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Juiz Dredd por Brian Bolland, com clássicos do personagem, está em pré-venda

O encadernado apresentando histórias clássicas inéditas do Juiz Dredd ilustradas por Brian Bolland já está em pré-venda, em mais um lançamento da Mythos Editora! Confira detalhes abaixo.

Brian Bolland é um dos nomes mais reverenciados na indústria dos quadrinhos por conta de suas belas artes e traço icônico. Porém, antes de se tornar o grande artista que viria a ser, ele desenhou inúmeras histórias do mais famoso personagem britânico: o Juiz Dredd.

A Mythos reúne nessa edição especial diversas histórias curtas de Bolland para a 2000 AD no começo de sua carreira, onde já demonstrava sua capacidade com primor. Com roteiros dos criadores do próprio Dredd, John Wagner e Alan Grant, é um lançamento essencial para fãs de Bolland e de Dredd!

Quer começar a ler Juiz Dredd? Clique aqui e veja nosso Guia de Leitura completo do personagem!

Bolland é um grande ícone dos quadrinhos mundiais, tendo ilustrado histórias como Batman: A Piada Mortal e Camelot 3000, e também marcou sua carreira produzindo capas para séries como Homem-Animal, Hellblazer e Lanterna Verde, firmando-se majoritariamente como capista da DC Comics.

Juiz Dredd por Brian Bolland possui 92 páginas encadernadas em capa cartão e formato magazine, com preço sugerido de R$ 24,90. Você pode garantir sua edição na pré-venda com 35% de desconto clicando aqui.

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Quadrinhos

Rancho do Corvo Dourado | Conheça a versão steampunk para a obra de Moteiro Lobato

O americano Projeto Manhattan e o Uranprojekt alemão conseguiram construir a bomba atômica ao mesmo tempo, deflagrando assim a guerra definitiva. Tal conflito bélico, de proporções gigantescas, reduziria as áreas habitáveis na Terra em poucos lugares. E se um desses lugares fosse aqui no Brasil? Mas precisamente em um sítio na zona rural, que foi protegido pela mágica ao seu redor? Como os nazistas lidariam com isso? Como os habitantes do sítio lidariam com as consequências? Seja bem-vindo ao Rancho do Corvo Dourado!

No início desse ano, a obra de Monteiro Lobato entrou em domínio público após 70 anos da morte do escritor. Apesar de ser um grande nome da literatura brasileira, Lobato também era conhecido por inúmeras controvérsias sobre racismo e simpatia a regimes autoritários. O Rancho do Corvo Dourado revisa a sua maior obra sob uma ótica contemporânea e inclusiva. Trazendo uma coletânea com sete histórias, com grandes nomes do quadrinho nacional onde os clássicos personagens do Sítio vivem tramas steampunk pós-apocalípticas recheadas de ação, terror e humor.

 

Confira os títulos das histórias e suas respectivas equipes criativas:

  • “A Bruxxa” (roteiro de Larissa Palmieri; arte de Pedro Okuyama; cores de Cris Camargo)
  • “A Semente de Sangue” (roteiro e layouts de Pedro Ponzo; arte e cores de Roberta Cirne)
  • “Cucazilla” (roteiro, arte e cores de Cris Camargo)
  • “EM-1 L 1.4” (roteiro de Felipe Morcelli; arte e cores de Juliano Sousa)
  • “Liberdade para o Futuro” (roteiro de Felipe Morcelli; arte de Sandro Andrade)
  • O Nobre e o Rifle” (roteiro de Marcelo Grisa; arte e cores de Juliano Sousa)
  • “Rancho da Fúria” (roteiro, arte e cores de Luiza Lemos)
  • “What a wonderful world” (roteiro e layouts de Beatrice Witt; arte de Thiago Henrique)

O Rancho do Corvo Dourado terá formato 17 x 26 cm, 110 páginas coloridas, capa cartonada com verniz e miolo em papel couchê 115g. A publicação será viabilizada via Catarse e para saber sobre a campanha, valores e recompensas clique AQUI.

