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Confira os anúncios da Editora NewPOP no Anime Friends 2018

O Anime Friends está rolando em São Paulo neste fim de semana, e as 15h do sábado, a Editora NewPOP fez sua palestra no Auditório principal do evento. Algumas surpresas apareceram, incluindo novas licenças. Veja o que foi anunciado:

  • Corpse Party: Books of Shadow – Mangá – Completo em 3 volumes, lançamento mensal;

  • Lu Over the Wall – Novel – Completo em 1 volumes, baseado no filme de Masaaki Yuasa;

  • Uchuu Senkan Yamato 2199 – Mangá – Em andamento com 8 volumes;

  • Re:Zero − Starting Life in Another World: Shinichirou Otsuka Art Works Re:BOX. – Artbook, que virá com 2 Light Novels.

 

Repetindo o que aconteceu no NewPOP Day, a editora possui mais 2 anúncios que ainda não foram autorizados pelos japoneses, mas que em breve as revelarão.

Citrus não possui previsão de lançamento, mas sairá bimestralmente e no formato 15 x 21 cm.

Shakugan no Shana tem previsão de lançamento para o segundo semestre. A versão em mangá de Toradora continua sem previsão, assim como Clockwork Planet.

Mais informações serão divulgadas no futuro próximo

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Confira os Anúncios da Editora JBC no Anime Friends 2018

O Anime Friends está acontecendo nesse final de semana, e a Editora JBC fez sua palestra no Auditório principal do evento. A maior das atrações foram os anúncios de novos títulos. Veja o que foi anunciado:

  • My Hero Academia, Platinum End e All You Need is Kill em formato digital. Segundo a editora, assim que My Hero Academia e Platinum End alcançarem a publicação japonesa, poderão ser publicados simultaneamente. 
  • Fire Punch – Mangá – Completo em 8 volumes;

  • Overlord – Light Novel – Em Andamento com 13 volumes;

  • Battle Angel Alita: Last Order – Mangá – Completo em 19 volumes;

  • Mangá Original de Jaspion com roteiro de Fábio Yabu e desenhos de Michel Borgesuma parceria entre a Toei e a Sato Company. O mangá será a primeira obra de um novo selo da JBC, nomeado de Henshin Universe.

Fire Punch, Overlord e Battle Angel Alita: Last Order serão publicados em versões fisícas e digitais.

Mais informações serão divulgadas no futuro próximo.

 

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Anime Friends 2018 acontece este fim de semana em São Paulo

O maior evento de cultura geek japonesa do Brasil está voltando para sua 15ª Edição em 2018: O Anime Friends acontecerá em São Paulo – dessa vez no Anhembi Parque, um dos maiores complexos de eventos do país.

Do dia 6 a 9 de Julho, o evento contará com atrações nacionais e internacionais. São mais de setenta ilustres visitas confirmadas. Os destaques vão para uma exposição de Ultraman, que trará também os atores do filme; uma palestra com o Profº Fukuoka, o “pai” da Hatsune Miku (que se apresentará “ao vivo” no evento); e a presença do conjunto de metal mais kawaii do mundo: Deadlift Lolita.

O evento ainda contará com os corriqueiros estandes que já fazem parte do dia-a-dia do otaku rolezeiro: temáticos de Harry Potter; Board Games; beisebol; a Artist’s Alley; e uma variedade de lojas para todos os gostos possíveis e imagináveis.

A equipe da Torre de Vigilância estará no evento e fará a cobertura através de seu Instagram, Twitter e Facebook. No sábado, a partir das 14h, haverá cobertura em tempo real das palestras das Editoras de Mangás: JBC, NewPOP e Panini se apresentarão em sequência no auditório principal, e prometem anúncios e novidades.

Também completam o time de atrações os dubladores brasileiros Guilherme Briggs, Wendel Bezerra, Tânia Gaidarji, Charles Emmanuel, Marco Ribeiro, Wellington Lima, Christiano Torreão, Alfredo Rollo e Melissa Garcia, e os YouTubers Haru, Danilo Modolo (TokuDoc), Nelson da Casa do Kame, Anime Unided, Bunka Pop, Sempre Bom Saber, Yuki Takasaka e Anime Whatever.

Os ingressos para o Anime Friends já estão à venda. Além da tradicional entrada para curtir todas as atrações, o evento oferece ainda outras opções. Os fãs poderão participar de um Meet & Greet com seu ídolo, com direito a foto e autógrafo. Tem também o fastpass para fugir das filas, e a hotzone, área reservada para ficar mais pertinho dos artistas.

O quadro de visitantes completo pode ser visto no site clicando aqui. Nos vemos por lá!

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O que falta para o mercado brasileiro de Light Novels crescer?

Lendo o título da postagem, você pode levantar diversos questionamentos, como por exemplo “Isso é algo que realmente pode ser feito?“; “De onde que um zé ruela que escreve pra um blog poderia ter tirado uma fórmula mágica pra isso?“, ou “A maioria dos problemas não está fora do alcance das editoras?“. E, embora confesse ter sido um pouco sensacionalista na chamada, acredito ser um tema relevante o bastante para discussão, e onde todas as perguntas mencionadas possam ser analisadas e eventualmente, respondidas.

