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Análise | The Last Guardian

Escrito por Luan Oliveira

Em desenvolvimento desde 2007 e anunciado oficialmente em Junho de 2009, The Last Guardian foi concebido para os fã comosucessor espiritual” de Ico e Shadow of the Colossus. Durante a E3 2015, a Sony abriu sua conferência mostrando um gameplay do jogo e afirmou que seria exclusivo do PlayStation 4. Fumito Ueda também falou sobre o lançamento para 2016. E afirmou que os atrasos no desenvolvimento do jogo se deu porque sua estrutura final ficou pesada demais para o PlayStation 3 e e enquanto eles tentavam resolver o problema com o console, o PlayStation 4 foi lançado, então foi preferível mudar o desenvolvimento para o novo console.

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Em The Last Guardian o primeiro vislumbre de jogabilidade acontece quando você acorda em uma caverna escura, coberta de tatuagens misteriosas. A poucos metros de distância, na escuridão, você é capaz de identificar a forma de uma criatura gigante e ferida. Ao se aproximar a criatura te surpreende, ela se assemelha a um cão, com partes de pássaro, a criatura se chama Trico, e sem sombras de dúvidas é um feito de animação gráfica extraordinário, com a IA, design, e um companheirismo surpreendente para esta aventura de aproximadamente 12 horas. No entanto, é um relacionamento atroz no início. Trico rosna e se movimenta enquanto puxa objetos que estão cravados em sua pele, sinais de uma briga muito feroz.

The Last Guardian é um jogo de plataformas cooperativo de quebra-cabeças de terceira pessoa. Trabalhando juntos, você e Trico devem escapar da escuridão e escalar os vastos e desmoronados edifícios da cidade construída no vale. As torres pálidas da cidade são ligadas por pontes envelhecidas e quebradas. Todos os locais possuem histórias próprias, cheios de estranhas estátuas, e cobertos de iconografia desconhecida. Toda a área é banhada por uma bela luz solar branca. Como com todos os jogos de Fumito Ueda, The Last Guardian tem a qualidade de uma antiga fábula, embora com muitos quebra-cabeças.

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A maioria dos quebra-cabeças dependem da disparidade de tamanho entre o menino e Trico. Você pode escorregar através de pequenas lacunas para puxar os interruptores, a criatura pode alcançar áreas altas e brutalmente golpear qualquer soldados que possam persegui-lo e/ou atrapalhá-los nas resoluções dos puzzles. Você pode agarrar as penas de Trico e rastejar por cima dele, o que é uma maneira útil de alcançar lugares mais altos. Às vezes você deixa o deixa para trás por um curto período de tempo, para pular, subir e escalar seu caminho para um interruptor que abre uma porta e deixa que o grandalhão passe. Os grunhidos de tristeza de Trico o perseguirão pelos corredores sempre que você ficar fora de sua visão.

Os quebra-cabeças são simples, e existem em grande parte para facilitar e criar uma relação de dependência entre menino e animal. Uma vez que você tenha demonstrado que pode encontrar os barris azuis brilhantes que ele gosta de comer, Trico estará feliz em segui-lo ao redor do vale, mas logo ele aprende a interpretar os gestos que você faz segurando “R1” e indicando direções e ações. Você pode apontar para uma parede com possibilidade de escalada e pressionar “R1-triângulo” para imitar saltos, por exemplo, e Trico vai olhar para cima e julgar por si mesmo se ele pode dar o salto.

Este é um processo colaborativo. Trico possui um grau de autonomia e inteligência animal que lhe permite agir independentemente de seus comandos. Ele farejará e pisará em objetos que podem ser úteis, e em algumas áreas é melhor simplesmente segurar em suas costas como ele adora e magnificamente deixá-lo saltar entre plataformas distantes. Esta não é uma história de um ser humano e seu animal de estimação, é uma parceria simbiótica que convida você a respeitar o monstro, e para ganhar o seu respeito em troca.

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The Last Guardian não parece muito, mas é um enorme passar tempo prazeroso, que se utiliza muito de quebra-cabeças e logicamente do personagem carismático e alma do jogo, Trico, que se realiza com sutileza extraordinária e atenção aos detalhes. Seus olhos brilham em diferentes tonalidade de cores para refletir seus estados emocionais – amarelo para a fome/ roxo para a fúria – mas suas mudanças sutis na postura e na expressão lhe dizem tudo. Se você já passou algum tempo com um cão, você verá o comportamento canino emergir sob a forma de espirros súbitos que parecem surpreender o animal e a postura de estar atento de uma criatura que tenta agudamente entender o que o ser humano está lhes dizendo.

The Last Guardian obsessivamente resiste em conservar suas animações em favor da simulação ambiental detalhada, e isso ajuda a encarnar o ambiente e ao mesmo tempo Trico e dar-lhe a aparência de uma criatura viva, algo muito distante de todo tipo de companheiro IA que já vimos. Os barris que Trico come são objetos fisicamente palpáveis que se balançam ao redor da paisagem, mas Trico não é capaz de avaliar a distância, ou agarrá-los, cabe a você auxiliá-lo. Se você atirar um barril na frente dele, ele pode estourá-lo no ar. A menos que ele não esteja pronto para isso, é claro. Nesse caso, ele salta e choraminga de surpresa.

O jogo também faz um trabalho extraordinário de capturar o tamanho de Trico, peso e força. É impressionante vê-lo saltar centenas de metros entre pináculos estreitos, e ao mesmo tempo em que é amável e dócil ele consegue transpor uma poderosa combinação de medo, admiração e respeito. É ótima a sensação, quase que orgulho quando Trico supera alguma circunstância horrível e você sabe que foi o principal responsável. Ele é uma peça transcendental de design – o valor da relação evolutiva com a criatura ultrapassa em muito as armadilhas simplistas de um jogo de plataformas e quebra-cabeças, e compensa as questões técnicas propostas no jogo.

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Entre tantos pontos alto The Last Guardian nos entrega, uma coisa fica completamente desconexa. Porque um jogo que demorou tanto para ser lançado devido a melhorias em sua engine, parece ser um trabalho difícil para o Playstation 4? O console da Sony mal consegue lidar com The Last Guardian em algumas seções. O frame-rate oscila frequentemente, e em algumas seções, especificamente em momentos onde o jogo necessita de uma constância em seus frames e um rendimento vasto para conter as quantidades de acontecimentos simultâneos como um desmoronamento, comuns durante a gameplay. Os controles – já pesados e imprecisos – infelizmente sentem-se terrivelmente lentos nessas seções. O garoto que você controla é um avatar difícil de manejar, com manias próprias de andar, mesmo sendo encantador acaba por ser irritante em ocasiões de saltos perigosos. O ritmo tranquilo de The Last Guardian emplaca muitos desses problemas. Acredito que se o jogo quer que façamos movimentos repentinos ou que me engajasse em combates, os controles e variações de quadros não deveriam ser um problema funcional, como infelizmente são.

VEREDITO:

The Last Guardian é uma aventura emocionante estrelando um companheirismo extraordinário, há uma história completa com algumas ótimas surpresas ao decorrer da narrativa, e explorar o vale junto de seu mais novo amigo é muito animador.

Embora seja uma vergonha profunda que depois de todo esse tempo de desenvolvimento The Last Guardian ainda sofra com problemas de desempenho, mas nada tira o mérito de ser um excelente jogo, e recomendável para qualquer um que seja um fã de games envolventes.

Analise The Last Guardian

The Last Guardian teve como data de lançamento o dia 6 de dezembro de 2016, lançado para PlayStation 4.

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore