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Capitã Marvel | Satisfaz, mas decepciona na mesma medida

Escrito por Daniel Estorari

Quando foi anunciado em 2014, Capitã Marvel levou muitos fãs da época ao delírio, imaginando como o vindouro filme da heroína poderia se encaixar no MCU. Tempos depois (mais especificamente em 2016), a atriz norte-americana Brie Larson foi escalada para dar vida a personagem. Seu papel no famigerado O Quarto de Jack (que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz), fez com que Kevin Feige se interessasse pela moça, que agora, tem contrato assinado com a Marvel Studios para mais sete filmes. 

Os fatos lidos acima deixaram muitos fãs empolgados, pois agora, teríamos um filme solo de uma personagem feminina no universo compartilhado na Marvel, que seria valorizada pelos seus valores ideológicos. Bom, sinto-lhe informar, que as coisas não são bem assim. 

Capitã Marvel é a famosa produção 50/50, ou seja, satisfaz e decepciona igualmente. Quando os dois fatores se juntam, eles criam uma pequena atmosfera agridoce em volta de sua jornada cinematográfica, que se iniciou no final dos anos noventa e ”conclui-se” em 2019 com Vingadores: Ultimato.

Um pequeno adendo: Aconselho quando for assistir todos os filmes da Marvel, prepare sua mente para uma história que se passa em um universo paralelo dos quadrinhos. O que acontece nas HQ’s fica nas HQ’s; cinema é algo completamente diferente. Adapte-se e adeque-se às mudanças, seus gibis continuarão existindo por toda a eternidade.

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A história acompanha Carol Danvers conforme ela se torna uma das heroínas mais poderosas do universo no momento em que a Terra se vê no meio de uma batalha galática entre duas raças alienígenas. Ambientado nos anos 1990, Capitã Marvel é uma aventura completamente nova de um período nunca visitado da história do Universo Cinematográfico da Marvel.

Felizmente, a trama é simples e fácil de ser entendida. Pode-se dize que a obra é dividida em duas partes, sendo uma relacionada com a origem da Carol e outra referente a guerra das duas raças alienígenas. Ambas são boas, porém, o nascimento dos poderes da Danvers é totalmente esperado e sem nenhuma surpresa. Nesse quesito, não há nenhum plot twist satisfatório, apenas mais uma origem clichê referente ao universo dos super-heróis. Poderia ser executada com mais esmero, e fica evidente que foi algo feito as pressas. 

Já, os conflitos entre os Kree e os Skrulls, são recheados de surpresas agradáveis. Os diretores   e roteiristas Anna Boden e Ryan Fleck, pegaram uma antiga intriga dos quadrinhos e a transformaram em algo inovador e deveras inesperado. Apesar disso, a alteração pode causar um certo tipo de estranheza nos nerds que estão acostumados com os gibis mais antigos da Marvel Comics

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Uma das críticas mais árduas referente a Capitã Marvel, foram sobre a falta de expressão da atriz Brie Larson nos materiais promocionais do filme. Felizmente, Larson faz incontáveis caras e bocas. Mas, em determinadas cenas, a vingadora lembra um bebê, que vive de cara fechada para as visitas, mas que abre um sorriso quando seus pais estão por perto. Troque o bebê por Carol Danvers e os pais por Nick Fury, Maria Rambeau e Monica Rambeau.

Brie se esforça para Capitã Marvel, dando um gostinho de ”quero mais” quando o filme é concluído. Por sorte, Capitã terá um papel de extrema importância em Ultimato, onde poderemos vê-la em ação novamente.

Samuel L. Jackson vive um Nick Fury mais caricato e menos rabugento. O ator está super divertido no papel do futuro diretor da S.H.I.E.L.D., no qual deixa o questionamento: ”Por que a Marvel ainda não fez um filme do Nicholas?’‘ E o desenho: ”Marvel, por favor, faça uma série do Nick!”.

O resto do elenco de apoio não fede, mas também não cheira. O papel de Jude Law foi mantido em segredo, por pura falta de bom senso da produtora, visto que a revelação do seu personagem não é nada demais. Por sorte, a escolha de Law para viver o Kree casou-se perfeitamente com o ator. Talos, vivido por Ben Mendelsohn é rodeado de piadas sem graça que não funcionam, mas que por ventura, não estragam a real motivação do Skrull.

De resto, Lee Pace, Clark Gregg, Gemma Chan, Djimon Hounsou, Lashana Lynch, Rune Temte e Algenis Perez Soto; estão presentes no longa-metragem apenas para tapar buracos, criando uma legião de personagens secundários irrelevantes e esquecíveis.

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Goose, a felina fofa e carismática,  poderia muito bem estar presente em mais cenas da obra. Torço para seu retorno em vindouros filmes da Marvel Studios, já que o destino da Flerken é um tanto quanto incerto e a pergunta: ”Aonde ela esteve nesses vinte e quatro anos?” não é respondida. Mas relaxa, Goose, eu adorei você.

Um ponto positivo que deve ser destacado: Capitã Marvel tem muitos fan services referentes ao MCU, que transitam desde o Projeto Pegassus até os Vingadores. Nesse quesito, o filme acertou.

Como de costume, possui duas cenas pós-créditos, uma no meio dos créditos finais e outra no final. Mesmo previsível, a primeira dá um frio na barriga. A segunda, é uma piada. Foi bem pensada e que por incrível que pareça, responde um dos ”mistérios” do MCU de uma forma bem humorada.

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Capitã Marvel vale o ingresso do cinema, mas é esquecível. É uma diversão momentânea, que não levará o telespectador para casa com um sentimento satisfatórioO longa-metragem é aceitável mas decepcionante em relação de todo o hype que foi criado em cima da heroínaVamos torcer para que acertem melhor na continuação.

Espero que tenham gostado, até a próxima e lembrem-se cuidado ao adotar um Flerken disfarçado de gatinho.

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Sobre o Autor

Daniel Estorari

With great powers...