Começo, de cara, respondendo a segunda: longe de mim querer ser o dono da verdade. Mal sou o dono da minha própria vida, quem dera ter razão em alguma coisa. O que eu venho aqui sugerir hoje (destaque pro verbo) é apenas uma (de diversas) formas de tentar dar o empurrão que pode embalar o mercado que hoje é tão parado.

Diferenças postas de lado, me escutem nessa. Light Novels são livros, e todos sabemos que o brasileiro odeia ler. Tá, tá, “odeia” é uma palavra forte, mas vejam as estatísticas: em pesquisa da Ibope Inteligência para o Instituto Pró-Livro em 2015 (a mais recente que pude encontrar sobre o assunto), apenas 56% dos Brasileiros leram (de forma parcial ou integral) algum livro nos últimos três meses. Já começamos mal. Então quando uma Light Novel – que tem, dentre outras possíveis, uma periodicidade trimestral – é publicada, já temos apenas 56% da população como possíveis compradores.

Mas veja o dado seguinte, que intrigante: dentre esses que leram algum livro, 25% deles o fizeram por gostarem do que estão lendo, e 15% estavam interessados somente em se distrair. E também vemos que 30% dos livros são escolhidos devido ao seu ‘Tema ou Assunto‘. Consegue perceber para que lado eu estou querendo levar essa conversa?

Existem tantos gêneros e tantos tipos de Light Novels diferentes, que a nossa tentativa de estereotipar a mídia para fins cômicos acaba sendo a piada. Dos poucos títulos que temos no mercado atual, muitos deles acabam tendo gêneros que se sobrepõem, limitando ainda mais as possibilidades para possíveis leitores. Finalmente chego até meu ponto: o que falta no Brasil é variedade.

Antes que você comece a vir pra cima de mim com três pedras na mão, eu já adianto que eu sei que popularidade dentro do nicho é importante, e que as editoras usam fama de adaptações como termômetro para anúncios. Posso parecer que não entendo absolutamente nada sobre o que estou dizendo (o que é verdade na maioria das vezes), mas tenho noção do que sugerirei agora, e vocês entenderão também, se tiverem saco para ler.

Agora que tudo está colocado no papel, vamos para aquilo que Brasileiro gosta: LISTAS. Todo mundo adora listas, não é verdade? Listarei os gêneros de Light Novel que ainda não têm um representante aqui no país, e darei algumas sugestões (justificadas, pois não quero levar aquelas pedradas do parágrafo anterior) de possíveis títulos.

1 – Comédia

Não, sério? Como não temos um título que seja puramente cômico sendo publicado? Humor é um dos carros-chefe da mídia. Apesar de termos partes com foco cômico em alguns títulos (Re:Zero, No Game No Life ou Log Horizon como exemplos), ainda não existe algo que seja dedicado a isso. As sugestões são óbvias:

  • KonoSuba – Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku o!

Além de fazer parte do clube de “títulos enormes característicos de Light Novels”, KonoSuba foi adaptado em duas temporadas de anime, ambas extremamente populares (Média 4,7/5,0 no Crunchyroll), e tem um “novo projeto animado” já anunciado, podendo fazer ibope para a publicação nacional no futuro.

  • Hataraku Maou-sama!

No longinquo ano de 2013, Hataraku Maou-sama! foi a sensação da garotada. Tá certo que coisas que foram um sucesso cinco anos atrás (é rapaz, 2013 não foi ontem não!) não necessariamente fariam sucesso agora, mas parece que uma Copa do Mundo não é tempo o bastante para largar o osso, não é mesmo?

2 – Harém Escolar Mágico Genérico

O termo acima, cunhado por este mesmo que vos digita, é, provavelmente, o mais próximo do estereótipo de Light Novels que você chegará. Ao menos no mundo animado, quando falamos de “Adaptações de Light Novel”, é isso que vêm a cabeça. O nome ‘correto’ (se é que dá pra ser mais correto do que isso) para o gênero é “Escola Mágica”, mas – quase – todas são acompanhadas por um harém e por clichês literários mais batidos que mulher de vagabundo, então… De qualquer forma, é um gênero que é polarizante, sendo um Hit or Miss, ou você adora, ou você detesta.

  • Mahouka Koukou no Rettousei

Falando no diabo… A Panini recentemente (e repentinamente, convenhamos) anunciou a publicação desta obra… Em sua adaptação para mangá. Assim como a maioria, fiquei decepcionado por não termos recebido a obra original. Acho que só a comoção que foi feita na página da editora no Facebook já é sinal o bastante de que a galerinha tá bem animada com isso. E se quiser mais, a adaptação em anime tem média 4,2/5,0 no Crunchyroll.

  • Gakusen Toshi Asterisk

Tudo bem, podemos argumentar sobre a qualidade da popularidade do anime de Gakusen Toshi Asterisk, mas não podemos negar que popular ele foi. Em suas duas temporadas, com sua mais recente em 2016, o show não saía da boca (e dos teclados) do povo, por ser o ápice de tudo que um Harém Escolar Mágico Genérico é aclamado (ou difamado) por ser.

  • Date A Live

Confesso que esse está na lista por indicação do Redator, mas não me crucifiquem que eu tenho um motivo! Date A Live não foi muito popular na época em que sua adaptação animada saiu, com primeira temporada em 2013 e segunda em 2014, mas ele se encaixa bem no gênero (com certa licença poética). Além disso, a publicidade está garantida, pois uma nova temporada já está anunciada, e confiem em mim quando digo que os arcos que serão cobertos pelo novo anime são ótimos e com certeza gerarão atenção para a obra. Olha que baita oportunidade, hein?

