Categorias
Quadrinhos

Blacksad retornará ao Brasil pela SESI-SP Editora

Atualizado: a SESI-SP Editora confirmou o lançamento da obra.

Tendo anunciado recentemente a publicação da famosa série europeia de ficção-científica, Valérian, surgem agora mais novidades referentes ao catálogo da SESI-SP Editora. Detentora dos direitos de publicação de famosos quadrinhos europeus como Spirou, Valentine e Gus, o catálogo da editora pode se expandir ainda mais, pois ao que tudo indica a cultuada série Blacksad também foi licenciada.

A descoberta foi feita através do site MEDIATOON, principal licenciante de quadrinhos europeus para o exterior. Checando o catálogo de licenças da Sesi-SP Editora na página da licenciadora é possível observar a presença de todas suas atuais séries publicadas, mais as novidades, sendo elas Valérian e Blacksad. Há cerca de três dias Valérian foi anunciado oficialmente, enquanto nada foi dito sobre Blacksad até o momento.

Blacksad é uma série de quadrinhos criada pelos espanhóis Juan Díaz Canales e Juanjo Guarnido, publicada na França pela Dargaud. John Blacksad é um gato detetive particular num mundo de animais antropomorfizados, e as histórias são centradas nas suas investigações. A ambientação é inspirada nos Estados Unidos da década de 50, com um tom noir fortíssimo. A série possui cinco álbuns publicados até o momento.

No Brasil, a editora Panini já publicou a série em meados de 2006, tendo lançado apenas dois álbuns e cancelando-a logo após.

Dois volumes de Blacksad publicados pela Panini. Via: Me Gusta Quadrinhos.
Dois volumes de Blacksad publicados pela Panini. Via: Me Gusta Quadrinhos.

A SESI-SP Editora ainda não se pronunciou acerca do relançamento de Blacksad no Brasil. Até o momento, as informações aqui apresentadas seguem como fortes boatos baseados apenas no site da licenciante. Aguardamos novidades.

Categorias
Quadrinhos

SESI-SP Editora publicará Valérian no Brasil

Série franco-belga de quadrinhos de ficção científica criada por Pierre ChristinJean-Claude Mézières e Évelyne Tranlé, Valérian et Laureline será publicado no Brasil pela Sesi-SP Editora.

A série do agente espaço-temporal é um clássico dos quadrinhos europeus de ficção-científica e conta com mais de 20 álbuns publicados, sempre figurando entre as dez séries mais vendidas da editora Dargaud. Um dos autores, Mézières, trabalhou juntamente com Moebius no desenvolvimento do visual do filme O Quinto Elemento, de Luc Besson.

A série narra as aventuras de Valérian, um agente espaço-temporal, e sua colega Laureline, enquanto viajam pelo universo, espaço e tempo. Uma mistura de space opera com viagem no tempo. A primeira edição foi publicada no ano de 1967, tendo surgido na edição 420 da revista Pilote, casa das primeiras publicações de outras séries grandiosas como, por exemplo, Asterix o Gaulês.

Uma adaptação cinematográfica da série será lançada nos cinemas no dia 20 de julho de 2017. O filme conta com a direção de Luc Besson e elenco composto por Cara Delevingne, Dane DeHaan, Rihanna, Clive Owen, Ethan Hawke, John Goodman e Kris Wu.

O anúncio do lançamento foi feito através do Facebook:

Segundo informações divulgadas pela própria Sesi-SP Editora, o primeiro álbum deve ser lançado em Abril. Valores e especificações técnicas sobre a publicação ainda não foram divulgados.

Categorias
Quadrinhos

Juiz Dredd e Alan Moore | Confira os anúncios da editora Mythos

A Mythos Editora, atual casa do Juiz Dredd e outras séries da revista inglesa 2000 AD no Brasil, publicará novos gibis do Juiz e de seu universo. Além disso, a editora também publicará material da revista Scream! britânica, que conta com uma mínima participação de Alan Moore e outros grandes nomes dos quadrinhos ingleses. Confira abaixo todas as informações!

Monstro é uma história de terror publicada na Scream! e The Eagle britânicas nos anos 80. O encadernado foi republicado no exterior pela 2000 AD há cerca de 5 meses atrás, e conta a história de Kenneth Corman, garoto de 12 anos que enterrou seu pai abusivo fora da velha casa da família. A coisa que o matou estava dentro da casa, na escuridão do porão, e durante toda sua vida, Kenneth sentia que havia algo misterioso por trás da casa e da morte do pai. Para investigar, ele enfrentará os horrores que se escondem por detrás das portas da velha casa…

A publicação terá 196 páginas e foi criada por Alan Moore, com roteiros de John Wagner e Alan Grant, e arte de Heinzl e Jesus Redondo. Um item essencial para admiradores de antigas histórias de horror!

Dando continuidade aos lançamentos, Juiz Dredd: Heavy Metal é um compilado de histórias do Juiz que foram publicadas em uma revista de música, não fazendo parte da cronologia normal do personagem. Este compilado inclui todo o material do Juiz ilustrado por Simon Bisley, com exceção dos crossovers com o Batman, mas também reúne arte de outros famosos ilustradores, como Colin MacNeil e John Hicklenton.

A edição nacional terá 132 páginas e deve sair ainda em 2017. O texto das histórias fica a cargo de John Wagner, Alan Grant e John Smith.

Por fim, Juiz Dredd Apresenta: Missionário: Lua de Sangue é uma série criada por Gordon Rennie ambientada na Terra Maldita, o grande deserto nuclear e devastado do universo do Juiz Dredd, oriundo das Guerras Atômicas do ano de 2070. Nesta terra de ninguém, um homem chamado Padre Cain é um grande mistério para todos: alguns dizem que ele já foi um Juiz, outros dizem apenas que ele é um homem louco. Armado com uma pistola e uma bíblia, ele diz ser uma força da lei e da ordem.

Missionário é uma série longeva (porém finita) que foi publicada na 2000 AD, e não compilada totalmente em encadernados no exterior até o momento. Esta série inclui os primeiros trabalhos do artista Frank Quitely. A edição nacional terá 108 páginas.

Gostaram dos anúncios da editora, sendo todos previstos para 2017? Além deles, em breve será lançado o encadernado Juiz Dredd: Assassinos Seriais, um compilado de histórias temáticas do Juiz envolvendo serial killers! A Mythos Editora vem dando bastante atenção às publicações da 2000 AD, e este ano promete ser ainda melhor! Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades!

 

Categorias
Cultura Japonesa Mangá Pagode Japonês

Os 15 melhores mangás para colecionar hoje

O mercado de mangás do Brasil passa atualmente por sua melhor fase em diversos sentidos. Com os últimos dois anos tidos por muitos como a “Era de Ouro” dos mangás no Brasil, as editoras vem ousando em apostar em diferentes formatos e numa variedade de demografias (shounen, seinen, gekiga, shoujo, etc) impressionante, publicando títulos que se adequam aos mais variados poderes aquisitivos dos leitores. Panini, JBC, NewPOP, Nova Sampa, e Astral são algumas (dentre outras) das editoras que publicam mangás atualmente, com destaque para as três primeiras que vem sobrevivendo à crise.

Mas com tantos títulos sendo lançados mensalmente nas bancas, livrarias e lojas especializadas, quais se destacam? Esta lista tem como objetivo indicar alguns mangás com o melhor custo-benefício, melhor desenvolvimento de história, valor histórico, entre outros aspectos como a duração e formato. É importante ressaltar que esta lista foi redigida com base na opinião de dois redatores do site, e é possível que haja discordância com seu gosto pessoal. Além disso, os títulos não estão rankeados em ordem de melhor para pior ou vice-versa. Sem mais delongas, confira abaixo os quinze títulos escolhidos!

Noragami

Escrito e ilustrado por Adachitoka, Noragami é um shounen. Na história acompanhamos Yato, uma divindade menor do Japão que está em busca de novos fiéis e de ter seu próprio santuário. Para conseguir isso ele anda pela cidade pichando muros com seu número de celular e informando que ajudará as pessoas no que elas precisarem, com a condição de receber cinco ienes pelos seus feitos. Durante um desses seus trabalhos como “deus delivery” ele é salvo de ser atropelado por um caminhão pela jovem Hiyori Iki, que acaba sendo atropelada em seu lugar e fica entre a vida e a morte. Após o atropelamento, Yato decide salvar a vida da menina e essa ação acaba mudando o destino dos dois para sempre, já que após isso, Hiyori começa a sair de seu corpo às vezes, podendo assim andar entre os dois mundos, o dos humanos e o dos mortos. Mesmo não trazendo nada de novo, Noragami se sobressai pelo carisma de seus personagens e pelas lições que o mangá quer passar. Tudo em Noragami é bem equilibrado. É dramático quando tem que ser, sem parecer um dramalhão. As piadas funcionam perfeitamente, e o elenco de apoio é muito bem utilizado. No Japão, o mangá se encontra no volume 17, em publicação desde 2010. No Brasil foi lançado o terceiro volume pela Panini em novembro de 2016. O mangá ganhou duas adaptações em anime, Noragami e Noragami Aragoto, ambas com 13 episódios cada.


