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Review | Crash Team Racing Nitro-Fueled

Popularizado por ser um jogo de corrida bastante diferente dos outros (como por exemplo Need for Speed), mas seguindo o mesmo conceito do clássico Mário Kart (Impossível não fazer comparações), Crash Team Racing marcou a vida de inúmeras gerações.

O jogo fez tanto sucesso na época que, para a alegria dos saudosistas e até mesmo de quem não conhecia, ele foi refeito aos moldes da geração atual dos consoles, com o nome de Crash Team Racing Nitro-Fueled e já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Ao iniciarmos a nossa review, é claro que não poderíamos deixar de fazer comparações com Mario Kart e também com a primeira versão do game. Portanto, ao decorrer do texto, citaremos algumas características de ambos.

Modo História

À primeira vista, já notamos uma característica incomum nesse tipo de jogo, a inclusão de um modo história chamado de “Aventura”. Nesse modo, ao invés das corridas aparecerem no estilo de circuito (como em Mario Kart), temos um mundo para explorar, e é lá que encontramos os desafios. Citando mais um jogo como comparação, podemos dizer que esse modo história nos lembra bastante o antigo Diddy Kong Racing, lançado para o Nintendo 64.

Para sustentar o modo aventura, o jogo conta com uma história bastante simples: “Alienígenas invadiram a terra e propõem corridas para os personagens, caso os habitantes da terra ganhem as corridas, os Extra-terrestres vão embora, mas caso o contrário aconteça, a terra virará um cubo de cimento gigante, que servirá como estacionamento para veículos intergalácticos. Feito isso todos os personagens se unem para poder participar das corridas e salvar o planeta.”

Como todo modo história o jogo possui Bosses que são desbloqueados assim que se ganha em primeiro lugar todas as corridas da área, e à medida que os chefes dos locais são derrotados, se torna possível o deslocamento para outras regiões do mapa.

Ao iniciarmos a aventura também temos a opção de jogarmos no modo Clássico (cujo os controles são exatamente os mesmos do primeiro jogo) e no modo Nitro-Fueled, onde temos o recurso de carregar a derrapagem do carro e utilizar a carga como um boost no tempo correto (recurso já visto em outros jogos também). Outra maneira de conseguir um boost em meio a corrida é pular no momento certo quando se está em cima de uma rampa.

Modos Cooperativos

Seja Offline ou Online, Crash Team Racing nos trás mais modos de jogo onde podemos fugir do básico e jogar da maneira que quisermos sem peso algum na consciência. Os modos são: Corridas únicas, Corridas de copa, Batalhas, Batalhas contra o tempo, Corridas de relíquiaDesafios CTR e Desafios de cristais. Não entraremos muito a fundo nesses modos, mas o mais importante saber é que eles conseguem variar bastante quanto ao conteúdo principal.

Customizações

Um ponto bastante positivo que incentiva os jogadores a continuarem explorando mais o jogo é a grande quantidade de personagens que precisam ser desbloqueados, cada um com várias skins diferentes. Eles podem ser encontrados em missões da história ou comprados em uma área do menu do game, chamada de Pit Stop.

Não somente a quantidade de personagens aumenta a nossa vontade de jogar, mas também os outros itens customizáveis contribuem para prender o jogador. Dentro do jogo é possível alterarmos o chassi do carro, a pintura, os adesivos e as rodas. Todas as alterações de equipamentos são somente cosméticas, não influenciando no desempenho dos jogadores no decorrer das partidas.

Veredito

Crash Team Racing Nitro-Fueled cumpre bastante o objetivo para que foi lançado, agradando não somente as gerações que jogaram o jogo anterior, mas também a um público geral, principalmente aquele que gosta de corridas insanas com uso de itens em um nível mais difícil.

O jogo possui diversos fatores para não se tornar repetitivo, como por exemplo a sua grande quantidade de customizáveis, mas ainda assim acaba ficando um pouco enjoativo para alguns, principalmente para jogadores solo, que focam apenas nas partidas contra a inteligência artificial. Já como instrumento de interação, os seus modos Coop e online, conseguem trazer uma diversão mais frenética, e tirar boas horas de quem joga com a família e amigos.

Para completar… Mais um ponto super favorável do jogo é a sua dublagem em português, super bem feita, que acaba aumentando a imersão, e trazendo uma experiência e tanto para quem jogava o jogo em sua infância e sempre quis ver os personagens falando a sua própria língua.

Nota: 8,7

Agradecimentos à Activision pela cópia digital do game. O jogo foi testado em um PS4.

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Gameplay

Review | My Friend Pedro

Desenvolvido pela DeadToast Entertainment e distribuido pela Devolver Digital, My Friend Pedro é um jogo indie bastante curioso e que chamou minha atenção por conta de sua gameplay composta por parkour, amizade e bastante violência. O jogo é bem divertido de ser jogado, entretanto, ainda possui algumas coisas que podem melhorar.

My Friend Pedro é uma história de amizade entre um cara sem nome e uma banana, chamada Pedro. Basicamente, a banana manda você matar todo mundo em seu caminho e passa o jogo todo fazendo comentários irônicos e te dando sugestões sobre como matar seus inimigos.

Em suma essa é a história do jogo, bem simples, cômica e linear. O jogo se situa em um cenário 2D de plataforma onde você precisa derrotar os seus inimigos, apresentando diversas variedades para tal ato além das armas de fogo, como por exemplo uma frigideira, um skate, faca, barril e até mesmo pedaços que sobraram dos inimigos mortos – tornando cada morte única. Bem, a história não é o foco de My Friend Pedro.

A trama do jogo, por ser simples e cômica, acaba tornando a jogatina bastante engraçada e divertida. Entretanto, o jogo em si se torna enjoativo por apresentar apenas uma coisa a ser feita: passar as fases fazendo parkour e matando os inimigos. Mesmo com a tamanha variedade de se matar os inimigos, o jogo acaba sendo díficil de ser jogado por tanto tempo sem se enjoar, até porque logo na primeira fase ele apresenta tudo o que tem para apresentar, enquanto nas fases posteriores não há mais novidades para se ver.

Por sorte a jogatina é bem curta, o jogo apresenta 40 fases e para completá-lo demorou apenas 5 horas. Uma coisa que ajuda a quebrar o padrão jogo são as boss fights, onde cada uma apresenta uma luta diferente e coisas diferentes para se fazer. Além disso, o jogo possui um sistema de pontuação em cada fase, onde cada morte e o jeito que ela ocorreu é contabilizada e garante uma nota no final, que pode ser A, B ou C. Isso torna as coisas bem interessantes e incentiva o jogador a voltar para a fase com o objetivo de melhorar sua pontuação.

A jogabilidade é bastante confusa no início, visto que há muita informação na tela e uma variedade de coisas para serem feitas. A mira, o parkour e até mesmo a troca de armas se tornam complicadas de fazer no teclado e no mouse, porém após uma hora de jogo já se pega o jeito. No controle, a jogabilidade fica bem menos confusa e mais fácil. As fases não são difíceis de se passar, basicamente é só andar em linha reta fazendo parkour e matando os inimigos.

Os gráficos são satisfatórios, visto que o jogo é 2D. A direção de arte do jogo é bem interessante, as fases se apresentam bem detalhadas e até um pouco cartunescas. O grande problema é a variedade de inimigos, eles mudam conforme você passa de fase, porém na fase em si eles são iguais e parece que você está lutando contra diversos clones.

No fim das contas, mesmo se apresentando enjoativo durante sua jogatina, My Friend Pedro é uma experiência bastante divertida, apresentando momentos emocionantes, satisfatórios e engraçados. É um jogo que vale a pena ser comprado e jogado em um final de semana. É diversão garantida.

My Friend Pedro é uma violenta aventura sobre amizade, imaginação e o empenho de um homem para aniquilar tudo que estiver em seu caminho, sob o comando de uma banana senciente. O uso estratégico da mira dividida, câmera lenta e o bom e velho salto através da janela criam sensacionais sequências de ação consecutivas, em uma batalha explosiva por um perigoso submundo.

My Friend Pedro foi lançado hoje (20/06) para Nintendo Switch e PC, através da Steam.

Obrigado, Devolver Digital, por ter fornecido a key do jogo para essa review.

Nota: 3/5

 

 

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Gameplay Games RPG

Review | The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel II

Após o lançamento da edição definitiva de Trails of Cold Steel para PS4 em março desse ano, a XSeed e Marvelous, trazem agora em junho para o ocidente, a sua continuação, Trails of Cold Steel II, também para o sistema da Sony.

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel II é o segundo jogo do Arco de Erebonia e também, o sétimo jogo da franquia Trails (ou Kiseki, no Japão). Se passando um mês após os eventos do primeiro jogo, o game traz mais uma vez Rean Schwarzer como protagonista, que agora precisa encontrar seus colegas da Classe VII, que estão espalhados pelo país, e acabar com a Guerra Civil de Erebonia.

Vale dizer que os eventos de Cold Steel I e II se passam paralelamente aos de Zero no Kiseki e Ao no Kiseki, que infelizmente nunca foram localizados oficialmente. Os jogos citam o Estado de Crossbell diversas vezes durante a história, e é de suma importância para o pós-final de Cold Steel II e para o futuro da franquia, mas o jeito é jogar as versões traduzidas por fãs ou aguardar eternamente o anúncio de ambos os jogos no Ocidente.

  • Um meio defeituoso, mas um final espetacular.

Diferentemente dos outros seis jogos da franquia, Trails of Cold Steel II não é divido em capítulos, mas sim em dois atos, além de Prologue, Intermission, Finale, Divertissement e Epilogue. Isso faz com que o jogo passe uma sensação de ser mais longo, porém acaba tendo a mesma duração que os demais jogos.

O Ato 1 tem como objetivo encontrar os colegas da Classe VII, além de apresentar o plot principal do jogo, a Guerra Civil de Erebonia, e introduzir os novos membros da Ouroboros, a grande organização secreta do mal, já fazendo ligação com a franquia em si. Algo que foi criticado no primeiro jogo, pois 90% do jogo era “separado” do restante da série Trails, somente tínhamos citações, até chegar o final.

É um bom começo de jogo. Os bonding points, que servem para upar os Links com os personagens, e assim liberar habilidades (bem Persona), estão de volta. Não há grandes novidades no sistema de Links, tirando a possibilidade de usar os personagens nas batalhas de mechas. Falando nela, as batalhas de mechas, uma das grandes surpresas do final do primeiro jogo, estão de volta, e muito mais frequentes. Ainda que elas não estejam tão balanceadas assim, é bem fácil ganhá-las.

Um dos pontos que não gostei no primeiro jogo, foi o ambiente escolar. Além remeter novamente a Persona (o que não é algo ruim, se acalmem), era bem sem graça e não conseguiu funcionar. Esse ambiente não retorna no segundo jogo, e em vez disso, temos uma narrativa bem parecida com aos dos jogos anteriores, contudo, houveram alguns problemas.

Então chega o Ato 2 e ele tem um grande problema: é desnecessariamente longo. Enquanto vamos liberando as cidades dominadas pelo exército, temos diversas quests obrigatórias e sidequests, o que é normal na franquia Trails e em qualquer JRPG. No entanto, as sidequests são bem sem graças e poucas inspiradas, além de repetitivas.

Além disso, temos que resgatar os estudantes da Academia Thors, que encontramos durante o ato 1, e alguns deles dão mais quests, para poderem ser recrutados para a Courageous, a aeronave que serve de base. Ao serem recrutados eles dão suprimentos (que temos que comprar de qualquer maneira), e fazem treinos de combates, além de desafios.