3 – Fantasia Urbana

Como assim? Temos várias novels de fantasia publicadas no Brasil! Você pirou?” Talvez você se indague. É mais uma questão de classificação, no final das contas. Os títulos que poderíamos enquadrar no gênero “Fantasia” acabam sendo engolidos por um gênero maior, mais corpulento e ameaçador: O Isekai. Re:Zero, No Game No Life e Log Horizon são todos títulos de fantasia, é claro. Mas todos eles acontecem em outro mundo, cada um por seu motivo. E justamente por serem obras Isekai, elas têm suas características próprias, deixando os arquétipos de “Fantasia” mais comumente conhecidos de lado.

Fora que nenhum deles é, de fato, uma Fantasia Urbana. Um subgênero da fantasia que, como o nome sugere, se passa no nosso mundo moderno. É uma categoria inteira que não se vê representada no mercado desde o fim da publicação de Fate/Zero, completo em seis volumes pela editora NewPOP.

  • Fate/Apocrypha

Já que o único caso do gênero foi justamente outra obra da franquia… Nada melhor para substituir Fate/Zero do que a sua prima pobre, não é mesmo? As vantagens são diversas: já temos algo no mercado, então já existe um público garantido; Uma adaptação em anime acabou de sair, e também foi deveras popular; E o melhor de tudo, a dita adaptação está disponível na Netflix! Quer divulgação mais abrangente que estar disponível na maior, mais famosa e menos julgada-por-ser-assinante-de plataforma paga do país?

  • Toaru Majutsu no Index

Se você forçar a barra, pode entrar como “Harém Escolar Mágico Genérico” também. Veja só, é dois pelo preço de um! O anime, apesar de criticado por alguns, é extremamente popular, e gerou comoção global quando teve sua terceira temporada anunciada para ainda este ano. Por também possuir um spin-off de grande sucesso, Toaru Kagaku no Railgun, a mídia está sempre na boca do povo. E outro ponto positivo: a série ainda está em publicação, mas foi dividida em duas partes. A primeira parte (chamada de “Velho Testamento”) já está completa. Talvez seja mais fácil e/ou menos arriscado licenciar somente uma parte, com número já estabelecido de volumes.

  • Monogatari Series

Talvez seja cedo demais, talvez o mercado ainda não esteja maduro o bastante para isso, mas Monogatari é uma das obras mais pedidas para todas as editoras, o tempo todo. O meu receio – e talvez dos editores também – em recomendar isso é que a obra é deveras… complicada. Ela é longa, possui uma gramática e ortografia extremamente complexas, e tem diversos títulos com nomes diferentes e que não fazem muito sentido para alguém de fora da bolha. Fico muito frustrado quando vou ver alguma série nova e os livros não tem “Livro 1”, “Livro 2”, etc, na lombada, e cada um tem um nome que não indica de forma alguma em que ordem eu deveria comprá-los.

Apesar dos pesares, o título é pedido com ardor por milhares de fãs ao redor do Brasil. E a franquia não parece dar sinal de estar acabando tão cedo: com novos volumes e novas adaptações sendo anunciadas e lançadas o tempo todo, estará sempre relevante na mídia.

  • Baccano! e Durarara!!

Duas obras pelo aclamado autor Ryōgo Narita, elas seriam o ápice da “Fantasia Urbana”. O anime de Durarara!! teve sua primeira temporada em 2010, e já foi um sucesso. Quando teve sua continuação anunciada, foi outro estardalhaço. Seu episódio final saiu em 2016, e tem uma nota de 4,8/5,0 no Crunchyroll. Baccano! teve sua adaptação em 2007 e repercutiu na mídia recentemente por conta de seu irmão mais novo. Surfando na fama de Durarara!!, acabou voltando a ser pauta.

4 – “Mas o que diabos…?”

Outra parte que define a mídia, que é marca registrada de Light Novels, é o absurdo. O formato pequeno, de periodicidade espaçada e o baixo custo de publicação são os fatores perfeitos que abrem espaço para obras que beiram o surrealismo, e nos fazem questionar nossa sanidade. Em bom português, são aquelas coisas nada a ver com nada e que você tem dificuldades de entender como que um script desses foi aprovado.

Essas obras são muito mais de nicho do que qualquer outra (isso num assunto que já é de nicho), e fica difícil de fazer uma lista igual as anteriores. As coisas absurdas existem e são uma parte importante do mercado, mas não tem tanta repercussão fora do Japão. O melhor que posso fazer é trazer alguns dados do mercado estadunidense de Light Novels:

  • Kumo Desu ga, Nani ka?

Publicado nos Estados Unidos pela Yen Press como “So I’m a Spider, So What?” (“Então Eu Sou Uma Aranha, E Aí?” em tradução livre), temos uma história de uma garota que… Vira uma aranha. Do nada. E é isso, essa é a história.

  • Ore ga Heroine wo Tasukesugite Sekai ga Little Apocalypse!?

Com o título de “I Saved Too Many Girls and Caused the Apocalypse” (“Eu Salvei Garotas Demais e Acabei Causando o Apocalipse?!”), essa obra é publicada pela J-Novel Club e, como o nome sugere, é sobre um rapaz que por motivos absurdos e desculpas esfarrapadas acaba sendo a causa de uma guerra intergalática.

  • Slime Taoshite 300-nen, Shiranai Uchi ni Level Max ni Nattemashita

Se você não se cansou dos títulos monumentais até agora… Está de parabéns. Esse será o último: pela Yen Press, é publicado como “I’ve Been Killing Slimes for 300 Years and Maxed Out My Level” (ou, “Eu Fiquei Matando Slimes Por 300 Anos e Acabei Chegando No Nível Máximo”). Adoro como eu não preciso fazer uma descrição da obra, apenas lendo seu nome já temos prova o suficiente para enquadrá-la na categoria.

Essa categoria te deixou um pouco tonto? Normal, é justamente esse o papel dela. Mas acredite que, assim como memes surrealistas fazem sucesso com um certo público, Light Novels de títulos gigantes e auto-descritivos com premissas absurdas também fazem.

Essas foram apenas algumas sugestões, baseadas na minha – limitada e normalmente errada – visão de mundo. Sei que com certeza nada disso vai mudar o mercado em si, mas apenas ergui a bandeira para uma discussão que pode vir a ter algum efeito de fato. Apesar de isso tudo depender das editoras e seus respectivos manda-chuvas, nós – que compramos as obras e sustentamos a empresa – ainda temos (ou fingimos ter) voz para buscar melhorias e tentar fazer o mercado cada vez melhor.

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Primeiras Impressões | Magical Girl Ore

Tá, admito que esse parágrafo inicial normalmente é usado apenas para tirar um sarro e dizer que Japonês é um povo estranho, mas dessa vez, eu acho que eles têm razão. Presta atenção nisso: duas garotas que são idols, que se encontram com um membro da Yakuza que transforma elas em garotas mágicas, cuja verdadeira forma são homens sarados. Daí elas decidem virar idols ENQUANTO TRANSFORMADAS EM HOMENS SARADOS MÁGICOS.

Sério, como você pode não gostar de algo assim? É sensacional!

Ok, tudo bem. Sabemos que nem todos gostam de tudo, e que cada um tem o seu tipo predileto de mídia. Não somos todos iguais (graças a Deus!) e as diferenças são nossa força motriz. Mas mesmo assim, como que você pode ler uma descrição dessas e simplesmente não pensar “irado!“? Esse é o ápice da Japanimação e nem a vergonha alheia enorme de usar a palavra “Japanimação” não-ironicamente poderia superar a epicidade que estamos encarando aqui hoje.

Assim como One-Punch Man foi uma sátira que conseguiu rir de si próprio e se manter como um Battle Shounen enquanto tirava sarro de Battle Shounens, Magical Girl Ore faz exatamente a mesma coisa com o gênero Mahou Shoujo: é claramente um deboche de todas as obras semelhantes, mas continua sendo uma delas.

A cena de transformação; as roupinhas exageradamente coloridas; o mascote; a premissa confusa; os ‘vilões’ semanais e episódicos que não agregam em nada; armas duvidosas e questionáveis; o poder do amor movendo as personagens; aquela personagem chata que só existe para atrapalhar a vida das protagonistas…
Tudo está lá, todos os elementos de um Mahou Shoujo estão lá. É inegável que o show se trata, de fato, de um Mahou Shoujo. E o grande charme do show é justamente ser aquilo que eles mesmos parodiam.

Você já fez coraçãozinho com um membro da Yakuza hoje?

Se a simples meta-linguagem não for suficiente para te comprar, talvez o excessivo humor seja. Eu sou um cara que gosta de comédias (é o meu gênero predileto), e me agrado com tudo um pouco. Não tem tempo ruim comigo, desde que o negócio me faça dar risada, propositalmente ou não. Inclusive algumas das melhores obras que tem são aquelas acidentalmente engraçadas.

Com Magical Girl Ore, eu me vi não apenas dando risada, mas tendo crises de riso, em diversos momentos dos episódios. Além do humor parodial – que, confesso, você precisa ter ao menos uma base de conhecimento sobre clichês de garotas mágicas para entender – de excelente qualidade, o show ainda apresenta uma premissa tão absurda, e acontecimentos tão insanos, que simplesmente por existirem, certas situações já são engraçadas. É uma mistura maravilhosa de humor de nicho com humor nonsense, que trouxe o melhor dos dois mundos e conseguiu mascarar as falhas de ambos.

No elenco, temos personagens que são claramente esteriótipos ambulantes. Quando falamos de sátiras, fica difícil de fugir disso. Mas eles conseguem sair pela tangente ao colocar os esteriótipos em “carcaças” diferentes do comum. Essa diferença abismal entre cara-crachá que algumas personagens apresentam só acrescenta ao senso de humor que é o forte do anime (assim como era na antiga Zorra Total).

Mudando de assunto pra falar da parte técnica, Magical Girl Ore trabalha com bons visuais. Não é uma animação cinemática (às vezes, muito pelo contrário), mas faz um excelente uso de “carinhas”. Uma vez eu estava conversando com um amigo meu sobre o motivo dele não gostar de animes. A resposta dele foi que “personagem de anime faz muita ‘carinha’ e isso me irrita“. Desde então, passei a chamar qualquer expressão caricata usada por personagens de “carinha”. Esse show tem excelentes carinhas.