Assassination Classroom

Um dos mangás mais inteligentes (e nonsense) já publicados na revista semanal Shōnen Jump, criado por Yuusei Matsui, Assassination Classroom narra a história dos alunos da classe 3-E que tentam diariamente assassinar seu professor, um alienígena amarelo que destruiu 70% da lua e ameaça aniquilar todo o planeta Terra caso não consigam matá-lo no período de um ano. O professor (Koro-sensei) é um exemplo ideal de excelente tutor, e visa transformar os alunos da problemática classe 3-E (a pior de todas) em alunos também exemplares, dedicando sua vida a tornar estes alunos os melhores. A história gira em torno de grupos de personagens, e serve como uma crítica ferrenha ao sistema de ensino japonês. Essas críticas também se aplicam ao sistema de ensino brasileiro, e muitas vezes o autor traça paralelos entre a palavra “assassinato” e o “ideal de humano” que deve ser formado na escola, criando correlações entre ambos os conceitos de forma metafórica. Quando Koro-sensei diz que vai “torná-los os melhores assassinos do mundo“, ele também quer dizer que irá transformar estes alunos nos melhores seres humanos possíveis, ensinando a todos valores e deveres essenciais para que sejam boas pessoas. A obra foi completa em 21 volumes, publicada entre 2012 e 2016, e foi um dos maiores sucessos da Jump no período, alcançando famosos mangás da revista como Naruto e One Piece. O autor sempre deixou claro que encerraria a história quando ele tivesse esgotado o que planejou para o ano de convivência entre Koro-sensei e seus alunos, sem se deixar levar pela ideia de “shounens infinitos” e sem se deixar influenciar pelo sucesso arrebatador das vendas. Graças a estes ideais o artista criou uma obra com poucas falhas, muita ação e situações divertidamente inusitadas. Assassination Classroom é publicado no Brasil pela editora Panini e atualmente encontra-se em sua 15ª edição encadernada.


Terra Formars

Escrito por Yu Sasuga e ilustrado por Ken-Ichi Tachibana, Terra Formars é um mangá seinen de ação, ficção-científica e horror, publicado no Japão desde 2011 na revista semanal Young Jump. No Brasil, a Editora JBC é a detentora dos direitos do mangá, em publicação desde 2015. Narra a história de grupos de humanos geneticamente modificados vindos de diferentes partes da Terra, que vão para Marte, nos anos 2600, enfrentar baratas gigantes que sofreram mutação após tentativas da humanidade de tornar o planeta vermelho habitável, ainda no século XXI. Os 100 humanos escolhidos, detentores de diferentes poderes animais, devem enfrentar a população estimada de 200 milhões de baratas gigantes, com todas as características físicas (e intelectuais) de uma barata comum elevadas em centenas de vezes. Terra Formars une uma história envolvente, personagens carismáticos e uma arte competente e entrega um excelente mangá de ação, com muitas reviravoltas de roteiro e muitos momentos memoráveis. Além disso, o mangá conta com uma base científica bem trabalhada (e realista na medida do possível), sempre contando com apoio de diferentes fontes para criar suas ideias, e também trabalha muitas tramas políticas no desenrolar da história. No Japão, o mangá ainda está em publicação contando com 19 volumes encadernados, enquanto no Brasil estamos na 15ª edição.


Ore Monogatari!!

Mangá shoujo escrito por Kazune Kawahara e ilustrado por Aruko, completo em 13 volumes, Ore Monogatari!! é uma excelente dica até mesmo para quem não é tão fã do gênero. Um dos sucessos mais recentes dos mangás shoujo no Japão (ao lado de Aoharaido e Orange), tem sua história girando em torno de Takeo Gouda, um rapaz totalmente atípico no quesito “protagonistas de mangás shoujo” por ser grande, forte, pesado, e se “assemelhar a um gorila”. Takeo salva uma garota (Yamato) de um abusador no metrô, e eles começam a namorar. As edições então giram em torno do relacionamento dos dois, somado a um grupo de coadjuvantes divertidos como o melhor amigo de Takeo, Sunakawa (que é um típico garoto bonito de shoujos), os amigos da escola de Takeo e Yamato, e até mesmo os pais de Takeo. Todas as situações do mangá são típicas de um shoujo, porém, a dose de humor é bem alta neste título, agradando também os leitores da categoria “comédia romântica“. No Japão, Ore Monogatari!! foi publicado entre 2011 e 2016, na revista mensal Bessatsu Margaret, enquanto no Brasil a detentora de seus direitos é a editora Panini, tendo publicado até o momento apenas 3 volumes da obra, bimestralmente.


Zetman

Masakazu Katsura é um autor conhecido pelo público brasileiro especialmente pela publicação de duas obras suas pela editora JBCVideo Girl e D.N.A². Famoso por sua arte realística bem detalhada e por suas histórias com elementos de ficção-científica, Zetmanseinen de sua autoria, foi o mangá onde o artista se permitiu debandar para o lado da ação. Zetman narra a história de Jin, um órfão que possui uma misteriosa auréola na sua mão esquerda e apresenta capacidades físicas acima do normal. Tendo vivido parte de sua infância na rua, o garoto acaba se envolvendo numa misteriosa trama relacionada a um experimento de uma famosa corporação após um monstro chamado “player” atacá-lo e tirar a vida de seu avô. Jin cresce e se vê mais uma vez envolvido neste misterioso projeto, a qual é sempre referido a ele o codinome Z.E.T. O mangá, completo em 20 volumes, possui cenas de ação magníficas e um grupo de personagens interessantes e bem desenvolvidos, como o garoto Kouga, e sua irmã Konoha. Katsura tece os fios da trama de Zetman aos poucos e de forma fluida, tornando a leitura de cada volume extremamente rápida e prazerosa. O conteúdo da obra é bem adulto, com muita violência e alguma nudez, além dos elementos ecchi (já conhecidos pelos fãs) característicos do autor. A publicação brasileira de Zetman pela JBC está atualmente no 15° volume, com novas edições lançadas bimestralmente.


Blade – A Lâmina do Imortal

Segundo mangá em formato BIG (dois volumes japoneses em um) lançado pela JBC em 2015, Blade de Hiroaki Samura é tido por muitos como um dos melhores mangás de samurai de todos os tempos. No Brasil a obra já havia sido lançada pela editora Conrad em meados de 2004, no formato meio-tanko, e desde outubro de 2015 a obra retornou às livrarias, revisada e num capricho editorial muito superior graças à JBC. O mangá narra a história de Manji, um ronin contratado para matar aqueles que se negam a pagar impostos. Ao notar que estava assassinando inocentes, o assassino se rebela contra seu contratante e acaba o matando, além de assassinar seus 99 guarda-costas. Ao ser salvo, bastante ferido, por uma monge que lhe deu o chamado “chá de vermes”, Manji torna-se imortal e a única forma de reverter seu status de imortalidade e se livrar de sua culpa, sendo capaz de morrer, é matando 1000 criminosos. Blade foi serializado de 1993 a 2012 na revista mensal japonesa Afternoon, casa de muitos outros títulos de qualidade. A obra se encerrou com 30 volumes encadernados, e no formato BIG da JBC, será concluído com apenas 15 edições, sendo que o volume 7 está programado para ser lançado ainda em janeiro de 2017.


One-Punch Man

A história do herói Saitama, criada por ONE e adaptada por Yusuke Murata, é um dos maiores sucessos do Japão atualmente. No Brasil, a editora Panini é detentora dos direitos da obra, e caprichou no acabamento do blockbuster que alcançou fama mundial graças ao anime exibido no ano passado. A trama gira em torno do herói Saitama, o invencível homem que derrota qualquer inimigo com apenas um soco, seu aprendiz Genos, um androide poderoso, e diversas situações cômicas envolvendo vilões inusitados, a Organização dos Heróis e a vida cotidiana do próprio Saitama. Originalmente, One-Punch Man é uma webcomic publicada desde 2009 com roteiro e arte de ONE, e o mangá é um remake publicado digitalmente na Weekly Young Jump, especificamente na Young Jump Web Comics. O remake possui 11 volumes encadernados lançados até o momento, e cativa o leitor graças às diferentes formas que os criadores trabalham a ideia da busca por um inimigo verdadeiramente desafiador para Saitama. Além disso, a arte de Yusuke Murata é uma das mais belas em mangás seinen de ação, com a colaboração de sua equipe de assistentes que aplicam efeitos verdadeiramente cinematográficos para os desenhos, concedendo uma fluidez impressionante, como você pode conferir clicando aqui. Um excelente título para quem busca uma paródia de super-heróis e mangás shounen, com uma leitura despretensiosa e um capricho editorial absurdo.


Arakawa Under The Bridge

Comédia escrita e desenhada por Hikaru Nakamura (autora de Saint Onii-San), completa em 15 volumes e publicada no Japão na revista seinen Young Gangan de 2004 a 2015, Arakawa Under The Bridge é um deleite para fãs do gênero nonsense. O mangá foi trazido ao Brasil pela editora Panini e conta a história da vida de Kou Ichinomiya, herdeiro da grande Ichinomiya Company, que tem como lema “nunca dever nada a ninguém“. Certo dia, um grupo de crianças rouba as calças de Kou e a pendura no alto de uma ponte, onde ele conhece Nino, uma garota loira que acaba salvando a vida de Kou. Como forma de recompensar o favor e sanar a dívida de Kou para com a garota misteriosa (que, é importante dizer, mora debaixo da ponte e diz ter vindo de Vênus), Nino pede para que o rapaz mostre para ela o que é o amor. Com isso, Kou passa a viver debaixo da ponte, onde muitos outros moradores e amigos de Nino também levam suas vidas das formas mais loucas imagináveis. A obra conta com um rol de personagens coadjuvantes brilhantemente bem escritos, todos com suas próprias características e momentos engraçados, e também tece comentários e críticas (não muito sutis, sendo fáceis de identificar) muito pertinentes sobre diversos temas sociais.


