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Primeiras Impressões | Justice League Action

Escrito por Gabriel Faria

Há alguns anos os fãs da DC Comics viam-se carentes de uma boa série animada regular da Liga da Justiça. A série “Sem Limites” foi encerrada em meados de 2006, e desde então a Editora das Lendas criou diversas outras animações, tais quais Young Justice, The Brave and The Bold, e suas séries mais infantis como Teen Titans Go! e DC Super Hero Girls. Justice League Action, aguardada por muitos fãs desde suas primeiras especulações, apresenta um meio-termo entre uma animação voltada para o público jovem e o infantil.

Produzida por Jim Krieg, Butch Lukic e Alan Burnett, todos nomes carimbados nas séries animadas da DC, a série J.L Action começou a ser exibida no dia 26 de novembro de 2016 (no Reino Unido) no Cartoon Network, casa de diversas outras séries da editora há muitos anos. Focada na ação e não no desenvolvimento de personagens, os primeiros episódios exibidos até o momento garantem boas doses de diversão ao longo de seus 10 minutos de duração.

Para aqueles que esperavam uma série mais longa e séria como as cinco temporadas do desenho da Liga produzido por Bruce Timm, saibam que Justice League Action soa como uma versão reduzida e infantilizada, mas não de forma a denegrir o show. O perfil do Cartoon Network vem sendo a produção de animações mais leves, todas se provando grandes sucessos, e mesmo assim esta nova encarnação da Liga em uma série animada consegue não soar totalmente nonsense e infantil como Teen Titans Go!, encontrando um meio-termo em suas situações e na forma como lida com os personagens, podendo agradar todas as idades.

Com cinco episódios exibidos até o momento, todos apresentam situações em que um vilão está ameaçando a segurança do planeta (ou do espaço) e os heróis devem impedir. Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Nuclear, Gavião Negro, FlashCaçador de Marte e  outros são alguns dos membros da equipe explorados no decorrer deste início de temporada, enquanto os produtores também exploram outros personagens dos quadrinhos como Constantine, Zatanna, Monstro do Pântano, Taxista Espacial, Lobo e vilões como Solomon GrundyCoringa e Mongul. Tudo com bastante humor, lutas e sacadas leves e rápidas para situações inusitadas.

Por se tratar de uma animação com episódios curtos de cerca de 10 minutos, é difícil conseguir desenvolver as origens e características específicas de cada herói e vilão, mas mesmo com seu tempo limitado a série consegue estabelecer muito bem a forma de agir e pensar de cada um na equipe. Superman valoriza a vida e é um herói honrado, Mulher-Maravilha é uma guerreira implacável e respeitosa enquanto Batman é um estrategista frio e um verdadeiro ninja em combate, entre outros. Em dado momento a série se dá ao luxo até mesmo de contar a origem do Nuclear em flashbacks.

O traço mais infantil mostra-se característico no design de diversos heróis. O já citado Caçador de Marte é apresentado de uma forma bem mais leve que em suas aparições em desenhos anteriores, surgindo aqui com um corpo mais esguio e um rosto mais amigável. Este redesign dos heróis e vilões torna a animação fluida e ao mesmo tempo simples, apresentando-se de forma agradável ao público, mesmo sendo bem limitada e soando bastante como uma aventura dos Superamigos e séries mais antigas.

Já o elenco de dublagem é um show a parte. Mark Hamill faz a voz do Coringa, Kevin Conroy dá vida ao Batman e Sean Astin se apresentará como Shazam. Estes são alguns dos destaques que compõe a excelente equipe que dá voz aos personagens, equipe esta que consegue tornar a dinâmica do grupo algo bem mais palpável conforme todos interagem entre si ao longo das aventuras, comunicando-se o tempo todo para encontrar uma solução para os problemas

Como já foi citado, o foco desta série é a ação, e é importante ressaltar que as cenas de ação são muito bem feitas. A série não poupa esforços em mostrar seus heróis e vilões utilizando variados poderes e apetrechos, de formas criativas e constantemente empolgantes. Além disso a animação também apresenta uma nova base para a Liga da Justiça como uma espécie de Montanha da Justiça, e promete utilizar mais de cem personagens da DC ao longo de sua primeira temporada, que deve ser constituída de 52 episódios.

Justice League Action pode ser uma decepção para quem espera algo mais sério, mas é inegavelmente uma série animada divertida, respeitosa e saudosista, que pode ser consumida por todas as faixas etárias enquanto é também uma ótima porta de entrada para crianças ao Universo DC, sem soar como uma comédia pastelão similar ao grande sucesso Teen Titans Go!. Quanto ao futuro da série, só o tempo dirá o que está por vir e qual será a recepção do público, contudo, o que foi apresentado até o momento é extremamente satisfatório e com um saldo muito positivo em todos os sentidos. The Heat is On!

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Sobre o Autor

Gabriel Faria

Assistente Editorial, apaixonado por quadrinhos, redator da Torre de Vigilância, criador do blog 2000 AD Brasil e otaku mangazeiro nas horas vagas.