 

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Placas Tectônicas: a autobiografia que mergulha na mente das mulheres

35 anos, uma filha, um divórcio. Placas Tectônicas é uma história que poderia facilmente ser transportada para as páginas de uma graphic novel através de um drama familiar. Entretanto, a artista Margaux Motin opta por mostrar sua rotina de erros, acertos e superações de forma muito real e divertida, mergulhando de cabeça em seus pensamentos mais íntimos, inesperados e (muitas vezes) totalmente pirados.

Tiras, aquarelas e composições diferentes e criativas dão vida à esta história, um misto de boas conversas e situações inusitadas recheadas de um humor especialmente feminino. Margaux Motin parte do seguinte princípio: após o término de um relacionamento de dez anos, é como se ela tivesse rejuvenescido dez anos. Seus 35 anos tornam-se 25 em suas atitudes, ideias e na forma como ela passa a encarar sua vida, sua rotina e seus afazeres profissionais.

A descoberta feita pela autora, demonstrando que o fim de “uma vida” pode se tornar o início de outra, torna-se rapidamente o fio condutor que guia sua narrativa, construída através de tiras de uma página e histórias curtas, sempre centradas em determinados aspectos de sua fase de adaptação. Motin é sincera, e sua sinceridade transforma Placas Tectônicas num mergulho na mente das mulheres, demonstrando seus gostos pessoais, realizações, desejos e muito mais.

A forma como se relaciona com amigas e familiares, incluindo suas divertidas conversas com a filha, revelam claramente a nova Margaux, se sentindo mais jovem e liberta às novas experimentações, permitindo-se descobrir coisas que até então não havia tido oportunidade de conhecer. E isso chega a incluir uma nova paixão, que também se torna rapidamente um grande destaque para a trama, expondo mais uma vez, honestamente, o que se passa em sua cabeça: paranoias, alegrias e uma miríade de sentimentos.

A narrativa, citada acima, é composta por tiras de página única e histórias curtas. Sua arte, entretanto, é uma bela mistura de linha clara com colagens e cores muito vivas, diversas vezes repletas de efeitos para transmitir determinados sentimentos. Não há divisão de quadros, e isso dá fluidez às suas ideias e sequências de ação (as mais variadas que você pode imaginar).

E sendo uma história autobiográfica, há sempre o receio de que o cotidiano do autor não seja tão interessante. Muitas vezes uma autobiografia é apenas uma fatia ou acontecimento específico da vida de alguém, transposta para determinada mídia, podendo ou não ser cativante. Porém, o cotidiano muitas vezes infantil da autora destaca-se como uma autobiografia que cativa, e ao mesmo tempo diverte e emociona, sem ser clichê. Este talvez seja seu maior mérito como narradora e também como pessoa.

A edição nacional publicada pela Editora Nemo segue o capricho editorial típico do catálogo da editora, recheado de obras-primas. As 256 páginas fluem rapidamente, e há mais de uma forma de degustar esta história, podendo ser uma leitura única e direta do começo ao fim, e também algo a ser consultado esporadicamente para saborear aos poucos algumas historietas que compõem a obra. Acredito que ambas as formas são plenamente possíveis.

E Placas Tectônicas, além de mergulhar na mente de muitas mulheres (com especial destaque para as que já passaram dos trinta anos), também serve como uma boa lição de vida, visto que há algo mais a ser passado. Tudo pode parecer simples, mas existem ideias para se absorver em cada história, e intencionalmente ou não, transmitir tantas mensagens positivas é uma grande capacidade da autora.

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Histórias para (NÃO) Dormir | Antologia inspirada em Lovecraft está no Catarse

Começou a campanha de financiamento coletivo no Catarse para Histórias para (NÃO) Dormir. A coletânea que homenageia a obra e vida do escritor estadunidense H.P. Lovecraft, com histórias ambientadas no peculiar e gigantesco universo criado pelo autor. A antologia reúne um baita time de 17 artistas que apresentam 10 histórias totalmente originais.