Meu amigo odiaria isso. Acho que nem por causa das carinhas, mas…

E não tem mais o que falar, sem se tornar repetitivo. Apesar dos três princípios da comédia (Não se lembra? O primeiro princípio da comédia é a repetição, e o segundo princípio da comédia é a repetição), e apesar de eu ser um palhaço, e apesar do anime de hoje ser uma excelente comédia… Chega de falar mais do mesmo.

Para finalizar, então: Magical Girl Ore apresenta exatamente o que promete em uma paródia ciente de si mesma e que tem um senso de humor hilário para 3% da população, mas que ainda pode oferecer algumas boas risadas para os outros 97%. Não sei você, mas ainda estou estupefato pelas garotas mágicas serem homens bombados contratados pela Yakuza.

Não conseguiria dormir a noite se desse uma nota inicial menor que 9/10 para Magical Girl Ore, que é a definição da frase “Deus abençoe essa bagunça“. O show está disponível na Crunchyroll, com novos episódios toda segunda-feira.

E não esquecer que pegar a pessoa desprevenida é o terceiro princípio da comédia.

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Primeiras Impressões | 3D Kanojo: Real Girl

Se você arruma uma namorada, por aqui você não precisa deixar claro de quantas dimensões ela é. Já no Japão, essa diferenciação não só é necessária como é obrigatória. Se isso não for ser um povo estranho, eu não sei mais o que é. Veja a prova no próprio anime que vamos comentar sobre, hoje. Não basta dizer que a namorada é 3D, tem que dizer também que ela é real. Incrível.

Mas tiração de sarro de lado, e indo praquilo que vocês realmente vieram aqui para, vou direto ao ponto com vocês, pois não há forma melhor de descrever esse show do que assim: O que diabos está acontecendo aqui?

Baseado num mangá relativamente antigo (início em 2011, com término em seu décimo segundo volume no ano de 2016), 3D Kanojo: Real Girl é da autora Mao Nanami, uma mulher que, por trabalhar num meio dominado por homens, tenta se destacar ao fugir dos padrões e mostrar facetas que não estamos acostumados a lidar nesse tipo de mídia. Já vou falar disso.
Mas antes tenho que expressar minha frustração.

A premissa do anime não é difícil de se entender, na real. É o clássico onde um garoto otaku nerd gótico diferente e raro, feito pra ser o self-insert do maior número de japoneses possíveis, DO NADA, consegue uma vida maravilhosa e que ele não merece de jeito nenhum. Se você parar pra buscar outras séries com mote semelhante, vai achar aos montes. Sério, não é difícil de encontrar, escapismo faz sucesso.

O que veio para – tentar – diferenciar o dito cujo dos seus milhares de concorrentes, ao que parece, não foi o seu roteiro, sua trilha sonora, nem sua animação. Suas personagens (ou melhor, suas personalidades e atitudes) aparentam ser o divisor de águas. Ao menos foi o que os três primeiros episódios tentaram passar.

Senta que lá vem a história…

Normalmente temos um elenco ideal: personagens boas, talvez injustiçadas, beirando a perfeição. Problemas nunca são culpa do protagonista, mas sim desse mundo cruel onde uma boa alma não consegue perambular em paz, sem ser julgada e abusada.

Não aqui. Não nesse show. O garoto é recluso, pouco confiante, covarde, desdenhoso e suas ações são mais movidas a orgulho do que benevolência. A garota é rebelde, promíscua, impulsiva, mentirosa e não possui um só pingo de juízo.

As nossas personagens principais são pessoas repletas de problemas, com personalidades questionáveis e defeitos até faltar adjetivos (tive certa dificuldade pra completar o último parágrafo, inclusive). Falando em bom português, ambos garoto e garota são péssimas pessoas. Não é um nível de problemática onde você pode usar o discurso de que as personagens são “realistas por terem defeitos”. São defeitos demais, pontos negativos demais, pra poucos elogios.

O mais intrigante, porém, é que a velha regra da matemática se aplica também ao show business: menos com menos dá mais. Eu passei nervoso vendo os dois protagonistas sozinhos, mas quando estão juntos… Parece que funciona? A interação entre os dois é sensacional, e consegue usar os seus respectivos defeitos de uma forma que complementam as falhas do outro.
Mas quando eles estão separados, continuam detestáveis.

Só que as coisas entendíveis acabam por aí. O ritmo do anime é frenético, e as coisas acontecem uma atrás da outra, sem te dar tempo para respirar ou tentar entender o que diabos rolou. Não é que o show seja rushado, é mais que as próprias personagens são frenéticas, e tomam decisões além da compreensão de um humano normal. Você vê mil coisas sendo ditas e acontecendo dentro e fora da tela, e nenhuma delas é explicada em momento nenhum.

Tanto os fatos quanto os “defeitos” das personagens mencionados anteriormente não são explicados e ficam no ar para entender como ou o motivo deles existirem. Claro que com apenas três episódios, não dá pra ter certeza de nada mesmo que a autora tentasse explicar, mas ficar no escuro assim não é muito legal.

Quando você finalmente você tem uma namoradinha e seu tio chega no churrasco.

