo espadachim, cavaleiro entre os cavaleiros, cara mais boa pinta do reino e que injustamente não teve sequer uma aparição neste segundo volume (opinião pode ou não ser levemente tendenciosa).

QUE ABSURDO! SEM VERGONHA! PERVERTIDO! DEMÔNIO SEXUAL!

A edição física da NewPOP, dessa vez com uma única capa, manteve o seu nível altíssimo de acabamento, lombada, papel, ilustração, etc. Aquela coisa toda que vocês adoram. Vai ficar bonito pra caramba na estante e vai dar gosto de pegar nele pra mostrar pro seu amigo que veio te visitar, folhear por cinco minutos e depois guardar de novo.

Porém, algo que não se manteve foi… Ela mesma, aquela, o fantasma que não larga o osso e continua a assombrar a editora de Júnior Fonseca obra após obra: A revisão. A impressão que tive foi que o revisor estava fazendo seu trabalho tranquila e atentamente, até que foi avisado que o seu prazo de entrega era amanhã de manhã. Há muito mais erros no último capítulo do volume sozinho, do que no resto das obras publicadas em 2017 pela editora. Não tem como ter outra ideia além de que ele foi apressado por conta de prazos, e não pôde fazer o seu trabalho como gostaria. Um ponto negativo para o volume.

Se vale continuar lendo? Estamos meio que obrigados moralmente a comprar pelo menos até o volume três, afinal… Precisamos saber o desfecho desse arco. Não te contaram? Esse volume termina em aberto, e o arco da mansãoserá concluído no próximo volume… Que sai daqui há dois meses… E eu fiquei bem bolado de só descobrir isso ao virar a página e ver que não tinha mais páginas para virar.

Você pode comprar o segundo volume de Re:Zero na loja online da NewPOP ou na Amazon.