O projeto será lançado pelo selo editorial independente Meia-Noite, que tem feito um grande trabalho nas publicações de antologias e quadrinhos solos. Confira abaixo os títulos, sinopses e suas respectivas equipes criativas:

1 – O CHAMADO DE DEUS (Eric Peleias e Daniel Sousa)

“Trancafiados num sanatório, o limite entre a realidade e a insanidade é algo frágil. Mas quando o horror cósmico estende seus tentáculos em direção aos internos, talvez descubramos que loucura e sanidade são apenas dois lados da mesma moeda.”


2 – SANITATEM (Heavy e Ede Galileu)

“Em um antigo mosteiro a queima de livros acenderá a chama da loucura.”


3 – MÃE NEGRA (Edson Bortolotte)

“Com as responsabilidades de seu clã nos ombros. Uma garota é escolhida para se sacrificar por um bem maior.”


4 – BECO DOS SUSSURROS (Gustavo Nascimento e Eder Modanez)

“Quando um mendigo pedir algo, nunca recuse, ou coisas estranhas podem acontecer.”


5 – O PACTO (Marlos Quintanilha e Nícolas Santos)

“Uma mãe desesperada na busca por respostas é confrontada por um pacto de gerações.”


6 – ZATHOG, O ERRANTE (Humberto Lima)

“Zathog é o Cigano dos Múltiplos Universos, atravessa as galáxias matando todas as civilizações que encontra, e ele chegou ao sistema solar, onde acabou se encontrando com Cthulhu.”


7 – O CHAMADO (Mhorgana Alessandra e Rafael Danesin)

“O Chamado une o horror cósmico de Lovecraft com o heavy metal em uma história que vai te surpreender.”


8 – A GRANDE CASA DO CENTRO (Felipe Tazzo e Bruno Brunelli)

“Um casal compra uma casa centenária no centro da cidade, mas desconhecem o terror ancestral que habita seus porões.”


9 – PERTURBAÇÕES (Lucas Oliveira)

“Quais as perturbações que ficam após uma guerra, o quanto isso pode influenciar a cabeça de um homem, em meio a estrondos, tiros e mortes, o rei demônio já está trabalhando.”


10 – PALAVRAS AMALDIÇOADAS (Victor Dias e Kash Fyre)

“Leonardo trabalha como detetive particular. Uma senhora o contrata para encontrar o seu filho que desapareceu junto com um amigo depois de frequentarem uma casa de shows. A senhora entrega um diário com algumas escritas estranhas que podem revelar o paradeiro das crianças. Ao ler o diário, Leonardo se depara com algo maior, algo que ele nunca viu antes.”

Histórias para (NÃO) dormir tem formato 16 x 23 cm, 96 páginas em preto e branco,  capa colorida e lombada quadrada. A revisão será realizada por Paula Cardoso. Para saber mais detalhes, como recompensas, valores e como apoiar clique AQUI.

 

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O Alpinista | Confira todos os detalhes do novo quadrinho da Escória Comix

Começou a pré-venda de O Alpinista, nova HQ do Escoria Comix, escrita e desenhada por Victor Belo. Protagonizada por Landoni, a HQ mostra como ele se tornou o maior alpinista de todos os tempos e como foi a sua derrocada. A trama mistura aventura, mistério, crime e a saga para poder dar a volta por cima. O lançamento será oficialmente no dia 31 de agosto. Confira a sinopse abaixo:

“O alpinista Landoni é o maior alpinista de todos os tempos e o único a ter chego no topo da maior montanha do mundo, em Cordeirinho do Norte. Porém, depois de um triste e estranho acidente, sua carreira entra em decadência e ele se torna apenas o 2º maior alpinista do mundo. Agora, Landoni partirá rumo a uma jornada cheia de ódio e sangue, onde não se pode confiar em ninguém…ninguém!!! Em meio a isso, irás acompanhar a investigação de Norma Leprexau, da Agência de Investigação Total Coruja Chinesa. Quando um cadáver misterioso aparece no necrotério de Dr. Megadeth, ela e seu parceiro Charles Bauduco detectam uma trama sinistra envolvendo o governo da fria Cordilheira de São Ermo.”