Eu entendo a sensação que o jogo quis passar de que “somos estudantes da academia militar da cidade de Trista e temos que nos juntar para libertamos ela”. Mas acaba que eu não me importo com esses personagens, tudo que eles vendem, eu consigo comprar nas lojas padrões, e pelo mesmo preço. Os desafios, que liberam Master Quartz, só servem para aqueles que querem montar novas builds e pegar a platina.

Agora, tenho que tirar o chapéu para o Finale de Trails of Cold Steel II. Arrisco a dizer que foi o melhor final de jogo da franquia até esse momento (visto que Trails of Cold Steel III e IV ainda não foram lançados no Ocidente), eu não vi nenhum dos plot-twists chegando.

Após isso temos dois capítulos extras: Divertissement, que se passa logo após o final de Ao no Kiseki, e Epilogue, que em encerra em si a história de Trails of Cold Steel II, trazendo uma final dungeon bem diferente do costume da franquia. São bem curtos e rápidos.

Ainda que o roteiro seja sobre guerra e sobrevivência, Cold Steel II traz momentos leves e de descontração entre seus personagens. Coisa que já é costume da franquia. Isso serve pra aprofundar as relações entre os personagens principais. E que impacta no final do jogo.

  • Gameplay sem grandes novidades, porém continua ótimo.

O combate continua na mesma vibe dos jogos anteriores, em turnos, com opções de Craft, S-Craft e Arts. A grande adição foi o Overdrive, que já havia sido incluído em Ao no Kiseki, mas tinha ficado de fora do primeiro Cold Steel. A diferença é que somente dois personagens, conectados através de link, podem ativar, em vez de toda a party.

O jogo incluiu os Trial Chests, que ao serem abertos, trazem uma batalha contra minibosses, que quando derrotados, habilitam o Overdrive entre os personagens descritos nos baús.

Também temos as inclusões das Shines Dungeons, que substituíram as dungeons da Old Schoolhouse. Elas são obrigatórias para a progressão da narrativa do jogo. Além de liberarem flashbacks da War of the Lions, um dos grandes eventos no mundo de Trails. Elas são dungeons curtas e boas para grind.

Falando em grind, ele não deveria ser tão necessário nesse jogo, lutar uma vez contra cada monstro nos cenários seria o suficiente. Contudo, o jogo não é bem balanceado, tanto para o bem, quanto para o mal. Há alguns monstros padrões que não deveriam ser tão fortes, e simplesmente acabam matando com dois golpes. Já com chefes da história, alguns são muito fáceis. Em especial os da última (última mesmo) dungeon. Que dependendo da party você acaba a luta em menos de 5 minutos.

  • A edição definitiva de PS4

Sobre a versão de PlayStation 4 em si, o maior destaque é sem dúvida o Modo Turbo, que acelera o jogo tanto nas batalhas quanto nas viagens de campo. O jogo roda a 60 fps na maior parte do tempo, caindo apenas quando alguns S-Crafts são utilizados. E ele teve alguns crashes durante o final do ato 2. Até o momento em que estou escrevendo, não vi ninguém relatando esse problema, então vai ver era o meu PS4 sofrendo por conta do segundo ato também. Para quem possui um PlayStation 4 PRO, o jogo tem suporte à 4K, o que não é o meu caso. A única diferença nos gráficos é que eles estão mais nítidos.

Ela traz também algumas DLCs de cosméticos e itens mais raros do jogo, que foram lançados separadamente para PS3 e PS Vita. Também foi incluída a opção de dual-audio, em inglês e japonês.

Apesar de um ato 2 problemático, Trails of Cold Steel II encerra a primeira metade do Arco de Erebonia de maneira espetacular.

NOTA: 8.5

Agradecimentos à Marvelous pelo envio do código para análise.

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Consoles Gameplay Games

Review | Final Fantasy XII: The Zodiac Age Nintendo Switch

Na reta para a maior feira de jogos eletrônicos do mundo, a E3, temos por consequência que os lançamentos próximos a ela sejam mais mornos sem muito destaque, posto que a maioria das empresas costumam guardar o ouro para a divulgação no evento.

No entanto, algumas pérolas podem passar despercebidas neste período, o que é o caso do lançamento de Final Fantasy XII – The Zodiac Age, a versão mais parruda remasterizada do jogo lançado inicialmente em 2006 para PS2, e com novidades notáveis, lançada no mês passado para Nintendo Switch e Xbox One.

É importante lembrar que a versão já havia sido lançada para PS4 e a análise em questão foi realizada no Nintendo Switch.

A versão Zodiac Age original chamada Zodiac Age International foi lançada somente no Japão em 2007 para PS2 e possui mudanças relevantes em relação ao jogo original como por exemplo uma classe definida que correspondem a um signo do zodíaco sendo possível que cada membro da sua equipe tenha até 2 classes diferentes, cada uma com a sua respectiva árvore de habilidades.

Final Fantasy XII se passa em Ivalice, reino amado por muitos fãs da saga e que muita gente conheceu através de Final Fantasy Tactics para o Game Boy Advance.

Mapa dos reinos

Mais especificamente no reino de Dalmasca, que está entre dois gigantes impérios que travam guerra por poder sem fim, a nossa jornada começa através da perspectiva do irmão do nosso protagonista carismático Vaan.

Com um tom tecnológico que usa “magia ao invés de eletricidade”, uma resistência em meio a um império tirano e uma aventura que vai contra todas as probabilidades, temos a trama bem desenvolvida e fechada em uma das melhores ambientações já feitas na série (E confesso que em muitas vezes me remeteu à sensação passada pelos Star Wars clássicos).

O combate de Final Fantasy XII sempre foi aclamado por estar muito à frente do seu tempo e isso se reflete ainda hoje, mais de 10 anos depois do lançamento do jogo original.

Isso porque o jogo te dá as ferramentas necessárias para se moldar o comportamento das inteligências artificiais de todos os membros da sua equipe de uma maneira bem intuitiva e descomplicada que é o sistema de “Gambits”.

Comprando mais gambits e abrindo mais espaços para novos, você vai podendo expandir ainda mais o comportamento de cada personagem.