Knights of Sidonia

Obra máxima do gênio dos mangás cyberpunk Tsutomu Nihei, Knights of Sidonia é publicado no Brasil pela Editora JBC, e completo em 15 volumes. O mangá (serializado na revista japonesa Afternoon) é um seinen de mechas que narra a história de Nagate Tanikaze, um garoto que cresceu na base subterrânea da nave Sidonia, no ano 3394, após a humanidade fugir do planeta Terra graças aos ataques de uma raça de alienígenas gigantes chamados Gauna. Sidonia é uma das várias naves (com destinos desconhecidos) que fugiram em direção ao espaço, e tem forte influência da cultura japonesa, criando tecnologias e avanços científicos como a reprodução assexuada, clonagem e fotossíntese humana. Nagate, que sempre treinou em simuladores no subterrâneo, sobe à superfície após a morte de seu avô e acaba tornando-se piloto de um Guardião, robôs criados para proteger Sidonia dos ataques de Gaunas, além de desempenharem tarefas braçais como mineração. Knights of Sidonia une a bela arte sombreada de Nihei a diversas ideias de mangás prévios do autor (como Abara, publicado no Brasil pela Panini) e entrega sua obra mais longeva e com melhor desenvolvimento de roteiro e personagens. A vida em Sidonia é narrada com o desenrolar da trama, e diversas subtramas envolvendo até mesmo grandes empresas da nave Sidonia começam a ser criadas com o passar do tempo. O mangá foi adaptado para anime, produzido pela Netflix em 2014, enquanto no Brasil estamos rumando para o lançamento do 8° volume da obra.


Berserk

Mais longeva infinita obra criada por Kentaro Miura, Berserk é um mangá seinen de fantasia medieval já tido por muitos como um verdadeiro clássico dos gibis japoneses. Narra a história de Guts, um ex-mercenário e espadachim amaldiçoado que vaga pelo mundo sem descanso em busca de vingança pelos atos de um antigo rival. O mangá explora diversas facetas humanas, mostrando sempre o melhor e o pior da humanidade, tendo como temas assuntos como isolamento, traição, autopreservação, etc. Berserk é um dos seinens mais populares do Japão, tendo sido publicado em duas revistas diferentes, a Animal House e a Young Animal, ambas mensais; porém, especificamente este mangá possui periodicidade indefinida graças aos constantes hiatos do autor. Apesar disso, a obra possui 38 volumes encadernados, e a arte de Miura é extremamente realística e bem detalhada, sendo cada página um show de exuberância em todos os sentidos. A serialização de Berserk começou em 1989 e no Brasil ele é publicado pela editora Panini em dois formatos, o meio-tanko desde 2005 (que está emparelhado com o Japão), e a nova edição de 2014, revisada e de tankos completos, que encontra-se atualmente em seu 14° volume. O retorno do mangá (que encontra-se em hiato desde setembro de 2016) está previsto para o início de 2017. Berserk também é um dos 60 mangás mais vendidos do Japão.


Vinland Saga

Um mangá sobre vikings, Vinland Saga é a obra máxima de Makoto Yukimura, conhecido por seu mangá de ficção-científica Planetes. Vinland Saga narra a jornada de Thorfinn, um garoto cujo pai foi assassinado por Askeladd, em busca de vingança contra o assassino. Para alcançar seu objetivo e vingar a morte de seu pai desafiando o assassino, Thorfinn une-se ao bando de Askeladd, um grupo famoso de vikings que realizam diversos trabalhos e saqueamentos. Yukimura é um autor antibelicista com ideais que se assemelham muito aos de Osamu Tezuka (conhecido por tecer críticas ao exército e guerras no geral), e apesar disso ficar muito visível em Planetes, o autor toma Vinland Saga como o meio ideal de transmitir sua mensagem à humanidade. Por muito tempo (oito volumes) o mangá serve somente como um prólogo para a verdadeira história que o autor almeja contar, e quando a mensagem fica clara, o roteiro sofre uma reviravolta inesperadamente bela. A calma com que Yukimura desenvolve seus personagens e tece sua trama no desenrolar dos anos é admirável, e apesar de ainda estar em publicação no Japão (com 18 volumes, sendo que o próprio volume 18 será publicado pela Panini em breve, alcançando o Japão), é uma obra que te inspira e desperta uma vontade de ler mais e mais. No Japão, o mangá é publicado mensalmente na revista Afternoon, e vale ressaltar que não existe mangá ou anime algum que retrate a era viking de forma verdadeiramente séria exceto este. Segundo o autor, a obra seria encerrada com 25 volumes, mas pode demorar muito mais visto que ele define a extensão de sua criação conforme o roteiro se desenrola de forma natural. No fim das contas, Vinland Saga é um mangá obrigatório para qualquer coleção.


Vagabond

A vida de Miyamoto Musashi na visão do mangaká Takehiko Inoue é um dos maiores sucessos da Panini atualmente. Após algumas tentativas infrutíferas de outras editoras em dar continuidade à publicação deste mangá tão aclamado no mundo, a multinacional italiana começou a lançar tudo novamente em um novo formato, com nova tradução e acabamento mais luxuoso que o restante de seu catálogo. Vagabond se passa logo após a Batalha de Sekigahara (1600), onde um jovem chamado Takezo e seu amigo Matahachi foram lutar após deixarem sua vila, Miyamoto, buscando fama e glória. Contudo, na Batalha ambos só encontram a derrota, e a partir dali trilham caminhos diferentes em busca de força, numa jornada de autodescobrimento cercada por confrontos e desafios espirituais. O mangá tem maior parte de seu foco na vida de Takezo tornando-se Miyamoto Musashi, grande espadachim e ronin, criador do estilo de luta com duas espadas chamado Niten Ichi Ryu. Takehiko Inoue baseia-se no romance de Eiji Yoshikawa para criar sua própria versão da vida de Musashi, e todas as liberdades criativas que o autor toma com relação ao livro são bem aceitas por não existir um relato totalmente fidedigno da vida do espadachim. O mangá possui 37 volumes encadernados, tendo entrado em hiato no Japão em 2015. A arte de Takehiko Inoue é um dos grandes chamarizes da obra, visto que nela o autor capricha no realismo e cria quadros extremamente bem detalhados. No Brasil, o volume 11 foi lançado em dezembro de 2016.


Slam Dunk

Outra obra de Takehiko Inoue, Slam Dunk é o mangá de esporte mais famoso do mundo, e nono mangá mais vendido do Japão, com mais de 120 milhões de unidades vendidas. Esta história publicada semanalmente na Shounen Jump de 1990 a 1996 e totalizando 31 volumes foi responsável por popularizar o basquete na terra do sol nascente. Takehiko Inoue é um grande fã de basquete (tendo outras duas obras publicadas sobre o esporte, uma ainda em andamento), e através de Slam Dunk ele introduziu o esporte a milhares de leitores, de forma calma e muito fluida, através de bastante comédia. O mangá narra a história de Hanamichi Sakuragi, um delinquente impopular com as garotas (que preferem os garotos que jogam basquete), que conhece Haruko Akagi, irmã do líder do time de basquete do colégio. A garota reconhece o potencial de Sakuragi e o introduz ao time, enquanto ele aceita com o objetivo de impressioná-la, e a partir daí o rapaz começa a conhecer o esporte desde o básico e a desenvolver seu amor pelo basquete. A motivação de Sakuragi é um reflexo do jovem Inoue, que também começou a jogar basquete para tentar impressionar as garotas, e mais tarde desenvolveu um grande amor pelo esporte em si. Graças a resposta dos leitores que passaram a gostar do esporte o autor também organizou o Slam Dunk Scholarship, projeto que dá bolsas de estudo para estudantes japoneses. S.D. já havia sido publicado no Brasil pela editora Conrad há alguns anos, e atualmente a Panini está relançando a obra em um formato mais caprichado e baseado no kanzenban japonês, totalizando 24 volumes e contendo adicionais de qualidade que uma edição luxuosa japonesa proporciona.


Lobo Solitário

Um dos gekigás mais famosos do mundo, a obra de Kazuo Koike e Goseki Kojima é um dos grandes clássicos dos quadrinhos japoneses, tido por muitos como a maior obra quadrinística do Japão, publicado entre 1970 e 1976, totalizando 28 volumes. Lobo Solitário narra a história de Itto Ogami, o carrasco do shogun no Período Edo, que foi desonrado por falsas acusações do clã Yagyu e condenado ao seppuku. Ogami pega seu filho de três anos de idade, Daigoro, após a morte de sua esposa, e com as acusações do clã Yagyu sempre em mente ele toma o caminho de um assassino, viajando com seu filho e arquitetando seu plano de vingança, carregando um estandarte que diz: “Alugo minha espada, alugo meu filho.” Lobo Solitário influenciou grandes autores de quadrinhos e filmes, como Frank Miller, que é um grande fã da obra e foi o responsável por trazer o mangá ao ocidente. A obra foi adaptada em seis filmes, peças de teatro e uma série de TV, muito influente, e Kazuo Koike escreveu algumas sequências para o mangá algum tempo depois do fim. No Brasil, Lobo Solitário já havia sido lançado na íntegra pela Panini, porém agora a obra retorna num acabamento mais luxuoso, com papel offset, orelhas e sempre com uma capa original de Goseki Kojima que a editora teve acesso graças aos kanzenbans. Um clássico absoluto, o mangá é obrigatório para qualquer fã de quadrinhos.


Fullmetal Alchemist

O shounen definitivo de Hiromu Arakawa tido por muitos como um dos melhores mangás de todos os tempos está sendo relançado no Brasil pela editora JBC. Completo em 27 volumes, Fullmetal Alchemist conta a história de Alphonse e Edward Elric, dois irmãos que tentaram ressuscitar a mãe através do uso de alquimia, e falharam. Com o erro, Alphonse perdeu seu corpo e Edward, uma perna. Para restituir a alma do irmão, Edward também sacrificou um braço e prendeu-a dentro de uma armadura. Motivados pela falha, os irmãos dão início à sua jornada em busca da pedra filosofal, um objeto poderoso que permitirá que ambos recuperem seus corpos. A história (que foi publicada mensalmente no Japão) possui um roteiro bem amarrado que não desperdiça nada, planejado desde sempre para ter um início, meio e fim. Hiromu Arakawa também é uma ótima escritora de comédia, e todos seus personagens possuem algum destaque na trama. Fullmetal é uma jornada de superação, emocionando seus leitores com tantos problemas apresentados ao longo da vida dos irmãos, sempre motivados a seguir em frente, e também atiçando a curiosidade de todos graças a alguns mistérios apresentados logo no início da aventura. O mangá está entre os 25 mais vendidos do Japão, totalizando cerca de 65 milhões de cópias vendidas, e já havia sido publicado no Brasil em formato meio-tanko. A publicação atual da JBC é em um acabamento mais caprichado, com papel offset e cor especial prateada nas capas, além da tradução e adaptação revisadas e o lançamento no formato original, totalizando 27 tankos. O volume 5 foi lançado recentemente no Brasil.


Com isso encerramos nossa lista de 15 mangás recomendados para se colecionar atualmente! A variedade de gêneros e lançamentos mensais pelas diversas editoras do país é muito grande, tornando impossível sugerir todos os títulos existentes. Muitos outros mereciam ser indicados e comentados em detalhes, contudo, esta matéria ficaria ainda mais extensa! Quem sabe numa segunda parte?

Está acompanhando algum dos mangás sugeridos? Acha que faltou algo? Alguma sugestão? Comente abaixo!

Categorias
Cultura Japonesa Mangá Pagode Japonês

Blame! | Um novo marco de qualidade dos mangás no Brasil

Durante a Comic Con Experience 2016 a Editora JBC caprichou nas novidades com diversos lançamentos de qualidade. The Ghost in the Shell, Nijigahara Holograph, o Kanzenban de Cavaleiros do Zodíaco e o Artbook de Lost Canvas eram algumas das publicações disponíveis no estande da editora. Além disso, Blame! de Tsutomu Nihei (autor de Knights of Sidonia, presente na convenção) também foi lançado no evento, com uma qualidade gráfica de ponta, surpreendendo a todos pelo custo-benefício da obra. Confira abaixo todos os detalhes técnicos do mangá!

Tsutomu Nihei é um autor conhecido por suas obras cyberpunk de ficção-científica. Blame! foi sua primeira obra serializada, publicada originalmente na revista japonesa Afternoon entre 1998 e 2003, totalizando 10 volumes. O mangá narra a história de Killy à procura de um humano com genes compatíveis para salvar a humanidade, e foi adaptado em 6 episódios ONA (original net animation) em 2003, além de ter um filme produzido pela Netflix anunciado para 2017. Pelo segundo ano consecutivo, a Editora JBC, que também publica Knights of Sidonia, trouxe um mangaká ao Brasil, e também lançou Blame! como uma publicação bimestral, estabelecendo um novo parâmetro de comparação de qualidade gráfica dos mangás brasileiros, custando apenas R$23,90.

Mangá com sua sobrecapa. O adesivo era um brinde da CCXP 2016.
Mangá com sua sobrecapa. O adesivo foi um brinde da CCXP 2016 e não acompanha o produto.

Cada uma das 10 edições terá sobrecapa (não sobrecapa-pôster, como as de eventos da JBC) e uma média de 210 páginas, sem páginas coloridas. A publicação de mangás com sobrecapa no Brasil, algo similar ao modelo japonês de publicação, onde todos possuem sobrecapa, era tida como inviável até alguns anos atrás. O gasto que a sobrecapa iria impor ao produto tornaria o mangá muito custoso. Contudo, Blame! começou surpreendendo com o anúncio de que a coleção inteira será publicada neste formato, muito similar ao modo japonês, por um preço acessível. The Ghost in the Shell também foi lançado com sobrecapa no evento, contendo duas cores especiais e acompanhada do formato maior da obra (17 x 24 cm) e suas 352 páginas com mais de 60 páginas coloridas.

Sobrecapa aberta, extremamente similar à japonesa.
Sobrecapa aberta, extremamente similar à japonesa.
Ao remover a sobrecapa é possível visualizar a capa completa da obra.
Ao remover a sobrecapa é possível visualizar a capa completa da obra.

Ainda nas especificações técnicas, Blame! é lançado em Papel Lux Cream, o papel utilizado pela editora em suas edições de luxo. Utilizado em outras publicações mais caprichadas como O Cão que Guarda as Estrelas, O Outro Cão que Guarda as Estrelas e Death Note Black Edition, o Lux Cream é um papel tido como um “Offset melhorado“, com um tom mais amarelado ou acinzentado, cansando menos a vista do leitor. Além disso, a espessura do papel Lux Cream utilizado pela JBC em Blame! e nas obras de Takashi Murakami torna inexistente qualquer tipo de transparência, ponto de reclamação recorrente dos mangás em papel jornal e offset.

Páginas de Blame!
Páginas de Blame!
Primeira e última (a clássica página de PARE!) páginas do mangá.
Primeira e última (a clássica página de PARE!) páginas do mangá.

A obra exige atenção do leitor. Nihei é um autor conhecido por sua arte sombreada, e a narrativa de Blame! é caracterizada pelo uso de poucas palavras, dependendo muito da compreensão total dos desenhos do mestre mangaká, diferente de Knights of Sidonia, que apesar de ainda basear-se muito no jogo de sombras do autor, possui diálogos explicativos e descritivos constantes, facilitando a leitura da obra. Ambos os mangás são excelentes pedidas para fãs de ficção-científica, obras cyberpunk e admiradores do gênero seinen. Foi traduzido pelo excelente Denis Kei Kimura e conta com a produção editorial de toda a ótima equipe JBC.

Blame! foi o 15° lançamento da JBC de 2016. Recapitulando suas especificações técnicas, a série é completa em 10 volumes, será de publicação bimestral contendo uma média de 210 páginas em papel Lux Cream e sobrecapa em todas as edições pelo valor de R$23,90.

Ficou interessado? Compre com desconto na Amazon!

Categorias
Entretenimento

A dificuldade que temos em aceitar mudanças

Quando conhecemos algo, aquilo que acabamos de descobrir pela primeira vez torna-se nossa imagem mental fixa e ideal de determinado produto. Esse tipo de pensamento se aplica a quadrinhos, séries de TV, filmes, músicas e quaisquer outros meios de comunicação existentes. O Superman perfeito é aquele que você conheceu quando criança. O desenho animado ideal é aquele que você assistia quando estreou, e não sua nova versão feita para crianças. Muito deste modo de pensar vem da ideia de que o que você conheceu antes era “mais respeitoso” ou “representava um ideal melhor” do que o produto moderno, e você acaba adotando aquilo como algo seu. Mas a verdade é que tudo o que você conhece é um produto, feito unicamente para gerar dinheiro, tendo seus próprios donos portadores dos direitos. Para determinadas coisas você já deixou de ser o público-alvo, e um novo público surgiu com o passar dos anos. Sua dificuldade em aceitar novidades é única e exclusivamente emocional, e não há desculpa que possa sobrepor isso. Você possui dificuldade em aceitar que nada é criado em tabuletas de pedra, inalteráveis até o fim dos tempos.

Com o passar dos anos, tudo no mundo sofre mudanças. Quando o Superman foi criado, em 1938, ele era um herói que agia como um justiceiro com uma metódica mais incisiva, enfrentando gatunos e empresários corruptos através da imposição de seus poderes para gerar pânico. Refletindo a imagem de cada época, o personagem sofreu alterações até se tornar um ideal de esperança, otimismo e toda boa simbologia relacionada ao ser humano ideal (que, para ser tão perfeito neste mundo, somente sendo um alienígena). Quem conheceu o personagem desde o início de sua história (e ainda esteja vivo) pôde presenciar tudo que foi feito ao longo de seus mais de 75 anos de história, nas mãos dos mais variados profissionais com um único objetivo: vender. Vender quadrinhos, séries, filmes e uma infinidade de merchandising relacionado ao personagem. Cada mudança criada ao longo dos anos foi feita com o único objetivo de refletir a época do mundo real em que ele é publicado, visando alcançar o público-alvo desta determinada época, que na maioria das vezes  não é você.

Personagens possuem ideais fixos. Por mais que os anos passem, determinados heróis sempre irão significar algo constante, ainda que na sua criação tais ideais nem existissem. Quando altera-se a essência, o ódio é gerado. Boas histórias são sobrepujadas por opiniões baseadas nisso, onde uma narrativa é péssima por, inicialmente, ter alterado a essência de alguma coisa. Não importa se a história é bem contada, se reflete uma época ou possui um objetivo interessante ou minimamente bem intencionado. Caso o autor resolva entrar no vespeiro do ideal fixo, ódio será gerado. E isso é algo que se aplica principalmente aos quadrinhos, séries e filmes. Você envelhece, os personagens são imortais. Seus gostos e opiniões mudam com o tempo, enquanto nas páginas de um gibi ainda é uma manhã ensolarada com alguém correndo pelas ruas, por volta de seus 30 anos de idade, há 40 anos. Você morrerá e seus heróis ainda estarão vivos, regojizando de suas juventudes eternas. E caso a juventude não seja eterna, um novo profissional pode surgir com o objetivo de rejuvenescer determinado universo da forma que julgar melhor, mirando no público consumidor da época. E a máquina infinita da produção continua funcionando.

Atualmente é comum ouvir reclamações relacionadas a tais mudanças de determinadas franquias. “Os desenhos animados de hoje são retardados enquanto os da minha época eram bem mais interessantes“. “Os quadrinhos de super-herói atualmente são só reciclagens mal feitas de histórias antigas, bem melhores”. O consumidor de 30 anos reclama do produto que visa um público de 10 anos de idade. O consumidor que não tem 10 anos há 20 anos reclama do senso de humor das crianças de hoje em dia. E o produto que visa o consumidor de 30 anos é tido como algo inferior ao que saía antigamente, insuperável e imutável, um conceito fixo e perfeito do que era uma boa história. Enquanto isso, o jovem de 15 anos cria interesse pelas histórias atuais, desprezadas pelo adulto superior da espécie Adultis superioris, e é julgado por desfrutar de produtos tidos como rasos e comerciais. “Você nunca irá superar a boa época dos anos 80, Sr. anos 2000. E sua opinião é inválida, pois você não possui o conhecimento que eu tenho”, diz aquele que não acompanha mais nada desde 1990. Mas quem se importa?

Tudo que foi dito acima pode ser interpretado somente como uma descarga gratuita de ódio e recalque em direção dos mais nostálgicos. Mas a verdade é que saber o que você está consumindo é algo bom. Entender que a sociedade muda com o passar dos anos é algo essencial para que você não se torne um eterno chato, saudoso da época em que “o politicamente incorreto era bom”, ou que supostamente “os profissionais contavam suas histórias por amor, não por dinheiro.” Em 2003 você podia ser um adolescente que assistia Jovens Titãs, que visava um público infanto-juvenil. Hoje, 14 anos se passaram e você já é um adulto que procura lógica nos Jovens Titãs em Ação!, um desenho que visa unicamente o público infantil, que é totalmente diferente do que você era na sua infância de 15 anos atrás. E o sucesso do desenho tido para você como algo “retardado” é a prova suprema de que o público alvo consome muito bem este produto, e o errado é você por querer que ele se adeque aos seus padrões, sentado atrás de uma mesa, levando broncas do seu chefe e preocupado em pagar contas.

Nada te impede de achar algo que não é feito para você, ruim. O livre-arbítrio torna possível que você expresse sua opinião, seja qual for (desde que não seja ofensiva), a qualquer momento. Porém, o ideal do que você deve fazer, caso se julgue minimamente inteligente para tal, é saber criticar algo. Dizer que um desenho animado “tem um senso de humor retardado, logo é ruim” é uma visão rasa e limitada do que você está falando. Para opinar sobre algo e soar infimamente crível você deve conhecer aquilo sobre o que você está opinando, saber qual é o público alvo daquilo e se ele adequa-se aos padrões deste público hoje em dia (e não de 20 anos atrás), sendo um produto bem feito para tal. Como já foi dito, algo que é ruim para você, é bom para outra pessoa. E nada que você diga mudará isso. Julgar algo somente com base numa imagem de divulgação, já despertando um pensamento de “esta animação/quadrinho/filme/série é ruim, já que essa imagem é péssima para o meu gosto refinado”, é algo que beira o insuportável da boa convivência. Se nada que é feito atualmente lhe agrada, a solução é simples: viva pra sempre no passado. Não expanda seus horizontes, e torne-se um ser humano socialmente limitado para todo o sempre. Afinal, nada jamais superará o passado.

E se determinado produto realmente executa de forma errada o ele se propõe, entregando algo que não se encaixa ao público visado? Neste caso, qualquer crítica bem feita é válida. Erros são constantes em qualquer forma de entretenimento, e é importante que a pessoa que esteja consumindo determinado produto não cometa anacronismos, mas saiba julgar o que é certo e errado inserindo-se em contextos variados, sempre tentando expressar sua opinião de maneira embasada, e não algo raso como todos presenciamos na internet diariamente. Algumas pessoas envelhecem, mas aparentemente não evoluem. E o ciclo da intolerância jamais encontra um final.

Mudanças são necessárias. Boas ideias surgem nem sempre da repetição de conceitos antigos, mas também da inovação. Algo que permanece inalterado durante muito tempo rapidamente torna-se chato, desinteressante. A pluralidade ainda existirá mesmo com a existência de algo que não lhe agrade, pois com o tempo algo virá a combinar com seu gosto. Se determinado personagem, série, filme ou qualquer outra coisa sofrer uma mudança, pode ter certeza que dessas mudanças surgirão coisas boas e ruins, e futuramente voltará a existir algo que case com sua opinião. Saiba sempre que viver somente do passado torna-se impossível conforme o tempo passa. E nem tudo de antigamente era melhor para a maneira como vivemos hoje.

Categorias
Serial-Nerd Séries

Primeiras Impressões | Justice League Action

Há alguns anos os fãs da DC Comics viam-se carentes de uma boa série animada regular da Liga da Justiça. A série “Sem Limites” foi encerrada em meados de 2006, e desde então a Editora das Lendas criou diversas outras animações, tais quais Young Justice, The Brave and The Bold, e suas séries mais infantis como Teen Titans Go! e DC Super Hero Girls. Justice League Action, aguardada por muitos fãs desde suas primeiras especulações, apresenta um meio-termo entre uma animação voltada para o público jovem e o infantil.

Produzida por Jim Krieg, Butch Lukic e Alan Burnett, todos nomes carimbados nas séries animadas da DC, a série J.L Action começou a ser exibida no dia 26 de novembro de 2016 (no Reino Unido) no Cartoon Network, casa de diversas outras séries da editora há muitos anos. Focada na ação e não no desenvolvimento de personagens, os primeiros episódios exibidos até o momento garantem boas doses de diversão ao longo de seus 10 minutos de duração.

Para aqueles que esperavam uma série mais longa e séria como as cinco temporadas do desenho da Liga produzido por Bruce Timm, saibam que Justice League Action soa como uma versão reduzida e infantilizada, mas não de forma a denegrir o show. O perfil do Cartoon Network vem sendo a produção de animações mais leves, todas se provando grandes sucessos, e mesmo assim esta nova encarnação da Liga em uma série animada consegue não soar totalmente nonsense e infantil como Teen Titans Go!, encontrando um meio-termo em suas situações e na forma como lida com os personagens, podendo agradar todas as idades.

Com cinco episódios exibidos até o momento, todos apresentam situações em que um vilão está ameaçando a segurança do planeta (ou do espaço) e os heróis devem impedir. Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Nuclear, Gavião Negro, FlashCaçador de Marte e  outros são alguns dos membros da equipe explorados no decorrer deste início de temporada, enquanto os produtores também exploram outros personagens dos quadrinhos como Constantine, Zatanna, Monstro do Pântano, Taxista Espacial, Lobo e vilões como Solomon GrundyCoringa e Mongul. Tudo com bastante humor, lutas e sacadas leves e rápidas para situações inusitadas.

Por se tratar de uma animação com episódios curtos de cerca de 10 minutos, é difícil conseguir desenvolver as origens e características específicas de cada herói e vilão, mas mesmo com seu tempo limitado a série consegue estabelecer muito bem a forma de agir e pensar de cada um na equipe. Superman valoriza a vida e é um herói honrado, Mulher-Maravilha é uma guerreira implacável e respeitosa enquanto Batman é um estrategista frio e um verdadeiro ninja em combate, entre outros. Em dado momento a série se dá ao luxo até mesmo de contar a origem do Nuclear em flashbacks.

O traço mais infantil mostra-se característico no design de diversos heróis. O já citado Caçador de Marte é apresentado de uma forma bem mais leve que em suas aparições em desenhos anteriores, surgindo aqui com um corpo mais esguio e um rosto mais amigável. Este redesign dos heróis e vilões torna a animação fluida e ao mesmo tempo simples, apresentando-se de forma agradável ao público, mesmo sendo bem limitada e soando bastante como uma aventura dos Superamigos e séries mais antigas.

Já o elenco de dublagem é um show a parte. Mark Hamill faz a voz do Coringa, Kevin Conroy dá vida ao Batman e Sean Astin se apresentará como Shazam. Estes são alguns dos destaques que compõe a excelente equipe que dá voz aos personagens, equipe esta que consegue tornar a dinâmica do grupo algo bem mais palpável conforme todos interagem entre si ao longo das aventuras, comunicando-se o tempo todo para encontrar uma solução para os problemas

Como já foi citado, o foco desta série é a ação, e é importante ressaltar que as cenas de ação são muito bem feitas. A série não poupa esforços em mostrar seus heróis e vilões utilizando variados poderes e apetrechos, de formas criativas e constantemente empolgantes. Além disso a animação também apresenta uma nova base para a Liga da Justiça como uma espécie de Montanha da Justiça, e promete utilizar mais de cem personagens da DC ao longo de sua primeira temporada, que deve ser constituída de 52 episódios.

Justice League Action pode ser uma decepção para quem espera algo mais sério, mas é inegavelmente uma série animada divertida, respeitosa e saudosista, que pode ser consumida por todas as faixas etárias enquanto é também uma ótima porta de entrada para crianças ao Universo DC, sem soar como uma comédia pastelão similar ao grande sucesso Teen Titans Go!. Quanto ao futuro da série, só o tempo dirá o que está por vir e qual será a recepção do público, contudo, o que foi apresentado até o momento é extremamente satisfatório e com um saldo muito positivo em todos os sentidos. The Heat is On!

Categorias
Detective Comics Quadrinhos

Muu! | Saiba tudo sobre a Batvaca

Se você está meio perdido, saiba que não leu o título errado. A Batvaca existe, e ela é maravilhosa. Criada nas páginas de Corporação Batman pelas mãos de Grant Morrison e Chris Burnham, a simpática vaquinha rapidamente se tornou um dos membros mais queridos (e inusitados) da Bat-Família. Confira abaixo tudo sobre a vida da personagem até os dias de hoje! CONTÉM SPOILERS DE “BATMAN INCORPORATED” E “BATMAN & ROBIN”.

Corporação Batman foi a série final de Grant Morrison na vida do Homem-Morcego. O renomado escritor deu início à sua fase no personagem em 2006, na revista Batman #655, onde começou o arco que apresentaria o filho de Bruce Wayne com Tália al Ghul, Damian Wayne. Reaproveitando a ideia de uma história que até então não fazia parte do cânone do Batman (O Filho do Demônio), Morrison explorou Damian ao longo dos anos, com passagens memoráveis como a época em que o garoto assumiu o manto de Robin ao lado de Dick Grayson (atuando como Batman após a “morte” de Bruce na Crise Final), e toda sua passagem no título da Corporação.

Dick Grayson e Damian Wayne na revista Batman & Robin. Arte de Frank Quitely.

A ideia da Corporação Batman pode ser resumida em poucas linhas: Bruce Wayne, após voltar de sua viagem temporal forçada por Darkseid na Crise, assume que financia o Batman e deseja criar um grupo de Batmen ao redor do mundo, unindo justiceiros mascarados de todas as partes do globo (a maioria previamente apresentados no arco A Luva Negra). É então que, na edição número #1 do Volume 2 da Corporação Batman (já nos Novos 52), Damian resgata uma vaca dentro de um abatedouro, enquanto declara que agora é vegetariano e a vaquinha “diferenciada” será a Batvaca.

“A partir de agora, eu sou vegetariano. E esta é a Batvaca.” Arte de Chris Burnham.

A forma como a Batvaca foi introduzida serviu para estabelecer que, apesar de ser treinado pela Liga das Sombras de Ra’s Al Ghul e ser praticamente uma máquina de matar, Damian ainda é uma criança. Outros animaizinhos, como o cachorro Titus e o gatinho Alfred também passaram a habitar a Batcaverna até os dias de hoje. Mas voltando ao tema principal deste texto, a partir da sua primeira aparição a simpática vaquinha marcou presença durante todo o run do Morrison na Corporação.

Corporação Batman #3.
Corporação Batman #3.
Corporação Batman #6.
Corporação Batman #6.
Corporação Batman #7.
Corporação Batman #7.

Então, nas páginas de Corporação Batman #8, Damian Wayne morre. Em uma batalha cruel, o filho do Batman é espancado e empalado por uma espada, encontrando seu derradeiro fim. Bruce dá início aos seus planos em busca de vingança pelo que Tália fez ao seu filho, e a Batvaca protagoniza um momento emocional onde o herói, deprimido, demonstra um pouco de carinho pelo animalzinho que traz lembranças de seu filho.

Corporação Batman #9.
Corporação Batman #9.

Ao final do arco, Morrison encerra em julho de 2013 sua longa passagem pela vida do Cruzado Encapuzado mostrando um Batman de luto, mais revoltado e menos… Atencioso com os pets de seu falecido filho.

"Muu. Cale-se. Miau." Corporação Batman #13.
“Muu. Cale-se. Miau.” Corporação Batman #13.

A próxima aparição da vaquinha foi numa revista especial, em agosto do mesmo ano, protagonizando sua própria aventura. Parece loucura, mas em “Batman Incorporated Special #1” diversos artistas e roteiristas trabalharam com os vários heróis da Corporação, e coube a Dan Didio (Editor Executivo da DC) e Ethan Van Sciver a missão de contar uma história de seis páginas onde a Batvaca (trajada de uma bela capa negra e esvoaçante) salva um bebê que havia sido sequestrado. Ao entrar na frente do carro dos sequestradores, fazendo com que eles batessem o veículo e a polícia os alcançasse, a vaquinha salva o dia. De quebra, a heroína ainda forneceu leite para a mamadeira do bebê.

Capa variante de "Corporação Batman Especial #1"
Capa variante de “Corporação Batman Especial #1”.
A Batvaca fornece leite para o bebê recém resgatado.
A Batvaca fornece leite para o bebê recém resgatado ao final de “Corporação Batman Especial #1”.

Se desvencilhando dos títulos do Homem-Morcego, a Batvaca voltou a aparecer nas páginas dos quadrinhos da DC Comics em outubro de 2014, num encontro especial do Povo da Eternidade com a “Bat-aparição gratuita!“. A revista escrita por Keith Giffen e Dan Didio mostrou o encontro dos protagonistas com a Batvaca na edição número #4. A Bat-vaquinha lambe uma Caixa Materna e dá um presente para Serafina Baldaur. Tudo isso em apenas duas páginas!

Infinity Man and the Forever People #4. Bat-Aparição gratuita!

Dois meses antes, voltando à cronologia do Batman, o escritor Peter Tomasi deu início ao retorno de Damian com o arco “Robin Rises“. Tomasi foi o responsável pela excelente revista Batman & Robin ao longo dos Novos 52, onde trabalhou muito bem a relação de pai e filho entre Bruce e Damian. O arco da ressurreição do Robin teve início na revista especial “Robin Rises: Omega” e se desenvolveu entre as edições #33 e #37 da revista da dupla. Na edição #35 a Batvaca faz uma pequena aparição.

"Batman & Robin #35". Arte de Patrick Gleason.
Batman & Robin #35. Arte de Patrick Gleason.

Ao final do arco, na revista “Robin Rises: Alpha“, a vaquinha marcou presença novamente, e ainda confrontou Kalibak, filho de Darkseid:

Robin Rises: Alpha #1.
Robin Rises: Alpha #1.
Robin Rises: Alpha #1. A Batvaca consegue peitar o Kalibak!
Robin Rises: Alpha #1. A Batvaca consegue peitar o Kalibak!

Pouco tempo depois, já em 2015, a vaquinha voltou a aparecer na revista de Peter Tomasi:

Batman & Robin #40.
Batman & Robin #40.

Meses depois, ainda em 2015, Damian ganhou seu título próprio que durou pouco mais de um ano, chamado “Robin: Son of Batman (Robin: Filho do Batman), escrito e desenhado inicialmente por Patrick Gleason, o artista que trabalhou com Tomasi no título da dupla dinâmica. Esta revista introduziu alguns personagens que vieram a se tornar recorrentes na vida do Robin, durou 13 edições e a Batvaca fez aparições em algumas delas.

Robin: Son of Batman #1.
Robin: Son of Batman #1.
Robin: Son of Batman #9.
Robin: Son of Batman #9.
Robin: Son of Batman #10.
Robin: Son of Batman #10.

Voltando um pouco no tempo, em Abril deste ano a Batvaca também fez uma aparição rápida na revista Batman/Superman #31, escrita por Peter Tomasi e desenhada por Doug Mahnke, onde ela recebe um carinho do Superman em carne e osso.

Batman/Superman #31.
Batman/Superman #31.

Então veio o Rebirth. O grande evento da DC Comics que reiniciou a numeração de suas revistas, trouxe de volta revistas antigas e elementos clássicos da editora e renovou suas equipes criativas vem se provando um grande sucesso de público e crítica. Um dos grandes acertos da editora com este evento foi trazer de volta o Superman pós-Crise, casado com Lois Lane e criando seu filho, Jon Kent, o novo Superboy.

A revista do azulão ficou a cargo das mãos abençoadas de Peter Tomasi, onde ele vem desenvolvendo a relação familiar dos personagens ao longo de suas onze edições publicadas até o momento. Além disso, Superman também vem sendo utilizada para dar início ao título Super Sons, revista que também será escrita por Tomasi e será protagonizada por Damian e Jon, ambos personagens carimbados no currículo do roteirista. Para a surpresa de muitos, na revista Superman #10, Tomasi promoveu o primeiro encontro dos garotos, e de quebra trouxe a Batvaca de volta, em sua aparição mais recente.

Em Superman #10, Damian faz as pazes com Jon Kent e apresenta todos seus mascotes ao Superboy.
Em Superman #10, Damian faz as pazes com Jon Kent e apresenta todos seus mascotes ao Superboy.

A aparição da Batvaca na revista do Superman foi a mais recente até agora. A revista foi lançada há pouco menos de um mês, e os leitores tiveram a chance de vislumbrar mais uma vez os belos olhos brilhantes da vaquinha mais querida da DC Comics.

O conceito da Batvaca foi utilizado por Morrison (seu criador) para, além de humanizar Damian, dar um tom mais leve e aventuresco ao redor do Batman, similar a aventuras do personagem na Era de Prata, época em que Morrison se baseia para criar boa parte de suas histórias. Durante sua passagem na Corporação, Morrison satiriza o ridículo da situação (de um animal qualquer estar vestido de morcego), e ao mesmo tempo torna a ideia aceitável e cria um laço afetivo com os leitores. A própria DC brincou com a personagem, quando sites estrangeiros especularam, na brincadeira, que a grande revelação sobre quem estava vestindo a roupa do Alado (membro da Corporação), seria inusitadamente a Batvaca.

Alado é, na verdade, a Batvaca. Teria sido uma revelação bem mais surpreendente do que a real.
Alado é, na verdade, a Batvaca. Teria sido uma revelação bem mais surpreendente do que a real…

Com Tomasi a cargo de duas revistas da DC, as chances da vaquinha voltar a aparecer são bem grandes. O que será que o futuro reserva para o mamífero ruminante? Será que um dia veremos sua trágica morte nas páginas de um gibi? Só o tempo dirá. E até lá, esperamos que Damian mantenha o melhor feno disponível no comedouro da mimosa.