 

O Alpinista pode ser adquirido de duas formas: somente o quadrinho, ou com o  Pacote de Colecionador (no melhor estilo da Escória Comix), que vem com Poster A3 colorido, botton, boné, caixa VHS com um item surpresa, cartão Collectors Gang e, claro, a HQ.

O Alpinista tem formato 15 X 21 cm, 220 páginas em P&B e já pode ser adquirido no site da Escória Comix clicando AQUI.

 

 

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Tina – Respeito | Confira uma prévia da nova Graphic MSP

A 24º edição da Graphic MSP já está com a pré-venda liberada. Tina – Respeito teve suas primeiras imagens divulgadas pelo editor Sidney Gusman por meio de redes sociais. Com roteiro e arte de Fefê Torquato, Tina vai abordar um tema forte e necessário que precisa ser discutido: o assédio.

Confira a sinopse de Tina – Respeito abaixo:

“Jornalista recém-formada, aos 22 anos, Tina finalmente realiza o sonho de trabalhar em uma redação. Em meio ao aprendizado constante, novas amizades e muito esforço para buscar o seu espaço, ela só não esperava que seu maior desafio fosse ser pessoal, e não profissional.”

 

O lançamento oficial será na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro. Personagens clássicos, amigos da Tina, como o Rolo e a Pipa, também irão aparecer na edição. O texto de quarta capa é da vlogueira, escritora e jornalista Jout Jout.

Tina – Respeito tem formato 19 x 27,5 cm e 96 páginas. Como já é tradicional na linha, serão vendidas versões em capa dura (R$ 41,90) e em capa cartonada (R$31,90).

 

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Quem são os Intrusos de Adrian Tomine?

Somente após quase 25 anos do início da carreira de Adrian Tomine os leitores brasileiros recebem uma de suas obras em formato integral. Antes desta publicação da Nemo, apenas uma história curta do autor havia sido publicado em Comic Book – O Novo Quadrinho Norte-Americano pela Conrad em 1999.

Intrusos, como em quase todos os álbuns anteriores do autor, é um coletânea de contos do cotidiano. Experimentando várias formas de narrativa, temos ao todo seis histórias e cada uma com sua particularidade. Tomine transita entre um capítulo e outro a ponto de não parecer ser o mesmo autor, com desenhos de personagens mais simples à mais trabalhados e até cenários com nenhum personagem. Seu traço vai se adaptando ao conteúdo de cada história e não o contrário.

Logo de cara, temos Breve Histórico da Arte Conhecida como “Hortiscultura”, uma narrativa em tiras similares às de jornal. Sempre na sequência de seis tiras em preto e branco e uma colorida (esta representando a “tira de domingo”) temos a busca de um jardineiro que tenta ser artista com esculturas de plantas, mas que se frusta pela não percepção das pessoas em relação à arte que, para ele, ali contém. Em um traço da escola   linha clara, este é o conto mais simples e direto, como uma introdução leve do que estaria por vir.

O teor já muda logo em Amber Sweet, onde a vida de uma estudante muda por ser parecida com uma atriz pornô. Com falta de respeito costumeira em situações nessa questão, homens começam a abordá-la com propostas e adjetivos que não a agradam. Por se sentirem no direito de serem o que na verdade não deveriam, suas atitudes fazem a vítima obrigada a mudar de vida em definitivo. Temos aqui o melhor conto entre os seis.

