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Cinema

Uma Noite de Crime 4 ganha diretor e data de lançamento

O Hollywood Reporter confirmou a chegada do diretor Gerard McMurray na franquia Uma Noite de Crime. O diretor irá dirigir o quarto filme, intitulado The Purge: The Island. Ele foi responsável por Código do Silêncio (2017), filme disponibilizado pela Netflix esse ano.

Além dessa confirmação, a estreia da continuação foi anunciada para o dia 4 de julho de 2018. Não há um roteiro finalizado e nem uma data para o início das filmagens.

O diretor James DeMonaco, responsável por dirigir os três longas, participará de toda a produção. Nesse momento, DeMonaco está trabalhando na adaptação da franquia para a TV, que deve ter novidade nos próximos meses. O ator Frank Grillo, protagonista dos dois últimos filmes, não foi citado.

Uma Noite de Crime (2013), Uma Noite de Crime: Anarquia (2014) e 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição (2016) tiveram críticas mistas e registraram uma boa bilheteria, resultando em uma continuação e na série de TV.

Para saber mais sobre a franquia de terror, clique aqui.

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Crítica | Em Ritmo de Fuga

Em Ritmo de Fuga (Baby Driver) apresenta uma trama mafiosa nada convencional. Frenética e vibrante, cada manobra do motorista Baby (Ansel Elgort) e cada batida da  música nos faz ficar sem fôlego e impressionados com a habilidade do diretor e roteirista Edgar Wright, uma das grandes promessas do cinema atual.

Kevin Spacey (Doc), Jamie Foxx (Bats), Eiza González (Darling), Jon Hamm (Buddy) e Jon Bernthal (Griff) são os personagens correspondentes aos mafiosos e bandidos. Cada um com sua particularidade, toda a experiência desse incrível elenco foi usada em benefício da trama, colocando-os em conversas marcadas por diálogos sarcásticos e pontuais. Mérito total do roteiro escrito por Edgar Wright.

Edgar Wright está cada vez surpreendendo mais em seu trabalho, depois de filmes como:  Todo Mundo Quase Morto (2004), Chumbo Grosso (2007) e Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), o diretor demonstra uma maturidade tanto na direção como na escrita. Sua direção é precisa e bastante técnica, a câmera é ágil e consegue captar os planos certos para cada cena. A pós-produção não fica de fora, toda edição e montagem do filme é impecável. Os efeitos sonoros somados a movimentação de Baby junto de suas manias com a música provam isso.

O roteiro não é muito complexo, mas contém uma história simples que exige bastante dos atores e atrizes. Edgar Wright parece ter sugado bastante da fonte chamada Martin Scorsese, apesar de várias referências ao cinema, os filmes do Scorsese são os mais mencionados e usados. Além da pizzaria “Bons Companheiros”, é nítido o psicológico parecido entre Baby e Travis Bickel (Taxi Driver), interpretado por Robert Niro. Ambos estão em uma jornada de redescoberta e procuram outras trajetórias para suas vidas.

Aliás, o ator Ansel Elgort se esforçou bastante no papel principal. Provou que não está preso nessas franquias juvenis e consegue fazer papéis que exigem mais de si próprio. Baby protagoniza todos os momentos do filme, e o desenrolar da trama é marcado por cada escolha ou mudança do protagonista, seja emocional ou racional. Essa relação entre roteiro e protagonista é um detalhe importante e que não pode passar despercebido pelos espectadores.

Há algumas reviravoltas no terceiro ato e a ação chega a ser bastante requisitada, mas diferente dessas grandes produções hollywoodianas, Baby Driver é contido e direto no desfecho de todos os personagens. Algumas decisões podem ser questionáveis, mas condizem com o gênero em que a obra está situada.

Ao som de músicas como Nowhere To Run, Unsquare Dance, Tequila, B-A-B-Y, Blue Song e outras, Edgar Wright apresenta uma trama original e digna de vários prêmios no ano que vem. Muito difícil sair do cinema e não querer pegar um carro, colocar um fone de ouvido e sair pilotando como Baby.

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Quadrinhos

Prelúdio de Os 300 de Esparta, Xerxes, será lançado em 2018

O quadrinho Xerxes, que serve como um prelúdio para Os 300 de Esparta, criado por Frank Miller e Lynn Varley, finalmente chegará nas livrarias. Depois de ter seu lançamento adiado, que estava planejado para sair durante a estreia do filme 300: A Ascensão do Império (2014), a HQ ficou sem uma data exata, mas agora foi confirmada para o ano que vem.