Parece difícil mas é nada mais que um sistema de “condições” para cada situação onde você vai definir o comando a ser cumprido caso aquela condição seja cumprida, isso tudo numa ordem de prioridades.

No quadro acima por exemplo temos na primeira linha a condição “se algum aliado estiver com o status de silence” e na sua frente a ação escolhida que é “usar o item echo herbs” (que curam o status silence).

Caso não haja ninguém com status silence ele segue para o próximo gambit que tem a condição “se ele próprio estiver com HP menor que 70%” com a ação determinada “first aid”, que é a auto-cura do personagem, e por aí vai.

Pode parecer muito complexo de início mas o jogo é extremamente intuitivo e flui numa cadência amigável que lhe permite aprender, testar e aperfeiçoar as várias combinações de condições, ações e ordens de prioridade,

A história possui uma cadência invejável a muito jogo atual e ainda conta com uma trilha sonora reorquestrada, mas que pode ser mudada pra trilha original caso você seja nostálgico.

Os gráficos fluem muito bem, tanto no modo portátil como na TV e mais uma vez o console portátil da Nintendo tem se reafirmado como uma das melhores plataformas pra se jogar RPG’s na atualidade pela portabilidade que ajuda nas horas do bom e velho “farm”.

O folclore, as criaturas e mais diferentes raças em Ivalice mostram uma diversidade crível e o ambiente é bem imersivo fazendo deste um jogo indispensável a qualquer possuidor de Nintendo Switch.

Nota 9/10

Enquanto o remake do Final Fantasy VII não sai, dá pra se divertir com outros universos tão ricos da série e Ivalice e Final Fantasy o fazem com louvor, te garantindo, dependendo do tipo de jogador que você é, em torno de 100 horas de jogo.

Agradecimentos à Square Enix pela cópia digital do jogo, e ao Luiz Cláudio Andrade pelo desenvolvimento e ajuda.

 

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Gameplay Games

Review | Gato Roboto

Mesmo não sendo o primeiro do gênero, Metroid (1986) e Castlevania (1986) são um dos jogos mais reconhecidos quando falamos no sistema de mapa interconectado, com exploração, podendo ser de plataforma ou não. Conhecido como gênero metroidvania, inspirou vários outros jogos como, a sequência Castlevania: Symphony of the Night (1997), e alguns mais recentes como Ori and the Blind Forest (2015), Hollow Knight (2017) e Dead Cells (2018).

E Gato Roboto busca unir este gênero tão conhecido, com uma história um tanto quanto for a do convencional para jogos semelhantes, utilizando algumas concepções conhecidas e buscando inovar com a ajuda da tecnologia contemporânea.

“O cão é o melhor amigo do ser humano”, isso quando não estão em um planeta alienígena, cheio de perigos escondidos e ação frenética, nesse aspecto o gato vem para salvar o dia. A história é encantadora, e aborda o relacionamento entre ser humano e animal de uma maneira simples e convincente. Como todo bom animal de estimação o gatinho tem um nome, na verdade a gatinha, ela se chama Kiki, e é a protagonista em Gato Roboto. Assim que a nave em que Kiki e Gary cai em um planeta desconhecido, onde está localizada uma base de estudos tecnológicos, a gatinha tem a missão de completar toda a aventura que seria destinada a seu dono humano que ficou preso dentro da nave espacial. Quando Kiki passeia pelo novo mundo, e encontra um traje robótico, a felina ganha acesso a armas high tech e com poder de fogo capaz de ajuda-la na tarefa. Você aprende sobre o planeta alienígena no decorrer da gameplay, encontrando algumas gravações dos que ali trabalhavam anteriormente, e descobrindo novas localidades dentro do game.

Uma característica dos jogos metroidvanias é o fato de focarem no aspecto exploratório, algumas vezes nos deixando perdido entre uma cena e outra do mapa em busca de objetos e equipamentos, o que pode demandar um pouco de tempo e paciência para o jogador. Gato Roboto utiliza de uma fórmula conhecida, ele é linear com alguns pontos fora da curva, como Uncharted (2007), com pitadas frenéticas de ação, o jogo apresenta durante toda sua gameplay, uma energia própria, sem descanso. A todo momento você é apresentado a novos conceitos e novas informações que te levarão ao sucesso da missão, e na alternância entre gato e robô, que te faz criar novas estratégias a todo minuto para conseguir superar todas as adversidades que aparecem no caminho de Kiki. Por outro lado essa mesma velocidade que acabou se tornando o sinônimo de Gato Roboto, acaba tirando o brilho de outras mecânicas, que não conseguem aparecer devido ao frenesi de pulos e tiros. 

Gato Roboto é um jogo da atualidade que não se encaixa muito bem no presente, e isto é maravilhoso. Estamos cercados de jogos com volumes inacreditáveis de conteúdo, onde o jogo pretende te apresentar “n” propostas em um curto espaço de tempo, que no final não irá acrescentar em nada. Ele é um jogo para relaxar, sem nenhuma pretensão de ser o melhor do mundo ele encanta pela simplicidade e sua trilha sonora clássica de jogos do SNES, e seus mapas preto e branco básicos, mas bem elaborados. Cada espaço é único, muito bem explorado pelos desenvolvedores, que não tiveram a má fé de encher o cenário com objetos idênticos, apenas para acrescentar algo na tela, cada cena te instiga a explorar os espaços e buscar novos caminhos. 

VEREDITO:

Gato Roboto, melhora o jeito de jogar metroidvanias, além de apresentar uma gameplay limpa, e bem explorada. O segredo do jogo é realmente ser simples. Um passatempo divertido e satisfatório, que ousa na medida certa, mas se sustenta em aspectos já consagrados. Algumas explorações de fato não tem uma recompensa a altura, mas o “pulo do gato” é justamente o caminho que você faz, encontrado adversários e atirando ainda mais com seu traje mecânico. Qualquer um que esteja seja fã de Metroid certamente se sentirá em casa.