Categorias
Cinema Tela Quente

Cinco coisas que queremos ver no filme da Mulher-Maravilha

O primeiro lançamento da DC Comics para os cinemas em 2017 será somente no meio do ano. Mulher-Maravilha, com data de estreia marcada para o dia 2 de Junho, será o primeiro filme moderno protagonizado por uma super-heroína. A personagem interpretada por Gal Gadot já fez sua estreia em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, e terá sua origem contada pela diretora Patty Jenkins no filme solo.

O roteiro do filme foi escrito por Geoff Johns e Allan Heinberg, baseado num concept criado por Heinberg e Zack Snyder. Gal Gadot voltará a dar vida à personagem, e com dois fantásticos trailers divulgados até o momento, a existência de alguns aspectos dos quadrinhos da Amazona na mitologia do filme não ficaram explícitas. A ausência do clássico jato invisível já foi confirmada, mas e quanto a outros elementos clássicos e modernos da personagem? Confira abaixo cinco coisas que devem ser mostradas no filme da Princesa de Themyscira!

5 – Figuras Mitológicas

Os trailers do filme já deixaram claro que irão tomar como base a origem moderna da personagem, contada por Brian Azzarello nos Novos 52. Ao contrário da origem clássica ou da origem pós-Crise de George Pérez, nesta versão ela não foi criada do barro, mas sim da relação entre Hipólita e Zeus, tornando a personagem não somente uma Princesa como também uma semideusa. Durante toda sua fase na personagem, Azzarello utiliza as figuras mitológicas do Panteão Grego como vilões ou personagens de apoio, abordando os deuses e semideuses de diferentes formas. A presença dos mitos é constante, e apesar de sabermos da existência deles através das falas de Diana no primeiro trailer, não ficou claro se os regentes do Olimpo e relacionados irão de fato aparecer. E deveriam.

4 – Laço da Verdade

Apesar da personagem carregar seu laço em Batman vs Superman e até utilizá-lo para segurar o Apocalypse no ato final do filme, os trailers mostraram Diana usando sua corda mágica forjada por Hefesto somente como uma arma de batalha. Em determinado momento do segundo trailer é possível deduzir que as amazonas estejam utilizando-o para que Steve Trevor (Chris Pine) diga a verdade, contudo este elemento também não ficou claro e este pequeno trecho cria somente uma especulação. Nos quadrinhos a Mulher-Maravilha utiliza seu laço como uma ferramenta de batalha, mas também considera que “a verdade é a maior arma que existe“. Uma ideia plausível é que a heroína utilize o laço nos vilões no ato final do filme, obrigando-os a contarem seus planos e coisas do tipo, ou até mesmo no desenrolar da história para facilitar a narrativa no mundo dos homens. Como curiosidade, o criador da personagem sempre alegou ser também um dos precursores da invenção do polígrafo, o detector de mentiras. Mas sua fama nunca foi das melhores.

3 – Poder de Voo

Enquanto divulgava Batman vs Superman, Gal Gadot deixou claro que a Mulher-Maravilha seria capaz de pular grandes alturas e praticamente voar. Durante o filme vemos a personagem entrando em um avião, automaticamente descartando a possibilidade da heroína de fato ser capaz de voar. Contudo, no segundo trailer divulgado recentemente é possível ter um vislumbre da personagem parada no ar enquanto bate seus braceletes, levando muitos fãs a especularem que ela será capaz de voar pelo menos no ato final do filme. A ausência do jato invisível também fomenta a especulação do voo, apesar desta ser uma característica muito improvável que seja adaptada a esta altura do campeonato, levando a crer que a Amazona ficará somente com os pulos no universo cinematográfico. Nos quadrinhos de tempos em tempos a heroína tem suas habilidades alteradas, sendo inconstante se ela é ou não capaz de voar.

2 – A clássica armadura de Ares

Os vilões do filme ainda não foram revelados. A Doutora Veneno (Elena Anaya) está confirmada, e tudo leva a crer que o personagem interpretado por Danny Huston será de fato o Deus da Guerra, Ares. O vilão já foi retratado de diferentes formas ao longo dos anos, e no filme ele deve estar se beneficiando da Primeira Guerra Mundial para obter mais poder. Na fase de Brian Azzarello, Ares é retratado como um velho cansado e decrépito, criando um paralelo com o fato de que a guerra nem sempre é regozijante, mas sim exaustiva até o limite. Já o visual clássico do Deus da Guerra é de fato uma grande armadura de combate, imponente e ameaçadora, e caso o deus seja mesmo o principal antagonista do filme, apelar para este visual seria uma forma muito boa de criar um vilão intimidador.

1 – O Torneio das Amazonas

Nos quadrinhos, as amazonas organizam um torneio para decidir qual será a campeã da ilha. Na origem atual de Greg Rucka a decisão é sobre qual amazona irá acompanhar o soldado Steve Trevor ao mundo dos homens e servir como uma embaixadora da paz e mediadora entre a humanidade e as guerreiras de Themyscira. Já na origem de George Pérez, Hipólita proíbe que sua filha, a Princesa Diana, participe do torneio. Diana então se disfarça e acaba vencendo todas as disputas, provando para a mãe que ela é capaz de feitos grandiosos. A heroína então recebe seu traje e suas armas e parte para o mundo dos homens, tornando-se a campeã da ilha com o objetivo de impedir os planos malignos de Ares. Após uma viagem com Hermes ela acaba conhecendo Steve quando ele cai na ilha. Não ficou claro se a personagem irá participar do torneio no filme, já que ela aparenta muito mais estar fugindo da ilha do que sendo enviada, mas a ideia do Torneio é um elemento clássico da personagem que deveria ser mantido no longa.

Existem diversos outros elementos dos quadrinhos que podem ser utilizados no universo cinematográfico. Algum tipo de rivalidade entre Themyscira e Atlântida, criaturas mitológicas (como centauros), e obviamente respeitar tudo que a personagem representa desde sua criação, como um símbolo feminista e totalmente representativo do empoderamento feminino. Com uma diretora no comando, tudo leva a crer que o filme da Amazona será um ponto de virada no Universo Cinematográfico da DC, elevando as expectativas do público que obrigatoriamente devem ser sanadas com a obra.

Com 75 anos de vida, a Mulher-Maravilha tem muitas ideias contadas para inspirar a divisão de cinema. O que mais você gostaria de ver no filme da heroína? Comente abaixo!

Categorias
Detective Comics Quadrinhos

DC Comics e a representatividade feminina

O mundo dos quadrinhos vem mudando aos poucos. Discussões sobre igualdade de gênero e sexualização de personagens aparentam estar criando mais consciência dentro das editoras americanas, e a DC Comics tem abraçado a causa em diferentes mídias nos últimos anos. Apesar de estar longe do que seria o ideal com relação à igualdade de gênero, tanto dentro das histórias quanto fora (nas equipes criativas), a Editora das Lendas vem sendo pioneira quando o assunto é a representatividade feminina.

Recentemente, a Mulher-Maravilha, maior heroína da editora, tornou-se embaixadora honorária da ONU para promover o empoderamento feminino. A ação, envolta em polêmicas e discussões sobre o que a personagem, fictícia, representa sendo branca e carregando uma bandeira americana no peito, ainda assim foi de extrema importância histórica para a Amazona, para a DC Comics e para todas as mulheres que se sentem representadas pela personagem e tudo que ela simboliza: força, compaixão, igualdade e paz. Na cerimônia, Lynda Carter e Gal Gadot (ambas atrizes que deram vida à personagem) discursaram sobre a ação, além de outras mulheres envolvidas, como Patty Jenkins, diretora do vindouro filme da personagem.

Mulher-Maravilha tornou-se embaixadora honorária da ONU para empoderamento feminino.
Mulher-Maravilha tornou-se embaixadora honorária da ONU para empoderamento feminino.

A ação tomada pela Organização das Nações Unidas não foi o único feito representativo da personagem nos últimos tempos. No cinema, a Mulher-Maravilha protagonizará, apenas um ano após sua estreia nas telonas, o primeiro filme moderno de uma super-heroína. Com sua estreia em “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” a personagem tornou-se praticamente uma unanimidade de adoração entre os fãs (que tiveram opiniões divididas sobre o filme, bem como sobre o anúncio da atriz escalada, caindo sempre na questão da sexualização da personagem), e voltou a se tornar um pilar da DC Comics, algo que não acontecia há alguns anos. Além disso, Patty Jenkins é uma das poucas diretoras de Hollywood a dirigir um filme blockbuster com um orçamento acima dos 150 milhões de dólares.

Para traçarmos um panorama geral das mudanças mais recentes devemos voltar apenas 5 anos no tempo e tomarmos a iniciativa dos Novos 52 como um pilar de comparação. Na época, a decisão completamente empresarial da DC focava unicamente na quantidade de vendas de cada título, e como consequência, todos os personagens sofreram re-designs. Apesar de boas fases como a de Brian Azzarello no título da Princesa Amazona, ou a Batwoman de J.H. Williams III, grande parte das heroínas e vilãs foram hiper-sexualizadas com seus novos trajes. Supergirl, Estelar, personagens da Legião dos Super-Heróis e a Mulher-Gato ganharam novos uniformes, sendo todos micro-roupas ou trajes colados, afetando diretamente a arte interna das revistas, sempre priorizando as características sexuais de cada uma.

Sonhadora, Supergirl e Estelar após o reboot dos Novos 52.
Sonhadora, Supergirl e Estelar após o reboot dos Novos 52.