Intitulado Xerxes: The Fall of the House of Darius and the Rise of Alexander, o prelúdio teve uma arte liberada pela revista EW. Confira;

A história contará a origem do deus-rei persa e seu plano de vingança para invadir a Grécia, e sobre Alexandre, O Grande, que conquistou a Pérsia depois da Batalha das Termópilas.

O quadrinho está sendo escrito e desenhado por Frank Miller. Há planos de lançar uma adaptação nos cinemas, com os mesmos padrões dos filmes anteriores dirigidos por Zack Snyder e Noam Murro.

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Blade Runner 2049 merece uma chance

Recentemente, comemoramos o 35° aniversário de uma das obras mais cultuadas do cinema e do gênero sci-fi: Blade Runner, o Caçador de Androides. Em sua época de lançamento no ano de 1982, o filme foi um fracasso de bilheteria e teve uma baixa receptividade por meio das mídias e dos espectadores. Porém, este se tornou um marco e inspiração para alguns diretores e autores que tentam explorar esse mundo nos cinemas e na literatura.

Ridley Scott adaptou a ideia de Phillip K. Dick em Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? para o cinema de uma forma visualmente incrível e filosófica. Até hoje, vemos na internet e nas redes sociais citações de passagens conhecidas, principalmente a dita pelo replicante Roy Batty nos minutos finais do longa: “Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva.”.  Após esse fantástico diálogo em que o filme tenta resumir questões sobre a existência da humanidade, há um encerramento com algumas perguntas deixadas no ar. (Dependendo da versão que você assistiu.)

Se Rick Deckard é um replicante, talvez não seja algo que precisa ser retomado ou explicado. Nem mesmo a história de Rachael e como foi o seu desfecho. O roteiro é fechado e tem as conclusões de personagens e conflitos. Contudo, nessa onda de reboots e continuações que estamos passando, Blade Runner foi um dos novos alvos da indústria.

O público em geral ficou muito receoso pelo anúncio. Desde os mais jovens até os mais velhos que foram aos cinemas prestigiar a história. Fazer um reboot já seria uma bomba, e fazer uma continuação direta seria uma bomba atômica… a famosa brincadeira de “pisar em um território sagrado.’’

Talvez Blade Runner 2049 não seja bom e resulte em um fracasso, além de se tornar um dos piores do ano. Entretanto, há uma equipe e um elenco talentosos que estão orquestrando tudo e por isso, eu repito: a continuação da obra de 1982 merece uma chance e a nossa atenção.

O nome é Dennis Villeneuve.

Villeneuve é um dos grandes nomes atuais no cinema. O diretor canadense tem um currículo invejável com filmes como: Sicario: Terra de Ninguém (2015), Os Suspeitos (2013) e O Homem Duplicado (2013). Mas há um que merece ser destacado, chamado A Chegada, que concorreu ao Oscar de 2017.

Essa obra do canadense tem tudo o que um filme de ficção científica precisa, com bastante diálogo, metalinguagem, simbolismo e as mensagens que transcendem à nossa sociedade, nossa evolução, nossa linguagem e o nosso tempo. A Chegada aborda todos esses temas com delicadeza e precisão, chamando atenção pela qualidade do roteiro e da estética deslumbrante.

O diretor aceitou a participar da continuação de Blade Runner e um dos motivos foi o roteiro escrito por Hampton Fancher (Blade Runner) e Michael Green (Logan). Se o canadense se sentiu atraído pelo roteiro, algo o deve ter chamado atenção. A junção do trabalho dele em A Chegada com uma história escrita por Fancher e Green, ambos competentes, pode render algo positivo.

O elenco não fica de fora.

O elenco também merece ser citado aqui. Além do retorno de Harrison Ford, que parece estar tão bem como nunca, Ryan Gosling (Drive), Dave Bautista (Guardiões da Galáxia), Robin Wright (House of Cards) e Jared Leto (Clube da Luta) são alguns dos nomes que vão compor a equipe e ambos são destaques em seus respectivos trabalhos.

Um elenco poderoso como esse pode criar uma excelente química e expor importantes conceitos através de seus personagens.

A questão não é ser melhor, mas fazer um filme decente que respeite o antecessor.

O astro Ryan Gosling e o diretor Dennis Villeneuve conversaram sobre a probabilidade de fracasso, confira:

“Ryan Gosling e eu fizemos as pazes com a ideia de que as chances de sucesso eram muito estreitas. Eu entrei no filme porque o roteiro foi muito forte. Mas não importa o que você faça, não importa o quão bom seja o que você está fazendo, o filme sempre será comparado ao primeiro, que é uma obra-prima. Então fiz as pazes com isso. E quando você faz isso, você é livre.“.

Até o mestre Ridley Scott deu uma chance à Villeneuve, conta o diretor:

“Ele me disse: é o seu filme. Eu estarei lá se você precisar de mim, do contrário estarei fora. E tenho que dizer que ele não estava no set fisicamente, mas eu sentia sua presença o tempo todo, porque eu estava lidando com o seu universo. Então ele não estava e estava lá ao mesmo tempo”.

Esse pensamento de aceitar a receptividade do público, mas também de entender o trabalho que foi feito com tanto carinho e dedicação merece uma chance de nós. Não importa se já saíram reações falando da lentidão (não é um problema) ou da história meio arrastada, nem das expectativas frustradas de alguns pelos trailer exibidos.

Em outubro deste ano, espero que muitas pessoas assistam ao filme sem preconceito. Entender que a continuação, apesar de ser movida pela indústria, esteja sendo feita por uma excelente e competente equipe, que têm plena consciência do seu trabalho.

Só nos resta dar uma chance para Blade Runner 2049… tenham uma ótima sessão.

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Crítica | Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Depois de Tobey Maguire/Sam Raimi e Andrew Garfield/Marc Webb, a dupla formada pelo astro Tom Holland e o diretor Jon Watts trazem uma nova visão para o amigão da vizinhança. Agora pela Marvel Studios, Homem-Aranha: De Volta ao Lar acerta em cheio na adaptação para os cinemas, se tornando um dos melhores filmes do estúdio e do próprio personagem.

O que nos foi apresentado em Capitão América: Guerra Civil foi apenas um aperitivo. Nesse filme solo, Holland dá o seu máximo ao conseguir achar o equilíbrio perfeito em ser um excelente Peter Parker e um excepcional Homem-Aranha. Um dos maiores ícones dos quadrinhos, este foi adaptado fielmente de histórias de Stan Lee, Steve Ditko e John Romita.

Muito além de um excepcional protagonista, De Volta ao Lar dá uma aula de adaptação para a sétima arte. O jeito que o roteiro usa a inteligência artificial Karen para adaptar a estrutura narrativa dos quadrinhos em que o Homem-Aranha fala consigo mesmo é muito útil e eficaz. Além disso, temos personagens conhecidos como a Tia May (Marisa Tomei) e o Abutre (Michael Keaton) que têm um pouco de suas personalidades modificadas, mas que são usadas a favor da trama.

Um dos principais destaques em toda a produção foi a questão da Marvel Studios estar totalmente de cabeça no projeto. Sem ela, provavelmente essa aventura não seria o que foi. Todas as referências e os elementos do universo cinematográfico da Marvel dão substância a história do aracnídeo, participações de personagens como Happy (Jon Favreau) e Tony Stark (Robert Downey Jr.) não roubam os holofotes, mas têm uma importância fundamental na transformação de Peter Parker.

Ser uma história envolvendo a vida escolar de Parker, principalmente, foi interessante de ver. Seus conflitos amorosos e pessoais, como nos quadrinhos, são explorados ao máximo e ajudam na formação do “ciclo do herói”, aonde o personagem é posto em uma situação até se redescobrir como um verdadeiro super-herói. Nessa situação, um vingador.

O antagonismo, que ficou nas mãos de Michael Keaton, faz jus ao personagem Abutre. Há uma motivação genérica e alguns momentos interessantes. O antigo Batman volta ao gênero de super-heróis como um bom vilão que se encaixa perfeitamente na nova visão de Watts.

Enquanto temos um elenco experiente (Robert Downey Jr., Marisa Tomei e Michael Keaton), temos um elenco mais jovem e menos experiente: Laura Harrier (Liz Allen) , Zendaya (Michelle), Jacob Batalon (Ned Leeds) e Tony Revolori. Tirando Revolori, que não convence como Flash Thompson, os outros atores funcionam em seus respectivos papéis.