Em Vamos, Owls um relacionamento conturbado de um casal é unido basicamente pela torcida por um time de baseball. O fanatismo toma conta de todas as atividades que cercam sua vida medíocre em um apartamento pequeno, sujo e pouco mobiliado. As drogas e conversas rasas escondem segredos entre os companheiros. Na mais longa história da publicação, temos uma tradução duvidosa relacionada aos termos usados para algumas jogadas no baseball. No Brasil, temos jogos de baseball transmitidos em TV à cabo e sites que noticiam o esporte. Vale a pena consultar esses meios de informação pois vários dos termos mais apropriados para serem usados na história podem ser encontrados lá. Observem a página a seguir:

Vamos comparar com o texto original de cada quadro em específico:

Quadro 3

Na tradução, o “corredor na boca” conhecemos como “corredor para anotar”. No caso, anotar corrida, que é a pontuação do jogo quando se percorre as 4 bases. Por isso mesmo está no texto original “runners in scoring position” para representá-lo. Sua porcentagem nessa situação é .220 ou 22% de aproveitamento. Ou seja: O jogador não rebate bem quando seus companheiros estão em posição de anotar pontos.

 

 

Quadro 4

O “rebatedor certinho” da versão brasileira refere-se ao clean-up hitter da versão original, no Brasil chamado de quarto rebatedor. No jogo, o quarto rebatedor é geralmente um jogador com maior aproveitamento em rebatidas, pois assim tem chances maiores de impulsionar movimentações de base ou até fazer os três rebatedores anteriores a ele anotarem corrida e assim chegarem ao home plate. Por isso “clean-up” uma vez que os jogadores, assim que anotam corrida, saem de suas bases ocupadas, as deixando limpas. Ainda no texto de Tomine, o personagem inclusive reclama que seu quarto rebatedor produz apenas solo shots. São os chamados home runs solos, que marcam apenas um ponto na jogada, quando poderia marcar de dois até quatro pontos de uma vez só se todas as bases estivessem ocupadas e/ou sua rebatida fosse melhor na oportunidade.

Quadro 5

Por isso mesmo no quadro seguinte o texto original diz “We need him driving in runs in key situations” ou seja: Impulsionando corridas quando for a hora certa. No quadro anterior da versão traduzida, é mais apropriado usar o termo joga ao invés de toca ao se referir a uma rebatida. Porque “tocar” mais tem a ver com uma jogada entre companheiros de equipe, e uma rebatida é feita em virtude de um arremesso, sendo o arremessador sempre um jogador rival ao rebatedor quando é a vez do seu time passar pelo bastão.

Quadro 6

O “rebate 9” na verdade é conhecido no Brasil como nono batedor, que pode ser um rebatedor designado ou próprio arremessador do time, dependendo das regras implantadas na liga onde a partida é realizada. Arremessadores são treinados na base apenas para lançamentos e raramente para rebatidas, por isso mesmo quando um arremessador vai ao bastão pouca coisa produtiva acontece no jogo. Assim, algumas ligas adotam a figura do rebatedor designado,  um jogador que não atua na defesa e aparece apenas para rebater. Por isso vários rebatedores designados não apresentam forma física costumeira para atletas, como é o caso de David Ortiz:

Por mais que o esporte não seja tão popular no nosso país como outros, os termos usados em nossa imprensa podem sim serem entendidos por outros públicos, mesmo que sejam necessários eventualmente breves textos de rodapé, como já tanto vimos em outras HQs.

Triunfo e Tragédia e Intrusos são óbvios tributos a Chris Ware e Yoshihiro Tatsumi. Ambas seguem, além do traço, uma velocidade narrativa muito característica dos autores. Triunfo e Tragédia esmiuça o drama de uma garota que luta para ser comediante stand-up enquanto vive um drama familiar que, inteligentemente regido pelo autor, não é abertamente divulgado.

Em Intrusos, temos a HQ mais underground e de traço mais suja de todas aqui presentes. O protagonista ilegalmente visita um imóvel onde lá teve uma história e isso resulta em consequências sérias. Tatsumi já é um autor que pouco se encaixa no mangá tradicional; Tomine propositalmente não se encaixa em estilo algum ao mesmo tempo que poderia se sentir à vontade em todos.