Apesar de ser chamado de “comédia-romântica”, o show tem seus momentos divertidos, mas nada de extraordinário até então. Coisa no nível Os Trapalhões, no máximo (não que Os Trapalhões seja ruim, é claro). E eu não pude deixar de reparar no enorme CLIMÃO que a atmosfera do anime passa com sua abertura (“Daiji na Koto” por Quruli) e suas músicas de fundo. Parece que algo vai dar errado, lágrimas vão ser derramadas e pessoas vão ser atropeladas por caminhões a qualquer momento. Não sei se estou preparado para isso.

Só para não perder o costume, podemos falar da parte técnica: o estúdio responsável é a Hoods Entertainment; e quem dirige é Takashi Naoya, que tem em seu currículo a direção de um terço de um de meus animes prediletos, que por acaso também é uma comédia-românica: Sakurasou no Pet na Kanojo. Lá, o trabalho foi bem feito. Podemos esperar algo no mesmo nível para cá.

No final das contas, 3D Kanojo: Real Girl consegue ser divertido, apesar de você não entender o que está acontecendo por 90% do episódio. Tenho como esperança de que no futuro, todas as decisões tomadas e todos os defeitos dos personagens sejam devidamente explicados. Por enquanto, um 6/10 parece ser razoável, e ainda aguardamos por fatos (ou pela falta deles) para saber se essa nota desce ou sobe ou empina ou rebola.

O show pode ser assistido legalmente no sistema de streaming da Hidive, com legendas em português.

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Re:Zero: Começando uma Vida em Outro Mundo – Livro 3

Para a surpresa de ninguém que tenha lido o segundo volume, chegamos no terceiro tomo de Re:Zero, aquela novel que você nunca sabe se bota dois pontos pra escrever o subtítulo ou não, pois já tem dois pontos no próprio nome e repetições são feias. Se você caiu de paraquedas aqui e não sabe nem do que eu estou falando, a resenha (sem spoilers) do livro um pode ser um bom começo.

Como dito da última vez, esse volume foi uma continuação do arco da mansão – que, digo para vocês: Deixou de ser da mansão rapidamente – e trouxe não só um fim para o nosso sofrimento, mas também para muitas dúvidas que pairavam no ar.
Bem, todas as dúvidas sanadas podem ser classificadas em duas categorias distintas: ou eram “dúvidas” que você poderia concluir sozinho trinta e dois capítulos atrás; ou eram mais dúvidas relacionadas a fanbase do anime do que à novel em si. Vou falar sobre uma de cada vez.

Começando pela puxada de orelha ao autor, temos as “revelações” (que me esforço para chamar de tal modo) da trama. O que eu normalmente espero quando estou imerso em uma nova história, é que ela consiga me surpreender. Obras cujo foco estão em te manter preso a elas através de reviravoltas (plot twist: quase todas que existem são assim!) precisam… Bem, te manter preso através de reviravoltas.

Quando penso nisso, sempre me vem à cabeça livros de detetive, aquela coisa no melhor estilo Agatha Christie, que te dá dicas aqui e ali, e você interpreta da sua forma, mas nem sempre você está certo no final da história. É sempre uma sensação boa não importa o resultado. Acertou? Satisfação por um trabalho bem feito. Errou? Surpresa por uma reviravolta intrigante.

Ok olha eu sinto muito por isso tá bom, eu não vou nem tentar fazer uma piada relacionando algum livro dela com Re:Zero. Apesar de ter vários, pode escolher: A Mansão Hollow? A Mão Misteriosa? Hora Zero? E no Final a Morte?

Por isso, quando peguei esse volume de Re:Zero, pensei: “Já tenho alguns palpites para as coisas que estão acontecendo… Mas elas parecem estar muito descaradamente fáceis de acertar… Não sou nenhum Xeroque Rolmes, mas acredito que é justamente isso que o autor quer, que eu tome conclusões precipitadas baseadas em suas falácias propositais…“.

Foi um suspense enorme, o autor ficou botando lenha no fogueira pra incendiar minha expectativa… E a realidade foi o maior fogo de palha do mundo. Tudo aconteceu da forma mais óbvia possível, tudo que estava praticamente PREMEDITADO desde o volume anterior aconteceu exatamente como eu estava esperando.
Sério, o autor é péssimo em guardar segredos. Não só as “surpresas” que deveriam ter sido o ponto alto desse volume, mas também a trama que virá no futuro. Acho impossível alguém ler a novel e não conseguir imaginar o que vai acontecer no futuro, ou o motivo de Subaru ter sido evocado para esse outro mundo. É tudo muito descarado, acaba até perdendo a graça.

Voltando ao ponto inicial, a segunda puxada de orelha é quanto a fanbase. Não necessariamente culpa deles, na verdade. Acho que é mais culpa do autor – de novo – do que dos leitores. É sobre como os personagens se desenvolvem ao redor do mundo de Subaru.

Após o fim do volume anterior, me indaguei: “Como diabos as pessoas podem gostar tanto da Rem? O que ela fez aqui é imperdoável!” e mantive esse pensamento durante a leitura do livro seguinte. O que senti foi que a barra estava sendo forçada demais, tentando nos fazer gostar da empregada. Não só dela, mas de outros personagens secundários também (A Beatrice, por exemplo, mas no caso da bibliotecária eu até consigo aceitar, tendo em vista suas ações anteriores).

Não só essa barra (que é gostar de você) que está sendo segurada, mas também a própria personalidade das personagens. Além de tentar nos convencer de que devíamos gostar delas, o autor, do nada, resolve mudar as personagens para fazê-las gostar da pior personagem já escrito na história da humanidade, o Subaru.
Não adianta, cara. Não importa o que você faça, eu nunca vou gostar do Subaru.

Sim, essa é minha conclusão. Jamais vou gostar do Subaru. Que sofra.

Ambos os pontos negativos de lado, posso dizer que o restante do volume (se é que sobrou alguma coisa) foi até que proveitoso. Como já dito anteriormente, a única coisa que me prende a história é o seu mundo e as coisas e pessoas excepcionais que existem nele. Esse volume nos trouxe um grande desenvolvimento de world-building, mesmo quando a melhor parte do livro tenha sido a preview do próximo.
Não, sério, estou ansioso pelo próximo, pois finalmente vamos ter alguma coisa acontecendo.

Sobre a parte física do negócio… Eu não vou nem comentar mais sobre a qualidade da impressão, do acabamento e da lombada. Segue a mesma maravilha dos outros volumes. Se um dia mudar, eu comento.

Agora algo que não mudou mas será sempre comentado é aquela, o nêmesis da editora e que eu preciso sempre cutucar sobre: a revisão. Dentre os três volumes, esse foi o que teve maior número de erros de revisão. São todos erros bobos, coisas que eu, lendo o livro de madrugada, consegui notar. Não consigo entender como esse tipo de coisa continua acontecendo.

Mas nesse volume, pela primeira vez, tivemos alguns erros que prejudicaram o entendimento da obra. Perdi a conta de quantas vezes os nomes Rem e Ram foram trocados. Em algumas frases fica óbvia a troca entre as irmãs (até pelo contexto), mas em alguns momentos, talvez eu tenha realmente tido uma interpretação errada da cena, por pensar que tal fala foi dita por uma das gêmeas, e não a outra.
Isso não pode continuar. Fica difícil defender a obra, a editora, e o mercado de light novels do país, quando esse tipo de erro amador continua acontecendo edição após edição.

Apesar dos pesares, o volume três de Re:Zero foi muito superior ao seu antecessor, e a promessa de COISAS™ no próximo volume nos dá esperança de que a leitura possa continuar valendo a pena. Se acharem com desconto na Amazon, acho que vale o preço.

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NewPOP Day 2018 | Confira os anúncios da editora

Comemorando onze anos desde sua fundação, a Editora NewPOP promoveu o seu já tradicional evento, o NewPOP Day, neste dia 18. Dessa vez em um local maior e mais chique, tivemos programação para todos os gostos, com descontos exclusivos em todo o catálogo (que conta com títulos de diversos gêneros e demografias), palestras, debates, oficinas e interação com o público.

Como não pode faltar em eventos desse calibre, tivemos da boca do próprio editor-chefe Júnior Fonseca, novidades e anúncios da editora para o ano que está apenas começando. Confira os anúncios:

  • Napping Princess – Mangá e Novel – COMPLETO EM 2 VOLUMES (mangá), 1 VOLUME (novel)
  • Ela e seu Gato – Novel – COMPLETO EM 1 VOLUME
  • Joi – Mangá – COMPLETO EM 1 VOLUME
  • Dia Game – Mangá – COMPLETO EM 1 VOLUME

Outras novidades incluem o Retorno de Loveless agora Semestral; Happiness em Junho; GTO com periodicidade mensal; Girls and Panzer e Velvet Kiss em Março, ambos mensais; Toradora em Julho; e a gravação de um tema musical para a editora, na voz da banda Snolkel (que estará no novo CD da banda!).

 

E aí, o que achou dos anúncios? Surpreso por algum título? Esperava algo mais? Qual atingirá seu bolso com sucesso, e qual economizará seu dinheiro no fim do mês? Fique ligado nas novidades aqui na Torre de Vigilância.

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NewPOP Day 2018 está chegando!

Todo ano, a Editora NewPOP faz um evento para comemorar seu aniversário, sempre recheado de atrações, ofertas e anúncios. Estivemos lá ano passado, e fizemos uma cobertura do evento, que contou com bate-papos e palestras, além de todo o catálogo da editora com pomposos descontos.

Há algumas semanas, foram liberadas as informações sobre a edição de 2018, ano em que a editora completa onze anos:

Ela ocorrerá no Domingo, 18 de março, a partir das 13h, e será no Nikkey Palace Hotel, no bairro da Liberdade.

A própria editora compartilhou uma descrição do evento, e destacou que haverão sorteios e novidades:

https://www.facebook.com/editoraNewPOP/photos/a.382923155071755.94911.176604269036979/1804467656250624/?type=3

A NewPOP Editora convida a todos para o “NewPOP Day”, evento especial para celebrar a interação entre nós e nossos leitores! Onze anos atuando no mercado de livros, mangás e quadrinhos, trazendo séries de sucesso, clássicos, light novels e obras de autores renomados.

O “NewPOP Day” acontece no dia 18 de março (domingo), com os portões abertos a partir das 13h, a entrada é gratuita, mas recomendamos chegar cedo, pois as vagas são limitadas e preenchidas em ordem de chegada.

Vocês não podem perder! Teremos promoções exclusivas em todo nosso catálogo, brindes e sorteios entre todos os presentes, além de uma programação especial com bate-papo, novidades da editora e palestras!

Reservamos ainda um lote promocional de copos temáticos e balde de pipoca das séries Street Fighter e Hetalia, além de camisetas e a lata temática do energético Fontt Energy Drink.