PONTOS POSITIVOS:

  • Gameplay simples e divertida.
  • Trilha sonora.
  • Mecânica.
  • Desing das cenas.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Inimigos genéricos.
  • Gameplay curta.

RECOMENDADO!

 

 

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Consoles Gameplay PC

Review | Rage 2

Autoridade é uma força de guerra, que atua em um deserto apocalíptico, no ano de 2165, você é um(a) sobrevivente de nome Walker, e tem como missão, além de sobreviver neste mundo pesteado, formar alianças com outros sobreviventes para que juntos consigam mudar o rumo de suas vidas, neste período de pouca esperança.

O jogo é um acerto da id Software e da Avalanche Studio, as duas empresas conhecidas por jogos frenéticos e de ação desenfreada, nos entrega mais uma vez uma aventura com frenesi desencadeado, uma história anárquica e caótica. Tudo o que há de bom em séries famosas como Doom, Just Cause, e a adaptação de Mad Max para videogames, está presente em Rage 2.

A ambientação da história é um clássico dos filmes dos anos 80 e 90, a clássica vingança por aqueles que destruíram sua antiga vida, e te fizeram estar nas piores situações possíveis, se já não fosse suficiente estar em um ambiente hostil 24 horas por dia, normalmente. Os responsáveis por transformar cada segundo da existência de civis, no verdadeiro inferno são, nada mais que uma milícia denominada Autoridade que possui um exército de mutantes/robôs equipados com armas e equipamentos cyberpunks. Você então, está encarregado de se aventurar e espalhar as palavras da vingança por todos os cantos, e reunir aliados para a batalha.

O que há para ser adiantado aqui é que no geral esta história é curta, o que significa que, se você estiver esperando em Rage 2, uma história envolvente, você não encontrará isso aqui. O jogo está sustentado em momentos de ação, e de exploração. Ter uma história assim, não necessariamente é um ponto negativo, desde o início o jogo deixa claro seu propósito de divertir sem se importar como enredo, porém, mesmo a todo momento você recendo esta informação, o que te deixará nas mãos apenas das missões adicionais ou objetivos de exploração em grandes torres da Autoridade, fica uma sensação de dever cumprido, mas uma insatisfação imensa, por que sabemos que Rage 2 poderia ter nos oferecido algo melhor. Há muito o que explorar no mundo, mas nada realmente desafiador, nada que te faça pensar duas vezes antes de enfrentar qualquer coisa que se mova a sua frente, é uma oportunidade perdida, que o jogo tenta validar, mas infelizmente não consegue.

Basicamente os locais que você explorará serão praticamente os mesmos. Os acampamentos dos mutantes, servem apenas para dar um pouco de ação ao jogo, jogados de maneira aleatória, algumas possuem inimigos um pouco mais fortes, mas nada que você não derrote facilmente. Quando você aprende a desviar dos ataques a distância tudo se torna muito mais fácil. Alguns destes acampamentos por sua vez, possuem objetivos a mais do que simplesmente derrotar todos os que ali estão, algumas possuem objetivos a serem conquistados, ou destruídos. Em todo o percusso por terra, você pode dar de cara com alguns bandidos realizando emboscadas para viajantes desprevenidos.

De fato o mapa de Rage 2 é grande, e alguns pontos estão bem distantes um do outro, mesmo com seu veículo terrestre chegará um ponto em que você simplesmente já explorou tudo, e não precisa mais andar pelos mesmos caminhos, neste ponto aparece o girocóptero. Os fast travels são uma adição bacana, você pode facilmente revisitar áreas para recolher coisas que ficaram para trás no frenesi das batalhas, mas recebendo a liberdade de ignorar todos os lugares sem interesse e ir direto para o ponto principal da missão. Isso foi algo bem facilitador, já que a proposta do jogo é a ação, e com este gadget, você pode pular de momentos de ação direto para outros momentos de ação, sem ter que esperar alguns minutos para encontrá-los.

Rage 2 não é um jogo linear, mas bem que poderia ser, se pararmos para analisar que no decorrer da gameplay você pode se desvincilhar da história, e começar a explorar tudo, já que durante a Campanha Principal, o jogo não leva você a grande parte do mapa, a sensação do mundo aberto ser utilizado apenas para preencher o vazio da Campanha vem a tona em alguns momentos.

A mecânica de combate encontrada aqui é rápida, fluida, todos os armamentos são incríveis, poderíamos estar falando aqui de algum jogo focado no FPS, mas não, Rage 2 trabalha muito bem quando o assunto é ação e combate. Mesmo que o jogo te ofereça uma série de habilidades para serem usadas em combates, elas raramente precisam ser usadas de fato, tudo pode ser resolvido com o leque de armas disponíveis no inventário, e se você obtê-las antes de finalizar com a história, elas te darão uma vantagem gigantesca, é uma forma do jogo te premiar por explorar seu terreno de maneira arbitrária.

VEREDITO:

Rage 2, no final das contas não parece uma sequência, mas sim um reboot do jogo anterior, melhora tudo que foi apresentado no passado e oferece muito mais para o jogador. Infelizmente isto, não é suficiente fazer o jogo se destacar entre vários outros lançamentos. Seu mundo aberto por muitas vezes não vale o tempo investido, sua história pouco aproveitada para focar no mundo aberto, a imersão no cenário apocalíptico, é uma das coisas mais bem desenvolvidas além do seu combate bem estruturado.

O jogo funciona como um passa tempo, sentar e simplesmente jogar, sem querer ser surpreendido, o foco na diversão aqui foi alcançado com sucesso, o problema é quando o jogo quer ser algo mais.

PONTOS POSITIVOS:

  • Ambientação imersiva.
  • Atividades Secundárias.
  • Combate Fluido.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Mundo aberto sem sentido.
  • História curta.
  • Curva de aprendizado da batalha é alta.

Revisado no PC. Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código para análise.

 

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Review | Final Fantasy X / X-2 para Nintendo Switch

Uma Fantástica “Re-jornada” em qualquer lugar!

Recentemente a Square Enix realizou o lançamento de vários clássicos da série Final Fantasy no console híbrido da Nintendo, o Switch, e um dos lançamentos de destaque, é, sem dúvida, o bundle com as versões remasterizadas de Final Fantasy X e Final Fantasy X-2.

O clássico RPG, dirigido pelo Tetsuya Nomura, famoso pela série Kingdom Hearts, foi originalmente lançado para PlayStation 2 e teve uma excelente recepção de críticas e vendas.

As texturas e definição de imagem em relação ao PS2 foram visivelmente melhoradas e a experiência corre sem problemas apesar de ser evidente que se trata de um jogo de PlayStation 2, afinal de contas, trata-se de uma remasterização relançada e não um remake. O jogo também conta com o rearranjo da trilha sonora original e você tem a opção de mudá-la a qualquer momento, caso esteja se sentindo mais nostálgico.

Comparação entre o original e o remaster, imagem tirada da Wikipedia US

O jogo é basicamente a mesma versão HD lançada anteriormente para PS3, PS4 e PC, com um diferencial que, curiosamente, até mesmo a própria Nintendo pouco utiliza em seus jogos: a tela sensível ao toque do console.

Pode até parecer pouca coisa, mas não é de hoje que o gênero RPG e portáteis combinam tão bem, e Final Fantasy X e Final Fantasy X2 não são exceção.

Com um toque em tela você pode curar seus personagens sem a necessidade de abrir menus o tempo todo, tornando a experiência mais fluida e imersiva.

Na TV, no modo Dock, o jogo também não decepciona, aumentando a resolução de imagem, diante da desnecessidade de economia de bateria, e em ambos os modos não notei quedas de frames em nenhum momento.

A história continua cativante mesmo depois de tantos anos e se passa no mundo de “Spira” onde o jovem protagonista Tidus, jogador profissional de um esporte chamado “Blitzball”, é pego em meio a uma “catástrofe” causada por uma poderosa criatura chamada de “Sin” (pecado) e vai parar em um mundo devastado e repleto de água e destroços (não vou entrar muito em detalhes sobre este “mundo” pois acho que algumas revelações, mesmo que no começo do jogo, fazem parte da experiência do game.)

A partir daí Tidus conhece a icônica personagem Yuna, e o que se segue é uma aventura de encher os olhos e ouvidos (seja com a trilha sonora original ou rearranjada), o sistema de batalha em turnos é refrescante com pequenas mudanças que não revolucionam mas quebram o padrão adotado nos jogos anteriores com suas peculiaridades e mantém a essência da série.

Cada um dos jogos te garante uma média de 50 horas de jogatina, se tratando de um pacote com muito conteúdo, incluindo extras como a dungeon extra “Last Mission” do Final Fantasy X-2 e o curta metragem “The Eternal Calm” que conta de maneira mais profunda.

NOTA: 8,5/10

Ainda depois de tantos anos as aventuras de Tidus e Yuna emocionam e convencem em uma história cheia de conteúdo, batalhas épicas e ,agora, com a vantagem de poder ser jogado em qualquer lugar. Aos proprietários de Nintendo Switch e fãs do gênero RPG acaba sendo uma pedida obrigatória.

Agradecimentos à Square Enix pela cópia enviada e ao Luiz Cláudio C. Andrade pelo desenvolvimento e ajuda.

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Review | Weedcraft Inc.

Weedcraft Inc. é um jogo desenvolvido pela Vile Monarch que explora os negócios, a produção, e a venda de ervas nos Estados Unidos, mas não qualquer erva. Aqui temos vários aspectos para serem aprofundados sobre tudo que está por trás do financeiro, da política e cultura que envolvem o complexo relacionamento dos EUA com essa planta problemática e promissora.

Weedcraft Inc. traz uma abordagem um tanto quanto colorida do mercado da maconha, entretanto  não deixa de lado suas questões éticas e moral, mesmo que tudo isso esteja um pouco fantasioso na ideia geral do game.  No jogo, somos Jhonny, que por ocasionalidade do destino, acaba se envolvendo no mercado da maconha, logo após abandonar a faculdade. Ou seja, temos um grande simulador mercadológico, com várias informações e processos legais e ilegais que podem ser utilizadas em sua gameplay a bel-prazer, o que o faz brilhar, por outro lado Weedcraft Inc. tropeça, quando tenta se aprofundar no relacionamento dos personagens, mas felizmente não atrapalha em nada a experiencia quando você já está dominando por completo toda a papelada e gestão de seu novo ramo.

É óbvio que a maconha  é o personagem principal aqui, você é apenas um intermediário que a fará mais conhecida do que nunca. Ela pode ser vista de várias formas no jogo, digo isso por que tratando de negócios você precisa adequar seu produto à clientela, dessa maneira a maconha que é comercializado por seu avatar possui várias formas e sabores. A medida que for entrando dinheiro em seu caixa, novas variedades podem ser desbloquear com nomes bem criativos – Fiquei em dúvida entre Granddaddy Purple e Space Queen sobre qual seria o melhor rótulo do produto – Cada um destes novos rótulos possuem seus próprios sabores e efeitos, que o tornam popular entre grupos sociais distintos, desde turistas até pacientes que precisam da erva para tratamento, todos eles são potenciais clientes, e para isso é preciso ter uma mentalidade muito bem estruturada sobre negócios, principalmente entre preço e qualidade.

O início de seu cultivo é bem simples, mas ao decorrer da gameplay começa a ganhar status de business, e uma cara um tanto quanto mais séria. A mecânica do jogo ganha complexidade a medida que você evolui junto a seu negócio. A parte divertida do game é tentar melhorar a qualidade da sua erva. Testar as combinações de nutrientes, encontrar o equilíbrio certo de nitrogênio, fósforo e potássio te faz parecer o Walter White da maconha. Temperatura e umidade são um ponto importante que não podem ser deixados de lado. Outro aspecto já citado é a identificação de um nicho de mercado, estabelecer um crescimento visando apenas um público, ou expandir desenfreadamente ocupando várias camadas sociais, é uma dúvida constante. As inúmeras possibilidades presentes em Weedcraft Inc. é o que te fará parar e refletir por algum tempo.