Depois de anos e anos com várias adaptações e filmes do Aranha, De Volta ao Lar com a ajuda da Marvel Studios faz um trabalho digno da palavra “definitivo”. Divertido, bem humorado, fantástico e épico, Homem-Aranha: De Volta ao Lar vai ficar nos corações dos fãs velhos e novos, que vão se emocionar ouvindo a trilha original remodelada, e aplaudir o que a equipe fez e continuará fazendo: tratar tão bem de um dos maiores heróis dos quadrinhos.

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Crítica | Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, é o filme solo que a heroína deveria e merecia ter. Bem conduzido com ótimas atuações, cenas de ação magníficas e um roteiro simples e eficiente em que se propõe. Se para alguns faltava otimismo e esperança para o universo cinematográfico da DC nos cinemas, esse é o caminho que deve ser seguido.

Gal Gadot foi uma escolha polêmica dentre várias outras no elenco de Batman v Superman: A Origem da Justiça (2016). Passado mais de um ano, percebe-se uma mudança drástica na opinião da crítica e do público. Além de ser um dos destaques do filme de 2016, ela consegue se superar em seu filme solo. A atriz tinha uma missão muito importante em mãos: demonstrar a força feminina nos cinemas como nunca visto antes. E ela conseguiu. Uma atuação impecável com momentos de brilharem os olhos fazem Gal Gadot ser a Mulher-Maravilha que a nossa geração necessitava.

O roteiro é eficiente em trazer uma mensagem sobre paz, fraternidade e conflitos. Uma história que se passa na Primeira Guerra Mundial, mas que parece ser muito contemporânea. A delicadeza em que a heroína é colocada vai sendo moldada no desenvolvimento do longa até o resultado final: amadurecimento da personagem. Tendo sua visão própria de si mesma e das questões humanitárias.

Mas não é só de guerra que Mulher-Maravilha se sustenta. O primeiro ato, focado totalmente em contar a origem da personagem, se passa em Temiscira. Um espetáculo estético, tanto na fotografia quanto nas coreografias. Robin Wright (Antiope) e Connie Nielsen (Hipólita) praticamente conduzem sozinhas o roteiro nessa primeira parte. Os holofotes são alternados com a chegada de Steve Trevor, interpretado por Chris Pine.

Pine é um ótimo ator. Sabe equilibrar as emoções do seu personagem, que é muito relevante nas histórias em quadrinhos. Steve Trevor é bastante requisitado como alívio cômico, mas tem os momentos mais emocionantes e decisivos na narrativa.

Em toda história de super-herói, precisamos de um vilão. E aqui nós temos três. Ludendorff, Dr. Maru e Ares. Os dois primeiros são bastante dispensáveis, mal desenvolvidos e que acabam mais servindo como ponte para Ares do que outra coisa. Ares só participa do ato final e visualmente ficou incrível, seus diálogos com a Mulher-Maravilha são interessantes e necessários para o seu estabelecimento como antagonista principal. Porém, a batalha final poderia ser um pouco mais contida e não sair explodindo qualquer coisa para preencher a telona. São detalhes que poderiam ser evitados, mas que não prejudicam em nada.

Finalmente tivemos um filme solo de uma heroína. Mulher-Maravilha demonstra a força feminina, o otimismo e o carisma que tem o universo DC no cinema. Uma obra que nunca será esquecida, não só pela sua qualidade cinematográfica, mas também por suas mensagens e lições deixadas para nós. Só nos basta aceitá-las.

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Depois de Logan, o que esperar?

Sim. Essa é uma pergunta que venho me fazendo desde a exibição de Logan. Um filme belo, conduzido magistralmente por James Mangold que conseguiu captar emoção e respeitar toda a história do Wolverine em um único filme. O resultado, muitos de vocês já presenciaram: uma obra prima, que destoa de quase todos do gênero.

Neste ano, filmes baseados em quadrinhos e heróis predominam em vários meses. A Marvel Studios fez sua primeira estreia do ano com Guardiões da Galáxia Vol. 2. A Warner Bros/DC Comics chega em junho com o aguardado e dito como a “esperança do UCDC”, Mulher Maravilha, além de vários outros. 2017 promete ser uma grande fonte de entretenimento para todos os fãs. Só que Logan já passou, estreou em março e saiu de exibição em vários cinemas. (Aliás, o blu-ray com a versão em preto e branco chega em junho). Logan foi o produto de anos e anos de aventuras heroicas e filmes de variados estúdios, resultando nas múltiplas mensagens e pensamentos que ele nos deixou. Posso estar sendo imprudente, mas isso redefiniu o gênero e encerrou uma era.

Não estou querendo dizer que Mulher Maravilha, Liga da Justiça ou Homem-Aranha devem ser melhores do que Logan e nem ultrapassá-lo qualitativamente.  A questão é: O que eu vou levar para casa?

Fui uma criança que sempre brinquei com os meus bonecos do Homem de Ferro ou do Superman. Ia ao cinema várias vezes ao ano, principalmente nos filmes do Homem-Aranha de Sam Raimi e do Batman de Christopher Nolan. Aquilo me despertava uma emoção que foi evoluindo e amadurecendo junto comigo. A geração (a minha) foi envelhecendo e querendo aventuras com mais seriedade e um leve toque dramático. É normal a necessidade disso, mas ao mesmo tempo, precisamos entender que os filmes de super- heróis não amadurecem como nós. Eles continuam tendo a famosa função de transmitir uma mensagem heroica através de uma batalha entre herói(s) e vilão. Depois de Logan, não é isso que eu quero mais; sair do cinema, assistir três vídeos: “Análise”, “Veredito”, “Crítica” e nunca pensar sobre novamente.

Essas linhas de produção precisam permanecer fazendo o que fazem. Filmes com aquela mensagem infantil e esperançosa. Porém, é realmente necessário parar no tempo? Vamos lá… não é uma discussão de querer se adaptar a um público mais velho (algo que não precisa acontecer), mas tentar fazer filmes que saiam do padrão e surpreendam de alguma forma, ainda mais com a concorrência e a exigência existentes no cinema atual.

A redefinição do gênero, que para alguns com a mesma opinião que a minha, ocorreu em março desse ano, é a prova mais que concreta que está na hora de haver mudanças, pois os longas de heróis vão cair no limbo e na repetição facilmente. Criar e inventar coisas novas. Novos personagens e conceitos que irão despertar a emoção novamente, tanto para mim quanto para os mais novos, e no final de cada filme, seja da Fox, da Marvel Studios, da Sony ou da DC, eu tenha a resposta para a minha pergunta: O que esse filme me deixou?

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Crítica | Alien: Covenant

Alien: Covenant é a ponte de Prometheus (2012) para Alien: O Oitavo Passageiro (1979). De um filme questionável para um clássico da ficção científica, Covenant mistura ambos os estilos e faz uma combinação própria. Não tende a cair para o questionável, mas também passa longe de ser considerado um clássico.

O marketing vendeu o filme como uma obra de terror e sobrevivência do lendário diretor Ridley Scott. Retomar a experiência que vivenciamos na obra de 79 traria uma nostalgia e uma satisfação muito grande ao sair do cinema, além de Covenant ficar no patamar de grandes ficções da década. Porém, o longa cai em promessas e se perde nas expectativas, mas ainda cumpre o seu papel.

Ridley Scott foi um marco para o cinema e a ficção. Independente de seus trabalhos atuais, é inegável sua importância. Prometheus é o primeiro filme que tenta expandir a mitologia do Alien ao longo de seu desenvolvimento. Sendo Alien: Covenant a continuação exata dessa história. Scott continua insistindo na expansão de sua mitologia filosófica com os Engenheiros e sua importância no universo.

Contudo, este não é um Prometheus como dito. Alien: Covenant tem muitos traços característicos de um survival horror e dá a devida importância à ameaça e ao grupo da nave Covenant. A conspiração da corporação Weyland-Yutani é bem mais evidente aqui, tornando-se mais condizente com o rumo que a franquia está tomando.

Em Alien: O Oitavo Passageiro, o grupo da Nostromo transparece ao espectador um sentimento de união e de conhecer um ao outro, rapidamente você se relaciona com os personagens. Mas com Daniels (Katherine Waterston), Tennesse (Danny McBride), Oram (Billy Crudup), Walter (Michael Fassbender), Lope (Demian Bichir), Karine (Carmen Ejogo) e outros, não há essa ligação. Não há um momento que a trama faça você se conectar com estes personagens. Cada morte é como um descarte no baralho sem a mínima importância.

Enquanto o grupo é um tanto quanto irrelevante, Michael Fassbender dá um show individual. Sua postura em tela é algo que só um profissional como ele consegue fazer. Interpretando um modelo sintético (robô) com várias descobertas e conflitos em sua mente, este consegue se tornar um personagem memorável na franquia Alien, sendo tão ameaçador quanto Ash.

O primeiro ato é nítido o retorno de Scott às suas raízes. Sua habilidade em conduzir o suspense na cena até resultar na morte de um personagem parece continuar funcionando, mas que deveria ser mais aproveitada e requisitada. Nos atos seguintes é mais uma continuação da narrativa de Prometheus, preenchida por flashbacks e uma fotografia espetacular.

Alien: Covenant irá desagradar algumas pessoas, principalmente aquelas que não estão gostando do rumo que a mitologia está tomando. Aos outros, será mais um longa decente. Porém, Ridley ainda não parece conseguir trazer a essência de Alien de volta, continuando com suas promessas de futuros filmes dignos.

Que pare de ficar só na promessa.

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Séries

Scream | Série sofrerá reboot em sua terceira temporada

O Hollywood Reporter informou que o canal MTV confirmou o reboot da série Scream. A terceira temporada contará com um novo roteiro, novos atores e locações, além de mudanças radicais na produção.

Sem nenhum nome cotado para participar da nova temporada, Brett Matthews (Supernatural) foi confirmado como o showrunnerQueen Latifah, Shakim Compere e Yaneley Arty serão os produtores executivos.

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Essas substituições se devem, principalmente, pela saída dos showrunners Richard Register e Michael Gans, a baixa audiência da segunda temporada e os rumores do fim da série. Lembrando que no final da temporada anterior, Scream deixou um gancho para ser explorado, mas parece que a ideia não será utilizada.

Scream é transmitida pela Netflix no Brasil. Suas duas temporadas estão disponíveis no serviço de streaming.

 

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Literatura Marca Página

Resenha | Alien: Surgido das Sombras

Um engenheiro chefe, dois engenheiros, duas médicas, um piloto, uma oficial de ciências, um oficial de comunicações e uma tenente são os sobreviventes da Marion em Alien: Surgido das Sombras. Escrito por Tim Lebbon e publicado pela editora LeYa no Brasil, o livro é uma leitura prazerosa para fãs de suspense e da franquia nos cinemas. Uma mistura completa de gêneros (terror, drama, ficção científica, survival horror…) e novos personagens e conceitos que expandem ainda mais a mitologia alienígena, envolvendo conspirações políticas e ameaças tecnológicas.

Foi muito interessante ver as corporações e seus interesses econômicos/científicos serem um dos pontos altos do livro. A Weyland-Yutani, empresa responsável pela exploração universal da trimonita (material mais resistente no universo) e pela nave Marion, e a inteligência artificial Ash se apresentam como uma conspiração corporativa, sendo tão ameaçadores quanto os Aliens. Criando-se muita expectativa ao leitor.

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A sobrevivência do grupo, seus relacionamentos e o suspense no desenrolar da história ainda são o foco. Chris Hooper (engenheiro chefe) é o principal personagem junto de Ellen Ripley. Diferente de Ripley, Hoop não tem uma ligação emocional com o público, sendo assim, Lebbon decide descrever psicologicamente cada momento do personagem e explorar sua história para entendermos seus objetivos e suas decisões como líder. Já Ripley, protagonista da franquia, não tem muito de sua personalidade alterada, mas é descrita como muito traumatizada (uso de flashbacks e delírios sobre sua filha Amanda e os acontecimentos na Nostromo).

Em relação aos outros personagens que compõem o grupo (Powell, Welford, Lanchance, Baxter, Sneddon, Kasyanov e Gloria), ambos são bem aproveitados e têm bons diálogos, mas nada que seja notável. Alguns mais caricatos como  Lanchance e Welford criam uma empatia maior com o leitor. Ao todo, a história está cheia de personagens bons e intrigantes.

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Porém, o preço de Alien: Surgido das Sombras vale pela descrição do cenário, da ação e dos Aliens criados por Lebbon. Inspiração direta ao primeiro filme do Alien. O autor faz pausas para descrever o cenário detalhadamente para criar a sensação de inserção, parece que o Alien está do nosso lado. Algumas passagem mais sanguinolentas não são agradáveis de ler pela riqueza de detalhes e o ritmo frenético de ossos quebrando, peles rasgando e sangue jorrando, mas consegue tornar as próximas páginas mais empolgantes.

Alien: Surgido das Sombras funciona para os adoradores de suspense ou da franquia Alien. Uma ótima leitura por expandir ainda mais este universo, que se firma entre os melhores e promete enriquecer a mitologia de Hans Ruedi Giger e do diretor Ridley Scott.