Uma outra novidade é a mudança de local, o “NewPOP Day” ocorrerá no Nikkey Palace Hotel, localizado em um ponto da cidade de São Paulo que todos os fãs de cultura oriental adoram: o bairro da Liberdade.

Além de tudo isso, presença confirmada de profissionais da Escola de Desenho ÁreaE (que farão caricatura estilo mangá dos interessados). Não fiquei de fora, leve seus amigos e vista seu cosplay! Nos vemos lá!

A programação do evento também já foi divulgada:

PROGRAMAÇÃO:
13h00 – Abertura
13h30 – Mangás: Além do entretenimento, uma ferramenta de ensino
14h30 – O poder do “Isekai” no Japão
15h30 – Da proposta à distribuição, o duro processo de lançar mangás no Brasil
16h30 – Com a palavra, nosso diretor!

Nossa equipe estará no evento novamente este ano para fazer, mais uma vez, a cobertura das novidades.

Você pode confirmar sua presença e conferir mais detalhes sobre a programação, pelo evento no Facebook.

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Primeiras Impressões | Koi wa Ameagari no You ni

Para abrir esse post, eu poderia falar que japonês é um povo estanho, mas vou deixar isso pra lá. Afinal, nada se encaixa melhor do que citar o nobre compositor e violinista brasileiro Luis Carlinhos, com a música que se popularizou na voz de Tato, vocalista do grupo Falamansa:

Experimente tomar banho de chuva
E conhecer a energia do céu
A energia dessa água sagrada
Nos abençoa da cabeça aos pés”

Baseado no mangá de Jun Mayuzuki, ganhador do 63º Shogakukan Manga Awards, serializado desde 2014 e que conta atualmente com nove volumes, “Koi wa Ameagari no You ni” (lit. “O amor é como o cessar da chuva”) é o show que iremos fazer uma análise precoce hoje. E amigos, acho que “show” é uma palavra perfeita pra isso.

Tudo, absolutamente TUDO no anime é demasiadamente pomposo, e merece o título de “show”. A premissa é o que mais chama a atenção, mas o desenvolvimento, a direção artística e as personagens não ficam para trás, formando um enorme mosaico de coisas espalhafatosas (positivamente falando) que quando juntas, acabam funcionando muito bem. Falemos de cada um desses pontos.

Quando o amor é pelo administrador do grupo

Primeiro, a premissa: Sabemos que o amor não tem barreiras; que não escolhe alguém por aparência, cor, credo ou idade; e que é responsável por muitas ações policiais envolvendo garotinhas que dizem ter 900 anos de idade, mas aparentam ter 12.
Uma garota de dezessete anos e um homem de quarenta e cinco. Esse é o tipo de história que poderia tanto ser um belo conto sobre a luta pelo triunfo do amor, como poderia ser o tipo de história que levanta diversos questionamentos sobre a integridade da mídia “anime” como um todo e geraria polêmicas reportagens no Fantástico.

Felizmente, até então, tivemos personagens extremamente racionais, tendo reações e tomando decisões também racionais, que fizeram com que a trama conseguisse se manter verossímil em seu desenvolvimento. É essa verossimilhança que me deixou tão intrigado (de novo, positivamente) com o show, por me mostrar que não importa o que o autor quiser fazer, ele tentará traçar um caminho que não ofenda a inteligência (e a ética) de ninguém.

Apesar de todos os elogios aos pontos anteriores, nenhum deles chega aos pés da qualidade de sua direção artística. Com Ayumu Watanabe no cargo-chefe, o anime consegue ser lindo e maravilhoso, sem exagerar. Nessa mesma temporada temos Violet Evergarden, que é considerado por muitos como um dos shows de TV mais bonitos da história. Pra mim? Eles exageram demais, tudo é demasiadamente detalhado, é como se eles tentassem demais fazer o negócio ficar bonito, e acaba não soando tão natural.

Já aqui, tudo é naturalmente bonito, os cortes são belos por sua simplicidade e por estarem sempre adequados ao momento. O estilo muda repentinamente, e você é pego de surpresa por isso. Ele muda, mas para algo que retrate bem a situação, e tudo flui perfeitamente. É um bagulho 5000% AESTHETICS o tempo todo. Mesmo quando não tenta ser cinematográfico, o show tem cenas bem animadas e agrada a todos os públicos.

Por fim, mas não menos importante, as personagens: Cara, o que falar dessas pessoas que eu mal conheço e já considero pacas? Todas as personagens são idiotas, mas são idiotas adoráveis. Desde a protagonista que não sabe ajustar o seu temperamento, até o gerente de meia-idade com mania de perseguição. Os secundários também brilham de uma forma incrível, com designs interessantes e personalidades que completam perfeitamente o quadro de pessoas da trama. É um elenco perfeito para uma obra que tenta pagar de hipster sem querer passar longe do palpável.

Minha única recomendação é: Dá uma chance pra esse negócio, venha de coração e mente abertas, e você não vai se arrepender de tentar. Você pode até não gostar, mas com certeza será uma experiência única. Pra mim, acho difícil alguma outra estréia bater essa, e carimbo um 8/10 para o começo dessa história que olha… Ainda tem muito chão pra andar, e muita água pra cair do céu.

O show pode ser assistido por assinantes da Amazon Prime.