No fim, os intrusos somos nós leitores, que observamos sem permissão a intimidade de todos os personagens dessa HQ. Os personagens também são intrusos na vida de outros ali presentes, sejam eles protagonistas ou coadjuvantes. Por isso mesmo nosso título da coletânea também é esse e não Killing and Dying como na publicação da canadense Drawn and Quaterly. O termo original é específico à quando comediantes de stand-up estão se saindo bem (killing) ou mal (dying) este último também associado a outro acontecimento na história. Por isso, assim como na Alemanha, Espanha e França.

A edição da Nemo segue os padrões adotados pela editora em formato, papel off-set capa cartonada com orelhas. Apesar de diferente da edição original, nada atrapalha na proposta dos contos. Mesmo sendo sua obra mais recente e aleatória, Intrusos é um bom pontapé inicial para conferir as ideias de Tomine, que desesperadamente precisa de mais títulos por aqui. Shortcomings, Sleepwalk e principalmente Summer Blonde são ótimas pedidas.

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Adaptação em Quadrinhos Star Wars – Os Últimos Jedi está em pré-venda

Está finalmente chegando no Brasil a adaptação em quadrinhos de Star Wars – Os Últimos Jedi. O segundo filme da nova trilogia que trouxe todo o universo criado por George Lucas para os cinemas mais uma vez. Lançado em 2017, o filme revelava o destino de Luke Skywalker, seu primeiro encontro com a jovem Rey e o início do treinamento Jedi da moça.

A Panini, depois que assumiu as publicações de Star Wars aqui no Brasil, tem feito um belo trabalho buscando publicar as mensais da franquia, assim como todas as adaptações dos filmes, incluindo Rogue One. Confira a sinopse de Star Wars – Os Últimos Jedi abaixo:

“Finalmente a resistência encontrou Luke Skywalker. Mas a primeira ordem os tem na mira e está prestes a apertar o gatilho. Conseguirá Rey persuadir Luke a sair de seu exílio voluntário a tempo de salvar a centelha de esperança dos rebeldes? ou será que Kylo Ren e a primeira ordem esmagarão a resistência de uma vez por todas?”

 

 

Com roteiro de Gary Whitta e desenhos de Michael Walsh (Visão), Star Wars – Os Últimos Jedi tem formato 17,6 x 26,2 cm, 152 páginas, capa dura e o preço de R$ 58,00. No link abaixo você pode adquirir com 7% de desconto.

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Editora Pixel lança adaptação em quadrinhos de Rei Leão

Aproveitando o barulho que o retorno de Rei Leão, agora em tom mais “realista”, está causando nos cinemas., a Editora Pixel, braço editorial do Grupo Ediouro, está lançando no Brasil a graphic novel em capa dura sobre toda a jornada de Simba. Mantendo assim a tradição da editora em versões de quadrinhos das animações Disney e Pixar. Só que a HQ vai seguir os traços do longa animado de 1994.

“Simba, um jovem leão, mal pode esperar para se tornar o líder das Terras do Reino, na África. Mas os planos do seu tio ciumento para se apropriar do trono mudam tudo, e uma tragédia força Simba a fugir do seu destino. Esquecendo suas responsabilidades reais, o jovem leão começa a viver uma vida despreocupada longe de casa. Até que um velho amigo ajuda Simba a se lembrar das lições de seu pai, e ele parte em uma nova jornada para reivindicar o seu lugar no Ciclo da Vida.”

O Rei Leão tem formato 20,5 x 27,5 cm, 56 páginas, capa dura e já se encontra em pré-venda com o preço de R$ 34,90. O lançamento oficial será em agosto de 2019.