Na mesma época a DC também vinha sendo alvo de questionamentos por conta da massiva demissão de funcionárias de cargos criativos. Mais uma vez, a priorização do número de vendas de cada revista afetou o relacionamento entre a editora e as profissionais, tornando o percentual de artistas e roteiristas mulheres dentro da editora um número baixíssimo. Existem diversas artistas que passaram por más experiências na época, trabalhando para a DC, que juram não voltar a trabalhar lá nunca mais.

Polêmicas e um passado ruim (não tão distante) postos de lado, surgiu a reformulação da Batgirl, no número #35 de sua revista, em 2014. Escrita pelos roteiristas Brenden Fletcher e Cameron Stewart, a nova vida da Garota Morcego (que até então era escrita por Gail Simone, famosa roteirista) foi marcada pela reformulação de seu uniforme nas mãos da artista Babs Tarr, tirando o caráter sexual da personagem e criando um apelo para o público feminino (e mais jovem) que até então quase não consumia DC. O chamado “fator Batgirl” abriu os olhos da editora para as mudanças que vieram em seguida, como a reformulação da Canário Negro, das Aves de Rapina, da Arlequina, da Estelar, da Supergirl e de outras personagens. A maioria destas reformulações tiveram, em algum quesito (roteiro ou arte), dedo criativo de mulheres recém-contratadas, especialmente durante o DC You, selo criado após o fim dos Novos 52 visando adotar um aspecto mais indie para os quadrinhos da editora. Nomes como Amanda Conner, Meredith Finch, Annie Wu, Pia Guerra e Emanuela Lupacchino são, dentre outras, algumas das autoras envolvidas neste período, aumentando (e muito) o percentual de mulheres trabalhando na editora.

A jovem heroína de Gotham foi a responsável por grandes mudanças no panorama da editora.
A jovem heroína de Gotham foi a responsável por grandes mudanças no panorama da editora. Na mesma época, a Arlequina de Amanda Conner crescia e tornava-se um sucesso de vendas.

Tamanha foi a mudança no cenário dos quadrinhos que os produtos derivados (como as animações e séries de TV) também começaram a passar por mudanças ao longo dos anos. Em 2012, um ano após o início dos Novos 52, estreava a série de TV Arrow no canal CW. Algum tempo depois a Canário Negro (na época, Sara Lance) foi introduzida na mitologia da série, e posteriormente surgiram outras mulheres para compor as equipes de personagens, como a segunda Canário Negro (Laurel Lance, em seu uniforme muito similar ao da Batgirl de Babs Tarr), Nyssa Al’Ghul, Thea tornando-se a Speedy, assumindo o legado de Roy Harper, e mais recentemente, na quinta temporada, a Ártemis.

O canal CW sempre foi criticado pela escrita pobre de suas personagens femininas. Resumidas a interesses amorosos ou garotas em perigo, por um bom tempo as mulheres de suas séries eram somente alívios cômicos e românticos dentro da história focada em seus heróis. Em 2014, The Flash marcou sua estreia introduzindo Iris West e Caitlin Snow, ambas na época ainda sofrendo de uma má escrita dos roteiristas. E em 2015 os produtores do “CW-verso” criaram a série da Supergirl (primeira série moderna de uma heroína), onde a protagonista é uma mulher, com uma irmã forte (e, mais recentemente descoberta, homossexual), cercada por homens que servem na maioria das vezes exclusivamente como interesse amoroso ou alívio cômico.

Os papéis se inverteram, e o reflexo do sucesso de Supergirl, que lida com discussões sobre igualdade e racismo, foi instantâneo no universo das séries. Vixen ganhou uma série animada e foi apresentada em Arrow; Sara Lance foi, ao lado da Mulher-Gavião, viajar na Waverider com os membros de Legends of Tomorrow; Iris foi ganhando mais foco em suas características de repórter investigativa, enquanto Jesse Quick era apresentada, e gradativamente as personagens deste universo foram sofrendo mudanças e ganhando mais espaço. Mais recentemente, Sara assumiu o posto de Capitã da nave das Lendas e Caitlin Snow começou a desenvolver seus poderes de Nevasca ao mesmo tempo que Jesse foi desenvolvida como uma velocista. Além das séries heroicas o canal também conta com iZombie, adaptação de uma série da Vertigo protagonizada por uma mulher zumbi chamada Olivia Moore.

Em pouco tempo as personagens femininas das séries da CW foram ganhando mais espaço. Longe do que seria ideal e perfeito, mas conquistando gradativamente seus lugares de destaques tão merecidos.
Em pouco tempo as personagens femininas das séries da CW foram ganhando mais espaço. Longe do que seria ideal e perfeito, mas conquistando gradativamente seus lugares de destaques tão merecidos.

Como um ciclo sem fim, o impacto do sucesso das séries e filmes começou a afetar os quadrinhos mais recentes. Com a iniciativa do Rebirth, o aclamado roteirista Greg Rucka retornou à editora assumindo total controle criativo do título da Mulher-Maravilha, acompanhado dos artistas Liam Sharp e Nicola Scott (esta segunda, mulher, desenhando a nova origem da personagem). A Supergirl do DC Rebirth, reformulada, se assemelha muito à forma como a série retrata a personagem. A revista da Garota de Aço (que é escrita por um roteirista homossexual e teve edições desenhadas por uma mulher) somada a outras HQs de heroínas e vilãs como Batgirl, Arlequina, Aves de Rapina, Superwoman e a já citada Mulher-Maravilha compõem parte do atual catálogo diversificado da editora.

Além dos títulos solo, a Mulher-Maravilha também faz parte da Liga da Justiça e da revista Trindade, enquanto Jessica Cruz (a Anel Energético) assumiu o posto de Lanterna Verde na revista Green Lanterns e também faz parte da Liga. O Esquadrão Suicida conta com a presença da Arlequina, Katana e Magia, e os Titãs contam com Donna Troy e Lilith na equipe, enquanto os Jovens Titãs possuem Estelar Ravena (a segunda protagonizando também uma minissérie). O Arqueiro Verde divide seu título com a Canário NegroAcademia Gotham é uma revista protagonizada por uma garota. Detective Comics, clássico título do Batman, conta com uma equipe formada por Batwoman, Stephanie Brown e Cassandra Cain, além das séries paralelas e minisséries como DC Bombshells e Catwoman. Em breve o Cyborg ganhará uma contraparte feminina chamada She-Borg. O novo selo da DC chamado Young Animal traz a reinvenção do clássico personagem Shade, O Homem Mutável, agora reformulado para Shade, A Garota Mutável. Quadrinhos da Hanna Barbera como Flinstones tomam o fronte de criticar as imposições de uma sociedade machista, criando paralelos com os homens das cavernas, e aos poucos todas as obras da DC rumam cada vez mais a uma Era de Ouro de suas personagens.

O DC Rebirth, momento atual da editora nos EUA, é marcado por uma boa quantidade de títulos protagonizados ou com presenças femininas constantes.
O DC Rebirth, momento atual da editora nos EUA, é marcado por uma boa quantidade de títulos protagonizados por mulheres ou com presenças femininas constantes, quase sempre contando também com mulheres nas equipes criativas.

E nas animações? Com uma alta produtividade anual a DC Comics conta com diversos longas animados e séries para TV e web sendo produzidas constantemente. Apesar de deslizes (como o irrefutável erro cometido na animação da Piada Mortal, envolvendo a Batgirl), há também uma preocupação constante com o protagonismo feminino em suas séries e filmes cartoon. As atuais e vindouras séries (como Justice League Action) contam sempre com personagens femininas no elenco fixo, e existem exceções que são totalmente focadas nas garotas.

DC Super Hero Girls é uma série animada que estreou em 2015 visando o público infantil. Com duas temporadas exibidas até o momento, sendo a segunda ainda em andamento, a série de curtas vem fazendo sucesso entre garotas graças ao protagonismo de uma variedade de heroínas e vilãs da editora, todas com designs leves e agradáveis, como a Mulher-Maravilha, Hera Venenosa, Batgirl, Katana, Arlequina e outras. A marca tornou-se forte dentro da DC e o interesse das garotas nas bonecas e produtos derivados da obra (que é focada nas garotas frequentando uma Escola de Super-Heróis) foi tornando a animação uma grande marca, já contando com spin-offs e até mesmo quadrinhos baseados neste universo.

A animação focada nas garotas da DC Comics é um sucesso graças ao streaming nos canais oficiais da série.
A animação focada nas garotas da DC Comics é um sucesso graças ao streaming na internet através dos canais oficiais da série.

Pode não parecer a primeira vista, especialmente quando você está ocupado constantemente em acompanhar universos tão ricos derivados das propriedades intelectuais da DC Comics, mas o fato é que as garotas vem ganhando cada vez mais espaço dentro da editora. A somatória de uma boa representação, oportunidades de trabalho para mulheres dentro da editora, não sexualização das personagens e outros fatores que devem se tornar absolutos vem transformando as iniciativas da casa dos Maiores Heróis do Universo em ideias verdadeiramente revolucionárias.

É inegável que nem tudo são flores. Boa parte das mudanças proporcionadas nos últimos 5 anos tiveram colaboração de fatores externos nem sempre positivos, como as reclamações, denúncias de abuso, algumas poucas ideias inspiradas da Marvel (como a Miss Marvel fazendo sucesso alguns anos atrás), mas o fato também incontestável é que a Editora Azul passou disparada na frente da concorrência na questão da representatividade feminina, em todas as mídias, especialmente nos últimos dois anos com tantas ideias sendo botadas em prática, criando um parâmetro de comparação que, se for seguido por outras editoras, somente beneficiará as consumidoras e todos os leitores de quadrinhos. A expectativa é que as coisas melhorem ainda mais, e que no futuro possamos olhar para trás não lamentando os erros, mas sim nos vangloriando de todos os acertos.