Depois que você consegue compreender toda a mecânica de Weedcraft Inc., suas necessidades são outras, ao invés de se preocupar com suas vendas, você precisa aperfeiçoar seu produto, fazendo com que a clientela continue fiel, e a contratação de funcionários se faz necessária, é a partir daqui que o jogo ganha um novo visual, e tudo parece andar um pouco devagar.

Um pequeno detalhe que para muitos pode passar despercebido, a trilha sonora. Desde o início de Weedcraft Inc., você é bombardeado por uma trilha sonora muito bem escolhida, desde músicas a sons in game, hip-hop e vocais instrumentais irão te acompanhar nessa jornada por um mercado marginalizado mesmo em locais onde seu uso é autorizado.

VEREDITO:

Weedcraft Inc. é um simulador de gerenciamento bem desenvolvido com uma arte elegante e sofisticada, recada a uma trilha sonora cativante. De forma geral, entrega o que propõe e um pouco mais que isso. Se seu estilo não combina com administrar coisas e a agitação que envolve este tipo de negócio, este jogo não é para você, sua inabilidade pode te mandar para a prisão. Porém o jogo te dá uma porta aberta caso você queira aprender um pouco mais sobre o ramo de negócios, mesmo que você não seja um expert. No entanto, seus personagens são claramente segurados pela mecânica envolvente do jogo, seus diálogos chegam a ser cansativos, além de tratarem certos aspectos da sociedade de forma não muito agradável. Suas discussões socio-culturais são de extrema importância para o cenário atual que vivemos, mas infelizmente sua tentativa de caricaturar a realidade acaba afastando um pouco o que seria proveitoso para a vida real.

PONTOS POSITIVOS:

  • Simulação desafiadora.
  • Gráficos condizentes com a proposta do jogo.
  • Trilha sonora.
  • Gameplay com curva de aprendizagem justa.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Missões pouco instrutivas.
  • Erros na localização pt-br.
  • Diálogos cansativos e repetitivos.

Agradecimentos à Devolver Digital pelo envio do código.

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Gameplay Games

Review | Katana ZERO

A Devolver Digital há muito tempo vem publicando jogos indies de uma incrível qualidade e com Katana ZERO não foi diferente.

O título desenvolvido pela askiisoft leva o jogador a um incrível mundo neo-noir pixelado na pele de um samurai chamado O Dragão, em uma excelente e surpreendente história, regado de importantes diálogos e uma jogabilidade ágil e sangrenta.

A interação com alguns personagens dos cenários fazem com que os acontecimentos mudem.

Já admito que fui pego de surpresa logo de cara quando vi que Katana ZERO, não só possuía um enredo profundo, mas também que continha escolhas que alteravam diálogos e acontecimentos do jogo. Uma resposta errada, pode acabar em morte.

A narrativa construída em Katana ZERO foi com certeza o que mais me agradou ao longo do jogo, eu queria saber o que estava rolando naquele universo, e não só sair retalhando inimigos por ai. Acompanhar as revelações do enredo junto ao Dragão foram bem interessantes. Pois, tanto eu, quanto ele, estávamos perdidos naquele mundo.

Os programas de TV não só contam sobre a missão que você acabou de fazer, como também possuem informações sobre o mundo, e propagandas excelentes.

O roteiro mistura traumas de guerra, abuso de drogas e sangue, bastante sangue, além de humor e REFERÊNCIAS NERDS, WOW. Sem brincadeiras, o roteiro sabe usar bem essas referências, em vez de só ficar jogando na cara sem menor preocupação.

As sessões de terapias são bem interessantes, e dá um ar mais sério para o jogo, além de ser o gatilho para o plot twist. Só queria que tivesse mais sessões ao longo do jogo, a dinâmica era muito boa. Os diálogos com uma certa personagem, são bem legais, e repito a mesma coisa que disse com o psicólogo, poderiam ter sido mais explorados.

“Sim, isso deve funcionar”

Agora sobre a jogabilidade, o maior destaque do jogo. Ela é tudo aquilo que prometeu: gameplay ágil, difícil e sanguinária. É o famoso morra e tente novamente.

Tanto o Dragão quanto os inimigos morrem com um golpe só. Quando o jogador morre, o tempo rebobina para o começo do level e pra então refazê-lo sem morrer. Prepare-se para dar rages.

Sobre as mecânicas. Podemos desacelerar o tempo para ambientes com bastante inimigos, o Dragão em si fica devagar, mas os golpes são mais rápidos. Também podemos refletir os tiros, e matando o inimigo mais próximo. O rolamento deixa o jogador invencível, de certa forma. Combinar isso com com a redução do tempo, trará mais segurança para terminar as fases.

Os chefes são difíceis, mas basta aprender os padrões deles para derrotá-los, mas tome cuidado, eles mudam entre uma morte e outra. O jogo exige bastante reflexo e coordenação motora do jogador.

Ao passarmos de cada cenário, o jogo mostra um “replay” de todo o caminho feito, com um filtro e funções de um VHS. Replay esse, que é atrelado a narrativa. Pois estamos vendo o futuro. Quando passamos de fase, na verdade, é só um dos caminhos de sucesso que o protagonista conseguiu enxergar.

Alguns dos levels design possuem bastante inspirações, outros, acabam sendo bem genéricos em alguns aspectos. Os inimigos são bem colocados (em termos de dificuldade) nos cenários, e então cada ação tem que ser minuciosamente calculada. Há vários tipos de inimigos, entre brutamontes, usuários de armas e espadachins, além de robôs.

A trilha-sonora é um dos grandes destaques de Katana ZERO. Remete aos clássicos retrôs com músicas compostas através de um sintetizador. Brilhante trabalho de LudoWic, o compositor do jogo. Cada fase possui uma música específica e ela que determina o tempo de cada cenário.