 

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A Marcha – Livro 2 | Não Se Torne Amargo. Na Sua Luta, Persista e Vá em Frente

“Àqueles que disseram: ‘tenham paciência, esperem’. Há muito dizemos que não temos como ter paciência”
(John Lewis)

Exatamente sobre isso que A Marcha – Livro 2 retrata. Não há como mais se ter paciência. Não tem como mais esperar. A publicação segue os acontecimentos da primeira edição, que você pode ler mais detalhes AQUI, e percebemos que ela é um tanto mais tenebrosa e assustadora historicamente do que a sua antecessora. Continuando com a narração do parlamentar norte-americano John Lewis, o sonho do fim da segregação racial nos EUA, continua em fatos pesados e violentos. Em edição completamente recheada de momentos que embrulham o estômago, A Marcha – Livro 2, se torna uma aula de história, onde busca ensinar que a luta do passado reflete na liberdade que se tem no futuro.

Se no primeiro volume, temos uma espécie de “romantização” de um jovem buscando lutar por direitos básicos para a sua raça, como por exemplo, sentar-se em uma lanchonete, com um tom até que leve e esperançoso que abraça o leitor. A Marcha – Livro 2 chega com dois pés na porta. Sendo forte e necessário nos relatos que estão nele. E são atos que refletem muito no momento em que os EUA, e incluo que o Brasil também está enfrentando, por causa de seus líderes controversos. Nessa edição temos pais incitando os filhos a espancarem os negros. Temos governantes recém eleitos, em seus discursos de posse, alimentando o ódio e o preconceito contra raças. Temos políticos usando de ideologias políticas, que são contra e homofobia para menosprezar, perante a opinião pública, seus adversários que lutam pela liberdade e igualdade. A infinidade de violência policial também faz presente.

No segundo volume, John Lewis, com 23 anos, é eleito presidente do Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento, alcança os holofotes e se torna um dos líderes do Movimento pelos Direitos Civis, conhecidos como os Grandes Seis. O transformando em um dos principais nomes da histórica Marcha sobre Washington por Trabalho e pela liberdade em 1963. Figuras como Malcolm X, A.Philip Randolph, Bayard Rustin, Robert F. Kennedy, o presidente John Kennedy e, claro, Martin Luther King Jr. estão presentes nessa edição.

Os Grande Seis (da esquerda para a direita) John Lewis, Whitney Young Jr., A. Philip Randolph, Martin Luther King Jr., James Farmer Jr. e Roy Wilkins. Arquivo Hulton /Getty Images.

 

Os relatos de John Lewis roteirizados por Andrew Aydin, são impactantes e transbordam uma genial mistura de biografia do parlamentar com a brutalidade das lutas e politicagem pelos direitos civis. Nessa edição acompanhamos como muitas figuras importantes já não consideram que os meios sem violência não são mais tão eficazes assim, fazendo Lewis testemunhar uma mudança, até um tanto lenta e gradativa, dos pensamentos de alguns de seus companheiros e da juventude negra em si. É tipo aquela velha máxima infeliz da humanidade: alguém luta para alguém usufruir. Mas quem acaba usufruindo não dá o devido valor de como essa luta aconteceu.

Vale destacar as páginas de reuniões e discursos presentes em A Marcha  – Livro 2. O que pode ser maçante e cansativo na linguagem dos quadrinhos, se torna prazeroso e visceral graças aos traços do artista Nate Powell. As palavras parecem que saltam das páginas e as expressões dos personagens, proporciona a sensação de que podemos ouvir o peso das palavras. Assim como podemos sentir os momentos em que a violência explode. Duas cenas ficaram muito fixas na minha memória: a da turba sulista que entra em confronto com os negros, e uma mãe pede para o filho espancar um negro caído e, em outro conflito, quando um policial branco para em frente à uma garotinha negra e agacha para conversar com ela. São dois momentos fortes, em que Powell transmite emoção nos seus traços.

A edição da Nemo é um luxo à parte. Por várias vezes temos músicas durante a história que estão na forma original, em inglês, nas páginas. Mas no rodapé vem a tradução. Ainda conta com o discurso original de John Lewis que foi realizado na Marcha em Washington. A tradução é do Érico Assis. Já estamos ansiosos para a terceira e última edição.

A Marcha – Livro 2 tem formato 23,8 x 16,8 cm, 192 páginas e é uma trilogia vencedora do Prêmio Eisner.