O game é curto. Dependendo da habilidade do jogador. Eu levei umas 7 horas para finalizar o jogo e ainda assim, sofri bastante na reta final. Alguém com uma coordenação motora melhor, deve encerrar o game em menos tempo. Não posso confirmar no momento se haverá alguma DLC ou continuação no futuro, é esperar para ver.

Aliás, o jogo está totalmente em português, e as adaptações ficaram excelentes.

Katana ZERO não é só um jogo bonito e estiloso. Ele tem uma história a ser contada, através de uma ótima narrativa.

Agradecimentos à Devolver Digital pelo envio do código para a review.

Selo Ouro – Recomendável

Katana ZERO chega hoje, 18 de abril, para Nintendo Switch e PC.

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Gameplay Games

Review | Trials Rising

Já tivemos muitas experiencias com aventuras em motocicletas, e por incrível que pareça, Trials ainda continua a nos surpreender. A RedLynx consegue transformar, Trials Rising, que seria um jogo monótono e simples numa experiência diferenciada, com seus designs criativos e uma jogabilidade bem desenvolvida e escalonada.

Mesmo que entre 2014 e 2016 a desenvolvedora tomou algumas atitudes erradas em relação a seus jogos, como Trials Fusion (2014) e Trials of the Blood Dragon (2016). Eles passaram longe de serem jogos ruins, entretanto os mesmos não mereciam levar o nome Trials em seus títulos, os dois jogos mais recentes, ficaram abaixo das expectativas para a maioria dos fãs. Fusion chegou com uma ideia de inovar através de uma temática levemente futurística porém sem inspiração, e buscou referências rasas de alguns filmes, séries e claro jogos pra montar sua estrutura, mas infelizmente o resultado foi um background super sem sentido em meio a motocicletas tunadas e coloridas. Já Blood Dragon, até hoje é um enigma de como surgiu a ideia por trás do jogo, e de como seu desenvolvimento se prolongou sem nenhuma crítica ou qualquer problema relacionado a choque de ideias, se o jogo fosse lançado anos seguintes ou sem o título de Trials, com certeza se sairia melhor que em 2016.

Trials Rising definitivamente afasta qualquer fantasma que tínhamos dos jogos anteriores e nós leva de volta aos raios de luz de Trials HD e do grande Trials Evolution. De toda forma isso não significa que temos aqui em Rising todas as engrenagens girando as mil maravilhas, mas a maneira como o jogador é apresentado ao novo/antigo jeito de ser de Trials é um retrocesso satisfatório da série. Dessa forma temos uma gameplay limpa, sem muitas alegorias o que pode facilitar a compreensão e a curva de aprendizagem dos novos jogadores, e fazer com que os mais adeptos da série se sintam em casa.

De forma simples, os níveis de Trials Rising, são divertidos. Depois de compreender como funciona a gameplay em Rising, questões de aceleração, inclinação, tudo será resumido em memória muscular. A RedLynx sempre enfrentou problemas em buscar equilíbrio entre atender às necessidades de jogadores hardcore e conseguir apresentar a jogabilidade para os novatos. Um jogo como o Trials engloba uma ampla gama de conjuntos de controles e habilidades, e os desenvolvedores precisavam concentrar todo o esforço em preparar um novo sistema que atendesse a todos se quiserem continuar aumentando seu público. Desta vez, esse esforço foi recompensado e recebemos uma jogabilidade simplesmente limpa e bem didática, com as necessidades dos hardcores sendo voltadas para a complexidade das pistas.

A estratégia do novo sistema de progressão é interessante, em vez de simplesmente obter medalhas e avançar para o próximo estágio, o mapa em Trials Rising começa com locais pontuais e lentamente se completa com novas pistas, minijogos e tutoriais avançados à medida que o jogador sobe seu nível ao receber XP no final de cada estágio. É uma boa maneira de manter os jogadores envolvidos em uma mesma sequência de pistas sem a necessidade de completá-la sem erros. Mas não se engane, mesmo com esse novo sistema o caminho continua árduo para todos. Com esse sistema de avanço de estágio, o novo modelo de obtenção de itens fica ainda mais divertido. A cada nível que obter, peças de roupa variadas e adesivos para personalizar as motocicletas serão entregues a você. E sim, você ainda pode comprar itens dentro do jogo.

Mesmo que você nunca acabe nunca tocando no multiplayer online, co-op, no editor de pista ou qualquer uma das criações propostas pela RedLynx para a utilização do usuário, Trials Rising o manterá bastante ocupado desde sua compra. Alguns dos elementos fora de hora poderiam ser evitados, mas não é nada que prejudique uma última análise. Alguns outros aborrecimentos pontuais existem de fato, como os tempos de carregamento levemente lentos, ao entrar em níveis um pouco mais complexos que necessitam de um pouco mais de processamento. Dito isso, o RedLynx acertou as coisas importantes.

VEREDITO:

CATIVANTE

A maneira como as físicas das motocicletas são propostas em Rising agradará os mais céticos, os desenhos das pistas e o seu trajeto são muito interessantes, sem distanciar do mundo real. Trials Rising consegue ser envolvente, e desafiador, construindo sobre uma jogabilidade auto suficiente, além de corrigir problemas do passado. Seu editor de pistas continua pouco convidativo, e alguns obstáculos podem parecer depender muito mais da sorte do que simplesmente habilidade. Trials Rising não é uma reinvenção da franquia, é um convite para reviver tudo que já foi bom na série e perder algumas horinhas para se distrair.

PONTOS POSITIVOS:

  • Jogabilidade.
  • Novo sistema de avanço de estágio.
  • Customização do personagem e motocicleta.
  • Fases interessantes e convidativas.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Modo multiplayer sem profundidade.
  • Editores de pistas pouco instrutivo.
  • Jogo um pouco curto.
  • Carregamento exagerado em certos estágios.